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OVINOCULTURA APOSTILA BÁSICA MATERIRAL DE APOIO SUMÁRIO INTRODUÇÃO MERCADO ATUAL SITUAÇÃO ATUAL ÍNDICES ZOOTÉCNICOS RELAÇÃO OVINOS : BOVINOS TIPOS DE CRIAÇÃO RAÇA CARNE E PELE CARNE E LÃ SISTEMA DE CRIAÇÃO SISTEMA A OU EXTENSIVO SISTEMA B OU SEMI-INTENSIVO SISTEMA C OU INTENSIVO PRINCIPAIS RAÇAS OVINAS “SRD” SANTA INÊS MORADA NOVA SOMALIS RABO LARGO BERGAMÁCIA DORPER TEXEL ILE DE FRANCE SUFFOLK HAMPSHIRE DOWN SAMM CORRIDALE ROMNEY MARSH IDEAL MERINO CRUZAMENTOS SIMPLES ALTERNADOS ABSORVENTES DESCARTE ORIENTADO CONTROLE ZOOTÉCNICO ESCRITURAÇÃO INTALAÇÕES GERAIS ADAPTAÇÕES APRISCO CABANHA CENTRO DE MANEJO CREEP-FEEDING BARREIRA NEO-NATAL SERINGA/BRETE TRONCO/EMBARCADOR PÉ DE LÚVIO DIVISÓRIAS PISO BEBEDOUROS COMEDOUROS SALEIROS ESTERQUEIRA FARMÁCIA CERCAS COVENCIONAL ELETRICA TELA BAMBU LOCALIZAÇÃO/ORIENTAÇÃO MATERIAIS DIMENÇÕES GERAIS CATEGORIAS PIQUETES SANIDADE MEDIDAS PROFILÁTICAS GERAIS PRINCIPAIS EMFERMIDADES BACTERIANAS VÍRAIS PROTOZOÁRIAS FÚNGICAS PARASITÁRIAS ENDOPARASITAS ECTOPARASITAS SINTOMAS PROFILAXIA TRATAMENTOS PRODUTOS CALENDARIO PROFILÁTICO EVERMIFUGAÇÃO VACINAS CONTROLE/TRATAMENTOS QUARENTENÁRIO FÁRMACIA DOMÉSTICA MANEJO SANITÁRIO ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO NUTRIENTES ÁGUA PROTEÍNA CARBOIDRATOS LIPÍDEOS MINERAIS VITAMINAS ALIMEMTOS VOLUMOSOS AQUOSOS PASTAGEMS GRAMÍNEAS LEGUMINOSAS CAPINEIRAS SILAGENS SECOS FENO CONCENTRADOS PROTÉICOS ENERGÉTICOS MINERAIS VITAMINAS ADITIVOS RAÇÕES EXIGÊNCIAS NUTRICIONAIS MANEJO ALIMENTAR ALIMENTAÇÃO DE CORDEIROS (AS) BORREGOS (AS) OVELHAS PRIMÍPERAS LACTANTES OVELHAS MULTÍPERAS LACTANTES MATRIZES EM PRÉ E ESTAÇÃO DE MONTA MATRIZES NO INÍCIO DA GESTAÇÃO MATRIZES NO FINAL DA GESTAÇÃO REPRODUTORES FORMAÇÃO DO PLANTEL FINALIDADE DA CRIAÇÃO ÉPOCA DE AQUISIÇÃO TIPO DE REBANHO CATEGORIAS NO REBANHO ESCOLHA DOS REPRODUTORES ASPECTOS REPRODUTIVOS REPRODUÇÃO NASCIMENTO PUBERDADE CICLO ESTRAL SISTEMA DE ACASALAMENTO MONTA NATUAL A CAMPO NOTURNA CONTROLADA INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL TRANFERÊNCIA DE EMBRIÕES FIV ESTAÇÃO DE MONTA GESTAÇÃO PARTO LACTAÇÃO DESMANA INTRODUÇÃO Certamente a origem e domesticação dos ovinos ocorreram na Ásia, apesar da existência de algumas espécies também na América do Norte. A própria história do início da civilização se confunde com a domesticação dos ovinos. No início desta história a humanidade, que deixava do ser caçadora e coletora, passou a depender mais da capacidade de produção dos ovinos para a sua sustentabilidade. Estes animais transformavam a proteína de baixo valor biológico (das forragens) em proteína de alto valor biológico (carne, leite, pele e lã), tanto para a sua segurança alimentar, quanto para enfrentar as hostilidades climáticas que estavam presentes nas suas aventuras migratórias. Nessa interação homem-animal ambos saíram ganhando, as ovelhas tiveram uma especial proteção dos homens para a reprodução e perpetuação da sua espécie e os homens uma fonte de alimento mais elaborado e matéria-prima para protegê-Io do clima (Amaral, 2006). Historicamente a ovinocultura esteve presente ao desenvolvimento da humanidade, como sendo a atividade que proporciona a maior fonte de alternativas para subsistência, produzindo a lã e pele para o abastecimento das industrias têxtil e calçadista e, carne e leite a alimentação humana. · (Dias, 2005). Foi uma das primeiras espécies a ser domesticada e acompanha o homem desde os primórdios da civilização. Em determinadas regiões ou países a atividade é explorada com adoção de tecnologias apropriadas, atingindo níveis consideráveis para o potencial produtivo da espécie, como na Austrália, Nova Zelândia, Uruguai, Argentina e Sul do Brasil. Já, em outras partes do mundo são adotadas técnicas incipientes representando uma atividade de subsistência familiar. Na Austrália, a ovinocultura contribui com 30% do montante financeiro oriundo do setor agropecuário, destacando-se a produção de lã, com 23% das divisas de exportação. No Brasil a produção de lã contribui com cerca de 1 % do total mundial, com maior destaque para a região Sul do país."'· (Dias, 2005). Atualmente, as divisas financeiras advindas da produção e exportação de carne ovina são insignificantes ou consideradas nulas, face o déficit de disponibilidade do produto para atender a demanda interna. Se considerarmos apenas a região Nordeste do Brasil, o déficit é de 12 mil toneladas por ano. Portanto, o Nordeste é um cliente potencial comprando esse quantitativo de carcaças ovinas anualmente em outras regiões e no exterior. Isto demonstra falta de visão política dos nossos governantes e falta de organização do setor. Por outro lado, os produtores sabem produzir com eficiência quando adota das tecnologias propriadas ao tipo de exploração. Entretanto, não tem como viabilizar o processo produtivo por falta de estímulo financeiro. (Dias,2005). A ovinocultura no contexto agropecuário pode ser classificada como sendo uma atividade que apresenta grande potencial produtivo (carne, lã, pele e esterco), com alta eficiência para ganho de peso principalmente nos primeiros meses de vida, aliado a um rápido ciclo reprodutivo, contribuindo de forma significativa para minimizar o déficit de carne demandada atualmente em nosso país. (Dias,2005). A produção de carne ovina vem passando por um período de franca ascensão e completa reestruturação do setor produtivo, com o despertar dos empresários produtores, e dos pequenos e médios produtores que hoje estão se conscientizando da importância deste setor na complementação da exploração racional da atividade agropecuária dentro da porteira. Os investimentos feitos nessa atividade são expressivos exigindo profissionalismo dos investidores e atribuindo assim maior credibilidade deste: setor até então, tido como criação de final de semana, de subsistência familiar rural ou na maioria das vezes doação da produção aos amigos e parentes para churrasco. (Dias,2005). SITUAÇÃO ATUAL No Brasil a ovinocultura está presente em grande parte do seu território. O rebanho nacional é de 17,6 milhões de cabeças (IBGE, 2012). A ovinocultura vem expandindo-se em estados como, São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso,Parana e, apesar de seus maiores rebanhos encontrarem- se principalmente nas regiões Nordeste e Sul do Brasil. A região Nordeste detém 8.181.434 cabeças e a região Sul cerca de 5. 373.035 cabeças. A região Nordeste detém 48% do efetivo nacional, sendo aproximadamente 90% deste rebanho formado por animais deslanados de diversas raças elou tipos raciais e seus mestiços (Dias, 2005). A ovinocultura nos últimos anos vem-se desenvolvendo de maneira significativa na região Centro-Oeste, seja pelo aumento efetivo do rebanho, como pelo aumento no número de propriedades envolvidas nessa atividade. Verifica-se ainda, expressivo aumento na demanda por carne ovina, contribuindo para o elevado preço da mesma. A produção de carne ovina representa hoje uma atividade cuja participação sócio-econômica é crescente e vem se firmando cada vez mais como alternativa de viabilidade da pequena e média propriedade rural. Esses fatores aliados as características da espécie como: docilidade,· porte- pequeno,- relativa rusticidade, alta prolificidade, permitem a sua exploração utilizandofão-de-obra familiar, instalações simples, porém funcionais e adequadas ao tipo de exploração. (Dias,2005). Nos últimos tempos, a ovinocultura vem sofrendo rápidas e profundas transformações para atender as exigências de mercado desencadeadas pela drástica redução da entrada de carne ovina no País, principalmente da carne vinda do cone sul e devido a não circulação interna do produto entre alguns estados decorrente da imposição de barreiras sanitárias. (Dias,2005). A potencial idade de consumo de carne ovina no Brasil está diretamente relacionada com a qualidade, considerando-se a relação entre as características organolépticas da carne e as preferências dos consumidores. Entretanto, pode-se afirmar que a procura pela carne ovina é extremamente promissora, em função da grande aceitabilidade do produto. (Dias,2005). A intensificação na velocidade do crescimento muscular aliada a rápida terminação da carcaça parecem ser a maneira mais adequada e eficiente de se obter um produto de qualidade superior e competitivo no mercado consumidor de carnes. Se considerarmos, a população do Estado de Goiás com 5 milhões de habitantes, e tomando-se como referência um consumo per capita de 4kg de carne por ano, cifra considerada exagerada, chega-se a uma demanda estimada de 20 mil toneladas, o que corresponde a aproximadamente 1.6 milhões de carcaças de 12kg cada. Para obtenção deste quantitativo é necessário um rebanho de 4 milhões de matrizes. O efetivo ovino brasileiro está em torno de 15 milhões de cabeças, concentrados principalmente nas regiões Sul e Nordeste do Brasil, e o Estado de Goiás, possui um efetivo de apenas 150 mil cabeças. Pelo exposto verifica-se que as perspectivas para o desenvolvimento da ovinocultura Goiana e nacional são bastante promissoras. (Dias,2005). A ESPÉCIE OVINA Quanto às outras questões vale ressaltar que os ovinos em decorrência de uma domesticação mais remota, da sua docllidade e da facilidade de contenção, passaram a ser um alvo muito fácil de alguns predadores e dos cães domésticos. Isto fez com que o seu instinto gregário ficasse cada vez mais aguçado, ou seja, de estar sempre agindo em grupos. Este tipo de conduta traz diversas conseqüências de manejo, tais como a forma de pastar, a maneira de conduzi-Ios, a indicação de exploração em módulos agrários menores (Amaral, 2006) Para grande maioria dos ovinos que vivem em clima temperado existe uma característica que é a estacionalidade reprodutiva, o período de reprodução está mais concentrado no primeiro semestre. Para os animais que já estão adaptados ao clima tropical esta estacionalidade no Centro Oeste quase não se expressa. No caso do Distrito Federal em que existem duas estações bem definidas e uma condição de luz muito especial durante o ano todo a estacionalidade reprodutiva em função do clima é muito pouco representativa. Ela poderá se expressar muito mais em função dos animais de origem de clima temperado, da alimentação e manejo sanitário do que dos elementos climáticos. A exploração de ovinos é feita em quase todos os países do mundo. A população ovina mundial é de aproximadamente 1,2 bilhões de cabeças. ocupando parte das áreas impróprias para a agricultura, como regiões montanhosas e de clima semi-árido. No mundo são criadas mais de 800 raças nas mais diferentes condições ambientais e sistemas de produção. Os dois maiores rebanhos ovinos do mundo encontram-se na Austrália com 168 milhões de cabeças, o que representa 14% do efetivo mundial e na Nova Zelândia com 53 milhões de cabeças, representando 42% do rebanho mundial. O ovino foi uma das primeiras espécies de animais a serem exploradas pelo homem no inicio da civilização, proporcionando-lhe alimento, em forma de carne e leite e proteção através de lã e pele (Sobrinho, 1997). ÍNDICES ZOOTECNICOS Os índices zootécnicos são parâmetros comumente encontrados e que usamos como ferramenta de trabalho no qual podemos avaliar o desempenho produtivo e reprodutivo do rebanho ou animal em diferentes sistemas de criação nos diversos material genético. Sempre buscar melhores desempenho e identificar pontos francos que limita maximizar a produção. Sistema de referência com diferentes níveis tecnológicos OVINOCUL TURA DISCRIMINAÇÃO UNIDADE INDICES DF E ENTORNO NlvEIS DE TECNOLOGIA A B C Idade à 1 a cobertura Meses 18 11 10 Intervalo entre partos Mês 12 10 9 lndice de Parição (partos/matriz/ano) Um. 1,0 1,2 1,33 Indice de Prolificidade (crias/parto) Um. 1,25 1,30 1,30 Indice Natalidade (crias/matriz/ano) Um. 1,25 1,56 1,73 Taxa mortalidade até a% 24 18 12 Comercialização Taxa mortalidade ovelhas % 4 3 2 Viabilidade até a desmama Um 0,95 1,28 1,53 Descarte de matrizes % 15 15 15 N° de fêmeas por reprodutor Cab 30 60 120 Peso ao nascer kg 3,5 4,5 4,5 Idade ao desmame Dias 90 60 45 Peso ao desmame Kg 18,8 17,7 17,1 Ganho de peso até o desmame Kg 15,3 13,2 12,6 Ganho de peso pré-desmame Ig/dia 0,170 0,220 0,280 Ganho de peso desmame ao abate kg 9,2 10,3 10,9 Ganho de peso pós-de mame g/dia 0,116 0,172 0,218 Período de recria e terminação dias 79 60 50 Idade a comercialização dias 169 120 95 Peso de comercialização Ka 28 28 28 Rendimento de carcaça % 40 a 42 42 a 44 44 a 46 Peso médio de carcaça ao abate Kg 11,2 a 11,76 11,76 a 12,32 12,32 a 12,88 Taxa de lotação na pastagem Cab/ha 10 a 12 20 a 25 30 a 35 Fonte: Levantamento de campo EMATER - DF, 2003. índices da raça no Nordeste e Instituto de Zootecnia de São Paulo. QUADRO COM NOVOS PARÂMETROS EM SISTEMA DIFERENTES Parâmetros Intensivo Semi-intensivo Extensivo Peso ao nascer kg 4.0 3.5 3.0 Paso ao desmame kg 15-18 17 15 Idade ao desmame dias 45 60 90 GMD pré-desmama kg 0.250-0.300 0.200-0.250 0.100-0.150 Peso ao abate kg 30 30 30 Idade ao abate dias 100-110 130-140 180-240 GMD pós-desmame kg 0.200-0.250 0.150-0.200 0.100-0.150 Lotação ha /ano matriz 30-40 10-20 5-10 Fertilidade % 85-90 80-85 70-80 I E P MÊS 7.5-8.5 8.5-9.5 9.5-10.5 Parições/matri/ano 1.6-1.4 1.4-1.25 1.25-1.15 Prolificidade % 140-130 130-120 120-110 Natalidade crias/matriz/ano 1.75 1.35 1.0 Mortalidade até 120 dias % 3-7 7-15 > 15 Mortalidade adultos % 1-3 2-4 4-6 Fonte:EDITORA AGROPECUÁRIA TROPICAL,2005 Quadro 4. Relação entre fertilidade, intervalo entre partos, prolificidade e a natalidade. Fertilidade Intervalo entre- Parição Prolificidade Natalidade partos Partos/matriz/ano Crias/parto Crias/matriz/ano 1,2 1,53 8 meses 1,5 1,3 1,65 1,4 1,78 1,2 1,22 85% 10 meses 1,2 1,3 1,32 1,4 1,43 1,2 1,02 12 meses 1,0 1,3 . 1,10 1,4 1,20 1,2 1,62 8 meses 1,5 1,3 1,75 1,4 1,89 1,2 1,30 90 % 10 meses 1,2 1,3 1,40 1,4 1,51 1,2 1,08 12 meses 1,0 1,3 1,17 1,4 1,26 Fonte:Amaral, 2006 Natalidade = Prolificidade x Parição x Fertilidade NATALIDADE (crias/matriz/ano) = Refere-se ao número médio de crias por matriz por ano de acordo com a prolificidade, parição e fertilidade de um rebanho. Exemplo. Nat= 1.3 x 1.5 x 0.85= 1.66 PROLIFICIDADE(crias/parto) = Numero de nascimento de cordeiro por parto. Exemplo. 1.20-1.50,siginifica que 20%-50% apresentou parto duplos, que é normal na espécie ovinas. Pode ser obitido pela relação entre nº de cordeidos nascido pelo nº de ovelhas paridas. PARIÇÃO(partos/matris/ano) = É a quantidade de partos da matriz no ano em relação ao intervalo entre parto. IEP = é o período compreendido entre dois partos 1ºparto com 15 meses e o 2º com 23 meses = 8 meses de IEP Exemplo. Parição= MESES NO ANO/ IEP Parição = 12 / 8 = 1.5 partos/matriz/ano FERTILIDADE = é calculada pela IFP ou Índice de fertilidade ao parto que é obtido pela relação entre fêmeas paridas e exposta ao macho . IFP = Nº fêmeas paridas x 100 Nº fêmeas exposta ao macho RALAÇÃO ENTRE BOVINOS: OVINOS A pecuária brasileira tradicional cria bovinos, e vários fatores influência este cenário, como grande extensões de terra, aspecto cultural e retorno de capital a médio prazo. Mas devido a alto valor das terras e da necessidade de maior giro do capital e retorno a curto prazo, e intensificação da produção, a ovinocultura apresenta como possibilidades de viabilização do setor pecuário atual. É importante fazer algumas comparações na realidade atual da bovinocultura de corte com a ovinocultura de corte. vaca ovelha RELAÇÃO Peso vivo kg 450 50 9 :1 IMS kg 10 2 5:1 IMS em PV % 2.25 4 Observa que a quantidade de alimento ingerido por uma vaca, seria suficiente para alimentar cinco ovelhas. Outro ponto importante é o valor diferenciado vaca ovelha relação Valor/cabeça R$ 600,00 120,00 5:1 Valor/kg/vivo R$ 1,33 2,40 Valor/@ R$ 42,00 75,00 1 :1.8 O valor da @ de ovino é praticamente o doblo da bovina, e enquanto o produto da vaca(Novilho precoce) alcança seus patamares de R$ 55,00/@ o produto da ovelha(Cordeiro) chega a R$ 105,00/@. Observa que o valor de uma vaca, dá para adquirir cinco ovelhas. Analisando o fato do consumo e o valor de uma vaca, daria para criar cinco ovelhas no mesmo espaço de terra. Agora veja as possibilidade de produção de carne. Vaca-bezerro Ovelha- cordeiros Relação Crias/ano 1 7.5 Valor aos 210 dias R$ 300,00 1575,00 1: 5,25 Levando em conta 1 vaca e 5 ovelhas, com 0%mortalidade, 100%fertilidade. Esses resultados são surpreendentes fovoréveis a criação de ovinos. E é o que muitos pensam que acontece, sem levar inúmeras considerações. Isso é apenas um modelo hipotético, Mas na prática o custo e a susceptibilidade na criação de ovinos são extremamente opostos, já que os ovinos tem uma maior exigência nutricional e sanitária que os bovinos, necessitando de alimentos de alta qualidade e quantidade e rigoroso manejo sanitário, além disso deve ter mão-de-obra qualificada que em conjunto onera os custos de produção. Veremos detalhes no decorrer da matéria. TIPOS DE CRIAÇÃO OVINOS PRODUTORES DE CARNE São ovinos pertencentes a raças cuja aptidão é a produção de carne. Estes animais apresentam altas taxas de crescimento e uma conformação relacionada com a sua aptidão, com a musculatura bem desenvolvida. EXEMPLOS : DORPER; POLL DORSET; HAMPSHIRE DOWN; ILE DE FRANCE; SUFFOLK; TEXEL; SAMM; MORADA NOVA (também produtora de pele de boa qualidade); SANTA INÊS (também produtora de pele de boa qualidade); SOMALIS OVINOS PRODUTORES DE PELES A pele produzida por raças com esta aptidão é muito valiosa. Quanto mais jovem o animal for abatido para a obtenção das peles, maior é o valor. EXEMPLO : KARAKUL; SANTA INÊS; MORADA NOVA, SOMALIS, RABO LARGO OVINOS PRODUTORES DE LÃ São ovinos pertencentes a raças cuja aptidão é a produção de lã. O velo destes animais é de alta qualidade. O peso e rendimento são elevados e a coloração é branca. As fibras são uniformes e resistentes. A ausência de pêlos e fibras escuras entre as mechas de lã é fundamental. EXEMPLO : MERINO; IDEAL OVINOS PRODUTORES DE LEITE O leite produzido por raças com esta aptidão é ideal para a fabricação de queijos finos. Isto se deve aos altos níveis de gordura e proteína, característica principal do leite ovino. EXEMPLO: BERGAMÁCIA;LACAUNE OVINOS DE DUPLA APTIDÃO-CARNE E LÃ São raças que apresentam um bom desempenho no ganho de peso e produção de carcaças de qualidade. Não com o mesmo desempenho que as raças típicas produtoras de carne, mas com exigências nutricionais mais baixas e uma produção de lã de alta qualidade. EXEMPLO :BORDER LEICESTER; CORRIEDALE; IDEAL; ROMNEY MARSH OVINOS DE DUPLA APTIDÃO- CARNE E PELE È o tipo que mais tem crescido, a busca de animais com carcaças excelente e pele de ótima qualidade. E nesse contexno a Santa Inês se enquadra bem, tendo evoluído pela preferência dos criadores. Atualmente, no Brasil, o número de animais com aptidão para a produção de carne tem aumentado, ao contrário do que acontece com ovinos produtores de lã. As produções de leite e peles ainda são pouco exploradas no país. OBS: CADA RAÇA POSSUI SEUS REBANHOS DE ELITE E COMERCIAIS SISTEMA DE CRIAÇÃO O sucesso de um sistema de criação depende fundamentalmente de sua simplicidade e funcionalidade, além da possibilidade de integra-lo ao sistema de produção já existente na propriedade. Qualquer sistema adotado, deve maximizar o uso de recursos naturais disponíveis na propriedade, dessa forma, pode-se obter importantes aumentos em produtividade. (ed agrp.tropical Os resultados da ovinocultura dependente da elaboração de um adequado sistema a realidade e condições do produtor, para adequar as técnicas a serem empregadas em determinado material genético. Seguindo uma sequência de atividades prioritárias, resolvendo os problemas limitantes do bom desempenho do rebanho.(Siqueira, 2004) Uma criação de ovinos está estreitamente relacionado à adoção de um sistema de produção, que pode ser classificado didaticamente em três níveis tecnológicos conforme as condições sócio-econômicas e ambientais da região de exploração. Cada nível requer diferentes práticas e controle de manejo com variações no potencial produtivo, eficiência reprodutiva, ocorrência de doenças e lucratividade (Amaral, 2006) Para obter lucratividade é necessário buscar a máxima eficiência reprodutiva. Índices abaixo de 80% de fertilidade de rebanho comprometem a viabilidade da criação. Na prática, um número de ovelhas que não conceberam onera os custos de produção, redundando em um menor número de cordeiros nascidos e terminados, em consequência de subutilização de instalações, desperdício de mão-de-obra e gastos com alimentação e manejo. (Amaral, 2006 ) Sistemas de referência para criação de ovinos no distrito federal O estabelecimento dos sistemas de criação tem como objetivo servir de referencial do nível tecnológico utilizado ou como alvo de produção e/ou produtividade para os criadores de ovinos tomando como base a raça Santa Inês sob as condições edafo-climáticas (Solo e Clima) do Centro Oeste do Brasil. SISTEMA EXTENSIVO (A) OU TRADICIONAL Segundo Amaral (2006) a Emater-DF classifica esse sistema em Extensivo ou tradicional que predominante nas fazendas de criação com módulos rurais menores caracterizados por pequenos efetivos de rebanho e de matrizes cujo objetivo principal é o consumo próprio, com ingressos financeiros pela venda do excedente da produção. Este sistema conta com a utilização de animais mestiços com baixo desempenho produtivo é caracterizado pela falta de padronização do tipo racial, peso ao desmame e ao abate. Em geral, os animais são mantidos em abrigos rústicos com aproveitamento de infra-estrutura de outras atividades. Outra característica refere-se à ausência de práticas de controle reprodutivo com reduzida interferência do produtor, predominando a monta natural livre, sem preocupação com separação de rebanhos específicos. Todas as categorias são mantidas juntas em um único rebanho geral. A desmama ocorre,tardiamente, em detrimento do intervalo entre partos. Os machos são comercializados tardiamente permitindo cruzamentos aleatórios e indesejáveis com fêmeas imaturas do mesmo grupo de parentesco e destas com o carneiro reprodutor. A consangüinidade e a antecipação da vida reprodutiva são fatores que prejudicam o desempenho futuro destes animais. Em geral, o reprodutor é sub-utilizado e descartado precocemente. Falta gerenciamento de rebanho em função da não adoção de um sistema de identificação e registros zootécnicos. Falhas no manejo alimentar e sanitário comprometem os índices de produtividade. Esporadicamente, adotam-se algumas práticas de controle profilático, limitando à vacinação anual contra enterotoxemia, vermifugação curativa do rebanho e cuidados com os recém-nascidos, além de vacinação contra a raiva nas regiões onde é compulsória sua adoção. Os animais são criados em pastagens mal manejadas, inadequadas ao hábito de pastejo dos ovinos, com utilização de subprodutos agrícolas com pouco valor nutricional. Estes rebanhos são caracterizados pela falta de atenção com a higiene e o conforto dos animais. A precariedade do ambiente de criação favorece a disseminação de doenças contagiosas como Verminose, Pododermatite, Linfadenite caseosa e Ceratoconjuntivite. SISTEMA B OU SEMI-INTENSIVO Este sistema é adotado, em geral, em fazendas de criação com módulos rurais maiores, caracterizado por rebanho comerciais, apresentando significativa melhoria no manejo do rebanho em relação ao sistema anterior. Neste sistema é prática comum a utilizados animais de raças adaptadas ao ambiente tropical, com adoção de práticas de melhoramento genético, tais como aquisição de reprodutor melhorador, aquisição de matrizes com boas características da raça, descarte orientado, seleção fenotípica(seleção das características raciais) e cruzamento absorvente. Em geral, os animais são mantidos em abrigos munidos de bebedouros e comedouros adequados e cocho privativo para cordeiros. Neste sistema nota-se uma preocupação com a introdução de técnicas de recuperação e manejo de pastagens a exemplo de divisão de piquetes procurando facilitar o manejo reprodutivo. Os carneiros são mantidos em piquete exclusivo separado do rebanho geral durante o dia, com a monta acontecendo somente à noite no abrigo com os animais descansados e alimentados. Este manejo reprodutivo tem apresentado melhora na eficiência reprodutiva e utilização dos reprodutores, cuja reposição não tem sido tão precocemente quanto tem ocorrido no sistema extensivo. Este sistema prevê a avaliação do potencial genético dos reprodutores e uniformização genética. O gerenciamento de rebanho conta com a adoção de sistema de identificação para algumas categorias. Os registros zootécnicos são realizados parcialmente e as informações obtidas orientam a tomada de decisão dos produtores na busca de melhoria da atividade. Os animais são criados predominantemente a pasto adotando-se suplementação de volumoso à noite no período das águas e de volumoso e mistura múltipla durante todo o dia no período da seca. As fêmeas, em final de lostação e início de lactação, recebem manejo diferenciado objetivando o aumento da produtividade. Em geral, a terminação dos borregos é realizada exclusivamente a pasto no período das águas em sistema de pastejo rotacionado e, durante o poríodo da seca, tanto a recria quanto a terminação são realizadas em confinamento com dieta a base de volumosos diversos e concentrado. A formação e o manejo de pastagens buscam atender os hábitos de pastejo do ovino, utilizando forrageiras com boa produção de matéria seca procurando aumentar a capacidade de lotação. A maioria das propriedades adota a utilização de capim elefante e cana forrageira, bem como de subprodutos agrícolas, loguminosas e forrageiras conservadas no período da seca. A desmama e o abate e/ou comercialização dos animais para corte são antecipados com significativa redução do intervalo entre partos e melhoria nos índices de produtividade das matrizes. Os produtores que utilizam este sistema adotam o controle estratégico da verminose ovina e calendário de vacinação preconizado pela pesquisa-extensão em conformidade com o manejo adotado na propriedade além de cuidados com os recém-nascidos, limpeza e desinfecção de instalações, quarentena para animais adquiridos. Há interferência no ambiente de criação buscando o conforto bem estar animal com redução dos riscos sanitários, verificando-se em muitas propriedades construções específicas para cada categoria. As pastagens são manejadas frequentemente visando manutenção da sua capacidade de suporte envolvendo práticas diversas. Este sistema as matrizes em final de gestação e início da lactação recebem manejo diferenciado objetivando o aumento da produtividade. As crias têm acesso a cocho privativo a partir dos 10 dias de idade objetivando a desmame precoce ou semi-precoce. As matrizes, em geral são recolhidas ao confinamento por ocasião do parto ficando até a desmame, retomando ao pasto enquanto que os cordeiros permanecem em confinamento durante a recria e a terminação com dieta balanceada. A utilização de raças puras em cruzamentos terminais, monta controlada com maximização do aproveitamento dos carneiros buscando a eficiência reprodutiva, adoção da desmama precoce e semi-precoce com utilização de cocho privativo (creep-feeding), controle da eimeriose e recria e terminação em confinamento são técnicas de manejo que, em conjunto, possibilitam melhorar o desenvolvimento ponderal devido a heterose e a antecipação da idade ao abate e a melhoria da qualidade de carcaça. A formação e o manejo de pastagens procuram atender os hábitos de pastejo do ovino, utilizando forrageiras melhoradas com elevada disponibilidade de matéria seca e aumento da capacidade de lotação. Adota-se divisões de pastagens, facilitando o manejo reprodutivo do rebanho e o aproveitamento eficiente das pastagens. Neste sistema ocorre maior controle de riscos sanitários com uso de medidas profiláticas mais rigorosas. O gerenciamento de rebanho, através de registros zootécnicos e financeiros orienta a tomada de decisão, aumentando a eficiência do sistema e a eficácia no cumprimento dos objetivos propostos com certeza do retorno do capital empregado. SISTEMA C OU INTENSIVO Entre os três sistemas de referências apresentados é o que apresenta com melhor nível tecnológico e altos índices de produtividade. Os produtores procuram introduzir animais de raças puras, geneticamente especializadas para a produção de carne. Recorrendo aos cruzamentos terminais, manejo nutricional e sanitário adequados, além de instalações confortáveis e higiênicas. A produção está direcionada ao atendimento da demanda e exigência do mercado consumidor e seleção de animais de reprodução. Algumas categorias são mantidas a pasto de boa qualidade durante o período chuvoso em pastejo rotacionado, terminação dos cordeiros em confinamento total com dieta balanceada. Utiliza-se a monta controlada com maximização do aproveitamento do reprodutor, buscando a máxima eficiência reprodutiva. A utilização de raças puras em cruzamentos terminais, adoção da desmama semiprecoce com utilização de creep-feeding e terminação dos cordeiros em confinamento total são técnicas de manejo que permitem a melhoria da conformação de carcaça, melhor desenvolvimento ponderal devido a heterose e a antecipação da idade ao abate . O gerenciamento de rebanho com utilização das informações obtidas nos registros zootécnicos em proveito da melhoria do sistema de exploração tornam o sistema cada vez mais eficiente. O rebanho geral é suplementado com volumoso à noite e dieta balanceada na seca. As fêmeas em final de gestaçãoe início de lactação recebem manejo diferenciado objetivando a aumento da produtividade. Para isto é fundamental manter a formação e manejo de pastagens procurando atender os hábitos de pastejo do ovino, utilizando forrageiras com boa disponibilidade de matéria seca e aumento da capacidade de lotação com a utilização de volumoso de boa qualidade (silagem, feno ou leguminosa) e concentrado. O manejo de ambiente requer riscos sanitários mínimos com controle profilático rigoroso. RAÇAS DE OVINOS O inicio de uma criação começa pela escolha da raça de acordo com as condições econômicas, climáticas, e de mercado. Para tanto, é fundamental dar preferência às raças com maior eficiência na reprodução, resultando em mais quilos de cordeiros desmamados por matriz ao ano, aliados a eficiência produtiva para transformar alimentos grosseiros em carne de alta qualidade para atender ao mercado exigente.(Amaral,2006). A produção de carne ovina vem experimentando grande crescimento nas regiões Sudeste, Centro-Oeste e Norte. As criações no Nordeste, que anteriormente eram de subsistência, agora passam a ter um caráter comercial e mesmo empresarial. As raças deslanadas brasileiras (naturalizadas) ganharam importância devido a sua rusticidade, adaptação ao meio ambiente com condições de alimentação ruim e também por sua não estacionalidade reprodutiva (Dias, 2005). Não existe uma raça melhor do que a outra. Todas apresentam vantagens e desvantagens, fruto dos trabalhos de seleção a que foram submetidas ao longo do tempo e das condições de manejo onde são exploradas. Alguns aspectos devem ser considerados na escolha da raça para a exploração zootécnica. São elas objetivo da criação (econômico, subsistência, lazer); mercado (lã, carne, pele, leite, venda de matrizes e reprodutores); ambientais (clima, solo, topografia); facilidade de aquisição (preço, disponibilidade, condições) e preferência pessoal. (Dias, 2005). A produção de carne ovina pode ser obtida de raças deslanadas predominantes nas regiões Norte, Nordeste, Centro-oeste e Sudeste e de animais de raças lanadas, com maior rebanho na região Sul seguido das regiões Sudeste, Centro-Oeste. (Dias, 2005). Nas raças deslanadas tidas como produtoras de carne predomina a Santa Inês, Morada Nova, Somalis Brasileira e Rabo Largo. Recentemente foi introduzida no Brasil a raça Dorper, da África do Sul, com o objetivo de avaliar a sua produção e produtividade nas condições climáticas do Nordeste. Nas raças lanadas de corte destacam-se a Poll Dorset, Ile de France, Texel, Suffolk, Hampshire Down, Samm, Bergamácia. As raças lanadas mais especialisadas em produção de lã são o Merino Australiano, Ideal, Lacune (Amaral,2006). ALGUMAS RAÇAS OVINAS SANTA INÊS Raça deslanadas desenvolvidas no Nordeste e tem origem controvertida. A raça pertence ao grupo dos ovinos pêlos de boi (Dias, 2005). Estes animais se caracterizam por serem animais de tamanho médio, mochos, com pelagem variada, pintadas malhadas, com coloração preta, vermelha e branca e suas combinações sem presença de lã. Animais despigmentados não são permitidos no padrão da raça, pois não são adequados ao ambiente tropical. (Leite, 2005) Provavelmente, ela é originária do cruzamento de animais da raça Bergamácia; Morada nova; Somalis com ovelhas crioulas do nordeste, sendo selecionada no nordeste brasileiro pelo porte maior e ausência de lã, e também devido ao seu comportamento no pastejo, semelhante ao dos caprinos, aceitando a vegetação arbustiva e adaptando-se bem àquela região. (Leite, 2005) Caracteriza-se como uma raça de duplo propósito: para produção de carne e pele, pelo seu porte e prolificidade (partos duplos). É um ovino de carne, com 80 a 100kg nos machos e 60 a 70kg nas fêmeas, e tem pele grossa e vigorosa. (Leite, 2005) Outro detalhe que vale mencionar é as fêmeas. Elas são ótima criadeiras, com alta fertilidade e prolificidade deve ter cuidado com o desmame precoce em ovelhas Santa Inês, pois a sua origem leiteira, dificulta a interrupção da lactação precocimente. (Leite, 2005) Muito criado, do norte do Paraná até a Amazônia, e é a raça que mais cresce no nosso país, devido sua excelente característica de animal tropical. MORADA NOVA Morada Nova Raça deslanada formada no Nordeste apartir de animais vindos de Portugal e Africa do Sul. Devido à necessidade de adaptação ao ambiente quente e seco do Nordeste, esses animais sofreram ampla variabilidade quanto aos pêlos. São animais de pequeno porte, rústicos e prolíficos, são mais precoces sexualmente comparada a outras raças nativas. São mochos e apresentam pelagem predominante entre o vermelho e o creme. São animais muito dóceis e manejados com grande facilidade. Na região Nordeste, os animais desta raça apresentam grande eficiência de produção, mesmo tendo que buscar seu alimento na rústica vegetação de caatinga. Produzem carne e pele de alta qualidade. A exemplo da Santa Inês também pertence ao grupo dos ovinos pêlos de boi (Dias,2005). O nível de melhoramento para características de carcaça inferior às demais raças, mas com grande potencial para o ambiente tropical brasileiro. Os machos adultos atingem de 40 a 60 kg e as fêmeas de 30 a 50kg. As ovelhas são muito prolíficas, rústicas e se adaptam às regiões mais áridas; desempe- nham importante função social, pois fomecem alimentos protéicos às populações rurais dessas regiões. (Leite, 2005) Infelizmente o número de criadores de animais de raça pura é muito pequeno, o que dificulta a aquisição de reprodutores melhorados. Morada Nova (Leite, 2005). SOMALIS BRASILEIRA A raça Somalis é originária da região Oeste da África, mais precisamente da Somália e Etiópia, pertencente ao grupo de ovinos Garupa Gorda. Por ser rústica, essa raça acumula reservas de gordura na garupa durante a época de alimentação abundante para queimar durante a escassez de forragem - pode ser criada nas regiões em que as condições alimentares são menos favoráveis e não se dispõem de áreas potenciais à produção de forragem irrigada de grãos. Por ser mais resistente ao ambiente hostil do Nordeste semi-árido, dentre as raças deslanadas da região, recomenda-se a exploração da Somalis naquelas regiões de maior precariedade alimentar. Na América, a raça foi primeiramente introduzída nas ilhas de Trinidad Tobago e Granada e nos países da Colômbia e do Brasil e, mais recentemente, na Guiana e Venezuela. . (Leite,2005) É um animal com boa capacidade para produzir carne e pele, são prolíferas de porte médio,sem chifres e pescoço curto,sua pelagem é branca com a cabeça e pescoço preto. O peso dos machos varia entre 40 a 60kg, e das fêmeas, de 30 a 50kg. (Amaral, 2006) RABO LARGO Animais de porte médio com cauda de base larga e ponta de lança. São deslanados ou com pouca lã. Posui Chifres, (aspados) ou pode ser mochos. Os peso dos machos adultos com 45/50 Kg,e das fêmeas adultas com 30/40 Kg. Cauda média e base -larga com espessa camada de gordura (daí o nome da raça) e terminando em forma de lança (S caudal).Pelagem Vermelha, branca e suas combinações. Pêlos curtos ou médios, podendo apresentar resquícios de lã. Apresenta apitidão para produção de carne e pele. São Animais rústicos bem adaptados as condições do Nordeste semi-árido.Curioso è que a calda quando preenchida de reservas impede a fertilidade, acarretando a manta natural somente no final da seca e incio das chuvas, BERGAMÁCIA São ovinos lanados de origem Italiana, naturalizados e de aptidão mista. São produtores de carne, leite e lã grossa de baixa qualidade, esses animais tiveram grande importância social principalmente no Nordeste. São animais de grande porte, com origem na raça leiteira italiana Bergamasco. O rebanho nacionalé bastante reduzido podendo ser encontrado nas regiões Centro-Oeste e Nordeste principalmente. São animais de grande porte, brancos, mochos, lanados, com altura média de 80 cm e peso de 70-80 kg nas fêmeas e 100-120 kg nos machos adultos. As ovelhas são prolíficas e boas leiteiras. São pouco exigentes em alimentação. A ovelha produz, em média, 250 kg de leite com 6% de gordura, em um período de lactação de seis meses. A Bergamácia é uma boa raça para melhorar rebanhos de ovinos comuns, quanto a produção de leite e carne.(Dias, 2005 ). Suas característica são representativas na formação do Santa Inês. O perfil ultra-convexo, tanto na fronte como no chanfro, mocha. ronte estreita e saliente. Orelhas pendentes, largas e compridas, atingindo, no mínimo, até a ponta do focinho. Mucosas nasais, conjuntivas e lábios rosados, sendo permitida discreta pigmentação. A cabeça é coberta por pêlos curtos e brancos. Os machos adultos com peso de 100 a 120 Kg, embora a carcaça não seja de grande qualidade. Os cordeiros desenvolvem-se relativamente bem, graças a boa produção de leite das mães, atingindo lactações de até 250Kg com 6% de gordura, muito utilizado na Itália para a fabricação do queijo Gorgonzola. As ovelhas muito proliferas. DORPER Em busca de uma raça produtora de carne que atendesse às exigências de mercado, o governo e os produtores da África do Sul importaram raças especializadas na produção de came; entre elas, a South Down, Hampshire Down, Border Leicester, Suffolk e Dorset Horn para produzirem carcaças mais aceitáveis, não somente para o mercado intemo, mas também para o extemo. Assim, ovelhas de várias raças africanas foram cruzadas com reprodutores dessas outras, em estações experimentais e em rebanhos privados. Nesses cruzamentos, o que obteve mais sucesso foi aquele entre a raça Dorset H o r n ♂ x ♀ Blackhead Persian, dando origem ao Dorper A partir de 1946, teve início então o projeto de desenvolvimento da raça Dorper. . (Leite, 2005) No Brasil, a raça foi aceita somente em 1998, após o incentivo do Dr. Mário Silveira, secretário do Planejamento da Paraíba. Ele instituiu um projeto de "Introdução de Genótipos de Ovinos da Raça Dorper no Estado da Paraíba". Esses ovinos apresentam temperamento calmo, com aparência vigorosa; a conformação é simétrica, bem proporcionada ou balanceada, e é robusta e musculosa. . (Leite, 2005) Carne e pele são suas aptidões. No mercado internacional, a pele Dorper é conhecida com o nome de Cape Glovers. Essa raça possui duas variedades: cabeça preta (Dorper) ou cabeça branca (White Dorper).(Leite, 2005). SUFFOLK Raça de origem inglesa com apitidão para carne,oriunda do cruzamento entre Norfolk x Southdown, pertence ao mesmo grupo das “caras pretas”.Ela se adaptou bem ao Brasil, nas regiões de ambiente favorável, com clima ameno e alta disponibilidade de alimento.São animais de grande porte bastante precoces que produzem carcaças magras e de boa qualidade. As fêmeas têm òtima qualidade materna, com grande produção leiteira que permitem alimentar mais de um cordeiro. Animais de bom temperamento, eles preferem os campos secos. A característica mais marcante do Suffolk è o tamanho avantajado, com fêmeas acima de 80 kg e machos entre 150 e 200 kg. Seu corpo comprido é musculoso, com as extremidade desprovidas de lã e revestida de pêlos negros e brilhantes. Os cordeiros nascem inteiramente pretos, e vão branqueando até os 4-5 meses de idade. Apresentam ganho de peso de até 450 gramas ao dia. Devido seu tamanho corporal, deve-se prever alimento fartos e de bom valor nutritivos para esses animais. São mais estacionais que outras raças lanadas. TEXEL Raça de origem holandesa, cuja formação recebeu forte influência da raça Licon e Leicester Essa raça se caracteriza pela produção de uma carcaça de boa qualidade. com baixo teor de gordura. É rústica e sóbria, muito dócil e produz bem, no sistema extensivo e semi-intensivo. Em condições de pastagem, os cordeiros machos apresentam ganhos de peso médio de 300g, e as fêmeas de 275g, entre os 30 e 90 dias de idade (Amaral, 2006). Apresenta de tamanho médio a grande, compacto, com massas musculares volumosas e arredondadas e constituição robusta, um típico animal de carne e lã. A característica mais marcante da raça Texel, é o desenvolvimento muscular, com boa área de olho de lombo e pernil com leve cobertura de gordura. (Leite, 2005) ILE DE FRANCE A raça é originária da França, mais precisamente da região da bacia parisiense, denominada Ile de France,resultado de cruzamentos entre reprodutores ingleses da raça New Leicester com fêmeas da raça Merino. Foi introduzida no Brasil por volta de 1973 e teve boa aceitação. Tem grande disseminação pelo País, principalmente pela região sul e sudeste. É considerada uma raça de dupla aptidão (60% para carne e 40% para lã),recomendada para cruzamento industrial,em sistema intensivo de produção de carne. (Leite,2005). Raça mocha prolífera, com estação reprodutiva média com maior concentração no Outono. No entanto apresenta uma carcaça típica para corte(comprida;larga;musculosa),onde os cordeiros apresentam crecimento rápido podendo ser abatido precocimentes(Amaral,2006). HAMPSHIRE DOWN A raça teve como berço os condados de Wilts, Hants e Dorset, no Sul da Inglaterra. São animais grandes e ativos com características de carcaça e com grande capacidade de ganhar peso. Muitos deles, quando adultos, chegam facilmente a 140 kg, O Hampshire Down tem sido muito utilizado nos cruzamentos inter-raciais, gerando animais pesados e bastantes produtivos. É muito comum o nascimento de gêmeos. Somente no início do século XX, a raça chegou ao Rio Grande do Sul, por intermédio de criadores que a trouxeram da Argentina. Os cordeiros apresenta crescimento rápido e eficiente conversão alimentar, por isso são muito exigentes quanto à alimentação. Atualmente os maiores plantéis estão no Paraná e Rio Grande do Sul. POLL DORSET Originário da Austrália, foi reconhecida como raça desde 1950. Conhecido também por Dorset mocho, tem apresentado um rápido melhoramento genético devido ao intercâmbio de reprodutores de alto nível entre a Austrália e Nova Zelândia. Atualmente cria-se no Brasil animal de origem Americana, com maior tamanho corporal. . (Leite, 2005) Animal de tamanho médiogrande, de constituição robusta e aptidão para a produção de carne. A raça é muito apreciada ainda para cruzamentos industriais com a finalidade de produção de cordeiros para abate. Produz cordeiros com grande ganho de peso, os cordeiros machos têm ganho de peso médio diário de 300g, e as fêmeas de 275g. . (Leite, 2005) É considerada uma raça de carne, pois tem uma carcaça de ótima qualidade e peso, e ainda produz lã em quantidade razoá\'el e de boa qualidade. Dorset é a raça básica em todos os rebanhos da Austrália, Nova Zelândia, Estados Unidos e África do Sul, que são os maiores produtores mundiais de carne e lã. SAMM O nome Samm significa “South African Muton Merino” é um animal mocho de esqueleto muito forte,alto potencial para carne(60%) e lã (40%).Muito difundido na Africa do sul, Autrália e Nova Zelândia e aos poucos no Brasil para melhorar a carcaças de animais mais especializados em produzir lã. É uma raça promissora com grande potencial para produção de carne, ainda pouco difundida no Brasil. MERINO Da Espanha para a austrália. A Australia fez melhoramento Com 25% de Merino Espanhol com 45% Merino Precoce+ 10 de outros Raça especializada a produção de Lâ fina, e ainda produz boa quantidade de carne na carcaça ( Sobrinho, 2009). Raça produtora de lã fina de grande qualidade e volor industrial além de produzir carne. São animais de pequeno portee baixa exigência nutricional, muito rústica com ótima adaptação às condições de clima, com temperaturas altas e escassez de forragens. Sensível ao excesso de umidade. Seu velo é fino e denso, conferindo proteção contra a irradiação solar e ao calor. Em função de seu baixo custo de manutenção(Sobrinho, 2009), rusticidade e habilidade materna as fêmeas desta raça são utilizadas, com sucesso, em cruzamentos terminais com carneiros da raça Texel e Ile le france nos grandes rebanhas comercias de produção de carne. A produção de 3 a 4 kg de lã de boa qualidade pelas ovelhas de rebanho praticamente cobre os custos de manutenção da criação. Fazendo com que os produtos sejam bastante competitivos e com poder de entrega o ano todo. Muito criado na Austrália,Uruguai,Argentina e sul do Brasil. A pele deveria cubrir estes custos de Manutenção, ROMNEY MARSH Raça de origem Inglesa, também conhecida pelo nome de Kent, condado onde foi criada desde a antiguidade sem infusão de sangue estranho. Os antecessores desta raça já eram criados na época das Cruzadas, vivendo sempre isolados das demais raças inglesas, tendo havido apenas uma tentativa de melhora-lo com a introdução de sangue Leicester, cujo resultado não agradou, sendo o procedimento logo abandonado. Há dois séculos passados os ovinos desta raça eram animais grandes, de inferior qualidade, tinham a cabeça grande, pescoço fino e comprido, membros longos e finos, velo excasso e lã muito grosseira. O melhoramento da raça foi um processo demorado, onde foi empregado sistematicamente o método de seleção visando a obtenção de um ovino para carne, descuidando da produção de lã. Levado para a Nova Zelândia o Romney foi orientado para o duplo propósito, melhorando a sua aptidão laneira, resultando na formação de uma raça produtora de carne 60% e lã grossa e longa 40%, Na formação do Romney Marsh, além do método de seleção foi também usada consanguinidade. Em 1897 foi criado o primeiro registro genealógico da raça "Kent or Romney Marsh Sheep Breder Association", entretanto documentos antiguíssimos mantidos na Biblioteca da Catedral de Canterbury fazem referência a rebanhos existentes no ano de 1275 no "Priorato de Christchurch". CORRIEDALE O Corriedale originou-se na Nova Zelândia, onde eram comuns os cruzamentos alternativos entre ovinos Merinos, Romney Marsh, Lincoln e Leicester, com a finalidade de produzirem animais com boa produção de lã de finura média, com comprimento de mecha e de carcaças de bom peso e qualidade. Em 1879, o ovinocultor James Little, em seu estabelecimento denominado "Corriedale", na Nova Zelândia, com a finalidade de produzir um ovino de dupla aptidão, carne e lã, escolheu 4.000 ovelhas puras Merinas e as acasalou com 100 carneiros puros Lincoln. Da produção destes acasalamentos James Little selecionou 1.000 ovelhas e 20 machos, acasalou-os. Na produção assim obtida ele fez uma rigorosa seleção, apartando somente os animais cujos caracteres correspondiam plenamente a um ovino de dupla aptidão, num equilíbrio de 50% carne e 50% lã. Através de consanguinidade e seleção fixou o tipo zootécnico e racial que havia programado. Outros criadores, visando os mesmos objetivos de James Little, fizeram cruzamentos do Merino com Leicester e Border Leicester. Admite-se que o atual Corriedale, além de Merino e Lincoln, possue pequeníssima percentagem de sangue Leicester e Border Leicester. O Corriedale foi oficialmente reconhecido como raça pura em 1911 quando foi criado o Flock Boock pela "The Corriedale Sheep Society". IDEAL o nome original da raça é Polwarth, mas na América do Sul é chamado de Ideal. Desde algum tempo já eram conhecidos e muito apreciados os cruzamentos alternativos entre Merinos (de lã muito fina e crescimento limitado), Lincoln (de grande porte, lã grossa, fibras longas) e Leicester. Com a finalidade de obter um ovino que mantivesse sempre % de sangue Merino, um grupo de ovinocultores Australianos decidiu fixar uma nova raça, em 1880, na região de Victoria. Nascia então o Polwarth. A raça responde bem quando colocado em boas pastagens e é encontrado principalmente nas regiões de maiores índices pluviométricos. A raça foi exportada com sucesso para muitos países, principalmente para a América do Sul (Argentina e Uruguai). Os ovinos apresentam porte médio, bem constituído, denotando vivacidade e vigor, ostentando uma lã de grande volume. A sua conformação é bem equilibrada e mostra bem suas aptidões, rusticidade e produção de lã fina; muito criado no sul do Brasil. (Dias, 2005). CRUZAMENTOS (Amaral, 2006) O melhoramento genético do rebanho deve ter uma atenção especial do criador e pode ser realizado através da utilização de reprodutores de qualidade genética comprovada em cruzamentos dirigidos e também pela seleção do próprio rebanho, seguida de forte pressão de seleção para as características a serem exploradas. O aumento no desempenho produtivo animal depende da interação positiva entre raça, meio ambiente e manejo. Portanto, antes de pensar em introduzir reprodutores de raças precoces exóticas, se faz necessário adotar as recomendações técnicas de manejo, nutrição, sanidade e instalações. Seleção de animais do rebanho A seleção é um método reprodutivo em que os melhores animais do rebanho o escolhidos conforme critérios de padrão da raça para serem utilizados como reprodutores e matrizes nos cruzamentos. Esta seleção pode ser fenotípica ou genotípica. Seleção fenotípica ou massal- avalia tanto os aspectos morfológicos, isto é, o exterior do animal (p.ex. pelagem e conformação) como também os aspectos morfológicos ou funcionais, isto é relacionados aos fatores de produção (p.ex. peso e produção de carne). Portanto, avalia o desempenho do animal considerando as características raciais. Seleção genotípica - neste método a seleção é realizada individualmente pela hereditariedade, isto é se baseia no desempenho de seus ancestrais, buscando os melhores genótipos. A escolha recai sobre os animais que apresentam a maior produção ou rendimento (p.ex, espécimes mais fortes de peito mais largo, lombo mais comprido e largo, cor da pelagem e a conformação referente ao padrão da raça). Recomendações • Selecionar os animais com maior peso e rusticidade ?, a partir do nascimento através de anotações em fichas dos dados zootécnicos referentes ao peso ao nascer, peso a desmama etc. • Selecionar as ovelhas pelo seu tamanho, peso, conformação geral, qualidade e coloração da pele, saúde; • Priorizar a seleção de fêmeas que apresentaram boa fertilidade, habilidade materna, produção de leite suficiente para atender suas crias, ganho de peso sem a necessidade de suplementação com concentrados e resistência a parasitos; • O descarte se baseia no estabelecimento de critérios rígidos quanto às cacterísticas indesejáveis, procurando selecionar apenas os animais que possam trazer uma contribuição efetiva para melhorar a eficiência produtiva do rebanho; • Carneiros portadores de defeitos genéticos devem ser castrados antes de serem vendidos ou encaminhados para o abate para não se correr o risco de serem ultilizados na reprodução e perpetuarem seus defeitos. A seleção zootécnica baseada na produção econômica do animal requer adoção CRUZAMENTOS EM OVINOCULTURA Cruzamento industrial ou simples É o acasalamento entre animais de diferentes raças ou tipos. Este cruzamento é o mais utilizado pelos produtores com visão empresarial para a produção comercial de carne de cordeiro. Com o cruzamento de duas raças puras, geneticamente diferentes, uma com elevada adaptabilidade e rusticidade das raças deslanadas e, a outra com a precocidade das raças produtoras de carne, obtém-se um animal com melhor potencialde crescimento, ganho de peso, conversão alimentar, rendimento de carcaça e superior eficiência de produção, fatores determinantes para o retorno do capital investido. Os animais deslanados (pêlo de boi) apresentam dupla aptidão, carne e pele, são mais prolíferos e rústicos, com maior habilidade materna, apresentando um ótimo nível de adaptação e desempenho nas condições de clima do Brasil Central. Por isto são altamente recomendados para compor a base do rebanho em cruzamentos terminais para produção de cordeiros destinados ao abate. Com isso, tem-se a possibilidade de explorar, ao máximo, a heterose (vigor Híbrido ) . Escolha das raças para o cruzamento industrial É conveniente adquirir carneiros de uma raça especializada em produção de carne (raça paterna) para cruzar com ovelhas (raça materna) menos exigentes com melhor grau de adaptação às condições de meio ambiente. A seguir, alguns critérios para a escolha das raças para comporem rebanho de cruzamento industrial. RAÇA MATERNA Apresentar eficiência reprodutiva Não apresentar estacionalidade Ser prolífera e precoce sexualmente Possuir habilidade materna Adaptabilidade às condições de clima Facilidade de parto Tamanho moderado, com baixo custo de manutenção. Ex: Santa Inês e Morada Nova e Ovelhas SRD(comum) RAÇA PATERNA Crescimento rápido Boa Conversão alimentar Precocidade de acabamento Qualidade de carcaça Ex: Dorper; Dorset; Texel; lIê de France; Hampshire Down; Suffolk;Samm. A utilização destas raças em cruzamentos terminais(F1) tem apresentado bons resultados na conformação e rendimento de carcaça, com sensível melhoria do posterior, qualidade da carcaça e redução da idade ao abate, sobretudo com as lIê de france, na linha paterna, quando se deseja fazer a terminação em confinamento total, e com a raça Texel, quando se objetiva fazer a terminação a posto em sistema de pastejo rotacionado. A utilização da raça Dorper, de origem Sul Africana, com rebanho de fêmeas Santa Inês, apresenta boas perspectivas em função da excelente conformação de carcaça e precocidade de acabamento desta raça tropical deslanada. Com o cruzamento industrial obtêm-se animais ½ sangue ou mestiços, ultilizados exclusivamente à comercialização para abate, sendo fundamental, quando se deseja produzir um animal precoce com idade inferior a cinco meses. Raça Precoce Adaptada ♂ x ♀ Raça adaptada ↓ Cordeiro (F1) ½ sangue Cruzamento Triplo ou Tricross Neste sistema utilizam-se três raças geneticamente diferentes, acasalando, do inicio, reprodutores de uma raça de boa produção de leite e bom porte, com uma raça materna especializada em carne com boa adaptabilidade, os machos serão incaminhados para abate e as fêmeas meio- sangue (F1) resultante do cruzamento é acasalada com carneiros de uma raça tipo carne, mais precoce, obtendo-se cordeiros destinados ao abate (F2) Raça carte Adaptada ♂ x ♀ Raça adaptada Não estacional ↓ Cordeiro (F1) ½ sangue ♀ x ♂ Raça precoce ↓ Cordeiro (F2) ¾ p/ Abate Experimentos estão sendo realizados em empresa de pesquisa e universidades, objetivando verificar os melhores resultados de cruzamentos para obtenção de animais para abate. O objetivo é imprimir precocidade e melhoria na qualidade da carne além de possibilitar a redução da idade do abate. Lembrar que todos deverão ser encaminhados ao abate, pois o objetivo é produção de carne. Cruzamento Contínuo ou Absorvente O cruzamento contínuo ou absorvente consiste no acasalamento contínuo de reprodutores de uma única raça com fêmeas de outra raça, mestiços ou comuns ou SRD - sem raça definida. É um processo mais econômico do que à importação de animais de alto preço, geralmente não adaptados às condições tropicais. Este método de cruzamento permite ao criador explorar animais de grande valor zootécnico, pois carneiros de raças especializadas quando cruzados com ovelhas comuns são predominantes nas características raciais e o produto conterá gradativamente maior carga genética da raça alvo. Em resumo, é a formação de animais puros a partir de Cruzamentos de uma raça pura na linha paterna com animais mestiços na linha materna. Assim, as fêmeas resultantes dos cruzamentos são acasaladas sucessivamente, até que, na quinta geração, obtenha-se um animal puro por cruza. Deste modo, convencionou-se que animais resultantes do 5° acasalamento, com 31/32 de sangue da raça alvo, são considerados puros por cruza ou PC, podendo adquirir o registro. SRD ♀ x ♂ Raça alvo Ex. Santa Inês ↓ ½ ♀ x ♂ ↓ 3/4 ♀ x ♂ ↓ 7/8 ♀ x ♂ ↓ 15/16 ♀ x ♂ ↓ 31/31 ♀ & ♂ ou PC No 1° Acasalamento utiliza-se um carneiro da raça alvo, como melhorador, cruzando com ovelhas SRD (sem raça definida) ou mestiças Santa Inês, obtendo crias meio-sangue. As fêmeas selecionadas serão cruzadas com o carneiro da da raça alvo, no exemplo um puro de origem Santa Inês. Deste 2° acasalamento obtém-se crias 3/4. Aproveitam-se apenas as melhores borregas, descartando-se para o abate as fêmeas não selecionadas. As borregas 3/4 serão acasaladas com carneiro da raça alvo, dando origem a crias 7/8. Estas por sua vez serão acasaladas com o carneiro da raça alvo dando origem a fêmeas 15/16. Estas finalmente serão acasaladas com o carneiro da raça alvo para a obtenção das matrizes puras por cruza, na 5a geração. Os machos e as fêmeas não selecionado deverão ser encaminhados ao abate. INTALAÇÕES GERAIS (livro do berro ) Na exploração de ovinos é necessário a adoção de medidas básicas dentro de um planejamento detalhado no sentido de atender as exigências mínimas para o bem estar dos animais em todas as fases do processo produtivo sem perde de vista os objetivos propostos. Em todas atividades de pequenos ruminantes, como os ovinos, tem seu sucesso atrelado, fundamentalmente, as condições ambientais a que estão inseridos. A maximização não se restringe somente ao melhoramento genético, sanidade, nutrição, controle zootécnico do rebanho, que embora seja de grande importância não proporciona o máximo potencial do rebanho e deve ser somado com o conforto dos animais que as instalações deve proporcionar para que os animais expresse realmente seu potencial produtivo. As construções têm por objetivo o equilíbrio harmónico dos fatores ambientais (Tºc, insolação,chuva, umidade, correntes aéreas, e espaço físico) com as necessidades fisiológica do animal em determinado momento de sua vida. As instalações interagem com todas as etapas de produção dos ovinos, relacionado a mão-de –obra, manejo do rebanho, eventos sanitários, distribuição de alimentos, manejo das pastagens,entre outros. As instalações são o palco dos acontecimentos de toda a atividade, estando seu planejamento baseado em três pontos: Tríade FUNCIONALIDADE-ECONOMICIDADE-DURABILIDADE Tendo por base quatro finalidades. Conter e manejar os animais, principalmente nos momentos de separação por lotes, ou para facilitar compras e vendas,ou eventos sanitários. Protejer contra frio intenso, ventos gelados e da umidade. Os animais sofrem muito com as variações de temperatura. tanto frio quanto calor, principalmente os recém nascido e animais jovens. Garantir uma engorda mais rápida, sem stress e competições. Facilitar o fornecimento de alimentos e retirada de sobras, bem como a limpeza e higienização. ADAPTAÇÕES Devido a mudança de criações e/ou integração com outras espécie é interessante que adapte o que já existe na propriedade, para reduzir investimentos e gastos desnecessários. Há várias maneiras de adaptar o que já existe, para isso deve se ter em mente das necessidades particulares dos ovinos, principalmente aos intempéries climáticos e a contenção dos animais. APRISCO O aprisco é uma instalação para recolher os ovinos durante a noite ou para confina-los. Dependendo do tempo que os animais irão permanecer neste local, eles devem ter acesso a cochos de ração e sal mineralizado e bebedouros. Tem grande importância na proteção do rebanho contra predadores e contribui para diminuir a taxa de mortalidade de cordeiros devido a condições ambientais desfavoráveis.(Etto de Sá ) APRISCO DE CHÃO BATIDO OU DE CIMENTO Além dos custos adicionais com mão-de-obra devido à demanda de cuidados sanitários, a capacidade de lotação fica reduzida. O piso deve ser feito material que permita boa infiltração apresentando uma declividade de 3 a 5% para evitar retenção de umidade e, ainda, utilizar cama de palha de arroz ou capim seco. A cama deve ser trocada a cada 10 ou 15 dias conforme a disponibilidade de material, qualidade e concentração de umidade e dejetos. Entretanto, as fezes e porções da cama úmida devem ser removidas diariamente (Amaral,2006) O pé direito das instalações deve ser de 2,50m com fechamento lateral até a altura de 1,5m. Os animais adultos necessitam de 1,5 a 4,0 m2/animal de área disponível de área protegida e os cordeiros e borregos, de 0,75 a 1,5 m2/animal. Piso de concreto - Adotar a mesma lotação para apriscos de chão batido. Este tipo é indicado para terminação de cordeiros em confinamento, onde a permanência dos animais é curta, não afetando os cascos dos animais. Para amenizar a agressividade do piso utiliza-se cama de capim seco ou palha de arroz(Amaral,2006) APRISCO SUSPENSO DE PISO RIPADO PISO OU ASSOALHO Os estrados de madeira devem ser construídos com ripas de 3,0 a 4,0 cm de largura e 1,5 em de espessura, dispostas paralelamente ao cocho com 1,5 cm entre as ripas para facilitar o escoamento de urina, fezes e evitar acidentes com as patas dos cordeiros. A altura entre o ripado e o chão precisa ser suficiente para facilitar o trabalho de retirada de esterco. No mínimo, 0,80 a 1,00 m acima do solo, admitido maior altura para facilitar a retirada dos dejetos. As rampas facilitam o acesso dos animais. O piso abaixo do ripado pode ser de terra compactada e quando cimentado, deve ficar levemente inclinado para evitar o acúmulo de água e facilitar a retirada do esterco(Amaral,2006) A topografia e a umidade do solo da propriedade podem definir que tipo de construção será técnica e economicamente mais indicada. PISO DO APRISCO O melhor piso é o ripado, o qual permite que as fezes e a urina caiam e fiquem distantes dos animais. A altura deste piso do chão deve ser o suficiente para que a limpeza seja realizada com facilidade, no mínimo 1,5 m. Recomenda-se que o chão seja cimentado e com um declive de no mínimo 2%. É importante construir um ripado uniforme, seguindo corretamente as medidas para evitar problemas de aprumo, fraturas nas patas dos cordeiros e retenção de fezes. A largura recomendada para as ripas é de 5 cm e a espessura de uma polegada. O espaçamento entre as ripas deve ser de exatamente 2 cm para animais adultos e 1,5 cm para animais jovens. Um espaçamento menor faz com que ocorra acúmulo das fezes e um espaçamento maior provoca problemas de aprumos. Para cordeiros recém-nascidos seria interessante reservar algumas baias forradas com palhada (cama), para evitar que o animal prenda a pata ficando sem mamar ou até mesmo se machucando. O ripado não permite um bom desgaste dos cascos, por isso animais que ficam por muito tempo em apriscos com pisos ripados (reprodutores de cabanhas), podem apresentar achinelamento. Neste caso, o casqueamento freqüente é recomendado, bem como soltar os animais em áreas asfaltadas ou com cimento rugoso para manter o casco sem deformidades. Quando se utilizam apriscos com piso ripado suspenso do chão para recolher o rebanho, deve-se evitar que os animais tenham acesso no local abaixo do aprisco. O piso ripado auxilia no controle da verminose, mas não vai adiantar se os ovinos tiverem acesso as fezes que caem do aprisco. O interessante é cercar a área onde está o aprisco para evitar que durante o dia os animais entrem embaixo da instalação.(Etto de Sá ) LOCALIZAÇÃO A localização do aprisco deve ser escolhida cuidadosamente. O local deve ser alto, seco, próximo dos silos ou depósitos de ração e de fácil acesso por caminhões. O ideal é que seja feita a construção próxima da casa da pessoa que irá cuidar do rebanho, calculando uma distância mínima e observando a direção do vento para evitar o mau cheiro. O acesso ao corredor principal dos piquetes e ao curral de manejo dever ser fácil. Eletricidade e água devem estar disponíveis (Etto de Sá) O Aprisco deve ser construídos em locais previamente vistoriados e com algumas características básicas como a proximidade da sede, facilidade de acesso, terreno com boa permeabilidade e ligeira declividade e estrategicamente localizado em relação ao manejo dos animais nos piquetes(Dias, 2005) Segundo Amaral(2006) o posicionamento antes de iniciar a construção convém observar a direção dos ventos dominantes, a trajetória do sol, de maneira a evitar correntes de ar, entrada de água das chuvas, umidade e insolação direta, pois, a finalidade do abrigo é proteger os animais destes três fatores climáticos. O aprisco pode ser construido no centro ou anexo aos currais e ao brete. De uma forma ou de outra, deve permitir fácil acesso às demais instalações. Localização e Capacidade As dimensões do aprisco podem variar de acordo com o número de animais, mas não deve exceder a uma lotação de 100 cabeças. No Distrito Federal, os maiores criadores adotam apriscos com capacidade para 200 animais. Observar uma área útil mínima de 0,80 a 1,00 m2/animal/adulto e de 0,50m2/cordeiro até 8 meses de idade para abrigar os animais. (EMATER-DF) CENTRO DE MANEJO O centro de manejo ou curral de manejo está dentro do aprisco ou Conjugado/ anexado, e deve ser planejado para a realização de atividades, tais como: pesagem, vermifugação, vacinação, banho sarnicida, casqueamento, tosquia, corte de cauda, apartação entre outras. A área é calculada em função da categoria mais numerosa que irá se trabalhar no curral, provavelmente a das ovelhas. Recomenda-se 1m2/animal desta categoria. Não há necessidade de toda esta área ser coberta, mas, se possível, deve ser cimentada. O curral é composto por baias, cercas, porteiras, , seringa, brete, pedilúvio, balança, (Etto de Sá). ESPAÇAMENTO POR CATEGORIAS O espaçamento pode variar de acordo com o estado fisiológico, porte dor animais e/ou lotes e tempo de permanência no aprisco. Algumas indicações de áreas mínimas proporciona conforto para os animais: Rebanho em geral: 1m2/animal Ovelhas adultas – solteiras: 1m2/animal Final de gestação: 1,5 m2/animal Lactantes c /1 cria : 1,5 m2/animal Lactantes c/ 2 crias : 2,0 m2/animal Borregas – 0,8 m2/animalOBS: “Aglomerações é sinônimo de fácil disseminação de doenças” Quadro para base de espaçamentos de área e comedouros em relação ao peso vivo dos animais estabulados. Peso Vivo(kg) Espaçamento m2/animal Comedouros (cm) unilateral biilateral Ideal 10 0,4 10 5 É observar se os animais alimentando com conforto e fazer ajustes 20 0,6 20 10 30 0,8 30 15 40 1,0 40 20 50 1,2 50 25 50 + 10 1,6 50 + 20 1,8 50 + 30 2,0 Fonte: Cabanha Lagiado, 2006 BAIAS CERCAS PARA CURRAIS As cercas podem ser de tábuas de 10 cm de largura, distanciadas entre si apartir do solo em 5 e depois 5, 10, 15, 20 e 25 cm com 1,30 m de altura, com mourões de 7 a 12 cm de diâmetro, fixados a cada 2,00 m, com porteiras nos cantos. O curral deve possuir uma área de 1,5 m2 a 2,0 m2/animal, construído em local de fácil acesso, seco, bem drenado, com disponibilidade de água.(Amaral, 2006) PORTEIRAS As porteiras devem ser instaladas nos cantos, do tipo vaivém, assentadas entre pinos, construídas em madeira, com possibilidade da utilização de ambos os lados. A largura dos portões de baias pequenas, com no máximo 20-25 m2,é de 50 cm. Entretanto portões por onde vai passar um grande número de animais (como é o caso do portão de entrada do aprisco), devem ter 1,0 a 1,5 m de largura.( Etto de Sá ) SERINGA A seringa é uma área no curral de manejo que afunila fazendo com que os animais entrem um a um no brete.(Etto de Sá) BRETE As medidas do brete são de fundamental importância para o manejo. Se o brete for muito largo os animais podem se virar dentro e complicar o trabalho. Um brete alto demais não permite uma boa contenção, dificultando aplicações de vacinas e vermífugos, visualização do brinco e/ou tatuagem...Por isso, as medidas abaixo devem ser respeitadas no momento da construção: LARGURA SUPERIOR – 50 cm LARGURA INFERIOR – 35 cm ALTURA – 80 cm COMPRIMENTO – 5 a 11 m Obs: Para raças de porte grande As laterais do brete devem ser de tábuas colocadas na horizontal, sem espaço entre elas. Quando bretes com tábuas espaçadas são utilizados, o risco dos animais machucarem ou fraturarem os membros é maior.(Etto de Sá ) É necessário para a realização da seleção para manejo e outras práticas, como apartação, vacinação, pesagem, marcação, aplicação de vermífugos e tratamentos. Utilize pranchas de madeira serrada unidas apartir de 5 cm do solo com altura de 0,85m, largura inferior de 0,25m e superior de 0,35m.Possibilitando a passagem de apenas 1 animal e evitando o seu retorno. Pisos de concreto ou terra batida. Comprimento de 7 a 10m e suficiente para um rebanho de 150 a 300 cabeças.(Amaral, 2006). Obs: Para raças de porte médio PÉ DE LÚVIO PÉ DE LÚVIO ou "lava-pés" É uma pequena estrutura laminar construído estrategicamente, na entrada e/ou saída das principais instalações do centro de manejo, destinado à assepcia dos cascos dos animais. É indispensável na profilaxia e controle da podridão dos cascos dos animais e têm que ficar submersos por alguns minutos. Comprimento: Mínimo de 2,0 m; Profundidade: 10 cm; Largura da porteira ou corredor; Proteção lateral de cerca de arame liso ou tábuas: 1,20 a 1,40 m.(Amaral,2006) É uma depressão que pode estar localizada no piso do brete, dove ser feito de cimento. A profundidade é de 12-15 cm, sendo que a solução não deve baixar os 7 cm, pois os cascos devem ficar totalmente submersos(Etto de Sá). BALANÇA A balança pode ser fixa ou móvel. Quando instalada após o brete e antes da rampa de embarque e desembarque, permite a pesagem de animais antes do embarque ou após o desembarque. Os ovinos são comercializados pelo peso vivo, sendo, portanto, a balança um equipamento importante para o criador comercial. EMBARCADOURO E DESEMBARCADOURO Esta instalação é fixa ou móvel, composta de rampa e corredor estreito contíguo à balança e ao brete destinando-se ao embarque e desembarque do animais, anexo ao curral de manejo. Dimensões: 0,60 cm de largura; 4,00 m do comprimento; 1,40 de altura das laterais. CREEP-FEEDING OU COCHO PRIVATIVO Construção rural simples e barata, muito utilizada e necessária para a correta e mais eficiente produção na ovinocultura. O objetivo básico é permitir que os cordeiros sejam alimentados com volumosos, concentrados e suplemetos minerais no piquete ou no abrigo, evitando que suas mães e outros animais do rebanho tenham acesso ao cocho existente no interior da instalação. Esse manejo diferenciado possibilita acelerar o ganho de peso e reduzir a idade ao abate. Os detalhes principais do cocho privativo são as aberturas em suas cercas de régua, por onde só os cordeiros podem passar. Quando instalado no galpão de confinamento, precisa garantir 5 cm de linha de cocho por animal. BARREIRA NEO-NATAL BEBEDOUROS COMEDOUROS Recomenda-se aproveitar recursos disponíveis. Pneu, madeira ou meia manilha. Dimensões: 0,30 m de profundidade; 0,30 m de largura; 0,20 m acima do solo. Devem ser construídos com proteção para evitar que os animais entrem e contaminem a ração com suas fezes e urína. CANZIL São divisórias construídas de réguas de madeira, no sentido vertical, na frente dos comedouros com o objetivo de minimizar as disputas entre os animais durante a alimentação. Quando móveis, permitem a contenção SALEIROS Quando localizados nos pastos devem ser protegidos das chuvas e móveis a fim de serem deslocados para diversos pontos a fim de não prejudicar a pastagem. Um plantei de 100 animais necessita de três saleiros. Dimensões de saleiro tipo cacho: 1,00 m de comprimento; 0,30 m de largura; 0,20 m de profundidade e 40 em de altura do piso. O saleiro pode ser feito de cano PVC, madeira, tambores plástico, pneus ou outros materiais que não inferrujam. Colocar no centro de manejo para facilitar a distribuição do sal e manejo rebanho, estimulando o retorno dos animais das pastagens ESTERQUEIRA É uma instalação, podendo ser de concreto, destinada a armazenar as fezes colhidas das instalações, situada em local com pouco declive, fora do alcance dos animais a pelo menos 50 m do aprisco. Tanque de tijolo maciço e lastro de concreto simples (0,10 m x 2,00 m x 2,50 m). O piso é de concreto com 10 cm de espessura. Para retirada do esterco de 60 em 60 dias é necessário dividir a esterqueira em dois compartimentos, e, quando a retirada for de 90 em 90 dias é necessário apenas um compartimento. Para obtenção de bons resultados, convém seguir as seguintes recomendações: • Polvilhar 30 g/m2 superfosfato simples a cada 5 dias em camas com altura variando entre 5 e 10 cm ou incorporar 20 a 30 kg de superfosfato simples, por tonelada de esterco para compensar a deficiência de fósforo e ajudar a reter o nitrogênio que se perde em forma de amônia; Revolver a cama para reduzir a umidade e trocá-Ia a cada 10-15 dias; • Polvilhar cal virgem sobre o esterco recolhido. A cal ajuda a eliminar mau cheiro e tem ação desinfetante. Tem a função de acelerar o curtimento do esterco aumentando a oxigenação deste e a manutenção do pH adequado; • Não depositar o esterco em água para evitar a formação de amoníaco, ácido sulfídrico e outros produtos tóxicos para os animais; • Proteger o esterco das chuvas e do sol. Utilizar palhas ou uma lona plástica preta para proteger o material diminuindo as perdas; • Deixar em curtimento durante no mínimo 30 dias tempo necessário para as fases de vida livre dos parasitos gastrintestinais serem eliminados. Entretanto, o tempo de fermentação do esterco é de 60 a 90 dias; • O esterco e a cama poderão
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