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direito tributario para fgv volume 4

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Rodada #5 
Direito Tributário 
 
Professor Ricardo Wermelinger 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Assuntos da Rodada 
Conceito e Classificação dos Tributos. Competência Tributária. Limitações 
Constitucionais ao Poder de Tributar. Princípios Constitucionais Tributários. 
Imunidades. Obrigação Tributária Principal e Acessória. Fato Gerador da 
Obrigação Tributária. Sujeição Ativa e Passiva. Solidariedade. 
Capacidade Tributária. Domicílio Tributário. Responsabilidade 
Tributária. Conceito. Responsabilidade dos Sucessores. 
Responsabilidade de Terceiros. Responsabilidade por Infrações. Crédito 
Tributário. Conceito. Constituição do Crédito Tributário. Lançamento. 
Modalidades de Lançamento. Hipóteses de alteração do lançamento. Suspensão 
da Exigibilidade do Crédito Tributário. Modalidades. Extinção do Crédito 
Tributário. Modalidades. Pagamento Indevido. Exclusão do Crédito Tributário. 
Modalidades. Garantias e Privilégios do Crédito Tributário. Tributos de 
Competência da União. Tributos de Competência dos Estados. Tributos de 
Competência dos Municípios. Simples Nacional. Administração Tributária. 
Fiscalização. Dívida Ativa. Certidões Negativas. Legislação Tributária. 
Constituição. Emendas à Constituição. Leis Complementares. Leis Ordinárias. 
Leis Delegadas.Medidas Provisórias. Tratados Internacionais. Decretos. 
Resoluções. Decretos Legislativos Convênios Normas Complementares. Código 
Tributário Nacional – CTN. Vigência da Legislação Tributária. Aplicação da 
Legislação Tributária. Interpretação e Integração da Legislação Tributária. 
 
 
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a. Teoria em Tópicos 
 
1 OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA 
1. A obrigação tributária é aquilo que os administrados devem fazer em razão 
da legislação tributária. Reparem que falei em administrados, não 
contribuintes, pois pode acontecer de determinada pessoa, não sendo 
contribuinte, ter obrigação de resolver alguma burocracia para o fisco. E é aí 
que pegamos o gancho para diferenciar obrigação principal de obrigação 
acessória. 
Obrigação principal é pecuniária. 
Obrigação acessória é de fazer ou não fazer. 
2. Reparem que, por esse conceito, as multas entram na categoria de 
obrigação principal. E é isso mesmo. Vejam o CTN: 
CTN 113 § 3º A obrigação acessória, pelo simples fato da sua 
inobservância, converte-se em obrigação principal relativamente à 
penalidade pecuniária. 
3. O que o Código quis dizer é que o descumprimento de alguma obrigação 
acessória leva à aplicação de multa ao infrator. Essa multa é considerada 
obrigação principal, sendo cobrada junto com o tributo devido, se houver. 
4. Quanto às obrigações acessórias, elas são impostas “no interesse da 
arrecadação ou da fiscalização dos tributos”, conforme o CTN. São as 
obrigações de prestar informações, emitir notas fiscais, registrar 
contabilidade, recolher tributo na fonte. 
5. Recolher tributo na fonte, bom exemplo: o contribuinte do imposto de renda 
é o trabalhador, porém, seu patrão precisa descontar do salário a parte do 
 
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imposto, e repassar diretamente para a Receita. É um caso de obrigação 
acessória imposta a alguém que não o contribuinte. 
6. As obrigações acessórias, apesar do nome, possuem independência das 
obrigações principais. Os contribuintes isentos ou imunes a certo tributo, 
por exemplo, podem ser obrigados a cumprir obrigações acessórias. Em 
outras palavras: a existência de imunidade ou isenção, por si só, não 
exonera o particular do cumprimento das obrigações acessórias. 
7. Especificamente no caso do IR, a Receita libera os isentos de apresentarem 
declaração, porém, essa não é a regra. Empresa produtora de livros precisa 
emitir a nota fiscal do ICMS normalmente, ainda que esses livros sejam 
imunes ao imposto. 
8. Por fim: a obrigação principal é o primeiro estágio do tributo, ela surge 
com a ocorrência do fato gerador. Já veremos isso em detalhes, porém, 
saibam desde logo – ainda que não se possa quantificar o tributo certinho, 
uma vez que ocorra o fato gerador, automaticamente surge a obrigação 
principal. 
9. Também se fala em fato gerador da obrigação acessória. Calma, vai ficar 
mais claro. 
 
2 FATO GERADOR 
10. Fato gerador é uma expressão usada com dois significados distintos. Na 
doutrina se separa, porém, não contem com o mesmo bom senso por parte 
das bancas. O fato gerador pode ser aquele previsto na lei, abstrato. Por 
exemplo: auferir renda. Esse, na doutrina, é chamado normalmente de 
hipótese de incidência. O fato gerador pode ser, também, o fato 
efetivamente ocorrido no mundo real, que provoca o surgimento da 
obrigação tributária. Aqui se usa fato gerador mesmo, ou fato imponível, ou, 
ainda, fato jurídico tributário. 
 
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11. Como as bancas usam a expressão “fato gerador” indiscriminadamente, 
eu gosto de manter seu uso. Assim sendo, para que vocês se acostumem 
com o termo, mas consigam saber se estou falando da previsão legal ou da 
situação ocorrida, prefiro usar fato gerador abstrato e fato gerador concreto. 
12. Porém, se preparem: na prova podem cair quaisquer dos nomes acima, 
ou ainda algum sinônimo. Ao pegar uma questão de fato gerador, a primeira 
coisa é descobrir de que tipo de fato gerador se está falando. 
13. Esse mesmo problema acontece no direito administrativo, ao se estudar o 
motivo do ato administrativo. Temos o motivo de direito e o motivo de fato. 
Lembram disso? Pra fixar: 
Auferir renda – fato gerador abstrato. 
Recebi meu salário de fevereiro no valor de R$ 3.000 – fato gerador 
concreto. 
A propriedade de imóvel urbano – fato gerador abstrato. 
Sou dono do apartamento na Rua Paulo César 194/301 – fato gerador 
concreto. 
2.1 ELEMENTOS, CONCEITO E MOMENTO DA OCORRÊNCIA 
14. Temos aqui um tema que não cai tanto, mas que às vezes é usado como 
pressuposto para o entendimento de outro ponto: os elementos, ou 
aspectos, do fato gerador abstrato. Ao falar especificamente desse ponto, as 
bancas costumam usar as expressões hipótese de incidência ou norma legal 
tributária. O que precisamos saber mesmo é que o fato gerador abstrato, ou 
hipótese de incidência, é composto por 5 elementos, sendo que 3 estão no 
antecedente, e 2 estão no consequente. 
15. Hein? É assim: 
 
 
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Se 
Aspecto material: o objeto da previsão legal. 
Aspecto espacial: onde ocorre o fato. 
Aspecto temporal: quando ocorre o fato 
Então 
Aspecto pessoal: quem responde pelo tributo 
Aspecto quantitativo: quanto tem que pagar (base de cálculo x alíquota) 
16. Se a renda é auferida (material) no Brasil ou no exterior, desde que por 
residente no Brasil (aspecto espacial), a qualquer momento (aspecto 
temporal). Então a pessoa que auferiu a renda (aspecto pessoal) deve pagar 
X reais (aspecto quantitativo).17. O aspecto temporal ganha mais relevância no IPTU e IPVA, pois nesses 
impostos de considera uma data específica para ocorrência do fato gerador 
concreto. Já o aspecto espacial faz mais sentido nos tributos estaduais ou 
municipais, pois define a qual estado/município se deve pagar. E o que eu 
faço com isso? É legal ter esses conceitos pra se vier uma pergunta do tipo 
“o aspecto material do IPTU foi definido em decreto” vocês saberem que está 
errado, pois todos os elementos da hipótese de incidência devem 
estar previstos na lei. Esses elementos, ou aspectos, não podem estar na 
normatização infralegal – precisam constar na lei. São inerentes à instituição 
do tributo. 
18. Outra coisa, aqui, uma exceção: Em relação aos IMPOSTOS previstos 
na Constituição, a própria CF determina que os fatos geradores, bases de 
cálculo e contribuintes devem ser fixados em LEI COMPLEMENTAR. 
19. Isso é considerado, pela Constituição, como norma geral tributária. Não é 
a lei de instituição do tributo, que pode ser ordinária. De importante 
atualmente temos o CTN, e as LCs 87 (ICMS) e 116 (ISS). 
 
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20. Agora temos alguns artigos do CTN que costumam ser cobrados 
literalmente: 
CTN 114 Fato gerador da obrigação principal é a situação definida 
em lei como necessária e suficiente à sua ocorrência. 
21. Necessária e suficiente. Decorem. Tatuem. Impressionante como 
gostam de cobrar isso. 
22. A definição de fato gerador abstrato da obrigação acessória: 
CTN 115 Fato gerador da obrigação acessória é qualquer situação 
que, na forma da legislação aplicável, impõe a prática ou a abstenção 
de ato que não configure obrigação principal. 
23. Prática ou abstenção de ato = obrigação de fazer ou não fazer. O Código 
nem precisava ter colocado esse final “que não configure obrigação 
principal”, pois as obrigações principais são sempre se dar, mas, enfim, é o 
que está escrito. 
24. Quanto ao momento em que se considera ocorrido o fato gerador 
concreto, temos: 
CTN 116 Salvo disposição de lei em contrário, considera-se ocorrido 
o fato gerador e existentes os seus efeitos: 
I - tratando-se de situação de fato, desde o momento em que o se 
verifiquem as circunstâncias materiais necessárias a que produza os 
efeitos que normalmente lhe são próprios; 
II - tratando-se de situação jurídica, desde o momento em que 
esteja definitivamente constituída, nos termos de direito aplicável. 
25. Aqui o que o CTN buscou foi o seguinte: se for uma situação de fato, no 
momento em que ela ocorre efetivamente. Se é a entrada da mercadoria no 
estabelecimento, a “circunstância material necessária” é a mercadoria passar 
 
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da porta pra dentro. Se o caminhão estiver parado na porta, esperando 
abrir, e a mercadoria for roubada, não aconteceu o fato gerador. 
26. Se for situação jurídica, aí temos que usar a regulamentação própria 
dessa situação. Se o tributo é cobrado pela transmissão de imóveis (uma 
situação jurídica), em que momento a lei civil determina que esse negócio foi 
concretizado? Na hora em que comprador e vendedor apertam as mãos? 
Quando assinam um contrato? Ou quando registram a venda no Registro 
Geral de Imóveis? 
27. Se criarem um imposto sobre casamentos, quando ocorre o fato gerador 
concreto? Quando a noiva diz sim ao pedido? Quando os noivos falam “sim” 
praquele monte de perguntas que o padre faz? Quando o padre fala “e os 
declaro marido e mulher?” Ou quando assinam o documento? No momento 
em que a lei civil fala que vale, aí se considera ocorrido o fato gerador. 
28. Agora temos um ponto que também cai demais, os negócios jurídicos 
firmados com condições. 
29. Condição suspensiva é quando o negócio não acontece enquanto não 
ocorrer a condição. Por exemplo: um amigo promete pra outro, e coloca no 
papel: “se a Dilma sofrer impeachment, eu te dou meu carro”. 
30. Condição resolutória, ou resolutiva, é o contrário: o negócio acontece, 
mas se acontecer alguma coisa, ele é desfeito. Seguindo o exemplo acima: 
depois de a Dilma cair, se em 2018 o Lula for eleito, quero meu carro de 
volta. Ou seja, a doação está feita, porém, uma condição pode desfazê-la. 
31. Vamos a exemplos menos polêmicos, mais próximos da realidade: 
32. Condição suspensiva: O sujeito mora com o pai, e está louco pra se 
mudar de cidade, mas o pai não topa. Aparece alguém querendo comprar o 
apartamento deles. Eles firmam um contrato “no dia da morte do meu pai, 
esse apartamento será vendido ao fulano”. 
 
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33. Condição resolutória: o sujeito é dono de um apartamento no Rio, onde 
mora. Ele é aprovado em um concurso para SP, mas está esperando o 
resultado da prova de Auditor Fiscal do RJ também, em que acha que tem 
poucas chances de passar, e que deve demorar muito, pois o concurso foi 
suspenso pela Justiça. Ele, então, se muda para SP, vende seu apartamento 
no RJ, mas coloca, no contrato de venda, a seguinte condição resolutória “se 
eu for nomeado no concurso para Auditor Fiscal do RJ, essa venda é 
cancelada”. 
34. Sacaram a diferença? 
35. Bem, para o direito tributário, como são tratadas essas situações: No caso 
de condição suspensiva, o fato gerador só acontece quando a condição 
acontecer. Enquanto o pai do sujeito não morrer, não ocorreu a venda do 
imóvel, então não há base para se tributar. 
36. Já na condição resolutória, o fato gerador ocorre quando o negócio é feito. 
Se a condição vier a ocorrer, e o negócio for desfeito, azar – o tributo é 
devido no primeiro momento. Se cancelarem a venda do ap no RJ porque o 
cara passou no concurso, o imposto de transmissão pago não será devolvido, 
e se por acaso ainda não o tiverem pago, terão que pagar assim mesmo. 
Ainda que entre o registro da venda no RGI e a publicação da nomeação do 
rapaz tenha se passado 1 minuto apenas, o tributo é devido – o fato gerador 
concreto já ocorreu. 
37. Como se cobra muito o texto do código, vou transcrevê-lo: 
CTN 117. Para os efeitos do inciso II do artigo anterior e salvo 
disposição de lei em contrário, os atos ou negócios jurídicos 
condicionais reputam-se perfeitos e acabados: 
I - sendo suspensiva a condição, desde o momento de seu 
implemento; 
 
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II - sendo resolutória a condição, desde o momento da prática do 
ato ou da celebração do negócio. 
38. Aqui temos que ter atenção com uma coisa: SALVO DISPOSIÇÃO DE LEI 
EM CONTRÁRIO! Alguma lei, normalmente a de criação do tributo, pode 
dispor diferentemente. Costuma cair na prova a transcrição desses artigos 
116 e 117, com a omissão do texto “salvo disposição de lei em contrário”. 
Se vier assim, está ERRADO. 
39. Existe um parágrafo do artigo 116 que é chamado de cláusula geral 
antielisão: 
Parágrafo único. A autoridade administrativa poderá desconsiderar 
atos ou negócios jurídicos praticados com a finalidade de dissimular 
a ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza dos elementos 
constitutivos da obrigação tributária, observados os procedimentos 
a serem estabelecidos em lei ordinária. 
40. Elisão seria a tentativa de usar meios legais para pagar menos tributo. 
41. Digamos que um grupo de empresários é dono de uma refinaria de um 
canavial, uma refinaria de álcool combustível e de uma fábrica de açúcar. 
Esses três bens podem estar no nome de uma mesma pessoa jurídica, como 
também podem ser três pessoas jurídicas distintas, ou duas, em qualquer 
combinação. A forma de constituir essas pessoas jurídicas implicará em 
maior ou menor tributação. Após estudarem as leis tributárias, os 
empresários percebem que tendo ocanavial como pessoa jurídica única, e a 
refinaria e fábrica de açúcar agrupados em uma segunda pessoa jurídica 
seria a forma de se pagar menos tributos na produção. Constituir as 
empresas dessa maneira seria uma forma de elisão. 
42. Percebam que não há nada de irregular nisso. Porém, existem situações 
que parecem elisão, mas na verdade são meras simulações para sonegar 
tributo. Existe um exemplo muito clássico: Quando uma sociedade se 
 
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dissolve, a transmissão dos seus bens imóveis para os sócios não é tributada 
pelo ITBI. João e Maria, então, criam uma empresa: João entra com o 
capital, Maria entra com um imóvel. Nunca produziram nada. Seis meses 
depois, dissolvem a empresa, João ficando com o imóvel, Maria com o 
capital. Isso foi uma tentativa de sonegar o ITBI. Em nenhum momento 
quiseram produzir algo em uma empresa de verdade. Só a criaram para 
transferir o imóvel. 
43. Nesses casos, o Estado pode desconsiderar a criação da empresa e 
entender o ocorrido como mera venda de imóvel, por valor correspondente 
ao capital que João aportou no negócio. 
44. O CTN fala em “procedimentos a serem estabelecidos em lei 
ordinária”. Essa lei ainda não foi editada (houve tentativa via medida 
provisória, mas tal MP não foi convertida em lei). Assim sendo, a aplicação é 
restrita aos casos de simulação e fraude que já se encontram 
disciplinados no código civil e outras leis que porventura se encaixem em 
uma operação qualquer. 
45. Se alguma lei sobre o sistema financeiro falar sobre simulação no 
mercado de bolsa de valores, pode a Fazenda cobrar IOF da operação 
desconsiderando tal simulação, sacaram? Entende-se que essa lei aí exerce o 
papel da lei ordinária citada pelo CTN. 
46. O outro ponto a falar cai bastante nas provas, e vem revertido de um 
nome em latim. Princípio da pecunia non olet (o dinheiro não cheira). 
47. Sua origem é em Roma, quando se cobrava pelo uso das latrinas. 
Questionado sobre cobrança tão absurda, o imperador responde “o dinheiro 
não cheira”. Moral da história: no direito tributário, não interessa a origem 
da operação. A aplicação prática é a seguinte: se uma operação ilegal se 
encaixa ao fato gerador abstrato, considera-se ocorrido o fato gerador 
concreto, e deve-se cobrar tributo. Teoricamente, o traficante deveria pagar 
imposto de renda pela venda de drogas. O matador de aluguel também, 
 
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sendo que quem contrata seus serviços deveria reter a parcela do IR na 
fonte. 
48. Reparem que não se está tributando um fato ilícito. Conforme a definição 
de tributo do artigo 3º do CTN, ele não pode ser sanção de ilícito. O que se 
tributa é a aquisição de renda. Se essa aquisição específica foi ilegal, azar, 
mas “adquirir renda” não é crime. Seria diferente se a TIPI previsse como 
produto industrializado a maconha prensada, com alíquota de x%. Aí 
estaríamos tributando um produto cujo mero porte é ilegal, e cuja 
comercialização é crime grave. Ao adquirir renda, a pessoa recebe dinheiro, 
papel moeda, algo lícito. É a outra ponta da operação que é ilegal, a droga 
que foi vendida, por isso que o IR pode incidir. Já no caso do IPI, o produto 
ilegal está no núcleo da operação, aí não pode. 
49. Temos mais um exemplo, esse trazido pela jurisprudência. Os Tribunais 
entendem que no imposto de importação, o elemento essencial é a 
importação regular dos produtos. Então, caso o comerciante seja flagrado 
trazendo um monte de pendrive na cueca, vindo do Paraguai, não terá que 
pagar imposto de importação. O exemplo que foi julgado era de II, mas 
imagino que o mesmo valha para imposto de exportação. Parece-me o 
mesmo raciocínio do IPI sobre a maconha. 
50. Claro que os exemplos do traficante são absurdos, mas pensando em algo 
mais concreto: 
51. Numa loja de eletrônicos temos misturados produtos originais e piratas, 
alguns importados legalmente, outros contrabandeados. Os tributos sobre 
renda e faturamento devem ser cobrados sobre todas as vendas da loja. 
Outro: um advogado teve sua inscrição na OAB cassada por ter cometido 
uma irregularidade, mas continua atuando no mercado: deveria pagar 
imposto de renda e ISS normalmente. Beleza? Esse ponto sempre dá 
polêmica no fórum, to só esperando... 
 
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52. Apesar de não termos uma redação muito clara, esse princípio está no 
CTN aqui: 
CTN 118 A definição legal do fato gerador é interpretada abstraindo-
se: 
I - da validade jurídica dos atos efetivamente praticados pelos 
contribuintes, responsáveis, ou terceiros, bem como da natureza do seu 
objeto ou dos seus efeitos; 
II - dos efeitos dos fatos efetivamente ocorridos. 
53. Abstraindo-se = desconsiderando-se. 
54. Toda hora vejo questões que cobram a redação do artigo 118, trocando 
“abstraindo-se” por “considerando-se”. Ou seja, trazendo o oposto do 
significado original. Fiquem de olho. 
 
3. SUJEITO PASSIVO 
55. O sujeito passivo da obrigação principal é a pessoa obrigada ao 
pagamento. Pode ser, nos termos do CTN: 
I - contribuinte, quando tenha relação pessoal e direta com a 
situação que constitua o respectivo fato gerador; 
II - responsável, quando, sem revestir a condição de contribuinte, 
sua obrigação decorra de disposição expressa de lei. 
56. O natural é o contribuinte ter que pagar. Existem casos, entretanto, em 
que uma outra pessoa, que tem relação indireta com o tributo, é obrigada ao 
seu pagamento. Já veremos isso: o responsável. 
57. Agora um dispositivo importante: 
 
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CTN 123 Salvo disposições de lei em contrário, as convenções 
particulares, relativas à responsabilidade pelo pagamento de tributos, 
não podem ser opostas à Fazenda Pública, para modificar a definição 
legal do sujeito passivo das obrigações tributárias correspondentes 
58. Já viram na imprensa que a Casa e Video e a Leader Magazine foram 
vendidas por R$1? Isso é porque elas tinham muitas dívidas, então na 
verdade foram vendidas pelo valor dessas dívidas – o comprador terá que 
pagá-las. 
59. Em relação aos tributos, entretanto, se a lei determina que o antigo dono 
ainda deve responder por eles caso o novo não os pague, não interessa o 
que está no contrato de venda das empresas. Lá certamente estará escrito 
que o antigo dono recebe “plena e total quitação” de todas as suas dívidas, 
mas para o governo isso não faz diferença, vale o que está na lei. Mais uma 
vez, ao estudarmos responsabilidade, isso ficará mais claro. 
60. Vamos falar agora de responsabilidade solidária e subsidiária. Sabem a 
diferença? 
61. Na responsabilidade solidária, não existe “benefício de ordem”. Em 
outras palavras, não há ordem entre os devedores, o credor pode escolher 
cobrar de quem quiser primeiro. Normalmente vai atrás do mais rico, rsrs. 
62. Já na responsabilidade subsidiária, o responsável apenas é chamado a 
pagar se ficar comprovado que o credor não tem meios de fazê-lo. Ou seja, 
primeiro se rastreia todos os bens do devedor, para só então cobrar do 
responsável. Há, portanto, uma ordem – o responsável pode invocar o 
benefício de ordem para não pagar enquanto não esgotados os meios de 
cobrança do devedor principal. 
63. O CTN trata da solidariedade nos seguintes termos: além da pessoas 
consideradas solidárias por força de lei, são solidários aqueles que possuem 
interesse comum na coisa objeto do tributo. 
 
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64. Assim, se duas ou mais pessoas são coproprietárias de um imóvel (como 
um casal), são responsáveis solidárias pelo pagamento do IPTU. 
65. Se por acaso um dos responsáveissolidários ganhar uma isenção ou 
perdão do tributo, isso aproveita aos demais, a não ser que tenha caráter 
pessoal. Nesse caso, os outros continuam respondendo pelo saldo. Por 
exemplo: se o governo lança um programa de perdão dos IPTUs atrasados, 
desde que o devedor vá à prefeitura e preencha um formulário, se um dos 
responsáveis for, esse perdão aproveitará aos demais. Porém, se a 
prefeitura determinar que não precisa mais pagar IPTU quem for deficiente 
físico, e um dos responsáveis for, essa isenção é apenas da parcela dele, 
com os demais tendo que responder proporcionalmente pelo que sobrar. 
66. Além disso, tudo que um paga aproveita aos demais (claro, pois o saldo 
devedor é um só para todos), e a interrupção de prescrição que ocorra em 
relação a um, pelo motivo que for, também aproveita aos demais. 
67. Capacidade Tributária. Molezinha. Parece o princípio do non olet. 
68. Basicamente, qualquer um tem capacidade tributária passiva: 
crianças, doentes mentais, interditados, sociedades irregulares. Ocorrido o 
fato gerador concreto, quem nele incorreu vira contribuinte. Ponto. Vejam o 
CTN: 
CTN 126 A capacidade tributária passiva independe: 
I - da capacidade civil das pessoas naturais; 
II - de achar-se a pessoa natural sujeita a medidas que importem 
privação ou limitação do exercício de atividades civis, comerciais ou 
profissionais, ou da administração direta de seus bens ou negócios; 
III - de estar a pessoa jurídica regularmente constituída, bastando que 
configure uma unidade econômica ou profissional. 
 
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69. Existe responsabilidade tributária solidária dos pais em relação aos filhos 
menores, tutores por seus tutelados e curadores pelos curatelados (não vai 
falar “curados”, hein). Já veremos isso. 
70. Já em relação ao domicílio tributário, o que se cobra, basicamente, é a 
letra do Código: 
CTN 127 Na falta de eleição, pelo contribuinte ou responsável, de 
domicílio tributário, na forma da legislação aplicável, considera-se como 
tal: 
I - quanto às pessoas naturais, a sua residência habitual, ou, sendo esta 
incerta ou desconhecida, o centro habitual de sua atividade; 
II - quanto às pessoas jurídicas de direito privado ou às firmas 
individuais, o lugar da sua sede, ou, em relação aos atos ou fatos que 
derem origem à obrigação, o de cada estabelecimento; 
III - quanto às pessoas jurídicas de direito público, qualquer de suas 
repartições no território da entidade tributante. 
§ 1º Quando não couber a aplicação das regras fixadas em qualquer dos 
incisos deste artigo, considerar-se-á como domicílio tributário do 
contribuinte ou responsável o lugar da situação dos bens ou da ocorrência 
dos atos ou fatos que deram origem à obrigação. 
71. Ou seja: PRIMEIRO o contribuinte pode escolher seu domicílio tributário. 
DEPOIS se aplicam os incisos. E, na falta de eleição e dos critérios contidos 
nos incisos, apenas aí, se aplica o local dos bens/da ocorrência do fato 
gerador concreto. Existe uma ordem a ser respeitada. 
72. Por fim, o fisco pode rejeitar o domicílio escolhido pelo contribuinte, 
“quando impossibilite ou dificulte a arrecadação ou a fiscalização do tributo”. 
Nesse caso, vale o que vimos para o caso de não eleição do domicílio. 
 
 
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4. RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA 
73. Passemos à responsabilidade tributária, que começa no artigo 128 do 
CTN: 
CTN 128 Sem prejuízo do disposto neste capítulo, a lei pode atribuir 
de modo expresso a responsabilidade pelo crédito tributário a 
terceira pessoa, vinculada ao fato gerador da respectiva obrigação, 
excluindo a responsabilidade do contribuinte ou atribuindo-a a este 
em caráter supletivo do cumprimento total ou parcial da referida 
obrigação. 
74. Assim, além dos casos previstos no próprio CTN, outras leis podem criar 
responsabilidade tributária. Normalmente, se usa a chamada substituição 
tributária. Esse fenômeno consiste em deslocar o momento do pagamento 
do tributo dentro da cadeia de produção. Em vez de haver pagamento em 
cada etapa da cadeia, algumas etapas são agrupadas, para pagamento de 
uma vez. 
75. A substituição tributária regressiva, ou substituição para trás, ocorre 
quando o tributo é pago em relação a operação ocorridas no passado, lá 
atrás na cadeia de produção. O tributo é atrasado, fica para trás (acabaram 
meus mnemônicos). O maior exemplo: A produção de leite costuma usar 
vários pequenos produtos espalhados pelos rincões do Brasil. Seria muito 
difícil cobrar de cada um deles. Então, a processadora de leite (Elegê, 
Parmalat, etc) paga o tributo correspondente à atividade de produção. 
76. Já a substituição tributária progressiva, ou substituição para frente, 
ocorre quando o tributo é pago de maneira antecipada, adiantada. Paga-se o 
tributo sobre a venda futura. É o inverso da situação acima. Exemplo: uma 
importadora de brinquedos da china, que vende para centenas de lojinhas de 
R$1,99. É muito mais fácil cobrar da importadora do que de todas elas. O 
imposto referente à venda no varejo, portanto, é adiantado já na 
importação. 
 
DIREITO TRIBUTÁRIO 
 
 
 
 
18 
77. A realidade tributária é complexa e mutável, nem sempre os exemplos 
que uso são 100% adaptados às reais regras do IPI, ICMS, etc e tal. São 
exemplos didáticos, para entender as ideias por trás dos institutos, que é 
isso que cai na prova, beleza? 
78. Ainda nas considerações iniciais, uma classificação importante para o 
estudo da responsabilidade é a de contribuinte de fato e de direito. 
79. Contribuinte de direito é quem a lei determina que pague o tributo. Se 
não for pago, é ele que seja inscrito no cadastro de inadimplentes. 
80. Contribuinte de fato é quem arca com o custo econômico do tributo. 
Numa geladeira o contribuinte de direito do ICMS é o lojista, mas o 
contribuinte de fato é o consumidor, pois o tributo está embutido no valor do 
eletrodoméstico. 
81. Tributos que possuem contribuinte de fato diferente do contribuinte de 
direito são chamados de tributos indiretos. 
82. Agora o primeiro caso de responsabilidade. Responsabilidade dos 
sucessores: 
CTN 131 São pessoalmente responsáveis: 
I - o adquirente ou remitente, pelos tributos relativos aos bens 
adquiridos ou remidos; 
II - o sucessor a qualquer título e o cônjuge meeiro, pelos tributos 
devidos pelo de cujus até a data da partilha ou adjudicação, limitada 
esta responsabilidade ao montante do quinhão do legado ou da 
meação; 
III - o espólio, pelos tributos devidos pelo de cujus até a data da 
abertura da sucessão. 
 
DIREITO TRIBUTÁRIO 
 
 
 
 
19 
83. O primeiro inciso é mole: tributos que incidem sobre um bem, como IPTU 
ou IPVA, são transferidos junto com ele, respondendo o novo proprietário 
desse bem. 
84. O segundo inciso e o terceiro dizem o seguinte, sem complicar: todos os 
tributos relativos a um falecido ou seus bens serão quitados por estes bens, 
não passando para os herdeiros. Se os tributos forem mais altos que o valor 
da herança, perde-se a herança, mas os sucessores não precisam pagar com 
seu patrimônio as dívidas dos sucedidos. 
85. O CTN prossegue afirmando que em casos de fusão, transformação ou 
incorporação de pessoas jurídicas, as empresas resultantes do processo 
respondem pelos tributos devidos pelas empresas antigas. 
86. Em caso de extinção de pessoa jurídica, se algum dos sócios continuar na 
mesma atividade usando outra empresa, ele responde pelos tributos devidos 
pela empresa extinta. Senão é mole... 
87. Já no caso de venda da empresa, ocorre o seguinte: se os antigos sócios 
deixarem de exercer atividade empresarial(em qualquer ramo), apenas o 
adquirente paga os tributos devidos. Porém, se os antigos sócios 
continuarem a atuar como empresários, ou se voltarem a atuar no prazo de 
seis meses, eles devem pagar os tributos. Apenas se a cobrança não for 
possível respondem os adquirentes (resp. subsidiária). 
88. Existem algumas novidades em relação a falência. Basicamente, acho 
importante guardar apenas o seguinte: num processo de falência, quem 
compra a empresa não paga os tributos que ela devia. Já num processo de 
recuperação judicial (a empresa continua operando, só passa por uma 
reestruturação), quem compra uma filial ou uma unidade produtiva isolada 
(uma loja, uma fábrica) também não paga os tributos. 
89. Prosseguindo, temos a responsabilidade de terceiros. 
 
DIREITO TRIBUTÁRIO 
 
 
 
 
20 
90. Aqui o CTN fez uma esquisitice. Vimos o conceito de responsabilidade 
solidária e subsidiária. O CTN usa a palavra “solidária”, porém, fala no 
benefício de ordem (que é da resp. subsidiária). Logo, é a regra da resp. 
subsidiária, com o nome da solidária. Podemos chamar, bizarramente, de 
solidária com benefício de ordem. A responsabilidade tipo suco do Chávez. 
91. A lista de responsáveis é extensa, e não acho que valha a pena decorar 
(CTN 134). É o seguinte: quando o devedor não puder pagar, as seguintes 
pessoas respondem pelos tributos relativos a atos de que participaram: pais, 
tutores, curadores, administradores de bens de terceiros, inventariantes, 
síndicos, comissários, sócios de empresa em extinção e nosso amigo 
tabelião, pelos impostos de transmissão cujos pagamento ele tinha que 
conferir e não fez direito. 
92. Ou seja, sempre que alguém ajuda no ato de outra pessoa que de alguma 
forma está sob seus cuidados, caso essa pessoa não pague seus tributos, 
quem ajudou responde. Isso é para esses administradores de bens de 
terceiros terem o cuidado de manter as finanças de seus administrados em 
ordem, senão responderão pessoalmente (no caso do tabelião a ideia é um 
pouco diferente – é uma pessoa que age em nome do Estado, e deve 
responder se agir mal). 
93. Além disso, quando qualquer uma dessas pessoas que mencionei, e mais 
os empregados ou administradores/diretores de empresa age em infração da 
lei ou dos estatutos dessa empresa, tais pessoas também respondem 
pessoalmente. Um diretor de empresa que provoca uma fraude para a 
empresa pagar menos impostos irá responder pessoalmente pelo pagamento 
deles, se for descoberto. 
94. Seguindo, temos a responsabilidade por infrações. 
95. Essa responsabilidade não depende de dolo (intenção), valendo para 
infrações culposas (negligência, imprudência ou imperícia). Vale também 
para tentativas mal sucedidas de cometer uma infração. 
 
DIREITO TRIBUTÁRIO 
 
 
 
 
21 
CTN 137 A responsabilidade é pessoal ao agente: 
I - quanto às infrações conceituadas por lei como crimes ou 
contravenções, salvo quando praticadas no exercício regular de 
administração, mandato, função, cargo ou emprego, ou no 
cumprimento de ordem expressa emitida por quem de direito; 
II - quanto às infrações em cuja definição o dolo específico do agente 
seja elementar; 
III - quanto às infrações que decorram direta e exclusivamente de 
dolo específico: 
a) das pessoas referidas no artigo 134, contra aquelas por quem 
respondem; 
b) dos mandatários, prepostos ou empregados, contra seus 
mandantes, preponentes ou empregadores; 
c) dos diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de 
direito privado, contra estas. 
96. No inciso I: se a pessoa comprova que estava apenas cumprindo seu 
dever, ainda que cometa um crime tributário, não responde pelos tributos 
devidos. Um contador que envie dados fraudados para a receita federal 
porque os recebeu assim do setor comercial da empresa (e não tinha como 
conferir), por exemplo, estava apenas cumprindo seu papel, e não 
responderá. 
97. Incisos II e III deixo para o estudo do direito penal: para nossa prova, 
quando cai, cai citação literal do texto da lei. 
98. Já no inciso III, temos pessoas cometendo infrações contra aquelas que 
representam. Uma quebra de lealdade. Nesses casos, responde o infrator. 
Seria injusto o sujeito ser passado para trás por seu procurador e ainda ter 
que pagar os tributos correspondentes. 
 
DIREITO TRIBUTÁRIO 
 
 
 
 
22 
99. Para fechar, denúncia espontânea: 
100. Se a pessoa, antes de a administração pública tomar qualquer 
medida para apurar, confessa que cometeu uma irregularidade, e paga 
todos os tributos devidos com juros de mora, a responsabilidade cessa aí, 
sem cobrança de multas pelo cometimento da infração em si. Um caso 
lendário: Duda Mendonça, marketeiro do Lula, confessou na CPI que recebeu 
valores não declarados no exterior. Poucos dias depois (acho que no dia 
seguinte), fez uma declaração retificadora do imposto de renda referente ao 
ano do tal pagamento, para declará-lo e recolher o tributo devido. Tinha que 
correr, porque como saiu em todos os jornais, a qualquer momento algum 
auditor ia puxar a declaração antiga dele e lançar o imposto de ofício. 
Quando forem vocês trabalhando lá, se acontecer coisa igual, procurem 
ganhar a corrida do bandido, por favor, rsrs. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIREITO TRIBUTÁRIO 
 
 
 
 
23 
b. Mapas mentais 
 
DIREITO TRIBUTÁRIO 
 
 
 
 
24 
c. Revisão 1 
 
QUESTÃO 01 – FGV – AGENTE FAZENDÁRIO NITERÓI - 2015 
A lei de instituição de um tributo previu como fato gerador um negócio jurídico 
condicional. Assim, considerar-se-á como ocorrido o fato gerador: 
a) desde o momento da prática do ato ou da celebração do negócio, se a 
condição for suspensiva; 
b) desde o momento do implemento da condição, se esta for resolutória; 
c) desde o momento da implementação da celebração do negócio, seja a 
condição resolutória ou suspensiva; 
d) desde o momento do implemento da condição, se esta for suspensiva; 
e) desde o momento da exteriorização do negócio, por publicação, se a 
condição for suspensiva. 
 
QUESTÃO 02 – FGV – AFT CUIABÁ – 2016 
Segundo a legislação, Caio, proprietário do imóvel X, celebra contrato de 
locação com Tício, no qual estabelece que o responsável pelo pagamento do 
Imposto sobre a Propriedade Territorial Urbana – IPTU será o locatário do 
imóvel. O referido contrato foi registrado no Cartório de Registro de Imóveis 
competente. 
Sobre a hipótese apresentada, assinale a afirmativa correta. 
a) O contrato é válido, podendo ser oposto ao Fisco, que deverá realizar o 
lançamento do IPTU tendo como sujeito passivo Tício, locatário do imóvel. 
 
DIREITO TRIBUTÁRIO 
 
 
 
 
25 
b) O contrato é valido e terá seus efeitos limitados aos contratantes, mas não 
produzirá efeito contra o Fisco, no que se refere à responsabilidade tributária. 
c) O contrato é nulo, uma vez que altera definição de sujeição passiva disposta 
em lei. 
d) O contrato é valido, tendo em vista que o Código Tributário Nacional prevê 
que o locatário é o sujeito passivo da obrigação tributária referente ao 
pagamento do IPTU. 
e) O contrato é válido e cria, para o pagamento do IPTU, uma forma de 
responsabilidade solidária entre o locador e o locatário. 
 
QUESTÃO 03 – CONSULPLAN – TJ MG – 2015 
Considerando as disposições relativas à solidariedade, do Código Tributário 
Nacional, é correto afirmar que 
a) o pagamento efetuado por um dos obrigados não aproveita aos demais. 
b) a remissão de crédito exonera todos os obrigados, ainda que outorgada 
pessoalmente a um deles. 
c) a interrupção da prescrição contra um dos obrigados não prejudica osdemais. 
d) são solidariamente obrigadas as pessoas que tenham interesse comum na 
situação que constitua o fato gerador da obrigação principal. 
 
QUESTÃO 04 – ESAF – AFRE PA – 2002 
Sujeito passivo da obrigação tributária acessória é a pessoa 
a) obrigada a pagar a prestação pecuniária compulsória. 
 
DIREITO TRIBUTÁRIO 
 
 
 
 
26 
b) obrigada às prestações no interesse da arrecadação e da fiscalização. 
c) obrigada a pagar o tributo estabelecido em lei ordinária. 
d) que determina a matéria tributável. 
e) que quantifica o montante do tributo devido. 
 
QUESTÃO 05 - ESAF – AFRFB - 2009 
Sobre a solidariedade e os sujeitos da obrigação tributária, com base no Código 
Tributário Nacional, assinale a opção correta. 
a) O sujeito ativo da obrigação tributária é a pessoa jurídica de direito público 
que detém capacidade ativa, sendo esta indelegável. 
b) No polo ativo da relação jurídico-tributária, necessariamente deve figurar 
pessoa jurídica de direito público. 
c) O contribuinte de fato integra a relação jurídico-tributária, haja vista possuir 
relação direta com o fato gerador da obrigação. 
d) Em regra, há solidariedade entre o contribuinte de fato e o contribuinte de 
direito, na relação jurídico-tributária. 
e) A solidariedade ativa decorre da situação em que houve delegação do poder 
de arrecadar e fiscalizar tributos. 
 
QUESTÃO 06 - ESAF – AFRFB - 2002 
Assinale a opção errada entre as relacionadas abaixo. 
Salvo disposição de lei em contrário, são os seguintes os efeitos da 
solidariedade tributária: 
a) o pagamento efetuado por um dos obrigados aproveita aos demais. 
 
DIREITO TRIBUTÁRIO 
 
 
 
 
27 
b) a isenção ou remissão de crédito exonera todos os obrigados, salvo se 
outorgada pessoalmente a um deles, subsistindo, nesse caso, a solidariedade 
quanto aos demais pelo saldo. 
c) a interrupção da prescrição, em favor de um dos obrigados, favorece aos 
demais. 
d) a interrupção da prescrição, contra um dos obrigados, prejudica aos demais. 
e) ao demandado assiste o direito de apontar o devedor originário para solver o 
débito e assim exonerar-se. 
 
QUESTÃO 07 – ESAF – AFRFB – 2003 
Responda de acordo com as pertinentes disposições do Código Tributário 
Nacional. 
O benefício da denúncia espontânea da infração, previsto no art. 138 do Código 
Tributário Nacional, é aplicável, em caso de parcelamento do débito, para efeito 
de excluir a responsabilidade do contribuinte pelo pagamento de multa 
moratória? 
O síndico de massa falida responde pessoalmente pelos créditos tributários 
correspondentes a obrigações tributárias que resultem de atos praticados por 
ele, no exercício de suas funções, com excesso de poderes ou infração de lei? 
A responsabilidade pessoal do sucessor a qualquer título e do cônjuge meeiro, 
pelos tributos devidos pelo de cujus até a data da partilha ou adjudicação, está 
limitada à metade do quinhão do legado ou da meação? 
a) Não, não, sim 
b) Não, sim, não 
c) Não, sim, sim 
 
DIREITO TRIBUTÁRIO 
 
 
 
 
28 
d) Sim, sim, não 
e) Sim, sim, sim 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIREITO TRIBUTÁRIO 
 
 
 
 
29 
d. Revisão 2 
 
QUESTÃO 08 – FGV – AGENTE FAZENDÁRIO NITERÓI - 2015 
De acordo com as normas gerais de Direito Tributário, uma criança de sete 
anos: 
a) possui capacidade tributária passiva parcial até completar dezoito anos de 
idade; 
b) não possui qualquer capacidade tributária passiva, porque é incapaz de 
discernir sobre a prática dos fatos geradores; 
c) possui total capacidade tributária passiva; 
d) possui capacidade tributária parcial até completar dez anos de idade; 
e) não possui capacidade tributária passiva, porque é menor de idade. 
 
QUESTÃO 09 – FGV – AGENTE FAZENDÁRIO NITERÓI - 2015 
Nos termos do Código Tributário Nacional, é correto afirmar que o domicílio 
tributário: 
a) pode ser livremente eleito pelo sujeito passivo da obrigação tributária, não 
tendo a autoridade administrativa o poder de recusá-lo; 
b) das pessoas jurídicas de direito público será considerado como aquele 
situado no município de maior relevância econômica da entidade tributante; 
c) das pessoas naturais será a sua residência habitual, ou, sendo esta incerta 
ou desconhecida, aquela que a autoridade administrativa assim eleger; 
d) da pessoa jurídica de direito privado que possua mais de um estabelecimento 
será aquele cuja escrituração contábil demonstre maior faturamento; 
 
DIREITO TRIBUTÁRIO 
 
 
 
 
30 
e) é definido pelo lugar dos bens ou da ocorrência dos atos ou fatos que 
tenham dado origem à obrigação tributária, na impossibilidade de aplicação dos 
critérios do CTN. 
 
QUESTÃO 10 – ESAF – AFRFB – 2012 
Sobre o instituto da responsabilidade no Código Tributário Nacional, assinale a 
opção incorreta. 
a) A obrigação do terceiro, de responder por dívida originariamente do 
contribuinte, jamais decorre direta e automaticamente da pura e simples 
ocorrência do fato gerador do tributo. 
b) Exige-se que o responsável guarde relação com o contribuinte ou com o fato 
gerador, ou seja, que tenha possibilidade de influir para o bom pagamento do 
tributo. 
c) Pode ser um sucessor ou um terceiro e responder solidária ou 
subsidiariamente, ou ainda por substituição. 
d) Contribuinte e responsável são sujeitos passivos da mesma relação jurídica, 
cujo objeto, pagar o tributo, coincide. 
e) O vínculo que obriga o responsável ao pagamento do tributo surge de lei 
específica. 
 
QUESTÃO 11 – ESAF – ATRFB – 2006 
Sobre a obrigação tributária acessória, é incorreto afirmar-se que 
a) tem por objeto prestações positivas previstas na legislação tributária. 
b) tal como a obrigação principal, supõe, para o seu surgimento, a ocorrência 
de fato gerador. 
 
DIREITO TRIBUTÁRIO 
 
 
 
 
31 
c) objetiva dar meios à fiscalização tributária para a investigação e o controle 
do recolhimento de tributos. 
d) sua inobservância converte-se em obrigação principal, relativamente a 
penalidade pecuniária. 
e) realizar matrícula no cadastro de contribuintes, emitir nota fiscal e 
apresentar declarações ao Fisco constituem, entre outros, alguns exemplos. 
 
QUESTÃO 12 – CONSULPLAN –TJ MG – 2014 
A respeito da responsabilidade tributária, é correto afirmar que 
a) o espólio é pessoalmente responsável pelo pagamento dos tributos devidos 
pelo de cujos até a data da abertura da sucessão. 
b) os créditos tributários relativos a impostos cujo fato gerador seja a 
propriedade, o domínio útil ou a posse de bens imóveis não sub-rogam-se na 
pessoa dos respectivos adquirentes 
c) há responsabilidade pessoal dos sucessores a qualquer título pelos tributos 
devidos pelo de cujos até a data da partilha, a qual não está limitada ao 
montante do quinhão do legado. 
d) de acordo com previsão expressa do Código Tributário Nacional, a lei pode 
atribuir a responsabilidade pelo crédito tributário a terceira pessoa, ainda que 
não vinculada ao fato gerador da obrigação. 
 
QUESTÃO 13 – ESAF – AFRFB – 2009 
Sobre a obrigação tributária principal e acessória e sobre o fato gerador do 
tributo, assinale a opção correta. 
 
DIREITO TRIBUTÁRIO 
 
 
 
 
32 
a) Segundo o Código Tributário Nacional, a obrigação de pagar multas e juros 
tributários constitui-se como obrigação acessória. 
b) A obrigação acessória, quando não observada, converte-se em obrigação 
principal somente em relação à penalidade pecuniária. 
c) A existência de uma obrigação tributária acessória pressupõe a existência de 
uma obrigaçãotributária principal. 
d) A instituição de obrigação acessória, com a finalidade de dar cumprimento à 
obrigação principal, deve atenção ao princípio da estrita legalidade. 
e) No Sistema Tributário Nacional, admite-se que a obrigação de fazer, em 
situações específicas, seja considerada obrigação tributária principal. 
 
QUESTÃO 14 – ESAF – AFPS – 2002 
Relativamente ao tema obrigação tributária, o Código Tributário Nacional 
estabelece que, salvo disposição de lei em contrário, a solidariedade tributária 
passiva produz o seguinte efeito, entre outros: 
a) a suspensão da prescrição, em favor ou contra um dos obrigados, favorece 
ou prejudica os demais. 
b) o pagamento efetuado por um dos obrigados não aproveita aos demais. 
c) a isenção ou remissão de crédito exonera todos os obrigados, salvo se 
outorgada pessoalmente a um deles, subsistindo, nesse caso, a solidariedade 
quanto aos demais pelo saldo. 
d) a interrupção da prescrição em favor de um dos obrigados não favorece os 
demais. 
 
 
 
DIREITO TRIBUTÁRIO 
 
 
 
 
33 
e. Revisão 3 
 
QUESTÃO 15 – ESAF – ADV IRB – 2006 
Sobre a responsabilidade tributária, tratada nos arts. 128 e seguintes do Código 
Tributário Nacional, é incorreto afirmar-se que 
a) o cônjuge meeiro é solidariamente responsável pelos tributos devidos pelo de 
cujus até a data da partilha ou adjudicação. 
b) o adquirente de um bem é pessoalmente responsável pelos tributos relativos 
a este. 
c) a pessoa jurídica de direito privado que resultar da fusão de outras é 
responsável pelos tributos devidos até a data do ato por aquelas que tenham 
sido fusionadas. 
d) os administradores de bens de terceiros são solidariamente responsáveis 
pelos tributos devidos por estes. 
e) os diretores de uma sociedade empresária são pessoalmente responsáveis 
pelos créditos correspondentes a obrigações tributárias resultantes de atos 
praticados com excesso de poderes ou infração de lei, contrato social ou 
estatutos. 
 
QUESTÃO 16 – ESAF – ATRFB – 2012 
É incorreto dizer, em relação à recuperação judicial, 
a) que a concessão desse regime de pagamento dos créditos depende da 
apresentação da prova de quitação de todos os tributos. 
 
DIREITO TRIBUTÁRIO 
 
 
 
 
34 
b) que a alienação de unidade produtiva isolada acarreta para o adquirente a 
responsabilidade pelos tributos, relativos ao fundo adquirido, quando o 
adquirente for sócio da transmitente. 
c) que condições de parcelamento dos créditos tributários do devedor em 
recuperação judicial dependem de lei específica. 
d) que a inexistência da lei estadual específica de parcelamento importa na 
aplicação das leis gerais, sobre o assunto, do Estado ao devedor. 
e) que a alienação judicial de filial acarreta para o adquirente a 
responsabilidade pelos tributos, relativos ao fundo ou estabelecimento 
adquirido. 
 
QUESTÃO 17 – CESPE – STJ – 2012 
Ocorre a substituição tributária regressiva nos casos em que pessoas ocupantes 
de posições posteriores nas cadeias de produção são substituídas, quanto à 
obrigação de pagar o tributo devido, por aqueles que ocupam as posições 
anteriores. 
Certo 
Errado 
 
QUESTÃO 18 – CESPE – PCF – 2004 
Após anos de serviço ininterrupto de contabilidade em sociedade comercial, um 
contador percebeu o estado de insolvência da empresa. Por nutrir sentimentos 
de gratidão pelos gerentes da empresa, durante dois anos, passou a lançar, por 
conta própria, nos livros fiscais, valores inexatos, diminuindo os tributos 
devidos, inclusive o lucro líquido da empresa, para efeito de imposto de renda. 
Considerando a situação hipotética apresentada, julgue o item que se segue. 
 
DIREITO TRIBUTÁRIO 
 
 
 
 
35 
O contador poderá ser responsabilizado pessoalmente pelo crédito tributário. 
Certo/Errado 
 
QUESTÃO 19 – CESPE – SEFAZ MT – 2004 
Determinado fornecedor de matéria-prima praticou, durante anos, fraude 
tributária na modalidade de nota fiscal dobrada e, após ser acometido de 
doença cujos aparelhos para tratamento não são encontrados no serviço 
hospitalar local, arrependeu-se da supressão do tributo, procurou a autoridade 
fiscal e recolheu, de imediato, o valor devido. 
Com relação a essa situação hipotética, julgue o item a seguir. 
Na situação em tela, incide o instituto da denúncia espontânea, tendo como 
natureza jurídica causa de exclusão da responsabilidade por infração. 
Certo/Errado 
 
QUESTÃO 20 – CESPE – AGU – 2010 
O sócio administrador de sociedade limitada em débito com a fazenda pública 
federal, referente ao pagamento do IRPJ, é pessoal e solidariamente 
responsável pelos referidos débitos, quando contraídos durante a sua 
administração. 
Certo/Errado 
 
 
 
 
 
DIREITO TRIBUTÁRIO 
 
 
 
 
36 
f. Normas 
CODIGO TRIBUTÁRIO NACIONAL (artigos 113 a 118; 121 a 125; 
128 a 138) 
TÍTULO II 
Obrigação Tributária 
CAPÍTULO I 
Disposições Gerais 
Art. 113. A obrigação tributária é principal ou acessória. 
§ 1º A obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto o 
pagamento de tributo ou penalidade pecuniária e extingue-se juntamente com o 
crédito dela decorrente. 
§ 2º A obrigação acessória decorre da legislação tributária e tem por objeto as 
prestações, positivas ou negativas, nela previstas no interesse da arrecadação ou 
da fiscalização dos tributos. 
§ 3º A obrigação acessória, pelo simples fato da sua inobservância, converte-se em 
obrigação principal relativamente à penalidade pecuniária. 
CAPÍTULO II 
Fato Gerador 
Art. 114. Fato gerador da obrigação principal é a situação definida em lei como 
necessária e suficiente à sua ocorrência. 
Art. 115. Fato gerador da obrigação acessória é qualquer situação que, na forma da 
legislação aplicável, impõe a prática ou a abstenção de ato que não configure 
obrigação principal. 
 
DIREITO TRIBUTÁRIO 
 
 
 
 
37 
Art. 116. Salvo disposição de lei em contrário, considera-se ocorrido o fato gerador 
e existentes os seus efeitos: 
I - tratando-se de situação de fato, desde o momento em que o se verifiquem as 
circunstâncias materiais necessárias a que produza os efeitos que normalmente lhe 
são próprios; 
II - tratando-se de situação jurídica, desde o momento em que esteja 
definitivamente constituída, nos termos de direito aplicável. 
Parágrafo único. A autoridade administrativa poderá desconsiderar atos ou negócios 
jurídicos praticados com a finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador do 
tributo ou a natureza dos elementos constitutivos da obrigação tributária, 
observados os procedimentos a serem estabelecidos em lei ordinária. 
(Incluído pela Lcp nº 104, de 2001) 
Art. 117. Para os efeitos do inciso II do artigo anterior e salvo disposição de lei em 
contrário, os atos ou negócios jurídicos condicionais reputam-se perfeitos e 
acabados: 
I - sendo suspensiva a condição, desde o momento de seu implemento; 
II - sendo resolutória a condição, desde o momento da prática do ato ou da 
celebração do negócio. 
Art. 118. A definição legal do fato gerador é interpretada abstraindo-se: 
I - da validade jurídica dos atos efetivamente praticados pelos contribuintes, 
responsáveis, ou terceiros, bem como da natureza do seu objeto ou dos seus 
efeitos; 
II - dos efeitos dos fatos efetivamente ocorridos. 
[....] 
CAPÍTULO IV 
 
 
DIREITO TRIBUTÁRIO 
 
 
 
 
38 
Sujeito Passivo 
SEÇÃO I 
Disposições Gerais 
Art. 121. Sujeito passivo da obrigação principal é a pessoa obrigada ao pagamento 
de tributo ou penalidade pecuniária. 
Parágrafo único. O sujeito passivo da obrigaçãoprincipal diz-se: 
I - contribuinte, quando tenha relação pessoal e direta com a situação que 
constitua o respectivo fato gerador; 
II - responsável, quando, sem revestir a condição de contribuinte, sua obrigação 
decorra de disposição expressa de lei. 
Art. 122. Sujeito passivo da obrigação acessória é a pessoa obrigada às prestações 
que constituam o seu objeto. 
Art. 123. Salvo disposições de lei em contrário, as convenções particulares, 
relativas à responsabilidade pelo pagamento de tributos, não podem ser opostas à 
Fazenda Pública, para modificar a definição legal do sujeito passivo das obrigações 
tributárias correspondentes. 
SEÇÃO II 
Solidariedade 
Art. 124. São solidariamente obrigadas: 
I - as pessoas que tenham interesse comum na situação que constitua o fato 
gerador da obrigação principal; 
II - as pessoas expressamente designadas por lei. 
Parágrafo único. A solidariedade referida neste artigo não comporta benefício de 
ordem. 
 
DIREITO TRIBUTÁRIO 
 
 
 
 
39 
Art. 125. Salvo disposição de lei em contrário, são os seguintes os efeitos da 
solidariedade: 
I - o pagamento efetuado por um dos obrigados aproveita aos demais; 
II - a isenção ou remissão de crédito exonera todos os obrigados, salvo se 
outorgada pessoalmente a um deles, subsistindo, nesse caso, a solidariedade 
quanto aos demais pelo saldo; 
III - a interrupção da prescrição, em favor ou contra um dos obrigados, favorece ou 
prejudica aos demais. 
CAPÍTULO V 
Responsabilidade Tributária 
SEÇÃO I 
Disposição Geral 
Art. 128. Sem prejuízo do disposto neste capítulo, a lei pode atribuir de modo 
expresso a responsabilidade pelo crédito tributário a terceira pessoa, vinculada ao 
fato gerador da respectiva obrigação, excluindo a responsabilidade do contribuinte 
ou atribuindo-a a este em caráter supletivo do cumprimento total ou parcial da 
referida obrigação. 
SEÇÃO II 
Responsabilidade dos Sucessores 
Art. 129. O disposto nesta Seção aplica-se por igual aos créditos tributários 
definitivamente constituídos ou em curso de constituição à data dos atos nela 
referidos, e aos constituídos posteriormente aos mesmos atos, desde que relativos 
a obrigações tributárias surgidas até a referida data. 
Art. 130. Os créditos tributários relativos a impostos cujo fato gerador seja a 
propriedade, o domínio útil ou a posse de bens imóveis, e bem assim os relativos a 
taxas pela prestação de serviços referentes a tais bens, ou a contribuições de 
 
DIREITO TRIBUTÁRIO 
 
 
 
 
40 
melhoria, subrogam-se na pessoa dos respectivos adquirentes, salvo quando conste 
do título a prova de sua quitação. 
Parágrafo único. No caso de arrematação em hasta pública, a sub-rogação ocorre 
sobre o respectivo preço. 
Art. 131. São pessoalmente responsáveis: 
I - o adquirente ou remitente, pelos tributos relativos aos bens adquiridos ou 
remidos com inobservância do disposto no artigo 191; 
I - o adquirente ou remitente, pelos tributos relativos aos bens adquiridos ou 
remidos; (Redação dada pelo Decreto Lei nº 28, de 1966) 
II - o sucessor a qualquer título e o cônjuge meeiro, pelos tributos devidos pelo de 
cujus até a data da partilha ou adjudicação, limitada esta responsabilidade ao 
montante do quinhão do legado ou da meação; 
III - o espólio, pelos tributos devidos pelo de cujus até a data da abertura da 
sucessão. 
Art. 132. A pessoa jurídica de direito privado que resultar de fusão, transformação 
ou incorporação de outra ou em outra é responsável pelos tributos devidos até à 
data do ato pelas pessoas jurídicas de direito privado fusionadas, transformadas ou 
incorporadas. 
Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se aos casos de extinção de pessoas 
jurídicas de direito privado, quando a exploração da respectiva atividade seja 
continuada por qualquer sócio remanescente, ou seu espólio, sob a mesma ou 
outra razão social, ou sob firma individual. 
Art. 133. A pessoa natural ou jurídica de direito privado que adquirir de outra, por 
qualquer título, fundo de comércio ou estabelecimento comercial, industrial ou 
profissional, e continuar a respectiva exploração, sob a mesma ou outra razão 
social ou sob firma ou nome individual, responde pelos tributos, relativos ao fundo 
ou estabelecimento adquirido, devidos até à data do ato: 
 
DIREITO TRIBUTÁRIO 
 
 
 
 
41 
I - integralmente, se o alienante cessar a exploração do comércio, indústria ou 
atividade; 
II - subsidiariamente com o alienante, se este prosseguir na exploração ou iniciar 
dentro de seis meses a contar da data da alienação, nova atividade no mesmo ou 
em outro ramo de comércio, indústria ou profissão. 
§ 1o O disposto no caput deste artigo não se aplica na hipótese de alienação 
judicial: (Incluído pela Lcp nº 118, de 2005) 
I – em processo de falência; (Incluído pela Lcp nº 118, de 2005) 
II – de filial ou unidade produtiva isolada, em processo de recuperação judicial. 
(Incluído pela Lcp nº 118, de 2005) 
§ 2o Não se aplica o disposto no § 1o deste artigo quando o adquirente for: 
(Incluído pela Lcp nº 118, de 2005) 
I – sócio da sociedade falida ou em recuperação judicial, ou sociedade controlada 
pelo devedor falido ou em recuperação judicial; (Incluído pela Lcp nº 118, 
de 2005) 
II – parente, em linha reta ou colateral até o 4o (quarto) grau, consangüíneo ou 
afim, do devedor falido ou em recuperação judicial ou de qualquer de seus sócios; 
ou (Incluído pela Lcp nº 118, de 2005) 
III – identificado como agente do falido ou do devedor em recuperação judicial com 
o objetivo de fraudar a sucessão tributária. (Incluído pela Lcp nº 118, de 
2005) 
§ 3o Em processo da falência, o produto da alienação judicial de empresa, filial ou 
unidade produtiva isolada permanecerá em conta de depósito à disposição do juízo 
de falência pelo prazo de 1 (um) ano, contado da data de alienação, somente 
podendo ser utilizado para o pagamento de créditos extraconcursais ou de créditos 
que preferem ao tributário. (Incluído pela Lcp nº 118, de 2005) 
 
 
DIREITO TRIBUTÁRIO 
 
 
 
 
42 
SEÇÃO III 
Responsabilidade de Terceiros 
Art. 134. Nos casos de impossibilidade de exigência do cumprimento da obrigação 
principal pelo contribuinte, respondem solidariamente com este nos atos em que 
intervierem ou pelas omissões de que forem responsáveis: 
I - os pais, pelos tributos devidos por seus filhos menores; 
II - os tutores e curadores, pelos tributos devidos por seus tutelados ou 
curatelados; 
III - os administradores de bens de terceiros, pelos tributos devidos por estes; 
IV - o inventariante, pelos tributos devidos pelo espólio; 
V - o síndico e o comissário, pelos tributos devidos pela massa falida ou pelo 
concordatário; 
VI - os tabeliães, escrivães e demais serventuários de ofício, pelos tributos devidos 
sobre os atos praticados por eles, ou perante eles, em razão do seu ofício; 
VII - os sócios, no caso de liquidação de sociedade de pessoas. 
Parágrafo único. O disposto neste artigo só se aplica, em matéria de penalidades, 
às de caráter moratório. 
Art. 135. São pessoalmente responsáveis pelos créditos correspondentes a 
obrigações tributárias resultantes de atos praticados com excesso de poderes ou 
infração de lei, contrato social ou estatutos: 
I - as pessoas referidas no artigo anterior; 
II - os mandatários, prepostos e empregados; 
III - os diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito 
privado. 
 
DIREITO TRIBUTÁRIO 
 
 
 
 
43 
SEÇÃO IV 
Responsabilidade por Infrações 
Art. 136.Salvo disposição de lei em contrário, a responsabilidade por infrações da 
legislação tributária independe da intenção do agente ou do responsável e da 
efetividade, natureza e extensão dos efeitos do ato. 
Art. 137. A responsabilidade é pessoal ao agente: 
I - quanto às infrações conceituadas por lei como crimes ou contravenções, salvo 
quando praticadas no exercício regular de administração, mandato, função, cargo 
ou emprego, ou no cumprimento de ordem expressa emitida por quem de direito; 
II - quanto às infrações em cuja definição o dolo específico do agente seja 
elementar; 
III - quanto às infrações que decorram direta e exclusivamente de dolo específico: 
a) das pessoas referidas no artigo 134, contra aquelas por quem respondem; 
b) dos mandatários, prepostos ou empregados, contra seus mandantes, 
preponentes ou empregadores; 
c) dos diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito 
privado, contra estas. 
Art. 138. A responsabilidade é excluída pela denúncia espontânea da infração, 
acompanhada, se for o caso, do pagamento do tributo devido e dos juros de mora, 
ou do depósito da importância arbitrada pela autoridade administrativa, quando o 
montante do tributo dependa de apuração. 
Parágrafo único. Não se considera espontânea a denúncia apresentada após o início 
de qualquer procedimento administrativo ou medida de fiscalização, relacionados 
com a infração. 
 
 
DIREITO TRIBUTÁRIO 
 
 
 
 
44 
 
g. Gabarito 
 
1 2 3 4 5 
D B D B B 
6 7 8 9 10 
E B C E D 
11 12 13 14 15 
A A B C A 
16 17 18 19 20 
E E C C E 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIREITO TRIBUTÁRIO 
 
 
 
 
45 
h. Breves comentários às questões: 
 
QUESTÃO 01 – FGV – AGENTE FAZENDÁRIO NITERÓI - 2015 
A lei de instituição de um tributo previu como fato gerador um negócio jurídico 
condicional. Assim, considerar-se-á como ocorrido o fato gerador: 
a) desde o momento da prática do ato ou da celebração do negócio, se a 
condição for suspensiva; 
b) desde o momento do implemento da condição, se esta for resolutória; 
c) desde o momento da implementação da celebração do negócio, seja a 
condição resolutória ou suspensiva; 
d) desde o momento do implemento da condição, se esta for suspensiva; 
e) desde o momento da exteriorização do negócio, por publicação, se a 
condição for suspensiva. 
COMENTÁRIO 
Se for uma condição suspensiva, o negócio fica suspenso até que ocorra a 
condição. O fato gerador ocorre também nesse momento. 
Na condição resolutória, o negócio ocorre, mas pode ser desfeito. Nesse caso, o 
fato gerador ocorre junto com o negócio, no primeiro momento. Se depois for 
desfeito, azar. 
Opção D correta. 
 
QUESTÃO 02 – FGV – AFT CUIABÁ – 2016 
Segundo a legislação, Caio, proprietário do imóvel X, celebra contrato de 
locação com Tício, no qual estabelece que o responsável pelo pagamento do 
 
DIREITO TRIBUTÁRIO 
 
 
 
 
46 
Imposto sobre a Propriedade Territorial Urbana – IPTU será o locatário do 
imóvel. O referido contrato foi registrado no Cartório de Registro de Imóveis 
competente. 
Sobre a hipótese apresentada, assinale a afirmativa correta. 
a) O contrato é válido, podendo ser oposto ao Fisco, que deverá realizar o 
lançamento do IPTU tendo como sujeito passivo Tício, locatário do imóvel. 
b) O contrato é valido e terá seus efeitos limitados aos contratantes, mas não 
produzirá efeito contra o Fisco, no que se refere à responsabilidade tributária. 
c) O contrato é nulo, uma vez que altera definição de sujeição passiva disposta 
em lei. 
d) O contrato é valido, tendo em vista que o Código Tributário Nacional prevê 
que o locatário é o sujeito passivo da obrigação tributária referente ao 
pagamento do IPTU. 
e) O contrato é válido e cria, para o pagamento do IPTU, uma forma de 
responsabilidade solidária entre o locador e o locatário. 
COMENTÁRIO 
Conforme art. 123 do CTN, as convenções particulares não podem se opor à 
Fazenda Pública, no que se refere à fixação de responsabilidade tributária. Tais 
convenções, porém, produzem efeito entre as partes. No caso da questão, a 
Fazenda cobrará de Caio, mas este, por força contratual, terá direito a cobrar 
de Tício seu ressarcimento. 
Opção B correta. 
 
QUESTÃO 03 – CONSULPLAN – TJ MG – 2015 
Considerando as disposições relativas à solidariedade, do Código Tributário 
Nacional, é correto afirmar que 
 
DIREITO TRIBUTÁRIO 
 
 
 
 
47 
a) o pagamento efetuado por um dos obrigados não aproveita aos demais. 
b) a remissão de crédito exonera todos os obrigados, ainda que outorgada 
pessoalmente a um deles. 
c) a interrupção da prescrição contra um dos obrigados não prejudica os 
demais. 
d) são solidariamente obrigadas as pessoas que tenham interesse comum na 
situação que constitua o fato gerador da obrigação principal. 
COMENTÁRIO 
a) aproveita sim 
b) caso seja pessoal, não exonera os demais 
c) prejudica ou aproveita aos demais sim 
d) certinho, como os coproprietários de um imóvel. 
Opção D correta. 
 
QUESTÃO 04 – ESAF – AFRE PA – 2002 
Sujeito passivo da obrigação tributária acessória é a pessoa 
a) obrigada a pagar a prestação pecuniária compulsória. 
b) obrigada às prestações no interesse da arrecadação e da fiscalização. 
c) obrigada a pagar o tributo estabelecido em lei ordinária. 
d) que determina a matéria tributável. 
e) que quantifica o montante do tributo devido. 
COMENTÁRIO 
 
DIREITO TRIBUTÁRIO 
 
 
 
 
48 
Só pra testar a atenção: nem toda prestação é pecuniária. Prestação é sinônimo 
de obrigação, o que pode ser de pagar, de fazer ou de não fazer. 
As outras opções, porém, estavam tão erradas que a questão ficou difícil de 
errar. 
Opção B correta. 
 
QUESTÃO 05 - ESAF – AFRFB - 2009 
Sobre a solidariedade e os sujeitos da obrigação tributária, com base no Código 
Tributário Nacional, assinale a opção correta. 
a) O sujeito ativo da obrigação tributária é a pessoa jurídica de direito público 
que detém capacidade ativa, sendo esta indelegável. 
b) No polo ativo da relação jurídico-tributária, necessariamente deve figurar 
pessoa jurídica de direito público. 
c) O contribuinte de fato integra a relação jurídico-tributária, haja vista possuir 
relação direta com o fato gerador da obrigação. 
d) Em regra, há solidariedade entre o contribuinte de fato e o contribuinte de 
direito, na relação jurídico-tributária. 
e) A solidariedade ativa decorre da situação em que houve delegação do poder 
de arrecadar e fiscalizar tributos. 
COMENTÁRIO 
Essa questão, apesar de falar muito de solidariedade, no fundo é sobre 
capacidade tributária, pois a resposta exige que o candidato saiba que a 
capacidade tributária ativa é delegável, porém, somente para pessoas jurídicas 
de direito público. Com isso matamos a a) e sabemos que a b) está correta. 
 
DIREITO TRIBUTÁRIO 
 
 
 
 
49 
A c) fala do contribuinte de fato que, por essa classificação, é quem suporta o 
ônus econômico (o cliente da loja). Ele não é parte da relação tributária. São 
parte o Fisco, no polo ativo, e o comerciante, no polo passivo. 
A d) também fala disso. Claro que não há essa solidariedade: esse conceito de 
contribuinte de fato é apenas do campo das finanças – no direito tributário 
mesmo, não interessa quem economicamente suporta o ônus, interessa de 
quem a Fazenda pode chegar e cobrar o tributo. E é apenas do contribuinte de 
direito. 
A e) fala de solidariedade ativa, algo que não existe. 
Opção B correta. 
 
QUESTÃO 06 - ESAF – AFRFB - 2002 
Assinale a opção errada entre as relacionadas abaixo. 
Salvo disposiçãode lei em contrário, são os seguintes os efeitos da 
solidariedade tributária: 
a) o pagamento efetuado por um dos obrigados aproveita aos demais. 
b) a isenção ou remissão de crédito exonera todos os obrigados, salvo se 
outorgada pessoalmente a um deles, subsistindo, nesse caso, a solidariedade 
quanto aos demais pelo saldo. 
c) a interrupção da prescrição, em favor de um dos obrigados, favorece aos 
demais. 
d) a interrupção da prescrição, contra um dos obrigados, prejudica aos demais. 
e) ao demandado assiste o direito de apontar o devedor originário para solver o 
débito e assim exonerar-se. 
COMENTÁRIO 
 
DIREITO TRIBUTÁRIO 
 
 
 
 
50 
Aqui temos o texto do CTN em todas as opções verdadeiras. A opção a marcar 
tem dois erros. 
O primeiro é que na solidariedade não se pode apontar outro devedor, pois não 
há benefício de ordem. Se o credor escolheu você para cobrar, azar seu. Pague 
e depois vá atrás dos colegas devedores solidários. 
O segundo é que, ainda numa hipotética responsabilidade subsidiária, não basta 
apontar o devedor originário. É preciso que ele tenha como pagar. Se o devedor 
subsidiário aponta o devedor originário, mas este comprova que não possui 
bens ou renda para pagar, volta a cobrança contra o subsidiário. 
Opção E correta. 
 
QUESTÃO 07 – ESAF – AFRFB – 2003 
Responda de acordo com as pertinentes disposições do Código Tributário 
Nacional. 
O benefício da denúncia espontânea da infração, previsto no art. 138 do Código 
Tributário Nacional, é aplicável, em caso de parcelamento do débito, para efeito 
de excluir a responsabilidade do contribuinte pelo pagamento de multa 
moratória? 
O síndico de massa falida responde pessoalmente pelos créditos tributários 
correspondentes a obrigações tributárias que resultem de atos praticados por 
ele, no exercício de suas funções, com excesso de poderes ou infração de lei? 
A responsabilidade pessoal do sucessor a qualquer título e do cônjuge meeiro, 
pelos tributos devidos pelo de cujus até a data da partilha ou adjudicação, está 
limitada à metade do quinhão do legado ou da meação? 
a) Não, não, sim 
b) Não, sim, não 
 
DIREITO TRIBUTÁRIO 
 
 
 
 
51 
c) Não, sim, sim 
d) Sim, sim, não 
e) Sim, sim, sim 
COMENTÁRIO 
O CTN 138 fala em pagamento do tributo e juros de mora, mas não em 
parcelamento. Além disso, não menciona a multa de mora. 
Não só o síndico, como o administrador de bens de terceiros em geral responde 
quando age com excesso de poderes ou infração à lei. 
Limitada ao valor da herança, não à metade. 
Opção B correta. 
 
QUESTÃO 08 – FGV – AGENTE FAZENDÁRIO NITERÓI - 2015 
De acordo com as normas gerais de Direito Tributário, uma criança de sete 
anos: 
a) possui capacidade tributária passiva parcial até completar dezoito anos de 
idade; 
b) não possui qualquer capacidade tributária passiva, porque é incapaz de 
discernir sobre a prática dos fatos geradores; 
c) possui total capacidade tributária passiva; 
d) possui capacidade tributária parcial até completar dez anos de idade; 
e) não possui capacidade tributária passiva, porque é menor de idade. 
COMENTÁRIO 
 
DIREITO TRIBUTÁRIO 
 
 
 
 
52 
Conforme artigo 126 do CTN, a capacidade tributária passiva independe da 
capacidade civil das pessoas naturais. Um exemplo comum é o pai que faz um 
plano de previdência em nome do filho menor de idade. O filho, tendo CPF 
próprio e investimentos em seu nome, se torna sujeito passivo do IR e IOF, 
além de outros tributos que venham a incidir na operação. 
Opção C correta. 
 
QUESTÃO 09 – FGV – AGENTE FAZENDÁRIO NITERÓI - 2015 
Nos termos do Código Tributário Nacional, é correto afirmar que o domicílio 
tributário: 
a) pode ser livremente eleito pelo sujeito passivo da obrigação tributária, não 
tendo a autoridade administrativa o poder de recusá-lo; 
b) das pessoas jurídicas de direito público será considerado como aquele 
situado no município de maior relevância econômica da entidade tributante; 
c) das pessoas naturais será a sua residência habitual, ou, sendo esta incerta 
ou desconhecida, aquela que a autoridade administrativa assim eleger; 
d) da pessoa jurídica de direito privado que possua mais de um estabelecimento 
será aquele cuja escrituração contábil demonstre maior faturamento; 
e) é definido pelo lugar dos bens ou da ocorrência dos atos ou fatos que 
tenham dado origem à obrigação tributária, na impossibilidade de aplicação dos 
critérios do CTN. 
COMENTÁRIO 
a) pode recusar se o lugar dificultar a fiscalização. 
b) pode ser qualquer uma de suas repartições. 
c) troque “aquela que a autoridade...” por “o centro habitual de sua atividade”. 
 
DIREITO TRIBUTÁRIO 
 
 
 
 
53 
d) pode ser a sede ou o local de cada estabelecimento que tenha dado origem à 
obrigação tributária. 
e) correta, aplicável quando não couber nenhuma das outras hipóteses de 
fixação do domicílio, e em caso de rejeição, pela Fazenda, do domicílio eleito 
pelo contribuinte. 
Opção E correta. 
 
QUESTÃO 10 – ESAF – AFRFB – 2012 
Sobre o instituto da responsabilidade no Código Tributário Nacional, assinale a 
opção incorreta. 
a) A obrigação do terceiro, de responder por dívida originariamente do 
contribuinte, jamais decorre direta e automaticamente da pura e simples 
ocorrência do fato gerador do tributo. 
b) Exige-se que o responsável guarde relação com o contribuinte ou com o fato 
gerador, ou seja, que tenha possibilidade de influir para o bom pagamento do 
tributo. 
c) Pode ser um sucessor ou um terceiro e responder solidária ou 
subsidiariamente, ou ainda por substituição. 
d) Contribuinte e responsável são sujeitos passivos da mesma relação jurídica, 
cujo objeto, pagar o tributo, coincide. 
e) O vínculo que obriga o responsável ao pagamento do tributo surge de lei 
específica. 
COMENTÁRIO 
a) decorre de alguma outra circunstância prevista em lei. A obrigação que surge 
apenas pelo FG é a do contribuinte. 
 
DIREITO TRIBUTÁRIO 
 
 
 
 
54 
b) senão seria vacilo, né? 
c) sem problemas, certo? Só para conferir: solidário responde junto, subsidiário 
responde se o principal não pagar, e por substituição a obrigação deixa de valer 
para o contribuinte e passa a ser apenas do responsável. 
d) a relação jurídica é distinta, uma é de contribuinte, a outra é de responsável. 
É possível que a seja irregular (afastando a obrigação do responsável), sem 
interferir na outra. O STF usou as exatas palavras dessa opção em julgados. 
e) sim, de lei, e o conceito de específica que é um pouco amplo. Certamente a 
lei que criou os feriados da Olimpíada não poderia tratar de responsabilidade 
tributária, mas qualquer lei que trate dos tributos ou das operações que são 
fatos geradores de tributos podem ser consideradas específicas. 
Opção D correta. 
 
QUESTÃO 11 – ESAF – ATRFB – 2006 
Sobre a obrigação tributária acessória, é incorreto afirmar-se que 
a) tem por objeto prestações positivas previstas na legislação tributária. 
b) tal como a obrigação principal, supõe, para o seu surgimento, a ocorrência 
de fato gerador. 
c) objetiva dar meios à fiscalização tributária para a investigação e o controle 
do recolhimento de tributos. 
d) sua inobservância converte-se em obrigação principal, relativamente a 
penalidade pecuniária. 
e) realizar matrícula no cadastro de contribuintes, emitir nota fiscal e 
apresentar declarações ao Fisco constituem, entre outros, alguns exemplos. 
COMENTÁRIO: 
 
DIREITO TRIBUTÁRIO 
 
 
 
 
55 
Vejam que curioso, uma questão de interpretação de texto. 
Nenhuma está errada propriamente dita. A opção a), porém,

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