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CENTRO UNIVERSITÁRIO UNA Instituto UNA de Tecnologia- UNATEC Adriana Pereira da Silva Anderson Resende dos Reis Ariadne de Oliveira da Silva Fernanda Maria de Bessa Marco Aurélio Lima Saulo Paim de Figueiredo Thúlio Luís Moreira Félix PLANO DE GESTÃO AMBIENTAL PARA MECÂNICA AUTOMOTIVA DE PEQUENO PORTE DO MUNICÍPIO DE BELO HORIZONTE/MG Belo Horizonte 2014 CENTRO UNIVERSITÁRIO UNA Instituto UNA de Tecnologia- UNATEC Anderson Resende dos Reis Adriana Pereira da Silva Ariadne de Oliveira da Silva Fernanda Maria de Bessa Marco Aurélio Lima Saulo Paim de Figueiredo Thúlio Luís Moreira Félix PLANO DE GESTÃO AMBIENTAL PARA MECÂNICA AUTOMOTIVA DE PEQUENO PORTE DO MUNICÍPIO DE BELO HORIZONTE/MG Trabalho Interdisciplinar apresentado como requisito de avaliação do curso de Graduação Tecnológica em Gestão Ambiental do Centro Universitário UNA para a obtenção de certificado de conclusão do 4º módulo. Professor orientador: Theles de Oliveira Costa Belo Horizonte 2014 RESUMO O presente trabalho foi realizado através de pesquisas e visitas técnicas e visou a elaboração do plano de Gestão Ambiental para empresas de pequeno porte, especificamente o empreendimento automotivo, “Decar Retífica”, situado na região do Barreiro, Belo Horizonte - MG. Além da elaboração do plano de gestão ambiental, o trabalho também teve como objetivo identificar os níveis de potencialidade poluidora do empreendimento por meio de suas atividades e seus produtos contaminantes, verificando se o empreendimento é passível ou não da licença ambiental. Tendo em vista que o processo de licenciamento ambiental tem como finalidade prevenir, controlar ou mitigar os impactos ocasionados aos solos, águas, e ar pelas empresas, o mesmo é de grande importância, pois contribui não só com a preservação do meio ambiente, mas também com a imagem das empresas uma vez que ao implantarem o Sistema de Gestão Ambiental (SGA), demonstram a preocupação e a responsabilidade (sócio) ambiental e proporciona realização das atividades de maneira sustentável. Desta forma, o projeto proposto tem por objetivo trazer conhecimentos técnicos e legais, principalmente na área de gestão e licenciamento ambiental, tendo em vista que parte da degradação, originam-se pela falta de estudos e diagnóstico ambiental e a falta de regularização ambiental. Palavras-Chave: Gestão Ambiental. Licenciamento ambiental. Sistema de Gestão Ambiental. LISTA DE SIGLAS AAF - Autorização Ambiental de Funcionamento ABRAMAC - Associação de Proteção ao Meio Ambiente de Cianorte ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas AIA – Avaliação de Impacto Ambiental CONAMA – Conselho Nacional do Meio Ambiente COPAM – Conselho de Política Ambiental DN – Deliberação Normativa EIA – Estudo de impacto ambiental INEA - Instituto Estadual do Ambiente L.I – Licença de Instalação L.O – Licença de Operação L.P – Licença Prévia MIA – Matriz de impactos ambientais PBH – Prefeitura Municipal de Belo Horizonte RFB – Receita Federal do Brasil RIMA – Relatório de Impacto Ambiental RMBH – Região Metropolitana de Belo Horizonte SEMAD – Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável SGA – Sistema de Gestão Ambiental SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO..................................................................................................... 5 1.1. Justificativa....................................................................................................... 7 1.2. Problema de pesquisa...................................................................................... 8 1.3. Objetivos........................................................................................................... 8 1.3.1. Objetivo Geral................................................................................................ 8 1.3.2. Objetivo Específico........................................................................................ 8 1.4. Interdisciplinaridade.......................................................................................... 9 1.5. Referencial Teórico........................................................................................... 10 2. METODOLOGIA.................................................................................................. 18 2.1. Processos gerais e destinação final dos resíduos............................................ 19 2.2. Monitoramento ambiental e controle da poluição............................................. 19 2.4. Licenciamento ambiental.................................................................................. 24 2.5. Política ambiental ............................................................................................ 25 2.6. Sistema de Gestão Ambiental.......................................................................... 25 3. RESULTADO....................................................................................................... 27 4. CONCLUSÃO...................................................................................................... 29 REFERÊNCIAS....................................................................................................... 30 ANEXOS.................................................................................................................. 33 Anexo 1 - Matriz de Aspecto e Impactos................................................................ 33 Anexo 2 - Planilha de Aspectos, Impactos e Programas Ambientais...................... 35 Anexo 3 - Tabela Descritiva dos Riscos.................................................................. 41 Anexo 4 - Mapa de Área de Risco – Oficina Mecânica “Decar Retifica"................. 42 Anexo 5 - Fluxograma dos Processos da Mecânica Automotiva............................ 43 Anexo 6 - Modelo Caixa Separadora Oficina Mecânica Automotiva....................... 44 5 1 INTRODUÇÃO Atualmente, a sociedade, as empresas e os demais estabelecimentos atuam de forma direta ou indiretamente no meio ambiente. Diante disso, a preocupação com a preservação ambiental e os problemas que possam ser ocasionados pela falta da responsabilidade e conduta socioambiental, estão cada vez mais incorporadas aos processos produtivos. São diversas as atividades poluidoras e contaminantes, que contribuem com a degradação ambiental comprometendo não só o meio químico, mas também o meio físico e biológico, como também a salubridade e a sadia qualidade de vida da população. Empresários e investidores defendem que para a mitigação da degradação ambiental, seria necessário à conscientização e sensibilização da população e a aplicabilidade do Sistema de Gestão Ambiental (SGA), principalmente nos empreendimentos dos quais os maiores impactos ao meio ambiente são gerados através das atividades executadas. Com a internalização deste sistema, foi proporcionados benefícios tanto para o empreendedor, quanto ao meio ambiente, pois as novas mudanças e metodologias em seu processo produtivo reduzem a extração e utilização de recursos naturais, obtendo maior aproveitamento do mesmo aumentando assim a produtividade empresarial/industrial através de reciclagens e reuso interno. Porém, para que essas atividades sejam instaladas e as conseguintes entrem em operação, alguns requisitos e condicionantes precisam ser cumpridosdentro dos prazos estipulados e em conformidade às exigências da legislação ambiental. Tendo em vista a necessidade de controlar esses impactos, em 1981 foi criada a Política Nacional do Meio Ambiente, (Lei 6.938) e em 1988 a Constituição Federal (Art. 225) destacando sobre a importância de um meio ambiente ecologicamente equilibrado e o direito a sadia qualidade de vida. As leis, instrumentos e ferramentas normativas foram elaboradas com o objetivo de limitar as ações antrópicas ao meio ambiente, bem como controlar e monitorar as atividades de natureza ofensiva á biota. Neste contexto uma das ferramentas mais utilizadas hoje é o processo de licenciamento ambiental que é aplicado nos empreendimentos e/ou atividades que podem causar qualquer tipo de dano significativo ao ecossistema. 6 Em âmbito municipal, mais precisamente no município de Belo Horizonte, em 2012 entrou em vigor a Deliberação Normativa- DN Nº 74, estabelecendo critérios para classificação, segundo o porte e o potencial poluidor, de empreendimentos industriais passíveis de licenciamento ambiental. Em alguns casos esta licença não se aplica devido às baixas potencialidades poluidoras e impactos que são causados ao meio ambiente pelas atividades dos empreendimentos. Entretanto a maioria se torna passível da Autorização Ambiental de Funcionamento (AAF) conforme descreve a Deliberação Normativa Copam – DN Nº 74/2004. Diante do exposto, o projeto apresentado tem por objetivo verificar se as atividades executadas na mecânica automotiva, são passíveis ou não de licença ambiental, se possui grande ou pequeno potencial poluidor, quais os contaminantes existentes, além de elaborar uma Matriz de aspecto e impacto ambiental (MAI),correlacionando com os métodos utilizados no processo de mitigação destes impactos através da implementação de um plano e/ou programa de gestão ambiental. 7 1.1 Justificativa Sabe-se que atualmente devido ao grande crescimento populacional, industrial e empresarial, os impactos ambientais se intensificaram, ocasionando diversos problemas, dentre eles o desequilíbrio ecológico. Diante dessa problemática observa-se que diversas empresas e empreendimentos têm-se preocupado mais com a preservação ambiental e a implantação do Sistema de Gestão Ambiental (SGA) local, sejam eles realizados de forma interna ou externa. A internalização deste sistema proporciona melhorias consideráveis para o meio ambiente e para a própria empresa. Sendo este um dos instrumentos de monitoramento e controle da poluição, assim como o processo de licenciamento ambiental. O licenciamento ambiental tem sua importância no caráter preventivo que contribui no controle das atividades que são efetiva ou potencialmente poluidoras ao meio ambiente, e que podem interferir nas condições naturais e climáticas do ecossistema. Partindo desse pressuposto, considera-se a necessidade das empresas implementarem o SGA, para assim, serem licenciadas (se passíveis) pelas esferas competentes (Federal, Estadual e Municipal), a fim de garantir a ascensão da melhoria contínua em qualquer domínio, seja na área ambiental e/ou socioambiental. O empreendimento apresentado embora não necessite de licença ambiental, necessita de alvará de localização e funcionamento, junto a órgãos responsáveis, na esfera municipal. Diante do exposto, propõem-se um atendimento específico para gerenciamento ambiental deste setor, com fácil aplicação e com custos relativamente baixos, sendo assim exequível para que o empreendedor o implante. 8 1.2 Problema de pesquisa Qual a importância da implementação do Sistema de Gestão Ambiental (SGA) em oficinas mecânicas de pequeno porte não passíveis de licenciamento ambiental? 1.3 Objetivos 1.3.1 Objetivo Geral Elaborar um plano de gestão ambiental, destinadas às atividades automotivas para um empreendimento de pequeno porte. 1.3.2 Objetivos Específicos Identificar o potencial poluidor e verificar se é passível ou não de licenciamento ambiental. Elaborar uma matriz de Aspectos e Impactos ambientais da empresa. Identificar e descrever os possíveis tipos de contaminantes existentes na mecânica automotiva, propondo ações corretivas e preventivas, com o objetivo de mitigar os impactos ambientais. Identificar as formas de armazenamento e destinação dos produtos e contaminantes. 9 1.4 Interdisciplinaridade A interdisciplinaridade vem como uma ferramenta para a elaboração do projeto aplicado proposto, objetivando interagir as disciplinas deste módulo, para a elaboração de um plano de gestão ambiental em uma mecânica automotiva, relacionando com a internalização do SGA. Na disciplina de Licenciamento Ambiental serão observados com base na lei os estudos ambientais aplicáveis e a elaboração do processo de licenciamento ambiental, correlacionando com a disciplina de certificação e auditoria socioambiental, para a qual os impactos causados pelo empreendimento serão identificados e classificados e definidos objetivos e metas que devem ser alcançados para minimizar os impactos de acordo com a norma da ABNT NBR ISO 14001 e com a Matriz Aspectos x Impactos (sócio) ambientais elaborada para a empresa. Com este recurso será possível identificar os tipos de monitoramento e controles ambientais aplicáveis às operações da empresa verificando a viabilidade desses fatores para implantação na empresa e, auxiliando na identificação das áreas impactadas e degradadas com o respectivo plano de mitigação e/ou recuperação a ser trabalhado junto ao processo de licenciamento ambiental em consonância com a matriz de aspecto x impacto proposta para o empreendimento. 10 1.5 REFERENCIALTEÓRICO O licenciamento ambiental obedece a conceitos legais definidos por normas administrativas estabelecidas objetivamente pela união, estado e município com finalidade de integrar políticas públicas a empreendimentos com potencialidade causadora de dano ambiental (MILARÉ, 2009). O conceito legal está cunhado pelo inciso I do art. 1º da Resolução nº237, de 19 de setembro de 1997, do CONAMA, Licenciamento Ambiental: procedimento administrativo pelo qual o órgão ambiental competente licencia a localização, instalação, ampliação e a operação de empreendimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais, consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras ou daquelas que, sob qualquer forma, possam causar degradação ambiental, considerando as disposições legais e regulamentares e as normas técnicas aplicáveis ao caso (CONAMA Nº 237/97 pág. 01). O licenciamento ambiental tem por objetivo efetuar o controle das atividades que são efetivas e/ou potencialmente poluidoras ao meio ambiente, proporcionando medidas de prevenção e mitigação de impactos ambientais, com o intuito de defender o equilíbrio ecológico e a qualidade de vida assegurada pela Carta Magna (FARIAS 2011). Milaré (2009) afirma que o licenciamento ambiental é um ato uno e marcado pelo caráter complexo, sendo procedidos de estudos como o EIA/RIMA sempre que comprovada a significância do impacto ambiental. Vale salientar que as exigências também estão relacionadas com as diferentes atividades dos empreendimentos ou projetos apresentados aos órgãos ambientais competentes, em que o processo de avaliação de impacto ambiental(AIA) é vinculado pela legislação, fomentando desta forma três licenças fundamentais para seu pleno funcionamento e cumprimento das etapas de sua existência (ROSA; FRACETO e MOSCHINI, 2012). 11 A) Licença Prévia: Ato pelo qual o administrador aprova a localização e a concepção do empreendimento ou atividade, atestando sua viabilidade ambiental estabelecendo requisitos básicos e condicionantes a serem atendidos nos próximos passos de sua implementação; B) Licença de Instalação: Expresso consentimento para o inicio da implementação do empreendimento ou atividade, de acordo com as especificações constantes dos planos, programas e projetos aprovados, incluindo as medidas de controle ambiental e demais condicionantes; C) Licença de Operação: Manifesta concordância com a operação da atividade ou empreendimento, após76y a verificação do efetivo cumprimento do que consta nas licenças anteriores, com as medidas de controle ambiental e condicionantes então determinadas (CONAMA Nº 237/97 pág. 03). Segundo a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável - SEMAD (2014) estão dispensados de licença ambiental empreendimentos ou atividades que não são causadoras de impactos significativos ao meio ambiente. Porém, o mesmo deve-se requerer obrigatoriamente a Autorização Ambiental de Funcionamento (AAF), um processo mais simples de regularização que pode ser realizado pelo órgão municipal local, através dos poderes adquiridos pela Lei Complementar nº 140/2011. Considerando que o Licenciamento ambiental é uma maneira de prevenir a degradação e a poluição do meio ambiente, no município de Belo Horizonte, sua efetivação se baseia na DN Nº 74/2012, que descreve sobre a as atividades e empreendimentos que afetam o meio ambiente por meio de suas potencialidades poluidoras, caracterizando quais atividades são dispensadas da licença e quais são passíveis da mesma. Seiffert (2011), afirma que o surgimento de novas normas e a procura por parte das empresas de uma imagem mais ambientalmente correta, tem sido induzido por uma mudança de hábitos de consumo, proporcionado pelo crescimento da preocupação ambiental. Conforme Dias (2006), “A implantação da norma ISO 14000 possibilita a padronização de procedimentos de avaliação e sistematização de processos ambientalmente corretos no âmbito interno das empresas”. As empresas têm sido uma das maiores responsáveis pela degradação do meio ambiente. Por esta razão, começaram a serem cobradas, no sentido de recuperar os danos por elas causados (SANTOS; SCHENINI; OLIVEIRA 2001). A busca na preservação do meio ambiente traz consigo um diferencial de competitividade, aumentando o número de empresas que internalizam o Sistema de Gestão Ambiental (SGA). Esses sistemas de gerenciamento ambiental precisam ser 12 monitorados e avaliados no sentido de verificar se os objetivos pré-estabelecidos estão sendo cumpridos. Para tal, começa a ser implantada a chamada auditoria ambiental, uma ferramenta que contribui com o controle e eficácia do sistema e consequentemente melhores resultados (VIEIRA, 2011). Valle (2002), afirma que a certificação e auditoria é um instrumento de gestão que propicia uma avaliação sistemática periódica documentada e objetiva. Desta forma, tem como objeto fiscalizar e limitar os impactos de suas atividades que incide sobre o meio ambiente. Como ferramenta de minimização de impactos pode-se elaborar uma matriz de aspecto e impacto ambiental, identificando os danos e medidas de mitigação dos mesmos (PIMPÃO, 2011). Para Oliveira e Moura (2009), a elaboração da MAI pode ser caracterizada pela Metodologia Espontânea (Ad Hoc), ou seja, é a forma mais simples e objetiva de avaliação, adequadas para casos dos quais existem escassez de dados. Os Impactos caracterizados por esta metodologia geralmente são aplicados pelo método de brainstorming, classificando os graus de impacto da seguinte forma: Alta Gravidade – Somatório resultante = 7 a 9 - Impacto Ambiental Significativo: Obrigatoriamente estes impactos devem ser minimizados com Programas Ambientais e/ou monitoramentos. Média Gravidade – Somatório resultante = 4 a 6 - Impacto Ambiental Moderado: Prever medidas de controle ambiental, podendo possivelmente ser incluídos nos Programas Ambientais. Baixa Gravidade – Somatório resultante = 1 a 3 - Impacto Ambiental Desprezível: Apresentar medidas de melhoria. Neste sentindo, após a identificação destes impactos, o monitoramento e controle da poluição ambiental podem ser realizados de maneira mais eficaz, correlacionando com a natureza e atividade do empreendimento. Se a poluição é através de emissão de gases atmosféricos, se através de efluentes lançados nos recursos hídricos e solos, se é através de resíduos sólidos, cada um obterá um tipo de processo e tratamento específico proporcionando eficiência na finalização do processo (PEARSON, 2011). 13 Como exemplo, pode-se citar os empreendimentos automotivos que são atividades desenvolvidas por oficinas mecânicas e que estão relacionados à reparação de veículos automotores, gerando diferentes tipos de resíduos sólidos e efluentes que precisam de tratamento adequado para que seu descarte (INEA, 2013). As principais atividades como: troca de óleo lubrificante, fluidos de arrefecimento e hidráulicos, troca e limpeza de peças, retífica de motores, injeção eletrônica, suspensão, freios, regulagem de motor, alinhamento e balanceamento, entre outras desenvolvidas por oficinas mecânicas, geram grande quantidade de resíduos sólidos e líquidos. Entre os principais resíduos encontram-se as peças usadas, pneus, latarias, flanela, estopas sujas, papelão e embalagens de peças e de óleos lubrificantes (NUNES; BARBOSA, 2012). Os resíduos sólidos são classificados, segundo a NBR-10.004 da ABNT, de acordo com características de periculosidade apresentada, sendo Classe I (perigosos) ou Classe II (não-perigosos) sendo classe II A – Inertes e Classe II B - Não inertes. Dessa forma, o tratamento, armazenamento, transporte e destinação final dos mesmos devem seguir diretrizes normativas para controle e prevenção de possíveis impactos ambientais. Segundo a classificação da NBR 10.004 são determinados resíduos nos estados sólidos e semi-sólidos, resultantes das atividades industriais, domésticas, hospitalares, comerciais, agrícolas, de serviços e de varrição. Também são classificados os lodos provenientes de sistemas de tratamento de água, aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição. Nesta linha de pensamento, são determinados resíduos líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos e corpos de água, ou exijam para isso soluções técnicas e economicamente inviáveis para a melhor tecnologia disponível. Ainda conforme a NBR 10004, os resíduos classe I – Perigosos - são todos os resíduos que possuem propriedades físicas, químicas ou infectocontagiosas, as quais podem causar riscos à saúde pública e/ou riscos ou danos ao meio ambiente, quando gerenciados de forma inadequada. Para que um resíduo seja apontado e considerado perigoso, deve estar contido nos anexos A ou B da NBR 10004 ou apresentar uma ou mais das seguintes características, (inflamabilidade, 14 corrosividade, reatividade, toxicidade e patogenicidade), como por exemplo, o óleo, estopas contaminadas com o óleo. Os resíduos classe II – Não Perigosos - são divididos em inertes e não inertes, sendo considerados resíduos classe II-A(Não Inertes), os resíduos que apresentam propriedades como biodegradabilidade, combustibilidade ou solubilidade em água e não se enquadram na classificação acima, como por exemplo o papelão e papel, Classe - I Perigosos e nem na classe II-B (Inertes), (NBR 10004). Já os resíduos classe II-B (Inertes), são todos os resíduos que quando amostrados de uma forma representativa, segundo a ABNT NBR 10007, e submetidos a um contato dinâmico e estático com água destilada ou deionizada, à temperatura ambiente, conforme ABNT NBR 10006, não tiverem nenhum de seus constituintes solubilizados a concentrações superiores aos padrões de potabilidade de água, excetuando-se aspecto, cor, turbidez, dureza e sabor, como por exemplo peças metálicas. A separação na fonte é uma estratégia fundamental para garantir a reciclagem de resíduos. A contaminação de qualquer resíduo com óleo lubrificante automotivo usado pode inviabilizar técnica ou financeiramente o gerenciamento. A segregação contribui para um menor volume de resíduos perigosos a ser tratado ou disposto em Aterros de Resíduos Perigosos. Após a separação na fonte, os resíduos devem ser adequadamente armazenados, aguardando o encaminhamento ao tratamento ou a disposição final. (ABRAMAC, 2008 pág. 39). A separação correta e criteriosa permite o tratamento diferenciado, a racionalização de recursos despendidos e facilita a reciclagem (MAROUN, 2006). Conforme Cunha e Filho (2002), a primeira etapa do processo de remoção dos resíduos sólidos corresponde à atividade de acondicionamento do lixo. Podem ser utilizados diversos tipos de vasilhames, como: vasilhas domiciliares, tambores, sacos plásticos, sacos de papel, contêineres comuns, contêineres basculantes, entre outros. Para facilitar o processo de separação dos resíduos a Resolução CONAMA N°275/01 (1999), estabelece o código de cores para os diferentes tipos de resíduos, a ser adotado na identificação de coletores e transportadores, bem como nas campanhas informativas para a coleta seletiva: 15 AZUL: papel/papelão. VERMELHO: plástico. VERDE: vidro. AMARELO: metal. PRETO: madeira. LARANJA: resíduos perigosos. BRANCO: resíduos ambulatoriais e de serviços de saúde. ROXO: resíduos radioativos. MARROM: resíduos orgânicos. CINZA: resíduo geral não reciclável ou misturado, ou contaminado não passível de separação. A operação de coleta engloba desde a partida do veículo de sua garagem, compreendendo todo o percurso gasto na viagem para remoção dos resíduos dos locais onde foram acondicionados aos locais de descarga até o retorno ao ponto de partida (CUNHA, FILHO, 2002). Neste sentido, se os descartes dos resíduos são realizados de maneiras inadequadas, consequentemente diversos recursos naturais serão degradados, principalmente os solos, objetivando a insalubridade, sendo necessário adotar medidas remediadoras para recuperá-lo e/ou restaurá-lo (ALBERTE, CARNEIRO, KAN, 2005). Em um contexto de um mundo industrializado, antigamente não se preocupava significativamente com o conceito de “Áreas Contaminadas”. Através da conscientização que se deu no final da década de 70 e início da década de 80, após vários eventos que aconteceram em diversos países, ocorreu uma maior atenção a este assunto. Desta forma, deixava-se de lado a percepção de que o solo era um receptor limitado de substâncias nocivas descartáveis e que tinha o potencial de autodepuração dos mesmos (CETEBS/GTZ, 2001). Desde então, o gerenciamento de áreas degradadas, trata-se de um mecanismo que tem por objetivo analisar, identificar e investigar a área como um todo. Através destes processos e por meio de relatórios pode-se vir a averiguar onde se encontra a fonte poluidora e/ou a presença de poluentes que ocasionam riscos a este meio (ARAÚJO, 2010). 16 Uma área contaminada pode ser definida como uma região, local ou terreno onde há comprovadamente poluição ou contaminação causada pela introdução de quaisquer substâncias ou resíduos que nela tenham sido depositados, acumulados, armazenados, enterrados ou infiltrados de forma planejada, acidental ou até mesmo natural (CETESB/ GTZ, 2001). A recuperação de áreas impactadas, acima de tudo, encontra respaldo na Constituição Federal de 1988 em seu artigo Nº 225 onde se afirma que: “Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preserva- ló para ás presentes e futuras gerações” (BRASIL, 1988). No Estado de Minas Gerais há uma Deliberação Normativa Conjunta do COPAM/CERH (Conselho Estadual de Política Ambiental/Conselho Estadual de Recursos Hídricos) nº 02 de 08 de setembro de 2010 que institui Programa Estadual de Gestão de Áreas Contaminadas, que estabelece as diretrizes e procedimentos para a proteção da qualidade do solo e gerenciamento ambiental de áreas contaminadas por substâncias químicas (SEMAD, 2013). Portanto, é um dever do empreendedor ter total conhecimento da legislação que o compete, tão quanto das suas atividades desenvolvidas e a forma como ela poderá ocasionar diretamente e/ou indiretamente um impacto. Sendo assim, poderá definir formas de intervenções mais adequadas, visando minimizar os danos e os riscos aos bens a proteger, gerados pela existência destas áreas (CONAMA, 2009). A base para o gerenciamento das áreas contaminadas se estabelece em dois processos: identificação e recuperação. A identificação das áreas contaminadas tem como objetivo principal sua localização que envolve quatro etapas: a definição da área de influência; a identificação de áreas potencialmente contaminadas; a avaliação preliminar, e a investigação confirmatória (CETESB/ GTZ, 2001). A etapa de investigação confirmatória, que encerra o processo de identificação de áreas contaminadas, tem como objetivo principal confirmar ou não a existência de contaminação nas áreas suspeitas, identificadas na etapa de avaliação preliminar. O processo de confirmação se baseia na amostragem do solo e/ou água subterrânea, elaborada de acordo com os resultados obtidos na avaliação preliminar. Posteriormente, é realizada a interpretação dos resultados das análises indicadas nas amostras coletadas pela comparação dos valores de concentração 17 obtidos com os valores de concentração estabelecidos em listas de padrões, definidas pelo órgão responsável pelo gerenciamento de áreas contaminadas (CETESB/ GTZ, 2001). 18 2 METODOLOGIA A presente pesquisa apresentou como proposta, estudar uma empresa de pequeno porte, identificando seus possíveis impactos ao meio ambiente, com a finalidade de promover o plano de gestão ambiental. O primeiro passo foi escolher em qual empreendimento o projeto se embasaria e quais seriam as atividades exercidas pelo mesmo. Após várias discussões e reuniões, o objeto de estudo escolhido para o trabalho em questão, foi um empreendimento automotivo, denominado como “DECAR RETIFICA”, situado na Região Metropolitana de Belo Horizonte - RMBH/Barreiro – MG, que possui como atividade principal: “Recondicionamento e recuperação de motores para veículos automotores” e atividade secundária: “Serviços de manutenção e reparação mecânica de veículos automotores” (RFB, 2014), onde atua desde 27 de abril de 2011, no seguinte endereço: Rua Faisão, nº 55 - Bairro: Flávio Marques Lisboa/BH- MG (figura 2.1). Figura2.1 – Localização do empreendimento Fonte: Adaptado do Google Earth. Os métodos utilizados para o desenvolvimento deste estudo basearam-se nas pesquisas realizadas em livros e artigos científicos, conversas diretas com o responsável pelo empreendimento e consultas nas leis e normas regulamentadas pelo município, norteando e assegurando os resultados do projeto. 19 A primeira visita técnica feita á oficina automotiva, foi realizada no dia 24 de setembro de 2014, na qual foram analisadas cada etapa do processo, constatando os dados coletados e registrando através de fotos, para que as informações fornecidas tivesse caráter probatório, colaborando com o que será apresentado no decorrer do projeto. Posteriormente, outra visita foi realizada no dia 08 de outubro de 2014, em busca de novas informações para a elaboração de um fluxograma (anexo 05) contendo todos os processos da retificação de um motor. Desta forma, foi feito um levantamento de informações, nos quais proporcionaram o progresso e aplicação no trabalho em questão, podendo assim ser elaborado o projeto de gestão ambiental do empreendimento automotivo. Com o objetivo de fornecer mais clareza e entendimento sobre os procedimentos para aplicação do SGA, ao final deste trabalho será elaborada uma matriz de aspecto e impacto (sócio) ambientais da empresa de pequeno porte e um book de licenciamento ambiental do respectivo empreendimento. Portanto, o presente trabalho caracteriza-se em um perfil investigativo, tendo em vista que o seu conteúdo se sustentará com base nas legislações e atividades relacionadas á competência ambiental. 2.1 Processos gerais e destinação final dos resíduos A oficina mecânica possui seus resíduos gerados nos mais diversos processos, de maneira que devem ser gerenciados de forma correta com a finalidade de evitar possíveis contaminações ao solo, água e ar. Além do objetivo de mitigar a produção desses, se faz necessário uma correta manipulação, armazenamento, coleta, tratamento, transporte e destino final adequado, garantindo o equilíbrio e a preservação ambiental. Durante os processos são gerados resíduos, e os mesmos são identificados por meio do fluxograma (anexo 05), sendo classificados de acordo com o seguinte quadro 2.1: 20 Quadro 2.1 – Resíduos do Processo de Retificação de Motores da Oficina Mecânica Resíduos Químicos Óleo, querosene, soda cáustica. Físicos Sucatas Biológicos Efluentes Neste empreendimento automotivo, o descarte de óleos lubrificantes é feito através do acondicionamento (disposição) de tambor. Em relação ao hidróxido de sódio (soda cáustica), acontece a reciclagem do reagente, na qual é reaproveitada várias vezes, sendo adicionada mais hidróxido de sódio no processo, e descartado em outro tambor após o seu uso constante. Com a finalização desta etapa, a empresa autorizada denominada “Óleo Usado” recolhe o óleo e o hidróxido de sódio para o reaproveitamento, validando este processo através de um certificado, que é entregue ao proprietário, comprovando a destinação correta do resíduo. Como esta coleta é realizada mensalmente, até a presente data, não foi possível anexar o certificado, pois a mesma ainda não foi realizada. Para o descarte das sucatas é feita uma doação para o depósito de ferro velho, no qual também é reciclado. Porém o proprietário do empreendimento não leva em consideração os valores perdidos neste processo, pois poderia otimizar a sua lucratividade através da venda destes materiais. Exemplo: Para a retificação do motor, perde-se aproximadamente 5 a 6 quilos de sucata. No mercado o valor do quilo é de 0,56 centavos. Sendo assim, somente neste processo o empreendedor perdeu R$ 3,36 (três reais e trinta e seis centavos), em um motor retificado. Estima-se que se durante um mês, 40 motores forem retificados o mesmo perderá R$ 134,40 (cento e trinta e quatro reais e quarenta centavos), o que poderia ser utilizado para o pagamento de uma conta de água ou de luz. 2.2 Monitoramento ambiental e controle da poluição Para facilitar o processo de separação dos resíduos (quadro 2.1), pode-se estabelecer um “código de cores” para os seus diferentes tipos, por meio da implantação de coletores (tambores – figura 2.1), para a coleta seletiva. Salienta-se que as separações valem também para as atividades de escritório, como utilização 21 de papéis, canetas e outros materiais de auxílio nas atividades administrativas do empreendimento. Desta forma, pode-se seguir a seguinte padronização das cores (quadro 2.2): Quadro 2.2 – Padrões para coleta seletiva AZUL Papel/papelão; VERMELHO Plástico; VERDE Vidro; AMARELO Metal; LARANJA Resíduos perigosos; MARROM Resíduos orgânicos; CINZA Resíduo geral não reciclável ou misturado, ou contaminado não passível de separação. BRANCO Alumínio Figura 2.1 – Padrões para coleta seletiva As principais intervenções antrópicas que propiciaram impactos ambientais significantes na área de influência do empreendimento são: emissões atmosféricas, consumo ou desperdício de energia elétrica, depósito de materiais excedentes (peças) e emissões de Ruídos. Portanto, são estes serviços, os principais balizadores da avaliação de aspectos e impactos ambientais, os quais serão descritos abaixo (quadro 2.3) e detalhados na matriz de aspecto e impacto ambiental (anexo 01) ao final deste trabalho. 22 Quadro 2.3 – Principais aspectos e impactos ambientais gerados pela oficina mecânica Aspectos Impactos Programas e medidas ambientais Legislação aplicável Emissões atmosféricas (poeira e/ou vapores tóxicos, e gases tóxicos) Alteração da qualidade do ar pelo excesso de partículas emitidas na atmosfera e gases da queima de combustíveis Programa de Controle de Emissões Atmosféricas (Ex: Implantação de filtros) Lei Municipal 4.253 de 4 de dezembro de 1985. Decreto Municipal Nº 5.893, de 16 de março de 1988 - Cap. IV. Emissão de ruído Poluição sonora / Risco a saúde humana Programa de Controle de Ruídos (Ex: Protetores auriculares e aplicação das normas vigentes) Lei Municipal 4.253 de 4 de dezembro de 1985. Decreto Municipal Nº 5.893, de 16 de março de 1988 - Cap. III (Alterado pelo decreto Municipal 9.139/97). Depósito de materiais e excedentes (peças) Risco de carreamento e assoreamento de cursos d'água devido a fatores externos (chuva, vento). Programa de Gestão de Recursos Hídricos (Ex: Descarte correto dos materiais, separação por coleta seletiva ou reciclagem) Lei Municipal 4.253 de 4 de dezembro de 1985. Decreto Municipal Nº 5.893, de 16 de março de 1988 - Cap. V. Consumo ou desperdício de energia elétrica Impactos ao meio físico e biótico provenientes da produção de energia e consumo de recursos não- renováveis. Programa de Educação Ambiental (Ex: Conscientização e a troca de lâmpadas incandescentes por florescentes) Lei Federal nº 9.795, de 27 de abril de 1999. Conforme a legislação vigente no município de Belo Horizonte (Lei nº 6.819 art.º 1), pode-se afirmar que para a instalação de uma oficina mecânica, é necessária a implantação de uma caixa de separação de água e óleo. Segundo a COPASA (2014), para a implantação dessas caixas separadoras, é disponibilizado um projeto padrão (anexo 06), para a construção em empreendimentos que se fazem necessária à utilização das mesmas.Para melhor esclarecimento o Instituto Estadual do Ambiente - INEA (2014) descreve todos os passos para a construção do sistema separador de óleo de uma oficina mecânica. 23 Caixa retentora de areia - a caixa de areia gradeada serve para a retenção do material mais pesado e grosseiro arrastado pela água na lavagem de veículos e das instalações. A lama retida e acumulada nas caixas de areia deverá ser removida quando o volume de sólidos atingirem metade da profundidade da caixa, devendo ser armazenada adequadamente para destino final apropriado em aterro sanitário. Caixa separadora de óleo - a caixa separadora de óleo tem a função de separar os óleos e graxas do restante do despejo. Os óleos e graxas tendem a flutuar na caixa e através de uma tubulação. Para definição do tamanho das caixas, deverá ser estimado o consumo de água nas atividades envolvidas. As caixas separadoras devem sofrer limpezas periódicas para remoção de borras que normalmente depositam-se no fundo, comprometendo a eficiência da separação de água e óleo. Toda vez que a camada uniforme de óleo for removida, deve-se verificar o nível da borra depositada no fundo da caixa através da imersão de uma vareta comprida. Caixa coletora de óleo - a caixa coletora de óleo serve para receber o óleo que vem da caixa separadora. É um depósito que deve ser esvaziado periodicamente. O óleo deve ser então, encaminhado para a reciclagem. E assim pode-se fazer o descarte da sua água para o esgoto. Neste processo, pode-se reaproveitar esta água para ouso sanitário, realocando esta água em um tambor acima do nível do banheiro e sob o efeito de gravidade, utilizando para a descarga. Para a oficina que já possui as devidas instalações (figura 2.2), cabe à mesma operacionalizar o monitoramento contínuo, para que não venha ocorrer algo tipo de contaminação ou impacto ao meio ambiente. 24 Figura 2.2 – Caixas de separação de água e óleo da oficina 2.4 Licenciamento ambiental Conforme a DN-74/2012, esta oficina mecânica não é passível de licenciamento ambiental, pois, não se enquadra dentro dos padrões estabelecidos pela norma como apresentados pelos (quadros 2.4 e 2.5). Quadro 2.4 - Classificação do porte dos empreendimentos industriais Área utilizada (m²) <1200 1200<área<3600 3.600 a 6000 Número de funcionários <30 P M M 30 a 70 M M M < 70 M G G Fonte: PBH – Deliberação Normativa Nº74/2012 25 Quadro 2.5 - Classificação do porte da oficina mecânica OFICINA DECAR RETÍFICA Número de funcionários 03 Área utilizada 105 m². Pode-se afirmar que este empreendimento classifica-se em pequeno porte, com o número de funcionários inferior a 30 e área menor que 1200m², por esta razão não será enquadrado como de repercussão ambiental significativa, portanto não se faz necessário o licenciamento ambiental. Porém, é obrigatória a petição do alvará de localização para o seu funcionamento. 2.5 Política ambiental Embora o empreendimento não seja passível de licenciamento ambiental é de extrema importância que exista uma política ambiental internalizada e o conhecimento das leis que se conectam diretamente com as atividades da empresa. A organização deve adequar sua Política Ambiental de acordo com sua missão, visão e valores na busca de promover sua imagem perante o mercado, a sociedade e todas as outras partes interessadas. Desta forma, o empreendimento precisa operacionalizar a Integração da Política Ambiental às demais políticas da empresa, bem como o atendimento à Legislação Ambiental além do cumprimento dos compromissos ambientais assumidos. Vale ressaltar que o bom aperfeiçoamento de processos e incorporação de novas tecnologias visando à melhoria contínua do desempenho ambiental, fortalece a política ambiental do empreendimento. 2.6 Sistema de Gestão Ambiental O Sistema de Gestão Ambiental contempla orientações quanto à implantação de atitudes ecologicamente corretas, em especial para o micro e pequeno empreendimento na sua gestão, baseadas na Norma ABNT NBR ISO 14001:2004. De acordo com o planejamento que será proposto ao empreendimento, se seguido de forma metódica, poderá prevenir e gerir seus principais impactos ambientais e 26 terá a possibilidade de disseminação de atitudes ambientais corretas junto aos seus clientes, introduzindo na cultura empresarial o compromisso com a responsabilidade ambiental. Levando em consideração os riscos e danos causados a integridade ou saúde humana em seu ambiente de trabalho, chamados de riscos ambientais, segundo Barbosa Filho (2011), caberá ao gestor deste ambiente executar um roteiro de atividades que culminará na eliminação ou na minimização de tais possibilidades, identificando todo e qualquer risco, devendo ser avaliadas quanto a sua potencialidade danosa e chances de ocorrência. Além de medições e observações in loco, poderão ser feitas analises a partir de imagens reproduzidas e coletas de amostras diversas para serem estudadas adequadamente. Partindo deste pressuposto, a aplicabilidade dos Programas Ambientais do SGA proposto, estão disponíveis em anexo, juntamente com o Mapa de Área de Risco, vinculados aos aspectos e impactos ambientais do empreendimento. 27 3 RESULTADOS Neste presente trabalho, foram propostos diversos programas ambientais para a oficina mecânica “DECAR RETÍFICA”, com o objetivo de prevenir e minimizar possíveis impactos ao meio ambiente. Apesar de ser um empreendimento de pequeno porte e de impacto ambiental insignificativo, o mesmo não se faz dispensável do cumprimento das leis e normas vigentes. Desta forma serão apresentados o que foi implementado ou não, por meio deste plano de gestão ambiental. Com relação à reciclagem (reutilização constante) do hidróxido de sódio, a lei não traz nenhum dispositivo que impeça a sua reutilização, como é feito na oficina. Diante disso, não se pode aferir que sua ação é contra as normas legais, pois até o momento não há nada que comprove que tal prática é ilegal ou prejudicial ao meio ambiente. No que diz respeito ao acondicionamento interno de óleos e hidróxido de sódio (soda cáustica), a prática utilizada pelo empreendimento, de colocá-los em tambores para destinação final é correta. Segundo Art. 3º da Resolução CONAMA nº 362/2005 não existe uma padronização específica para alocação dos resíduos, desde que os contaminantes sejam transportados de forma segura e em lugar acessível à coleta, como recipientes adequados e resistentes a vazamentos, de modo que não venha à contaminar o meio ambiente. Portanto, para esta atividade específica, o empreendimento tem seguido as normas como previsto na resolução do CONAMA. Referente ao plano de coleta seletiva e padronização das cores que foi proposto para a oficina automotiva, observou-se que, o mesmo não foi implementado, impedindo que possíveis melhorias para sua imagem empresarial e ambiental fossem alcançadas. Com isso foram evidenciados que os resíduos de papelão e panos contaminados com óleos, são descartados juntamente com o lixo comum, sendo esta prática inadequada tanto para o meio ambiente, quanto para a sociedade. Tendo em vista que os mesmos podem atingi-la de forma indireta, pela possível contaminação que estes resíduos podem ocasionar aos diversos recursos naturais, quando não descartados de forma correta. No que se refere à política ambiental, a empresa “DECAR-RETIFICA”,não prioriza a otimização e melhoria de seus processos e desempenhos ambientais. Sendo que o único processo de adequação ambiental presente na mesma, foi 28 implementado apenas por ser uma condicionante para a aquisição do Alvará de Localização e Funcionamento, e consequentemente sua operação. Mediante o conteúdo proposto pelo Programa de Gestão Ambiental, o empreendedor não demonstrou interesse em aplica-lo, devido a extensa demanda de tempo e alto custo para sua implementação. No entanto em relação á alguns dos principais aspectos e impactos elencados, o mesmo se comprometeu em adequá-los de acordo com as leis vigentes conforme o quadro 3.1. 3.1 – Principais Aspectos e Impactos gerados pela oficina mecânica – Aplicabilidade Aspectos Impactos Programas e medidas ambientais Legislação aplicável Aplicabilidade Emissões atmosféricas (poeira e/ou vapores tóxicos, e gases tóxicos) Alteração da qualidade do ar pelo excesso de partículas emitidas na atmosfera e gases da queima de combustíveis Programa de Controle de Emissões Atmosféricas (Ex: Implantação de filtros) Lei Municipal 4.253 de 4 de dezembro de 1985. Decreto Municipal Nº 5.893, de 16 de março de 1988 - Cap. IV. Conforme proposto ao empreendimento, até o presente momento não houve interesse em efetuar os programas ambientais necessários conforme a lei. Emissão de ruído Poluição sonora / Risco a saúde humana Programa de Controle de Ruídos (Ex: Protetores auriculares e aplicação das normas vigentes) Lei Municipal 4.253 de 4 de dezembro de 1985. Decreto Municipal Nº 5.893, de 16 de março de 1988 - Cap. III (Alterado pelo decreto Municipal 9.139/97). Conforme proposto ao empreendedor o mesmo se interessou em efetuar melhorias sobre os EPIs e conscientizar seus funcionários sobre a importância do uso. Depósito de materias e excedentes (peças) Risco de carreamento e assoreamento de cursos d'água devido a fatores externos (chuva, vento). Programa de Gestão de Recursos Hídricos (Ex: Descarte correto dos materiais, separação por coleta seletiva ou reciclagem) Lei Municipal 4.253 de 4 de dezembro de 1985. Decreto Municipal Nº 5.893, de 16 de março de 1988 - Cap. V. Conforme proposto ao empreendimento, até o presente momento não houve interesse em efetuar os programas ambientais necessários conforme a lei. Consumo ou desperdício de energia elétrica Impactos ao meio físico e biótico provenientes da produção de energia e consumo de recursos não-renováveis. Programa de Educação Ambiental (Ex: Conscientização e a troca de lâmpadas incandescentes por florescentes) Lei Federal nº 9.795, de 27 de abril de 1999. Conforme proposto ao empreendedor, o mesmo demonstrou grande interesse em mitigar os gastos. 29 4 CONCLUSÃO Atualmente, a questão ambiental é uma realidade diária na vida de grande parte da sociedade, isto se dá também em função da disseminação de informações sobre o tema. Sendo assim, o setor econômico é o protagonista dessas grandes discussões refletindo em seus aspectos e impactos ambientais. Com base nisso, medidas corretivas e preventivas têm sido desenvolvidas para que a ocorrência destes impactos sejam minimizados, garantindo um crescimento ambiental saudável e sustentável, trabalhando de forma preventiva para qualquer exigência legal e geração de passivo ambiental, proporcionando um meio ambiente saudável. A partir dos fatos mencionados, pode-se corroborar que a oficina mecânica “DECAR Retífica” é uma empresa de pequeno porte, possuindo alvará de localização e funcionamento expedido pela Prefeitura de Belo Horizonte, mas que precisa conhecer e se preocupar mais com as Legislações e normas vigentes no ordenamento jurídico tanto na esfera Federal, Estadual e Municipal. Conforme apresentado na DN Municipal Nº 74/2012, o empreendimento em questão não é passível de licenciamento ambiental como já descrito no decorrer do trabalho, pois não se enquadra dentro das normas vigentes, corroborando que suas atividades não são de impactos significativos, embora todo empreendimento de alguma forma cause algum tipo de impacto ao mesmo. Diante do exposto, observa-se a importância da implantação do sistema de gestão ambiental interno como uma ferramenta, de otimização da lucratividade e redução dos gastos e possíveis alterações ao meio ambiente. Entretanto, somente o plano de Gestão Ambiental não é suficiente para resolver todas as questões ambientais, precisa-se fazer muito mais, porém começar com um SGA será um grande diferencial. 30 REFERÊNCIAS ABNT. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT. NBR ISO 10004. Resíduos Sólidos – Classificação. Rio de Janeiro: 2004. ABNT. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT. NBR ISO 14001. 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Disponível em: http://www.facimed.edu.br/site/revista/?onChange=Ler&ID=59 Acesso em: 09 set. 2014. 33 Anexo 01 – Matriz de Aspecto e Impactos CÓDIGO ASPECTO IMPACTO 1 Emissões atmosféricas (poeira e/ou vapores tóxicos, e gases tóxicos) Alteração da qualidade do ar pelo excesso de partículas emitidas na atmosfera e gases da queima de combustíveis 2 Emissão de ruído Poluição sonora /Risco a saúde humana 3 Deposito de materiais excedentes ( Peças ) Risco de carreamento e assoreamento de cursos d'água devido a fatores externos (chuva, vento). 4 Geração, armazenamento e destinação final de resíduos perigosos, inclusive solo e / ou resíduos (entulho, estopa, serragem) contaminados com óleo combustível, lubrificante ou derivados do petróleo Alteração da qualidade do solo, da água e do ar pelos poluentes / Risco a saúde humana. 5 Disposição, manuseio e transporte de resíduos não contaminados e/ou recicláveis Atração de vetores. 6 Consumo ou desperdício de energia elétrica Impactos ao meio físico e biótico provenientes da produção de energia e consumo de recursos não-renováveis. 7 Limpeza rotineira - Varrição ou Água poluída Contribui para alteração da qualidade do solo e água. 8 Áreas degradadas Perda das propriedades do solo. 9 Risco de incêndios Danos diversos materiais, a saúde e ao meio ambiente. 10 Geração de efluentes líquidos Risco de contaminação de solo. 11 Geração de efluentes líquidos Rico de Contaminação da Aguá. 12 Vazamento de óleo combustível ou lubrificante Alteração da qualidade do solo. 13 Vazamento de óleo combustível ou lubrificante Alteração da qualidade da água. 14 Vazamento de óleo combustível ou lubrificante Alteração da qualidade do Ar. 15 Vazamento de óleo combustível ou lubrificante Risco a Saúde Humana. 16 Manutenção e limpeza de ferramentas, equipamentos, máquinas e veículos. Alteração da qualidade água pelos resíduos e efluentes gerados. 17 Manutenção e limpeza de ferramentas, equipamentos, máquinas e veículos. Alteração da qualidade do solo e água pelos resíduos e efluentes gerados. 34 Anexo 01 – Matriz de Aspecto e Impactos CÓDIGO ASPECTO IMPACTO 18 Circulação e operação de equipamentos, máquinas e veículos Risco a saúde humana. 19 Circulação e operação de equipamentos, máquinas e veículos Alteração da qualidade da água. 20 Circulação e operação de equipamentos, máquinas e veículos Alteração da qualidade do ar. 21 Áreas degradadas Carreamento de sedimentos e assoreamento de cursos d'água e sistemas hidráulicos. 22 Disposição, manuseio e transporte de resíduos não contaminados e/ou recicláveis Obstrução de acessos. 23 Disposição, manuseio e transporte de resíduos não contaminados e/ou recicláveis Diminuição da vida útil dos aterros. 24 Emissão de ruído Risco a saúde humana 25 Deposito de materiais excedentes (Peças) Alteração dos aspectos cênicos da paisagem. 35 Anexo 02 - Planilha de Aspectos, Impactos e Programas Ambientais RETIFICA DE MOTORES AUTOMOTIVOS Atividade / Serviço Código do Aspecto Aspecto Ambiental Frequência Fase Impacto Real / Potencial Abrangência Severidade Gravidade Classificação Operação de retifica de motores automotivos 1 Emissões atmosféricas (poeira e/ou vapores tóxicos) 2 Operação Alteração da qualidade do ar pelo excesso de partículas emitidas na atmosfera / R 2 2 6 MÉDIA GRAVIDADE 2 Emissão de ruído 2 Operação Poluição sonora R 2 2 6 MÉDIA GRAVIDADE 7 Limpeza rotineira - Varrição ou Água poluída 2 Operação Contribui para alteração da qualidade do solo. R 1 2 5 MÉDIA GRAVIDADE 7 Limpeza rotineira - Varrição ou Água poluída 2 Operação Contribui para alteração da qualidade do água. R 1 2 5 MÉDIA GRAVIDADE 5 Disposição, manuseio e transporte de resíduos não contaminados e/ou recicláveis 3 Operação Risco de contaminação do solo, da água. R 2 2 7 ALTA GRAVIDADE 36 Anexo 02 - Planilha de Aspectos, Impactos e Programas Ambientais RETIFICA DE MOTORES AUTOMOTIVOS Atividade / Serviço Código do Aspecto Aspecto Ambiental Frequência Fase Impacto Real / Potencial Abrangência Severidade Gravidade Classificação 5 Disposição, manuseio e transporte de resíduos não contaminados e/ou recicláveis 3 Operação Risco de contaminação do solo, da água. R 2 2 7 ALTA GRAVIDADE 5 Disposição, manuseio e transporte de resíduos não contaminados e/ou recicláveis. 3 Operação Risco de contaminação da água. R 2 2 7 ALTA GRAVIDADE 5 Disposição, manuseio e transporte de resíduos não contaminados e/ou recicláveis 3 Operação Diminuição da vida útildos aterros R 2 2 7 ALTA GRAVIDADE 5 Disposição, manuseio e transporte de resíduos não contaminados e/ou recicláveis 3 Operação Atração de vetores R 2 2 7 ALTA GRAVIDADE 6 Consumo ou desperdício de energia elétrica 2 Operação Impactos ao meio físico e biótico provenientes da produção de energia e consumo de recursos não-renováveis. R 1 2 5 MÉDIA GRAVIDADE 8 Áreas degradadas 3 Operação Perda das propriedades do solo. R 1 3 7 ALTA GRAVIDADE 8 Áreas degradadas 3 Operação Alteração física da paisagem. R 1 3 7 ALTA GRAVIDADE 37 Anexo 02 - Planilha de Aspectos, Impactos e Programas Ambientais RETIFICA DE MOTORES AUTOMOTIVOS Atividade / Serviço Código do Aspecto Aspecto Ambiental Frequência Fase Impacto Real / Potencial Abrangência Severidade Gravidade Classificação 9 Risco de incêndios 1 Operação Danos diversos materiais, a saúde e ao meio ambiente P 3 3 7 ALTA GRAVIDADE 10 Geração de efluentes líquidos e sanitários 3 Operação Risco de contaminação de solo e água R 2 2 7 ALTA GRAVIDADE 10 Geração de efluentes líquidos e sanitários 3 Operação Risco de contaminação da água R 2 2 7 ALTA GRAVIDADE 12 Circulação e operação de equipamentos, máquinas e veículos 3 Operação Alteração da qualidade do ar pelo excesso de partículas emitidas na atmosfera. R 2 3 8 ALTA GRAVIDADE 11 Vazamento de óleo combustível ou lubrificante 1 Operação Alteração da qualidade do Ar pelos poluentes do combustível e risco a saúde humana. P 2 3 6 MÉDIA GRAVIDADE 11 Vazamento de óleo combustível ou lubrificante 1 Operação Alteração da qualidade da água, pelos poluentes do combustível e risco a saúde humana. P 2 3 6 MÉDIA GRAVIDADE 38 Anexo 02 - Planilha de Aspecto, Impactos e Programas Ambientais RETIFICA DE MOTORES AUTOMOTIVOS Atividade / Serviço Código do Aspecto Aspecto Ambiental Frequência Fase Impacto Real / Potencial Abrangência Severidade Gravidade Classificação 13 Manutenção e limpeza de ferramentas, equipamentos, máquinas e veículos 2 Implantação Alteração da qualidade do solo e água pelos resíduos e efluentes gerados R 2 3 7 ALTA GRAVIDADE 13 Manutenção e limpeza de ferramentas, equipamentos, máquinas e veículos. 2 Implantação Alteração da qualidade da água pelos resíduos e efluentes gerados R 2 3 7 ALTA GRAVIDADE 12 Circulação e operação de equipamentos, máquinas e veículos 3 Operação Possibilidade de intoxicação humana R 2 3 8 ALTA GRAVIDADE 4 Geração, armazenamento e destinação final de resíduos perigosos, inclusive solo e / ou resíduos (entulho, estopa, serragem) contaminados com óleo combustível, lubrificante ou derivados do petróleo. 3 Operação Alteração da qualidade do ar pelos poluentes. R 3 2 8 MÉDIA GRAVIDADE 39 Anexo 02 - Planilha de Aspectos, Impactos e Programas Ambientais PLANILHA DE ASPECTOS, IMPACTOS E PROGRAMAS AMBIENTAIS. RETIFICA DE MOTORES AUTOMOTIVOS Atividade / Serviço Código de cores do Aspecto Ambiental Utilizados na Tabela e Mapa de Risco Aspecto Ambiental Fase Impacto Ambiental PROGRAMAS E MEDIDAS AMBIENTAIS Operação de retifica de motores automotivos Emissões atmosféricas (poeira e/ou vapores tóxicos) Implantação Alteração da qualidade do ar pelo excesso de partículas emitidas na atmosfera Uso de mascaras de proteção para evitar a inalação de gases durante as atividades. Operação Emissão de ruído Implantação Poluição sonora. Uso de protetores auriculares. Operação Geração, armazenamento e destinação final de resíduos perigosos, inclusive solo e / ou resíduos (entulho, estopa, serragem) contaminados com óleo combustível, lubrificante ou derivados do petróleo. Implantação Alteração da qualidade da água, risco a saúde humana e ao meio ambiente Destinação adequada para cada tipo de resíduo. (coleta seletiva) Operação Disposição, manuseio e transporte de resíduos não contaminados e/ou recicláveis. Implantação Risco de contaminação do solo. Contratação de terceiros para coleta de resíduos. Disposição, manuseio e transporte de resíduos não contaminados e/ou recicláveis. Implantação Risco de contaminação da água. Contratação de terceiros para coleta de resíduos. Disposição, manuseio e transporte de resíduos não contaminados e/ou recicláveis. Implantação Risco de contaminação do ar. Contratação de terceiros para coleta de resíduos. Disposição, manuseio e transporte de resíduos não contaminados e/ou recicláveis. Implantação Diminuição da vida útil dos aterros Contratação de terceiros para coleta de resíduos. Consumo ou desperdício de energia elétrica Implantação Impactos ao meio físico e biótico provenientes da produção de energia e consumo de recursos não renováveis. Monitoramento mensal do sistema elétrico e de maquinário. Limpeza rotineira - Varrição ou Água poluída Implantação Contribui para alteração da qualidade do solo e água Reaproveitar ao água em algum processo ao invés de descartá-la no ambiente. 40 Anexo 02 - Planilha de Aspectos, Impactos e Programas Ambientais PLANILHA DE ASPECTOS, IMPACTOS E PROGRAMAS AMBIENTAIS. RETIFICA DE MOTORES AUTOMOTIVOS Atividade / Serviço Código de cores do Aspecto Ambiental Utilizados na Tabela e Mapa de Risco Aspecto Ambiental Fase Impacto Ambiental PROGRAMAS E MEDIDAS AMBIENTAIS Operação de retifica de motores automotivos Areas Degradadas Implantação Alteração física da paisagem. Plantio de espécies arbóreas ou alocação de plantas.(parte externa) Risco de incêndios Implantação Danos diversos materiais, a saúde e ao meio ambiente. Monitoramento e inspeção trimestral da area de descarte. Treinamento para funcionários de riscos de incêndios. Geração de efluentes líquidos e sanitários Implantação Risco de contaminação de solo e água Monitoramento e inspeção semanal da área de descarte. Vazamento de óleo combustível ou lubrificante Implantação Alteração da qualidade do solo, água e ar, além de riscos á saúde humana Monitoramento e inspeção semanal da área de descarte. Circulação e operação de equipamentos, máquinas e veículos. Implantação Alteração da qualidade do solo, da água e do ar / Poluição sonora / Incômodos á comunidade / Risco a saúde humana. Uso de EPI's com relação poluição sonoras. Monitoramento de poluição sonora implementando um programa de controle e ruídos. Manutenção e limpeza de ferramentas, equipamentos, máquinas e veículos. Implantação Seqüência de movimentos repetitivos, podendo causar má postura e outros problemas fisiológicos. Utilização de materiais aferidos. Treinamento de postura ergonômicas, bem como orientação postural. 41 Anexo 03 - Tabela Descritiva dos Riscos TIPO DE RISCO Químico Físico Biológico Ergonômico Mecânico COR Vermelho Verde Marrom Amarelo Azul Agentes Causadores Fumos metálicos e vapores Ruído e ou som muito alto Micro-organismos (Vírus, bactérias, protozoários). Má postura do corpo em relação ao posto de trabalho Equipamentos inadequados, defeituosos ou inexistentes. Gases asfixiantes H, He, N eCO2. Oscilações e vibrações mecânicas Lixo hospitalar, doméstico e de animais. Trabalho estafante e ou excessivo Máquinas e equipamento sem Proteção e ou manutenção Pinturas enévoas em geral Ar rarefeito e ou vácuo Esgoto, sujeira, dejetos. Falta de Orientação e treinamento Risco de queda de nível, lesões por impacto de objetos. Solventes (em especial os voláteis) Pressões elevadas Objetos contaminados Jornada dupla e ou trabalho sem pausas Mau planejamento doslayouts e ou do espaço físico Ácidos, bases, sais, álcoois, éteres, etc. Frio e ou calor e radiação Contágio pelo ar e ou insetos Movimentos repetitivos Cargas e transportes em geral Reações químicas Picadas de animais (cães, insetos, répteis, roedores, aracnídeos, etc.). Lixo em geral, fezes de animais, fezes e urina de animais, contaminação do solo e água. Equipamentos inadequados e não ergonômicos Risco de fogo, detonação de explosivos, quedas de objetos. Ingestão de produtos durante a pipetagem. Aerodispersóides no ambiente (poeiras de vegetais e minerais) Alergias, intoxicações e queimaduras causadas por vegetais. Fatores psicológicos (não gosta do trabalho, pressão do chefe, etc.) Risco de choque elétrico (correte contínua e alternada) Fonte: BARBOSA FILHO, ANTONIO NUNES - Segurança do Trabalho e Gestão Ambiental. 2011. 42 Anexo 04 - Mapa de Aréa de Risco – Oficina Mecanica “Decar Retifica" LEGENDA: Risco Químico Risco Leve Risco Biológico Risco Médio Risco Ergonômico Risco Grande Risco Mecânico Risco Físico Fonte: http://www.areaseg.com/sinais/mapaderisco.html BARBOSA FILHO, ANTONIO NUNES - Segurança do Trabalho e Gestão Ambiental. 2011. 43 Anexo 05 - Fluxograma dos Processos da Mecânica Automotiva SIM NÃO NÃO SIM NÃO SIM Motor carro Verificar motor do carrodanifi cado Devolução cliente Aprovado pelo cliente Desmontagem do motor Reaproveitar peças Lavagem das peças Descarte de peças usadas(6 quilos, sucata) Bloco e eixo do motor (usinagem) Montagem do motor Testes do motor Entrega para o cliente Entrada: água com sabão. Saída: água com óleo (descarte para caixa de areia). . Entrada: panos e papelões novos Saída: óleos e graxas usados, resíduos de óleo ou graxa no pano, resíduos de óleo ou graxa no papelão. Entrada: peças novas, óleo sintético (4 litros), graxa nova, pano e papelão novos. Saída: resíduos de óleo ou graxa no pano, resíduos de óleo ou graxa no papelão. Gerar orçamento 44 Anexo 06 – Modelo Caixa Separadora Oficina Mecânica Automotiva
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