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Giuliana Ruiz Uemoto TXX 31 APOSTILA DE PARASITOLOGIA Giuliana Ruiz Uemoto TXX 2018/1 Introdução – 08/02 CONCEITOS GERAIS Parasitologia: estudo das espécies parasitas e suas relações com as espécies hospedeiras Parasitismo: associação ecológica entre dois organismos com unilateralidade de benefícios. O hospedeiro é espoliado pelo parasito servindo de fonte de nutrientes e abrigo. O parasito vive em dependência metabólica com seus hospedeiros podendo causar danos (permanência por período significativo) – interferência em alguma função, ou a simples presença já pode significar a causa de uma doença. Parasito: “um que se alimenta do outro” (grego: para = ao lado; sitius = alimento) – quando/ durante a relação, houver dano ao hospedeiro, é considerado um parasita. Não é interessante ao parasita causar doença ao hospedeiro, com risco de reação (tratamento) ou morte do hospedeiro. Existem situações em que o parasito entra no hospedeiro e não lhe causa doença. Protozoários: eucarionte, unicelular – alguns são agentes oportunistas, costumam acometer sujeitos com imunodeficiência Helmintos: Platelmintos: achatados Nematelmintos: cilíndricos Artrópodes: Insetos Aracnídeos ➻ Endoparasito: vive dentro do hospedeiro, dependência metabólica total; todos os protozoários e helmintos – extra ou intracelulares ➻ Ectoparasito: vivem por fora do hospedeiro (mesmo que seja só parte do corpo que tenha contato com o ambiente externo), dependência metabólica parcial; todos os artrópodes ➽Infecção: corresponde ao parasitismo causado por endoparasitos ➽Infestação: corresponde ao parasitismo causado no organismo por ectoparasitos ➳Agente etiológico (parasita): agente causador, origem da doença ➳Agente infeccioso: parasita capaz de produzir infecção CLASSIFICACAO DOS PARASITOS SEGUNDO: Número de hospedeiros para realizar o ciclo da vida (completo) Monóxeno (1) – áscaris Heteróxeno (2 ou +) – tênias Especificidade pelo hospedeiro Estenoxeno (alta) – Taenia saginata, Taenia solium, Ascaris lumbricoides, Plasmodium Eurixeno (baixa) – Toxoplasma gondii, Leishimania TIPOS DE HOSPEDEIROS: Definitivo: apresenta forma adulta ou a fase sexuada do parasita – homem no caso de teníase Intermediário: apresenta a forma larvária ou a fase assexuada do parasita – homem no caso do Plasmodium Acidental: participa acidentalmente do ciclo evolutivo do parasita – homem no caso da cisticercose (Taenia solium); contaminação por refluxo ou vegetais infectados Parentênico (ou de transporte): nele o parasita não sofre o desenvolvimento, mas permanece associado até que o hospedeiro definitivo entre em contato com ele – homem no caso do Ancylostoma Vetor biológico: transporta uma forma infectante e participa do ciclo evolutivo – barbeiro, Aedes aegypti Vetor mecânico: transporta uma forma infectiva e não participa do ciclo evolutivo – baratas, moscas Vetor inanimado ou fômite: veste ou objeto de uso pessoal que pode transportar uma forma infectante – transmissão (alternativa) do piolho de corpo, sarna Trypanosoma cruzi – não utiliza denominações de hospedeiro intermediário/definitivo, pois nos seus dois hospedeiros não se desenvolve e se reproduz de forma assexuada; barbeiro é hospedeiro e vetor, homem apenas hospedeiro Schistosoma mansoni – caramujo = vetor e hospedeiro intermediário Giardia lamblia – monóxeno; Eurixeno FATORES NECESSARIOS PARA O SUCESSO DO PARASITISMO: Disponibilidade da forma infectante – explica epidemias; contato inicial com o hospedeiro Contato adequado – via de transmissão/de penetração Habitat especifico Escape do sistema imune Tricomoníase 15/02 Trichomonas vaginalis: monóxeno e estenoxeno Habitat: na mulher – vagina (mucosa) e eventualmente em outras localizações no aparelho geniturinário (sintomas numa frequência muito maior, nem sempre apresenta um ambiente adequado para o parasita se desenvolver, mas apresenta maior comprometimento e com maior chance de diagnóstico); no homem: prepúcio, uretra, vesículas seminais e próstata (apresenta ambiente mais adequado para o desenvolvimento do parasita, sintomas leves e de curta duração, diagnóstico por “acidente” ou pelo diagnóstico da parceira) DST de fácil disseminação e difícil controle Forma evolutiva: Forma única Trofozoíto: forma alongada, ovoide ou piridorme, provida de 4 flagelos livre e 1 flagelo recorrente (membrana ondulante); multiplicação: divisão binaria longitudinal; não existem estágios de encistamento (contrátil); mononucleado, axóstilo (sai do núcleo e percorre o citoplasma), com bastante citoplasma (muito parecida com uma célula epitelial); Anaeróbio “Pseudópodos” – para se espraiar na superfície da célula Ciclo evolutivo: passa do homem para mulher (ou vice-versa) a partir do contato com mucosas, se move no sistema digestório; mulher como tem uma genitália mais exposta pode ser parasitada a partir do contado com tecidos, etc. Transmissão: Ocorre por contato sexual ou via fômites; A presença dos parasitas em crianças (principalmente meninas) de pouca idade indica transmissão durante o parto; pH vaginal (normal, pós-puberdade) protege de parasitose Epidemiologia: DST mais comum em mulheres jovens sexualmente ativas; Estima-se que ocorram 5 milhões de novos casos por ano; agente presente em 10% das mulheres que buscam tratamento para DSTs Condições favoráveis para o estabelecimento e multiplicação do parasita: Modificação da flora vaginal (principalmente fatores hormonais); Diminuição do grau de acidez vaginas – pH da mucosa vaginal de mulheres sadias = 3,8-4,5 (mais susceptíveis durante menstruação ou gravidez); Diminuição do glicogênio das células epiteliais; Descamação epitelial acentuada Patogenia e sintomatologia: Incubação: 3-28 dias Na mulher: leucorréia (corrimento branco-amarelado bolhoso, varia no aspecto e na quantidade), prurido, ardor e sensação de queimação (agrava à noite), dispaneuria e disúria, cervicite Os sintomas são decorrentes de reação inflamatória na mucosa da vagina e uretra, resultando em edema e hiperemia da mucosa vulvovaginal, cervical e uretral As paredes da vagina e superfície exterior do colo do útero podem mostrar máculas eritemotosas e puntiformes (pontos avermelhados) Existem ainda casos assintomáticos No homem: infecções assintomáticas na maior parte dos casos; lesões subclínicas e benignas na maioria dos casos podendo causar corrimento escasso, disúria e prurido (período muito curto); Complicações: doenças que causam imunossupressão – uretrite aguda com secreção abundante, prostatite e balanoposite Complicações: Para gestantes: parto prematuro e RN com baixo peso – resposta inflamatória – alterações na membrana fetal ou decídua Outras: Infertilidade – doença inflamatória pélvica (recorrente); Fator crítico na amplificação de transmissão de HIV – decorrente a resposta inflamatória local e lesões Diagnóstico: Na mulher: busca de trofozoítos na secreção vaginal No homem: busca de trofozoítos em secreção uretral ou sedimento urinário Exame direto à fresco (movimentos únicos); preparações coradas – ambos associados à cultura; cultura: isolamento em meios seletivos (Kupferberg, Roiron e/ou Diamond) – 3-7 dias, sensibilidade > 80% e em pH 6-7; eventualmente os parasitas podem ser visualizados em sedimentos urinários (Diplocopos e estabiliocopos) Profilaxia: Uso de preservativos e resguardo contra promiscuidade; Medidas de higiene pessoal para indivíduos contaminados Tratamento dos pacientes com tricomoníase Tratamento: Quimioterápicos a base de compostos nitroimidazólicos por via oral (tratamento entre parceiros): metronidazol, secnidazol, tinidazol; Administração local das mesmas drogas para as mulheres – associados à antifúngicos (normal ocorrer candidíase junto) Giardíase Giardia lamblia (intestinalis): protozoário - monóxeno e eurixeno Transmissão: fecal – oral = ingestão de cistos (água, alimentos, mãos contaminadas) Habitat: duodeno – pode interferir na absorção de nutrientes(lipídeos) Ciclo evolutivo: cisto tetranucleado ingerido → desencistamento (i.d. - HCl) = rompe parede cística (polissacarídeos) e libera massa que se divide em 2 → formação de 2 trofozoítas (forma móvel – flagelo) na epitélio intestinal → disco suctorial (especialização da membrana, “ventosa”) → adere ao duodeno → multiplicação binária n vezes → conforme aumenta interação protozoíta + epitélio pode provocar inflamação1 (achatamento das células epiteliais) + “entapetamento”2 (forma uma camada que impermeabiliza = problemas nas absorção) → migra para intestino grosso onde ocorre um (re)encistamento3 → cisto eliminado com as fezes com a parede de polissacarídeos lhe confere uma forma resistente ao ambiente externo (pode sobreviver até 2 meses em condições ambientes ideais) 1 Resposta inflamatória pela associação do trofozoíta à parede intestinal 2Vilosidades intestinais sofrem atrofia por serem coberta por barreira de protozoários 3Internaliza flagelos, formando a parede cística Formas evolutivas: mesmo comprimento e largura Trofozoíta: forma de vida livre, formato piriforme (2 núcleos), possui 4 pares de flagelos (anterior, mediano, ventral e caudal); com 1 axonema e 2 corpos parabasais Nutrição: absorção de líquidos do meio intestinal e conteúdo das células epiteliais da mucosa intestinal Reprodução: divisão binaria Cisto: forma de resistência, formato elíptico ou ovoide (4 núcleos); 2 axonemas, 4 corpos parabasais (tudo duplicado), parede Reprodução: divisão binaria Período de incubação: 1-3 semanas Infecção geralmente assintomática, com cura espontânea Patogenia depende do número de cistos ingeridos, virulência do parasita e condições previas do hospedeiro, forma crônica em crianças pequenas (imaturidade do S.I. e mais susceptíveis a infecção) Giárdia pode causar irritação da mucosa intestinal, resultando na atrofia das vilosidades intestinais e interferência na absorção de gorduras (esteatorréia) e vitaminas lipossolúveis quando em grande número Fisiopatologia: irritação pela ação do disco suctorial → lesões nas vilosidades [+ barreira mecânica] → achatamento das vilosidades intestinais → diminuição da absorção de vitaminas lipossolúveis, AG, vitamina B12 e ácido fólico (não interessante para uma grávida) → síndrome da má-absorção (repercussão: anemias, vitaminose, comprometimento ocular, comprometimento cognitivo) + esteatorréia Manifestações clínica: diarreias (liquidas esverdeadas e fétidas), distensão e dores abdominais, azia, má-digestão e náuseas (mais comum em moradores de baixa endemicidade que visitam áreas endêmicas); diarreia aguda e auto-limitante Diarreia crônica acompanhada de esteatorréia, perda de peso e má absorção de vitaminas – mais grave em crianças Diagnóstico: busca de cistos/trofozoítas nas fezes – solidas: cistos, diarreicas: trofozoítos (obs: coleta de 3 amostras em dias alternados pela intermitência na eliminação de cistos nas fezes – aumenta a chance de descobrir a forma parasitória) Métodos: Direto (análise de fezes liquefeitas); Fezes formadas: Faust, Ritchie ou formói-eter (formas de concentração + centrifugação); Hoffman (24h) – mais elementar (fezes + agua → gaze para sedimentação = retêm pedaços maiores e cálice = sedimentos menores → sedimentação [quanto maior o tempo ↔ sedimentação de cistos menores] → sedimento + lugol = observação) Busca de parasitas no fluido duodenal (não se acho no outro, pode ser nos períodos de intermitência) – sonda; Métodos imunológicos: ELISA (detecção de coproantígenos), imunofluorescência – teste rápido Profilaxia: Princípios gerais de saneamento básico, visando combater contaminação de água e alimentos com as fezes humanas – cisto bem resistente; Higiene pessoal e cuidados quando à precedência e preparação de alimentos; Tratamento dos doentes Tratamento: utilização de compostos nitroimidazólicos (mesmos compostos do anterior); controle de cura: exame coproparasitologico Amebíase 22/02 Entamoeba histolytica (única patogênica para o homem); Entamoeba coli e Entamoeba díspar (não patogênica) – presente em altos níveis significa que a pessoa mora em condição sanitária precária; Endolimax nana; Iodamoeba butshilli – monóxeno e eurixeno Transmissão: ingestão de cistos presentes na água, alimentos ou mãos sujas contaminadas Habitat: IG; pode parasitar outros órgãos nos casos de amebíase extraintestinal – menos resistentes, mas ainda tempo médio; ex.: hepática com formação de abcesso Diferença entre giárdia e ameba está na localização do parasita – giárdia por localizar no ID tem potencial de afetar a absorção de nutrientes, enquanto a ameba, localizada geralmente no IG, não prejudica a absorção de nutrientes, mas tem potencial patogênico (sangue nas fezes) por conseguir invadir o tecido (mais profunda); conseguem atravessar mucosa intestinal e invadir localizações segundarias, não ocorre na giardíase. Formas evolutivas: Cisto: forma de resistência, formato arredondado (1-4 núcleos, redondos e bem definidos = cromatina periférica de aspecto regular); existe um cariossomo (equivalente a um nucléolo) central; corpo cromatóide – conglomerado de ribonucleoproteínas (1-2; podem ou não estar presente); contorno = membrana cística (polissacarídeos) = proteção ao meio externo Reprodução: divisão binária Trofozoíta: forma de vida livre, parasitária, móvel, com um único núcleo – cariossoma central e cromatina periférica; nutrição: fagocitose; reprodução: divisão binária; endoplasma (granuloso – organelas); ectoplasma (membrana externa) Forma minuta (pré-cisto): forma de vida livre que se multiplica por divisão binária e é capaz de formar cistos. Nutrição por fagocitose de amido, muco e bactérias da flora intestinal – [ingerido e localizado no intestino], pode ser única forma presente no individuo, apenas potencial disseminativo Forma magna: forma virulenta, invasiva (enzimas estolíticas – amebaporo*, adentrar o tecido e lesar) e patogênica. Nutrição por fagocitose de hemácias e restos celulares. Não forma cisto. Não tem diferença morfológica; ambas se movem por pseudópodos, mas a forma magna é mais ágil. Ciclo evolutivo: cisto ingerido pelo hospedeiro, ao passar pelo estomago há o desmanche da capsula e no ID ocorre o desencistamento, ocorrendo a liberação de metacistos (não fagocitam nem se locomovem), estes migram para o IG onde se transformam em trofozoítos. No IG, o trofozoítos torna-se um pré-cisto (forma minuta), para posteriormente virar cisto e ser eliminado para o ambiente externo. Ou o trofozoíta, no IG, podem produzir enzimas para invadir a mucosa intestinal (forma magna) e posteriormente o tecido extra intestinal Apenas os indivíduos que tem a forma magna é que desenvolvem a patogenia; o aumento da patogenicidade (passagem da forma minuta para a magna) se deve a secreção de enzimas capazes de lesar o tecido e associação dos parasitas com bactérias patogênicas; a forma magna invade o IG (ceco e reto) forma lesões. A partir daí pode atravessar a mucosa intestinal, cair na corrente sanguínea sendo então levadas ao fígado, pulmão, cérebro e outros órgãos (até derme) caracterizando a amebíase extra intestinal. Fitopatologia: mecanismo de invasão tecidual: citólise e apoptose (induz); etapas: Colonização do epitélio Aderência (mucina da célula hospedeira – lectinas da E. histolytica) Citólise com fagocitose dos restos celulares (amoebapore – atividade lítica) Ulceração com ruptura de membrana epitelial – lesão em forma de cogumelo; ulcera em “botão de colarinho” Intestinal: Colite não desintérica: presença de fezes pastosas ou semi-liquidas (até 5x/dia) com/sem sangue podendo ser acompanhada de dor abdominal Colite desintérica: presença de fezes liquidas contendo muco e sangue (6-10x/dia), com dor abdominal e tenesmo (no esfíncter anal) podendo ou não ter febre (atingem a mucosa) Complicações: perfuração intestinal seguida de peritonite aguda; hemorragia; apendicite amebiana Hepática/extra intestinal: Amebíase hepática: focos hemorrágicos com resposta inflamatóriaacentuada. Formação de lesões difusas, podendo dar origem a abcessos – pus chocolate Outras formas: cutânea (lesões na região do baixo-ventre, com exsudato), pulmonar e cerebral – predominantes na região amazônica Diagnóstico: Busca de parasita nas fezes: solidas – cisto, diarreicas – trofozoíta; coleta de 3 amostras em dias alternados pela intermitência na eliminação de cistos nas fezes – parecida com giardíase Nunca o diagnóstico é 100% em protozoários Centrifugo-flutuação (faust); centrífugo-sedimentação (Richie ou formol-éter); direto; Hoffman (24h) – cálice de sedimentação Diagnóstico por imagem (tomo, ressonância, colonoscopia, retosigmoidoscopia – lesões); busca por trofozoítos em exsudatos de abcesso extra intestinal; biópsia de tecido = recursos complementares E. dispar x E. histolytica – para diferenciar: métodos imunológicos (detecção de antígenos – E. histolytica) ou moleculares (ampliação de DNA de cada uma) Diferenciação morfológica entre as amebas intestinais não patogênicas: feita a partir do aspecto do núcleo (cariossomo e cromatina), número de núcleos e estruturas características na forma cística Cariossomo grande e massas de cromatina ao redor do núcleo, dispostas irregularmente E. coli – núcleo único e cisto com 4-8 núcleos (enquanto E. histolytica tem até 4 núcleos) Iodamoeba butschilii – nas duas formas com núcleo único e com vacúolo de glicogênio Profilaxia e tratamento: idêntica à giárdia Tratamento: utilização de compostos nitroemidazólicos – para amebíase intestinal e extra intestinal; Medionidazol ou secmidazol (intestinal) + dicloracetamidas = extra intestinal Leishmaniose 01/03 ⇛Várias espécies de Leishmania que provocam, que provocam lesões cutâneas diversas e suas complicações. Pelo menos 20 espécies que podem acometer o ser humano. Taxonomia: filo Protozoa; classe Zoomastigophora (flagelo); ordem Kinetoplastina (cinetoplasto – mitocôndria única, desenvolvida e diferenciada, com DNA extracromossomo → oligonucleotídeos); família Trypanosomatidae (movimento sinuoso); gênero Leishmania; complexos: Donovani (formas vicerais) – comprometimento de macrófagos do baço, fígado e medula óssea preferencialmente → Leishimania (L.) chagar* (região de mata atlantica) Mexicana (formas cutâneas – N.M.) – lesões fechadas com alta parasitemia [rachaduras] → Leishmania (L.) amazonenses (região amazônica) – cutânea-difusa Braziliensis (formas cutâneas – N.M.) – lesões ulceradas (com borda limitada) com baixa parasitemia → Leishmania (V.) Braziliensis (subgênero Vianna; ulcera de Bauru; mata atlântica) – mucocutânea – e Leishmania (V.) guijanensis (região amazônica) Tropica (formas cutâneas –N.M.): aspectos variados, mas todas no velho mundo Leishmaniose no BR e no Mundo e seus agentes etiológicos Situação atual: É uma das 5 endemias parasitárias de maior importância para a OMS 12 milhões infectados; 350 milhões sob o risco de infecção Subnotificada – países endêmicos, são em sua maioria, em desenvolvimento BR: visceral: N e NO; cutâneas: em todo território nacional Transmissão: inoculação de formas promastigotas durante a picada de insetos da subfamília Phlebotominae (gênero: Phlebotomus no Velho Mundo e Lutzomya no Novo Mundo) *somente as fêmeas participam da transmissão (período de repasto sanguíneo) Formas evolutivas Amastigota (no hospedeiro vertebrado): intracelular, arredondada, com núcleo evidente e desprovido de flagelo livre; parasita exclusivamente células do sistema retículo-endotelial (preferencialmente macrófagos); divisão binária; com cinetoplasto Promastigota (no intestino do inseto vetor): extracelular, alongado e provido de flagelo livre; procíclico – forma de divisão ativamente (divisão binária); metacíclico – forma infectiva; com cinetoplasto na ponta do flagelo *não se aplica definição de hospedeiro intermediário-definitivo, pois não tem fase de reprodução sexuada, ambas são iguais (assexuadas) Ciclo evolutivo: ocorre o processo de fagocitose verdadeiro, quando o promastigota é fagocitados ele se funde ao lisossomo, onde o ambiente altamente ácido estimula a transformação para a forma amastigota, ocorrendo o desenvolvimento e a reprodução dentro do macrófago. Para desenvolver quadro febril é um quadro longo, quando há a liberação dos parasitas no sangue para infectar as outras células. A fêmea pica um reservatório, o protozoário vai para o intestino, adquire a forma promastigota e de vez em quando migra para a saliva do inseto. Flagelo livre: internalizado para reserva de energia; externalizado para movimentação Ciclo epidemiológico: cachorro = reservatório, mas não vetor (não infecta diretamente o homem, só o inseto); o homem normalmente não é reservatório porque protozoário se aloja em locais muito profundos, enquanto no cão é em profundos e superficiais – causa zoanoses em todas as 3 espécies Hospedeiros: Vertebrados: mamíferos Invertebratos: dípteros psicodídeos flebotomineos; mosquito palha – velho mundo: Phlebotomus, novo mundo: Lutzomyia Reservatórios: LV – cão doméstico e raposa; LC – animais silvestres Relação parasita-célula hospedeira: célula – macrófago; ativação de complemento (fagocitose facilitada), principal componente do complexo ligado – C3b/C3bi; componente da MEC ligado – fibronectina; mecanismo de entrada – fagocitose; não ocorre ativação do “burst” respiratóri; vacúolo intracelular sempre presente e sofre fusão com o lisossomo Fatores que contribuem para o sucesso do parasitismo: Ação do complexo: resistência à atividade lítica pelo promastigota metacíclico Adesão do parasita à MC da célula alvo: interação ligante-receptor; ligação C3b e iC3b-LPG e gp63 ligados – receptor de complemento do macrófago (opsonização) – fagocitose Fagocitose: sobrevivência do parasita no fagolisossomo – resistência a ação de enzimas lisossomais Formas clinicas – tipos de Leishmaniose: Visceral: febre (sem períodos regulares) → anemia (comprometimento da medula óssea) → leucopenia (trompocitopenia → pantocitopenia) → enfraquecimento → hepatomegalia + esplenomegalia → hipoalbuminemia →; cor amarronzada/amarelado, sangramento nas gengivas L. chagasi: incubação de 2-6 meses; IDR (-) em casos avançados. Funciona como parâmetro de cura em pacientes submetidos ao tratamento Cutânea: pápula ou ulceras → leishimaniose cutânea-mucosa ↓ Leishimaniose cutânea difusa/ auto cura L. braziliensis: lesões ulceradas abertas, pode evoluir para LMC (reação de Montenegro +) L. amazonenses: lesões nodulares ou fechadas, pode evoluir para LCD (reação de Montenegro -) Cutânea-mucosa: comprometimento das mucosas (forma desfigurante); comprometimento de palato e faringe – reação de Montenegro Cutânea-difusa: lesões disseminadas L. amazonenses: formação de pápula, maioria dos casos ocorre a auto cura, mas hospedeiros com imunossupressão prévia pode desencadear de lesões disseminadas V. braziliensis e guijanensis: lesões ulceradas (borda bem limitada), normalmente só desaparecem com tratamento medicamentoso; podem se propagar por vias hemato-linfaticas atingindo mucosas Diagnostico: 1. Parasitológico – analise do material obtido de punção biopsia de medula óssea ou aspirado esplênico Pesquisa de formas amastigotas em esfregaços corados (Giemsa/Leishman) Pesquisa de formas promastigota em meios de cultura pré-semeados (extracelular) (meios: NNN-BHI ágar sangue/Schneider) IDR + 48h; IF + promastigota/amastigotas Métodos imunológicos: ELISA (extrato total PRO ou Ags purificados) Aglutinação direta (DAT) *k39 Testes rápidos Intradermorreação de Montenegro (IDR): apresenta-se negativa nos casos de leishmaniose cutâneo-difusa; resposta inflamatória local (controlada) – inocula o antígeno, linfócito (de memória) vai migrar e formar a pápula LV recente + LV avançada – (falso, pelo comprometimento de linfócitos); pós tratamento = + LC + LMC + LCD – OBS: apresentam reatividade cruzada com Trypanosoma cruzi e Plasmodium sp. LV e LC – molecular: PCR: presença de DNAde Leishmania Profilaxia: controle do inseto vetor e dos hospedeiros reservatórios; medidas de proteção individual Tratamento: antimoniais pentavalentes, anfotericina B, esquemas de tratamento inc Malária 08/03 Agentes etiológicos: Plasmodium vivax (maior nº de casos no BR), P. falciparum (forma mais grave, responsável pelo maior nº de óbitos, maior nº de casos na África – antígeno Duffy+ das hemácias), P. malariae, P. ovale (não ocorre no BR) Epidemiologia: maior nº de casos na Amazônia legal (99,7%); principais condicionantes: extrativismo mineral e vegetal, projetos de assentamento, ocupação intensa e desordenada das áreas periféricas das cidades, alterações ambientais que potencializam formação de criadouros Ciclo de vida No inseto vetor (hospedeiro definitivo): GAMETÓCITOS (formação de gametas no estomago) → OOCINETO (móvel e ameboide, atravessa a parede do estomago e se fixa na parede externa desse órgão) → OOCISTO (forma imóvel com envoltório residente) – [esporogonia] → ESPOROZOÍTAS (migram para as glândulas salivares onde se alojam) Cada gametócito masculino sofre 3 mitoses sucessivas e dá origem a 8 gametas masculinos por exflagelação, enquanto que cada gametócito feminino evolui diretamente para 1 gameta feminino No hospedeiro humano: ESPOROZOÍTO (forma infectante, invade hepatócitos no fígado) ↓ TROPOZOÍTO ↓ Fase pré-eritrocítica (1x) ESQUIZONTE (nos hepatócitos) ↓ MEROZOÍTOS ↓migram para a circulação sanguínea TROFOZOÍTOS ↓ Fase eritrocítica (nx) ESQUIZONTE (nas hemácias) ↓ MEROZOITOS ↓ GAMETÓCITOS masculinos e femininos No ciclo do P. vivax podem ser encontradas também os HIPNOZOÍTAS (formas latentes presentes no fígado do hospedeiro. Faz parte do ciclo exo-eritrocítico) Consomem Hb → hemozoína: 1º calafrio, 2º calor, 3º sudorese Enquanto o parasita está dentro da hemácia ele consome a hemoglobina, irá metabolizar a hemoglobina e produzir outro pigmento chamado hemozoína, liberado no ciclo eritrocitico, que é tóxico pro hospedeiro. A liberação da hemozoína vai causar a febre, e ela é intermitente por conta do ciclo eritrocítico ocorrer N vezes em um tempo pré determinado. Qual a exceção dentro do ciclo? O plasmodium vivax, pode ter uma forma do parasita que se chama HIPNOZOÍTO, é um esporozoito que congela dentro da hemácia, ficam numa forma latente, esse tempo de latência é de aproximadamente um ano, portanto durante esse tempo o paciente pode ter recaída de malária. P. falciparum: Trofozoítas = forma em anel; apresentam grande vacúolo; gametócitos = forma de banana, azulado = feminino e róseo = masculino; esporozoítas = alongados P. vivax = hemácias parasitadas apresentam granulações; esquizonte = multinucleado Transmissão: ocorre pela inoculação dos esporozoítas durante a picada do inseto vetor (Anopheles); pode ocorrer também por transfusão de sangue em regiões endêmicas (viabilidade baixa fora do hospedeiro – sem importância epidemiológica); Inseto: pertence à ordem Díptera, família Culicidae Patogenia e sintomatologia: Paroxismo malárico (ruptura das hemácias pelos merozoítas e liberação de hemozoína na circulação); P. vivax: febre terçã maligna – aderência (protuberância na superfície da célula), P. ovale: febre terçã benigna, P. falciparum: febre terçã benigna, P. malariae: febre quartã Anemia (destruição de hemácias) = hipocromica Hipoglicemia (consumo de GLC, metabolismo do parasita) Hepato e esplenomegalia (acúmulo de pigmento malárico) Malária cerebral (citoaderencia – P. falciparum): obstrução de pequenos vasos pela adesão de hemácias parasitadas ao endotélio Resistência à infecção por Plasmodium: Presença de hemácias Duffy negativa (P. vivax) Presença de hemácias anormais (originarias de mutações genéticas) Defeitos congênitos como anemia falciforme, hemoglobina C e talassemia Deficiência GLC-6-P-desidrogenase (alteração na conformação da hemácia) Deficiência na produção de PABA (alteração na conformação da hemácia) Diagnostico: Exame clinico Métodos laboratoriais utilizados na rotina: gota espessa [padrão ouro – simples, evidencia carga parasitária, baixo custo, alta confiabilidade, análise de maior volume de sangue, desemoglobinização] e esfregaço sanguíneo (exame microscópico); testes rápidos (imunocromatográficos), QBC (teste capilar) Formas sanguíneas encontradas: P. falciparum: esquizontes não são encontrados no sangue periférico; podem ser encontrados + de 1 trofozoíto por hemácia; os trofozoítas podem apresentar 1 ou 2 cromatinas; gametócitos são facilmente identificáveis e apresentam forma de “salsicha” ou “banana” P. vivax: são encontradas todas as formas no sangue periférico; cada hemácia apresenta apenas 1 trofozoíto; hemácias parasitadas apresentam as granulações de Shuffner Profilaxia – individual e coletiva Prevenção do contato com o vetor Combate aos insetos adultos Combate às formas aquáticas dos vetores Medidas contra o parasita (diagnóstico e tratamento precoce) Tratamento: utilização de compostos quimioterápicos como a quinina, cloroquina, mefloquina, primaquina, doxiciclina, azitromicina, artemisina e combinação de atrovaquone e proguanil *Resistencia a drogas anti-maláricas: deve-se a mutações espontâneas sofridas pelo parasita levando à pressão seletiva e consequentemente ao aparecimento de isolados resistentes Tratamento preconizado pelo Ministério da Saúde – guia prático de tratamento da malária no Brasil (última atualização 2010) DOENÇA DE CHAGAS 15/03 Agente etiológico: Trypanosoma cruzi – ordem: Kinetoplastida, Família: Trypanosomatidae Invade qualquer célula do hospedeiro, exceto hemácias Formas evolutivas: No inseto vetor: Epimastigota: vive no intestino, das porções proximais às terminais. Divide-se ativamente por divisão binária. Tem forma fusiforme e apresenta cinetoplasma junto ao núcleo, apresenta flagelo, mas não membrana ondulante Tripomastigota metacíclico: vive nas porções terminais do intestino (ampola retal), constitui a forma infectante. Não sofre divisão. Forma infectante. Com membrana ondulante. Apresenta flagelo e membrana ondulante em toda extensão lateral do parasita; cinetoplasto se localiza na extremidade oposta do flagelo No hospedeiro vertebrado: Amastigota: desprovida de flagelo livre; com pouco citoplasma e núcleo grande; cinetoplasto próximo ao núcleo. Divide-se ativamente por divisão binaria. Presente nos macrófagos (FA) – no citoplasma, não tolera ambiente altamente ácido, mas tem a capacidade de logo que sofre a diferenciação pode sair do fagolisossomo – e posteriormente nas células teciduais (FC) Tripomastigota sanguíneo: extracelular, vive no sangue. Não sofre divisão. Quando paciente está na FC, apresenta poucos parasitas no sangue, mais dentro do tecido muscular. Ciclo evolutivo Hospedeiro vertebrado: tripomastigota metacíclico→ amastigota (intracelular – divisão binaria) → tripomastigota sanguíneo (extracelular – não sofre multiplicação) Fase crônica: sintomas característicos (megacólon, megaesôfago, cardiopatia – cardiomegalia); sintomatologia pode ser variada, mas não ocorre em todos portadores; Epidemiologia: prevalência nas Américas Central e do Sul, casos fora dessas regiões normalmente adquiridos por transfusão sanguínea Transmissão: vetorial*, demais são vias alternativas (transfusão sanguínea, congênita – fase crônica, oral – aleitamento materno/cana/açaí – penetração por mucosa oral e estomago, transplante de órgãos, acidente laboratorial) Vetorial: Triatomíneos infectados, insetos de ordem Hemíptera, família Reduviidae e subfamília Triatominae, conhecidos como barbeiros – macho e fêmea Gêneros mais importantes: Panstrongylus, Triatoma, Rhodnius – diferenciados pelo local de implantação da antena (próximo aos olhos; entre olho e aparelho sugador; menor e próximo a aparelho bucal sugador → respectivamente) Transfusional: Comesul – controle da doença Congênita: transplacentaria; pode causar abortamento,prematuridade, retardo de crescimento intrauterino, nati e neomortalidade; RN infectado apresenta as mesmas manifestações da doença aguda não-congenita ou mostra-se assintomático, só não mostra sintomatologia de porta de entrada Oral: a penetração do parasita pode ocorrer pela mucosa da boca integra ou lesada Transplante de órgão: doadores infectados – receptores suscetíveis; este mecanismo desencadeia a fase aguda grave Por acidente: contato direto com o sangue e perfuro-cortantes Patologia e sintomatologia: Fase aguda: parasitas em grande número no sangue Forma aparente ou inaparente: não apresenta sintomas Incubação: 4-10d/ duração: 2-4 meses Edema no local da picada: Chagoma inicial ou Sinal de Romanã (quando o parasita penetra pela mucosa ocular – edema unilateral e bibalpebral) – 10% casos [sinais de porta de entrada] Febre, linfonodomegalia, edema, miocardite reversível, hepato-esplenomegalia e anorexia Perigosa em crianças (com menos de 5 anos) – pode levar à morte Fase crônica (após vários meses – ate 30 anos) *Forma indeterminada – sem sintomatologia aparente Casos cardíacos – cardiopata chagásica (insuficiência cardíaca congestiva e arritmias, distúrbios de condução e acidente tromboembólico) Casos digestivos – megacólon (constipação de evolução lenta com formação de fecaloma e abdome agudo) e megaesôfago (disfagia e dor retroesternal) Existem casos com comprometimento cardíaco e/ou digestivo* SNC – degeneração neuronal Casos cardíacos ou cardiopatia chagásica Cardiomegalia com ou sem trombose Destruição neuronal parassimpática em toda a evolução histológica Pode ocorrer aneurisma de ponta devido à lesão fibrótica degenerativa Formação de trombos intracavitários no VE e ADcom desprendimento podendo levar à embolia ICC Casos digestivos: Esôfago: aumento do calibre; espessamento da parede muscular e destruição da inervação parassimpática. Podem ocorrer soluços, regurgitação ou hipersalivação (por hipertrofia das parótidas) Cólon: dilatação; hipertrofia; destruição dos plexos nervosos provocando alterações no peristaltismo (degeneração parassimpática intramural). Regiões mais comprometidas: sigmoide e reto Diagnóstico Fase aguda: grande nº de parasitas no sangue Pesquisa do parasita: exame de sangue a fresco ou em gota espessa; esfregaço sanguíneo corado pelo Glemsa; exame de creme leucocitário; QBC Fase crônica – pequeno nº de parasitas no sangue Pesquisa do parasito (métodos que possibilitam a multiplicação do parasita: xenodiagnóstico; hemocultura; inoculação em camundongos jovens Métodos sorológicos (bancos de sangue): reação de fixação de complemento, de imunoflorescência indireta ou hemaglutinação indireta; ELISA Western Blotting Profilaxia: Utilização de inseticidas – grande eficácia no extermino dos vetores (desde que usados constantemente) Melhoria das habitações Controle da transmissão transfusional – triagem sorológica de doadores Adoção de normas de biossegurança para evitar a transmissão por acidentes laboratoriais e outras formas de transmissão ocupacional Tratamento Fase aguda: tratamento antiparasitário: nepurtimox, benzonidazol Fase crônicas: tratamento sintomático: tratamento antiparasitário ineficaz Toxoplasmose 22/03 Agente etiológico: Toxoplasma gondii Taquizoítas: trofozoítas de divisão rápida; formam pseudocistos (8-16 parasitas). Característicos da FASE AGUDA da infecção Bradizoítas: trofozoítas de divisão lenta; formam cistos. Característicos da FASE CRÔNICA da infecção Ciclo evolutivo: Hospedeiro definitivo (felino) – fase sexuada = enteropitelial: OOCISTO → ESPOROZOÍTOS → TROFOZOITOS → ESQUIZONTES → MEROZOITOS → GAMETOCITOS masculino/ feminino (se fundem para formar o zigoto que é o oocisto, esse oocisto é imaturo e será eliminado nas fezes do gato, no ambiente externo oocisto amadurece. O oocisto é considerado maduro quando ele tem 8 esporozoítos Hospedeiro intermediário (homem, bovinos, aves e outros animais) – fase assexuadas: oocistos maduros ou cisto (bradizoita) → ESPOROZOITO (invade a célula, logo que invade a célula começa um processo de multiplicação muito rápida) → TROFOZOÍTO-Taquizoito (Fase aguda/ inicial da infecção) → TAQUIZOITA (transmissão transplacentária) – fase aguda [IgM] → bradizoitas – fase crônica [IgG] reagudização Oocisto maduro: 4 esporozitas em cada oocisto = 8 = forma infectante Bradizoita: até 300 parasitas no interior Relação parasita – célula hospedeira Células hospedeiras: células do sistema fagocítico mononuclear (fase aguda ou proliferativa) e células teciduais em geral (fase crônica) Mecanismo de entrada: penetração ativa Vacúolo intracelular: formado pelo próprio parasita Fusão com lisossomas: não ocorre Transmissão: Ingestão de cistos contendo bradizoítas (carne contaminada) Ingestão de oocistos esporulados (alimentos ou agua contaminada) Via transplacentária em casos congênitos Transfusão sanguínea e transplante de órgãos Acidentes laboratoriais Toxoplasmose no imunocompetentes Maioria dos casos assintomáticos – pare com quadro gripal Período de incubação de 5-20d Casos sintomáticos (fase aguda): febre, adenopatia, mialgia Formas vicerais ou disseminadas são raras (mais comum em imunodeficientes ou crianças menores de 5 anos) Toxoplasmose congênita Somente durante a fase aguda de infecção da infecção materna os parasitas são passados para o feto Das mães infectadas, 40-60% terão RN infectados Quanto menor o tempo de gestação, menor o risco de transmissão do parasita para o feto e mais o feto é comprometido O curso da doença depende da idade gestacional e da capacidade protetora dos anticorpos maternos (IgG) Principais sintomas: calcificações intracranianas (60%) – responsável pelos demais sintomas neurológicos; retinocoroidite; hidrocefalia (tétrade de Sabin) Toxoplasmose no imunodeprimido Em pacientes com AIDS, câncer, transplantados, indivíduos com uso de drogas imunossupressoras Sintomatologia mais pronunciada nos casos de reagudização 30-50% dos pacientes com AIDS irão apresentar lesões intracerebrais difusas, associadas a sintomas como febre, cefaleia, alterações do estado mental, convulsões e déficits neurológicos – encefalite aguda Pode se apresentar de forma especifica em órgãos diversos ou disseminada Diagóstico: Imunológico: reação de Sabin-Feldman; hemaglutinacao indireta (não consegue saber fase); imunoflorescência indireta (IgG, IgM) e ELISA (permitem detecção especifica) – ELISA de captura (IgA) Parasitológico (posterior): Cultura de fibroblastos humanos: a partir de sangue total, líquido amniótico (já passou para o feto) e macerado de tecidos obtidos por biópsia Exame de lavado broncoalveolar (para imunodeprimidos) Molecular: PCR (Reação de polimerase em cadeia) (a partir de sangue total, líquido amniótico e macerado de tecidos obtidos por biópsia) Sorologia durante pré-natal Situação Resultados Interpretação Conduta Sorologia - IgG e IgM - Suscetível Orientações higiênico-dietética Repetição sorológica 2/2 meses Sorologia + IgG + e IgM - Imune Rotineiro Sorologia + IgG – ou + / IgM + Infecção recente Proceder diagnostico da transmissão vertical Profilaxia: Cuidados quanto à procedência e manipulação dos alimentos. Cozimento adequado de carnes. Evitar contato com gatos e locais onde eles se encontram. Acompanhamento de gestantes e pacientes imunodeprimidos. TENÍASE & CISTICERCOSE Teníase Agente etiológico: Taenia solium e Taenia saginata Hospedeiro definitivo: homem Hospedeiros intermediários: suínos (T. solium); bovinos (T. saginata) – fase larval (cisticerco) Habitat: i.d. (jejuno), onde se fixa pelo escólex Morfologia São vermes achatados com corpo segmentado, hermafroditas e cor branco leitosa Escólex (cabeça) – T. solium: globoso, com 4 ventosas, apresenta rostro e acúleos; T. saginata: quadrangular, com 4 ventosas, não apresenta rostro e acúleos Colo (pescoço): possui células com atividade reprodutora dando origem aos proglotes jovens Estróbilo(corpo): formado pela união de proglotes (jovens, maduras e gravídicas) Ovo: embrióforo (casca) + embrião hexacanto ou oncosfera Protandria: amadurecimento do aparelho reprodutor masculino anteriormente ao feminino; fecundação cruzada (autofecundação); dentro das ramificações uterinas – ovos; todas as proglotes tem um poro genital por onde sai os testículos durante a autofecundação Transmissão: Ingestão de carne de porco ou de boi crua/malcozida contendo cisticercos viáveis O porco e o boi se contaminam com excremento humano contendo ovos de Taenia Ciclo evolutivo: heteróxeno = cisticerco (h. intermediário, incrustado nos tecidos, preferencialmente, nos musculares; constituídos por uma vesícula cheia de liquido + escólex) → verme adulto (h. definitivo; escólex desenvaginado) → ovos (eliminados no ambiente externo) Patologia & sintomatologia: Quando homem tem cisticercose: órgãos acometidos nos pulmões, olhos e cérebro*; HOMEM = h. intermediário Pelo nº de cisticerco pode-se deduzir a forma de infecção: muitos = autoinfecção (tinha teníase anteriormente) A teníase é frequentemente assintomática. O parasitismo geralmente é constatado após a expulsão de proglotes Alterações de motricidade e redução de secreção gástrica (sensação de fome) Perturbações gastrointestinais (dor epigástrica com caráter de dor de fome, perda de peso e dores abdominais) Ocasionalmente: apendicite e obstrução intestinas Diagnóstico: proglotes – T. solium: alongada, saem em bloquinhos sem movimento; T. saginata: quadrangulares. Observação de proglotes inteiras especializadas Direto: observação de proglotes inteiras lidas ativamente pelo ânus (T. saginata) ou juntamente com as fezes (T. solium) Exame coproparasitológico: pesquisa de ovos nas fezes (a observação dos ovos não permite a diferenciação da espécie de Taenia) Diferenciação das espécies: feita pela análise das proglotes grávidas. Após o clareamento é possível determinar a espécie de Taenia pela observação das ramificações uterinas T. solium: poucas ramificações com terminações dendríticas T. saginata: muitas ramificações com terminações dicotômicas T. solium: pior, pela maior susceptibilidade de autoinfecção → cisticercose Profilaxia: Medidas de saneamento básico a fim de evitar a ingestão de excrementos humanos contento ovos de Taenia por suínos e bovinos Vigilância sanitária nos matadouros, a fim de evitar que animais contaminados sejam abatidos ou liberados para consumo Congelamento ou cozimento adequado das carnes Tratamento: antes do tratamento é importante que a espécie da Taenia seja identificada Praziquantel – interfere na cutícula do verme, efeito colateral náuseas Albendazol Mebendazol Cisticercose Agente etiológico: Cysticercus celulose (cisticerco da T. solium) Habitat: vários tecidos do hospedeiro humano No ciclo da T. solium, o homem aparece como hospedeiro intermediário. Os ovos passam pelo estomago e duodeno e liberam o embrião hexacanto que atravessa a mucosa e podem atingir vários órgãos onde se aloja a transformação Transmissão: Forma infectiva – ovo Autoinfecção interna: liberação de ovos de proglotes gravidas dentro do intestino do portados da T. solium adulta Autoinfecção externa: ingestão de ovo ou proglotes da própria Taenia (mais comum em crianças e doentes mentais) Heteroinfecção: ingestão acidental de ovos de Taenia veiculados por agua ou alimentos contaminados, ou mesmo pelas mãos sujas (ingestão de pequeno nº de ovos) Patogenia: depende principalmente da característica do cisticerco (ativos ou inativos), da localização e nº de larvas no tecido Ação patogênica é atribuída a dois fatores: Deslocamento de tecidos estruturais Processo inflamatório que resulta na calcificação dos cisticercos Neurocisticercose: cisticercos se fixam preferencialmente no SNC, no tecido cerebral ou ventrículos e cisternas Convulsões Dores de cabeça Hipertensão intracraniano Alterações neurológicas focais decorrentes da compressão de tecido e estruturas Formas psíquicas: confusão com outras psicoses como esquizofrenias, mania, etc Oftalmocisticercose: em geral os sintomas são reduzidos e discretos, com ausência de dor Alterações da visão central ou periférica Redução da visão por deslocamento retiniano Opacificação dos meios transparentes Disseminada Larvas podem estar presentes no tecido subcutâneo e muscular esquelético Quando em grande nº na musculatura esquelética provocam dores na nuca, na região lombar e pernas. Podem causar também fadiga e câimbra. Diagnostico: laboratorial e por imagem Testes imunológicos: detecção de anticorpos no liquor ou soro (nunca é o inicial) Teste complementar: analise do liquor (alterações liquóricas compatíveis com neurocisticercose – pleocitose e presença de anticorpos IgG-reacao de Weimberg ou ELISA para comprovação) Diagnóstico por imagem: tomografia computadorizada e RM Profilaxia: Medidas de saneamento básico e educação sanitária Tratamento de indivíduos com T. solium Tratamento: Cirúrgico: indicado quando o número de cisticercos é pequeno e a localização é favorável no cérebro; bons resultados para a cisticercose ocular Drogas: Praziquantel e Albendazol (eficientes no tratamento da neurocisticercose e cisticercose subcutânea) ESQUISTOSSOMOSE BRA exclusivamente esquistossomose mansônica Agente etiológico: Schistossoma mansoni Schisto = fenda + soma = corpo (corpo em forma de fenda → macho, onde a fêmea se fixa resultando na cópula continua) Platelminto da classe Trematoda Macho: mais largo e menor, cor esbranquiçada, corpo dividido em 2 porções: anterior: ventosas oral e ventral, posterior: canal ginecóforo Fêmea: mais estreita e comprida, corpo dividido em 2: anterior: ventosa oral e ventral; posterior: glândulas vitelínicas e ceco Habitat vermes adultos: vênulas do plexo hemorroidário superior e nas ramificações mais finas das veias mesentéricas (preferencialmente mesentérica inferior) A fêmea realiza a oviposição nos vasos e os ovos migram para a luz intestinal. Formas evolutivas: Ovo: oval e apresenta lateralmente um espiculo (região de encaixe) = suporte para ovo encostar em outro para chegar no intestino Fluxo interrompido/interferido – ovos se perdem e caem na circulação, indo preferencialmente para o fígado Miracídio: cilíndrico e ciliado (locomoção na água) – na agua caramujos excretam um muco miraçomal atraindo os miracídios; perde a capacidade de se locomover após 8-10h Esporocisto (no hosp. Int): forma vesículas que se originam brotamento (esporocistos primários, dentro deste se formam os esporocistos secundários, dentro destas há a formação de cercaria = forma infectante para o hosp. Def.; também por brotamento) Cercaria: possui 2 ventosas – oral e ventral, 1 corpo e 1 cauda (locomoção aquática); liberam enzimas para formar poros na pele do hosp. E se introduzem só o corpo, deixam a cauda – incidência de luz está diretamente ligado ao processo de liberação de cercarias, vão se tornando menos ativas ao longo do tempo; liberação normalmente no dia – transmissão maior a luz do dia Esquistossomo: forma intermediaria entre a cercaria e a forma adulta (desenvolvido nos órgãos do hosp. Def) Enzimas de ação estolitica Proteção: ação de eosinófilos e anticorpos (IgE*) relacionada com a destruição parcial de esquistossomulos adultos em indivíduos que sofrem reinfeccaoes frequentes (imunidade concomitante) Engana imunidade: pele do macho elimina antígenos no sangue que ficam no sangue e captam antígenos do organismo depositados sobre seu Tegumento; antígenos do verme livres no sangue chega a mediar resposta mas se ligam a antígenos solúveis Não atua sobre formas adultas do parasita Mecanismos de escape do parasita: o Resistência à morte por complemento. o Camuflagem da superfície dos adultos (vermes adultos incorporam Antígenos do hospedeiro em sua superfície) Problemas renais – por deposição Hospedeiro intermediário: das várias espécies de caramujos existentes em nosso meio, três mostraram-se capazes de infectar-se com o S.mansoni: Biomphalaria glabrata Biomphalaria tenagophila Biomphalaria straminia Transmissão: Penetração ativa na pele de cercárias presentes em águas pouco movimentadas onde habitam os caramujos (HI Transmissão: pela penetração ativa das cercaria, em aguas pouco movimentadas com caramujos do gênero Bionphalaria – reservatórios de agua com fonte de sobrevivência dos indivíduos Epidemiologia: endêmica mais de 74 paises, no BRA: maior incidência no NE Década de 70: em sp muito ativa – represas bílis e guarabiranga – controle biológico nas represas Patogenias: carca parasitaria, linhagem do parasita, hospedeiro (idade, estado nutricional, imunidade) Cercarias: crises de urticarias, no local de penetração na pele (dermatide cercariana) Esquistossômulo: pode ocorrer pneumonia durante sua passagem pelo pulmão – reação de hipersensibilidade iniciais Vermes adultos: ficam na circulação, em grande nº obstrução de grandes vasos e glomerulopatias esquistossomótica (antígenos – deposição de complexos Ac-Ag liberados do tegumento do verme adulto) Ovos: mais patogênicos; nos tecidos, eliminam substancias toxicas, reconhecidos no organismo e não tem proteção contra SI, reação no organismo (granulomas) – asciste, presença de circulação colateral com formação de varizes → hematêmese (rompidas) Acúmulo de granulomas pode trazer consequências para o hospedeiro – ex. disfunção hepática → não produz albumina → edema → ascite. Portanto são os ovos que causam a doença clássica Esquistossomose crônica: progressivo Tipo 1 (forma intestinal): caracterizado por diarreias repetidas que podem ser muco-sanguinolentas, com dor ou desconforto abdominal, podendo ser assintomática Tipo 2 (forma hepatointestinal): sinais de hipertensão portal e fibrose – formação dos granulomas; presença de diarréias e epigastralgias. Paciente apresenta hepatomegalia, áreas de fibrose decorrentes da granulomatose periportal ou fibrose de Symmers, nas fases mais avançadas dessa forma clínica Tipo 3 (forma hepatoesplênica compensada): presença de hepato-esplenomegalia (evolui) – transtornos da circulação portal → circulação colateral + hipertensão → varizes (esofágicas*) + congestão passiva do baço; sem complicações decorrentes = forma compensada Tipo 4 (forma hepatoesplênica descompensada): são formas mais graves da doença, responsáveis pelos óbitos. Hepato e esplenomegalia avantajados (disfunção hepática), ascite, circulação colaterol, ruptura das varizes; 1º episódio de hematêmese → anemia, desnutrição, hiperesplenismo → fibrose → cirrose; 8-10 anos de evolução – maioria dos indivíduos tem outras formas agravantes (se estilista pode evoluir mais facilmente) Diagnostico: Parasitológicos: coproparasitológico – Hoffman/sedimentação espontâneas: maior ovo de helmintos que ocorrem no BRA, rápida sedimentação; - Kato-katz: OMS padrão ouro, qualitativo (observar ovos) e quantitativo (nº de ovos/g fezes) = carga parasitaria; vida útil de 3 anos, fazer controle de cura Imunológicos: sorológicos – det fase: ELISA (IgM – aguda, IgG – crônica), fixação do complemento, imunoflorescencia Complementares: prognóstico ou comprovação pelas formas: biopsia retal – quadro diarreico (tipo 1 ou 2) = verificar presença de ovos na mucosa e inflamação local – válvula de Houston (situações especiais); diagnóstico por imagem (TC, RM e cintilografia) e ultrassonografia; avaliação bioquímica da função hepática Profilaxia; Controle biológico – aplicação de moluscidas (eliminação do hospedeiro intermediário) Medidas de saneamento básico e educação sanitária Tratamento quimioterápico – oximiniquine (mansil) e albendazol; praziquantel NEMATELMINTOS DE AQUISIÇÃO PASSIVA AGENTES ETIOLÓGICOS ➠Enterobius vermicularis – enterobíase ⇰ Trichuris trichiura – tricuríase ➪ Ascaris lumbricoides – ascaridíase HABITAT Intestino grosso (i.g.): Enterobius vermicularis e Trichuris trichiura Intestino delgado (i.d.): Ascaris lumbricoides Enterobius vermicularis MORFOLOGIA ♀ ➠ Fêmea: cauda reta; maior que o macho ♂ ➠ Macho: cauda enrolada ➠ Característica que evidencia: Esôfago muito desenvolvido ovo PATOGENIA & SINTOMATOLOGIA ➠ Varia em intensidade de acordo com a carga parasitária e ocorre pela ação irritativa e resposta inflamatória local ➠ Sintomas: Prurido anal Insônia Irritabilidade Prurido vulvar em mulheres Manifestações digestivas ➠ Eventualmente: apendicite e infecção urinária ➠Disseminação muito grande em ambientes de confinamento (ex. creche, presídios, asilos) ➠ Ovos leves que podem ficar um tempo em suspensão (demora de 4 a 6 horas para se tornar a larva infectante) ➠ Tratamento é feito no paciente e em seus comunicantes Trichuris trichiura Patogenia e Sintomatologia ⇰ A infecção geralmente é assintomática ⇰ Os sintomas aparecem em casos de alta infestação pela ação traumática (lesões na mucosa intestinal) e espoliação sanguínea. ⇰Infecções moderadas: eosinofilia, diarreia e cólicas intestinas ⇰Infecções graves: diarreia intermitente com a presença de muco e sangue, dor abdominal, tenesmo, anemia e desnutrição grave ⇰ Em crianças pode ocorrer prolapso retal (característica diferencial) ⇰Introduz toda a porção cefálica na mucosa intestinal, mantendo para fora só a porção caudal, que é o que vemos em exames de endoscopia Ascaris lumbricoides MORFOLOGIA ➪ OVOS FÉRTEIS: possuem célula germinativa; citoplasma finamente granuloso; forma oval a esférica; casca grossa ➪ OVOS INFÉRTEIS: não fertilizados; mais alongados; casca mais delgada; camada albuminoide reduzida, irregular ou ausente ➪ A: ovo fértil corticado ➪ B: ovo fértil decorticado ➪ C: ovo larvado ou embrionado ➪ D: ovo infértil PATOGENIA & SINTOMATOLOGIA ➪ Fase de invasão larvária: Síndrome de Loeffler (tosse, febre, eosinofilia, pneumonia) - Ação tóxica ➪ Fase intestinal: má digestão, dores abdominais, perda de peso, irritabilidade e obstrução intestinal por enovelamento de vermes adultos - Ação espoliativa e ação mecânica ➪ Migração de vermes adultos para outros locais (apêndice, fígado) – detectável por raios X CICLO EVOLUTIVO ➪ L1: 1ª larva formado no interior do ovo ➪ L2: 2ª larva formada no interior do ovo ➪ L3: 3ª larva formada no interior do ovo → FORMA INFECTIVA ➪ L4 e L5: 4ª e 5ª larva → muda nos pulmões ➪ L5: migra para o intestino delgado ➪ Adultos ➪ Ovo imaturo TRANSMISSÃO PARA OS 3 PARASITAS Ingestão de ovos embrionados dos parasitos provenientes de alimentos, água, mãos sujas ou ar No caso da enterobiose, devido ao desenvolvimento larvário rápido pode ocorrer auto-infecção externa (ingestão dos ovos liberados pelo próprio hospedeiro contaminado) ou auto-infecção interna (eclosão dos ovos no reto com migração larvária para o ceco) Tempo de embrionamento dos ovos: E. vermiculares: 4-6 horas T. trichiura e A. lumbricoides: 2 a 3 semanas em condições adequadas de temperatura e umidade CICLO EVOLUTIVO Direto (desenvolvimento completo no intestino): Enterobius vermiculares & Trichuris trichiura Indireto (com migração pulmonar): Ascaris lumbricoides FATOS QUE INTERFEREM NA PREVALÊNCIA DE VERMINOSES INTESTINAIS Baixo nível sócio econômico Condições precárias de saneamento básico Contaminação fecal do solo ou piso das habitações por falta de instalações sanitárias Disseminação dos ovos através de chuvas, insetos e aves Viabilidade dos ovos no solo por meses ou anos em condições adequadas de temperatura e umidade Resistência dos ovos aos desinfetantes usuais devido à composição da casca do ovo DIAGNÓSTICO Identificação de ovos Encontro eventual de vermes adultos Coproparasitológico – métodos: Hoffman (sedimentação espontânea) Faust (centrífugo-flutuação) Ritchie (centrífugo-sedimentação) Anal swab ou teste da fita adesiva (para diagnóstico da enterobíase é o método mais eficaz) PROFILAXIA Princípios gerais de saneamento básico visando combater a contaminação da água e alimentos com as fezes humanas Medidas de proteção individual como cuidado quantoà procedência e processamento dos alimentos e higiene (educação sanitária) tratamento dos doentes (mebendazol e albendazol). Especiais para a enterobiose: Fervura ou lavagem de roupas de cama Higiene pessoal pela manhã Utilização de macacões para dormir e higiene das mãos e unhas NEMATELMINTOS DE AQUISIÇÃO ATIVA AGENTES ETIOLÓGICOS Ancystoma duodenale – ancilostomíase Necatie americanos - ancilostomiase Strongyloides stervoralis – estrongiloidíase Aquisição ativa = penetração de larvas na pele Estrongiloidíase = única parasitose oportunista Ancilostomíase – amarelão Agentes etiológicos Ancystoma duodenale – ancilostomíase Necatie americanos - ancilostomiase Distribuição geográfica Cosmopolita – ocorre principalmente e, zonas tropicais e subtropicais, em regiões onde as condições sanitárias são precárias. No brasil ocorre praticamente em todo o território nacional, sendo a incidência mais alta nas zonas rurais N. americanus mais frequente que o A. duodenale (anemia mais severa, consume um Vsangue maior) Ciclo evolutivo Ovos (de casca muito fina) → larva rabditoides = L1 (esôfago com dilatações; curta e “gordinhas”, eliminadas no solo) → L2 → larva filarióide L3 (forma infectante; esôfago filinóide; mais na superfície em temperaturas mais amenas) → L4 (já no hospedeiro – pulmao) → L5 ≈ jovem adulto (i.d.) → vermes adultos (femea e macho) Habitat dos adultos: i.d. (onde se fixam pela cápsula bucal provida de estruturas perfurantes ou cortantes) Ovo: elíptico ou ovóides, de casca fina e transparente. Espaço claro entre a casca e a célula do ovo (A. duodenale < N. americanus) Larva rabditoide: esôfago rabditoide, isto é, com a metade anterior cilíndrica, um pseudobulbo no meio, seguido de uma porção estreita e dum bulbo posterior, terminal (1/3 do corpo) Larva filarióide: esôfago muito longo e cilíndrico, sem dilataçãos bulbar Deslocamento no solo: geotropismo, termotropismo, hidrotropismo, tigmotropismo Vermes adultos: redondos e pequenos, de cor branca. Estruturas características: capsula bucal e bolsa copulatória A. duodenale: cápsula bucal contendo 2 pares de dentes N. americanus: cápsula bucal contendo placas cortantes Transmissão Ocasionalmente se dá por via oral (somente A. duodenale) – nesse caso o ciclo ocorre diretamente no i.d., sem migração pulmonar (não muito comum) Patogenia As lesões causadas no organismo humano diferem segundo a carga parasitaria infectante, fase de infecção, localização e estágio em que se encontram os parasitas Penetração cutânea: dermatite caracterizada por prurido, edema e eritema e posteriormente erupção papulovesicular Migração larvária pelo pulmão: fase discreta, pode ocorrer tosse e febre; a eosinofilia se torna aparente (N. americanus permanece por mais tempo no pulmão) Permanência dos adultos no i.d.: lesões da mucosa intestinal (através dos dentes ou placas cortantes) Cólica intermitentes Dor epigástrica Náuseas e vômitos Diarreia (interação com mucosa) Esporiação sanguinas (alimentam-se do sangue do hospedeiro) Anemia ferropriva microcítica e hipocrômica (perda constante de hemoglobina e carência de ferro) Alterações em outros órgãos (medula óssea, coração, fígado e rins; em conseqüência da anemia) A gravidade dos casos de anemias está relacionada com a carência nutricional Larva migrans cutânea A. brasiliensis: 1 par de dentes na cápsula bucal A. caninum: 3 pares de dentes na cápsula bucal Parasitam cães e gatos que penetram na pele e não conseguem prosseguir o ciclo por estarem em hospedeiro errôneo Larva migrans cutânea = dermatite geográfica ou serpentiginosa Estrongiloidíase Agente etiológico Strongyloides stercoinades Formas evolutivas Fêmea parasita partenogenética (3n) Ovo n 2n 3n Ciclo direto Larva rabditoide n 2n 3n Larva filarióide n 2n 3n = forma infectante ♂VL (n) ♀VL (2n) Ciclo indireto Ovo (3n) Lrab (3n) Lfil (3n) Ocorre ciclo pulmonar Habitat da fêmea partenogenética no hospedeiro humano: duodeno e porção superior do jejuno Transmissão Heteroinfecção: penetração de larvas infectantes (Lf) que vivem no solo úmido. Essas larvas chegam ao solo juntamente com as fezes de portadores da verminose ou são formadas a partir do ciclo indireto no solo Auto-infecção interna: penetração de larvas filarióides pela mucosa intestinal Auto-infecção-externa: penetração de larvas filarióides pela mucosa perianal Patogenia Relacionada com: Penetração na pele; Migração durante o ciclo pulmonar; Migração e permanência na mucosa intestinal ou Migração para localizações ectópicas Lesões cutâneas: dermatite com prurido Lesões pulmonares: tosse, febre e eventualmente broncopneumonia Lesões intestinais: enterite (catarral, edematosa ou ulcerosa) com dor abdominal, constipação, náuseas e perda de peso * Em indivíduos imunodeprimidos pode ocorrer hiperinfecção com agravamento do quadro clínico. DIAGNÓSTICO: ANCILOSTOMOSE & ESTRONGILODÍASE Exame de fezes Ancilostomose – busca de ovos ou larvas* Estrongiloidose – busca de larvas Métodos de concentração: ovos ou larvas Método de Hoffman Método de Ritchie Métodos de detecção de larvas: Seguem os princípios de termo e hidrotropismo das larvas Método de Baermann Método de Rugai e Rugai modificado Larvas de ancilostomídeos podem eclodir dos ovos após 24 horas S. stercoralis – vestíbulo bucal curto Ancilostomídeos – vestíbulo bucal PROFILAXIA: ANCILOSTOMOSE & ESTRONGILODÍASE Medidas de saneamento básico e educação sanitária Uso de calçados Tratamento dos indivíduos parasitados (anti-helmínticos de largo espectro): mebendazol, albendazol FILARIOSE LINFÁTICA AGENTE ETIOLÓGICO: Wuchereria bancrofti Nematelminto heteróxeno África e Américas Outras filárias: Brugia malayi (na China, Sudeste Asiático, Indonésia, Filipinas e sul da Índia) Brugia timori (na ilha de Timor) CICLO EVOLUTIVO: Hospedeiro definitivo (homem): larvas filarióides infestantes (L3) → adultos jovens → ♂ e ♀ maduros → microfilárias Hospedeiro intermediário (inseto vetor): mudas de microfilárias (L1 e L2) → larvas finarióides infestantes (L3) TRANSMISSÃO: ocorre pela inoculação da L3 (larva filarióide infestante) durante a picada da Culex sp (fêmea – inseto vetor) Vetores: Culex sp: fêmeas hematófagas; picam à noite, o que coincide com o horário de maior densidade de microfilárias no sangue circulante; possui hábitos domiciliares e antropofílicos; podem ser encontrados em zonas rurais e centros urbanos devido à facilidade de criação e são mais frequentes em meses quentes e chuvosos. Espécie mais importante na transmissão da filariose linfática no Brasil: Culex quinquefasciatus MORFOLOGIA: Fêmea: maior que o macho (comprimento e diâmetro); possui órgãos genitais duplos, com exceção da vagina. São ovovivíparas, fazendo deposição de ovos embrionários, as microfilárias Macho: extremidade anterior afilada e posterior enrolada Vivem de 4-6 anos, produzindo milhões de microfilárias imaturas (larvas minúsculas) Habitat: vivem enovelados nos vasos e gânglios linfáticos, atingindo principalmente tecidos mais frouxos Microfilárias (Mf): são envoltas por uma delicada bainha (membrana); medem μms. São eliminadas nos vasos e troncos linfáticos, onde se acumulam durante o dia. Ao aonoitecer, migram para a circulação periferixa e seu nº vai aumentando até as primeiras horas da madrugada; depois diminui progressivamente e, pela manha, não é possível encontar microfilárias no sangue periférico Periodicidade noturna é vista na W. bancrofti das Americas, Ásia e África. Não ocorre nos isolados das ilhas do pacifico sul EPIDEMIOLOGIA: 120 milhoes de pessoas estão atualmente infectadas 40 milhoes apresentam deformidades 800 milhoes de pessoas vivem em áreas de risco O maior nº de casos se concentra na Ásia e na África BR: só W. bancrofti – encontra-se restrita a alguns focos ativos em Recife(PE) e Maceió (AL) e foco controlado como Belém (PA) PATOGENIA & SINTOMATOLOGIA: Período inicial (1 ano): sensibilização do paciente que apresenta processos inflamatórios e eosinofilia Manifestações clínicas da fase aguda: linfadenite (inflamação de um ou mais gânglios linfáticos) associada a mialgia, astenia, febre (ao entardecer) e linfagite (inflamação de um ou mais vasos linfáticos). Podem ocorrer quadros urticariformes Fase crônica sintomática: obstrução da circulação linfática pela alta concentração de vermes → extravasamento de linfa para os tecidos → invasão de tecido fibroso e gordura no local → aumento com queratinização e rugosidade do órgão (elefantíase) Manifestações clínicas da fase crônica: hidrocele, linfodema, quilúria e elefantíase em MMII, mamas e genitais – nesses casos, em geral, a quantidade de Mf no sangue é muito pequena ou mesmo indetectável Eventualmente na fase crônica: casos de eosinofilia tropical, que é uma síndrome que se manifesta por crises paroxísticas de asma, com pneumonia intersticial crônica e ligeira febre recorrente DIAGNÓSTICO: Detecção de Mf: normalmente no sangue e eventualmente em aspirado de linfonodos e urina* Gota espessa Knott ** Filtração em membrana de policarbonato ** (sangue – punção venosa – padrão outo para pré-tratamento e controle de cura) Sorologia ELISA Imuniflorescência Outros métodos: Intradermorreação Teste imunocromatográfico (ICT-Filariasis® para detecção de Ag da W. bancrofti) *em pacientes com quilúria **mais sensível para baixa microfilaremia (> 10 mf/ml sangue) PROFILAXIA & TRATAMENTO Controle do inseto vetor: uso de inseticidas e larvicidas; saneamento básico para evitar dormacao de criadouros Tratamento de indivíduos parasitados – drogas utilizadas: dietilcarbamazina (DEC), Albendazol, Ivermectina Tratamento em massa é o porcedimenro preconizado pela OMS para o controle/eliminação da filariose linfática ECTOPARASITAS ESCABIOSE (“SARNA”) Agente etiológico: Sarcoptes scabiei var. hominis Tipo de ácaro Parasitas obrigatórios Morfologia: corpo globoso – ovoide, 4 pares de patas (curtas e grossas) em forma cônica, na extremidade dos dois primeiros pares existem ventosas fixas a apêndices pedunculados, setas dorsais ≈ espinhos ♀: maiores que ♂; abertura genital em forma de fenda estreita paralela as estriações do corpo Epidemiologia: Cosmopolita, principalmente em climas quentes e úmidos Hospedeiro: mamíferos Altamente contagioso Transmissão: contato direto – inclusive sexual; indireto – objetos infestados (lençóis, toalhas, roupas) Habitat: epiderme Ciclo evolutivo: Após cópula: ♂ morre e ♀ penetram camada córnea – escavando pequenos sulcos onde depositam os ovos Após período de incubação, larvas se aglomeram em volta dos folículos pilosos Patogenia & Sintomas: Perfurar epiderme + produtos metabólicos = prurido intenso; mais intenso a noite – parasita aquecido; coceira difusa pelo corpo ↑ quantidades de parasita → crostas salientes Hipersensibilidade paciente Lesões típicas: pápulas avermelhadas, difusas – locais mais envolvidos: mãos (entre dedos), pulsos, cotovelos, genitálias, joelhos, mamilos, ao redor do umbigo, nádegas, coxas e pés Diagnóstico: Clinico: anamnese, prurido e crostas (localização) = sugestivos Parasitológico: Fita gomada sobre crostas – exame microscópico Raspagem profunda da epiderme no limite entre crosta e pele sã (crostas mais recentes) → + NaOH/lactofenol Tratamento: Banho morno – retirar crostas Medicamentos: benzoato de benzila, deltametrina, tiabendozol, monossulfeto de tetratiltiluram, ivermectina Associado a infecção bacteriana: permanganato de potássio à água do banho PEDICULOSE Agente etiológico: Pediculus humanus capitis (coro cabeludo) Pediculus humanus humanus (corpo inteiro, chatos) Ciclo evolutivo: fêmeas põe ovos (7-10 ovos/dia), depositados no interior do couro cabeludo junto ao fio de cabelo → ninfa muda (3x) → piolho adulto Transmissão: principal através do contato; chatos – sexual Temperatura, umidade e odor servem como estimulo Indireta: objetos infectados (pentes, bonés, fronhas...) difícil pela vida curta do parasita Patogenia & Sintomatologia: ( couro cabeludo) e Pe diculus humanus humanus (corpo todo) Ciclo biológico: Na p ediculose as fêmeas põem seus o vos sete a dez por dia. Os ovos são depositados no interior do couro cabeludo junto ao cabelo. O período de incubação é em torno de nove dias e o período entre a primeira ninfa e piolho adulto gira em torno de quinze dias e o adulto vive por aproximadamente um mês. Os ovos d o Pediculus humanus sp. eclodem liberando ninfas mudas, mais precisa mente três mudas, até que se tornem adultos. Transmissão: Sua transmissão se dá prin cipalmente através do cont ato. Lugares aglomerados ou apertados como salas de aula ou transportes coletivos facilitam a transmissão, enquanto q ue os chatos ( Pediculus humanus hum anus) são transmitidos por contato sexual. A temperatura, umidade e odor servem como estímulos para que os piolhos mudem de hospedeiro. A transmissão indireta dos p iolhos por meio de pentes, bon és, f ronhas, é limitada, pois a sua sobrevivência fora do sitio de parasitismo é curta. Patogenia: O piolho ao picar as pessoas, afim d e se alimentar, produz lesão que juntamente com a saliva, q ue cont ém substancias ant icoagulantes, produz coceiras intensas e podem desenvolver reações d e sen sibilidade. Já na pediculose pubiana o s sintomas dessa doença sexualmente transmissível (DST) têm início de uma a duas semanas após o contato com o parasita. A principal queixa é a coceira. Nos locais da picada, podem ocorrer alterações da pele semelhantes à urticária, bolhas e manchas azuladas. Diagnóstico: Fe ito por meio d a identificação do parasita ou d e seus ovos eclodidos, que em ergem do cou ro cabeludo com o crescimento dos cabelos ou nas áreas afetadas. Aspectos epidemiológico: A ped iculose da cabeça é distribuída mundi almente, e acompanha a história d a humanidade. A partir d a metade do século XX, com um intenso controle baseado no uso de piolhicidas, notou- se uma diminuição dos casos. N o entanto, na década de 1960 houve o recrudescimento da pediculose, tendo como possíveis causas: fatores socioeconômicos, hábitos culturais, aumento da população e a re sistência aos p iolhicidas. Variações regionais nos níveis de importância destes fatores têm gerado estudos de caráter epidemiológico em vários países. Profilaxia: O meio mai s simples de prevenir o piolho é observar quando as crianças coçam frequentemente a cabeça. Principalmente a nuca e at rás das orelhas. A informação sobre uma contaminação deve ser imediatamente passada p ara as pessoas que tenham contado direto com o infect ado. Assim, o caso d os piolhos é combatid o. Para se evitar o chato, é aconselhável o cuidado com locais de uso público, não usar roupas e toalhas de outras pessoas e evitar manter relações com muitos parceiros sexuais. Assim qu e os sintoma 2018.1
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