Prévia do material em texto
Desenho de arquitetura Introdução ao Desenho de Arquitetura Instituto Florence de Ensino Superior Profª. Esp. Isabella Gaspar Sousa O que é desenho técnico? O desenho técnico é um ramo especializado do desenho convencional. É uma forma de expressão gráfica que tem por finalidade a representação de forma, dimensão e posição de objetos de acordo com as diferentes necessidades requeridas pelas diversas modalidades de engenharia e também da arquitetura. Utilizando-se de um conjunto constituído por linhas, números, símbolos e indicações escritas normalizadas internacionalmente, o desenho técnico é definido como linguagem gráfica universal da engenharia e da arquitetura. Tipos de desenho técnico Desenho projetivo – são os desenhos resultantes de projeções do objeto em um ou mais planos de projeção e correspondem às vistas ortográficas e às perspectivas. Os desenhos projetivos compreendem a maior parte dos desenhos feitos nas indústrias, como projetos de máquinas, de móveis, de rodovias, representação de relevos topográficos e projetos de edificação em geral. Desenho não-projetivo – na maioria dos casos corresponde a desenhos resultantes dos cálculos algébricos e compreendem os desenhos de gráficos, diagramas, fluxogramas, etc. Desenho arquitetônico Como foi visto anteriormente, pode-se concluir que o desenho arquitetônico é um tipo de desenho técnico projetivo. Assim podemos dizer que o desenho arquitetônico é, em um sentido estrito, uma especialização do desenho técnico normatizado voltada à execução e a representação de projetos de arquitetura. O desenho arquitetônico é formado pelo conjunto de registros gráficos produzidos por arquitetos ou outros profissionais durante ou não o processo de projeto arquitetônico. Assim como a linguagem verbal escrita exige alfabetização, a execução e a interpretação da linguagem gráfica do desenho técnico exige treinamento específico, porque são utilizadas figuras planas (2d) para representar formas espaciais (3d). Importância do Desenho arquitetônico O desenho arquitetônico destina-se basicamente a: Orientar a execução da obra projetada; Subsidiar a elaboração dos projetos complementares (estrutural, hidro sanitário, elétrico, etc.); Elaboração do planejamento da obra (orçamento, cronograma, compras, contratação de mão de obra, concorrências,etc.); Aprovação do projeto na Prefeitura Municipal e em órgãos competentes. Instrumentos utilizados Lápis e lapiseiras: Recomenda-se uma grafite da série F ou H para traçar rascunhos e traços finos, e uma grafite da série B para traços fortes. Para lapiseiras, recomenda-se usar grafites de diâmetro 0,5 ou 0,3 mm. Instrumentos utilizados Borracha: Utilizada para apagar os traçados ou caligrafia indesejáveis. A borracha deve ser do tipo macio e utilizada o mínimo possível. Instrumentos utilizados Esquadros: São usados em pares, um de 45° e outro de 30°/60°. A combinação de ambos permite obter vários ângulos comuns nos desenhos, bem como traçar retas paralelas e perpendiculares. Instrumentos utilizados Compasso: Usado para traçar circunferências e para transportar medidas. O compasso tradicional possui uma ponta seca e uma ponta com grafite, com alguns modelos com cabeças intercambiáveis para canetas de nanquim. Em um compasso ideal, suas pontas se tocam quando se fecha o compasso, caso contrário o instrumento está descalibrado. PONTA-SECA GRAFITE Instrumentos utilizados Escalímetro: Conjunto de réguas com várias escalas, utilizada para representar objetos em uma escala maior ou menor, conservando a proporção entre a representação do objeto e o seu tamanho real. Seu uso diminuiu o uso de cálculos para converter medidas, reduzindo o tempo de execução do projeto. O tipo de escalímetro mais usado é o triangular, com escalas típicas de arquitetura: 1:20, 1:25, 1:50, 1:75, 1:100, 1:125. A escala 1:100 corresponde a 1 m = 1 cm, e pode ser usado como uma régua comum (1:1). Instrumentos utilizados Papel: é um dos componentes básicos do material de desenho. Ele tem formato básico, padronizado pela ABNT. Esse formato é o AO do qual derivam outro formatos. O formato A0 tem área de 1m2 e seus lados medem 841mm x 1.189 mm. Deste formato básico derivam os demais formatos. Para desenhos de arquitetura é aconselhado papel do tipo vegetal. Para esboços ou estudos preliminares podemos utilizar o papel manteiga. Instrumentos utilizados Régua Paralela e Régua T: Destinada ao traçado de linhas horizontais paralelas entre si no sentido do comprimento da prancheta, e a servir de base para o apoio dos esquadros para traçar linhas verticais ou com determinadas inclinações. A régua paralela, de certo modo, substituiu a régua “T”, que era utilizada com a mesma função. RÉGUA PARALELA RÉGUA t Instrumentos utilizados Gabaritos: é utilizado para auxiliar no desenho de formas geométricas previamente definidas, como as utilizadas em simbologias de instalações sanitárias e elétricas. Instrumentos utilizados Transferidor: mede e transfere ângulos durante uma construção geométrica. Deve-se observar se a graduação é bem legível. Instrumentos utilizados Prancheta: Geralmente de madeira, em formato retangular, onde se fixam os papéis para os desenhos. É importante que a prancheta possibilite ao aluno uma correta postura ergonômica. Deve ser revestida com material liso, como fórmica ou vinil que fornece uma superfície suave e uniforme Instrumentos utilizados Computador: o usos de ferramentas de CAD (Computed Aided Design – desenho auxiliado por computador) vêm tornando obsoleto o uso de pranchetas de desenhos nas empresas. Um dos programas mais conhecidos é o AutoCAD, criado pela empresa Autodesk, bastante difundido no mercado Desenho de arquitetura Desenhos componentes do Projeto de Arquitetura Instituto Florence de Ensino Superior Profª. Esp. Isabella Gaspar Sousa o projeto de arquitetura O projeto de arquitetura é o processo pelo qual uma obra de arquitetura é concebida e também a sua representação final. Ele é desenvolvido em várias fases. Essas fases são: Estudo Preliminar: é o primeiro esboço do projeto realizado. Nesse desenho é feita a primeira avaliação pelo cliente. Anteprojeto: após a aceitação do estudo pelo cliente e a definição do projeto, são realizados projetos complementares. Nessa fase são realizadas mudanças e melhorias apontadas no estudo preliminar. Projeto de Execução: onde são feitos os ajustes necessários entre os diferentes projetos envolvidos na construção e definidos todos os detalhes necessários para a obra. Projeto como Construído: após o término da construção são anotadas todas as mudanças realizadas no projeto durante sua execução (as built). Desenhos componentes do projeto de arquitetura Na representação dos projetos de arquitetura são utilizados os seguintes desenhos: Planta(s) baixa(s) Cortes Fachadas Planta de Localização Planta de Cobertura Planta de Situação Desenhos de Detalhes Perspectivas Planta baixa A planta baixa é o desenho obtido pela interseção de um plano horizontal de corte a uma altura de 1.50m do piso. A parte superior é retirada e representa-se então a vista da parte inferior que recebe o nome de Planta de Edificação ou Planta Baixa. Através da planta baixa, podemos visualizar os ambientes que compõem o projeto. Imagine que fosse possível, tirar o telhado deuma casa e visualizá-la de cima, e você terá uma planta baixa. Planta baixa Planta baixa cortes Os cortes são desenhos obtidos de forma semelhante à da plantabaixa, mas aqui o plano de corte passa a ser vertical e pode ser localizado em qualquer posição, de modo a representar os detalhes interiores importantes para a perfeita definição do prédio, em elevação. A quantidade de cortes utilizada em um projeto varia de acordo com a complexidade da construção, embora usualmente sejam realizados no mínimo dois. Os cortes são complementares à planta baixa, e possuem informações relativas às alturas doelementos construtivos. cortes cortes cortes Para melhor compreensão do corte sempre devemos indicá-lo na planta baixa. Deve-se escolher e indicar uma direção para cada plano de corte fachadas As fachadas são elementos gráficos de um desenho arquitetônico constituídos por vistas externas da edificação,elaborados com a finalidade específica de antecipar a visualização externa desta edificação . fachadas Planta de situação A planta de situação é um desenho esquemático obtido através de uma vista superior do lote em que se localiza a construção. Esse desenho abrange toda a zona que envolve o terreno onde será edificada a construção, e que tem como finalidades básicas identificar: o formato, as dimensões e a localização do lote ou da fração de terra. Planta de localização A planta de localização é uma vista superior esquemática que representa o terreno e seu interior, e que tem por finalidade identificar o formato, as dimensões e localização da construção dentro do terreno. Planta de localização A planta de cobertura de uma edificação é uma desenho de uma vista superior da edificação que tem como finalidade apresentar os elementos da cobertura (tipo de telha, caimento) ou a ela relacionados. Planta de localização e cobertura As informações sobre a cobertura e a localização da edificação, comumente podem aparecer em uma única planta, denominada Planta de Localização e Cobertura ou Implantação e Cobertura. Junto ou em planta separada, podem também ser representados os tratamentos dados aos espaços externos à edificação (ou áreas descobertas do lote), como os caminhos, canteiros, áreas de piscina, etc. Planta de localização e cobertura detalhes Os detalhes são representações, em uma escala maior em relação aos cortes e as plantas baixas, de partes ou elementos da edificação que por sua importância ou complexidade necessitam de um desenho que os represente de forma mais completa. DETALHE DE UMA LAREIRA perspectivas A perspectiva mostra os objetos em sua tridimensionalidade através de sua representação sobre um plano. O tipo de perspectiva muda conforme o sistema de projeção utilizado e direção dos raios projetantes. Em arquitetura as perspectivas mais utilizadas são as axonomométricas ou paralelas e as cônicas. A axonometria ou perspectiva paralela é uma projeção que pressupõe o observador no infinito e, em conseqüência, utiliza raios projetantes paralelos. Na axonometria ortogonal, os raios são normais, ou seja, perpendiculares ao quadro; na axonometria oblíqua, ou perspectiva cavaleira, os raios são oblíquos ao quadro Quando o observador está a uma distância finita do objeto, os raios visuais ou raios projetantes são concorrentes, formando um cone. É a chamada perspectiva central ou cônica, que possui a grande vantagem de representar os objetos de forma semelhante ao modo como o observador os vê, sem significativas deformações perspectivas perspectivas Bibliografia indicada ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6492/94: Representação de projetos de arquitetura. Rio de Janeiro, 1994. BORNANCINI, J. C. M. Desenho Técnico Básico. 3ºEdição. Ed. Sulina.1981 FERREIRA, Patrícia. Desenho de Arquitetura. 1º edição. Rio de Janeiro: Ao Livro Técnico, 2001. MONTENEGRO, Gildo. A perspectiva dos profissionais. 2º edição. São Paulo: Edgard Blücher, 2010. MONTENEGRO, Gildo. Desenho Arquitetônico. 4º edição. São Paulo: Edgard Blücher, 2001. OBERG, L. Desenho Arquitetônico. 22º edição. Rio de Janeiro: Ao Livro Técnico, 1979. SPECK, H. J.; PEIXOTO, V. V. Manual básico de Desenho Técnico. 2º Ed. Florianópolis: Ed. da UFSC, 2001