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punitive damages

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Responsabilidade Civil Punitiva
Punitive Damages
Flávio da Costa Higa - flaviochiga@hotmail.com
Punitive damages e Lendas Urbanas
“Although the stories are phrased as if factual 
and are often attached to a particular locality, 
urban legends are actually migratory, and, like 
all folklore, they exist in variant versions. 
Typically, urban legends are attributed to a 
friend-of-a-friend, and often their narrative 
structure sets up some kind of puzzling 
limitation that is resolved by a sudden plot 
twist, at which point the story ends abruptly.”
(BRUNVAND, Jan Harold)
Punitive damages e Lendas Urbanas
“Mulher do banheiro” e “Homem do Saco”
“If you go into the bathroom and look into the mirror with the 
lights off and the room completely black, and then say 
“Bloody Mary” thirteen times, a woman will appear and 
scratch your face up/off.” (BLOODY Mary)
“Nas famílias e nas instituições particulares ou estatais, as 
crianças eram moldadas pela manipulação infantil do medo 
individual e social. Os pais manipulavam os filhos através do 
medo, embora algumas manipulações fossem positivas, para 
que eles se comportassem segundo o que consideravam o 
socialmente correcto. Amedrontavam as crianças com o papão, 
com o homem do saco (figura do pedinte que andava de porta 
em porta), com doenças, com o inferno, ou com qualquer 
outro medo. Alguns desses medos prolongavam-se pela vida 
das pessoas. [...] Deviam comer a papa toda, porque se não 
comessem, metiam-lhes medo com o homem do saco, que 
vinha para as levar para longe.” (LAYTON, Júlia)
Punitive damages e Lendas Urbanas
A história do gato no microondas
“A teoria do valor do desestímulo tem origem nos EUA onde o 
instituto assumiu contornos de verdadeira aberração jurídica, 
facilmente constatada pelos inúmeros casos de indenizações 
milionárias decorrentes dos fatos mais triviais e inusitados. 
Cite-se, apenas a título de exemplo, (...) o caso no qual, ao 
colocar um gato no forno de microondas e, diante da evidente 
e trágica consequência, um consumidor processou o 
fabricante do eletrodoméstico por falta de informação 
específica sobre a periculosidade em se colocar um animal no 
interior do mesmo (sic)” (PENTEADO, Luiz Virgílio P.; 
BARBUTO NETO, Antonio Marzagão)
Punitive damages e Lendas Urbanas
A história do gato no microondas
“Há, neste momento, um sério risco de o Brasil atingir o 
nefando status a que chegaram os Estados Unidos da 
América (...). Nesse país a exacerbação nas pretensões de 
quem pede e a perda do senso de equilíbrio e de eqüidade 
que devem nortear e orientar (na fixação do valor do 
dano) aquele a quem se pede, contribuíram 
decisivamente para estabelecer verdadeira "indústria" 
das indenizações. (...) Alinhe-se o fato da senhora que 
acionou o fabricante de um forno microondas, visto que 
havia dado banho em seu gato de estimação e nele 
colocado o animal para secar. Diante da conseqüência e 
da situação em que ficou o pobre animal (óbvia, aliás), 
processou o fabricante do equipamento sob a alegação de 
que no manual de instruções não havia qualquer 
advertência a respeito.” (STOCO, Rui) 
Punitive damages e Lendas Urbanas
A história do gato no microondas
“8. The earliest citation of the pet in the microwave legend 
that the author could find was in Paul Smith's, THE BOOK 
OF NASTY LEGENDS, (T.J. Press Ltd.) (1983). The book 
dispels the pet in the microwave case as false (at p. 65). The 
author also noted that the "pet" has been described variously a 
cat and a dog, and even as a baby. Paul Smith has also traced 
origins of the story back to pre-microwave technology where 
the owner tried to dry her pet in a regular oven or wood stove.”
“Or, citer l’affaire de l’animal domestique dans le four à
microondes pour démontrer le besoin de réformer le 
système américain, comme l’ont fait Der Standard et Le 
Monde, nous apparaît tout aussi absurde que de citer un 
épisode des Simpson comme précédent ayant force de 
loi.” (RYAN, Patrick S.)
Punitive damages e Lendas Urbanas
A história do gato no microondas
Woman jailed for microwaving cat (14 dec.2011)
A mother of three who killed a kitten in a microwave in 
revenge for its owner reporting her abusive partner to police 
was today jailed for 168 days. Magistrates told Gina Robins, 
31, her offending was so serious that only a custodial 
sentence was appropriate (…) Liz Clyne, chairwoman of the 
bench, told the defendant: "Miss Robins you have been 
convicted of one count of animal cruelty which resulted in 
the suffering and the death of a 10-week-old kitten. "We have 
seen little remorse for the death of the kitten or the trauma 
caused to your former friend Miss Knutton. "We have taken 
into account that you have no previous convictions. 
Nevertheless we are sending you to prison for a total of 168 
days. "You will be disqualified from keeping animals for a 
period of 10 years."
Punitive Damages e Lendas Urbanas
O caso do “café quente” do McDonald’s
Punitive Damages e Lendas Urbanas
O caso do “café quente” do McDonald’s
Lendas Urbanas e o caso McDonalds
A repercussão midiática
“ABF researchers Martin and Daniels note that the tort 
reformer's rhetoric ‘include[s] everything from the ubiquitous use 
of the infamous 'McDonald's coffee case' to the assertions of an
insurance crisis, the loss of business competitiveness in the 
global economy, the diminution of health care services, and the 
loss of jobs and economic security’.” (KOENIG, Thomas H.)
“Public opinion is squarely on the side of McDonald's. Polls 
have shown a large majority of Americans -- including many 
who typically support the little guy -- to be outraged at the 
verdict. And radio talk-show hosts around the country have 
lambasted the plaintiff, her attorneys and the jurors on air. 
Declining to be interviewed for this story, one juror explained 
that he already had received angry calls from citizens around 
the country.” (GERLIN, Andrea ) 
Lendas Urbanas e o caso McDonalds
A repercussão na doutrina
“A teoria do valor do desestímulo tem origem nos EUA 
onde o instituto assumiu contornos de verdadeira 
aberração jurídica, facilmente constatada pelos inúmeros 
casos de indenizações milionárias decorrentes dos fatos 
mais triviais e inusitados. Cite-se, apenas a título de 
exemplo, o caso em que uma famosa rede de fast-food
daquele país foi obrigada a pagar uma indenização 
milionária a um consumidor que teria se queimado ao 
ingerir café ‘quente demais’” (PENTEADO, Luiz Virgílio 
P.; BARBUTO NETO, Antonio Marzagão)
Histórico dos “punitive damages”
Wilkes v. Wood e Huckle v. Money – Inglaterra (1763)
To enter a man's house by virtue of a nameless warrant, 
in order to procure evidence, is worse than the Spanish 
Inquisition; a law under which no Englishman would 
wish to live an hour; it was a most daring public attack 
made upon the liberty of the subject. (…) He had been in 
custody for only about 6 hours and had been used ‘very 
civilly by treating him with beefsteaks and beer’. (…) 
Upon the whole, I am of opinion the damages are not 
excessive; and that it is very dangerous for the Judges to 
intermeddle in damages for torts; it must be a glaring 
case indeed of outrageous damages in a tort, and which 
all mankind at first blush must think so, to induce a Court 
to grant a new trial for excessive damages. (Huckle v. 
Money. 95 Eng. Rep. 768 (C.P. 1763) 
Justificativa para as condenações punitivas
Os “erros de execução” e o “contractual bypass”
Erros de execução (causas):
- Assimetria de informações acerca das causas do 
dano;
- Desestímulo econômico para vindicar baixas 
recompensas;
- Dificuldades de prova;
- Custos do litígio e demora da prestação jurisdicional;
- Aversão ao litígio;
- Listas discriminatórias;- Prescrição;
- Indenizações imperfeitas e descumprimento da lei 
baseado em análises de custo/benefício.
Assimetria, desestímulo, dificuldade probatória e 
custos do litígio - O caso Hinkley v. PG&E
Prescrição durante o contrato de trabalho
A abordagem da Corte Constitucional da Itália
“Le norme impugnate, in verità, non si riferiscono al negozio 
di rinuncia; però consentono che la prescrizione prenda inizio 
dal momento in cui matura il diritto a ogni singola prestazione 
salariale: se si eccettua il n. 5 dell'art. 2948, il termine 
prescrizionale decorre fatalmente anche durante il rapporto di 
lavoro poiché non vi sono ostacoli giuridici che impediscano 
di farvi valere il diritto al salario. Vi sono tuttavia ostacoli
materiali, cioè la situazione psicologica del lavoratore, che può 
essere indotto a non esercitare il proprio diritto per lo stesso
motivo per cui molte volte è portato a rinunciarvi, cioè per 
timore del licenziamento(...); Per questi motivi, LA CORTE 
COSTITUZIONALE dichiara la illegittimità costituzionale 
degli artt. 2948 n. 4, 2955, n. 2, e 2956, n. 1, del Codice civile 
limitatamente alla parte in cui consentono che la prescrizione 
del diritto alla retribuzione decorra durante il rapporto di 
lavoro”. (Sentenza 63/1966. Gazzetta Ufficiale n. 143, dell'11 
giugno 1966. Rel. BRANCA )
Erro de Execução
O caso Grimshaw v. Ford Motor Co. (1981) 119 CA3d 757 - Civ. 20095
Filme “Class Action” – Julgamento Final
Erro de Execução
O caso Grimshaw v. Ford Motor Co. (1981) 119 CA3d 757 - Civ. 20095
“There was evidence that Ford could have 
corrected the hazardous design defects at 
minimal cost but decided to defer correction of 
the shortcomings by engaging in a cost-benefit 
analysis balancing human lives and limbs against 
corporate profits. Ford's institutional mentality 
was shown to be one of callous indifference to 
public safety. There was substantial evidence that 
Ford's conduct constituted "conscious disregard" 
of the probability of injury to members of the 
consuming public.”
Responsabilidade civil punitiva e os casos contractual bypass
Os casos Jairzinho, Carolina de Mônaco e Bette Midler 
“A expressão contractual bypass tem sido utilizada pela 
jurisprudência e doutrina norteamericanas para descrever a 
opção dos agentes económicos pela sujeição às regras da 
responsabilidade civil aquilina, em detrimento da 
celebração de negócios jurídicos, sempre que seja mais 
eficaz do ponto de vista económico, ou seja, sempre que o 
incumprimento da lei e o pagamento de uma indemnização
ao lesado (indemnização reparatória) corresponda a um 
montante inferior ao lucro esperado com conduta ilícita e 
culposa e à quantia que se poupa nas despesas relativas à
negociação.” (LOURENÇO, Paula Meira)
Punitive Damages nos Estados Unidos da América –
BMW of North America, Inc. v. Gore – 517 U.S. 559 1996
BMW of North America, Inc. v. Gore – 517 U.S. 559 1996
Os três parâmetros para avaliação do montante
1) o grau de repreensibilidade da política de 
ocultação dos vícios; 
2) a disparidade entre o prejuízo ou o potencial 
prejuízo sofrido por Gore e a sua recompensa em 
punitive damages; 
3) a diferença entre a condenação punitiva e as 
penalidades civis previstas ou aplicadas em casos 
análogos. 
BMW of North America, Inc. v. Gore – 517 U.S. 559 1996
Os três parâmetros da United States Supreme Court
“Three guideposts, each of which indicates that 
BMW did not receive adequate notice of the 
magnitude of the sanction that Alabama might 
impose for adhering to the nondisclosure policy 
adopted in 1983, lead us to the conclusion that the 
$2 million award against BMW is grossly 
excessive: the degree of reprehensibility of the 
nondisclosure; the disparity between the harm or 
potential harm suffered by Dr. Gore and his 
punitive damages award; and the difference 
between this remedy and the civil penalties 
authorized or imposed in comparable cases.”
BMW of North America, Inc. v. Gore – 701 So.2d 507 (1997)
O novo julgamento pela Suprema Corte do Alabama
“The trial court's order denying BMW's 
motion for a new trial is affirmed on the 
condition that the plaintiff file with this Court 
within 21 days a remittitur of damages to the 
sum of $50,000; otherwise, the judgment will 
be reversed and this cause remanded for a new 
trial.” (ALABAMA (EUA). Alabama Supreme 
Court. BMW of North America, Inc. v. Gore 
701 So.2d 507 – 1997)
Punitive Damages – Adequação e conformação ao ordenamento 
jurídico brasileiro - Nomenclatura – Danos Punitivos
“A locução ‘danos punitivos’ é uma excrescência a ser 
obliterada num nível de análise antecedente à sua 
conformação com a ciência jurídica, porquanto o equívoco 
nela contido é bem mais raso: trata-se de um erro grosseiro de 
tradução . Ao contrário do que se imagina , a palavra 
“damages” não constitui hipótese de polissemia , mas sim de 
vocábulo cuja significação se modifica conforme a variação de 
número. Deveras, a expressão tem no singular sentido diverso 
do que tem no seu plural . ‘Damage’ quer dizer a lesão a um 
interesse jurídico , a perda, o prejuízo, a deterioração – o dano, 
enfim – causado (ou sofrido), por dolo ou culpa, por alguém, 
que ofende o outro pessoalmente ou em seu patrimônio , ao 
passo que ‘damages’ significa a indenização ou compensação 
pecuniária que as cortes judiciais outorgam a vítimas de danos 
decorrentes de condutas ilegais alheias.” (Higa, Flávio da C.)
Punitive Damages – Adequação e conformação ao ordenamento 
jurídico brasileiro - Nomenclatura – Indenização Punitiva
“O termo “indenização punitiva” encerra contradição 
terminológica insanável , uma vez que punir é, ao 
mesmo tempo, diferente e incompatível com o conceito 
de indenizar : i) a pena é imposta para castigar o 
delinquente; a indenização, para remediar o dano; ii) a 
pena, em sentido lato, pode existir sem o dano, o que é
incompatível com a indenização; iii) mede-se a pena 
pelo grau de culpa; mensura-se a indenização pela 
extensão do dano; iv) a finalidade da pena é retributiva
e da indenização é reparatória; e v) a pena é sempre 
consequência de um delito; a indenização tem no ato 
ilícito apenas uma de suas muitas causas 
determinantes.” (HIGA, Flávio da Costa)
Punitive Damages – Adequação e conformação ao ordenamento 
jurídico brasileiro - Necessidade de previsão legal? 
CF. Art. 5º, XXXIX - não há crime sem lei anterior 
que o defina, nem pena sem prévia cominação 
legal.
CCB. Art. 944. A indenização mede-se pela 
extensão do dano.
Projeto n. 6.960/02 (Projeto Fiúza): “§ 2º. A 
reparação do dano moral deve constituir-se em 
compensação ao lesado e adequado desestímulo ao 
lesante.” (projeto arquivado pela Mesa Diretora da 
Câmara dos Deputados em 31.1.2007).
Punitive Damages – Adequação e conformação ao ordenamento 
jurídico brasileiro - Necessidade de previsão legal? 
“Or, seules les sanctions pénales proprement 
dites présentent le caractète afflictif ou 
infamant qui serait de nature à compromettre 
la liberté individuelle si elles n’étaient pas 
enserrées dans les limites de fer des maximes 
que nous commentons. C’est pourquoi, même 
si on reconnaît avec nous le caractère pénal de 
certaines condamnation civiles, nous ne 
croyouns pas que le principe ‘nulla poena sine 
lege’ soit applicable.” (STARCK, Boris)
Punitive Damages – Adequação e conformação ao ordenamento 
jurídico brasileiro - Necessidade de previsão legal? 
“Entre nosotros, BIBILONI añadía otro argumento 
en contra, que es el de que la reparación del daño
moral constituye una ‘pena’ que no sería anterior al
hecho del proceso (principio del ‘nullum crimen, 
nulla poena sine lege’ del art. 18 de la Const. 
Nacional), dado que el juez podría – a su arbitrio –
aplicarlao no y a aun extenderla. Pero, en realidad, el 
principio del art. 18 de nuestra magna carta se refiere 
a las ‘penas públicas’ por delitos penales y no a las 
‘penas privadas’, en las cuales podría, en todo caso, 
encuadrar-se la reparación del daño moral.”
(REPRESAS. Félix Alberto Trigo)
Punitive Damages – Adequação e conformação ao ordenamento 
jurídico brasileiro - Necessidade de previsão legal? 
“Mas diante da natureza jurídica e destinação da 
sanção, como de regra a privação de liberdade, o 
dispositivo trata apenas do direito criminal. A norma de 
impossibilidade de penas sem previsão legal anterior ao 
fato refere-se a condutas consideradas crimes e 
contravenções, condutas omissivas ou comissivas 
descritas exaustivamente na legislação penal. A própria 
redação do dispositivo deixa bastante claro: ‘não há
crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem 
prévia cominação legal’.” (SOUZA, Rodrigo Trindade 
de)
Punitive Damages – Adequação e conformação ao ordenamento 
jurídico brasileiro - Necessidade de previsão legal? 
“Le principe de légalité, élément essentiel de tout Etat de droit, ne régit 
pas seulement le droit pénal. In s’étend à toute sanction répressive 
même si, comme le précise la décision C.O.B. de 1989, ‘ le législateur a l 
laissé le soin de la prononcer à une autorité judiciaire’. La peine privée, 
sanction répressive judiciaire, lui est donc soumise.” (CARVAL, 
Suzanne)
“A adoção específica da indenização punitiva não prescinde de um 
modelo de conformação constitucional. Nesse contexto, é necessário 
articular o pedido da indenização punitiva com base em algum 
dispositivo legal que permita essa articulação, isto é, com respeito ao 
princípio da legalidade. [...] No que tange à imposição da indenização 
punitiva, por se tratar de direito excepcional, não se pode prescindir de 
uma base legal nesse sentido.” (GONÇALVES, Vitor Fernandes)
“A primeira dificuldade é a ausência de texto legal que permita o 
acolhimento da indenização punitiva.” (SANSEVERINO, Paulo de 
Tarso Vieira)
Necessidade de previsão legal para aplicação de penas -
Flexibilização da exigência
“7. To persons, having committed socially-dangerous acts or 
representing danger because of their links with a criminal 
environment or their past activity, are applied measures of social 
defence of a judicial-corrective, medical, or medical-pedagogical 
character.”
“16. If any socially dangerous activity is not directly covered by 
this code, then the foundation and limits of responsibility for it 
are defined in relation to those articles of the code, which provide 
for the most similar type of crime.”
(UNIÃO SOVIÉTICA. Criminal Code of the Russian Socialist 
Federal Soviet Republic (1926))
Necessidade de previsão legal para aplicação de penas -
Flexibilização da exigência
“The general right to make a contract in relation to his 
business is part of the liberty protected by the Fourteenth 
Amendment. (…) The right to purchase or to sell labor is part 
of the liberty protected by this amendment unless there are 
circumstances which exclude the right. (…) The question 
whether this act is valid as a labor law, pure and simple, may 
be dismissed in a few words. There is no reasonable ground 
for interfering with the liberty of person or the right of free 
contract by determining the hours of labor in the occupation of 
a baker. (…) There is, in our judgment, no reasonable 
foundation for holding this to be necessary or appropriate as a 
health law to safeguard the public health or the health of the 
individuals who are following the trade of a baker.”
(ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA. Supreme Court of the 
United States. Lochner v. People of The State of New York -
198 U.S. 45 (1905))
Punitive Damages – Pressupostos de incidência
Pressupostos objetivos:
* Ocorrência de um ilícito extracontratual ou de um 
inadimplemento contratual;
* Ocorrência de um dano.
Pressuposto subjetivo:
* A conduta qualificada do agente.
Pressupostos objetivos:
* Ocorrência de um ilícito extracontratual ou de um 
inadimplemento contratual;
* Ocorrência de um dano.
Pressuposto subjetivo:
* A conduta qualificada do agente.
Punitive Damages – Necessidade de ocorrência do dano para 
aferição dos legitimados ativos
“First, the Plaintiff cannot recover exemplary damages 
unless he is the victim of the punishable behaviour. The 
anomaly inherent in exemplary damages would become 
an absurdity if a Plaintiff totally unaffected by some 
oppressive conduct which the jury wished to punish 
obtained a windfall in consequence.” (INGLATERRA. 
House of Lords. Rookes v. Barnard. (No 1) [1964] UKHL 
1 (21 January 1964).
Punitive Damages – A conduta qualificada do agente
“2A:15-5.12. Award of punitive damages; determination. 4. 
a. Punitive damages may be awarded to the plaintiff only 
if the plaintiff proves, by clear and convincing evidence, 
that the harm suffered was the result of the defendant's 
acts or omissions, and such acts or omissions were 
actuated by actual malice or accompanied by a wanton 
and willful disregard of persons who foreseeably might be 
harmed by those acts or omissions. This burden of proof 
may not be satisfied by proof of any degree of negligence 
including gross negligence.” (NEW JERSEY (EUA). 
New Jersey Statutes.
Punitive Damages – A conduta qualificada do agente
“A culpa especialmente grave. Se todo o homícidio
culposo nasce do descuido, existem situações nas quais o 
desvalor deste descuido é acendrado, indicativo de uma 
suscetibilidade à produção de tão terrível efeito. Se, 
conforme a própria Comissão propõe, não há dolo 
eventual sem assunção indiferente do risco de produzir a 
morte, cuidava-se de criar figura intermediária, lindeira
tanto da culpa comum quanto da intenção indireta. Daí a 
culpa gravíssima, capaz de oferecer sanção penal mais 
intensa para os casos nos quais, sem querer e sem 
assumir o risco, o resultado fatal advém de excepcional 
temeridade.” (BRASIL. Anteprojeto de Código Penal. 
Relatório Final. Requerimento nº 756/2011, de autoria do 
Deputado Pedro Taques)
Punitive Damages – Destinação da condenação - vítima
“Como el objetivo social primario es castigar dichas 
conductas, es importante generar y mantener los 
incentivos adecuados para que se reclame judicialmente 
su imposición (lo que requiere - como se analizó
anteriormente - de un muy especial esfuerzo probatorio 
adicional, que excede con creces el exigido para que el 
actor acredite la procedencia de su reclamo resarcitorio). 
Desde este punto de vista, el hecho de que el beneficiario 
de la condena sea el actor parecería ser conducente a la 
consecución del fin primario de la institución.” (ALLES, 
María Guadalupe Martínez)
Punitive Damages – Destinação da condenação - Estado
“La suggestion n’est cependant pás privée de toute 
pertinence: allouer les dommages-intérêts punitifs à l’État 
conduirait le juge à une appréhension plus objective de la 
conduire du défendeur, déconnectée de toute empathie, 
ou éventuellement, de toute antipathie, pour le 
demandeur.” (LICARI, François-Xavier) 
Punitive Damages – Destinação da condenação – sistema misto 
e discricionário
“Art. 1371 L'auteur d'une faute manifestement délibérée, 
et notamment d'une faute lucrative, peut être condamné, 
outre les dommages-intérêts compensatoires, à des 
dommages-intérêts punitifs dont le juge a la faculté de 
faire bénéficier pour une part le Trésor public. La 
décision du juge d'octroyer de tels dommages-intérêts 
doit être spécialement motivée et leur montant distingué
de celui des autres dommages-intérêts accordés à la 
victime. Les dommages-intérêts punitifs ne sont pas 
assurables.” (CATALA, Pierre (Coord.) Avant-projet de 
reforme du droit des obligations et du droit de laprescription, 22 Septembre 2005)
Punitive Damages – Destinação da condenação – sistema misto 
e discricionário
(735 ILCS 5/2-1207) (from Ch. 110, par. 2-1207)
Sec. 2-1207. (…) The trial court may also in its discretion, 
apportion the punitive damage award among the plaintiff, 
the plaintiff's attorney and the State of Illinois 
Department of Human Services. The amount of the 
award paid from the punitive damages to the plaintiff's 
attorney shall be reasonable and without regard to any 
contingent fee contract, except that such amount shall 
not exceed the amount authorized by the contingent fee 
contract. In apportioning punitive damages as provided 
in this Section, the court shall consider, among other 
factors it deems relevant, whether any special duty was 
owed by the defendant to the plaintiff. (ILLINOIS 
(EUA). Illinois Compiled Statutes) 
Punitive Damages – Contratação de Seguro – Possibilidade –
Agravamento do risco pelo segurado
CC. Art. 768. O segurado perderá o direito à garantia se 
agravar intencionalmente o risco objeto do contrato. 
CIVIL – SEGURO DE VIDA – EMBRIAGUEZ – A cláusula 
do contrato de seguro de vida que exclui da cobertura do 
sinistro o condutor de veículo automotor em estado de 
embriaguez não é abusiva; que o risco, nesse caso, é agravado 
resulta do senso comum, retratado no dito 'se beber não dirija, 
se dirigir não beba'. (STJ, 3ª T., REsp. 973.725 –
(2007/0178023-3), Rel. Ari Pargendler. DJe: 15 set. 2008)
Punitive Damages – Contratação de Seguro – Possibilidade –
Condutas dolosamente praticadas
Article L113-1 
Les pertes et les dommages occasionnés par des cas fortuits ou 
causés par la faute de l'assuré sont à la charge de l'assureur, 
sauf exclusion formelle et limitée contenue dans la police.
Toutefois, l'assureur ne répond pas des pertes et dommages 
provenant d'une faute intentionnelle ou dolosive de l'assuré. 
(FRANÇA. Code des assurances)
Art. 114. El asegurado no tiene derecho a ser indemnizado 
cuando provoque dolosamente o por culpa grave el hecho 
del que nace su responsabilidad. (ARGENTINA. Ley n°
17. 418, 30 agosto 1967. Ley de Seguros)
Punitive Damages – Contratação de Seguro – Possibilidade –
Condutas dolosamente praticadas
Art. 1.900 Sinistri cagionati con dolo o con colpa grave 
dell'assicurato o dei dipendenti. L'assicuratore non è
obbligato per i sinistri cagionati da dolo o da colpa grave 
del contraente, dell'assicurato o del beneficiario, salvo 
patto contrario per i casi di colpa grave. (ITALIA. Codive 
Civile)
CC. Art. 762. Nulo será o contrato para garantia de risco 
proveniente de ato doloso do segurado, do beneficiário, 
ou de representante de um ou de outro
Punitive Damages – Contratação de Seguro – Possibilidade –
Vicarious liability
: “The rationale underlying this exception is obvious. 
When an employer's liability for punitive damages arises 
solely from the fact that he relies upon employees, there 
can be no action to punish or deter. Certainly no social 
policy will be furthered by hindering the growth of 
businesses beyond that to which one man can personally 
attend. Without liability insurance coverage, a 
businessman can ill afford the risk of delegating 
responsibility to employees who may eventually commit 
some willful, wanton or malicious tort in the scope of his 
employment.” (FLORIDA (EUA). Florida Supreme 
Court. U.S. Concrete Pipe Co. v. Bould, 437 So.2d 1061 
(1983), nº 57165
Punitive Damages – Parâmetros de quantificação
1 – Grau de culpa do ofensor;
2 – Gravidade da ofensa;
3 – Situação econômica do réu;
4 – Lucro ilicitamente obtido.
Punitive Damages – Parâmetros de quantificação
“In assessing such damages, the trier of fact can 
properly consider the character of the defendant’s 
act, the nature and the extent of harm to plaintiff 
which defendants caused or intended to cause, 
and the wealth of the defendant.” (ESTADOS 
UNIDOS DA AMÉRICA. Restatement (Second) 
of Torts § 908 (2) (1979))

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