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Formas de governo - República

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FORMA DE GOVERNO: REPÚBLICA 
 
- A forma de governo adotado pelo Brasil é a República, por força do disposto no art. 1º da CF. 
 
- República é a forma de governo, fundado na igualdade formal das pessoas (sendo que 
todos são cidadãos e não súditos), em que os detentores do poder político exercem-no em nome 
do povo e em caráter eletivo, representativo (de regra), transitório e com responsabilidade. 
 
- A República impõe o princípio da igualdade. A res publica é de todos e para todos. 
 
- A República é caracterizada por mandatos e eleições. 
 
- Eleições: em uma República o povo elege os chefes do Poder Executivo e os membros do 
Poder Legislativo, através do sufrágio universal. 
 
- Mandato: esta transferência de poder aos representantes eleitos pelo povo se dará por um 
período determinado. A transitoriedade do mandato permite que o povo avalie, periodicamente, 
seus mandatários. 
 
- Em uma República, o governante é responsável politicamente. Assim sendo, no Brasil, o 
Presidente da República responde por crimes de responsabilidade nos termos do art. 85 da CF. 
 
- O princípio republicano alcança não só a União, como as demais pessoas políticas existentes 
no Estado brasileiro. 
ESTADO MODERNO E DEMOCRACIA 
 
O surgimento do Estado Moderno coincide com a modernização da sociedade que se iniciou no 
séc. XVI e termina com aRevolução Industrial, tendo como elemento central, a tecnologia e o 
aumento da produtividade. Esta época é caracterizada pelo surgimento de novos grupos sociais, 
pela ascensão da burguesia e por uma nova forma de legitimação do poder, o povo e, em 
conseqüência, pelos parlamentos. 
Dalmo de Abreu Dallari[1] ensina que, “a idéia moderna de um Estado Democrático tem suas 
raízes no século XVIII, implicando a afirmação de certos valores fundamentais da pessoa 
humana, bem como a exigência de organização e funcionamento do Estado tendo em vista a 
proteção daqueles valores”. 
O Estado democrático somente passou a fazer parte do Estado Moderno após o sentimento 
social de revolta contra o absolutismo e a conseqüente afirmação dos direitos naturais da pessoa 
humana e a exigência de organização e funcionamento do Estado. Portanto, foi a partir da 
evolução do pensamento social, político e jurídico do século XVIII, que surgiu o Estado 
Democrático. 
Rousseau e Locke tiveram grande influência para o desenvolvimento da idéia de Estado 
Democrático. Nesta seara três grandes movimentos políticos –sociais auxiliaram na condução 
do Estado Democrático: 
a) Revolução Inglesa: teve grande contribuição de Locke. Os princípios desta revolução foram 
expressos no Bill of Rights (Declaração Inglesa dos Direitos), de 1689, expressão dos fatos 
políticos da época que estavam transformando a Inglaterra. 
Segundo Dallari, esta Revolução possuía como pontos básicos: 1º) a intenção de estabelecer 
limites ao poder absoluto do monarca e a influência do protestantismo; 2º ) a afirmação do direito 
naturais dos indivíduos que nascem livres e iguais; e 3º) a necessidade de um governo da 
maioria, para assegurar a liberdade dos cidadãos, exercido pelo Poder Legislativo. 
b) a Revolução americana: foi influenciada pelas idéias de liberdade que se propagavam na 
Europa. Em conseqüência, as treze colônias inglesas na América do Norte conquistaram a sua 
independência, sendo que seus princípios foram expressos na Declaração de Independência, 
em 1776. 
Dallari[2] assevera que foi seguindo essa orientação é que se organizaram, “... primeiramente, 
as antigas colônias e, mais tarde, os Estados Unidos da América, procurando-se garantir sempre 
a supremacia da vontade do povo, a liberdade de associação e a possibilidade de manter um 
permanente controle sobre o governo”. 
Esta afirmação da igualdade de direitos tornou-se um dogma da supremacia da vontade da 
maioria. 
c) Revolução Francesa: foi influenciada por Rousseau. Considerando que as condições 
políticas da França eram diferentes das da América do Norte, existiram algumas diferenças entre 
as respectivas Revoluções. Os líderes franceses além de se oporem aos governos absolutistas 
que não permitiam a participação popular no poder, também enfrentavam uma grande 
instabilidade interna, além dos litígios entre a Igreja e o Estado. Nesse contexto, surge a 
Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, em 1789, a qual, ao contrário do que ocorreu 
na Inglaterra e nos Estados Unidos da América, teve um caráter mais universal. 
Segundo Dallari[3], “declara-se, então, que os homens nascem e permanecem livres e iguais em 
direitos. Como fim da sociedade política aponta-se a conservação dos direitos naturais e 
imprescritíveis do homem, que são a liberdade, a propriedade, a segurança e a resistência à 
opressão. Nenhuma limitação pode ser imposta ao indivíduo, a não ser por meio da lei, que é a 
expressão da vontade geral. E todos os cidadãos têm o direito de concorrer, pessoalmente ou 
por seus representantes, para a formação dessa vontade geral. Assim, pois, a base da 
organização do Estado deve ser a preservação dessa possibilidade de participação popular no 
governo, a fim de que sejam garantidos os direitos naturais”. 
Verifica-se, portanto, que a participação do povo no governo do Estado também está entre os 
direitos defendidos pela Revolução Francesa. 
Portanto, foi a partir destas Revoluções que o Estado democrático passou a fazer parte do 
Estado Moderno, tendo como pontos norteadores para a exigência da democracia a supremacia 
da vontade popular, a preservação da liberdade e aigualdade de direitos. 
Forma de Estado: Federação 
 
- Roque Antonio Carrazza[1] explica que a “Federação (de foedus, foedoris, aliança, pacto) é 
uma associação, uma união institucional de Estados, que dá lugar a um novo Estado (o Estado 
Federal), diverso dos que dele participam (os Estados-membros). Nela, os Estados Federados, 
sem perderem suas personalidades jurídicas, despem-se de algumas tantas prerrogativas, em 
benefício da União. A mais relevante delas é a soberania”. 
 
- Celso Ribeiro Bastos[2] explica que a Federação[3] pode surgir tanto da união de Estados 
independentes que já existiam, como da divisão de um Estado unitário. Segundo o autor[4], a 
Federação, em regra, “(...) implica na existência de um fenômeno associativo ou de agrupamento 
de Estados preexistentes”. Entretanto, “(...) também é possível atingir a federação a partir da 
desagregação de um Estado unitário. É o que ocorre quando um Estado unitário inicial se 
separam as diversas unidades autônomas que passarão a constituir seus Estados membros”. 
 
- O Estado federal que resulta de uma agregação de Estados que a ele preexistiam é 
denominado por Manoel Gonçalves Ferreira Filho[5] de “federalismo por agregação”, como é o 
caso dos Estados Unidos, da Alemanha ou da Suíça. Por outro lado, o Estado unitário que 
descentralizou-se a ponto de gerar Estados que foram “subpostos” é denominado pelo autor de 
“federalismo por segregação”, sendo este o caso do Brasil. 
 
- A forma de Estado adotada pelo Brasil é a Federação, nos termos do art. 1º da CF, 
caracterizada pela união indissolúvel dos Estados, Municípios e Distrito Federal. 
 
- A base da descentralização política do Estado Federal é a Constituição, a qual segundo Michel 
Temer[6] deve prever a descentralização, sem a qual não há como se falar em Federação. 
 
-José Alfredo de Oliveira Baracho[7] demonstra que a descentralização política está associada 
com a autonomia dos Estados federados e com a participação desses entes na formação da 
vontade legislativa do Estado federal. 
 
- Não se pode confundir ainda a Federação com a Confederação. Um dos principais traçosdistintivos entre a Confederação e a Federação é a soberania, de modo que se pode afirmar 
que os Estados confederados são soberanos e os Estados federados são apenas 
autônomos. 
 
- Celso Ribeiro Bastos[8] explica que a autonomia dos Estados federados “(...) não é uma 
amplitude incondicionada ou ilimitada de atuação na ordem jurídica, mas tão somente, a 
disponibilidade sobre certas matérias, respeitados, sempre, princípios fixados na Constituição. 
Autonomia, destarte, é uma área de competência circunscrita pelo direito, enquanto a soberania 
não encontra qualquer espécie de limitação jurídica. O Estado federal é soberano do ponto de 
vista do direito internacional ao passo que os diversos Estados-membros são autônomos do 
ponto de vista do direito interno”. 
 
-Portanto, no que diz respeito à Federação, pode-se concluir que, no plano 
internacional, soberano é o Estado Federal. No plano interno os Estados-membros são 
pessoas políticas autônomas que receberam atribuições privativas do Texto Constitucional, 
ressaltando que esta autonomia constitucional não é absoluta, mas relativa, pois devem ser 
observados os limites traçados pela Constituição Federal. 
 
- Roque Antonio Carrazza[9] ainda explica que, no Brasil, apesar de no plano internacional, a 
União 
Federal “concentrar a soberania da Nação”, exercida em condições de igualdade perante os 
demais Estados independentes, no plano interno, a União Federal é uma pessoa política com 
atribuições privativas que se assemelham aos Estados-membros, que, como ela, são 
autônomos. Conforme o autor[10], isto só é possível, por força do princípio federativo: 
"(...) no Brasil, por obra e graça do princípio federativo - verdadeira coluna 
mestra de nosso sistema jurídico -, convivem harmonicamente (e nisto 
estamos com Kelsen) a ordem jurídica global (o Estado brasileiro) e 
asordens jurídicas parciais, central (a União) e periféricas (os Estados-
membros). Esta múltipla incidência só é possível por força da cuidadosa 
discriminação de competências, levada a efeito pela Constituição da 
República. 
Não padece dúvida de que estas ordens jurídicas possuem campos de 
atuação perfeitamente traçados pela Lei Máxima, de tal arte que em 
nenhuma hipótese interferem umas com as outras. Nem, muito menos, 
atritam[11].” 
 
- Na Federação Brasileira, portanto, pode se afirmar que, juridicamente, não existe hierarquia 
entre a União Federal e os Estados-membros. Neste contexto, cada ente político (UF, Estados 
membros, Municípios e DF), recebeu competênciasdistintas do Texto Constitucional que lei 
alguma pode alterar. 
 
- Pode-se concluir, portanto, que no Brasil, em decorrência do Princípio Federativo, inexiste 
hierarquia as pessoas políticas, sendo esta igualdade garantida pela rígida repartição de 
competências[12] entre estes entes políticos, expressamente prevista na Constituição Brasileira. 
 
- Roque Antonio Carrazza[13] ensina que “foi para evitar possíveis choques que o Constituinte 
delimitou as competências federais e estaduais. A União e Estados só podem desenvolver suas 
atividades nos campos que lhes foram reservados. Assim, nem a União há de invadir os limites 
da competência dos Estados, nem estes poderão imiscuir-se em assuntos federais”. 
 
- De outro lado, como já referido, no Brasil, o Município também faz parte da Federação (arts. 1º, 
18, 29 e 30 da CF), juntamente com a União Federal e os Estados-membros, mesmo não 
possuindo representação no Legislativo federal (art. 45 e 46 da CF) e Poder Judiciário. 
Entretanto, neste ponto, a doutrina diverge. 
 
- Para José Afonso da Silva, José Nilo de Castro, Roque Antonio Carrazza, o Município não é 
integrante da Federação Brasileira sob os seguintes fundamentos: a) na inexistência de 
Federação de Municípios; b) na falta de representação destes entes políticos no Senado Federal; 
c) na impossibilidade de um Município apresentar uma proposta de emenda constitucional; d) na 
falta de previsão autorizando a intervenção da União Federal nos Municípios; e e) no fato do ente 
municipal não possuir Poder Judiciário. 
 
- Contrapondo-se a esse entendimento Celso Ribeiro Bastos[14] demonstra que o 
reconhecimento de que o Município integra a Federação Brasileira contraria os estudiosos que 
adotaram “(...) um modelo mais clássico de federação, onde se desconhece a ordem municipal 
no próprio nível da Constituição (...)”. Perfilham o mesmo entendimento Luiz Alberto David Araújo 
e Vidal Serrano Nunes Júnior[15] e Manoel Gonçalves Ferreira Filho[16] o qual reconhece que a 
Constituição em vigor foi clara ao incluir o Município entre os entes federativos (art. 1º), sendo 
que os arts. 29 e 31 garantiram a autonomia municipal semelhante a dos Estados-membros e 
lhe atribuíram o poder de auto-organização. 
 
- Donde se concluir que, o Município, ao lado da União Federal, dos Estados-membros é ente 
federativo, dotado de autonomia, dentro da atribuição de competência traçada pela 
Constituição Federal, ao qual cabe a organização, sem interferências, de seu governo e o 
estabelecimento de suas normas jurídicas. 
 
- Verifica-se, portanto, no ordenamento pátrio, a autonomia municipal é assegurada ao 
Município, dentro da atribuição de competências prevista pela Constituição Federal, cabendo-
lhe organizar seu governo, instituir e arrecadar seus tributos e estabelecer suas próprias normas. 
 
- De fato, a autonomia dos Municípios ao lado dos Estados membros é caracterizada em: 
a) Autonomia de auto-organização: trata-se da capacidade que os Municípios (art. 
29, caput[17]) e os Estados membros receberam de elaborarem suas Leis Orgânicas e 
Constituições Estaduais, respectivamente. 
b) Autonomia de autogoverno: assegurada aos Municípios (art. 29, I[18], da Constituição 
Federal) e aos Estados Membros ao garantir eleições diretas municipais para prefeito, vice-
prefeito e vereador (tendo sido extinta, portanto, a nomeação de prefeito no Município) e para 
governador, vice-governador e deputados estaduais, respectivamente. 
c) Autonomia legislativa: consiste na capacidade dos Municípios de legislarem sobre matérias 
de assunto local, de sua competência exclusiva (art. 30, I), inclusive sobre a instituição de tributos 
próprios; de suplementar a legislação federal e estadual (art. 30, II), no que couber. Trata-se 
ainda da capacidade atribuída aos Estados membros para legislarem nos termos do art. 25, 
parágrafo 1º da CF e do art. 24 da CF (competência concorrente). 
d) Autonomia financeira e tributária: trata-se da capacidade que os Municípios e os Estados 
membros receberem de criar e cobrar seus tributos dentro de suas respectivas competências.

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