Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
09/02/2017 1 BIOQUÍMICA CLÍNICA Apresentação da disciplina Prof.ª Msc. Yvonne Klimesch PLANO DE ENSINO Ementa Abordar o funcionamento de diferentes órgãos e patologias que acometem os seres humanos, relacionado-as com a interpretação clínica dos resultados laboratoriais obtidos a partir de diversos materiais biológicos 09/02/2017 2 PLANO DE ENSINO Objetivos gerais Fornecer conhecimentos e habilidades para que o futuro profissional Farmacêutico possa atuar em laboratórios de análises clínicas, na área de Bioquímica Clínica, através de exercício das técnicas de rotina para as determinações bioquímicas dos líquidos biológicos. Avaliar os procedimentos e técnicas utilizadas através da implantação de sistemas de controle de qualidade. Objetivos específicos Preparar o aluno para discussão da inter-relação entre os metabolismos lipídico, proteico e glicídico, correlacionando com a fisiopatologia dos órgãos comprometidos por intermédio de análise técnica e interpretação dos diversos analitos realizados em laboratório de análises clínicas PLANO DE ENSINO Conteúdo programático Coleta de materiais Métodos analíticos Controle de qualidade Provas laboratoriais Perfil funcional Renal Perfil funcional hepático Perfil protéico Perfil Pancreático Metabolismo glicídico Metabolismo Lipídico 09/02/2017 3 BIBLIOGRAFIA LIMA, A.O.; SOARES, J. B.; GRECO,J.B.; GALIZZI,J.; CANÇADO,J.R. Métodos de laboratório aplicados à Clínica – Técnica e Interpretação. Rio de Janeiro; Guanabara Koogan. 2001. MOTTA, V.T.Bioquímica Clínica para o Laboratório. Princípios e Interpretações. EDUCS. 2009 MOURA. R.A. WADA, C.S.; PURCHIO, A.; ALMEIDA,T.V. Técnicas de laboratório. São Paulo: Atheneu, 1998. BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR CAMPBELL, M. K., Bioquímica. Porto Alegre: Artmed. 2003. HENRY, J.B. Diagnóstico Clínico e tratamento por Métodos laboratoriais. São Paulo: Manole, 1999 LEHNINGER, A. L.; NELSON, D. L.; COX, M. M. Lehninger: princípios de bioquímica. São Paulo: Sarvier, 1990/2000. NEPOMUCENO, M.F.; RUGGIERO, A.C. Manual de Bioquímica. Editora TECMEDD. 2004. STRYER, L. Bioquímica. Rio de janeiro: Guanabara Koogan, 2004. 09/02/2017 4 Avaliar a função de um órgão Avaliar um estado metabólico Estabelecer a presença ou ausência de uma enfermidade ou agente etiológico Acompanhar a evolução de enfermidades Fazer o controle de cura Monitoramento terapêutica Vigilância epidemiológica Porquê os médicos solicitam exames ? Para refletir O bom médico sabe usar bem o laboratório Saber usar o laboratório é uma tarefa a ser aprendida Um resultado de exame não é uma questão de fé e deve ser analisado à luz do quadro clínico Os valores de referência são representações estatísticas de grupos de pessoas 09/02/2017 5 Para refletir Interpretar um resultado não é apenas compará-lo com os valores normais. Isto um computador faz muito bem. Deve-se conhecer: – Quadro clínico do paciente – Dieta, hábitos, exercício, medicamentos em uso, estado emocional, uso de álcool, etc. Coleta de material biológico 09/02/2017 6 FLUÍDOS BIOLÓGICOS SANGUE Punção venosa, punção arterial e punção capilar URINA Urina tipo I e urina 24 horas FEZES Parasitológico de fezes, sangue oculto LÍQUIDOS CAVITÁRIOS Peritoneal, pericárdio, sinovial SÊMEN LÍQUOR SANGUE SANGUE: fluído biológico mais utilizado para fins analíticos Tecido conjuntivo líquido que circula pelo sistema vascular do organismo Função de levar nutrientes(proteínas,glicose) e oxigênio para todas as células do organismo e retirar as toxinas produzidas pela metabolismo. 2 partes Parte líquida: plasma ou soro com 90% de água e 10% substâncias orgânicas e inorgânicas Parte sólida: formadas por células como hemácias, leucócitos e plaquetas 09/02/2017 7 SORO E PLASMA E SANGUE TOTAL Sangue total: sangue sem estar coagulado com todos seus elementos preservados. Plasma: líquido resultante após a centrifugação do sangue (em tubo com anticoagulante) sem a formação do coágulo. Soro: líquido resultante após a centrifugação do sangue (em tubo sem anticoagulante) com a formação do coágulo. 09/02/2017 8 Obtenção de soro/plasma SORO - tubo sem gel separador: tampa vermelha Aguardar a completa coagulação à temperatura ambiente seguida de centrifugação a 3.000 rpm, por um período de 10 minutos. Os tubos com as amostras devem ser centrifugados com tampa para evitar evaporação, formação de aerossóis bem como evitar o risco de contaminação tanto da amostra como do técnico. SORO - tubo com gel separador: tampa amarela. Contém ativador de coágulo. Deve-se imediatamente após a coleta homogeneizar, o tubo por inversão de 5 a 8 vezes, manter em repouso, verticalmente, por 30 minutos para retrair o coágulo e seguir a centrifugação a 3.000 rpm por 10 minutos. PLASMA: amostras colhidas com anticoagulantes específicos para evitar a coagulação. centrifugação a 3.000 rpm por 10 minutos. Obtenção de soro/plasma PLASMA: amostras colhidas com anticoagulantes específicos para evitar a coagulação. centrifugação a 3.000 rpm por 10 minutos. 09/02/2017 9 Obtenção de soro/plasma Sangue total – tubo com anticoagulante NÃO CENTRIFUGAR O sangue permanece nas suas características próximas as da normalidade 09/02/2017 10 Importância de separar sangue do soro e plasma Devem ser separados do coágulo ou elementos figurados o mais depressa possível (uma hora) Um contato prolongado pode causar: Diminuição da glicose (consumida como fonte de energia) Aumento de ferro, potássio e desidrogenase lática Soros que estiveram em contato com o coágulo um ou dois dias Índices muito altos de fósforo e desidrogenase lática Ausência de glicose Tubos com gel separador Conservação e transporte da amostra Conservação da amostra Refrigeração (mais utilizado) Maioria dos metabólitos não se altera em 24 horas Congelamento ( soro ou plasma) Altera lipidograma Conservar a amostra em tubo fechado Amostras seqüenciais devem ser separadas no tempo certo e analisadas em conjunto 09/02/2017 11 Conservação e transporte da amostra Transporte da amostra Se for necessário o transporte da amostra para o apoio ou para o laboratório deverá ser executado em boas condições: Refrigerado ou congelado Separar o soro do plasma antes do transporte Exceto para tubo SST CENTRIFUGAÇÃO – aplicação de uma força centrífuga para separar fases de densidade diferentes Sempre balancear os tubos na centrífuga Limpar a centrífuga a cada mês ou quando ocorrer algum vazamento Respeitar o tempo de cada amostra Coleta de sangue 09/02/2017 12 Material para coleta de sangue Tubos para coleta de sangue 09/02/2017 13 Tubos para hemocultura Tubos para coleta de sangue ROLHA CONTEÚDO SETOR Atc:EDTA (etilenodiaminotetracetico) Hematologia Atc: heparina sódica/lítica Bioquímica/imunologia Atc: citrato de sódio Hemostasia(coagulação) Atc: fluoreto de sódio + EDTA Bioquímica(glicose) Gel separador com ativador de coáguloBioquímica/imuno/virologia/ hormônio Siliconizado sem anticoagulante Idem ao amarelo 09/02/2017 14 anticoagulantes Seqüência de coleta para tubos (plástico) Frascos para hemocultura. Tubos com citrato (tampa azul-claro). Tubos para soro com ativador de coágulo, com ou sem gel separador (tampa vermelha/ amarela). Tubos com heparina com ou sem gel separador de plasma (tampa verde). Tubos com EDTA (tampa roxa). Tubos com fluoreto (tampa cinza). 09/02/2017 15 Homogeneização para os tubos de coleta de sangue Imediatamente após a coleta ,todos os tubos sejam homogeneizados Procedimento deve ser realizado por inversão 09/02/2017 16 Tipos de punção/tipo de sangue Punção venosa Punção capilar Punção arterial Punção venosa Sangue venoso que circula da periferia para o centro do sistema circulatório, o coração, é o mais usado em exames laboratoriais. Sempre: Separar todos os materiais necessários antes da coleta Confirmar os dados do paciente Utilizar os EPIs – luvas,máscaras e jaleco.... Fazer a palpação, inspeção verificar a correta localização da veia 09/02/2017 17 Formas de coleta (sangue) Seringa e agulha Atualmente não é a mais recomendada pela CLSI Maior risco de acidente (flebotomista) Maior chance de comprometer a qualidade da amostra:hemólise proporção anticoagulante/sg. Atualmente a NR32 –dispositivo de segurança Vácuo (aspiração mecânica automática): É recomendada pelo CLSI (clinical and laboratory standarts institute). Gasta menos tempo e tem menos custo Diminui o risco de acidente com perfuro-cortante Garante a qualidade da amostra. Maioria dos exames laboratoriais Agulhas 25 X 8; 25 X 9 adultos. Agulhas 25 X 6; 25 X 7 crianças Local de preferência Fossa anticubital, área anterior do braço e abaixo do cotovelo Veias cubital mediana e cefálica mais utilizadas Veia cefálica é a mais propensa á formação de hematomas e pode ser dolorosa ao ser puncionada Dorso da mão Outras opções: veias jugulares, veia femoral, seio sagital superior, etc Punção venosa – local de punção 09/02/2017 18 COLETA DE SANGUE PUNÇÃO VENOSA Veias da dobra do cotovelo Coleta de sangue - DORÇO DAS MÃOS 09/02/2017 19 Não devem ser coletadas em membros que estiver com terapia intravenosa instaladas Áreas extensas com cicatriz de queimadura Paciente com mastectomia – puncionar do outro lado (risco de linfostase) Áreas com hematoma Veias trombosadas. Punção venosa – áreas a serem evitadas Técnicas para evidenciação da veia Observação das veias calibrosas Movimentação: abrir e fechar a mão – reduzem a pressão venosa Massagem: punho ao cotovelo Palpação: realizada com o dedo indicador – revela a presença de pulsação diferenciando a artéria e uma veia. Transiluminador: aparelho que evidencia a posição correta da veia Neonatos, idosos,obesos,hipotensão – localização difícil das veias 09/02/2017 20 Uso do Torniquete (garrote) Utilizado para aumentar a pressão intravascular Aumenta a pressão intravascular Ajuda no preenchimento dos tubos de coleta Uso único,descartável e livre de látex Precauções com o uso do torniquete Utilizar apenas 1 minuto – uso prolongado causa: Hemoconcentração Aumento sérico de proteínas Sódio plaquetas Hemólise 09/02/2017 21 Uso do torniquete procedimentos Inclinar o braço do paciente para baixo Posicionar o torniquete com o laço para cima – evitar contaminação da área da punção Nunca bater na veia “com dois dedos” – causa hemólise Seleção preliminar da veia – inspeção e palpação de esperar 2 minutos para reutilizá-lo Não utilizar o torniquete para os exames de lactato e cálcio – altera concentração. Aplicar o torniquete de 7,5 a 10 cm acima do local da punção Não apertar o torniquete – paciente deve apresentar a pulsação 09/02/2017 22 REJEIÇÃO DE UMA AMOSTRA BIOLÓGICO - CAUSAS Hemólise Ruptura da hemácia com liberação da hemoglobina alterando alguns analitos(elevação de LDH,bilirrubinas potássio,magnésio) Ocorre por um processo mecânico(trauma na punção) Por processo fisiológico(anemia hemolítica) Amostras de plasma ou de soro hemolisadas apresentam- se mais coradas Alguns cuidados: Após a anti-sepsia do local de coleta, deixar evaporar totalmente o anti-séptico. Usar o garrote o menor tempo possível. Não mover a agulha durante a coleta. Tubos quentes Vibrações durante o transporte 09/02/2017 23 Formação do hematoma Complicação mais comum Extravasamento do sangue para o tecido,durante ou após a punção; Situações que podem precipitar a formação de um hematoma: Existência de veia frágil ou muito pequena; Agulha ultrapassa a parede posterior da veia; Agulha perfura parcialmente a veia,não a penetrando Realização de diversas tentativas de punção sem sucesso; Agulha removida sem a prévia retirada do torniquete Aplicação de pressão inadequada no local da punção 09/02/2017 24 Procedimentos de coleta venosa Antissepsia do local da punção - Desinfecção de tecidos vivos,como pele e mucosas Uso de antissépticos Álcool etílico, isopropílico 70%, iodeto de povidona 1 a 2% ou clorexidina (hemocultura) Procedimento Gaze umedecida com álcool Limpar o local com movimentos circulares de dentro para fora Esperar a secagem – 30 segundos(evitar hemólise) Não assoprar nem colocar nada no local COLETA DE SANGUE vácuo 1. Retirar a agulha de coleta múltipla da embalagem estéril e acoplar ao canhão, deixando na própria embalagem estéril pronta para ser usada. JÁ ESTAR DE LUVAS 2. Colocar um garrote ao redor do braço do paciente, acima da dobra do cotovelo. Verificar o pulso para garantir que a circulação arterial não foi interrompida. 3. O paciente deve abrir e fechar a mão várias vezes para aumentar a circulação venosa. 4. Pela inspeção e palpação determinar a veia a ser puncionada, que deve ser calibrosa e firme. 5. Desinfetar a pele sobre a veia selecionada, com álcool a 70% e deixar secar. 6. Não tocar o local a ser puncionado, nem deixar que o paciente dobre o braço. 7. O paciente, agora, deve permanecer com a mão fechada. 09/02/2017 25 COLETA DE SANGUE vácuo 8. Retirar a proteção da agulha 9. Fazer a punção numa angulação de 30° com bisel voltado para cima 10. Inserir o primeiro tubo de coleta a vácuo 11. Quando o sangue começar a fluir, retirar o garrote e pedir para paciente abrir a mão 12. Trocar os tubos de coleta – mais que um 13. Após a retirado do último tubo remova a agulha e fazer a compressão no local da punção com algodão ou gaze seca 14. Exercer pressão no local por 2 minutos para evitar formação de hematoma e sangramento 15. Homogenizar os tubos de acordo com anticoagulante 16. Descartar a agulha em recipiente apropriado – caixa perfuro cortante 17. Fazer curativo oclusivo no local da punção 18. Orientar paciente não dobrar o braço 19. Verificar se não tem pendência no pedido de exames 20. Verificar a condição do paciente COLETA DE SANGUE vácuo 09/02/2017 26 Cuidados para uma punção bem -sucedida Tubos com volumeinsuficiente ou com excesso de sangue, alteram a proporção correta de sangue/aditivo e podem gerar resultados incorretos. Sempre puncionar a veia com o bisel voltado para cima Introduzir a agulha mais ou menos 1 cm no braço Respeitar a angulação 30°,em relação ao braço do paciente 09/02/2017 27 PROCEDIMENTOS CORRETOS Procedimentos corretos de coleta 09/02/2017 28 Procedimentos errados o reencape de agulhas é uma causa freqüente de risco biológico Proibido • palpação próxima à agulha durante a coleta de sangue • tubo de coleta à vácuo na mão durante o procedimento Procedimentos errados RISCO DE ACIDENTES 09/02/2017 29 Risco de acidente grave acidentes com tubos de coleta de vidro. A quebra do vidro de coleta ocorre freqüentemente na parte de cima do tubo, quando é colocada a tampa de borracha. esses tubos já foram redesenhados para diminuir o o risco de quebra. Procedimentos errados Punção capilar Utiliza pequeno volume de sangue Mistura entre sangue arterial, venoso e capilar juntamente com fluídos intersticiais e intracelulares Utilizado na hematologia, em pesquisa de hemoparasitos, na coleta de amostras para execução de microtécnicas e em provas de coagulação. Especialmente em pacientes pediátricos. Locais para realizar a punção: Lóbulo da orelha Calcanhar (Superfície póstero-lateral do calcanhar em crianças de até 1 ano) Na polpa do 3º ou 4º dedo da mão. Realizado com lancetas. Punção capilar 09/02/2017 30 COLETA DE SANGUE punção capilar Nunca: Em local edematoso. Massagear antes. Espremer. Pode: Aquecer previamente com compressas quentes. Sempre: Limpar com álcool a 70%. Desprezar a primeira gota. Punção capilar
Compartilhar