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RESPONSABILDADE CIVIL-4 PERIODO

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Responsabilidade Civil
Informações Gerais
• Conteúdo programático disponível no portal do aluno.
• BIBLIOGRAFIA.
ASPECTOS HISTÓRICOS DA 
RESPONSABILIDADE CIVIL.
– período de Talião expressa na máxima “olho por olho, dente por dente” – foi repetida pelo 
Código de Hammurabi, na Mesopotâmia antiga.
– “a palavra talião tem a sua origem no latim talis – igual, semelhante, tal –, donde talio, 
onis: pena igual à ofensa; tal ofensa, tal pena.
– Código de Manu, da cultura hindu, apresentou uma evolução em relação ao Código de 
Hammurabi, eis que trazia a previsão de multa ou indenização a favor do prejudicado.
– Direito Romano, parâmetro para qualquer estudo de Direito Privado, a Lei das XII 
Tábuas, de 450 a.C, ainda, previa a possibilidade de penas pecuniárias.
– Lex Aquilia de Damno, aprovada possivelmente no século III a.C. trazia a ideia de 
damnum iniuria datum = dano tivesse origem em ato contrário ao direito + a culpa 
genérica + lesão patrimonial. Influenciam até hoje a construção estrutural da 
responsabilidade civil.
ASPECTOS HISTÓRICOS DA 
RESPONSABILIDADE CIVIL. Cont.
– Ulpiano . Iuris praecepta sunt haec: honeste vivere, alterum non laedere, suum cuique 
tribuere: “Os preceitos do direitos são estes: viver honestamente, não lesar a outrem, dar a 
cada um o que é seu”
– Ainda.
– Dura Lex, Sed Lex : "A lei é rigorosa, mas é a lei“.
– A culpa ainda influenciou o Direito Medieval.
– Na modernidade, a culpa foi elemento estruturante de muitas codificações que surgiram à 
época. 
– A codificação francesa de 1804, o Código de Napoleã (art. 1.382) exigir a culpa como 
elemento da responsabilidade civil, enunciando que todo ato de homem que cause dano a 
terceiro obriga o responsável que agiu com culpa a repará-lo.
ASPECTOS HISTÓRICOS DA 
RESPONSABILIDADE CIVIL. Cont.
– O Código francês influenciou o Código Civil brasileiro de 1916 (Clóvis Beviláqua). Art. 159, 
previa que “aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência, ou imprudência, violar 
direito, ou causar prejuízo a outrem, fica obrigado a reparar o dano”.
– no ano de 1897, Raymond Saleilles escreveu o seu notório estudo em defesa da teoria objetiva, 
ou seja, da responsabilidade sem culpa. 
– Tese ganhou notoriedade em artigo de Louis Josserand que defendeu em 1936 em conferência 
nos maiores centros jurídicos da Europa sob o título “Evolução da Responsabilidade Civil”.
▪ a teoria do abuso de direito: as hipóteses de abuso da propriedade e de litigância de má-fé. A culpa 
seria subentendida e presumida toda vez que um direito fosse exercido com desproporção.
▪ teoria das faltas ou culpas negativas: a responsabilidade civil surgiria da omissão, da inércia, da falta 
de conduta.
✔ doutrina do risco: aquele que criou o risco à custa de outrem deve suportar as suas 
consequências, respondendo perante a outra parte.
ASPECTOS HISTÓRICOS DA 
RESPONSABILIDADE CIVIL. Cont.
– Brasil. o Decreto-lei n. 2.681, de 1912, que tratava da responsabilidade civil das empresas 
de estradas de ferro. Previa o art. 17 dessa norma que “as estradas de ferro responderão 
pelos desastres que nas suas linhas sucederem aos viajantes e de que resulte a morte, 
ferimento ou lesão corpórea. A culpa será sempre presumida, só se admitindo em 
contrário alguma das seguintes provas: 1.ª – caso fortuito e força maior; 2.ª – culpa do 
viajante, não concorrendo culpa da estrada”.
DO ATO ILÍCITO CIVIL TRATADO 
PELO ART. 186 DO CÓDIGO CIVIL
Art. 159 do Código Civil de 1916
“Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência, ou imprudência, violar direito, ou 
causar prejuízo a outrem, fica obrigado a reparar o dano.
X
Art. 186 do Código Civil de 2002
“Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e 
causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.”
– a menção ao dano como pressuposto para a responsabilidade civil consta do caput do art. 
927 do Código Civil brasileiro, segundo o qual “aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 
187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo”. 
– Somente haverá direito à indenização e o correspondente dever de reparar, se esse 
elemento objetivo estiver presente. Em síntese ainda maior, sem a presença do dano, não 
há que reconhecer a responsabilidade civil da parte. 
– Existência de forte corrente doutrinária que prega a existência da responsabilidade civil 
sem dano.
• Paulo Luiz Netto Lôbo (UFPE) pagamento da multa ou cláusula penal, sem que exista a 
necessidade de prova do dano, conforme a redação do caput do art. 416 do Código Civil.
– Críticas a esta tese: Gerar situações de injustiça, mormente de pedidos totalmente 
imotivados, fundados em meros aborrecimentos, tão comuns no Brasil.
Direito Administrativo OAB/Fev 2020 
(exame XXXI)
Rafael, funcionário da concessionária prestadora do serviço público de 
fornecimento de gás canalizado, realizava reparo na rede subterrânea, quando 
deixou a tampa do bueiro aberta, sem qualquer sinalização, causando a queda de 
Sônia, transeunte que caminhava pela calçada.
Sônia, que trabalha como faxineira diarista, quebrou o fêmur da perna direita em 
razão do ocorrido e ficou internada no hospital por 60 dias, sem poder trabalhar.
Após receber alta, Sônia procurou você, como advogado(a), para ajuizar ação 
indenizatória em face.
Direito Administrativo OAB/Fev 2020 
(exame XXXI)
A - da concessionária, com base em sua responsabilidade civil objetiva, para cuja 
configuração é desnecessária a comprovação de dolo ou culpa de Rafael.
B- do Estado, como poder concedente, com base em sua responsabilidade civil direta e 
subjetiva, para cuja configuração é prescindível a comprovação de dolo ou culpa de 
Rafael.
C- de Rafael, com base em sua responsabilidade civil direta e objetiva, para cuja 
configuração é desnecessária a comprovação de ter agido com dolo ou culpa, 
assegurado o direito de regresso contra a concessionária.
D- do Município, como poder concedente, com base em sua responsabilidade civil 
objetiva, para cuja configuração é imprescindível a comprovação de dolo ou culpa de 
Rafael.
Direito Administrativo Prova da OAB 1ª Fase - XXXI 
Exame (2020.1) - Resposta
A - da concessionária, com base em sua responsabilidade civil objetiva, para cuja 
configuração é desnecessária a comprovação de dolo ou culpa de Rafael.
XXIX EXAME DE ORDEM UNIFICADO
PROVA PRÁTICO-PROFISSIONAL Aplicada 
em 18/08/2019
Joana adquiriu, na condição de consumidora final, um automóvel em uma das 
concessionárias da sociedade empresária Carros S.A., com pagamento parcelado, e a sociedade 
empresária passou a debitar, mês a mês, o triplo do valor pactuado para cada parcela, o que 
ficou comprovado pela simples análise dos contratos e dos seus extratos bancários, com o 
débito dos valores em triplo. 
Joana tentou resolver a questão diretamente com a sociedade empresária, mas o funcionário da 
concessionária apenas afirmou que poderia ter ocorrido um erro no sistema, sem dar qualquer 
justificativa razoável, e afirmou que não havia o que fazer para corrigir a cobrança. 
Joana então procurou você, como advogado(a), para ajuizar ação em face da sociedade 
empresária Carros S.A. com pedidos de obrigação de não fazer, para que a sociedade parasse 
de realizar as cobranças em excesso, e condenatório, para devolução em dobro dos valores 
cobrados em excesso, com atualização monetárias e juros legais, e para indenização por danos 
morais pelos transtornos causados a Joana. 
É devida a indenização por danos morais 
pelos transtornos causados?
Código Civil.
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, 
violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato 
ilícito. 
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica 
obrigado a repará-lo. 
Constituição Federal. Art. 5º:
V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por 
dano material, moral ou à imagem;X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, 
assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua 
violação; 
– “discute-se a existência de dano moral na hipótese em que o consumidor adquire garrafa 
de refrigerante com corpo estranho em seu conteúdo, sem, contudo, ingeri-lo. A aquisição 
de produto de gênero alimentício contendo em seu interior corpo estranho, expondo o 
consumidor a risco concreto de lesão à sua saúde e segurança, ainda que não ocorra a 
ingestão de seu conteúdo, dá direito à compensação por dano moral, dada a ofensa ao 
direito fundamental à alimentação adequada, corolário do princípio da dignidade da 
pessoa humana. Hipótese em que se caracteriza defeito do produto (art. 12, CDC), o qual 
expõe o consumidor a risco concreto de dano à sua saúde e segurança, em clara 
infringência ao dever legal dirigido ao fornecedor, previsto no art. 8.º do CDC” (STJ, 
REsp 1.424.304/SP, 3.ª Turma, Rel. Min. Nancy Andrighi, j. 11.03.2014, DJe 
19.05.2014). 
– “a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça se consolidou no sentido de que a 
ausência de ingestão de produto impróprio para o consumo configura, em regra, hipótese 
de mero dissabor vivenciado pelo consumidor, o que afasta eventual pretensão 
indenizatória decorrente de alegado dano moral. Precedentes” (STJ, AgRg no AREsp 
489.030/SP, 4.ª Turma, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, j. 16.04.2015, DJe 27.04.2015).
– A demonstrar toda essa divergência, pontue-se que na Edição n. 39 da ferramenta Jurisprudência 
em Teses, do próprio Superior Tribunal de Justiça, que trata do Direito do Consumidor, poderiam 
ser encontradas premissas conflitantes sobre o assunto. https://scon.stj.jus.br/SCON/jt/
❖ Conforme a tese 2, “a simples aquisição do produto considerado impróprio para o consumo, em virtude 
da presença de corpo estranho, sem que se tenha ingerido o seu conteúdo, não revela o sofrimento 
capaz de ensejar indenização por danos morais”. 
❖ Por outra via, nos termos da tese 3, “a aquisição de produto de gênero alimentício contendo em seu 
interior corpo estranho, expondo o consumidor a risco concreto de lesão à sua saúde e segurança, ainda 
que não ocorra a ingestão de seu conteúdo, dá direito à compensação por dano moral, dada a ofensa ao 
direito fundamental à alimentação adequada, corolário do princípio da dignidade da pessoa humana”.
– Todavia, no ano de 2019, as duas teses foram retiradas da citada ferramenta de jurisprudência, 
justamente diante dessa contradição. (Cf. art. 926 do CPC. Os tribunais devem uniformizar sua 
jurisprudência e mantê-la estável, íntegra e coerente.)
https://scon.stj.jus.br/SCON/jt/
– Exemplos: 
• a presença ou não do ato ilícito civil.
• o simples ato de dirigir bêbado não constitui, por si só, uma ilicitude privada.
• ato de traição ou de infidelidade em um casamento ou em uma união estável, presente o 
adultério ou a infidelidade.
DO ABUSO DE DIREITO PREVISTO NO 
ART. 187 DO CÓDIGO CIVIL
– o art. 187 do atual Código Civil brasileiro dispõe que “Também comete ato ilícito o 
titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos 
pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes”. Trata-se de 
consagração do abuso de direito ou abuso do direito como ato ilícito equiparado.
– Resumindo: o exercício de um direito com o fim de prejudicar outrem. 
Prova da OAB 1ª Fase - XXIX Exame (2019.2) - 
Prova aplicada em Junho/2019 
Júnior é bacharel em Direito. Formou-se no curso jurídico há seis meses e não prestou, 
ainda, o Exame de Ordem para sua inscrição como advogado, embora pretenda fazê-lo 
em breve. Por ora, Júnior é inscrito junto à OAB como estagiário e exerce estágio 
profissional de advocacia em certo escritório credenciado pela OAB, há um ano. Nesse 
exercício, poucas semanas atrás, juntamente com o advogado José dos Santos, 
devidamente inscrito como tal, prestou consultoria jurídica sobre determinado tema, 
solicitada por um cliente do escritório. Os atos foram assinados por ambos. Todavia, o 
cliente sentiu-se lesado nessa consultoria, alegando culpa grave na sua elaboração.
Considerando o caso hipotético, bem como a disciplina do Estatuto da Advocacia e da 
OAB, assinale a opção correta.
Prova da OAB 1ª Fase - XXIX Exame (2019.2) - 
Prova aplicada em Junho/2019 
a) Júnior não poderia atuar como estagiário e deverá responder em âmbito disciplinar 
por essa atuação indevida. Já a responsabilidade pelo conteúdo da atuação na atividade 
de consultoria praticada é de José.
b) Júnior não poderia atuar como estagiário e deverá responder em âmbito disciplinar 
por essa atuação indevida. Já a responsabilidade pelo conteúdo da atuação na atividade 
de consultoria praticada é solidária entre Júnior e José.
c) Júnior poderia atuar como estagiário. Já a responsabilidade pelo conteúdo da atuação 
na atividade de consultoria praticada é solidária entre Júnior e José.
d) Júnior poderia atuar como estagiário. Já a responsabilidade pelo conteúdo da atuação 
na atividade de consultoria praticada é de José.
Prova da OAB 1ª Fase - XXIX Exame (2019.2) - 
Prova aplicada em Junho/2019 
a) Júnior não poderia atuar como estagiário e deverá responder em âmbito disciplinar 
por essa atuação indevida. Já a responsabilidade pelo conteúdo da atuação na atividade 
de consultoria praticada é de José.
b) Júnior não poderia atuar como estagiário e deverá responder em âmbito disciplinar 
por essa atuação indevida. Já a responsabilidade pelo conteúdo da atuação na atividade 
de consultoria praticada é solidária entre Júnior e José.
c) Júnior poderia atuar como estagiário. Já a responsabilidade pelo conteúdo da atuação 
na atividade de consultoria praticada é solidária entre Júnior e José.
d) Júnior poderia atuar como estagiário. Já a responsabilidade pelo conteúdo da 
atuação na atividade de consultoria praticada é de José.
XXVIII Exame Unificado - Caderno Tipo I - Branco - 
Gabarito Definitivo (Prova aplicada em 17/03/2019) - 
2019 (Primeiro)
Mara adquiriu, diretamente pelo site da fabricante, o creme depilatório Belle et Belle, da 
empresa Bela Cosméticos Ltda. Antes de iniciar o uso, Mara leu atentamente o rótulo e as 
instruções, essas unicamente voltadas para a forma de aplicação do produto.
Assim que iniciou a aplicação, Mara sentiu queimação na pele e removeu imediatamente o 
produto, mas, ainda assim, sofreu lesões nos locais de aplicação. A adquirente entrou em 
contato com a central de atendimento da fornecedora, que lhe explicou ter sido a reação 
alérgica provocada por uma característica do organismo da consumidora, o que poderia 
acontecer pela própria natureza química do produto.
Não se dando por satisfeita, Mara procurou você, como advogado(a), a fim de saber se é 
possível buscar a compensação pelos danos sofridos.
Nesse caso de clara relação de consumo, assinale a opção que apresenta a orientação a ser dada 
a Mara.
XXVIII Exame Unificado - Caderno Tipo I - Branco - 
Gabarito Definitivo (Prova aplicada em 17/03/2019) - 
2019 (Primeiro)
a) Poderá ser afastada a responsabilidade civil da fabricante, se esta comprovar que o dano 
decorreu exclusivamente de reação alérgica da consumidora, fator característico daquela 
destinatária final, não havendo, assim, qualquer ilícito praticado pela ré.
b) Existe a hipótese de culpa exclusiva da vítima, na medida em que o CDC descreve que os 
produtos não colocarão em risco a saúde e a segurança do consumidor, excetuando aqueles de 
cuja natureza e fruição sejam extraídas a previsibilidade e a possibilidade de riscos perceptíveis 
pelo homem médio.
c) O fornecedor está obrigado, necessariamente, a retirá-lo de circulação, por estar presente 
defeito no produto, sob pena de prática de crime contra o consumidor.
d) Cuida-se da hipótese de violação ao dever de oferecer informações claras ao consumidor, na 
medida em que a periculosidade do uso de produto químico, quando composto por substâncias 
com potenciais alergênicos,deve ser apresentada em destaque ao consumidor.
XXVIII Exame Unificado - Caderno Tipo I - Branco - 
Gabarito Definitivo (Prova aplicada em 17/03/2019) - 
2019 (Primeiro)
a) Poderá ser afastada a responsabilidade civil da fabricante, se esta comprovar que o dano 
decorreu exclusivamente de reação alérgica da consumidora, fator característico daquela 
destinatária final, não havendo, assim, qualquer ilícito praticado pela ré.
b) Existe a hipótese de culpa exclusiva da vítima, na medida em que o CDC descreve que os 
produtos não colocarão em risco a saúde e a segurança do consumidor, excetuando aqueles de 
cuja natureza e fruição sejam extraídas a previsibilidade e a possibilidade de riscos perceptíveis 
pelo homem médio.
c) O fornecedor está obrigado, necessariamente, a retirá-lo de circulação, por estar presente 
defeito no produto, sob pena de prática de crime contra o consumidor.
d) Cuida-se da hipótese de violação ao dever de oferecer informações claras ao 
consumidor, na medida em que a periculosidade do uso de produto químico, quando 
composto por substâncias com potenciais alergênicos, deve ser apresentada em destaque 
ao consumidor.
ORDEM DOS ADVOGADOS DO 
BRASILXXVIIIEXAME DE ORDEM UNIFICADO - 
Aplicada em 05/05/2019
Jonas estava hospedado no Hotel Grande Vereda, onde passava suas férias, quando esbarrou acidentalmente em 
Lucas, um funcionário contratado havia apenas 20 dias pelo hotel. Lucas, furioso, começou a ofender Jonas, aos 
gritos, diante de todos os hóspedes e funcionários, com insultos e palavras de baixo calão. Logo depois, evadiu-se do 
local. 
A gerência do hotel, prontamente, procedeu a um pedido público de desculpas e informou que a principal 
recomendação dada aos funcionários (inclusive a Lucas) é a de que adotassem um tratamento cordial para com os 
hóspedes. O gerente, de modo a evidenciar a diligência do estabelecimento, mostrou a gravação do curso de 
capacitação de empregados ao ofendido.Indignado, Jonas conseguiu obter, junto à recepção do hotel, o nome 
completo e alguns dados pessoais de Lucas, mas não seu endereço residencial, porque sua ficha cadastral não 
estava completa. Em seguida, Jonas ajuizou ação indenizatória por danos morais em face de Lucas e do Hotel 
Grande Vereda. Ao receber a petição inicial, o juízo da causa determinou, desde logo, a citação de Lucas por 
edital. Decorrido o prazo legal após a publicação do edital, foi decretada a revelia de Lucas e nomeado 
curador especial, o qual alegou nulidade da citação.
Com base no caso narrado, responda, fundamentadamente, aos itens a seguir.
A)Deve o hotel responder pelo ato de Lucas, que agiu por conta própria e em manifesta contrariedade à orientação 
do estabelecimento?
ORDEM DOS ADVOGADOS DO 
BRASILXXVIIIEXAME DE ORDEM UNIFICADO - 
Aplicada em 05/05/2019
A)Sim. Os empregadores respondem civilmente pelos atos lesivos de seus 
prepostos no exercício de suas funções. Trata-se de uma hipótese de 
responsabilidade civil indireta, prevista pelo Art. 932, inciso III, do Código 
Civil. A responsabilidade do hotel é, ainda, objetiva, nos termos do Art. 933 do 
Código Civil, de tal modo que o fato de a administração do hotel não ter 
contribuído para a conduta do funcionário mostra-se totalmente irrelevante nesse 
caso. Igualmente, sob a ótica consumerista, o fornecedor (hotel) tem 
responsabilidade objetiva pela falha na prestação do serviço, conforme o Art.14 
do CDC.
ORDEM DOS ADVOGADOS DO 
BRASILXXVIIIEXAME DE ORDEM UNIFICADO - 
Aplicada em 05/05/2019
ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASILXXVIIIEXAME DE ORDEM UNIFICADOPROVA PRÁTICO-PROFISSIONALAplicada em 
05/05/2019ÁREA: DIREITO CIVIL“O gabarito preliminar da prova prático-profissional corresponde apenas a uma expectativa de resposta, 
podendo ser alterado até a divulgação do padrão de respostas definitivo.”Qualquer semelhança nominal e/ou situacional presente nos enunciados 
das questões é mera coincidência.”Padrão de Resposta Página 1de 10Prova Prático-Profissional –XXVIIIExame de Ordem Unificado PADRÃO 
DE RESPOSTA -PEÇA PROFISSIONALEnunciadoJulia dirigia seu veículo na Rua 001, na cidade do Rio de Janeiro, quando sofreu uma batida, 
na qual também se envolveu o veículo de Marcos. O acidente lhe gerou danos materiais estimados em R$ 40.000,00(quarenta mil reais), 
equivalentes ao conserto de seu automóvel. Marcos, por sua vez, também teve parte de seu carro destruído, gastando R$ 30.000,00 (trinta 
mil reais) para o conserto. Diante do ocorrido, Julia pagou as custas pertinentes e ajuizou ação condenatória em face de Marcos, autuada 
sob o nº 11111111111 e distribuída para a 8ª Vara Cível da Comarca da Capital do Estado do Rio de Janeiro, com o objetivo de obter indenização 
pelo valor equivalente ao conserto de seu automóvel, alegando que Marcos teria sido responsável pelo acidente, por dirigir acima da 
velocidade permitida. Julia informou, em sua petição inicial, que não tinha interesse na designação de audiência de conciliação, inclusive 
porque já havia feito contato extrajudicial com Marcos, sem obter êxito nas negociações. Julia deu à causa o valor de R$ 1.000,00(hum 
mil reais).Marcos recebeu a carta de citação do processo pelo correio, no qual fora dispensada a audiência inicial de conciliação, e 
procurou um advogado para representar seus interesses, dado que entende que a responsabilidade pelo acidente foi de Julia, que estava 
dirigindo embriagada, como atestou o boletim de ocorrência, e que ultrapassou o sinal vermelho. Entende que, no pior cenário, ambos 
concorreram para o acidente, porque, apesar de estar 5% acima do limite de velocidade, Julia teve maior responsabilidade, pelos 
motivos expostos. Aproveitando a oportunidade, Marcos pretende obter de Julia indenização em valor equivalente ao que dispendeu pelo 
conserto do veículo. Marcos não tem interesse na realização de conciliação. Na qualidade de advogado(a)de Marcos, elabore a peça processual 
cabível para defender seus interesses, indicando seus requisitos e fundamentos, nos termos da legislação vigente. Considere que o 
aviso de recebimento da carta de citação de Marcos foi juntado aos autos no dia 04/02/2019 (segunda-feira), e que não há feriados no mês de 
fevereiro. (Valor: 5,00)
ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL XXVIII 
EXAME DE ORDEM UNIFICADO - Aplicada em 
05/05/2019
No mérito da contestação, deverá indicar como os fatos ocorreram, defendendo a 
ausência de responsabilidade pelo acidente, porque não praticou ilícito (Art. 927 
e Art. 186 do Código Civil), imputando à Julia a responsabilidade exclusiva 
pelo acidente. Subsidiariamente, devedefender a responsabilidade 
concorrente de Julia (Art. 945 do CC).
ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL XXVIII EXAME 
DE ORDEM UNIFICADO - Aplicada em 05/05/2019
Questões cotidianas – 23/09
• https://g1.globo.com/sp/sorocaba-jundiai/noticia/2020/09/16/funcionaria-leva-soco-de-cliente-que-se-recusou-a-usar-mascara
-em-supermercado-video.ghtml
• https://www.migalhas.com.br/quentes/322318/acao-popular-busca-responsabilizar-china-em-r-5-bi-por-prejuizos-causados-pe
lo-coronavirus
• https://globoplay.globo.com/v/8871036/
• https://epocanegocios.globo.com/Empresa/noticia/2020/09/tenho-sangue-nas-maos-ex-funcionaria-do-facebook-que-denuncia
-responsabilidade-da-rede-em-campanhas-de-manipulacao.html
• https://g1.globo.com/sp/santos-regiao/noticia/2020/09/18/participante-de-festa-em-barcos-de-luxo-ostenta-e-joga-dinheiro-no
-mar-em-sp-video.ghtml
• https://g1.globo.com/sp/santos-regiao/noticia/2020/09/17/motoboy-fica-em-coma-apos-ser-arremessado-por-carro-em-sp-vide
o.ghtml
• https://www.bol.uol.com.br/noticias/2020/09/22/estudante-barrado-em-mercado-short-curto-entrevista.htm
• https://www.bol.uol.com.br/entretenimento/2020/08/21/apos-20-anos-motoboy-agredido-por-mauricio-mattar-desiste-de-acao.htm
https://g1.globo.com/sp/sorocaba-jundiai/noticia/2020/09/16/funcionaria-leva-soco-de-cliente-que-se-recusou-a-usar-mascara-em-supermercado-video.ghtml
https://g1.globo.com/sp/sorocaba-jundiai/noticia/2020/09/16/funcionaria-leva-soco-de-cliente-que-se-recusou-a-usar-mascara-em-supermercado-video.ghtml
https://www.migalhas.com.br/quentes/322318/acao-popular-busca-responsabilizar-china-em-r-5-bi-por-prejuizos-causados-pelo-coronavirus
https://www.migalhas.com.br/quentes/322318/acao-popular-busca-responsabilizar-china-em-r-5-bi-por-prejuizos-causados-pelo-coronavirus
https://globoplay.globo.com/v/8871036/
https://epocanegocios.globo.com/Empresa/noticia/2020/09/tenho-sangue-nas-maos-ex-funcionaria-do-facebook-que-denuncia-responsabilidade-da-rede-em-campanhas-de-manipulacao.html
https://epocanegocios.globo.com/Empresa/noticia/2020/09/tenho-sangue-nas-maos-ex-funcionaria-do-facebook-que-denuncia-responsabilidade-da-rede-em-campanhas-de-manipulacao.html
https://g1.globo.com/sp/santos-regiao/noticia/2020/09/17/motoboy-fica-em-coma-apos-ser-arremessado-por-carro-em-sp-video.ghtml
https://g1.globo.com/sp/santos-regiao/noticia/2020/09/17/motoboy-fica-em-coma-apos-ser-arremessado-por-carro-em-sp-video.ghtml
https://www.bol.uol.com.br/noticias/2020/09/22/estudante-barrado-em-mercado-short-curto-entrevista.htm
 Enunciado n. 431, da V Jornada de Direito Civil, evento promovido pelo Conselho da 
Justiça Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em novembro de 2011, segundo o qual 
“a violação do art. 421 conduz à invalidade ou à ineficácia do contrato ou de cláusulas 
contratuais”
– “Agravo regimental. Recurso especial. Civil. Plano de saúde. Cobertura securitária. Recusa 
indevida de internação hospitalar. Cláusula abusiva. Ato ilícito. Situação emergencial. Doença 
grave. Meningite. Ocorrência de danos morais. Precedentes. Quantum indenizatório. 
Razoabilidade. Revisão. Reexame fático-probatório. Súmula 07/STJ. 1. Abusiva a cláusula de 
contrato de plano de saúde que exclui de sua cobertura o tratamento de doenças 
infectocontagiosas, tais como a meningite. 2. A seguradora, ao recusar indevidamente a cobertura 
para tratamento de saúde, age com abuso de direito, cometendo ato ilícito e ficando obrigada à 
reparação dos danos patrimoniais e extrapatrimoniais dele decorrentes. 3. A recusa indevida da 
cobertura para tratamento de saúde, em situações de emergência, quando o fato repercute 
intensamente na psique do doente, gerando enorme desconforto, dificuldades e temor pela própria 
vida, faz nascer o direito à reparação do dano moral. 4. Segundo entendimento pacificado desta 
Corte, o valor da indenização por dano moral somente pode ser alterado na instância especial 
quando ínfimo ou exagerado, o que não ocorre no caso em tela, em que, consideradas as suas 
peculiaridades, fixado no valor de dez salários mínimos. 5. Agravo regimental desprovido” (STJ, 
AgRg no REsp 1.299.069/SP, 3.ª Turma, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, j. 26.02.2013, 
DJe 04.03.2013).
STJ
 Enunciado n. 431, da V Jornada de Direito Civil, evento promovido pelo Conselho da 
Justiça Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em novembro de 2011, segundo o qual 
“a violação do art. 421 conduz à invalidade ou à ineficácia do contrato ou de cláusulas 
contratuais”
– “Recurso de apelação. Ação de cobrança. Contrato para desconto de títulos garantido por 
fiança. Nulidade da assinatura do cônjuge do fiador, reconhecida pela instituição 
financeira credora, que não invalida a fiança, tampouco o contrato por ela garantido, 
observados os postulados da boa-fé objetiva e da função social dos contratos. Quebra dos 
deveres anexos e abuso de direito que autorizam, força na função interpretativa da boa-fé 
objetiva, a manutenção da validade da fiança prestada. Responsabilidade da fiadora que 
também decorre da condição de coobrigada. Salvaguarda da meação do cônjuge do fiador 
em futura execução, observada a regra contida no art. 655-B do CPC. Apelo não provido. 
Unânime” (TJRS, Apelação Cível 426207-78.2011.8.21.7000, 17.ª Câmara Cível, Estrela, 
Rel. Des. Bernadete Coutinho Friedrich, j. 15.12.2011, DJe 18.01.2012).
– Vide artigo 1.647 do CC
– “a recusa injustificada de Plano de Saúde para cobertura de procedimento médico a 
associado configura abuso de direito e descumprimento de norma contratual, capazes de 
gerar dano moral indenizável. Precedentes. As cláusulas restritivas ao Direito do 
Consumidor devem ser interpretadas da forma mais benéfica a este, não sendo razoável a 
seguradora se recusar a prestar a cobertura solicitada. 3. Agravo regimental não provido” 
(STJ, AgRg no REsp 1253696/SP, 4.ª Turma, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, j. 
18.08.2011, DJe 24.08.2011).
– Consigne-se, no âmbito doutrinário, a aprovação de enunciado na V Jornada de Direito 
Civil, evento promovido pelo Conselho da Justiça Federal em 2011, conforme proposição 
deste autor, prevendo que “o descumprimento de contrato pode gerar dano moral quando 
envolver valor fundamental protegido pela Constituição Federal de 1988” (Enunciado n. 
411 do CJF).
Questões cotidianas – 30/09
• https://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2020/09/24/michelle-bolso
naro-deic.htm
• https://extra.globo.com/noticias/rio/mulheres-atacadas-com-garrafa-apos-beijo
-na-boca-no-leblon-vao-processar-agressora-24663279.html
https://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2020/09/24/michelle-bolsonaro-deic.htm
https://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2020/09/24/michelle-bolsonaro-deic.htm
https://extra.globo.com/noticias/rio/mulheres-atacadas-com-garrafa-apos-beijo-na-boca-no-leblon-vao-processar-agressora-24663279.html
https://extra.globo.com/noticias/rio/mulheres-atacadas-com-garrafa-apos-beijo-na-boca-no-leblon-vao-processar-agressora-24663279.html
Sistema Push
• STF - http://stf.jus.br/portal/push/autenticarUsuario.asp 
• STJ - 
http://www.stj.jus.br/sites/portalp/Paginas/Sob-medida/Advogado/Servicos/Ca
dastramento/Sistema-PUSH.aspx
• TST - http://www.tst.jus.br/push
• Casa Civil – Legislação : 
http://www.saj.planalto.gov.br/saj/Boletins.nsf/frmInscricaoWeb?OpenForm
http://www.stj.jus.br/sites/portalp/Paginas/Sob-medida/Advogado/Servicos/Cadastramento/Sistema-PUSH.aspx
http://www.stj.jus.br/sites/portalp/Paginas/Sob-medida/Advogado/Servicos/Cadastramento/Sistema-PUSH.aspx
http://www.tst.jus.br/push
http://www.saj.planalto.gov.br/saj/Boletins.nsf/frmInscricaoWeb?OpenForm
Prova da OAB 1ª Fase - XXVII Exame (2018.3) 
Prova aplicada em Novembro/2018
A União construiu uma usina nuclear para fins de geração de energia elétrica. A fim de 
minimizar os riscos de acidentes relacionados à utilização do urânio, foram empregados, no 
empreendimento, os mais modernos e seguros equipamentos. Do mesmo modo, o pessoal 
designado para trabalhar na usina recebeu todos os treinamentos exigidos nas legislações 
brasileira e internacional.
Entretanto, em decorrência de uma intensa, imprevisível e excepcional chuva que caiu na 
região, parte da usina ficou alagada. Isso gerou superaquecimento nas instalações, fato que 
culminou na liberação de um pequeno volume de gases radioativos armazenados, causando 
náuseas e vômitos na população que mora próxima à usina.
Com base na situação narrada, assinale a afirmativa correta.
Prova da OAB 1ª Fase - XXVII Exame (2018.3) 
Prova aplicada em Novembro/2018
A - União não pode ser responsabilizada pelos danos causados à população, tendo em 
vista a ausência de culpa (responsabilidade subjetiva) por parte do Poder Público.
 B- Em razão de as chuvas constituírem um evento imprevisível e excepcional, não se 
cogita a responsabilidade da União pelos danos causados à população.
 C- A União pode ser responsabilizada pelas consequências advindas do vazamento de 
gases radioativos, independentemente de culpa, pois a responsabilidade é objetiva.
 D - A União não pode ser responsabilizada pelos danos causados à população, dado 
competir aos Estados a exploração dos serviços e das instalações nucleares, cabendo aeles a responsabilidade pelos danos.
Prova da OAB 1ª Fase - XXVII Exame (2018.3) 
Prova aplicada em Novembro/2018
A - União não pode ser responsabilizada pelos danos causados à população, tendo em 
vista a ausência de culpa (responsabilidade subjetiva) por parte do Poder Público.
 B- Em razão de as chuvas constituírem um evento imprevisível e excepcional, não se 
cogita a responsabilidade da União pelos danos causados à população.
 C- A União pode ser responsabilizada pelas consequências advindas do 
vazamento de gases radioativos, independentemente de culpa, pois a 
responsabilidade é objetiva.
 D - A União não pode ser responsabilizada pelos danos causados à população, dado 
competir aos Estados a exploração dos serviços e das instalações nucleares, cabendo a 
eles a responsabilidade pelos danos.
– “o Código Civil de 1916, de feição individualista, privilegiava a autonomia da vontade e o 
princípio da força obrigatória dos vínculos. Por seu turno, o Código Civil de 2002 inverteu os 
valores e sobrepõe o social em face do individual. Dessa sorte, por força do Código de 1916, 
prevalecia o elemento subjetivo, o que obrigava o juiz a identificar a intenção das partes para 
interpretar o contrato. Hodiernamente, prevalece na interpretação o elemento objetivo, vale 
dizer, o contrato deve ser interpretado segundo os padrões socialmente reconhecíveis para 
aquela modalidade de negócio” (STJ, AgRg no REsp 838.127/DF, 1.ª Turma, Rel. Min. Luiz 
Fux, j. 17.02.2009, DJe 30.03.2009).
– LIDB - Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro. 
• Art. 3o Ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que não a conhece.
• Art. 4o Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os 
costumes e os princípios gerais de direito. (ACP)
• Art. 5o Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se dirige e às 
exigências do bem comum.
– enunciado doutrinário aprovado na V Jornada de Direito Civil, de autoria de Otávio Luiz 
Rodrigues Jr.: “os bons costumes previstos no art. 187 do CC possuem natureza subjetiva, 
destinada ao controle da moralidade social de determinada época, e objetiva, para permitir 
a sindicância da violação dos negócios jurídicos em questões não abrangidas pela função 
social e pela boa-fé objetiva” (Enunciado n. 413 do CJF).
– no que concerne a maus costumes, a jurisprudência superior do Supremo Tribunal Federal 
acabou por proibir atos coletivos de crueldade contra animais, como a farra do boi (RE 
153.531/SC, 2.ª Turma, Rel. Min. Marco Aurélio, j. 03.06.1997, DJU 13.03.1998, p. 13), 
a rinha de galos (ADI 1.856/RJ, Tribunal Pleno, Rel. Min. Celso de Mello, j. 26.05.2011, 
DJe 16.11.2011, p. 16) e a vaquejada (ADI 4.983/CE, Tribunal Pleno, Rel. Min. Celso de 
Melo, j. 06.10.2016).
– Enunciado n. 37, da I Jornada de Direito Civil, de 2004: “a responsabilidade civil 
decorrente do abuso do direito independe de culpa e fundamenta-se somente no critério 
objetivo-finalístico”
– o Enunciado n. 414 da V Jornada de Direito Civil (2011), que preconiza com precisão: “a 
cláusula geral do art. 187 do Código Civil tem fundamento constitucional nos princípios 
da solidariedade, devido processo legal e proteção da confiança, e aplica-se a todos os 
ramos do direito”.
– Posição Mintoritária : não há no Código Civil nenhum ponto de apoio para a conclusão de 
que a responsabilidade por abuso de direito seria independente de culpa. (Guilherme 
Henrique Lima Reinig e Daniel Amaral Carnaúba).
O abuso no exercício da propriedade ou ato 
emulativo (aemulatio)
• Art. 1.228. O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o 
direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou detenha. 
Sendo oponível contra todos (erga omnes).
• “O direito de propriedade não se reveste de caráter absoluto, eis que, sobre ele, pesa 
grave hipoteca social, a significar que, descumprida a função social que lhe é 
inerente (CF, art. 5.º, XXIII), legitimar-se-á a intervenção estatal na esfera dominial 
privada, observados, contudo, para esse efeito, os limites, as formas e os 
procedimentos fixados na própria Constituição da República. O acesso à terra, a 
solução dos conflitos sociais, o aproveitamento racional e adequado do imóvel rural, 
a utilização apropriada dos recursos naturais disponíveis e a preservação do meio 
ambiente constituem elementos de realização da função social da propriedade” (STF, 
ADIn 2.213/MC, Rel. Min. Celso de Mello, DJ 23.04.2004).
regra dos três Ss (segurança, sossego e 
saúde) e propriedade
CAPÍTULO V 
Dos Direitos de Vizinhança 
Seção I 
Do Uso Anormal da Propriedade 
Art. 1.277. O proprietário ou o possuidor de um prédio tem o direito de fazer cessar as 
interferências prejudiciais à segurança, ao sossego e à saúde dos que o habitam, 
provocadas pela utilização de propriedade vizinha. 
Parágrafo único. Proíbem-se as interferências considerando-se a natureza da utilização, 
a localização do prédio, atendidas as normas que distribuem as edificações em zonas, e 
os limites ordinários de tolerância dos moradores da vizinhança. 
regra dos três Ss (segurança, sossego e 
saúde) e propriedade
• Silvio Rodrigues - caso Bayard, no qual o vizinho de um construtor de balões 
e dirigíveis ergueu pilastras de madeira com pontas de ferro, com a intenção 
de dificultar a aterrissagem das aeronaves.
• o Tribunal de Justiça de São Paulo já limitou o número de animais que 
poderiam ficar em uma pequena casa. Conforme a sua ementa, “alegação de 
barulho excessivo e maus odores causados por criação de animais, alegações 
comprovadas por certidão do oficial de justiça. Sentença de procedência 
mantida” (TJSP, Apelação 9185370-21.2008.8.26.0000, Acórdão 5552471, 
31.ª Câmara de Direito Privado, Campinas, Rel. Des. Francisco Casconi, j. 
22.11.2011, DJe 29.11.2011). 
regra dos três Ss (segurança, sossego e 
saúde) e propriedade
• “guarda de grande número de animais (cães e gatos). Geração de excessivo mau 
cheiro e incômodos desproporcionais aos vizinhos. Fato constitutivo do direito da 
parte autora devidamente comprovado. Restrições aos direitos à propriedade e à 
liberdade cabíveis na espécie, visando harmonizá-los com iguais direitos dos 
proprietários vizinhos. Exegese do art. 187 do Código Civil. Limitada a posse de 
animais em propriedade vizinha. Pretensão dos autores de impor à ré a proibição de 
posse de todo e qualquer animal na propriedade. Indeferimento. Ausência de amparo 
legal. Utilização, como norte da solução do litígio, dos princípios da razoabilidade e 
da proporcionalidade” (TJRS, Apelação Cível 517572-19.2011.8.21.7000, 18.ª 
Câmara Cível, Tapejara, Rel. Des. Pedro Celso Dal Pra, j. 10.11.2011, DJe 
18.11.2011).
regra dos três Ss (segurança, sossego e 
saúde) e propriedade
• Enunciado n. 319, aprovado na IV Jornada de Direito Civil, de 2006, a solução dessas 
causas que envolvem os conflitos de vizinhança deve guardar estreita sintonia com os 
princípios constitucionais da intimidade, da inviolabilidade da vida privada e da proteção ao 
meio ambiente.
• “Insegurança do autor baseada na alegação de que a árvore do terreno vizinho está morta, 
com risco de queda sobre sua casa. Boletim de ocorrência emitido pela Defesa Civil no 
sentido de que a árvore não está morta e que, apesar de velha e de possuir muitos galhos 
secos e deteriorados, não há risco de queda. Interesses do autor, após o laudo, baseados 
apenas no fato de a árvore ser velha, o que esbarra na questão ambiental. Enunciado 319, da 
IV Jornada de Direito Civil realizada pelo Conselho de Justiça Federal/STJ, referente ao 
artigo 1.277 do CC. (...)” (TJRJ, Apelação 00113109320088190203, 20.ª Câmara Cível, Rio 
de Janeiro, Origem: 5.ª Vara Cível de Jacarepaguá, Rel. Des. Odete Knaack de Souza, j. 
04.11.2009, Data de Publicação: 27.11.2009).
Direito Ambiental x propriedade
• CF. Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente 
equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida,impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e 
preservá- lo para as presentes e futuras gerações. 
• CC Art. 1.228. § 1 o O direito de propriedade deve ser exercido em 
consonância com as suas finalidades econômicas e sociais e de modo que 
sejam preservados, de conformidade com o estabelecido em lei especial, a 
flora, a fauna, as belezas naturais, o equilíbrio ecológico e o patrimônio 
histórico e artístico, bem como evitada a poluição do ar e das águas. 
Defesa do interesse público x propriedade
• Há restrições relacionadas com a segurança e a defesa nacional, com a 
economia, com a higiene e a saúde pública, com o interesse urbanístico, com a 
cultura nacional e o patrimônio cultural e artístico. Existem também outras 
restrições, em defesa do interesse particular, previstas no Código Civil. Tudo 
isso estribado no que prescreve o Texto Maior, em seu art. 5.º, inc. XXIII, ao 
consagrar a função social da propriedade.
Defesa do interesse público x propriedade
• Há restrições relacionadas com a segurança e a defesa nacional, com a 
economia, com a higiene e a saúde pública, com o interesse urbanístico, com a 
cultura nacional e o patrimônio cultural e artístico. Existem também outras 
restrições, em defesa do interesse particular, previstas no Código Civil. Tudo 
isso estribado no que prescreve o Texto Maior, em seu art. 5.º, inc. XXIII, ao 
consagrar a função social da propriedade.
Questões cotidianas – 30/09 (review)
• https://migalhas.uol.com.br/quentes/333968/mulher-aciona-justica-por-fala-de
-bolsonaro-de-us--1-000-de-auxilio-emergencial-na-onu
• https://racismoambiental.net.br/2020/09/28/tortura-em-nome-de-deus-justica-c
ondena-padre-por-impedir-aborto-legal/
https://migalhas.uol.com.br/quentes/333968/mulher-aciona-justica-por-fala-de-bolsonaro-de-us--1-000-de-auxilio-emergencial-na-onu
https://migalhas.uol.com.br/quentes/333968/mulher-aciona-justica-por-fala-de-bolsonaro-de-us--1-000-de-auxilio-emergencial-na-onu
Prova da OAB 1ª Fase - XXVI Exame (2018.2) - 
Prova aplicada em Agosto/2018
Dora levou seu cavalo de raça para banho, escovação e cuidados específicos nos 
cascos, a ser realizado pelos profissionais da Hípica X. Algumas horas depois de o 
animal ter sido deixado no local, a fornecedora do serviço entrou em contato com Dora 
para informar-lhe que, durante o tratamento, o cavalo apresentou sinais de doença 
cardíaca. Já era sabido por Dora que os equipamentos utilizados poderiam causar 
estresse no animal. Foi chamado o médico veterinário da própria Hípica X, mas o 
cavalo faleceu no dia seguinte. Dora, que conhecia a pré-existência da doença do 
animal, ingressou com ação judicial em face da Hípica X pleiteando reparação pelos 
danos morais suportados, em decorrência do ocorrido durante o tratamento de higiene.
Nesse caso, à luz do Código de Defesa do Consumidor (CDC), é correto afirmar que a 
Hípica X
Prova da OAB 1ª Fase - XXVI Exame (2018.2) - 
Prova aplicada em Agosto/2018
a) não poderá ser responsabilizada se provar que a conduta no procedimento de higiene foi adequada, seguindo 
padrões fixados pelos órgão competentes, e que a doença do animal que o levou a óbito era pré-existente ao 
procedimento de higienização do animal.
 b)poderá ser responsabilizada em razão de o evento deflagrador da identificação da doença do animal ter ocorrido 
durante a sua higienização, ainda que se comprove ser pré-existente a doença e que tenham sido seguidos os 
padrões fixados por órgãos competentes para o procedimento de higienização, pois o nexo causal resta presumido 
na hipótese.
 c)não poderá ser responsabilizada somente se provar que prestou os primeiros socorros, pois a pre-existência da 
doença não inibiria a responsabilidade civil objetiva dos fornecedores do serviço; somente a conduta de chamar 
atendimento médico foi capaz de desconstruir o nexo causal entre o procedimento de higiene e o evento do óbito.
 d)poderá ser responsabilizada em solidariedade com o profissional veterinário, pois os serviços foram prestados por 
ambos os fornecedores, em responsabilidade objetiva, mesmo que Dora comprove que o procedimento de 
higienização do cavalo tenha potencializado o evento que levou ao óbito do animal, ainda que seguidos os padrões 
estipulados pelos órgãos competentes.
Prova da OAB 1ª Fase - XXVI Exame (2018.2) - 
Prova aplicada em Agosto/2018
a) não poderá ser responsabilizada se provar que a conduta no 
procedimento de higiene foi adequada, seguindo padrões fixados pelos órgão 
competentes, e que a doença do animal que o levou a óbito era pré-existente 
ao procedimento de higienização do animal.
 
Dica da semana
Prof. Leonardo Zanini
Youtube - https://www.youtube.com/channel/UCgw7TXx2PcxTYHG4KimbmiQ
Livre-docente e doutor em Direito Civil pela USP. Pós-doutorado em Direito Civil pelo Max-Planck-Institut für 
ausländisches und internationales Privatrecht (Alemanha). Pós-doutorado em Direito Penal pelo 
Max-Planck-Institut für ausländisches und internationales Strafrecht (Alemanha). Doutorando em Direito Civil pela 
Albert-Ludwigs-Universität Freiburg (Alemanha). Mestre em Direito Civil pela PUC-SP. Bacharel em Direito pela 
USP. Juiz Federal. Professor Universitário. Pesquisador do grupo Novos Direitos CNPq/UFSCar. Autor de livros e 
artigos publicados nas áreas de Direito Civil, Direitos Intelectuais, Direito do Consumidor e Direito Ambiental. Foi 
bolsista da Max-Planck-Gesellschaft e da CAPES. Foi Delegado de Polícia Federal, Procurador do Banco Central 
do Brasil e Defensor Público Federal. Foi Diretor da Associação dos Juízes Federais de São Paulo e Mato Grosso 
do Sul. Foi Diretor Acadêmico da Escola de Formação e Aperfeiçoamento de Servidores da Justiça Federal em São 
Paulo.
https://www.youtube.com/channel/UCgw7TXx2PcxTYHG4KimbmiQ
Dolus bonus x Dolus Malus.
a) Dolus bonus (dolo bom) – pode ser concebido em dois sentidos. Inicialmente, é o dolo tolerável, aceito inclusive 
nos meios comerciais. São os exageros feitos pelo comerciante ou vendedor em relação às qualidades de um bem 
que está sendo vendido, mas que não têm a finalidade de prejudicar o comprador. O negócio em que está presente 
esta modalidade de dolo não é passível de anulação, desde que não venha a enganar o consumidor, mediante 
publicidade enganosa, prática abusiva vedada pelo art. 37, § 1.º, do Código de Defesa do Consumidor. Em suma, a 
lábia do comerciante, inicialmente, é exemplo de dolus bonus. Entretanto, se o vendedor utilizar artifícios de má-fé 
para enganar o consumidor, o ato poderá ser anulado. Por outro lado, haverá também dolus bonus no caso de uma 
conduta que visa trazer vantagens a outrem, como, por exemplo, a de oferecer um remédio a alguém alegando ser 
um suco, para curar essa pessoa, caso em que também não se pode falar em anulabilidade. Pode-se citar, ainda, 
como exemplo que se enquadra nos dois conceitos, o espelho colocado em uma loja, que emagrece o comprador. 
Trata-se de um artifício tolerável que faz até bem à pessoa.
b) Dolus malus (dolo mau) – este sim consiste em ações astuciosas ou maliciosas com o objetivo de enganar alguém 
e lhe causar prejuízo. Quando se tem o dolo mau, o negócio jurídico poderá ser anulado se houver prejuízo ao 
induzido e benefício ao autor do dolo ou a terceiro.
Abuso de direito e imprensa. O abuso do 
direito de informar
• Critérios a ser observados: função social e econômica, boa-fé e bons costumes.
• Superior Tribunal de Justiça condenou jornal pela veiculação de notícia utilizando apelido 
com menção à opção sexual do retratado (“bicha”).
• “Direito Civil. Indenização por danos morais. Publicação em jornal. Reprodução de 
cognome relatado em boletim de ocorrências. Liberdade de imprensa. Violação do direito ao 
segredo da vida privada. Abuso de direito. A simples reprodução, por empresa jornalística, 
de informações constantes na denúncia feita pelo Ministério Público ou no boletim policial 
de ocorrência consiste em exercício do direito de informar. Na espécie, contudo, a empresajornalística, ao reproduzir na manchete do jornal o cognome – ‘apelido’ – do autor, com 
manifesto proveito econômico, feriu o direito dele ao segredo da vida privada, e atuou com 
abuso de direito, motivo pelo qual deve reparar os consequentes danos morais” (STJ, REsp 
613.374/MG, 3.ª Turma, Rel. Min. Nancy Andrighi, j. 17.05.2005, DJ 12.09.2005, p. 321).
• Superior Tribunal de Justiça exercício regular do direito de informar diante 
da veracidade dos fatos e pelos interesses coletivos que permeavam as 
notícias de que um funcionário público estaria embriagado. (Bêbado).
• O dever de veracidade ao qual estão vinculados os órgãos de imprensa não 
deve consubstanciar-se dogma absoluto, ou condição peremptoriamente 
necessária à liberdade de imprensa, mas um compromisso ético com a 
informação verossímil, o que pode, eventualmente, abarcar informações 
não totalmente precisas.
• “Responsabilidade civil. Notícia jornalística que irroga a motorista de Câmara Municipal o predicado de ‘bêbado’. 
Informação de interesse público que, ademais, não se distancia da realidade dos fatos. Não comprovação, em sindicância 
administrativa, do estado de embriaguez. Irrelevância. Liberdade de imprensa. Ausência de abuso de direito. 1. É fato 
incontroverso que o autor, motorista de Câmara Municipal, ingeriu bebida alcoólica em festa na qual se encontravam 
membros do Poder Legislativo local e que, em seguida, conduziu o veículo oficial para sua residência. Segundo noticiado, 
dormiu no interior do automóvel e acordou com o abalroamento no muro ou no portão de sua casa. Constam da notícia relatos 
da vizinhança, no sentido de que o motorista da Câmara ostentava nítido estado de embriaguez. 2. Se, por um lado, não se 
permite a leviandade por parte da imprensa e a publicação de informações absolutamente inverídicas que possam atingir a 
honra da pessoa, não é menos certo, por outro lado, que da atividade jornalística não são exigidas verdades absolutas, 
provadas previamente em sede de investigações no âmbito administrativo, policial ou judicial. 3. O dever de veracidade ao 
qual estão vinculados os órgãos de imprensa não deve consubstanciar-se dogma absoluto, ou condição peremptoriamente 
necessária à liberdade de imprensa, mas um compromisso ético com a informação verossímil, o que pode, eventualmente, 
abarcar informações não totalmente precisas. 4. Não se exige a prova inequívoca da má-fé da publicação (‘actual malice’), 
para ensejar a indenização. 5. Contudo, dos fatos incontroversos conclui-se que, ao irrogar ao autor o predicado de ‘bêbado’, 
o jornal agiu segundo essa margem tolerável de inexatidão, orientado, ademais, por legítimo juízo de aparência acerca dos 
fatos e por interesse público estreme de dúvidas, respeitando, por outro lado, o dever de diligência mínima que lhe é imposto. 
6. A pedra de toque para aferir-se legitimidade na crítica jornalística é o interesse público, observadas a razoabilidade dos 
meios e formas de divulgação da notícia. 7. A não comprovação do estado de embriaguez, no âmbito de processo disciplinar, 
apenas socorre o autor na esfera administrativa, não condiciona a atividade da imprensa, tampouco suaviza o desvalor da 
conduta do agente público, a qual, quando evidentemente desviante da moralidade administrativa, pode e deve estar sob as 
vistas dos órgãos de controle social, notadamente, os órgãos de imprensa. 8. Com efeito, na reportagem objeto do dissenso 
entre as partes, vislumbra-se simples e regular exercício de direito, consubstanciado em crítica jornalística própria de estados 
democráticos, razão pela qual o autor deve, como preço módico a ser pago pelas benesses da democracia, conformar-se com 
os dissabores eventualmente experimentados. 9. Recurso especial provido” (STJ, REsp 680.794/PR, 4.ª Turma, Rel. Min. 
Luis Felipe Salomão, j. 17.06.2010, DJe 29.06.2010).
STJ, que afastou o dever de indenizar de jornal por 
afirmações contundentes relacionadas à procuradora federal.
• as pessoas consideradas públicas estão sujeitas à maior exposição e suscetíveis a 
avaliações da sociedade e da mídia, especialmente os gestores públicos de todas as 
esferas de poder, mesmo quando envolvidos em processos judiciais – que, em regra, 
não correm em segredo de justiça – como partes, procuradores ou juízes. No caso 
dos autos, o jornalista apresentou sua opinião crítica acerca dos argumentos 
utilizados pela Procuradora da Fazenda Nacional na contestação apresentada pela 
União em autos de ação declaratória movida por Inês Etienne Romeu, sem, contudo, 
atingir a honra e a imagem da autora. A ponderação trazida pelo articulista procura 
rechaçar a tese alegada pela União de se exigir a identificação dos responsáveis pela 
prática de tortura dentro da chamada ‘Casa da Morte’. Para isso, faz uma análise 
crítica da atuação da procuradora, mas sem transbordar os limites da garantia de 
liberdade de imprensa, a ponto de configurar abuso de direito” (STJ, AgRg no 
AREsp 127.467/SP, 4.ª Turma, Rel. Min. Marco Buzzi, Rel. p/ Acórdão Min. Luis 
Felipe Salomão, j. 17.05.2016, DJe 27.06.2016).
• Enunciado n. 279 da IV Jornada de Direito Civil “a proteção à imagem deve 
ser ponderada com outros interesses constitucionalmente tutelados, 
especialmente em face do direito de amplo acesso à informação e da liberdade 
de imprensa. Em caso de colisão, levar-se-á em conta a notoriedade do 
retratado e dos fatos abordados, bem como a veracidade destes e, ainda, as 
características de sua utilização (comercial, informativa, biográfica), 
privilegiando-se medidas que não restrinjam a divulgação de informações”.
Escândalo Gugu-PCC
• Escândalo Gugu-PCC, também conhecido como 
escândalo da falsa entrevista dos integrantes do PCC, 
foi uma controvérsia centrada numa entrevista forjada 
com dois homens que se passaram por integrantes da 
facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) 
realizada pelo repórter Wagner Maffezoli e veiculada 
pelo programa Domingo Legal do SBT, apresentado 
por Gugu Liberato. Por conta de sua repercussão e de 
ameaças a apresentadores de TV e autoridades na 
entrevista fictícia, a emissora foi multada e o programa 
temporariamente suspenso, além de Gugu ter sido 
processado.
Escândalo Gugu-PCC
• Na entrevista, veiculada em 7 de setembro de 2003, os supostos criminosos, 
identificados como Alfa e Beta, assumiram a autoria do sequestro do padre 
Marcelo Rossi, ocorrido na semana anterior, e ameaçaram de morte os 
apresentadores José Luiz Datena, Milton Neves, Marcelo Rezende e Oscar 
Roberto Godói, que comandavam programas policiais
Escândalo Gugu-PCC
• O Superior Tribunal de Justiça condenou Gugu e o SBT a pagarem 
indenização ao ex-apresentador do Cidade Alerta, Oscar Roberto Godói, um 
dos ameaçados pelos falsos bandidos do PCC na reportagem. O advogado de 
Godói informou que o SBT e Gugu perderam a ação em primeira e segunda 
instâncias. Em primeiro grau, a indenização pelos transtornos causados pelas 
ameaças encenadas era de R$ 100 mil. O Tribunal de Justiça de São Paulo 
elevou a multa para R$ 250 mil. Em fevereiro, SBT e Gugu entraram com 
medida cautelar para estancar o cumprimento provisório da sentença no STJ, 
em Brasília, mas o STJ negou recurso. De todos os ameaçados na entrevista, 
apenas Godói decidiu processar o apresentador.
• “Recurso especial. Responsabilidade civil. Dano moral. Programa televisivo. Transmissão de reportagem inverídica (conhecida como ‘a farsa do 
PCC’). Ameaça de morte por falsos integrantes de organização criminosa. Efetivo temor causado nas vítimas e na população. Abuso do direito 
de informar. Actual malice. Quantum indenizatório. Critérios de arbitramento equitativo pelo juiz. Método bifásico. Valorização do interesse 
jurídico lesado e circunstâncias do caso. 1. A liberdade de informação, sobretudo quando potencializada pelo viés da liberdade de imprensa, 
assume um caráter dúplice. Vale dizer, é direito de informação tanto o direito de informar quanto o de ser informado, e, por força desse traço 
biunívoco,a informação veiculada pelos meios de comunicação deve ser verdadeira, já que a imprensa possui a profícua missão de ‘difundir 
conhecimento, disseminar cultura, iluminar as consciências, canalizar as aspirações e os anseios populares, enfim, orientar a opinião pública no 
sentido do bem e da verdade’. 2. Se, por um lado, não se permite a leviandade por parte da imprensa e a publicação de informações 
absolutamente inverídicas que possam atingir a honra da pessoa, não é menos certo, por outro lado, que da atividade jornalística não são exigidas 
verdades absolutas, provadas previamente em sede de investigações no âmbito administrativo, policial ou judicial. 3. Nesta seara de revelação 
pela imprensa de fatos da vida íntima das pessoas, o digladiar entre o direito de livre informar e os direitos de personalidade deve ser balizado 
pelo interesse público na informação veiculada, para que se possa inferir qual daqueles direitos deve ter uma maior prevalência sobre o outro no 
caso concreto. 4. A jurisprudência do STJ entende que ‘não se exige a prova inequívoca da má-fé da publicação (‘actual malice’), para ensejar a 
indenização’ (REsp 680.794/PR, 4.ª Turma, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, j. 17.06.2010, DJe 29.06.2010). 5. Apesar do aparente interesse 
público, inclusive por trazer à baila notícia atemorizando pessoas com notoriedade no corpo social, percebe-se, no caso, que, em verdade, o viés 
público revelou-se inexistente, porquanto a matéria veiculada era totalmente infundada, carreada de conteúdo trapaceiro, sem o menor respaldo 
ético e moral, com finalidade de publicação meramente especulativa e de ganho fácil. 6. Na hipótese, verifica-se o abuso do direito de 
informação na veiculação da matéria, que, além de não ser verdadeira, propalava ameaças contra diversas pessoas, mostrando-se de inteira 
responsabilidade dos réus o excesso cometido, uma vez que – deliberadamente –, em busca de maior audiência e, consequentemente, de angariar 
maiores lucros, sabedores da falsidade ou, ao menos, sem a diligência imprescindível para a questão, autorizaram a transmissão da reportagem, 
ultrapassando qualquer limite razoável do direito de se comunicar. 7. Na espécie, não se trata de mera notícia inverídica, mas de ardil manifesto e 
rasteiro dos recorrentes, que, ao transmitirem reportagem sabidamente falsa, acabaram incidindo em gravame ainda pior: percutiram o temor na 
sociedade, mais precisamente nas pessoas destacadas na entrevista, com ameaça de suas próprias vidas, o que ensejou intenso abalo moral no 
recorrido, sendo que o arbitramento do dano extrapatrimonial em R$ 250 mil, tendo em vista o critério bifásico, mostrou-se razoável. (...)” (STJ, 
REsp. 1.473.393/SP, 4.ª Turma, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, j. 04.10.2016, DJe 23.11.2016).
O abuso no processo
• Art. 79, 80 e 81 do CPC
• Terceira Turma reconheceu a presença do citado assédio processual 
justamente diante do excesso de demandas temerárias, sem justo motivo.
• “Embora não seja da tradição do direito processual civil brasileiro, é admissível o reconhecimento da existência do ato ilícito de abuso 
processual, tais como o abuso do direito fundamental de ação ou de defesa, não apenas em hipóteses previamente tipificadas na legislação, mas 
também quando configurada a má utilização dos direitos fundamentais processuais. O ardil, não raro, é camuflado e obscuro, de modo a 
embaralhar as vistas de quem precisa encontrá-lo. O chicaneiro nunca se apresenta como tal, mas, ao revés, age alegadamente sob o manto dos 
princípios mais caros, como o acesso à justiça, o devido processo legal e a ampla defesa, para cometer e ocultar as suas vilezas. O abuso se 
configura não pelo que se revela, mas pelo que se esconde. Por esses motivos, é preciso repensar o processo à luz dos mais basilares cânones do 
próprio direito, não para frustrar o regular exercício dos direitos fundamentais pelo litigante sério e probo, mas para refrear aqueles que abusam 
dos direitos fundamentais por mero capricho, por espírito emulativo, por dolo ou que, em ações ou incidentes temerários, veiculem pretensões ou 
defesas frívolas, aptas a tornar o processo um simulacro de processo ao nobre albergue do direito fundamental de acesso à justiça. Hipótese em 
que, nos quase 39 anos de litígio envolvendo as terras que haviam sido herdadas pelos autores e de cujo uso e fruição foram privados por 
intermédio de procuração falsa datada do ano de 1970, foram ajuizadas, a pretexto de defender uma propriedade sabidamente inexistente, quase 
dez ações ou procedimentos administrativos desprovidos de fundamentação minimamente plausível, sendo que quatro destas ações foram 
ajuizadas em um ínfimo espaço de tempo – três meses, entre setembro e novembro de 2011 –, justamente à época da ordem judicial que 
determinou a restituição da área e a imissão na posse aos autores. O uso exclusivo da área alheia para o cultivo agrícola pelos 14 anos 
subsequentes ao trânsito em julgado da sentença proferida na primeira fase da ação divisória não pode ser qualificado como lícito e de boa-fé 
nesse contexto, de modo que é correto afirmar que, a partir da coisa julgada formada na primeira fase, os usurpadores assumiram o risco de 
reparar os danos causados pela demora na efetivação da tutela específica de imissão na posse dos legítimos proprietários. Dado que a área 
usurpada por quem se valeu do abuso processual para retardar a imissão na posse dos legítimos proprietários era de natureza agrícola e 
considerando que o plantio ocorrido na referida área evidentemente gerou lucros aos réus, deve ser reconhecido o dever de reparar os danos de 
natureza patrimonial, a serem liquidados por arbitramento, observado o período dos três últimos anos anteriores ao ajuizamento da presente ação, 
excluídas da condenação a pretensão de recomposição pela alegada retirada ilegal de madeira e pela recomposição de supostos danos ambientais, 
que não foram suficientemente comprovados. Considerando a relação familiar existente entre os proprietários originários das terras usurpadas e 
os autores da ação, o longo período de que foram privados do bem que sempre lhes pertenceu, inclusive durante tenra idade, mediante o uso 
desenfreado de sucessivos estratagemas processuais fundados na má-fé, no dolo e na fraude, configura-se igualmente a existência do dever de 
reparar os danos de natureza extrapatrimonial que do ato ilícito de abuso processual decorrem, restabelecendo-se, quanto ao ponto, a sentença de 
procedência” (STJ, REsp 1.817.845/MS, 3.ª Turma, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, Rel. p/ Acórdão Min. Nancy Andrighi, j. 10.10.2019, 
DJe 17.10.2019).
O abuso de direito e o Direito de Família
• Aplicação da boa-fé objetiva para o reconhecimento de filhos, incidindo a cláusula 
geral constante do art. 187 da codificação privada, podendo o homem enganado 
pleitear indenização por danos, se o engano gerar um prejuízo imaterial ou mesmo 
psíquico. 
• “Responsabilidade civil. Dano moral. Marido enganado. Alimentos. Restituição. A 
mulher não está obrigada a restituir ao marido os alimentos por ele pagos em favor 
da criança que, depois se soube, era filha de outro homem. A intervenção do 
Tribunal para rever o valor da indenização pelo dano moral somente ocorre quando 
evidente o equívoco, o que não acontece no caso dos autos. Recurso não conhecido” 
(STJ, REsp 412.684/SP [200200032640], REsp 463.280, 4.ª Turma, Rel. Min. Ruy 
Rosado de Aguiar, j. 20.08.2002, Publicação 25.11.2002, veja: [Pensão alimentícia – 
Irrepetibilidade e Incompensabilidade] STJ, REsp 25.730/SP [RT 697/202]).
O abuso de direito e o Direito de Família
• “transgride o dever de sinceridade o cônjuge que, deliberadamente, omite a 
verdadeira paternidade biológica dos filhos gerados na constância do 
casamento, mantendo o consorte na ignorância. O desconhecimento do fato de 
não ser o pai biológico dos filhos gerados durante o casamento atinge a honra 
subjetiva do cônjuge, justificando a reparação pelos danos morais suportados” 
(STJ,REsp 742.137/RJ, 3.ª Turma, Rel. Min. Nancy Andrighi, j. 21.08.2007, 
DJ 29.10.2007, p. 218). A condenação, in casu, foi exemplar, de R$ 
200.000,00 (duzentos mil reais).
O abuso de direito e o Direito de Família
• “transgride o dever de sinceridade o cônjuge que, deliberadamente, omite a 
verdadeira paternidade biológica dos filhos gerados na constância do 
casamento, mantendo o consorte na ignorância. O desconhecimento do fato de 
não ser o pai biológico dos filhos gerados durante o casamento atinge a honra 
subjetiva do cônjuge, justificando a reparação pelos danos morais suportados” 
(STJ, REsp 742.137/RJ, 3.ª Turma, Rel. Min. Nancy Andrighi, j. 21.08.2007, 
DJ 29.10.2007, p. 218). A condenação, in casu, foi exemplar, de R$ 
200.000,00 (duzentos mil reais).
O abuso de direito e o Direito de Família
• “Indenização por dano moral. Sujeito que descobre, depois do divórcio, não ser o pai biológico de filha da sua 
mulher. Precedentes do STJ que, em casos parelhos, admitiu o dano moral e os arbitrou em duzentos mil reais. 
Razoabilidade da sentença que fixa o quantum em R$ 34.900,00. Não ocorrência de prescrição, porque o termo 
a quo flui a partir da descoberta do fato. Não provimento” (TJSP, Apelação 1008099-64.2014.8.26.0223, 28.ª 
Câmara Extraordinária de Direito Privado, Guarujá, Rel. Des. Ênio Zuliani, j. 13.12.2016).
• “Apelação cível. Responsabilidade civil. Ação de indenização por danos morais e materiais. Imputação de falsa 
paternidade. Ré que não manteve relações apenas com o autor no período da concepção. Realização de exame 
de DNA. Negativa de ascendência biológica. Ação anulatória de paternidade julgada procedente. Nulidade do 
registro civil de nascimento. Inobservância do dever de cuidado. Reparação devida. Danos materiais. 
Ressarcimento dos gastos despendidos em razão do ato culposo da ré. Exclusão das verbas alimentares e dos 
honorários advocatícios contratuais. Indenização por danos morais devida. Sentença reformada. Recurso 
parcialmente provido” (TJPR, Apelação Cível 1512390-1, 8.ª Câmara Cível, Curitiba, Rel. Des. Clayton de 
Albuquerque Maranhão, j. 28.07.2016, DJPR 24.08.2016, p. 457).
O abuso de direito e o Direito de Família
• “Indenização por dano moral. Sujeito que descobre, depois do divórcio, não ser o pai biológico de filha da sua 
mulher. Precedentes do STJ que, em casos parelhos, admitiu o dano moral e os arbitrou em duzentos mil reais. 
Razoabilidade da sentença que fixa o quantum em R$ 34.900,00. Não ocorrência de prescrição, porque o termo 
a quo flui a partir da descoberta do fato. Não provimento” (TJSP, Apelação 1008099-64.2014.8.26.0223, 28.ª 
Câmara Extraordinária de Direito Privado, Guarujá, Rel. Des. Ênio Zuliani, j. 13.12.2016).
• “Apelação cível. Responsabilidade civil. Ação de indenização por danos morais e materiais. Imputação de falsa 
paternidade. Ré que não manteve relações apenas com o autor no período da concepção. Realização de exame 
de DNA. Negativa de ascendência biológica. Ação anulatória de paternidade julgada procedente. Nulidade do 
registro civil de nascimento. Inobservância do dever de cuidado. Reparação devida. Danos materiais. 
Ressarcimento dos gastos despendidos em razão do ato culposo da ré. Exclusão das verbas alimentares e dos 
honorários advocatícios contratuais. Indenização por danos morais devida. Sentença reformada. Recurso 
parcialmente provido” (TJPR, Apelação Cível 1512390-1, 8.ª Câmara Cível, Curitiba, Rel. Des. Clayton de 
Albuquerque Maranhão, j. 28.07.2016, DJPR 24.08.2016, p. 457).
O abuso de direito e o Direito de Família
• “Direito Civil e Processual Civil. Indenização por danos morais. Violação aos 
deveres matrimoniais. Descumprimento do dever de fidelidade, respeito e 
lealdade. Cônjuge virago. Relação extraconjugal. Demonstração inequívoca. 
Fato incontroverso. Filho gerado na constância do casamento. Paternidade 
presumida do marido. Elisão. Exame de DNA. Ofensa à honra e à reputação 
do cônjuge. Abalo psíquico intenso. Sofrimento, dor e desgosto. Dano moral. 
Qualificação. Dignidade da pessoa humana. Compensação pecuniária devida. 
Quantum. Conformação aos princípios da razoabilidade e da 
proporcionalidade. Sentença reformada” (TJDF, Apelação 
2014.01.1.084253-7, Acórdão 937441, 1.ª Turma Cível, Rel. Des. Teófilo 
Caetano, DJDFTE 04.05.2016, p. 230).
A publicidade abusiva como abuso de 
direito
• A título de ilustração de publicidade que acabou sendo proibida, cite-se julgado notório do Egrégio 
Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, o qual considerou ser abusiva uma publicidade que 
incitava as crianças à destruição de tênis velhos, os quais deveriam ser substituídos por outros novos, 
situação tida como incentivadora da violência, abusando da inocência das crianças:
• “Ação civil pública. Publicidade abusiva. Propaganda de tênis veiculada pela TV. Utilização da 
empatia da apresentadora. Induzimento das crianças a adotarem o comportamento da apresentadora 
destruindo tênis usados para que seus pais comprassem novos, da marca sugerida. Ofensa ao art. 37, 
§ 2.º, do CDC. Sentença condenatória proibindo a veiculação e impondo encargo de 
contrapropaganda e multa pelo descumprimento da condenação. Contrapropaganda que se tornou 
inócua ante o tempo já decorrido desde a suspensão da mensagem. Recurso provido parcialmente” 
(TJSP, Apelação Cível 241.337-1, 3.ª Câmara de Direito Público, São Paulo, Rel. Ribeiro Machado, 
j. 30.04.1996, v.u.).
A publicidade abusiva como abuso de 
direito
• Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, 
excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, 
pela boa-fé ou pelos bons costumes.
A publicidade abusiva como abuso de 
direito
• Em 2016, surgiu precedente importante sobre a publicidade infantil no 
Superior Tribunal de Justiça. A Corte entendeu pela sua proibição, pelo fato 
de vincular a aquisição de brindes ao consumo exagerado do produto (STJ, 
REsp 1.558.086/SP, 2.ª Turma, Rel. Min. Humberto Martins, j. 10.03.2016, 
DJe 15.04.2016).
A publicidade abusiva como abuso de 
direito
• Laveo
• https://www.youtube.com/watch?v=-60hv15GAMA
A publicidade abusiva como abuso de 
direito
• Conselho Nacional de Regulamentação Publicitária (CONAR), preconceito contra os portugueses.
• “‘Arno Laveo’. Representação n. 441/08. Autor: CONAR, a partir de queixa do consumidor. Anunciante: Arno. Relatora: 
Conselheira Cristina de Bonis. Segunda Câmara. Decisão: Arquivamento. Fundamento: art. 27, n. 1, letra a do Rice. 
Consumidora de Santo
• André, no ABC paulista, reclamou ao CONAR do comercial de TV veiculado pela Arno. De acordo com a queixa, no 
referido anúncio há menção desmerecedora e até mesmo discriminatória com relação a determinada etnia, pelo uso de música 
típica portuguesa associada à conduta pouco inteligente. Além disso, a publicidade, segundo a denúncia, apresenta falta de 
cuidado dos protagonistas, que acabam provocando a queda de objeto do alto do prédio. Para a consumidora, embora a 
situação tenha sido utilizada como recurso humorístico, pode constituir-se exemplo inadequado de comportamento perigoso. 
A defesa alega que o comercial, entendido em seu verdadeiro sentido, nada tem que possa ser considerado um desrespeito aos 
portugueses, até porque não existe nenhuma menção à origem dos personagens. Segundo o anunciante, trata-se de uma 
mensagem lúdica e bem-humorada, na qual aparece uma cena caricata, fantasiosa, de um casal que tenta lavar um ventilador 
com uma mangueira. O apelo, como argumenta a defesa, apenas ajuda a demonstrar os benefícios do produto, o ventilador 
Laveo, fácil de desmontar e lavar. O relator concordou com esta linha de argumentação, considerando, em seu parecer, que o 
comercial revela uma situação absurda e que não há como afirmar que se trata de uma melodia portuguesa, o que 
descaracteriza a tese da discriminação. Os membros do Conselho de Ética acolheram por unanimidade o voto pelo 
arquivamento da representação”.
A publicidade abusivacomo abuso de 
direito
• A decisão administrativa parte da premissa de que a mera intenção de brincar (animus jocandi), sem 
maiores consequências de lesão a valores coletivos, não configura a publicidade abusiva. Nessa 
mesma linha decidiu o Tribunal de Justiça de São Paulo, em acórdão resumido na seguinte ementa:
• “Código de Defesa do Consumidor. Propaganda abusiva. Multa. Proporcionalidade. Autuação e 
imposição de multa em razão de propaganda considerada abusiva, que, nos termos do art. 37, § 2.º, 
do Código de Defesa do Consumidor, é ‘a que incite à violência, explore o medo ou a superstição, se 
aproveite da deficiência de julgamento e experiência da criança, desrespeita valores ambientais, ou 
que seja capaz de induzir o consumidor a se comportar de forma prejudicial ou perigosa à sua saúde 
ou segurança’. Descaracterização. Peça publicitária que procurou explorar de forma jocosa 
determinada situação, não cabendo subsunção ao citado disposto legal. Recurso provido” (TJSP, 
Apelação com Revisão 558.085.5/0, Acórdão 2518907, 7.ª Câmara de Direito Público, São Paulo, 
Rel. Des. Nogueira Diefenthaler, j. 10.03.2008, DJESP 19.06.2008).
O abuso de direito no âmbito trabalhista
• abuso de direito na área trabalhista ocorre no caso de abuso na greve, 
conforme o art. 9.º, § 2.º, da CF/1988. Sobre o tema, pronunciou-se o Supremo 
Tribunal Federal:
• “O direito à greve não é absoluto, devendo a categoria observar os parâmetros 
legais de regência. Descabe falar em transgressão à Carta da República 
quando o indeferimento da garantia de emprego decorre do fato de se haver 
enquadrado a greve como ilegal” (STF, RE 184.083, Rel. Min. Marco Aurélio, 
DJ 18.05.2001).
O abuso de direito no âmbito trabalhista
• “conquanto observados os requisitos formais da Lei de Greve, partindo-se da 
premissa de que a educação não se insere entre as atividades essenciais para os fins 
do art. 10 da Lei n.º 7.783/89, por lhe faltar o sentido de urgência, que marca as 
demais atividades ali expressamente consignadas, o caso aponta para abusividade da 
greve, por excesso de conduta. É incontroverso nos autos que os professores 
ocuparam a Prefeitura, com o propósito de lá permanecer até que o Poder Executivo 
cedesse ao aumento salarial nos moldes reivindicados. Não se pode ter como pacífica 
a ocupação da propriedade privada ou pública do empregador. A invasão, por si só, 
já consiste em ato belicoso, independentemente de resultar em dano efetivo à pessoa 
ou ao patrimônio, riscos inerentes à ação. Trata-se de atitude reprovável, contrária ao 
direito de greve, conforme deixa claro o art. 6.º, § 1.º, da Lei n.º 7.783/89. Mantida a 
declaração de abusividade da greve, por fundamento diverso” (TST, RO 
5276420155050000, Seção Especializada em Dissídios Coletivos, Rel. Maria de 
Assis Calsing, j. 14.12.2015, DEJT 18.12.2015).
O abuso de direito no âmbito trabalhista
• Edilton Meireles aponta vários exemplos de cláusulas e práticas abusivas no contrato de 
trabalho, tais como: 
• a remuneração aviltante, 
• a presença de multas contratuais abusivas, 
• a previsão de adicional de assiduidade, 
• a previsão de cláusula de prorrogações sucessivas do contrato provisório, 
• a elaboração de listas de maus empregados, 
• o assédio moral, 
• o rompimento contratual abusivo, e
• o abuso ao não contratar o empregado.
XXV Exame Unificado - Caderno Tipo I - Branco - Gabarito 
Definitivo (Prova aplicada em 08/04/2018) 
Eloá procurou o renomado Estúdio Max para tratamento de restauração dos fios do cabelo, que 
entendia muito danificados pelo uso de químicas capilares. A proposta do profissional 
empregado do estabelecimento foi a aplicação de determinado produto que acabara de chegar 
ao mercado, da marca mundialmente conhecida Ops, que promovia uma amostragem inaugural 
do produto em questão no próprio Estúdio Max.
Eloá ficou satisfeita com o resultado da aplicação pelo profissional no estabelecimento, mas, 
nos dias que se seguiram, observou a queda e a quebra de muitos fios de cabelo, o que foi 
aumentando progressivamente. Retornando ao Estúdio, o funcionário que a havia atendido 
informou-lhe que poderia ter ocorrido reação química com outro produto utilizado por Eloá 
anteriormente ao tratamento, levando aos efeitos descritos pela consumidora, embora o produto 
da marca Ops não apontasse contraindicações.
Eloá procurou você como advogado(a), narrando essa situação.
Neste caso, assinale a opção que apresenta sua orientação.
XXV Exame Unificado - Caderno Tipo I - Branco - Gabarito 
Definitivo (Prova aplicada em 08/04/2018) 
a)Há evidente fato do serviço executado pelo profissional, cabendo ao Estúdio Max e ao 
fabricante do produto da marca Ops, em responsabilidade solidária, responderem pelos danos 
suportados pela consumidora. 
b)Há evidente fato do produto; por esse motivo, a ação judicial poderá ser proposta apenas em 
face da fabricante do produto da marca Ops, não havendo responsabilidade solidária do 
comerciante Estúdio Max.
c)Há evidente fato do serviço, o que vincula a responsabilidade civil subjetiva exclusiva do 
profissional que sugeriu e aplicou o produto, com base na teoria do risco da atividade, 
excluindo-se a responsabilidade do Estúdio Max.
d)Há evidente vício do produto, sendo a responsabilidade objetiva decorrente do acidente de 
consumo atribuída ao fabricante do produto da marca Ops e, em caráter subsidiário, ao Estúdio 
Max e ao profissional , e não do profissional que aplicou o produto.
XXV Exame Unificado - Caderno Tipo I - Branco - Gabarito 
Definitivo (Prova aplicada em 08/04/2018) 
a)Há evidente fato do serviço executado pelo profissional, cabendo ao 
Estúdio Max e ao fabricante do produto da marca Ops, em responsabilidade 
solidária, responderem pelos danos suportados pela consumidora. 
O abuso de direito no âmbito trabalhista
• o Tribunal Regional do Trabalho da 2.ª Região, com sede em São Paulo, 
entendeu pela caracterização do abuso de direito em um caso em que o 
empregador dispensou um empregado doente. (TRT da 2.ª Região, RO 
01036.2002.036.02.00-0, 7.ª Turma, julgado em março de 2005).
O abuso de direito no âmbito trabalhista
• o abuso de direito do empregador que dispensou empregado pelo simples fato de ser portadora de Hepatite C.
• A dispensa arbitrária de empregado portador de doença grave, considerada como tal aquela estigmatizante ou 
que gere preconceito, presume-se como abuso de direito e, por corolário, ato ilícito (artigo 187 do CC), na 
medida em que vai de encontro aos princípios da dignidade da pessoa humana, do valor social do trabalho e da 
função social da empresa (artigos 1.º, III e IV, e 170, caput e III, da Constituição Federal). Admite-se, por outro 
lado a dispensa de portador de doença grave quando não arbitrária, a qual se dá, nos termos do artigo 165 da 
CLT, quando por motivo disciplinar, técnico, econômico ou financeiro. Em havendo dispensa por justa causa, 
como o motivo disciplinar consta da rescisão contratual, não caberá falar em presunção de dispensa 
discriminatória. Na hipótese de despedida sem justa causa, por outro lado, a prova de que a dispensa não foi 
arbitrária, pois fundada em motivo técnico, econômico ou financeiro, incumbe ao empregador, por ser fato 
impeditivo do direito pretendido pelo reclamante, bem como em face do princípio da aptidão para a prova. Daí 
por que se presume discriminatória a mera dispensa sem justa causa de portador de doença grave (Súmula n.º 
443 do C. TST). No caso dos autos, o fato de que a comunicação da dispensa se deu antes de a autora ter 
informado à empregadora que era portadora de Hepatite C não justifica a dispensa imotivada e, portanto, não 
tem o condão de afastar a presunção de discriminação” (TST, RR 0000979-71.2013.5.02.0083, 6.ª Turma, Rel. 
Min. Aloysio Corrêa da Veiga, DEJT 19.12.2016, p. 5996).
O abuso de direito no âmbito trabalhista
• o Tribunal do Trabalho da 2.ª Região, entendeu-se pela configuração do abuso de direito em caso envolvendo a dispensa de 
empregado

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