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PORTÃO DA DOR MELZACK E WALL -> os impulsos nervosos conduzidos pelas grossas fibras mielínicas de tato (fibras A beta) teriam efeitos antagônicos aos das fibras finas de dor (fibras A delta e C), pois, enquanto essas últimas fechariam, as primeiras abririam o chamado portão da dor, localizado na substância gelatinosa da coluna posterior da medula. Assim, os ramos colaterais das grossas fibras táteis dos fascículos grácil e cuneiforme que penetram na coluna posterior inibem a transmissão dos impulsos dolorosos, ou seja, fecham o portão. Por isso, pode-se entender o alívio que se sente após esfregar um membro dolorido depois de uma topada (estímulo tátil). No entanto, também existem regiões do encéfalo capazes de suprimir a dor. Estimulando-se a substância cinzenta periaquedutal, obtém-se um efeito analgésico devido às conexões da mesma com o núcleo magno da rafe, região da formação reticular rica em serotonina. As fibras serotoninérgicas partem da formação reticular para fazer sinapse com neurônios internunciais encefalinérgicos situados no núcleo do trato espinhal do trigêmeo e na substância gelatinosa, os quais inibem a sinapse dos neurônios I (gânglio espinhal/trigeminal) com os neurônios II (substância gelatinosa/núcleo do trato espinhal do trigêmeo) da via da dor por meio da liberação de encefalina, um opioide do mesmo grupo químico da morfina. A substância cinzenta periaquedutal também possui receptores para opioides, que, quando ativados, estimulam a via da analgesia (a morfina atua justamente ativando receptores de opioides da via da analgesia, o que desencadeia a sua ação). Além disso, a substância cinzenta central também recebe aferências das vias neo e paleoespinotalâmicas e do córtex somestésico primário. Por fim, antidepressivos como a fluoxetina, são eficientes também no tratamento de dores crônicas, pois aumentam a disponibilidade de serotonina nas sinapses.