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03 Nocoes de Direito Administrativo

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1 Estado, Governo e Administração Pública: conceitos, elementos, poderes e organização; natureza, 
fins e princípios. ...................................................................................................................................... 1 
 
2 Organização administrativa do Estado. Administração direta e indireta. ........................................ 16 
 
4 Agentes públicos: espécies e classificação, poderes, deveres e prerrogativas, cargo, emprego e 
função públicos. .................................................................................................................................... 27 
 
5 Poderes administrativos. ................................................................................................................ 35 
 
6 Atos administrativos: conceitos, requisitos, atributos, classificação, espécies e invalidação. ......... 45 
 
7 Controle e responsabilização da administração: controle administrativo, controle judicial, controle 
legislativo, responsabilidade civil do Estado. ......................................................................................... 57 
 
8 Lei Complementar nº 840/2011 (Regime Jurídico dos Servidores Públicos Civis do Distrito Federal, 
das Autarquias e das Fundações Públicas Distritais.) ........................................................................... 78 
 
 
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relacionadas ao conteúdo desta apostila como forma de auxiliá-los nos estudos para um bom 
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em contato, informe: 
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professor terá até cinco dias úteis para respondê-la. 
Bons estudos! 
 
1280428 E-book gerado especialmente para PATRICIA GONZAGA DE SOUSA
 
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Caro(a) candidato(a), antes de iniciar nosso estudo, queremos nos colocar à sua disposição, durante 
todo o prazo do concurso para auxiliá-lo em suas dúvidas e receber suas sugestões. Muito zelo e técnica 
foram empregados na edição desta obra. No entanto, podem ocorrer erros de digitação ou dúvida 
conceitual. Em qualquer situação, solicitamos a comunicação ao nosso serviço de atendimento ao cliente 
para que possamos esclarecê-lo. Entre em contato conosco pelo e-mail: professores @maxieduca.com.br 
 
O Estado foi datado do século XIII como “conjunto das instituições (governo, forças armadas, 
funcionalismo público etc.) que controlam e administram uma nação; país soberano, com estrutura própria 
e politicamente organizado. O Estado é uma sociedade natural, no sentido de que decorre naturalmente 
do fato de os homens viverem necessariamente em sociedade e aspirarem realizar o bem geral que lhes 
é próprio, isto é, o bem comum. Por isso e para isso a sociedade se organiza em Estado. 
Entende-se o Estado como comunidade, soberania e nação, para utilizarmos categorias de hoje, dado 
que o Estado é ao mesmo tempo Estado-comunidade, ou república, Estado-aparelho, ou principado, e 
comunidade de gerações, ou nação. Por Estado entende-se a unidade administrativa de um território. 
Não existe Estado sem território. O Estado é formado pelo conjunto de instituições públicas que 
representam, organizam e atendem (ao menos em tese) os anseios da população que habita o seu 
território. Entre essas instituições, podemos citar o governo, as escolas, as prisões, os hospitais públicos, 
o exército, dentre outras. 
 
O Estado é pessoa jurídica territorial soberana. 
Pessoa jurídica é a unidade de pessoas reconhecida pela ordem jurídica como sujeito de direitos e 
obrigações. Por exemplo, o Estado tem o direito de cobrar impostos e o dever de oferecer serviços à 
população como saúde e educação. 
A extensão de terra na qual o Estado exerce sua soberania é o território. O território é composto pelo 
solo, subsolo, águas interiores, o mar territorial e o espaço aéreo. 
 
A soberania é o poder supremo. No âmbito interno refere-se à capacidade de autodeterminação e, no 
âmbito externo, é o privilégio de receber tratamento igualitário perante os outros países. 
 
A Sociedade é o conjunto de pessoas que compartilham propósitos, preocupações e costumes, e que 
interagem entre si constituindo uma comunidade. A origem da palavra sociedade vem do latim ‘societas’, 
uma “associação amistosa com outros”. ‘Societas’ é derivado de ‘socius’, que significa “companheiro”, e 
assim o significado de sociedade é intimamente relacionado àquilo que é social. 
A sociedade é objeto de estudo comum entre as ciências sociais, especialmente a sociologia, a 
história, a antropologia e a geografia. A sociedade é um grupo de indivíduos que formam um sistema 
semiaberto, no qual a maior parte das interações é feita com outros indivíduos pertencentes ao mesmo 
grupo. Uma sociedade é uma rede de relacionamentos entre pessoas. Uma sociedade é uma comunidade 
interdependente. O significado geral de sociedade refere-se simplesmente a um grupo de pessoas 
vivendo juntas numa comunidade organizada. 
A sociedade pode ser vista como um grupo de pessoas com semelhanças étnicas, culturais, políticas 
e/ou religiosas ou mesmo pessoas com um objetivo comum. Uma delimitação física (como um território, 
um país ou um continente) não pode definir uma sociedade, já que entre eles podem ter diferenças que 
podem se afastar do conceito da sociedade. 
Está implícito no significado de sociedade que seus membros compartilham interesse ou preocupação 
mútua sobre um objetivo comum. Como tal, sociedade é muitas vezes usado como sinônimo para o 
coletivo de cidadãos de um país governados por instituições nacionais que lidam com o bem estar cívico. 
 
Território é a base espacial do poder jurisdicional do Estado onde este exerce o poder coercitivo 
estatal sobre os indivíduos humanos, sendo materialmente composto pela terra firme, incluindo o subsolo 
e as águas internas (rios, lagos e mares internos), pelo mar territorial, pela plataforma continental e pelo 
espaço aéreo. 
 
1 Estado, Governo e Administração Pública: conceitos, elementos, 
poderes e organização; natureza, fins e princípios. 
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Povo é a população do Estado, considerada pelo aspecto puramente jurídico. É o grupo humano 
encarado na sua integração numa ordem estatal determinada; é o conjunto de indivíduos sujeitos às 
mesmas leis, são os súditos, os cidadãos de um mesmo Estado, detentores de direitos e deveres. 
 
Nação é um grupo de indivíduos que se sentem unidos pela origem comum, pelos interesses comuns, 
e principalmente, por ideias e princípios comuns. É uma comunidade de consciência, unidas por um 
sentimento complexo, indefinível e poderosíssimo: o patriotismo. 
A administração pública é a forma como o Estado governa, ou seja, como executa as suas atividades 
para o bem estar de seu povo. Lembrando que povo são os habitantes de um determinado território. É 
organizado política, social e juridicamente, ocupando um território definido e onde normalmente a lei 
máxima é uma constituição escrita, e dirigida por um governo que possui soberania reconhecida tanto 
interna como externamente. Um Estado soberano é sintetizado pela máxima: um governo, um povo, um 
território. O Estado é responsável pela organização e pelo controle social, pois detém, segundo Max 
Weber, o monopólio da violência legítima (coerção, especialmente a legal). 
 
Governo é o conjunto das funçõesnecessárias à manutenção da ordem jurídica e da administração 
pública. A palavra governo tem dois sentidos, coletivo e singular. O primeiro, como conjunto de órgãos 
que orientam a vida política do Estado. O segundo, como poder executivo, órgão que exerce a função 
mais ativa na direção dos negócios públicos. É um conjunto particular de pessoas que, em qualquer 
tempo, ocupam posições de autoridade dentro de um Estado, que tem o objetivo de regrar uma sociedade 
política e exercer autoridade. Neste sentido, os governos se revezam regularmente, ao passo que o 
Estado perdura e só pode ser mudado com dificuldade e muito lentamente. O tamanho do governo vai 
variar de acordo com o tamanho do Estado, e ele pode ser local, regional ou nacional. 
O governo é a instância máxima de administração executiva, geralmente reconhecida como a liderança 
de um Estado ou uma nação. É formado por dirigentes executivos do Estado e ministros. 
 
A forma de governo é a maneira como se dá a instituição do poder na sociedade e como se dá a 
relação entre governantes e governados. Existem diversos tipos de governo, como anarquismo (quando 
existe a ausência ou falta de governo), democracia (os cidadãos elegíveis participam igualmente), 
ditadura (não há participação popular), monarquia (chefe de governo se mantém no cargo até a morte), 
oligarquia (poder político concentrado em um pequeno número de pessoas), tirania (utilizada 
normalmente em situações excepcionais) e outros. 
 
O sistema de governo não pode ser confundido com a forma de governo, pois a forma é o modo 
como se relacionam os poderes e o sistema de governo é a maneira como o poder político é dividido e 
exercido no âmbito de um Estado. 
Segundo o jurista italiano Norberto Bobbio, a primeira vez que a palavra “estado” foi utilizada, com o 
seu sentido contemporâneo, foi no livro Arte da Guerra, do imperador e general que fundou a dinastia dos 
Sun Tzu e posteriormente no livro denominado O Príncipe, do diplomata e militar Nicolau Maquiavel. 
Normalmente, grafa-se o vocábulo com letra maiúscula, a fim de diferenciá-lo de seus homônimos. Há, 
entretanto, uma corrente de filólogos que defende sua escrita com minúscula, como em cidadania ou civil. 
O objetivo nãoé ferir a definição tradicional de Estado, mas equiparar a grafia a outros termos não menos 
importantes. 
O reconhecimento da independência de um Estado em relação aos outros, permitindo ao primeiro 
firmar acordos internacionais, é uma condição fundamental para estabelecimento da soberania. O Estado 
pode também ser definido em termos de condições internas, especificamente (conforme descreveu Max 
Weber, entre outros) no que diz respeito à instituição do monopólio do uso da violência. 
O Estado é uma organização que conta com o monopólio da violência legítima (uso da força), pelo que 
dispõe de instituições como as forças armadas, a polícia e os tribunais, pelo fato de assumir as funções 
de governo, defesa, segurança e justiça, entre outras, num determinado território. O Estado de Direito é 
aquele que enfoca a sua organização na divisão de poderes (Executivo, Legislativo e Judicial). É 
importante esclarecer que os conceitos de Estado e governo não são sinônimos. Os governantes são 
aqueles que, temporariamente, exercem cargos nas instituições que conformam o Estado. 
O conceito parece ter origem nas antigas cidades-estados que se desenvolveram na Antiguidade, em 
várias regiões do mundo, como na Suméria, na América Central e no Extremo Oriente. Em muitos casos, 
estas cidades-estados foram a certa altura da história colocadas sob a tutela do governo de um reino ou 
império, seja por interesses econômicos mútuos, seja por dominação pela força. 
O Estado como unidade política básica no mundo tem, em parte, vindo a evoluir no sentido de um 
supranacionalismo, na forma de organizações regionais, como é o caso da União Europeia. Os governos 
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são transitórios e apresentam diferentes formas, que variam de um lugar para outro, enquanto os Estados 
são permanentes (ao menos enquanto durar o atual sistema capitalista). 
Dessa forma, o governo seria apenas uma das instituições que compõem o Estado, com a função de 
administrá-lo. Várias correntes filosóficas opõem-se à existência do Estado tal como o conhecemos. O 
anarquismo, por exemplo, promove o total desaparecimento do Estado e a respectiva substituição pelas 
associações livres e organizações participativas. 
O marxismo, em contrapartida, considera que o Estado é uma ferramenta de domínio que se encontra 
sob o controle da classe dominante. Como tal, aspira à sua destruição para que seja substituído por um 
Estado Operário como parte constituinte da transição para o socialismo e o comunismo, onde já não será 
necessário um Estado, uma vez superada a luta de classes (burguesia x proletariado). 
A Nação, por outro lado, tem seu conceito ligado à identidade, à cultura e aos aspectos históricos. Por 
nação entende-se um agrupamento ou organização de uma sociedade que partilha dos mesmos 
costumes, características, idioma, cultura e que já possuem uma determinada tradição histórica. Alguns 
autores chegam a afirmar que o Estado seria a institucionalização da Nação. 
Entretanto, observa-se a existência de Estados com muitas nações – ou multinacionais – e algumas 
nações sem Estado constituído. Existem nações sem Estado (nação palestina, nação basca) e Estados 
que reúnem e abarcam várias nações. No Direito Administrativo contemporâneo, Governo é a expressão 
que define o núcleo diretivo do Estado, alterável por eleições e responsável pela gerência dos interesses 
estatais e pelo exercício do poder político. É a organização e autoridade governante de uma unidade 
política. O poder de regrar uma sociedade política e o aparato pelo qual o corpo governante funciona e 
exerce autoridade. O governo é usualmente utilizado para designar a instância máxima de administração 
executiva, geralmente reconhecida como a liderança de um Estado ou uma nação. Os Estados que 
possuem tamanhos variados podem ter vários níveis de Governo conforme a organização política daquele 
país, como por exemplo o Governo local, regional e nacional. A forma de governo é a política base que 
define como o Estado exerce o poder sobre a sociedade. O sistema de governo é a divisão do poder no 
Estado. Há ainda o regime político, que é uma relação entre o governante e a força exercida entre ele. 
 
Aristóteles (384-322 a.C.) na obra Política, dividiu o governo de três formas: 
 
1) Monarquia: cujo governo tem caráter hereditário, visa o bem comum, como a obediência ás leis e 
ás tradições. O governo cabe a uma única pessoa, que possui poderes não só para fazer as leis, como 
também para aplicá-las. A forma distorcida da monarquia é a Tirania, na qual o governo é de um homem 
só que ascende ao poder por meios ilícitos. 
 
2) Aristocracia: o Estado é governado por um pequeno grupo de pessoas, que tem tese, seria o grupo 
ou classe mais apta a conduzir o Estado. No entanto, a distorção da aristocracia, e a Oligarquia, uma 
forma impura de governo. Na oligarquia em governa são os mais poderosos, geralmente, os mais ricas, 
possuidores de títulos de nobreza ou que conquistaram o poder pela força. 
 
3) Politéia: governo do povo, exercido com respeito ás leis e em benefício de todos. A forma distorcida 
da Politéia é a Democracia, na qual a maioria exerce o poder, favorecendo preferencialmente os pobres 
(POLIZEL, 2010). Apresentamos as formas puras de governo (Monarquia, Aristocracia e Politéia) que 
forma propostas por Aristóteles, e também as formas impuras (Tirania, Oligarquia e Democracia). 
 
No entanto, a Democracia, no ocidente, tem uma conotação mais expandida, por exemplo, para 
Lincoln, a democracia “é o regime do povo, pelo povo e para o povo”. Hans Kelsenexpande essa ideia 
na liberdade de consciência, trabalho, religião, igualdade etc. 
Podemos considerar o Estado moderno como uma sociedade com base territorial, dividida em 
governantes e governados, com ambições, dentro do território que lhe é reconhecido e com supremacia 
sobre todas as demais instituições. Estão sob seu domínio todas as formas de atividade cujo controle ele 
julgue conveniente. Surge no auge da monopolização do poder do governante do estado. 
Segundo Norbert Elias, o governo monopolista, fundamentado nos monopólios da tributação e da 
violência física, atingira assim, nesse estágio particular, como monopólio pessoal de um único indivíduo, 
sua forma consumada. Era protegido por uma organização de vigilância muito eficiente. O rei latifundiário, 
que distribuía terras ou dízimos, tornara-se o rei endinheirado, que distribuía salários, e este fato dava à 
centralização um poder e uma solidez nunca alcançados antes. O poder das forças centrífugas havia sido 
finalmente quebrado. Todos os possíveis rivais do governante monopolista viram-se reduzidos a uma 
dependência institucionalmente forte de sua pessoa. Não mais em livre competição, mas apenas numa 
competição controlada pelo monopólio, apenas um segmento da nobreza, o segmento cortesão, concorria 
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pelas oportunidades dispensadas pelo governante monopolista, e ela vivia ao mesmo tempo sob a 
constante pressão de um exército de reserva formado pela aristocracia do interior do país e por elementos 
em ascensão da burguesia. 
A corte era a forma organizacional dessa competição restrita. Com o surgimento de uma classe social 
e econômica, formada de moradores da cidade, homens livres, comerciantes, banqueiros, estudiosos, 
artesões, entre outras atribuições autônomas e sustentáveis, que conseguiram por meio de seus dotes e 
por meio do pagamento de tributo de proteção aos senhores feudais formarem os burgos, vindo daí a 
origem da expressão “burguês”. Este monopólio do poder, pelo soberano, afora a ingerência da Igreja, foi 
evoluindo para o absolutismo ao mesmo tempo em que a classe burguesa igualmente evoluía, mas 
achacada pelos altos tributos cobrados de todos os meios e de todos os lados, evoluindo para uma 
situação, quem em torno do século XVIII já seria insustentável. Classifica-se a evolução do Estado de 
Direito em: 
 
a) Estado Liberal - Liberalismo é forma ao mesmo tempo racional e intuitiva de organização social em 
que prevalece a vontade da maioria quanto à coisa pública, e que está livre de qualquer fundamento 
filosófico ou religioso capaz de limitar ou impedir a liberdade individual e a igualdade de direitos, e no qual 
o desenvolvimento e o bem estar social dependem da divisão do trabalho, do direito de propriedade, da 
livre concorrência e do sentimento de fraternidade e responsabilidade filantrópica frente à diversidade de 
aptidões e de recursos dos indivíduos. Surge com a revolução burguesa na França, suas características 
básicas são a não intervenção do Estado na economia, igualdade formal, autonomia e divisão dos 
poderes. A Constituição é tida como norma suprema e limitadora dos poderes públicos e garantidora de 
direitos fundamentais individuais. Segundo parte da doutrina, nesse estado somente se fala nos direitos 
de primeira geração que são aqueles que pregam a liberdade, também chamados de direitos individuais, 
posto que protegem o cidadão contra os arbítrios e abusos do Estado. 
 
b) Estado Social – Segundo La Bradbury (2006), a igualdade tão somente formal aplicada e o 
absenteísmo do Estado Liberal em face das questões sociais, apenas serviram para expandir o 
capitalismo, agravando a situação da classe trabalhadora, que passava a viver sob condições miseráveis. 
O descompromisso com o aspecto social, agravado pela eclosão da Revolução Industrial, que submetia 
o trabalhador a condições desumanas e degradantes, a ponto de algumas empresas exigirem o trabalho 
diário do obreiro por doze horas ininterruptas, culminou com a Revolução Russa de 1917, conduzindo os 
trabalhadores a se organizarem com o objetivo de resistir à exploração. Esse movimento configurava a 
possibilidade de uma ruptura violenta com o Estado Liberal, devido à grande adesão de operários do 
ocidente europeu. A burguesia, hesitante à expansão dos ideais pregados pela Revolução Russa, adotou 
mecanismos que afastassem os trabalhadores da opção revolucionária, surgindo, então, o Estado Social, 
com as seguintes características: intervenção do Estado na economia, aplicação do princípio da igualdade 
material e realização da justiça social. A burguesia, agora detentora do poder político, passou a defender 
o intervencionismo estatal no campo econômico e social, buscando acabar com a postura absenteísta do 
Estado, preocupando-se com os aspectos sociais das classes desfavorecidas, conferindo-lhes uma 
melhor qualidade de vida, com o único intuito de conter o avanço revolucionário. Para alcançar tal intento, 
os capitalistas tiveram que substituir a igualdade formal (igualdade perante à lei), presente no Estado 
Liberal, que apenas contribuiu para o aumento das distorções econômicas, pela igualdade material 
(igualdade de fato), que almejava atingir a justiça social. O princípio da igualdade material ou substancial 
não somente considera todas as pessoas abstratamente iguais perante a lei, mas se preocupa com a 
realidade de fato, que reclama um tratamento desigual para as pessoas efetivamente desiguais, a fim de 
que possam desenvolver as oportunidades que lhes assegura, abstratamente, a igualdade formal. Surge, 
então, a necessidade de tratar desigualmente as pessoas desiguais, na medida de sua desigualdade. O 
Estado Social (ou do Bem Estar), apesar de possuir uma finalidade diversa da estabelecida no Estado de 
Direito, possuem afinidades, uma vez que utiliza do respeito aos direitos individuais, notadamente o da 
liberdade, para construir os pilares que fundamentam a criação dos direitos sociais. Surgem, desta forma, 
os “direitos de segunda geração”, que se situam no plano do ser, de conteúdo econômico e social, que 
almejam melhorar as condições de vida e trabalho da população, exigindo do Estado uma atuação positiva 
em prol dos explorados, compreendendo, dentre outros, o direito ao trabalho, à saúde, ao lazer, à 
educação e à moradia, (La Bradbury, 2006). Carlos Ari Sundfeld sintetiza afirmando que: “O Estado torna-
se um Estado Social, positivamente atuante para ensejar o desenvolvimento (não o mero crescimento, 
mas a elevação do nível cultural e a mudança social) e a realização da justiça social (é dizer, a extinção 
das injustiças na divisão do produto econômico).” 
 
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c) Estado Democrático - Surge após a Segunda Guerra Mundial, dissociando-se das políticas 
totalitárias como o nazismo e fascismo, sendo suas características principais a representatividade política 
pelo voto do povo, detentor da soberania e uma Constituição não apenas limitadora de poderes e políticas 
públicas, mas regulamentadora das prestações positivas do Estado em prol do cidadão e da coletividade. 
Declara e assegura direitos fundamentais individuais e coletivos, tais como, direito a paz, ao meio 
ambiente ecologicamente correto, às tutelas de liberdade do pensamento, expressão, autoria e 
intimidade, o respeito e a autodeterminação dos povos, as políticas de reforma agrária e moradia popular, 
os benefícios e aposentadorias previdenciários, a assistência social, entre outros, surgindo os direitos de 
terceira geração e outros, denominados de quarta geração, ligados ao constante progresso científico e 
tecnológico contemporâneo e outros fenômenos políticos como a globalização e a unificação dos países, 
de modo à regular a cibernética, a informática, a biogenética, entre outros.A reforma do Estado brasileiro e de seu aparelho 
 
A reforma da Administração Pública visa a eficiência dos serviços que são prestados para os cidadãos, 
com maior qualidade. Visa-se a redução de custos ao mesmo tempo em que promove-se a revisão e 
aperfeiçoamento das rotinas, com a desburocratização e aplicação de metas e indicadores de 
desempenho. 
 
A reforma do aparelho do Estado é fundamental para que se assegure a estabilidade do plano real. O 
que o governo visa é impedir o aumento dos gastos, sem que haja a perda da qualidade e eficiência dos 
serviços prestados. 
 
Com a melhoria da eficiência exige-se também a descentralização dos serviços, aproximando-se da 
sociedade e do cidadão, retirando do Estado as atividades que possam ser melhor executadas por 
entidades públicas. 
 
Com a reforma do Estado poderão ocorrer mudanças na Constituição, permitindo ainda a revisão de 
leis e normas, aplicando-se novos instrumentos de gestão e organização da administração. 
 
A organização político-administrativa do Estado brasileiro compreende a União, os Estados, o 
Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos da Constituição. Os Estados podem 
incorporar-se entre si, subdividir-se ou desmembrar-se para se anexarem a outros, ou formarem novos 
Estados ou Territórios Federais, mediante aprovação da população diretamente interessada, através de 
plebiscito e do Congresso Nacional, por lei complementar. A criação, a incorporação, a fusão e o 
desmembramento de Municípios far-se-á por lei estadual, dentro do período determinado por lei 
complementar federal e dependerá de consulta prévia, mediante plebiscito, às populações dos Municípios 
envolvidos, após divulgação dos Estudos de Viabilidade Municipal, apresentados e publicados na forma 
da lei. Passemos ao estudo específico da Administração Pública. 
O Estado brasileiro adotou a tripartição de poderes, assim são seus poderes o Legislativo, o Executivo 
e o Judiciário, conforme se infere da leitura do art. 2º da Constituição Federal: 
 
“São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o 
Judiciário.”. 
 
a) Poder Executivo: No exercício de suas funções típicas, pratica atos de chefia do Estado, do 
Governo e atos de administração, ou seja, administra e executa o ordenamento jurídico vigente. È uma 
administração direita, pois não precisa ser provocada. Excepcionalmente, no exercício de função atípica, 
tem o poder de legislar, por exemplo, via medida provisória. 
 
b) Poder legislativo: No exercício de suas funções típicas, é de sua competência legislar de forma 
geral e abstrata, ou seja, legislar para todos. Tem o poder de inovar o ordenamento jurídico. Em função 
atípica, pode administrar internamente seus problemas. 
 
c) Poder judiciário: No exercício de suas funções típicas, tem o poder jurisdicional, ou seja, poder de 
julgar as lides, no caso concreto. Sua atuação depende de provocação, pois é inerte. 
A partir do momento que a controvérsia é julgada em decisão transitada em julgado, é impossível 
modificá-la. 
 
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Como vimos, o governo é o órgão responsável por conduzir os interesses de uma sociedade. Em 
outras palavras, é o poder diretivo do Estado. 
Importante destacar o conceito de governo dado por Alexandre Mazza: “... é a cúpula diretiva do 
Estado, responsável pela condução dos altos interesses estatais e pelo poder político, e cuja composição 
pode ser modificada mediante eleições.1 
O Governo organiza-se em: 
 
Ministérios: órgãos subordinados ao presidente da República e que auxiliam nas atividades do Poder 
Executivo. 
Secretarias: também são subordinadas à presidência da República e estão relacionadas a assuntos 
de interesses sociais. 
Conselhos: são responsáveis por recomendar diretrizes, tomar decisões relacionadas às políticas ou 
administrar programas. 
Agências reguladoras: fiscalizam os serviços públicos realizados pelas entidades privadas. 
 
PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
 
Como brevemente exposto acima, os princípios jurídicos orientam a interpretação e a aplicação de 
outras normas. São verdadeiras diretrizes do ordenamento jurídico, guias de interpretação, às quais a 
administração pública fica subordinada. Possuem um alto grau de generalidade e abstração, bem como 
um profundo conteúdo axiológico e valorativo. 
Os princípios da Administração Pública são regras que surgem como parâmetros para a interpretação 
das demais normas jurídicas. Têm a função de oferecer coerência e harmonia para o ordenamento 
jurídico. Encontram-se de maneira explícita ou não no texto da Constituição Federal. Os primeiros são, 
por unanimidade, os chamados princípios expressos (ou explícitos), estão previstos no art. 37, caput, da 
Constituição Federal. Os demais são os denominados princípios reconhecidos (ou implícitos), estes 
variam de acordo com cada autor, sendo trabalhado, no presente estudo, apenas os princípios 
reconhecidos pela doutrina majoritária e que são mais exigidos e concursos. 
 
Assim, são os princípios expressos da Administração Pública os que estão inseridos no artigo 37 
“caput” da Constituição Federal (CF): legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. 
Perfazem um total de cinco princípios, podendo ser facilmente memorizados através da palavra LIMPE, 
vejam: 
 
L (legalidade); 
I (impessoalidade); 
M (moralidade); 
P (publicidade); e 
E (eficiência). 
 
Esses princípios têm natureza meramente exemplificativa, posto que representam apenas o mínimo 
que a Administração Pública deve perseguir quando do desempenho de suas atividades. Exemplos de 
princípios implícitos: supremacia do interesse público, razoabilidade, motivação, segurança das relações 
jurídicas. 
Ressaltamos que não há hierarquia entre os princípios (expressos ou não), visto que tais diretrizes 
devem ser aplicadas de forma harmoniosa. Assim, a aplicação de um princípio não exclui a aplicação de 
outro e nem um princípio se sobrepõe ao outros. 
Os princípios da Administração abrangem a Administração Pública direta e indireta de quaisquer dos 
Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios (art. 37 da CF/88). 
 
1. Princípio da Legalidade 
Ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei (art. 5.º, II, da 
CF). O princípio da legalidade representa uma garantia para os administrados, pois qualquer ato da 
Administração Pública somente terá validade se respaldado em lei. Representa um limite para a atuação 
do Estado, visando à proteção do administrado em relação ao abuso de poder. 
O princípio em estudo apresenta um perfil diverso no campo do Direito Público e no campo do Direito 
Privado. No Direito Privado, tendo em vista o interesse privado, as partes poderão fazer tudo o que a lei 
 
1 MAZZA, Alexandre. Manual de direito administrativo/Alexandre Mazza. 4. Ed. São Paulo: Saraiva, 2014. p. 49 
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não proíbe; no Direito Público, diferentemente, existe uma relação de subordinação perante a lei, ou seja, 
só se pode fazer o que a lei expressamente autorizar. 
 
Nesse caso, faz-se necessário o entendimento a respeito do ato vinculado e do ato discricionário, posto 
que no ato vinculado o administrador está estritamente vinculado ao que diz a lei e no ato discricionário 
o administrador possui uma certa margem de discricionariedade. Vejamos: 
 
a. No ato vinculado, o administrador não tem liberdade para decidir quanto à atuação. A lei previamente 
estabelece um único comportamento possível a ser tomado pelo administrador no fato concreto; não 
podendo haver juízo de valores, o administrador não poderá analisara conveniência e a oportunidade do 
ato. 
 
b. O ato discricionário é aquele que, editado debaixo da lei, confere ao administrador a liberdade para 
fazer um juízo de conveniência e oportunidade. 
 
A diferença entre o ato vinculado e o ato discricionário está no grau de liberdade conferido ao 
administrador. 
Tanto o ato vinculado quanto o ato discricionário só poderão ser reapreciados pelo Judiciário no 
tocante à sua legalidade, pois o judiciário não poderá intervir no juízo de valor e oportunidade da 
Administração Pública. 
Importante também destacar que o princípio da legalidade, no Direito Administrativo, apresenta 
algumas exceções: Exemplo: 
 
a. Medidas provisórias: são atos com força de lei que só podem ser editados em matéria de 
relevância e urgência. Dessa forma, o administrado só se submeterá ao previsto em medida provisória 
se elas forem editadas dentro dos parâmetros constitucionais, ou seja, se presentes os requisitos da 
relevância e da urgência; 
 
b. Estado de sítio e estado de defesa: são momentos de anormalidade institucional. Representam 
restrições ao princípio da legalidade porque são instituídos por um decreto presidencial que poderá 
obrigar a fazer ou deixar de fazer mesmo não sendo lei. 
 
2. Princípio da Impessoalidade 
Significa que a Administração Pública não poderá atuar discriminando pessoas de forma gratuita, a 
Administração Pública deve permanecer numa posição de neutralidade em relação às pessoas privadas. 
A atividade administrativa deve ser destinada a todos os administrados, sem discriminação nem 
favoritismo, constituindo assim um desdobramento do princípio geral da igualdade, art. 5.º, caput, CF. 
Ex.: Quando da contratação de serviços por meio de licitação, a Administração Pública deve estar 
estritamente vinculada ao edital, as regras devem ser iguais para todos que queiram participar da licitação. 
 
3. Princípio da Moralidade 
A atividade da Administração Pública deve obedecer não só à lei, mas também à moral. 
A Lei n. 8.429/92, no seu art. 9.º, apresentou, em caráter exemplificativo, as hipóteses de atos de 
improbidade administrativa; esse artigo dispõe que todo aquele que objetivar algum tipo de vantagem 
patrimonial indevida, em razão de cargo, mandato, emprego ou função que exerce, estará praticando ato 
de improbidade administrativa. São exemplos: 
1. Usar bens e equipamentos públicos com finalidade particular; 
2. Intermediar liberação de verbas; 
3. Estabelecer contratação direta quando a lei manda licitar; 
4. Vender bem público abaixo do valor de mercado; 
5. Adquirir bens acima do valor de mercado (superfaturamento). 
 
Os atos de improbidade podem ser combatidos através de instrumentos postos à disposição dos 
administrados, são eles; 
1. Ação Popular, art. 5.º, LXXIII, da CF; e 
2 Ação Civil Pública, Lei n. 7347/85, art. 1.º. 
 
 
 
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4. Princípio da Publicidade 
É o dever atribuído à Administração, de dar total transparência a todos os atos que praticar, ou seja, 
como regra geral, nenhum ato administrativo pode ser sigiloso. 
A regra do princípio que veda o sigilo comporta algumas exceções, como quando os atos e atividades 
estiverem relacionados com a segurança nacional ou quando o conteúdo da informação for resguardado 
por sigilo (art. 37, § 3.º, II, da CF/88). 
A publicidade, entretanto, só será admitida se tiver fim educativo, informativo ou de orientação social, 
proibindo-se a promoção pessoal de autoridades ou de servidores públicos por meio de aparecimento de 
nomes, símbolos e imagens. Exemplo: É proibido placas de inauguração de praças com o nome do 
prefeito. 
 
5. Princípio da Eficiência 
A Emenda Constitucional nº 19 trouxe para o texto constitucional o princípio da eficiência, que obrigou 
a Administração Pública a aperfeiçoar os serviços e as atividades que presta, buscando otimização de 
resultados e visando atender o interesse público com maior eficiência. 
Para uma pessoa ingressar no serviço público, deve haver concurso público. A Constituição Federal 
de 1988 dispõe quais os títulos e provas hábeis para o serviço público, a natureza e a complexidade do 
cargo. 
Para adquirir estabilidade, é necessária a eficiência (nomeação por concurso, estágio probatório etc). 
E para perder a condição de servidor, é necessária sentença judicial transitada em julgado, processo 
administrativo com ampla defesa e insuficiência de desempenho. 
 
Há ainda outros princípios que a Administração Pública deve perseguir, dentre eles: 
 
a) Princípio da Motivação: É o princípio mais importante, visto que sem a motivação não há o devido 
processo legal. 
No entanto, motivação, neste caso, nada tem a ver com aquele estado de ânimo. Motivar significa 
mencionar o dispositivo legal aplicável ao caso concreto, relacionar os fatos que concretamente levaram 
à aplicação daquele dispositivo legal. 
Todos os atos administrativos devem ser motivados para que o Judiciário possa controlar o mérito do 
ato administrativo quanto à sua legalidade. Para efetuar esse controle, devem-se observar os motivos 
dos atos administrativos. 
Hely Lopes Meirelles entende que o ato discricionário, editado sob a lei, confere ao administrador uma 
margem de liberdade para fazer um juízo de conveniência e oportunidade, não sendo necessária a 
motivação, porém, se houver tal motivação, o ato deverá condicionar-se à referida motivação. O 
entendimento majoritário, no entanto, é de que, mesmo no ato discricionário, é necessária a motivação 
para que se saiba qual o caminho adotado. 
 
b) Princípio da Supremacia do Interesse Público sobre o Particular: Sempre que houver 
necessidade de satisfazer um interesse público, em detrimento de um interesse particular, prevalece o 
interesse público. São as prerrogativas conferidas à Administração Pública, porque esta atua por conta 
dos interesses públicos. 
O administrador, para melhor se empenhar na busca do interesse público, possui direitos que 
asseguram uma maior amplitude e segurança em suas relações. 
No entanto, sempre que esses direitos forem utilizados para finalidade diversa do interesse público, o 
administrador será responsabilizado e surgirá o abuso de poder. 
 
c) Indisponibilidade do Interesse Público: Os bens e interesses públicos são indisponíveis, ou seja, 
não pertencem à Administração ou a seus agentes, cabendo aos mesmos somente sua gestão em prol 
da coletividade. Veda ao administrador quaisquer atos que impliquem renúncia de direitos da 
Administração ou que, injustificadamente, onerem a sociedade. 
Impõe limitações ao Estado, correspondendo a uma contrapartida às prerrogativas estatais, 
decorrentes da supremacia do interesse público sobre o particular. Assim, o Estado tem o poder de 
desapropriar um imóvel (prerrogativa decorrente da supremacia do interesse público), porém, deverá 
indenizar, como regra o proprietário, respeitando o direito à propriedade (limitação imposta ao Estado). 
 
d) Continuidade do Serviço Público: Os serviços públicos por serem prestados no interesse da 
coletividade devem ser adequados e seu funcionamento não deve sofrer interrupções. A Lei 8.987/95 
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. 9 
(estabelece normas gerais sobre as concessões e permissões de serviços públicos) em seu art. 6º, dispõe 
que serviço público adequado é aquele que atende a alguns requisitos, dentre eles, o da continuidade. 
Porém, devemos ressaltar que isto não se aplicará às interrupções por situações de emergência ou 
após aviso prévio – nos casos de segurança, ordem técnica ou inadimplência do usuário. 
Ainda como decorrência da aplicação de tal princípio, a CF, em seu art. 37, VII, impõe que os limites 
ao exercício de greve do servidor público sejam estabelecidos em lei específica.e) Probidade Administrativa: A conduta do administrador público deve ser honesta, pautada na boa 
conduta e na boa-fé. Ganhou status constitucional com a atual Constituição de 1988. O art. 37, §4º traz 
as consequências de um ato de improbidade administrativa e o art. 85, V, dispõe que é crime de 
responsabilidade do Presidente da República a prática de atos que atentem contra a probidade 
administrativa. A improbidade administrativa é regulamentada pela Lei 8.428/92. 
 
f) Autotutela: Decorre do princípio da legalidade. Por esse princípio a Administração pode controlar 
seus próprios atos, anulando os ilegais (controle de legalidade) e revogando os inconvenientes ou 
inoportunos (controle de mérito). De forma sucinta, é o princípio que autoriza que a Administração Pública 
revise os seus atos e conserte os seus erros. Não deve ser confundido com a tutela administrativa que 
representa a relação existente entre a Administração Direta e Indireta. 
 
g) Razoabilidade e da Proporcionalidade: São tidos como princípios gerais de Direito, aplicáveis a 
praticamente todos os ramos da ciência jurídica. No âmbito do Direito Administrativo encontram aplicação 
especialmente no que concerne à prática de atos administrativos que impliquem restrição ou 
condicionamento a direitos dos administrados ou imposição de sanções administrativas. 
Funcionam como os maiores limitadores impostos à liberdade de atuação do administrador público, ou 
seja, limitam a discricionariedade administrativa. Trata-se da aferição da adequação da conduta escolhida 
pelo agente público à finalidade que a lei expressa. 
Visa sempre analisar se a conduta do agente público foi razoável e se os fins atingidos foram 
proporcionais a determinado caso em concreto. 
 
h) Segurança Jurídica: O ordenamento jurídico vigente garante que a Administração deve interpretar 
a norma administrativa da forma que melhor garanta o atendimento do fim público a que se dirige, vedada 
aplicação retroativa de nova interpretação. 
O princípio da segurança jurídica não veda que a Administração mude a interpretação dada 
anteriormente sobre determinada norma administrativa, porém, veda que a Administração aplique 
retroativamente essa nova interpretação. 
Por força de tal princípio, por exemplo, veremos que a Administração Pública terá um prazo 
decadencial de 5 anos para anular atos administrativos que beneficiem os seus destinatários, salvo se 
comprovada a má-fé do administrador público. 
 
Questões sobre Estado, Governo e a Administração Pública 
 
01. (TRT /8ª Região (PA e AP) - Analista Judiciário - Área Administrativa – CESPE/2016). A 
respeito dos elementos do Estado, assinale a opção correta. 
(A) Povo, território e governo soberano são elementos indissociáveis do Estado. 
(B) O Estado é um ente despersonalizado. 
(C) São elementos do Estado o Poder Legislativo, o Poder Judiciário e o Poder Executivo. 
(D) Os elementos do Estado podem se dividir em presidencialista ou parlamentarista. 
(E) A União, o estado, os municípios e o Distrito Federal são elementos do Estado brasileiro. 
 
02. (IF/AP - Auxiliar em Administração – FUNIVERSA/2016). No sistema de governo brasileiro, os 
chefes do Poder Executivo (presidente da República, governadores e prefeitos) exercem, ao mesmo 
tempo, as funções administrativa (Administração Pública) e política (governo). No entanto, são funções 
distintas, com conceitos e objetivos bem definidos. Acerca de Administração Pública e governo, assinale 
a alternativa correta. 
(A) Administração Pública e governo são considerados sinônimos, visto que ambos têm como objetivo 
imediato a busca da satisfação do interesse coletivo. 
(B) As ações de Administração Pública têm como objetivo a satisfação do interesse público e são 
voltadas à execução das políticas públicas. 
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(C) Administração Pública é a atividade responsável pela fixação dos objetivos do Estado, ou seja, 
nada mais é que o Estado desempenhando sua função política. 
(D) Governo é o conjunto de agentes, órgãos e pessoas jurídicas de que o Estado dispõe para colocar 
em prática as políticas públicas. 
(E) A Administração pratica tanto atos de governo (políticos) como atos de execução das políticas 
públicas. 
 
03. (STJ -: Técnico Judiciário – Administrativa – CESPE/2015). Julgue o item a seguir, acerca dos 
conceitos de Estado, governo e administração pública. 
A Presidência da República integra a administração pública federal direta. 
 
( ) Certo ( )Errado 
 
04. (MPOG - Atividade Técnica - Direito, Administração, Ciências Contábeis e Economia – 
FUNCAB/2015). A soberania, que permite afirmação na ordem externa,é atributo: 
(A) da Administração Pública. 
(B) do Governo. 
(C) do Estado. 
(D) do Poder Executivo. 
(E) do Poder Judiciário. 
 
05. (TJ/CE - Analista Judiciário - Área Administrativa – CESPE/2014). No que se refere ao Estado, 
governo e à administração pública, assinale a opção correta. 
(A) O Estado liberal, surgido a partir do século XX, é marcado pela forte intervenção na sociedade e 
na economia. 
(B) No Brasil, vigora um sistema de governo em que as funções de chefe de Estado e de chefe de 
governo não são concentradas na pessoa do chefe do Poder Executivo. 
(C) A administração pública, em sentido estrito, abrange a função política e a administrativa. 
(D) A administração pública, em sentido subjetivo, diz respeito à atividade administrativa exercida pelas 
pessoas jurídicas, pelos órgãos e agentes públicos que exercem a função administrativa. 
(E) A existência do Estado pode ser mensurada pela forma organizada com que são exercidas as 
atividades executivas, legislativas e judiciais. 
 
06. (SEGER/ES - Todos os Cargos – CESPE/2013). Acerca de governo, Estado e administração 
pública, assinale a opção correta. 
(A) Atualmente, Estado e governo são considerados sinônimos, visto que, em ambos, prevalece a 
finalidade do interesse público 
(B) São poderes do Estado: o Executivo, o Legislativo, o Judiciário e o Ministério Público. 
(C) Com base em critério subjetivo, a administração pública confunde-se com os sujeitos que integram 
a estrutura administrativa do Estado. 
(D) O princípio da impessoalidade traduz-se no poder da administração de controlar seus próprios 
atos, podendo anulá-los, caso se verifique alguma irregularidade 
(E) Na Constituição Federal de 1988 (CF), foi adotado um modelo de separação estanque entre os 
poderes, de forma que não se podem atribuir funções materiais típicas de um poder a outro. 
 
07. (UFAL - Auxiliar em Administração – COPEVE-UFAL/2014). O termo Administração Pública, em 
sentido estrito e objetivo, equivale 
(A) às funções típicas dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. 
(B) à noção de governo. 
(C) ao conceito de Estado. 
(D) ao conceito de função administrativa. 
(E) ao Poder Executivo. 
 
08. (CESPE – INSS - Perito Médico Previdenciário – CESPE). Acerca do direito administrativo, julgue 
os itens a seguir. 
Povo, território e governo soberano são elementos do Estado. 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 
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Respostas 
 
01. Resposta: A 
Segundo Celso Antônio Bandeira De Mello, em sua obra: Curso de Direito Administrativo. São Paulo: 
Malheiros Editores, 2010. 
O Estado é uma pessoa jurídica territorial, composta dos elementos povo, território e governo 
soberano. Esses três elementos são indissociáveis e indispensáveis para noção de um Estado 
independente: o povo, em um dado território, organizado segundo sua livre e soberana vontade. 
 
02. Resposta: B 
Segundo Hely Lopes Meireles: 
Governo em sentido formal, é o conjunto de Poderes e órgãos constitucionais; em sentido material, é 
o complexo das funções estatais básicas;em sentido operacional;é a condução política dos negócios 
públicos.Administração Pública- em sentido formal; é o conjuntos de órgãos instituídos para consecução 
dos objetivos do Governo;em sentido materia, é o conjunto das funções necessárias ao serviços públicos 
em geral; em acepção funcional, é o desempenho perene e sistemático, legal técnico, dos serviços 
públicos do Estado ou por ele assumidos em benefícios da coletividade 
 
03. Resposta: Certo 
A Administração Pública Direta refere-se às pessoas políticas, que exercem suas funções por 
intermédio de seus órgãos. Em âmbito federal temos a Presidência da República, Ministérios, Casa Civil, 
entre outros, em âmbito estadual as Governadorias, Secretarias Estaduais, Procuradorias Estaduais, nos 
municípios as Prefeituras, órgãos de assessoramento ao Prefeito, Secretarias Municipais e outros 
diversos. 
 
04. Resposta: C 
O Estado é pessoa jurídica territorial soberana. 
A soberania é o poder supremo. No âmbito interno refere-se à capacidade de autodeterminação e, no 
âmbito externo, é o privilégio de receber tratamento igualitário perante os outros países. 
Um Estado soberano tem como característica, um governo que é o elemento condutor, um povo, que 
representa o componente humano e um território que é o espaço físico que ocupa. 
 
05. Resposta: E 
O Estado, sob o ponto de vista constitucional, é pessoa jurídica territorial soberana; é uma nação 
politicamente organizada, dotada de personalidade jurídica própria, sendo pessoa jurídica de direito 
público que contém seus elementos e três Poderes. 
A organização do Estado é matéria constitucional no que concerne à divisão política do território 
nacional, à estruturação dos Poderes, à forma de Governo, ao modo de investidura dos governantes, aos 
direitos e garantias dos governados. 
 
06. Resposta: C 
De acordo com a definição proposta pela Prof.ª Maria Sylvia Di Pietro: Pode-se definir Administração 
Pública, em sentido subjetivo, como o conjunto de órgãos e de pessoas jurídicas aos quais a lei atribui o 
exercício da função administrativa do Estado. 
 
07. Resposta: D 
A Administração Pública em sentido objetivo (material ou funcional) relaciona-se ao conjunto de 
atividades relacionadas à função administrativa do Estado. São consideradas atividades típicas da 
Administração Pública: o fomento (estímulo à iniciativa privada), a polícia administrativa (atividade de 
restrições aos direitos individuais), o serviço público (atividades destinadas a satisfazer as necessidades 
da coletividade) e a intervenção (regulação e fiscalização estatal sobre as atividades econômicas). 
 
08. Resposta: Certo 
São elementos do Estado: 
O povo que é o conjunto de pessoas submetidas à ordem jurídica estatal, que compreende o nacional 
residente e o que está fora dele. 
 
Território é o elemento material, espacial ou físico do Estado. Compreende a superfície do solo que o 
Estado ocupa, seu mar territorial e o espaço aéreo (navio, aeronaves, embaixadas e consulados “fictos”). 
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Governo é a organização necessária ao exercício do poder político. 
 
Questões sobre Princípios 
 
01. (IF Sul/MG - Assistente em Administração – IFSUL-MG/2016). A divulgação oficial do ato da 
Administração para ciência do público em geral, com efeito de início da atuação externa, ou seja, de gerar 
efeitos jurídicos, corresponde à qual Princípio da Administração Pública, conforme Constituição da 
República Federativa do Brasil de 1988? 
(A) Princípio da Moralidade. 
(B) Princípio da Legalidade. 
(C) Princípio da Publicidade. 
(D) Princípio da Impessoalidade. 
 
02. (TRT/8ª Região (PA e AP) - Analista Judiciário - Área Administrativa – CESPE/2016). A respeito 
dos princípios da administração pública, assinale a opção correta. 
(A) Decorre do princípio da hierarquia uma série de prerrogativas para a administração, aplicando-se 
esse princípio, inclusive, às funções legislativa e judicial. 
(B) Decorre do princípio da continuidade do serviço público a possibilidade de preencher, mediante 
institutos como a delegação e a substituição, as funções públicas temporariamente vagas. 
(C) O princípio do controle ou tutela autoriza a administração a realizar controle dos seus atos, podendo 
anular os ilegais e revogar os inconvenientes ou inoportunos, independentemente de decisão do Poder 
Judiciário. 
(D) Dado o princípio da autotutela, a administração exerce controle sobre pessoa jurídica por ela 
instituída, com o objetivo de garantir a observância de suas finalidades institucionais. 
(E) Em decorrência do princípio da publicidade, a administração pública deve indicar os fundamentos 
de fato e de direito de suas decisões. 
 
03. (TRT/8ª Região (PA e AP) - Técnico Judiciário - Área Administrativa – CESPE/2016). A respeito 
dos princípios da administração pública, assinale a opção correta. 
(A) Em decorrência do princípio da autotutela, apenas o Poder Judiciário pode revogar atos 
administrativos. 
(B) O princípio da indisponibilidade do interesse público e o princípio da supremacia do interesse 
público equivalem-se. 
(C) Estão expressamente previstos na CF o princípio da moralidade e o da eficiência. 
(D) O princípio da legalidade visa garantir a satisfação do interesse público. 
(E) A exigência da transparência dos atos administrativos decorre do princípio da eficiência. 
 
04. (Prefeitura de Sobral – CE - Técnico Legislativo – Área Legislativa - INSTITUTO 
CIDADES/2015). Suponha que um servidor público dotado de um cargo de confiança receba alguns 
presentes de um determinado fornecedor, em agradecimento pela concorrência que o mesmo ganhou 
em uma disputa licitatória. Ao aceitar esse presente, o servidor está infringindo um princípio da 
Administração Pública. Esse princípio é a da: 
(A) Legalidade 
(B) Impessoalidade 
(C) Moralidade 
(D) Publicidade 
 
05. (Câmara Municipal do Rio de Janeiro - Assistente Técnico Legislativo - Inspetor de 
Segurança - Prefeitura do Rio de Janeiro – RJ/2015). O princípio segundo o qual o administrador 
público não deve dispensar os preceitos éticos, que devem estar presentes em sua conduta, é o da: 
(A) publicidade 
(B) legalidade 
(C) impessoalidade 
(D) moralidade 
 
06. (Câmara Municipal de Jaboticabal – SP - Assistente Administrativo Jurídico – 
VUNESP/2015). Entre os princípios constitucionais consagrados à Administração Pública, aquele que é 
específico do Estado de Direito, que o qualifica e que lhe dá a identidade própria, é o da 
(A) impessoalidade. 
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(B) legalidade. 
(C) moralidade. 
(D) publicidade. 
 
07. (TRF - 4ª REGIÃO - Analista Judiciário - Oficial de Justiça Avaliador Federal - FCC/2014) O 
princípio que traduz a ideia de que a Administração tem que tratar a todos os administrados sem 
discriminações, benéficas ou peculiares denomina-se princípio da 
(A) responsabilidade. 
(B) moralidade. 
(C) publicidade. 
(D) supremacia do interesse público. 
(E) impessoalidade. 
 
08. (SEFAZ/RS - Técnico Tributário da Receita Estadual - Prova 2 - FUNDATEC/2014) São 
Princípios da Administração Pública, expressos na Constituição Federal, exceto 
(A) Legalidade 
(B) Probidade 
(C) Impessoalidade. 
(D) Eficiência. 
(E) Publicidade. 
 
09. (DOCAS/RJ - Especialista Portuário - Contratos, Compras e Licitações: Makiyama/2014). São 
princípios constitucionais da Administração Pública: 
(A) Moralidade, contraditório e devido processo legal. 
(B) Legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. 
(C) Legalidade, supremacia do interesse público e proporcionalidade. 
(D) Razoabilidade, motivação, publicidade, probidade e eficiência. 
(E) Proporcionalidade, razoabilidade, motivação e publicidade. 
 
10. (TCE/RS - Auditor Público Externo- FCC/2014) A necessidade de publicação dos atos 
administrativos no Diário Oficial e, em alguns casos, em jornais de grande circulação é forma de 
observância do princípio da: 
(A) legalidade, ainda que essa obrigação não esteja prevista na legislação. 
(B) impessoalidade, na medida em que os atos administrativos são publicados sem identificação da 
autoridade que os emitiu. 
(C) eficiência, posto que a Administração deve fazer tudo o que estiver a seu alcance para promover 
uma boa gestão, ainda que não haja lastro na legislação 
(D) supremacia do interesse público, pois a Administração tem prioridade sobre outras publicações. 
(E) publicidade, na medida em que a Administração deve dar conhecimento de seus atos aos 
administrados. 
 
11. (PC/MG - Investigador de Polícia - FUMARC/2014) O Chefe da Polícia Civil, por razões 
estritamente pessoais, com o objetivo de prejudicar determinado Perito Criminal, determina sua remoção 
ex offício, da Capital para localidade bem distante. Diante da situação apresentada, é CORRETO afirmar 
que o ato administrativo praticado é 
(A) ilícito, porque ofende o princípio da impessoalidade. 
(B) lícito, porque atende o interesse da Administração Policial. 
(C) lícito, porque o servidor policial está sujeito a ser lotado em qualquer Unidade do Estado. 
(D) lícito, porque originário de Autoridade Administrativa competente. 
 
12. (TJ/PA - Auxiliar Judiciário - VUNESP/2014) Não basta ao administrador o cumprimento da 
estrita legalidade; ele deverá respeitar os princípios éticos de razoabilidade e justiça. A afirmação se 
refere ao princípio constitucional da 
(A) publicidade. 
(B) efetividade. 
(C) impessoalidade. 
(D) eficiência. 
(E) moralidade. 
 
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13. (PC/SC - Delegado de Polícia - ACAFE/2014) Correlacione os cinco princípios do serviço público 
com seus requisitos específicos. 
(1) Continuidade 
(2) Eficiência 
(3) Generalidade 
(4) Modicidade 
(5) Cortesia 
 
( ) O princípio que consagra o direito do cidadão, dentro das modalidades estabelecidas, exigir, tanto 
da Administração Pública, quanto dos prestadores delegados, a prestação do serviço público, sem se 
negar a um usuário o que foi concedido a outro, é o da (...). 
( ) Apesar de garantido pela Constituição Federal, em seu art. 37, VII, o direito de greve dos servidores 
públicos só pode ser exercido dentro dos limites definidos em lei, sob pena de ferimento do princípio da 
(...). 
( ) O prestador do serviço público que busca o aperfeiçoamento do serviço, incorporando os melhores 
recursos e técnicas possíveis, de modo que a execução seja mais proveitosa, com o menor dispêndio, 
está agindo consoante com o princípio da (...). 
( ) O princípio que traduz a preocupação da Administração Pública em estabelecer, em sentido mais 
amplo possível, o direito do cidadão de receber, do agente público competente, tratamento digno e que 
respeite os seus direitos como cidadão, é o da (...). 
( ) Se um serviço público for tarifado em valor que impeça o usuário de utilizá-lo, em razão de ausência 
de condições financeiras, excluindo-o do universo de beneficiários, estará ferindo o princípio da (...). 
 
A sequência correta, de cima para baixo, é: 
(A) 5 - 3 - 4 - 2 - 1 
(B) 2 - 5 - 1 - 4 - 3 
(C) 3 - 1 - 2 - 5 - 4 
(D) 1 - 4 - 5 - 3 - 2 
(E) 4 - 2 - 3 - 1 – 5 
 
Respostas 
 
01. Resposta: C 
Constituição Federal 
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do 
Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, 
publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: 
§ 1º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter 
caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou 
imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos. 
 
02. Resposta: B 
Segundo Maria Sylvia Zanella Di Pietro. Direito Administrativo, 2014. pp. 71-72: 
Por esse princípio entende-se que o serviço público, sendo a forma pela qual o Estado desempenha 
funções essenciais ou necessárias à coletividade, não pode parar. Dele decorrem consequências 
importantes: 
Necessidade de institutos como a suplência, a delegação e a substituição para preencher as funções 
públicas temporariamente vagas;” 
 
03. Resposta: C 
Constituição Federal 
Art.37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do 
Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, 
publicidade e eficiência. (LIMPE) 
 
04. Resposta: C 
O princípio da legalidade está intimamente ligado ao princípio da moralidade, pois não basta que o 
agente administrativo obedeça apenas o que diz a lei, não basta a conformação do ato administrativo 
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com a lei, é preciso que o agente, além da legalidade, proceda suas atividades observando a moralidade 
administrativa, que seria, em última análise, um controle moral essencial à Administração Pública. 
 
05. Resposta: D 
Segundo José dos Santos Carvalho Filho, Manual de Direito Administrativo, o princípio da moralidade 
impõe que o administrador público não dispense os preceitos éticos que devem estar presentes em sua 
conduta. Deve não só averiguar os critérios de conveniência, oportunidade e justiça em suas ações, mas 
também distinguir o que é honesto do que é desonesto.” (, 16ª Ed. pág. 20). 
 
06. Resposta: B 
Segundo Alexandre Mazza, Inerente ao Estado de Direito, o princípio da legalidade representa a 
subordinação da Administração Pública à vontade popular. O exercício da função administrativa não pode 
ser pautado pela vontade da Administração ou dos agentes públicos, mas deve obrigatoriamente respeitar 
a vontade da lei. 
 
07. Resposta: E 
O princípio da impessoalidade estabelece que a Administração Pública, através de seus órgãos, não 
poderá, na execução das atividades, estabelecer diferenças ou privilégios, uma vez que deve imperar o 
interesse social e não o interesse particular. 
 
08. Resposta: B 
Pelo disposto no artigo 37, caput, da CF/88, a administração pública direta e indireta de qualquer dos 
Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de 
legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. 
 
09. Resposta: B 
Art. 37, CF A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, 
do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, 
publicidade e eficiência ... 
 
10. Resposta: E 
(A) ERRADA – Segundo o Princípio da Legalidade, ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer 
alguma coisa senão em virtude de lei. Para a Administração o Princípio da Legalidade veda tudo que a 
lei não permite. 
(B) ERRADA – Pela Impessoalidade, o administrador deve atuar de forma impessoal, abstrata, 
genérica. 
(C) ERRADA – Segundo o Princípio da Eficiência, a Administração deve ter a melhor produtividade 
possível, com o máximo de economia e agilidade. 
(D) ERRADA – A supremacia do interesse público, traduz-se na superioridade do interesse público em 
relação ao interesse privado. 
(E) CORRETA – Reproduz o Princípio da publicidade. 
 
11 Resposta: A 
(A) CORRETA - Pelo Princípio da Impessoalidade, o administrador deve atuar de forma impessoal, 
abstrata, genérica. Assim, quando o Chefe da Polícia Civil, determina a remoção de um subordinado por 
razões estritamente pessoais, com o objetivo de prejudicá-lo fere a Impessoalidade. 
(B) ERRADA – Conforme exposto na alternativa “A”. 
(C) ERRADA – Conformeexposto na alternativa “A”. 
(D) ERRADA – Conforme exposto na alternativa “A”. 
 
12. Resposta: E 
(A)ERRADA – Pelo Princípio da Publicidade os atos da Administração devem ser públicos, de modo 
que todas as pessoas têm direito a receber dos seus órgãos informações de interesse particular, coletivo 
ou geral. 
(B) ERRADA – Para muitos autores a efetividade e a eficiência se assemelham. Para outros, a 
efetividade é mais abrangente que a eficácia, aduzindo que a medida deve, além de ter a melhor 
produtividade possível, com o máximo de economia e agilidade, trazer melhorias para a população visada. 
(C) ERRADA – Pela Impessoalidade, o administrador deve atuar de forma impessoal, abstrata, 
genérica. 
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(D) ERRADA – Segundo ele, a Administração deve ter a melhor produtividade possível, com o máximo 
de economia e agilidade. 
(E) CORRETA - É o conceito da Moralidade. 
 
13. Resposta: “C”. 
(1) Continuidade - Apesar de garantido pela Constituição Federal, em seu art. 37, VII, o direito de greve 
dos servidores públicos só pode ser exercido dentro dos limites definidos em lei, sob pena de ferimento 
do princípio da legalidade 
(2) Eficiência - O prestador do serviço público que busca o aperfeiçoamento do serviço, incorporando 
os melhores recursos e técnicas possíveis, de modo que a execução seja mais proveitosa, com o menor 
dispêndio, está agindo consoante com o princípio da Eficiência 
(3) Generalidade - O princípio que consagra o direito do cidadão, dentro das modalidades 
estabelecidas, exigir, tanto da Administração Pública, quanto dos prestadores delegados, a prestação do 
serviço público, sem se negar a um usuário o que foi concedido a outro, é o da Generalidade 
(4) Modicidade - Se um serviço público for tarifado em valor que impeça o usuário de utilizá-lo, em 
razão de ausência de condições financeiras, excluindo-o do universo de beneficiários, estará ferindo o 
princípio da Modicidade 
(5) Cortesia - O princípio que traduz a preocupação da Administração Pública em estabelecer, em 
sentido mais amplo possível, o direito do cidadão de receber, do agente público competente, tratamento 
digno e que respeite os seus direitos como cidadão, é o da Cortesia. 
 
 
 
A Organização Administrativa compõe a parte do Direito Administrativo que estuda os órgãos e 
pessoas jurídicas que a compõem, além da estrutura interna da Administração Pública. 
Em âmbito federal, o assunto vem disposto no Decreto-Lei n. 200/67 que “dispõe sobre a organização 
da Administração Pública Federal e estabelece diretrizes para a Reforma Administrativa”. 
Para que as suas competências constitucionais sejam cumpridas, a Administração utiliza-se de duas 
formas distintas: a descentralização e a desconcentração. 
A análise desses dois institutos é basilar para analisar a organização interna da Administração Pública. 
Administração pública é o conjunto de órgãos, serviços e agentes do Estado que procuram satisfazer 
as necessidades da sociedade, tais como educação, cultura, segurança, saúde, etc. Em outras palavras, 
administração pública é a gestão dos interesses públicos por meio da prestação de serviços públicos, 
sendo dividida em administração direta e indireta. 
 
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DIRETA 
 
A Administração Pública Direta é o conjunto de órgãos públicos vinculados diretamente ao chefe da 
esfera governamental que integram. Não possuem personalidade jurídica própria, patrimônio e autonomia 
administrativa e cujas despesas são realizadas diretamente através do orçamento da referida esfera. 
Assim, ela é responsável pela gestão dos serviços públicos executados pelas pessoas políticas via de 
um conjunto de órgãos que estão integrados na sua estrutura. 
Sua competência abarca os diversos órgãos que compõem a entidade pública por eles responsáveis. 
Exemplos: Ministérios, Secretarias, Departamentos e outros que, como característica inerente da 
Administração Pública Direta, não possuem personalidade jurídica, pois não podem contrair direitos e 
assumir obrigações, haja vista que estes pertencem a pessoa política (União, Estado, Distrito Federal e 
Municípios). 
A Administração direta não possui capacidade postulatória, ou seja, não pode ingressar como autor 
ou réu em relação processual. Exemplo: Servidor público estadual lotado na Secretaria da Fazenda que 
pretende interpor ação judicial pugnando o recebimento de alguma vantagem pecuniária. Ele não irá 
propor a demanda em face da Secretaria, mas sim em desfavor do Estado que é a pessoa política dotada 
de personalidade jurídica para estar no outro polo da lide. 
 
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA INDIRETA 
 
São integrantes da Administração indireta as fundações, as autarquias, as empresas públicas e as 
sociedades de economia mista. 
2 Organização administrativa do Estado. Administração direta e indireta. 
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Essas quatro pessoas são criadas para a prestação de serviços públicos ou para a exploração de 
atividades econômicas, com o objetivo de aumentar o grau de especialidade e eficiência da prestação do 
serviço público. 
O Poder Público só poderá explorar atividade econômica a título de exceção em duas situações 
previstas na CF/88, no seu art. 173: 
- para fazer frente à uma situação de relevante interesse coletivo; 
- para fazer frente à uma situação de segurança nacional. 
O Poder Público não tem a obrigação de gerar lucro quando explora atividade econômica. Quando 
estiver atuando na atividade econômica, entretanto, estará concorrendo em grau de igualdade com os 
particulares, estando sob o regime do art. 170 da CF/88, inclusive quanto à livre concorrência. 
AUTARQUIAS 
 
As autarquias são pessoas jurídicas de direito público criadas para a prestação de serviços públicos, 
contando com capital exclusivamente público, ou seja, as autarquias são regidas integralmente por regras 
de direito público, podendo, tão-somente, serem prestadoras de serviços e contando com capital oriundo 
da Administração Direta (ex.: INCRA, INSS, DNER, Banco Central etc.). 
 
Características 
Temos como principais características das autarquias: 
- Criação por lei: é exigência que vem desde o Decreto-lei nº 6 016/43, repetindo-se no Decreto-lei nº 
200/67 e constando agora do artigo 37, XIX, da Constituição; 
- Personalidade jurídica pública: ela é titular de direitos e obrigações próprios, distintos daqueles 
pertencentes ao ente que a instituiu: sendo pública, submete-se a regime jurídico de direito público, 
quanto à criação, extinção, poderes, prerrogativas, privilégios, sujeições; 
- Capacidade de autoadministração: não tem poder de criar o próprio direito, mas apenas a 
capacidade de se auto administrar a respeito das matérias especificas que lhes foram destinadas pela 
pessoa pública política que lhes deu vida. A outorga de patrimônio próprio é necessária, sem a qual a 
capacidade de autoadministração não existiria. 
Pode-se compreender que ela possui dirigentes e patrimônio próprios. 
- Especialização dos fins ou atividades: coloca a autarquia entre as formas de descentralização 
administrativa por serviços ou funcional, distinguindo-a da descentralização territorial; o princípio da 
especialização impede de exercer atividades diversas daquelas para as quais foram instituídas; e 
- Sujeição a controle ou tutela: é indispensável para que a autarquia não se desvie de seus fins 
institucionais. 
- Liberdade Financeira: As autarquias possuem verbas próprias (surgem como resultado dos serviços 
que presta) e verbas orçamentárias (são aquelas decorrentes do orçamento). Terão liberdade para 
manejar as verbas que recebem como acharem conveniente, dentro dos limites da lei que as criou. 
- Liberdade Administrativa: As autarquias têm liberdade para desenvolveros seus serviços como 
acharem mais conveniente (comprar material, contratar pessoal etc.), dentro dos limites da lei que as 
criou. 
 
Classificação 
Para Carvalho Filho, pode-se apontar três fatores que de fato demarcam diferenças entre as 
autarquias. São eles: 
- o nível federativo: as autarquias podem ser federais, estaduais, distritais e municipais, conforme 
instituídas pela União, Estados, Distrito Federal e pelos Municípios; 
- quanto ao objeto: dentro das atividades típicas do Estado, as que estão pré-ordenadas; e 
- as autarquias podem ter diferentes objetivos: as autarquias assistenciais são aquelas que visam 
a dispensar auxílio a regiões menos desenvolvidas, ou à categorias sociais específicas, para o fim de 
minorar as desigualdades regionais e sociais, conforme artigo 3º, inciso III, da Constituição (ex.: 
SUDENE). 
 
Segundo di Pietro, a classificação pode ser de acordo com vários critérios: 
- tipo de atividade: Econômicas, de crédito e industriais, de previdência e assistência, profissionais 
ou corporativas; 
- capacidade administrativa: geográfica ou territorial e a de serviço ou institucional; 
- estrutura: fundações e corporativas; e 
- âmbito de atuação: federais, estaduais e municipais. 
 
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Quanto ao tipo de atividade elas ainda podem ser distribuídas em 5 grupos de classificação: 
- Econômicas: São destinadas para incentivar a produção e controle de produtos. Como é o exemplo 
do Instituto do Açúcar e do Álcool; 
- De crédito e industriais: Para gestão de recursos financeiros, bem como sua distribuição mediante 
empréstimo. Atualmente foram substituídas por empresas públicas, como é o caso da Caixa Econômica 
Federal; 
- De previdência e assistência: Para atividades de seguridade social. Como é o caso do INSS e o 
IPESP; 
- As profissionais ou corporativas: Para fiscalizar as profissões; 
- As culturais ou de ensino: Universidades federais. 
Patrimônio 
A questão patrimonial diz respeito à caracterização dos bens em públicos e privados. Em 1916, o 
sistema jurídico administrativo sofreu várias mudanças com a criação desse tipo especial de pessoas 
jurídicas - as autarquias - que, mesmo sem integrar a organização política do Estado, a ela está vinculada, 
ostentando personalidade jurídica de direito público. Vários doutrinadores, com intuito de adaptarem-se 
à norma do Código Civil e mais ainda de proteger os bens das pessoas federativas, qualificaram os bens 
públicos como aqueles que integram o patrimônio das pessoas administrativas de direito público. Dessa 
forma, pacificou-se o entendimento de que os bens das autarquias são considerados como bens públicos. 
 
Pessoal 
Com o artigo 39 da Constituição, em sua redação vigente, as pessoas federativas (União, Estados, DF 
e Municípios) ficaram com a obrigação de instituir, no âmbito de sua organização, regime jurídico único 
para todos os servidores da administração direta, das autarquias e das fundações públicas. Segundo 
Carvalho Filho, o art. 39 da CF, foi a maneira que o legislador encontrou de manter planos de carreira 
idênticos para esses setores administrativos, acabando com as antigas diferenças que, como é sabido, 
por anos e anos, provocaram inconformismos e litígios entre os servidores. 
 
Controle Judicial 
As autarquias, por serem dotadas de personalidade jurídica de direito público, podem praticar atos 
administrativos típicos e atos de direito privado (atípicos), sendo este último, controlados pelo judiciário, 
por vias comuns adotadas na legislação processual, tal como ocorre com os atos jurídicos normais 
praticados por particulares. Já os atos administrativos, possuem algumas características especiais, pois 
eles são controlados pelo judiciário tanto por vias comuns, quanto pelas especiais, como é o caso do 
mandado e da ação popular. 
Necessário se faz destacar que os elementos do ato autárquico que resultam de valoração sobre a 
conveniência e oportunidade da conduta, são excluídos de apreciação judicial, assim como os atos 
administrativos em geral que trazem o regular exercício da função administrativa e são privativos dos 
seus agentes administrativos. 
 
Foro dos litígios judiciais 
Os litígios comuns, onde as autarquias federais figuram como autoras, rés, assistentes ou oponentes, 
têm suas causas processadas e julgadas na Justiça Federal, o mesmo foro apropriado para processar e 
julgar mandados de segurança contra agentes autárquicos. 
Quanto às autarquias estaduais e municipais, os processos em que encontramos como partes ou 
intervenientes terão seu curso na Justiça Estadual comum, sendo o juízo indicado pelas disposições da 
lei estadual de divisão e organização judiciárias. 
Nos litígios decorrentes da relação de trabalho, o regime poderá ser estatutário ou trabalhista. Sendo 
estatutário, o litígio será de natureza comum, as eventuais demandas deverão ser processadas e julgadas 
nos juízos fazendários. Porém, se o litígio decorrer de contrato de trabalho firmado entre a autarquia e o 
servidor, a natureza será de litígio trabalhista (sentido estrito), devendo ser resolvido na Justiça do 
Trabalho, seja a autarquia federal, estadual ou municipal. 
 
Responsabilidade civil 
Prevê a Constituição que as pessoas jurídicas de direito público respondem pelos danos que seus 
agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros. 
A regra contida no referido dispositivo, consagra a teoria da responsabilidade objetiva do Estado, 
aquela que independe da investigação sobre a culpa na conduta do agente. 
 
 
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Prerrogativas autárquicas 
As autarquias possuem algumas prerrogativas de direito público, sendo elas: 
- imunidade tributária: previsto no art. 150, § 2 º, da CF, veda a instituição de impostos sobre o 
patrimônio, a renda e os serviços das autarquias, desde que vinculados às suas finalidades essenciais 
ou às que delas decorram. Podemos, assim, dizer que a imunidade para as autarquias tem natureza 
condicionada. 
- impenhorabilidade de seus bens e de suas rendas: não pode ser usado o instrumento coercitivo 
da penhora como garantia do credor. 
- imprescritibilidade de seus bens: caracterizando-se como bens públicos, não podem ser eles 
adquiridos por terceiros através de usucapião. 
- prescrição quinquenal: dívidas e direitos em favor de terceiros contra autarquias prescrevem em 5 
anos. 
- créditos sujeitos à execução fiscal: os créditos autárquicos são inscritos como dívida ativa e podem 
ser cobrados pelo processo especial das execuções fiscais. 
- presunção de legitimidade de seus atos administrativos: 
- principais situações processuais específicas: 
 
As autarquias são consideradas como fazenda pública, razão pela qual, nos processos em que é parte, 
tem prazo em dobro para recorrer (art. 183 do NCPC). Elas estão sujeitas ao duplo grau de jurisdição. A 
defesa de autarquia em execução por quantia certa, fundada em título judicial, se formaliza em outros 
apensos ao processo principal e por meio de embargos do devedor. 
 
Art. 183. A União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e suas respectivas autarquias e 
fundações de direito público gozarão de prazo em dobro para todas as suas manifestações processuais, 
cuja contagem terá início a partir da intimação pessoal. 
§ 1º A intimação pessoal far-se-á por carga, remessa ou meio eletrônico. 
 
Chamamos a atenção com relação aos prazos: 
 
A redação do Código de Processo Civil de 1973, previa prazo em dobro para a Fazenda Pública e o 
Ministério Público se manifestarem e prazo em quádruplo para recorrer. 
 
Com o novo Código de Processo de 2015, esse prazo sofreu modificações, de forma que o Ministério 
Público, à Fazenda Pública e à Defensoria Pública gozam de prazo em dobro para manifestação

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