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Responsabilidade Civil Punitiva Punitive Damages Flávio da Costa Higa - flaviochiga@hotmail.com Punitive damages e Lendas Urbanas “Although the stories are phrased as if factual and are often attached to a particular locality, urban legends are actually migratory, and, like all folklore, they exist in variant versions. Typically, urban legends are attributed to a friend-of-a-friend, and often their narrative structure sets up some kind of puzzling limitation that is resolved by a sudden plot twist, at which point the story ends abruptly.” (BRUNVAND, Jan Harold) Punitive damages e Lendas Urbanas “Mulher do banheiro” e “Homem do Saco” “If you go into the bathroom and look into the mirror with the lights off and the room completely black, and then say “Bloody Mary” thirteen times, a woman will appear and scratch your face up/off.” (BLOODY Mary) “Nas famílias e nas instituições particulares ou estatais, as crianças eram moldadas pela manipulação infantil do medo individual e social. Os pais manipulavam os filhos através do medo, embora algumas manipulações fossem positivas, para que eles se comportassem segundo o que consideravam o socialmente correcto. Amedrontavam as crianças com o papão, com o homem do saco (figura do pedinte que andava de porta em porta), com doenças, com o inferno, ou com qualquer outro medo. Alguns desses medos prolongavam-se pela vida das pessoas. [...] Deviam comer a papa toda, porque se não comessem, metiam-lhes medo com o homem do saco, que vinha para as levar para longe.” (LAYTON, Júlia) Punitive damages e Lendas Urbanas A história do gato no microondas “A teoria do valor do desestímulo tem origem nos EUA onde o instituto assumiu contornos de verdadeira aberração jurídica, facilmente constatada pelos inúmeros casos de indenizações milionárias decorrentes dos fatos mais triviais e inusitados. Cite-se, apenas a título de exemplo, (...) o caso no qual, ao colocar um gato no forno de microondas e, diante da evidente e trágica consequência, um consumidor processou o fabricante do eletrodoméstico por falta de informação específica sobre a periculosidade em se colocar um animal no interior do mesmo (sic)” (PENTEADO, Luiz Virgílio P.; BARBUTO NETO, Antonio Marzagão) Punitive damages e Lendas Urbanas A história do gato no microondas “Há, neste momento, um sério risco de o Brasil atingir o nefando status a que chegaram os Estados Unidos da América (...). Nesse país a exacerbação nas pretensões de quem pede e a perda do senso de equilíbrio e de eqüidade que devem nortear e orientar (na fixação do valor do dano) aquele a quem se pede, contribuíram decisivamente para estabelecer verdadeira "indústria" das indenizações. (...) Alinhe-se o fato da senhora que acionou o fabricante de um forno microondas, visto que havia dado banho em seu gato de estimação e nele colocado o animal para secar. Diante da conseqüência e da situação em que ficou o pobre animal (óbvia, aliás), processou o fabricante do equipamento sob a alegação de que no manual de instruções não havia qualquer advertência a respeito.” (STOCO, Rui) Punitive damages e Lendas Urbanas A história do gato no microondas “8. The earliest citation of the pet in the microwave legend that the author could find was in Paul Smith's, THE BOOK OF NASTY LEGENDS, (T.J. Press Ltd.) (1983). The book dispels the pet in the microwave case as false (at p. 65). The author also noted that the "pet" has been described variously a cat and a dog, and even as a baby. Paul Smith has also traced origins of the story back to pre-microwave technology where the owner tried to dry her pet in a regular oven or wood stove.” “Or, citer l’affaire de l’animal domestique dans le four à microondes pour démontrer le besoin de réformer le système américain, comme l’ont fait Der Standard et Le Monde, nous apparaît tout aussi absurde que de citer un épisode des Simpson comme précédent ayant force de loi.” (RYAN, Patrick S.) Punitive damages e Lendas Urbanas A história do gato no microondas Woman jailed for microwaving cat (14 dec.2011) A mother of three who killed a kitten in a microwave in revenge for its owner reporting her abusive partner to police was today jailed for 168 days. Magistrates told Gina Robins, 31, her offending was so serious that only a custodial sentence was appropriate (…) Liz Clyne, chairwoman of the bench, told the defendant: "Miss Robins you have been convicted of one count of animal cruelty which resulted in the suffering and the death of a 10-week-old kitten. "We have seen little remorse for the death of the kitten or the trauma caused to your former friend Miss Knutton. "We have taken into account that you have no previous convictions. Nevertheless we are sending you to prison for a total of 168 days. "You will be disqualified from keeping animals for a period of 10 years." Punitive Damages e Lendas Urbanas O caso do “café quente” do McDonald’s Punitive Damages e Lendas Urbanas O caso do “café quente” do McDonald’s Lendas Urbanas e o caso McDonalds A repercussão midiática “ABF researchers Martin and Daniels note that the tort reformer's rhetoric ‘include[s] everything from the ubiquitous use of the infamous 'McDonald's coffee case' to the assertions of an insurance crisis, the loss of business competitiveness in the global economy, the diminution of health care services, and the loss of jobs and economic security’.” (KOENIG, Thomas H.) “Public opinion is squarely on the side of McDonald's. Polls have shown a large majority of Americans -- including many who typically support the little guy -- to be outraged at the verdict. And radio talk-show hosts around the country have lambasted the plaintiff, her attorneys and the jurors on air. Declining to be interviewed for this story, one juror explained that he already had received angry calls from citizens around the country.” (GERLIN, Andrea ) Lendas Urbanas e o caso McDonalds A repercussão na doutrina “A teoria do valor do desestímulo tem origem nos EUA onde o instituto assumiu contornos de verdadeira aberração jurídica, facilmente constatada pelos inúmeros casos de indenizações milionárias decorrentes dos fatos mais triviais e inusitados. Cite-se, apenas a título de exemplo, o caso em que uma famosa rede de fast-food daquele país foi obrigada a pagar uma indenização milionária a um consumidor que teria se queimado ao ingerir café ‘quente demais’” (PENTEADO, Luiz Virgílio P.; BARBUTO NETO, Antonio Marzagão) Histórico dos “punitive damages” Wilkes v. Wood e Huckle v. Money – Inglaterra (1763) To enter a man's house by virtue of a nameless warrant, in order to procure evidence, is worse than the Spanish Inquisition; a law under which no Englishman would wish to live an hour; it was a most daring public attack made upon the liberty of the subject. (…) He had been in custody for only about 6 hours and had been used ‘very civilly by treating him with beefsteaks and beer’. (…) Upon the whole, I am of opinion the damages are not excessive; and that it is very dangerous for the Judges to intermeddle in damages for torts; it must be a glaring case indeed of outrageous damages in a tort, and which all mankind at first blush must think so, to induce a Court to grant a new trial for excessive damages. (Huckle v. Money. 95 Eng. Rep. 768 (C.P. 1763) Justificativa para as condenações punitivas Os “erros de execução” e o “contractual bypass” Erros de execução (causas): - Assimetria de informações acerca das causas do dano; - Desestímulo econômico para vindicar baixas recompensas; - Dificuldades de prova; - Custos do litígio e demora da prestação jurisdicional; - Aversão ao litígio; - Listas discriminatórias;- Prescrição; - Indenizações imperfeitas e descumprimento da lei baseado em análises de custo/benefício. Assimetria, desestímulo, dificuldade probatória e custos do litígio - O caso Hinkley v. PG&E Prescrição durante o contrato de trabalho A abordagem da Corte Constitucional da Itália “Le norme impugnate, in verità, non si riferiscono al negozio di rinuncia; però consentono che la prescrizione prenda inizio dal momento in cui matura il diritto a ogni singola prestazione salariale: se si eccettua il n. 5 dell'art. 2948, il termine prescrizionale decorre fatalmente anche durante il rapporto di lavoro poiché non vi sono ostacoli giuridici che impediscano di farvi valere il diritto al salario. Vi sono tuttavia ostacoli materiali, cioè la situazione psicologica del lavoratore, che può essere indotto a non esercitare il proprio diritto per lo stesso motivo per cui molte volte è portato a rinunciarvi, cioè per timore del licenziamento(...); Per questi motivi, LA CORTE COSTITUZIONALE dichiara la illegittimità costituzionale degli artt. 2948 n. 4, 2955, n. 2, e 2956, n. 1, del Codice civile limitatamente alla parte in cui consentono che la prescrizione del diritto alla retribuzione decorra durante il rapporto di lavoro”. (Sentenza 63/1966. Gazzetta Ufficiale n. 143, dell'11 giugno 1966. Rel. BRANCA ) Erro de Execução O caso Grimshaw v. Ford Motor Co. (1981) 119 CA3d 757 - Civ. 20095 Filme “Class Action” – Julgamento Final Erro de Execução O caso Grimshaw v. Ford Motor Co. (1981) 119 CA3d 757 - Civ. 20095 “There was evidence that Ford could have corrected the hazardous design defects at minimal cost but decided to defer correction of the shortcomings by engaging in a cost-benefit analysis balancing human lives and limbs against corporate profits. Ford's institutional mentality was shown to be one of callous indifference to public safety. There was substantial evidence that Ford's conduct constituted "conscious disregard" of the probability of injury to members of the consuming public.” Responsabilidade civil punitiva e os casos contractual bypass Os casos Jairzinho, Carolina de Mônaco e Bette Midler “A expressão contractual bypass tem sido utilizada pela jurisprudência e doutrina norteamericanas para descrever a opção dos agentes económicos pela sujeição às regras da responsabilidade civil aquilina, em detrimento da celebração de negócios jurídicos, sempre que seja mais eficaz do ponto de vista económico, ou seja, sempre que o incumprimento da lei e o pagamento de uma indemnização ao lesado (indemnização reparatória) corresponda a um montante inferior ao lucro esperado com conduta ilícita e culposa e à quantia que se poupa nas despesas relativas à negociação.” (LOURENÇO, Paula Meira) Punitive Damages nos Estados Unidos da América – BMW of North America, Inc. v. Gore – 517 U.S. 559 1996 BMW of North America, Inc. v. Gore – 517 U.S. 559 1996 Os três parâmetros para avaliação do montante 1) o grau de repreensibilidade da política de ocultação dos vícios; 2) a disparidade entre o prejuízo ou o potencial prejuízo sofrido por Gore e a sua recompensa em punitive damages; 3) a diferença entre a condenação punitiva e as penalidades civis previstas ou aplicadas em casos análogos. BMW of North America, Inc. v. Gore – 517 U.S. 559 1996 Os três parâmetros da United States Supreme Court “Three guideposts, each of which indicates that BMW did not receive adequate notice of the magnitude of the sanction that Alabama might impose for adhering to the nondisclosure policy adopted in 1983, lead us to the conclusion that the $2 million award against BMW is grossly excessive: the degree of reprehensibility of the nondisclosure; the disparity between the harm or potential harm suffered by Dr. Gore and his punitive damages award; and the difference between this remedy and the civil penalties authorized or imposed in comparable cases.” BMW of North America, Inc. v. Gore – 701 So.2d 507 (1997) O novo julgamento pela Suprema Corte do Alabama “The trial court's order denying BMW's motion for a new trial is affirmed on the condition that the plaintiff file with this Court within 21 days a remittitur of damages to the sum of $50,000; otherwise, the judgment will be reversed and this cause remanded for a new trial.” (ALABAMA (EUA). Alabama Supreme Court. BMW of North America, Inc. v. Gore 701 So.2d 507 – 1997) Punitive Damages – Adequação e conformação ao ordenamento jurídico brasileiro - Nomenclatura – Danos Punitivos “A locução ‘danos punitivos’ é uma excrescência a ser obliterada num nível de análise antecedente à sua conformação com a ciência jurídica, porquanto o equívoco nela contido é bem mais raso: trata-se de um erro grosseiro de tradução . Ao contrário do que se imagina , a palavra “damages” não constitui hipótese de polissemia , mas sim de vocábulo cuja significação se modifica conforme a variação de número. Deveras, a expressão tem no singular sentido diverso do que tem no seu plural . ‘Damage’ quer dizer a lesão a um interesse jurídico , a perda, o prejuízo, a deterioração – o dano, enfim – causado (ou sofrido), por dolo ou culpa, por alguém, que ofende o outro pessoalmente ou em seu patrimônio , ao passo que ‘damages’ significa a indenização ou compensação pecuniária que as cortes judiciais outorgam a vítimas de danos decorrentes de condutas ilegais alheias.” (Higa, Flávio da C.) Punitive Damages – Adequação e conformação ao ordenamento jurídico brasileiro - Nomenclatura – Indenização Punitiva “O termo “indenização punitiva” encerra contradição terminológica insanável , uma vez que punir é, ao mesmo tempo, diferente e incompatível com o conceito de indenizar : i) a pena é imposta para castigar o delinquente; a indenização, para remediar o dano; ii) a pena, em sentido lato, pode existir sem o dano, o que é incompatível com a indenização; iii) mede-se a pena pelo grau de culpa; mensura-se a indenização pela extensão do dano; iv) a finalidade da pena é retributiva e da indenização é reparatória; e v) a pena é sempre consequência de um delito; a indenização tem no ato ilícito apenas uma de suas muitas causas determinantes.” (HIGA, Flávio da Costa) Punitive Damages – Adequação e conformação ao ordenamento jurídico brasileiro - Necessidade de previsão legal? CF. Art. 5º, XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal. CCB. Art. 944. A indenização mede-se pela extensão do dano. Projeto n. 6.960/02 (Projeto Fiúza): “§ 2º. A reparação do dano moral deve constituir-se em compensação ao lesado e adequado desestímulo ao lesante.” (projeto arquivado pela Mesa Diretora da Câmara dos Deputados em 31.1.2007). Punitive Damages – Adequação e conformação ao ordenamento jurídico brasileiro - Necessidade de previsão legal? “Or, seules les sanctions pénales proprement dites présentent le caractète afflictif ou infamant qui serait de nature à compromettre la liberté individuelle si elles n’étaient pas enserrées dans les limites de fer des maximes que nous commentons. C’est pourquoi, même si on reconnaît avec nous le caractère pénal de certaines condamnation civiles, nous ne croyouns pas que le principe ‘nulla poena sine lege’ soit applicable.” (STARCK, Boris) Punitive Damages – Adequação e conformação ao ordenamento jurídico brasileiro - Necessidade de previsão legal? “Entre nosotros, BIBILONI añadía otro argumento en contra, que es el de que la reparación del daño moral constituye una ‘pena’ que no sería anterior al hecho del proceso (principio del ‘nullum crimen, nulla poena sine lege’ del art. 18 de la Const. Nacional), dado que el juez podría – a su arbitrio – aplicarlao no y a aun extenderla. Pero, en realidad, el principio del art. 18 de nuestra magna carta se refiere a las ‘penas públicas’ por delitos penales y no a las ‘penas privadas’, en las cuales podría, en todo caso, encuadrar-se la reparación del daño moral.” (REPRESAS. Félix Alberto Trigo) Punitive Damages – Adequação e conformação ao ordenamento jurídico brasileiro - Necessidade de previsão legal? “Mas diante da natureza jurídica e destinação da sanção, como de regra a privação de liberdade, o dispositivo trata apenas do direito criminal. A norma de impossibilidade de penas sem previsão legal anterior ao fato refere-se a condutas consideradas crimes e contravenções, condutas omissivas ou comissivas descritas exaustivamente na legislação penal. A própria redação do dispositivo deixa bastante claro: ‘não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal’.” (SOUZA, Rodrigo Trindade de) Punitive Damages – Adequação e conformação ao ordenamento jurídico brasileiro - Necessidade de previsão legal? “Le principe de légalité, élément essentiel de tout Etat de droit, ne régit pas seulement le droit pénal. In s’étend à toute sanction répressive même si, comme le précise la décision C.O.B. de 1989, ‘ le législateur a l laissé le soin de la prononcer à une autorité judiciaire’. La peine privée, sanction répressive judiciaire, lui est donc soumise.” (CARVAL, Suzanne) “A adoção específica da indenização punitiva não prescinde de um modelo de conformação constitucional. Nesse contexto, é necessário articular o pedido da indenização punitiva com base em algum dispositivo legal que permita essa articulação, isto é, com respeito ao princípio da legalidade. [...] No que tange à imposição da indenização punitiva, por se tratar de direito excepcional, não se pode prescindir de uma base legal nesse sentido.” (GONÇALVES, Vitor Fernandes) “A primeira dificuldade é a ausência de texto legal que permita o acolhimento da indenização punitiva.” (SANSEVERINO, Paulo de Tarso Vieira) Necessidade de previsão legal para aplicação de penas - Flexibilização da exigência “7. To persons, having committed socially-dangerous acts or representing danger because of their links with a criminal environment or their past activity, are applied measures of social defence of a judicial-corrective, medical, or medical-pedagogical character.” “16. If any socially dangerous activity is not directly covered by this code, then the foundation and limits of responsibility for it are defined in relation to those articles of the code, which provide for the most similar type of crime.” (UNIÃO SOVIÉTICA. Criminal Code of the Russian Socialist Federal Soviet Republic (1926)) Necessidade de previsão legal para aplicação de penas - Flexibilização da exigência “The general right to make a contract in relation to his business is part of the liberty protected by the Fourteenth Amendment. (…) The right to purchase or to sell labor is part of the liberty protected by this amendment unless there are circumstances which exclude the right. (…) The question whether this act is valid as a labor law, pure and simple, may be dismissed in a few words. There is no reasonable ground for interfering with the liberty of person or the right of free contract by determining the hours of labor in the occupation of a baker. (…) There is, in our judgment, no reasonable foundation for holding this to be necessary or appropriate as a health law to safeguard the public health or the health of the individuals who are following the trade of a baker.” (ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA. Supreme Court of the United States. Lochner v. People of The State of New York - 198 U.S. 45 (1905)) Punitive Damages – Pressupostos de incidência Pressupostos objetivos: * Ocorrência de um ilícito extracontratual ou de um inadimplemento contratual; * Ocorrência de um dano. Pressuposto subjetivo: * A conduta qualificada do agente. Pressupostos objetivos: * Ocorrência de um ilícito extracontratual ou de um inadimplemento contratual; * Ocorrência de um dano. Pressuposto subjetivo: * A conduta qualificada do agente. Punitive Damages – Necessidade de ocorrência do dano para aferição dos legitimados ativos “First, the Plaintiff cannot recover exemplary damages unless he is the victim of the punishable behaviour. The anomaly inherent in exemplary damages would become an absurdity if a Plaintiff totally unaffected by some oppressive conduct which the jury wished to punish obtained a windfall in consequence.” (INGLATERRA. House of Lords. Rookes v. Barnard. (No 1) [1964] UKHL 1 (21 January 1964). Punitive Damages – A conduta qualificada do agente “2A:15-5.12. Award of punitive damages; determination. 4. a. Punitive damages may be awarded to the plaintiff only if the plaintiff proves, by clear and convincing evidence, that the harm suffered was the result of the defendant's acts or omissions, and such acts or omissions were actuated by actual malice or accompanied by a wanton and willful disregard of persons who foreseeably might be harmed by those acts or omissions. This burden of proof may not be satisfied by proof of any degree of negligence including gross negligence.” (NEW JERSEY (EUA). New Jersey Statutes. Punitive Damages – A conduta qualificada do agente “A culpa especialmente grave. Se todo o homícidio culposo nasce do descuido, existem situações nas quais o desvalor deste descuido é acendrado, indicativo de uma suscetibilidade à produção de tão terrível efeito. Se, conforme a própria Comissão propõe, não há dolo eventual sem assunção indiferente do risco de produzir a morte, cuidava-se de criar figura intermediária, lindeira tanto da culpa comum quanto da intenção indireta. Daí a culpa gravíssima, capaz de oferecer sanção penal mais intensa para os casos nos quais, sem querer e sem assumir o risco, o resultado fatal advém de excepcional temeridade.” (BRASIL. Anteprojeto de Código Penal. Relatório Final. Requerimento nº 756/2011, de autoria do Deputado Pedro Taques) Punitive Damages – Destinação da condenação - vítima “Como el objetivo social primario es castigar dichas conductas, es importante generar y mantener los incentivos adecuados para que se reclame judicialmente su imposición (lo que requiere - como se analizó anteriormente - de un muy especial esfuerzo probatorio adicional, que excede con creces el exigido para que el actor acredite la procedencia de su reclamo resarcitorio). Desde este punto de vista, el hecho de que el beneficiario de la condena sea el actor parecería ser conducente a la consecución del fin primario de la institución.” (ALLES, María Guadalupe Martínez) Punitive Damages – Destinação da condenação - Estado “La suggestion n’est cependant pás privée de toute pertinence: allouer les dommages-intérêts punitifs à l’État conduirait le juge à une appréhension plus objective de la conduire du défendeur, déconnectée de toute empathie, ou éventuellement, de toute antipathie, pour le demandeur.” (LICARI, François-Xavier) Punitive Damages – Destinação da condenação – sistema misto e discricionário “Art. 1371 L'auteur d'une faute manifestement délibérée, et notamment d'une faute lucrative, peut être condamné, outre les dommages-intérêts compensatoires, à des dommages-intérêts punitifs dont le juge a la faculté de faire bénéficier pour une part le Trésor public. La décision du juge d'octroyer de tels dommages-intérêts doit être spécialement motivée et leur montant distingué de celui des autres dommages-intérêts accordés à la victime. Les dommages-intérêts punitifs ne sont pas assurables.” (CATALA, Pierre (Coord.) Avant-projet de reforme du droit des obligations et du droit de laprescription, 22 Septembre 2005) Punitive Damages – Destinação da condenação – sistema misto e discricionário (735 ILCS 5/2-1207) (from Ch. 110, par. 2-1207) Sec. 2-1207. (…) The trial court may also in its discretion, apportion the punitive damage award among the plaintiff, the plaintiff's attorney and the State of Illinois Department of Human Services. The amount of the award paid from the punitive damages to the plaintiff's attorney shall be reasonable and without regard to any contingent fee contract, except that such amount shall not exceed the amount authorized by the contingent fee contract. In apportioning punitive damages as provided in this Section, the court shall consider, among other factors it deems relevant, whether any special duty was owed by the defendant to the plaintiff. (ILLINOIS (EUA). Illinois Compiled Statutes) Punitive Damages – Contratação de Seguro – Possibilidade – Agravamento do risco pelo segurado CC. Art. 768. O segurado perderá o direito à garantia se agravar intencionalmente o risco objeto do contrato. CIVIL – SEGURO DE VIDA – EMBRIAGUEZ – A cláusula do contrato de seguro de vida que exclui da cobertura do sinistro o condutor de veículo automotor em estado de embriaguez não é abusiva; que o risco, nesse caso, é agravado resulta do senso comum, retratado no dito 'se beber não dirija, se dirigir não beba'. (STJ, 3ª T., REsp. 973.725 – (2007/0178023-3), Rel. Ari Pargendler. DJe: 15 set. 2008) Punitive Damages – Contratação de Seguro – Possibilidade – Condutas dolosamente praticadas Article L113-1 Les pertes et les dommages occasionnés par des cas fortuits ou causés par la faute de l'assuré sont à la charge de l'assureur, sauf exclusion formelle et limitée contenue dans la police. Toutefois, l'assureur ne répond pas des pertes et dommages provenant d'une faute intentionnelle ou dolosive de l'assuré. (FRANÇA. Code des assurances) Art. 114. El asegurado no tiene derecho a ser indemnizado cuando provoque dolosamente o por culpa grave el hecho del que nace su responsabilidad. (ARGENTINA. Ley n° 17. 418, 30 agosto 1967. Ley de Seguros) Punitive Damages – Contratação de Seguro – Possibilidade – Condutas dolosamente praticadas Art. 1.900 Sinistri cagionati con dolo o con colpa grave dell'assicurato o dei dipendenti. L'assicuratore non è obbligato per i sinistri cagionati da dolo o da colpa grave del contraente, dell'assicurato o del beneficiario, salvo patto contrario per i casi di colpa grave. (ITALIA. Codive Civile) CC. Art. 762. Nulo será o contrato para garantia de risco proveniente de ato doloso do segurado, do beneficiário, ou de representante de um ou de outro Punitive Damages – Contratação de Seguro – Possibilidade – Vicarious liability : “The rationale underlying this exception is obvious. When an employer's liability for punitive damages arises solely from the fact that he relies upon employees, there can be no action to punish or deter. Certainly no social policy will be furthered by hindering the growth of businesses beyond that to which one man can personally attend. Without liability insurance coverage, a businessman can ill afford the risk of delegating responsibility to employees who may eventually commit some willful, wanton or malicious tort in the scope of his employment.” (FLORIDA (EUA). Florida Supreme Court. U.S. Concrete Pipe Co. v. Bould, 437 So.2d 1061 (1983), nº 57165 Punitive Damages – Parâmetros de quantificação 1 – Grau de culpa do ofensor; 2 – Gravidade da ofensa; 3 – Situação econômica do réu; 4 – Lucro ilicitamente obtido. Punitive Damages – Parâmetros de quantificação “In assessing such damages, the trier of fact can properly consider the character of the defendant’s act, the nature and the extent of harm to plaintiff which defendants caused or intended to cause, and the wealth of the defendant.” (ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA. Restatement (Second) of Torts § 908 (2) (1979))
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