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TRAUMATISMOS NA DENTIÇÃO DECÍDUA E SUAS CONSEQUÊNCIAS NA DENTIÇÃO PERMANENTE

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TRAUMATISMOS NA DENTIÇÃO DECÍDUA E SUAS CONSEQUÊNCIAS NA DENTIÇÃO PERMANENTE
Jéssica Vasconcelos Sampaio
Keitelin Íris Ferreira dos Santos
Sônia Maria Queiroz de Oliveira (Orientadora)
RESUMO
Os traumatismos dentários ocorridos durante a infância podem trazer diversas sequelas na dentição permanente. Pode-se definir traumatismo na odontologia como uma desordem que provoca lesões nas diversas estruturas dentárias e que são provocadas por uma ação mecânica externa e violenta. O objetivo desse resumo é elucidar as consequências dos traumatismos na dentição decídua em relação à dentição permanente por meio de revisão bibliográfica. Em suma, devido a importância dos dentes decíduos para a formação da dentição permanente pode-se concluir que evitar todo e qualquer traumatismo é fundamental para a formação da dentição permanente de forma saudável e sem sequelas. 
PALAVRAS CHAVE
Infância; Traumatismo; Dentição decídua; Dentição permanente.
ABSTRACT
Dental trauma occurring during childhood can have several sequelae in the permanent dentition. It is possible to define traumatism in dentistry as a disorder that causes lesions in the various dental structures and that are provoked by an external and violent mechanical action. The purpose of this summary is to elucidate the consequences of trauma to the deciduous dentition in relation to the permanent dentition through a bibliographic review. In conclusion, due to the importance of deciduous teeth for permanent dentition formation, it is possible to conclude that avoiding any trauma is fundamental for the formation of permanent dentition in a healthy and no sequels ways.
KEY WORDS
Childhood; Trauma; Deciduous dentition; Permanent dentition
INTRODUÇÃO
A cavidade bucal é uma região anatômica passível de sofrer inúmeros traumatismos devido a sua localização e delicadeza de estruturas. Aderido a essa delicadeza, tem-se a infância, período caracterizado pelo aprendizado, experimentação, crescimento e amadurecimento corporal. Nessa perspectiva, o artigo objetiva-se a relacionar os traumatismos na dentição decídua da criança com as suas consequências na dentição permanente do adulto. Desse modo, para investigar sobre o assunto foi utilizado o método de revisão bibliográfica de conceitos e definições, a fim de esclarecer e enfatizar a importância dos cuidados em relação aos traumas bucais na infância. 
DEFINIR INFÂNCIA
A conceituação de infância se faz através de variados pontos de vista já que possui significado amplo. A compreensão do que é ser criança modifica-se em função da época em que se vive, entre sociedades e até mesmo dentro de uma mesma sociedade, sofrendo influência do momento histórico, da cultura e da relação destes com aqueles que os rodeiam (PIMENTEL; ARAÚJO, 2007).
A construção de um conceito social para a infância se concretiza a partir do estabelecimento de valores morais e condutas esperadas por parte delas, sendo assim, só podemos falar de uma invenção social da infância a partir do século XVIII em que há a criação de um estatuto para essa faixa etária e posteriormente a invenção da adolescência no século XIX (CORSARO, 2003).
O ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) baseia-se no paradigma de que crianças e adolescentes são sujeitos de direito e obrigações, dando aos menores de 18 anos a garantia de direitos e deveres regulamentados pela Constituição de 1988. Em especial considera a condição de desenvolvimento dos menores, que devem ser protegidos pela família, pela sociedade e pelo Estado. (CONSELHO ESTADUAL DOS DIREITOS DA CRIANÇA et al., 1990).
A compreensão que se tem de infância e de infantil é marcada pela trama conceitual própria à teoria que a sustenta. Na teoria de Piaget, fica claro que a criança não pode ser considerada como um pequeno adulto. Ser criança em relação ao adulto não se assemelha à maquete em relação ao prédio que ela representa. Significa possuir um arcabouço cognitivo, afetivo e moral específico, tecido na confusão entre a subjetividade e a objetividade inicial. Tudo isso ocorre a partir de quatro fatores: maturação, experiência física com os objetos, relacionamento social e autorregulação ou equilibração. (MACIEL, 2016).
CONCEITUAR TRAUMATISMO
O traumatismo ou Lesão é causado em um corpo vivo pela aplicação de força ou violência externa. Do grego traûma, traumatos, traumatismós, que significa “ferida”, “dano” ou “avaria” (WEISZFLOG, 2018).
Um dos primeiros estudos sobre traumatismos dentários foi realizado no Canadá na década de 1960, onde foram avaliadas crianças de sete escolas públicas do país que apresentaram dentes fraturados. Uma das conclusões foi que a ocorrência mais frequente era advinda de acidentes automobilísticos ou de quedas e que, o gênero mais frequentemente acometido era o masculino numa proporção de 2,5:1 em relação ao gênero feminino (SOUZA FILHO et al.,2009)
Neste sentido, os traumatismos são peculiares na cavidade bucal. A cavidade bucal é uma região do corpo, que pela sua localização anatômica, é passível de sofrer inúmeros traumatismos. No que se refere a traumas dentoalveolares, a Odontologia, Educação Física e Enfermagem estão entre as áreas de saúde que tem contato direto ou indireto com este tipo de injúria decorrente das suas atribuições específicas (SANTOS, 2011).
Podemos caracterizar traumatismo na odontologia como um transtorno provocado por lesões nas estruturas dentais, peri e paradentais provocadas por uma ação mecânica ou por agentes externos violentos, imprevistos e acidentais. Dentro desse âmbito ainda podemos diferenciá-los dos microtraumatismos, que são originados no próprio organismo derivados de anomalias ou vícios de articulação dental ou temporomandibular (ANTUNEZ,2004). Nessa perspectiva, devido os traumas dentários serem transmissões agudas de energia ao dente e às estruturas de sua sustentação, eles podem resultar desde deslocamento dentário ou esmagamento dos tecidos de sustentação até fratura do elemento dental (CASTRO; DE MELLO, 2013).
Para melhor compreensão ainda podemos dividir os traumatismos externos em simples, complicados, complexos e combinados. Traumatismos simples seriam aqueles causados por golpes de pouca violência onde o dente não sofre externalização, porém ocorre movimentação. Já os traumatismos complicados ocorrem quando há expulsão total ou parcial do dente. Os traumatismos complexos seriam aqueles onde além do dente, também são afetadas estruturas distantes do dente como por exemplo maxila e mandíbula. Por fim os traumatismos combinados seriam a ocorrência simultânea dos traumatismos simples e complicados (ANTUNEZ, 2004).
DENTIÇÃO DECÍDUA E DENTIÇÃO PERMANENTE
 O nascimento do primeiro dente decíduo por volta do sexto mês de vida é um marco significativo na vida dos bebês e dos pais (FARACO JUNIOR,2008).
Os dentes decíduos surgem na primeira infância e são 20 em seu total, sendo 10 em cada arcada dentária. Sem a presença de pré-molares essa dentição é constituída por incisivos, caninos e molares. Quanto à morfologia, os decíduos são muito semelhantes ao permanentes porém os decíduos possuem um cor mais clara, que fez com que popularmente fossem chamados de “dentes de leite” (SARAIVA,2005); com o início da perda desses dentes decíduos eles darão lugar a uma dentição permanente caracteristicamente mais mineralizada e portanto mais resistente. 
Todos os dentes seguem um processo similar de desenvolvimento, apesar de cada dente possuir suas particularidades o processo é basicamente o mesmo. A odontogênese tem início na interação entre o epitélio oral e o ectomesênquima adjacente, o qual vai originar uma estrutura semelhante a um botão e que vai se diferenciar até que sejam formados os tecidos, o suporte dental e o dente propriamente dito. O processo é o mesmo tanto para dentes decíduos quanto para os permanentes, sendo que a dentição permanente se originará da estrutura chamada de “Broto do permanente” e se formará na parte apical dos dentes decíduos (KATCHBURIAN; ARANA,1999).
RELACIONAR ASCAUSAS E CONSEQUÊNCIAS DO TRAUMATISMO NAS DENTIÇÕES.
A Literatura demonstra uma alta prevalência de traumatismos na dentição decídua em crianças, principalmente, nas idades entre 1 e 2 anos. Nesta fase, a criança encontra-se no aprendizado do andar, e aliado aos fatores fisiológicos e comportamentais tais como, a falta de coordenação motora, a curiosidade exacerbada e a imprudência, a colocam como sujeito em potencial dos traumatismos na região da cabeça, especialmente na boca (BIJELLA et al., 1990; GARCIA-GODOY;GARCIA-GODOY; GARCIA-GODOY, 1987).
Devido a posição anatômica dos dentes decíduos em relação aos dentes permanentes, existem altas chances de os traumas ocasionados na dentição decídua afetar os germes que formarão a dentição permanente. A idade em que um traumatismo acontece é de suma importância pois quanto menor a idade da criança maior será a gravidade das possíveis sequelas daquele traumatismo. O período da vida que se considera mais crítico, em relação à traumas que podem levar a distúrbios na dentição permanente, seria entre 4 meses e 4 anos de idade (GODIM et al.).
 Estudos feitos em 1971 por Andreasen (apud GODIM et al.,2011) constataram que 63% dos dentes sucessores permanentes sofreram algum tipo de sequela originária de traumatismos na dentição decídua de crianças menores de 2 anos de idade. O nível alcançado de danos nos dentes sucessores varia de acordo com o tipo de trauma, a severidade no deslocamento dentário, a idade da criança e o tratamento realizado. Apesar de esse nível não poder ser estimado com precisão, Andreasen elaborou uma lista com as principais consequências desses traumatismos dentários, entre elas estão: Duplicação radicular, dilaceração coronária ou radicular e os distúrbios na erupção do dente permanente. 
NOTAS CONCLUSIVAS
Tendo em vista os aspectos observados, conclui-se que as ocorrências dos traumatismos que afetam a dentição decídua na criança, são um dos responsáveis pelas sequelas na dentição permanente no adulto. A fase da infância é caracterizada pelo aprendizado, experimentação, curiosidade, crescimento e amadurecimento corporal. Nessa perspectiva, devido ao nascimento da dentição decídua ser característica do primeiro ano de vida e o fato de que, o nascimento da dentição permanente está fisiologicamente ligado aos dentes decíduos, os traumatismos com maiores sequelas registrados acometeram crianças nos seus primeiros 2 anos de vida. Dado o exposto, ficou claro que o período mais crítico para a ocorrência de traumatismos estaria entre os 4 meses e 4 anos de idade e que sequelas como: duplicação radicular, dilaceração coronária ou radicular e os distúrbios na erupção do dente permanente podem ser originados nesses casos. Portanto, é imprescindível uma maior atenção e conscientização sobre a dentição decídua proveniente dos pais e cuidadores das crianças, a fim de se evitar qualquer tipo de consequência na dentição permanente.
	
	
	REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
	
	
ANTUNEZ, ME. Principais problemas odontológicos dos adolescentes. Adolescência & Saúde. Rio de Janeiro:Diagraphic, 2004. Disponível em: http://adolescenciaesaude.com/detalhe_artigo.asp?id=154&idioma=Portugues. Acesso em: 13/05/2018
CASTRO, Renata Goulart; DE MELLO, Ana Lúcia Schaefer Ferreira. Eventos agudos na atenção básica: trauma dental /Santa Catarina-Florianópolis : Universidade Federal de Santa Catarina, 2013. Disponível em : https://ares.unasus.gov.br/acervo/handle/ARES/855. Acesso em: 13/05/2018
CONSELHO ESTADUAL DOS DIREITOS DA CRIANÇA et al. Estatuto da Criança e do Adolescente, Rio de Janeiro: Fundação Santa Cabrini, p.2, Jul. 1990. Disponível em: http://scholar.googleusercontent.com/scholar?q=cache:nDRXd6zj51EJ:scholar.google.com/+O+Estatuto+da+Crian%C3%A7a+e+do+Adolescente+(ECA)+completou+20+anos.+Ele+foi+implantado+em+13+de+julho+de+1990,+pela+Lei+Federal+n.%C2%BA+8.069,+em+obedi%C3%AAncia+ao+Artigo+227+da+Constitui%C3%A7%C3%A3o+Federal.+++Seu+nascimento+demandou+muita+discuss%C3%A3o+e+participa%C3%A7%C3%A3o+e,+&hl=pt-BR&as_sdt=0,5. Acesso em: 20 abr. 2018.
CORSARO, W. We’re friends, right?: inside kid’s cultures. Washington, DC: Joseph Henry, 
FARACO JUNIOR. Ítalo Medeiros et al. Conhecimentos e condutas de médicos pediatras com relação à erupção dentária. Rev. paul. pediatr. vol.26 no.3 São Paulo: 2008. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-05822008000300010. Acesso 
em: 18/05/2018
GARCIA-GODOY, F.; GARCIA-GODOY, F.; GARCIA-GODOY, F. M. Primary teeth traumatic injuries at a private pediatric dental center. Endod Dent Traumatol, Copenhagen, v. 3, n.3, p. 126-29, Jun. 1987.
GODIM, Juliana Oliveira et al. Sequelas em dentes permanentes após trauma nos predecessores decíduos e sua implicação clínica. RGO, Rev. gaúch. odontol. (Online) . vol.59. Porto Alegre Jan./Jun. 2011. Disponível em : http://revodonto.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1981-86372011000500016. Acesso em: 18/05/2018
KATCHBURIAN, Eduardo; ARANA, Victor. Histologia e Embriologia Oral: texto, atlas e correlações clínicas. In: Histologia e embriologia oral: texto, atlas e correlações clínicas. 1999.
MACIEL, Maria Regina et al. A infância em Piaget eo infantil em Freud: temporalidades e moralidades em questão. Psicologia Escolar e Educacional, v. 20, n. 2, p. 329-338, 2016. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1413-85572016000200329&script=sci_arttext. Acesso em: 23 abr. 2018.
NASCIMENTO, Cláudia Terra do; BRANCHER, Vantoir Roberto; OLIVEIRA, Valeska Fortes de. A Construção Social do Conceito de Infância: algumas interlocuções históricas e sociológicas. Revista Contexto & Educação, [S.l.], v. 23, n. 79, p. 47-63, mai 2013. ISSN 2179-1309. Disponível em: <https://www.revistas.unijui.edu.br/index.php/contextoeducacao/article/view/1051>. Acesso em: 16 abr. 2018 
PIMENTEL, A.; ARAÚJO, L.. Concepção de Criança na Pós-Modernidade. Psicol. cienc. prof. Brasília vol.27 no.2, P.185-188, jun 2007. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-98932007000200002. Acesso em: 16 Abril. 2018.
SANTOS, Marconi Eduardo Sousa Maciel et al. Nível de conhecimento dos profissionais de Enfermagem, Educação Física e Odontologia sobre traumatismo dentoalveolar do tipo avulsão. Rev. cir. traumatol. buco-maxilo-fac. 2010, vol.10, n.1, pp. 95-102. Disponível em: http://revodonto.bvsalud.org/pdf/rctbmf/v10n1/a16v10n1.pdf. Acesso em: 13 mai. 2018.
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SOUZA FILHO, Francisco José et al. Avaliação das injúrias dentárias observadas no Centro de Trauma Dental da Faculdade de Odontologia de Piracicaba – Unicamp. RFO, v. 14, n. 2, p. 111-116, maio/agosto 2009. Disponível em: http://www.seer.upf.br/index.php/rfo/article/view/717/472. Acesso em: 13/05/2018
WEISZFLOG, Walter et al. Dicionário Online Michaellis. . 13 mai 2018. Disponível em: http://michaelis.uol.com.br/moderno-portugues/busca/portugues-brasileiro/traumatismo/ . Acesso em: 13/05/2018

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