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APOSTILA BÁSICA OVINOS

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OVINOCULTURA 
 
 
 
 
APOSTILA 
 
BÁSICA 
 
 
 
 
 
MATERIRAL DE APOIO 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
INTRODUÇÃO 
 
MERCADO ATUAL 
SITUAÇÃO ATUAL 
ÍNDICES ZOOTÉCNICOS 
RELAÇÃO OVINOS : BOVINOS 
 
TIPOS DE CRIAÇÃO 
 RAÇA 
CARNE E PELE 
 CARNE E LÃ 
SISTEMA DE CRIAÇÃO 
SISTEMA A OU EXTENSIVO 
SISTEMA B OU SEMI-INTENSIVO 
SISTEMA C OU INTENSIVO 
 
PRINCIPAIS RAÇAS OVINAS 
 
“SRD” 
SANTA INÊS 
MORADA NOVA 
SOMALIS 
RABO LARGO 
BERGAMÁCIA 
DORPER 
TEXEL 
ILE DE FRANCE 
SUFFOLK 
HAMPSHIRE DOWN 
SAMM 
CORRIDALE 
ROMNEY MARSH 
IDEAL 
MERINO 
CRUZAMENTOS 
 SIMPLES 
 ALTERNADOS 
 ABSORVENTES 
DESCARTE ORIENTADO 
CONTROLE ZOOTÉCNICO 
ESCRITURAÇÃO 
 
INTALAÇÕES GERAIS 
 
 ADAPTAÇÕES 
 APRISCO 
 CABANHA 
 CENTRO DE MANEJO 
CREEP-FEEDING 
BARREIRA NEO-NATAL 
SERINGA/BRETE 
TRONCO/EMBARCADOR 
PÉ DE LÚVIO 
DIVISÓRIAS 
PISO 
BEBEDOUROS 
COMEDOUROS 
SALEIROS 
ESTERQUEIRA 
FARMÁCIA 
CERCAS 
 COVENCIONAL 
 ELETRICA 
 TELA 
 BAMBU 
LOCALIZAÇÃO/ORIENTAÇÃO 
MATERIAIS 
DIMENÇÕES 
GERAIS 
CATEGORIAS 
PIQUETES 
 
SANIDADE 
 
MEDIDAS PROFILÁTICAS GERAIS 
 
PRINCIPAIS EMFERMIDADES 
 BACTERIANAS 
 VÍRAIS 
 PROTOZOÁRIAS 
 FÚNGICAS 
 PARASITÁRIAS 
 ENDOPARASITAS 
 ECTOPARASITAS 
 
SINTOMAS 
PROFILAXIA 
TRATAMENTOS 
PRODUTOS 
 
 
 
CALENDARIO PROFILÁTICO 
 
 EVERMIFUGAÇÃO 
 VACINAS 
 CONTROLE/TRATAMENTOS 
 
QUARENTENÁRIO 
 
 FÁRMACIA DOMÉSTICA 
 
MANEJO SANITÁRIO 
 
ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO 
 
NUTRIENTES 
 ÁGUA 
 PROTEÍNA 
 CARBOIDRATOS 
 LIPÍDEOS 
 MINERAIS 
 VITAMINAS 
ALIMEMTOS 
 VOLUMOSOS 
 AQUOSOS 
PASTAGEMS 
 GRAMÍNEAS 
 LEGUMINOSAS 
 CAPINEIRAS 
 SILAGENS 
 SECOS 
FENO 
 
CONCENTRADOS 
PROTÉICOS 
 ENERGÉTICOS 
 MINERAIS 
 VITAMINAS 
 ADITIVOS 
RAÇÕES 
EXIGÊNCIAS NUTRICIONAIS 
MANEJO ALIMENTAR 
 ALIMENTAÇÃO DE 
 CORDEIROS (AS) 
 BORREGOS (AS) 
OVELHAS PRIMÍPERAS LACTANTES 
OVELHAS MULTÍPERAS LACTANTES 
MATRIZES EM PRÉ E ESTAÇÃO DE MONTA 
MATRIZES NO INÍCIO DA GESTAÇÃO 
MATRIZES NO FINAL DA GESTAÇÃO 
REPRODUTORES 
 
FORMAÇÃO DO PLANTEL 
 
 FINALIDADE DA CRIAÇÃO 
ÉPOCA DE AQUISIÇÃO 
 TIPO DE REBANHO 
 CATEGORIAS NO REBANHO 
 ESCOLHA DOS REPRODUTORES 
 
ASPECTOS REPRODUTIVOS 
 
REPRODUÇÃO 
NASCIMENTO 
PUBERDADE 
 CICLO ESTRAL 
 SISTEMA DE ACASALAMENTO 
 MONTA NATUAL 
 A CAMPO 
 NOTURNA 
 CONTROLADA 
 INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL 
 TRANFERÊNCIA DE EMBRIÕES 
 FIV 
 
ESTAÇÃO DE MONTA 
GESTAÇÃO 
PARTO 
LACTAÇÃO 
DESMANA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 INTRODUÇÃO 
 Certamente a origem e domesticação dos ovinos ocorreram na Ásia, 
apesar da existência de algumas espécies também na América do Norte. A 
própria história do início da civilização se confunde com a domesticação dos 
ovinos. No início desta história a humanidade, que deixava do ser caçadora e 
coletora, passou a depender mais da capacidade de produção dos ovinos para 
a sua sustentabilidade. Estes animais transformavam a proteína de baixo valor 
biológico (das forragens) em proteína de alto valor biológico (carne, leite, pele e 
lã), tanto para a sua segurança alimentar, quanto para enfrentar as hostilidades 
climáticas que estavam presentes nas suas aventuras migratórias. Nessa 
interação homem-animal ambos saíram ganhando, as ovelhas tiveram uma 
especial proteção dos homens para a reprodução e perpetuação da sua espécie 
e os homens uma fonte de alimento mais elaborado e matéria-prima para 
protegê-Io do clima (Amaral, 2006). 
 Historicamente a ovinocultura esteve presente ao desenvolvimento da 
humanidade, como sendo a atividade que proporciona a maior fonte de 
alternativas para subsistência, produzindo a lã e pele para o abastecimento das 
industrias têxtil e calçadista e, carne e leite a alimentação humana. · (Dias, 
2005). 
Foi uma das primeiras espécies a ser domesticada e acompanha o 
homem desde os primórdios da civilização. Em determinadas regiões ou países 
a atividade é explorada com adoção de tecnologias apropriadas, atingindo 
níveis consideráveis para o potencial produtivo da espécie, como na Austrália, 
Nova Zelândia, Uruguai, Argentina e Sul do Brasil. Já, em outras partes do 
mundo são adotadas técnicas incipientes representando uma atividade de 
subsistência familiar. Na Austrália, a ovinocultura contribui com 30% do 
montante financeiro oriundo do setor agropecuário, destacando-se a produção 
de lã, com 23% das divisas de exportação. No Brasil a produção de lã contribui 
com cerca de 1 % do total mundial, com maior destaque para a região Sul do 
país."'· (Dias, 2005). 
Atualmente, as divisas financeiras advindas da produção e exportação 
de carne ovina são insignificantes ou consideradas nulas, face o déficit de 
disponibilidade do produto para atender a demanda interna. Se considerarmos 
apenas a região Nordeste do Brasil, o déficit é de 12 mil toneladas por ano. 
Portanto, o Nordeste é um cliente potencial comprando esse quantitativo de 
carcaças ovinas anualmente em outras regiões e no exterior. Isto demonstra 
falta de visão política dos nossos governantes e falta de organização do setor. 
Por outro lado, os produtores sabem produzir com eficiência quando adota das 
tecnologias propriadas ao tipo de exploração. Entretanto, não tem como 
viabilizar o processo produtivo por falta de estímulo financeiro. (Dias,2005). 
 A ovinocultura no contexto agropecuário pode ser classificada como 
sendo uma atividade que apresenta grande potencial produtivo (carne, lã, pele e 
esterco), com alta eficiência para ganho de peso principalmente nos primeiros 
meses de vida, aliado a um rápido ciclo reprodutivo, contribuindo de forma 
significativa para minimizar o déficit de carne demandada atualmente em nosso 
país. (Dias,2005). 
 
 
 A produção de carne ovina vem passando por um período de franca 
ascensão e completa reestruturação do setor produtivo, com o despertar dos 
empresários produtores, e dos pequenos e médios produtores que hoje estão 
se conscientizando da importância deste setor na complementação da 
exploração racional da atividade agropecuária dentro da porteira. Os 
investimentos feitos nessa atividade são expressivos exigindo profissionalismo 
dos investidores e atribuindo assim maior credibilidade deste: setor até então, 
tido como criação de final de semana, de subsistência familiar rural ou na 
maioria das vezes doação da produção aos amigos e parentes para churrasco. 
(Dias,2005). 
SITUAÇÃO ATUAL 
 
 No Brasil a ovinocultura está presente em grande parte do seu 
território. O rebanho nacional é de 17,6 milhões de cabeças (IBGE, 2012). A 
ovinocultura vem expandindo-se em estados como, São Paulo, Minas Gerais, 
Goiás, Mato Grosso,Parana e, apesar de seus maiores rebanhos encontrarem-
se principalmente nas regiões Nordeste e Sul do Brasil. A região Nordeste 
detém 8.181.434 cabeças e a região Sul cerca de 5. 373.035 cabeças. A região 
Nordeste detém 48% do efetivo nacional, sendo aproximadamente 90% deste 
rebanho formado por animais deslanados de diversas raças elou tipos raciais e 
seus mestiços (Dias, 2005). 
 A ovinocultura nos últimos anos vem-se desenvolvendo de maneira 
significativa na região Centro-Oeste, seja pelo aumento efetivo do rebanho, 
como pelo aumento no número de propriedades envolvidas nessa atividade. 
Verifica-se ainda, expressivo aumento na demanda por carne ovina, 
contribuindo para o elevado preço da mesma. A produção de carne ovina 
representa hoje uma atividade cuja participação sócio-econômica é crescente e 
vem se firmando cada vez mais como alternativa de viabilidade da pequena e 
média propriedade rural. Esses fatores aliados as características da espécie 
como: docilidade,· porte- pequeno,- relativa rusticidade, alta prolificidade, 
permitem a sua exploração utilizandofão-de-obra familiar, instalações simples, 
porém funcionais e adequadas ao tipo de exploração. (Dias,2005). 
 Nos últimos tempos, a ovinocultura vem sofrendo rápidas e profundas 
transformações para atender as exigências de mercado desencadeadas pela 
drástica redução da entrada de carne ovina no País, principalmente da carne 
vinda do cone sul e devido a não circulação interna do produto entre alguns 
estados decorrente da imposição de barreiras sanitárias. (Dias,2005). 
 A potencial idade de consumo de carne ovina no Brasil está 
diretamente relacionada com a qualidade, considerando-se a relação entre as 
características organolépticas da carne e as preferências dos consumidores. 
Entretanto, pode-se afirmar que a procura pela carne ovina é extremamente 
promissora, em função da grande aceitabilidade do produto. (Dias,2005). 
 A intensificação na velocidade do crescimento muscular aliada a rápida 
terminação da carcaça parecem ser a maneira mais adequada e eficiente de se 
obter um produto de qualidade superior e competitivo no mercado consumidor 
de carnes. Se considerarmos, a população do Estado de Goiás com 5 milhões 
de habitantes, e tomando-se como referência um consumo per capita de 4kg de 
carne por ano, cifra considerada exagerada, chega-se a uma demanda 
estimada de 20 mil toneladas, o que corresponde a aproximadamente 1.6 
milhões de carcaças de 12kg cada. Para obtenção deste quantitativo é 
necessário um rebanho de 4 milhões de matrizes. O efetivo ovino brasileiro está 
em torno de 15 milhões de cabeças, concentrados principalmente nas regiões 
Sul e Nordeste do Brasil, e o Estado de Goiás, possui um efetivo de apenas 150 
mil cabeças. Pelo exposto verifica-se que as perspectivas para o 
desenvolvimento da ovinocultura Goiana e nacional são bastante promissoras. 
(Dias,2005). 
 
 
A ESPÉCIE OVINA 
 
Quanto às outras questões vale ressaltar que os ovinos em decorrência 
de uma domesticação mais remota, da sua docllidade e da facilidade de 
contenção, passaram a ser um alvo muito fácil de alguns predadores e dos cães 
domésticos. Isto fez com que o seu instinto gregário ficasse cada vez mais 
aguçado, ou seja, de estar sempre agindo em grupos. Este tipo de conduta traz 
diversas conseqüências de manejo, tais como a forma de pastar, a maneira de 
conduzi-Ios, a indicação de exploração em módulos agrários menores (Amaral, 
2006) 
Para grande maioria dos ovinos que vivem em clima temperado existe 
uma característica que é a estacionalidade reprodutiva, o período de 
reprodução está mais concentrado no primeiro semestre. Para os animais que 
já estão adaptados ao clima tropical esta estacionalidade no Centro Oeste 
quase não se expressa. No caso do Distrito Federal em que existem duas 
estações bem definidas e uma condição de luz muito especial durante o ano 
todo a estacionalidade reprodutiva em função do clima é muito pouco 
representativa. Ela poderá se expressar muito mais em função dos animais de 
origem de clima temperado, da alimentação e manejo sanitário do que dos 
elementos climáticos. 
A exploração de ovinos é feita em quase todos os países do mundo. A 
população ovina mundial é de aproximadamente 1,2 bilhões de cabeças. 
ocupando parte das áreas impróprias para a agricultura, como regiões 
montanhosas e de clima semi-árido. No mundo são criadas mais de 800 raças 
nas mais diferentes condições ambientais e sistemas de produção. Os dois 
maiores rebanhos ovinos do mundo encontram-se na Austrália com 168 
milhões de cabeças, o que representa 14% do efetivo mundial e na Nova 
Zelândia com 53 milhões de cabeças, representando 42% do rebanho mundial. 
O ovino foi uma das primeiras espécies de animais a serem exploradas pelo 
homem no inicio da civilização, proporcionando-lhe alimento, em forma de 
carne e leite e proteção através de lã e pele (Sobrinho, 1997). 
 
 
 
 
 
 
 
 
ÍNDICES ZOOTECNICOS 
Os índices zootécnicos são parâmetros comumente encontrados e que 
usamos como ferramenta de trabalho no qual podemos avaliar o desempenho 
produtivo e reprodutivo do rebanho ou animal em diferentes sistemas de 
criação nos diversos material genético. Sempre buscar melhores desempenho e 
identificar pontos francos que limita maximizar a produção. 
 
Sistema de referência com diferentes níveis tecnológicos 
 
 OVINOCUL TURA 
 DISCRIMINAÇÃO UNIDADE INDICES DF E ENTORNO 
 NlvEIS DE TECNOLOGIA 
 A B C 
 Idade à 1 a cobertura Meses 18 11 10 
 Intervalo entre partos Mês 12 10 9 
 lndice de Parição (partos/matriz/ano) Um. 1,0 1,2 1,33 
 Indice de Prolificidade (crias/parto) Um. 1,25 1,30 1,30 
 Indice Natalidade (crias/matriz/ano) Um. 1,25 1,56 1,73 
 Taxa mortalidade até a% 24 18 12 
 Comercialização 
 Taxa mortalidade ovelhas % 4 3 2 
 Viabilidade até a desmama Um 0,95 1,28 1,53 
 Descarte de matrizes % 15 15 15 
 N° de fêmeas por reprodutor Cab 30 60 120 
 Peso ao nascer kg 3,5 4,5 4,5 
 Idade ao desmame Dias 90 60 45 
 Peso ao desmame Kg 18,8 17,7 17,1 
 Ganho de peso até o desmame Kg 15,3 13,2 12,6 
 Ganho de peso pré-desmame Ig/dia 0,170 0,220 0,280 
 Ganho de peso desmame ao abate kg 9,2 10,3 10,9 
 Ganho de peso pós-de mame g/dia 0,116 0,172 0,218 
 Período de recria e terminação dias 79 60 50 
 Idade a comercialização dias 169 120 95 
 Peso de comercialização Ka 28 28 28 
 Rendimento de carcaça % 40 a 42 42 a 44 44 a 46 
 Peso médio de carcaça ao abate Kg 11,2 a 11,76 11,76 a 12,32 12,32 a 12,88 
Taxa de lotação na pastagem Cab/ha 10 a 12 20 a 25 30 a 35 
Fonte: Levantamento de campo EMATER - DF, 2003. índices da raça no Nordeste e Instituto de Zootecnia de São Paulo. 
 
QUADRO COM NOVOS PARÂMETROS EM SISTEMA DIFERENTES 
Parâmetros 
 
 
 
Intensivo Semi-intensivo Extensivo 
Peso ao nascer kg 4.0 3.5 3.0 
Paso ao desmame kg 15-18 17 15 
Idade ao desmame dias 45 60 90 
GMD pré-desmama kg 0.250-0.300 0.200-0.250 0.100-0.150 
Peso ao abate kg 30 30 30 
Idade ao abate dias 100-110 130-140 180-240 
GMD pós-desmame kg 0.200-0.250 0.150-0.200 0.100-0.150 
Lotação ha /ano matriz 30-40 10-20 5-10 
Fertilidade % 85-90 80-85 70-80 
I E P MÊS 7.5-8.5 8.5-9.5 9.5-10.5 
Parições/matri/ano 1.6-1.4 1.4-1.25 1.25-1.15 
Prolificidade % 140-130 130-120 120-110 
Natalidade 
crias/matriz/ano 
 1.75 1.35 1.0 
Mortalidade até 120 
dias 
 % 3-7 7-15 > 15 
Mortalidade adultos % 1-3 2-4 4-6 
 Fonte:EDITORA AGROPECUÁRIA TROPICAL,2005 
 
 
Quadro 4. Relação entre fertilidade, intervalo entre partos, 
prolificidade e a natalidade. 
 
Fertilidade Intervalo entre- Parição Prolificidade Natalidade 
 partos Partos/matriz/ano Crias/parto Crias/matriz/ano 
 1,2 1,53 
 8 meses 1,5 1,3 1,65 
 1,4 1,78 
 1,2 1,22 
85% 10 meses 1,2 1,3 1,32 
 1,4 1,43 
 1,2 1,02 
 12 meses 1,0 1,3 . 1,10 
 1,4 1,20 
 1,2 1,62 
 8 meses 1,5 1,3 1,75 
 1,4 1,89 
 1,2 1,30 
90 % 10 meses 1,2 1,3 1,40 
 1,4 1,51 
 1,2 1,08 
 12 meses 1,0 1,3 1,17 
 1,4 1,26 
 Fonte:Amaral, 2006 
 
 
Natalidade = Prolificidade x Parição x Fertilidade 
 
NATALIDADE (crias/matriz/ano) = Refere-se ao número médio de crias por 
matriz por ano de acordo com a prolificidade, parição e fertilidade de um 
rebanho. 
Exemplo. Nat= 1.3 x 1.5 x 0.85= 1.66 
 
PROLIFICIDADE(crias/parto) = Numero de nascimento de cordeiro por parto. 
Exemplo. 1.20-1.50,siginifica que 20%-50% apresentou parto duplos, que é 
normal na espécie ovinas. Pode ser obitido pela relação entre nº de cordeidos 
nascido pelo nº de ovelhas paridas. 
 
PARIÇÃO(partos/matris/ano) = É a quantidade de partos da matriz no ano em 
relação ao intervalo entre parto. 
IEP = é o período compreendido entre dois partos 
1ºparto com 15 meses e o 2º com 23 meses = 8 meses de IEP 
Exemplo. Parição= MESES NO ANO/ IEP 
 Parição = 12 / 8 = 1.5 partos/matriz/ano 
 
FERTILIDADE = é calculada pela IFP ou Índice de fertilidade ao parto que é 
obtido pela relação entre fêmeas paridas e exposta ao macho 
. 
IFP = Nº fêmeas paridas x 100 
 Nº fêmeas exposta ao macho 
 
 
 
 
 
 
RALAÇÃO ENTRE BOVINOS: OVINOS 
 
A pecuária brasileira tradicional cria bovinos, e vários fatores influência 
este cenário, como grande extensões de terra, aspecto cultural e retorno de 
capital a médio prazo. Mas devido a alto valor das terras e da necessidade de 
maior giro do capital e retorno a curto prazo, e intensificação da produção, a 
ovinocultura apresenta como possibilidades de viabilização do setor pecuário 
atual. É importante fazer algumas comparações na realidade atual da 
bovinocultura de corte com a ovinocultura de corte. 
 
 vaca ovelha RELAÇÃO 
Peso vivo kg 450 50 9 :1 
IMS kg 10 2 5:1 
IMS em PV % 2.25 4 
 
Observa que a quantidade de alimento ingerido por uma vaca, seria suficiente 
para alimentar cinco ovelhas. 
 Outro ponto importante é o valor diferenciado 
 
 vaca ovelha relação 
Valor/cabeça R$ 600,00 120,00 5:1 
Valor/kg/vivo R$ 1,33 2,40 
Valor/@ R$ 42,00 75,00 1 :1.8 
 
 O valor da @ de ovino é praticamente o doblo da bovina, e 
enquanto o produto da vaca(Novilho precoce) alcança seus patamares de R$ 
55,00/@ o produto da ovelha(Cordeiro) chega a R$ 105,00/@. 
 Observa que o valor de uma vaca, dá para adquirir cinco ovelhas. 
 Analisando o fato do consumo e o valor de uma vaca, daria para 
criar cinco ovelhas no mesmo espaço de terra. 
 
Agora veja as possibilidade de produção de carne. 
 Vaca-bezerro Ovelha-
cordeiros 
Relação 
Crias/ano 1 7.5 
Valor aos 
210 dias 
R$ 300,00 1575,00 1: 5,25 
 
 
Levando em conta 1 vaca e 5 ovelhas, com 0%mortalidade, 100%fertilidade. 
 
 Esses resultados são surpreendentes fovoréveis a criação de ovinos. E 
é o que muitos pensam que acontece, sem levar inúmeras considerações. Isso 
é apenas um modelo hipotético, Mas na prática o custo e a susceptibilidade na 
criação de ovinos são extremamente opostos, já que os ovinos tem uma maior 
exigência nutricional e sanitária que os bovinos, necessitando de alimentos de 
alta qualidade e quantidade e rigoroso manejo sanitário, além disso deve ter 
mão-de-obra qualificada que em conjunto onera os custos de produção. 
Veremos detalhes no decorrer da matéria. 
 
TIPOS DE CRIAÇÃO 
 
 OVINOS PRODUTORES DE CARNE 
São ovinos pertencentes a raças cuja aptidão é a produção de carne. 
Estes animais apresentam altas taxas de crescimento e uma conformação 
relacionada com a sua aptidão, com a musculatura bem desenvolvida. 
EXEMPLOS : DORPER; POLL DORSET; HAMPSHIRE DOWN; ILE DE FRANCE; 
SUFFOLK; TEXEL; SAMM; MORADA NOVA (também produtora de pele de boa 
qualidade); SANTA INÊS (também produtora de pele de boa qualidade); SOMALIS 
 
 OVINOS PRODUTORES DE PELES 
A pele produzida por raças com esta aptidão é muito valiosa. Quanto 
mais jovem o animal for abatido para a obtenção das peles, maior é o valor. 
EXEMPLO : KARAKUL; SANTA INÊS; MORADA NOVA, SOMALIS, RABO 
LARGO 
 
OVINOS PRODUTORES DE LÃ 
São ovinos pertencentes a raças cuja aptidão é a produção de lã. O 
velo destes animais é de alta qualidade. O peso e rendimento são elevados e a 
coloração é branca. As fibras são uniformes e resistentes. A ausência de pêlos 
e fibras escuras entre as mechas de lã é fundamental. 
EXEMPLO : MERINO; IDEAL 
 
OVINOS PRODUTORES DE LEITE 
O leite produzido por raças com esta aptidão é ideal para a fabricação 
de queijos finos. Isto se deve aos altos níveis de gordura e proteína, 
característica principal do leite ovino. 
EXEMPLO: BERGAMÁCIA;LACAUNE 
 
 OVINOS DE DUPLA APTIDÃO-CARNE E LÃ 
 
São raças que apresentam um bom desempenho no ganho de peso e 
produção de carcaças de qualidade. Não com o mesmo desempenho que as 
raças típicas produtoras de carne, mas com exigências nutricionais mais baixas 
e uma produção de lã de alta qualidade. 
EXEMPLO :BORDER LEICESTER; CORRIEDALE; IDEAL; ROMNEY MARSH 
 
OVINOS DE DUPLA APTIDÃO- CARNE E PELE 
 
È o tipo que mais tem crescido, a busca de animais com 
carcaças excelente e pele de ótima qualidade. E nesse contexno a Santa 
Inês se enquadra bem, tendo evoluído pela preferência dos criadores. 
 
Atualmente, no Brasil, o número de animais com aptidão para a produção de 
carne tem aumentado, ao contrário do que acontece com ovinos produtores de 
lã. As produções de leite e peles ainda são pouco exploradas no país. 
 
OBS: CADA RAÇA POSSUI SEUS REBANHOS DE ELITE E COMERCIAIS 
 
 
SISTEMA DE CRIAÇÃO 
 
 O sucesso de um sistema de criação depende fundamentalmente de 
sua simplicidade e funcionalidade, além da possibilidade de integra-lo ao 
sistema de produção já existente na propriedade. Qualquer sistema adotado, 
deve maximizar o uso de recursos naturais disponíveis na propriedade, dessa 
forma, pode-se obter importantes aumentos em produtividade. (ed agrp.tropical 
 Os resultados da ovinocultura dependente da elaboração de um 
adequado sistema a realidade e condições do produtor, para adequar as 
técnicas a serem empregadas em determinado material genético. Seguindo 
uma sequência de atividades prioritárias, resolvendo os problemas limitantes do 
bom desempenho do rebanho.(Siqueira, 2004) 
 Uma criação de ovinos está estreitamente relacionado à adoção de um 
sistema de produção, que pode ser classificado didaticamente em três níveis 
tecnológicos conforme as condições sócio-econômicas e ambientais da região 
de exploração. Cada nível requer diferentes práticas e controle de manejo com 
variações no potencial produtivo, eficiência reprodutiva, ocorrência de doenças 
e lucratividade (Amaral, 2006) 
Para obter lucratividade é necessário buscar a máxima eficiência 
reprodutiva. Índices abaixo de 80% de fertilidade de rebanho comprometem a 
viabilidade da criação. Na prática, um número de ovelhas que não conceberam 
onera os custos de produção, redundando em um menor número de cordeiros 
nascidos e terminados, em consequência de subutilização de instalações, 
desperdício de mão-de-obra e gastos com alimentação e manejo. (Amaral, 
2006 ) 
 
 Sistemas de referência para criação de ovinos no distrito federal 
 
 O estabelecimento dos sistemas de criação tem como objetivo servir 
de referencial do nível tecnológico utilizado ou como alvo de produção e/ou 
produtividade para os criadores de ovinos tomando como base a raça Santa 
Inês sob as condições edafo-climáticas (Solo e Clima) do Centro Oeste do 
Brasil. 
 
SISTEMA EXTENSIVO (A) OU TRADICIONAL 
 
 Segundo Amaral (2006) a Emater-DF classifica esse sistema em 
Extensivo ou tradicional que predominante nas fazendas de criação com 
módulos rurais menores caracterizados por pequenos efetivos de rebanho e de 
matrizes cujo objetivo principal é o consumo próprio, com ingressos financeiros 
pela venda do excedente da produção. 
Este sistema conta com a utilização de animais mestiços com baixo 
desempenho produtivo é caracterizado pela falta de padronização do tipo 
racial, peso ao desmame e ao abate. Em geral, os animais são mantidos em 
abrigos rústicos com aproveitamento de infra-estrutura de outras atividades. 
Outra característica refere-se à ausência de práticas de controle 
reprodutivo com reduzida interferência do produtor, predominando a monta 
natural livre, sem preocupação com separação de rebanhos específicos. Todas 
as categorias são mantidas juntas em um único rebanho geral. A desmama 
ocorre,tardiamente, em detrimento do intervalo entre partos. Os machos são 
comercializados tardiamente permitindo cruzamentos aleatórios e indesejáveis 
com fêmeas imaturas do mesmo grupo de parentesco e destas com o carneiro 
reprodutor. A consangüinidade e a antecipação da vida reprodutiva são fatores 
que prejudicam o desempenho futuro destes animais. Em geral, o reprodutor é 
sub-utilizado e descartado precocemente. Falta gerenciamento de rebanho em 
função da não adoção de um sistema de identificação e registros zootécnicos. 
Falhas no manejo alimentar e sanitário comprometem os índices de 
produtividade. Esporadicamente, adotam-se algumas práticas de controle 
profilático, limitando à vacinação anual contra enterotoxemia, vermifugação 
curativa do rebanho e cuidados com os recém-nascidos, além de vacinação 
contra a raiva nas regiões onde é compulsória sua adoção. Os animais são 
criados em pastagens mal manejadas, inadequadas ao hábito de pastejo dos 
ovinos, com utilização de subprodutos agrícolas com pouco valor nutricional. 
Estes rebanhos são caracterizados pela falta de atenção com a higiene e o 
conforto dos animais. A precariedade do ambiente de criação favorece a 
disseminação de doenças contagiosas como Verminose, Pododermatite, 
Linfadenite caseosa e Ceratoconjuntivite. 
 
SISTEMA B OU SEMI-INTENSIVO 
 
Este sistema é adotado, em geral, em fazendas de criação com 
módulos rurais maiores, caracterizado por rebanho comerciais, apresentando 
significativa melhoria no manejo do rebanho em relação ao sistema anterior. 
Neste sistema é prática comum a utilizados animais de raças 
adaptadas ao ambiente tropical, com adoção de práticas de melhoramento 
genético, tais como aquisição de reprodutor melhorador, aquisição de matrizes 
com boas características da raça, descarte orientado, seleção 
fenotípica(seleção das características raciais) e cruzamento absorvente. 
Em geral, os animais são mantidos em abrigos munidos de 
bebedouros e comedouros adequados e cocho privativo para cordeiros. 
 Neste sistema nota-se uma preocupação com a introdução de 
técnicas de recuperação e manejo de pastagens a exemplo de divisão de 
piquetes procurando facilitar o manejo reprodutivo. Os carneiros são mantidos 
em piquete exclusivo separado do rebanho geral durante o dia, com a monta 
acontecendo somente à noite no abrigo com os animais descansados e 
alimentados. Este manejo reprodutivo tem apresentado melhora na eficiência 
reprodutiva e utilização dos reprodutores, cuja reposição não tem sido tão 
precocemente quanto tem ocorrido no sistema extensivo. Este sistema prevê a 
avaliação do potencial genético dos reprodutores e uniformização genética. 
O gerenciamento de rebanho conta com a adoção de sistema de 
identificação para algumas categorias. Os registros zootécnicos são realizados 
parcialmente e as informações obtidas orientam a tomada de decisão dos 
produtores na busca de melhoria da atividade. 
Os animais são criados predominantemente a pasto adotando-se 
suplementação de volumoso à noite no período das águas e de volumoso e 
mistura múltipla durante todo o dia no período da seca. As fêmeas, em final de 
lostação e início de lactação, recebem manejo diferenciado objetivando o 
aumento da produtividade. Em geral, a terminação dos borregos é realizada 
exclusivamente a pasto no período das águas em sistema de pastejo 
rotacionado e, durante o poríodo da seca, tanto a recria quanto a terminação 
são realizadas em confinamento com dieta a base de volumosos diversos e 
concentrado. 
A formação e o manejo de pastagens buscam atender os hábitos de 
pastejo do ovino, utilizando forrageiras com boa produção de matéria seca 
procurando aumentar a capacidade de lotação. A maioria das propriedades 
adota a utilização de capim elefante e cana forrageira, bem como de 
subprodutos agrícolas, loguminosas e forrageiras conservadas no período da 
seca. 
A desmama e o abate e/ou comercialização dos animais para corte 
são antecipados com significativa redução do intervalo entre partos e melhoria 
nos índices de produtividade das matrizes. Os produtores que utilizam este 
sistema adotam o controle estratégico da verminose ovina e calendário de 
vacinação preconizado pela pesquisa-extensão em conformidade com o 
manejo adotado na propriedade além de cuidados com os recém-nascidos, 
limpeza e desinfecção de instalações, quarentena para animais adquiridos. Há 
interferência no ambiente de criação buscando o conforto bem estar animal 
com redução dos riscos sanitários, verificando-se em muitas propriedades 
construções específicas para cada categoria. 
As pastagens são manejadas frequentemente visando manutenção da 
sua capacidade de suporte envolvendo práticas diversas. 
Este sistema as matrizes em final de gestação e início da lactação 
recebem manejo diferenciado objetivando o aumento da produtividade. As crias 
têm acesso a cocho privativo a partir dos 10 dias de idade objetivando a 
desmame precoce ou semi-precoce. As matrizes, em geral são recolhidas ao 
confinamento por ocasião do parto ficando até a desmame, retomando ao pasto 
enquanto que os cordeiros permanecem em confinamento durante a recria e a 
terminação com dieta balanceada. 
A utilização de raças puras em cruzamentos terminais, monta 
controlada com maximização do aproveitamento dos carneiros buscando a 
eficiência reprodutiva, adoção da desmama precoce e semi-precoce com 
utilização de cocho privativo (creep-feeding), controle da eimeriose e recria e 
terminação em confinamento são técnicas de manejo que, em conjunto, 
possibilitam melhorar o desenvolvimento ponderal devido a heterose e a 
antecipação da idade ao abate e a melhoria da qualidade de carcaça. 
A formação e o manejo de pastagens procuram atender os hábitos de 
pastejo do ovino, utilizando forrageiras melhoradas com elevada disponibilidade 
de matéria seca e aumento da capacidade de lotação. Adota-se divisões de 
pastagens, facilitando o manejo reprodutivo do rebanho e o aproveitamento 
eficiente das pastagens. 
Neste sistema ocorre maior controle de riscos sanitários com uso de 
medidas profiláticas mais rigorosas. 
O gerenciamento de rebanho, através de registros zootécnicos e 
financeiros orienta a tomada de decisão, aumentando a eficiência do sistema e 
a eficácia no cumprimento dos objetivos propostos com certeza do retorno do 
capital empregado. 
 
 
 
 
 
SISTEMA C OU INTENSIVO 
 
Entre os três sistemas de referências apresentados é o que apresenta 
com melhor nível tecnológico e altos índices de produtividade. Os produtores 
procuram introduzir animais de raças puras, geneticamente especializadas para 
a produção de carne. Recorrendo aos cruzamentos terminais, manejo 
nutricional e sanitário adequados, além de instalações confortáveis e 
higiênicas. A produção está direcionada ao atendimento da demanda e 
exigência do mercado consumidor e seleção de animais de reprodução. 
Algumas categorias são mantidas a pasto de boa qualidade durante o 
período chuvoso em pastejo rotacionado, terminação dos cordeiros em 
confinamento total com dieta balanceada. Utiliza-se a monta controlada com 
maximização do aproveitamento do reprodutor, buscando a máxima eficiência 
reprodutiva. 
A utilização de raças puras em cruzamentos terminais, adoção da 
desmama semiprecoce com utilização de creep-feeding e terminação dos 
cordeiros em confinamento total são técnicas de manejo que permitem a 
melhoria da conformação de carcaça, melhor desenvolvimento ponderal devido 
a heterose e a antecipação da idade ao abate . 
O gerenciamento de rebanho com utilização das informações obtidas 
nos registros zootécnicos em proveito da melhoria do sistema de exploração 
tornam o sistema cada vez mais eficiente. 
O rebanho geral é suplementado com volumoso à noite e dieta 
balanceada na seca. As fêmeas em final de gestaçãoe início de lactação 
recebem manejo diferenciado objetivando a aumento da produtividade. 
Para isto é fundamental manter a formação e manejo de pastagens 
procurando atender os hábitos de pastejo do ovino, utilizando forrageiras com 
boa disponibilidade de matéria seca e aumento da capacidade de lotação com a 
utilização de volumoso de boa qualidade (silagem, feno ou leguminosa) e 
concentrado. 
O manejo de ambiente requer riscos sanitários mínimos com controle 
profilático rigoroso. 
 
 
RAÇAS DE OVINOS 
 
 O inicio de uma criação começa pela escolha da raça de acordo 
com as condições econômicas, climáticas, e de mercado. Para tanto, é 
fundamental dar preferência às raças com maior eficiência na reprodução, 
resultando em mais quilos de cordeiros desmamados por matriz ao ano, aliados 
a eficiência produtiva para transformar alimentos grosseiros em carne de alta 
qualidade para atender ao mercado exigente.(Amaral,2006). 
A produção de carne ovina vem experimentando grande crescimento 
nas regiões Sudeste, Centro-Oeste e Norte. As criações no Nordeste, que 
anteriormente eram de subsistência, agora passam a ter um caráter comercial e 
mesmo empresarial. As raças deslanadas brasileiras (naturalizadas) ganharam 
importância devido a sua rusticidade, adaptação ao meio ambiente com 
condições de alimentação ruim e também por sua não estacionalidade 
reprodutiva (Dias, 2005). 
Não existe uma raça melhor do que a outra. Todas apresentam 
vantagens e desvantagens, fruto dos trabalhos de seleção a que foram 
submetidas ao longo do tempo e das condições de manejo onde são 
exploradas. Alguns aspectos devem ser considerados na escolha da raça para 
a exploração zootécnica. São elas objetivo da criação (econômico, 
subsistência, lazer); mercado (lã, carne, pele, leite, venda de matrizes e 
reprodutores); ambientais (clima, solo, topografia); facilidade de aquisição 
(preço, disponibilidade, condições) e preferência pessoal. (Dias, 2005). 
 
A produção de carne ovina pode ser obtida de raças deslanadas 
predominantes nas regiões Norte, Nordeste, Centro-oeste e Sudeste e de 
animais de raças lanadas, com maior rebanho na região Sul seguido das 
regiões Sudeste, Centro-Oeste. (Dias, 2005). 
Nas raças deslanadas tidas como produtoras de carne predomina a 
Santa Inês, Morada Nova, Somalis Brasileira e Rabo Largo. Recentemente foi 
introduzida no Brasil a raça Dorper, da África do Sul, com o objetivo de avaliar 
a sua produção e produtividade nas condições climáticas do Nordeste. Nas 
raças lanadas de corte destacam-se a Poll Dorset, Ile de France, Texel, 
Suffolk, Hampshire Down, Samm, Bergamácia. As raças lanadas mais 
especialisadas em produção de lã são o Merino Australiano, Ideal, Lacune 
(Amaral,2006). 
 
 ALGUMAS RAÇAS OVINAS 
SANTA INÊS 
Raça deslanadas desenvolvidas no Nordeste e tem origem 
controvertida. A raça pertence ao grupo dos ovinos pêlos de boi (Dias, 2005). 
Estes animais se caracterizam por serem animais de tamanho médio, 
mochos, com pelagem variada, pintadas malhadas, com coloração preta, 
vermelha e branca e suas combinações sem presença de lã. Animais 
despigmentados não são permitidos no padrão da raça, pois não são 
adequados ao ambiente tropical. (Leite, 2005) 
Provavelmente, ela é originária do cruzamento de animais da raça 
Bergamácia; Morada nova; Somalis com ovelhas crioulas do nordeste, sendo 
selecionada no nordeste brasileiro pelo porte maior e ausência de lã, e também 
devido ao seu comportamento no pastejo, semelhante ao dos caprinos, 
aceitando a vegetação arbustiva e adaptando-se bem àquela região. (Leite, 
2005) 
Caracteriza-se como uma raça de duplo propósito: para produção de 
carne e pele, pelo seu porte e prolificidade (partos duplos). É um ovino de 
carne, com 80 a 100kg nos machos e 60 a 70kg nas fêmeas, e tem pele grossa 
e vigorosa. (Leite, 2005) 
Outro detalhe que vale mencionar é as fêmeas. Elas são ótima 
criadeiras, com alta fertilidade e prolificidade deve ter cuidado com o desmame 
precoce em ovelhas Santa Inês, pois a sua origem leiteira, dificulta a interrupção 
da lactação precocimente. (Leite, 2005) 
Muito criado, do norte do Paraná até a Amazônia, e é a raça que mais 
cresce no nosso país, devido sua excelente característica de animal tropical. 
MORADA NOVA 
Morada Nova 
Raça deslanada formada no Nordeste apartir de animais vindos de 
Portugal e Africa do Sul. Devido à necessidade de adaptação ao ambiente 
quente e seco do Nordeste, esses animais sofreram ampla variabilidade quanto 
aos pêlos. São animais de pequeno porte, rústicos e prolíficos, são mais 
precoces sexualmente comparada a outras raças nativas. São mochos e 
apresentam pelagem predominante entre o vermelho e o creme. São animais 
muito dóceis e manejados com grande facilidade. Na região Nordeste, os 
animais desta raça apresentam grande eficiência de produção, mesmo tendo 
que buscar seu alimento na rústica vegetação de caatinga. Produzem carne e 
pele de alta qualidade. A exemplo da Santa Inês também pertence ao grupo 
dos ovinos pêlos de boi (Dias,2005). 
O nível de melhoramento para características de carcaça inferior às 
demais raças, mas com grande potencial para o ambiente tropical brasileiro. Os 
machos adultos atingem de 40 a 60 kg e as fêmeas de 30 a 50kg. As ovelhas 
são muito prolíficas, rústicas e se adaptam às regiões mais áridas; desempe-
nham importante função social, pois fomecem alimentos protéicos às 
populações rurais dessas regiões. (Leite, 2005) 
Infelizmente o número de criadores de animais de raça pura é muito 
pequeno, o que dificulta a aquisição de reprodutores melhorados. Morada 
Nova (Leite, 2005). 
 
SOMALIS BRASILEIRA 
 
A raça Somalis é originária da região Oeste da África, mais 
precisamente da Somália e Etiópia, pertencente ao grupo de ovinos Garupa 
Gorda. Por ser rústica, essa raça acumula reservas de gordura na garupa 
durante a época de alimentação abundante para queimar durante a escassez 
de forragem - pode ser criada nas regiões em que as condições alimentares 
são menos favoráveis e não se dispõem de áreas potenciais à produção de 
forragem irrigada de grãos. Por ser mais resistente ao ambiente hostil do 
Nordeste semi-árido, dentre as raças deslanadas da região, recomenda-se a 
exploração da Somalis naquelas regiões de maior precariedade alimentar. Na 
América, a raça foi primeiramente introduzída nas ilhas de Trinidad Tobago e 
Granada e nos países da Colômbia e do Brasil e, mais recentemente, na 
Guiana e Venezuela. . (Leite,2005) 
É um animal com boa capacidade para produzir carne e pele, são 
prolíferas de porte médio,sem chifres e pescoço curto,sua pelagem é branca 
com a cabeça e pescoço preto. O peso dos machos varia entre 40 a 60kg, e 
das fêmeas, de 30 a 50kg. (Amaral, 2006) 
 
 
 
 
RABO LARGO 
 
 Animais de porte médio com cauda de base larga e ponta de lança. 
São deslanados ou com pouca lã. Posui Chifres, (aspados) ou pode ser 
mochos. Os peso dos machos adultos com 45/50 Kg,e das fêmeas adultas com 
30/40 Kg. Cauda média e base -larga com espessa camada de gordura (daí o 
nome da raça) e terminando em forma de lança (S caudal).Pelagem Vermelha, 
branca e suas combinações. Pêlos curtos ou médios, podendo apresentar 
resquícios de lã. Apresenta apitidão para produção de carne e pele. São 
Animais rústicos bem adaptados as condições do Nordeste semi-árido.Curioso 
è que a calda quando preenchida de reservas impede a fertilidade, acarretando 
a manta natural somente no final da seca e incio das chuvas, 
 
BERGAMÁCIA 
São ovinos lanados de origem Italiana, naturalizados e de aptidão 
mista. São produtores de carne, leite e lã grossa de baixa qualidade, 
esses animais tiveram grande importância social principalmente no 
Nordeste. São animais de grande porte, com origem na raça leiteira 
italiana Bergamasco. O rebanho nacionalé bastante reduzido podendo 
ser encontrado nas regiões Centro-Oeste e Nordeste principalmente. São 
animais de grande porte, brancos, mochos, lanados, com altura média de 
80 cm e peso de 70-80 kg nas fêmeas e 100-120 kg nos machos adultos. 
As ovelhas são prolíficas e boas leiteiras. São pouco exigentes em 
alimentação. A ovelha produz, em média, 250 kg de leite com 6% de 
gordura, em um período de lactação de seis meses. A Bergamácia é uma 
boa raça para melhorar rebanhos de ovinos comuns, quanto a produção 
de leite e carne.(Dias, 2005 ). Suas característica são representativas na 
formação do Santa Inês. 
O perfil ultra-convexo, tanto na fronte como no chanfro, mocha. 
ronte estreita e saliente. Orelhas pendentes, largas e compridas, 
atingindo, no mínimo, até a ponta do focinho. Mucosas nasais, conjuntivas 
e lábios rosados, sendo permitida discreta pigmentação. A cabeça é 
coberta por pêlos curtos e brancos. 
 Os machos adultos com peso de 100 a 120 Kg, embora a carcaça 
não seja de grande qualidade. Os cordeiros desenvolvem-se 
relativamente bem, graças a boa produção de leite das mães, atingindo 
lactações de até 250Kg com 6% de gordura, muito utilizado na Itália para 
a fabricação do queijo Gorgonzola. As ovelhas muito proliferas. 
 
DORPER 
Em busca de uma raça produtora de carne que atendesse às 
exigências de mercado, o governo e os produtores da África do Sul importaram 
raças especializadas na produção de came; entre elas, a South Down, 
Hampshire Down, Border Leicester, Suffolk e Dorset Horn para produzirem 
carcaças mais aceitáveis, não somente para o mercado intemo, mas também 
para o extemo. Assim, ovelhas de várias raças africanas foram cruzadas com 
reprodutores dessas outras, em estações experimentais e em rebanhos 
privados. Nesses cruzamentos, o que obteve mais sucesso foi aquele entre a 
raça Dorset H o r n ♂ x ♀ Blackhead Persian, dando origem ao Dorper A partir 
de 1946, teve início então o projeto de desenvolvimento da raça Dorper. . 
(Leite, 2005) 
No Brasil, a raça foi aceita somente em 1998, após o incentivo do Dr. 
Mário Silveira, secretário do Planejamento da Paraíba. Ele instituiu um projeto 
de "Introdução de Genótipos de Ovinos da Raça Dorper no Estado da 
Paraíba". 
Esses ovinos apresentam temperamento calmo, com aparência 
vigorosa; a conformação é simétrica, bem proporcionada ou balanceada, e é 
robusta e musculosa. . (Leite, 2005) 
Carne e pele são suas aptidões. No mercado internacional, a pele 
Dorper é conhecida com o nome de Cape Glovers. Essa raça possui duas 
variedades: cabeça preta (Dorper) ou cabeça branca (White Dorper).(Leite, 
2005). 
 
SUFFOLK 
 
Raça de origem inglesa com apitidão para carne,oriunda do cruzamento 
entre Norfolk x Southdown, pertence ao mesmo grupo das “caras pretas”.Ela se 
adaptou bem ao Brasil, nas regiões de ambiente favorável, com clima ameno e 
alta disponibilidade de alimento.São animais de grande porte bastante precoces 
que produzem carcaças magras e de boa qualidade. As fêmeas têm òtima 
qualidade materna, com grande produção leiteira que permitem alimentar mais 
de um cordeiro. Animais de bom temperamento, eles preferem os campos 
secos. 
A característica mais marcante do Suffolk è o tamanho avantajado, com 
fêmeas acima de 80 kg e machos entre 150 e 200 kg. Seu corpo comprido é 
musculoso, com as extremidade desprovidas de lã e revestida de pêlos negros 
e brilhantes. Os cordeiros nascem inteiramente pretos, e vão branqueando até 
os 4-5 meses de idade. Apresentam ganho de peso de até 450 gramas ao dia. 
Devido seu tamanho corporal, deve-se prever alimento fartos e de bom 
valor nutritivos para esses animais. São mais estacionais que outras raças 
lanadas. 
 
 
 
 
TEXEL 
 
Raça de origem holandesa, cuja formação recebeu forte influência da 
raça Licon e Leicester Essa raça se caracteriza pela produção de uma carcaça 
de boa qualidade. com baixo teor de gordura. É rústica e sóbria, muito dócil e 
produz bem, no sistema extensivo e semi-intensivo. Em condições de 
pastagem, os cordeiros machos apresentam ganhos de peso médio de 300g, e 
as fêmeas de 275g, entre os 30 e 90 dias de idade (Amaral, 2006). 
Apresenta de tamanho médio a grande, compacto, com massas 
musculares volumosas e arredondadas e constituição robusta, um típico 
animal de carne e lã. A característica mais marcante da raça Texel, é o 
desenvolvimento muscular, com boa área de olho de lombo e pernil com leve 
cobertura de gordura. (Leite, 2005) 
 
ILE DE FRANCE 
 
A raça é originária da França, mais precisamente da região da bacia 
parisiense, denominada Ile de France,resultado de cruzamentos entre 
reprodutores ingleses da raça New Leicester com fêmeas da raça Merino. Foi 
introduzida no Brasil por volta de 1973 e teve boa aceitação. Tem grande 
disseminação pelo País, principalmente pela região sul e sudeste. É 
considerada uma raça de dupla aptidão (60% para carne e 40% para 
lã),recomendada para cruzamento industrial,em sistema intensivo de produção 
de carne. (Leite,2005). 
 Raça mocha prolífera, com estação reprodutiva média com maior 
concentração no Outono. No entanto apresenta uma carcaça típica para 
corte(comprida;larga;musculosa),onde os cordeiros apresentam crecimento 
rápido podendo ser abatido precocimentes(Amaral,2006). 
 
HAMPSHIRE DOWN 
 
A raça teve como berço os condados de Wilts, Hants e Dorset, no Sul 
da Inglaterra. São animais grandes e ativos com características de carcaça e 
com grande capacidade de ganhar peso. Muitos deles, quando adultos, chegam 
facilmente a 140 kg, O Hampshire Down tem sido muito utilizado nos 
cruzamentos inter-raciais, gerando animais pesados e bastantes produtivos. É 
muito comum o nascimento de gêmeos. Somente no início do século XX, a raça 
chegou ao Rio Grande do Sul, por intermédio de criadores que a trouxeram da 
Argentina. Os cordeiros apresenta crescimento rápido e eficiente conversão 
alimentar, por isso são muito exigentes quanto à alimentação. Atualmente os 
maiores plantéis estão no Paraná e Rio Grande do Sul. 
 
POLL DORSET 
 
Originário da Austrália, foi reconhecida como raça desde 1950. 
Conhecido também por Dorset mocho, tem apresentado um rápido 
melhoramento genético devido ao intercâmbio de reprodutores de alto nível 
entre a Austrália e Nova Zelândia. Atualmente cria-se no Brasil animal de 
origem Americana, com maior tamanho corporal. . (Leite, 2005) 
 
Animal de tamanho médiogrande, de constituição robusta e aptidão 
para a produção de carne. A raça é muito apreciada ainda para cruzamentos 
industriais com a finalidade de produção de cordeiros para abate. Produz 
cordeiros com grande ganho de peso, os cordeiros machos têm ganho de peso 
médio diário de 300g, e as fêmeas de 275g. . (Leite, 2005) 
É considerada uma raça de carne, pois tem uma carcaça de 
ótima qualidade e peso, e ainda produz lã em quantidade razoá\'el e de 
boa qualidade. 
Dorset é a raça básica em todos os rebanhos da Austrália, Nova 
Zelândia, Estados Unidos e África do Sul, que são os maiores produtores 
mundiais de carne e lã. 
SAMM 
O nome Samm significa “South African Muton Merino” é um animal 
mocho de esqueleto muito forte,alto potencial para carne(60%) e lã (40%).Muito 
difundido na Africa do sul, Autrália e Nova Zelândia e aos poucos no Brasil para 
melhorar a carcaças de animais mais especializados em produzir lã. É uma raça 
promissora com grande potencial para produção de carne, ainda pouco 
difundida no Brasil. 
MERINO 
 
Da Espanha para a austrália. 
A Australia fez melhoramento 
Com 25% de Merino Espanhol com 45% Merino Precoce+ 10 de outros 
Raça especializada a produção de Lâ fina, e ainda produz boa quantidade 
de carne na carcaça ( Sobrinho, 2009). 
 Raça produtora de lã fina de grande qualidade e volor industrial além 
de produzir carne. São animais de pequeno portee baixa exigência nutricional, 
muito rústica com ótima adaptação às condições de clima, com temperaturas 
altas e escassez de forragens. Sensível ao excesso de umidade. Seu velo é 
fino e denso, conferindo proteção contra a irradiação solar e ao calor. Em 
função de seu baixo custo de manutenção(Sobrinho, 2009), rusticidade e 
habilidade materna as fêmeas desta raça são utilizadas, com sucesso, em 
cruzamentos terminais com carneiros da raça Texel e Ile le france nos grandes 
rebanhas comercias de produção de carne. A produção de 3 a 4 kg de lã de boa 
qualidade pelas ovelhas de rebanho praticamente cobre os custos de 
manutenção da criação. Fazendo com que os produtos sejam bastante 
competitivos e com poder de entrega o ano todo. Muito criado na 
Austrália,Uruguai,Argentina e sul do Brasil. 
A pele deveria cubrir estes custos de Manutenção, 
ROMNEY MARSH 
Raça de origem Inglesa, também conhecida pelo nome de Kent, 
condado onde foi criada desde a antiguidade sem infusão de sangue estranho. 
Os antecessores desta raça já eram criados na época das Cruzadas, vivendo 
sempre isolados das demais raças inglesas, tendo havido apenas uma tentativa 
de melhora-lo com a introdução de sangue Leicester, cujo resultado não 
agradou, sendo o procedimento logo abandonado. Há dois séculos passados os 
ovinos desta raça eram animais grandes, de inferior qualidade, tinham a cabeça 
grande, pescoço fino e comprido, membros longos e finos, velo excasso e lã 
muito grosseira. O melhoramento da raça foi um processo demorado, onde foi 
empregado sistematicamente o método de seleção visando a obtenção de um 
ovino para carne, descuidando da produção de lã. Levado para a Nova Zelândia 
o Romney foi orientado para o duplo propósito, melhorando a sua aptidão 
laneira, resultando na formação de uma raça produtora de carne 60% e lã 
grossa e longa 40%, Na formação do Romney Marsh, além do método de 
seleção foi também usada consanguinidade. Em 1897 foi criado o primeiro 
registro genealógico da raça "Kent or Romney Marsh Sheep Breder 
Association", entretanto documentos antiguíssimos mantidos na Biblioteca da 
Catedral de Canterbury fazem referência a rebanhos existentes no ano de 1275 
no "Priorato de Christchurch". 
 
 
 
 
CORRIEDALE 
 O Corriedale originou-se na Nova Zelândia, onde eram comuns os 
cruzamentos alternativos entre ovinos Merinos, Romney Marsh, Lincoln e 
Leicester, com a finalidade de produzirem animais com boa produção de lã de 
finura média, com comprimento de mecha e de carcaças de bom peso e 
qualidade. Em 1879, o ovinocultor James Little, em seu estabelecimento 
denominado "Corriedale", na Nova Zelândia, com a finalidade de produzir um 
ovino de dupla aptidão, carne e lã, escolheu 4.000 ovelhas puras Merinas e as 
acasalou com 100 carneiros puros Lincoln. Da produção destes acasalamentos 
James Little selecionou 1.000 ovelhas e 20 machos, acasalou-os. Na produção 
assim obtida ele fez uma rigorosa seleção, apartando somente os animais cujos 
caracteres correspondiam plenamente a um ovino de dupla aptidão, num 
equilíbrio de 50% carne e 50% lã. Através de consanguinidade e seleção fixou o 
tipo zootécnico e racial que havia programado. Outros criadores, visando os 
mesmos objetivos de James Little, fizeram cruzamentos do Merino com 
Leicester e Border Leicester. Admite-se que o atual Corriedale, além de Merino 
e Lincoln, possue pequeníssima percentagem de sangue Leicester e Border 
Leicester. O Corriedale foi oficialmente reconhecido como raça pura em 1911 
quando foi criado o Flock Boock pela "The Corriedale Sheep Society". 
IDEAL 
 
o nome original da raça é Polwarth, mas na América do Sul é chamado 
de Ideal. Desde algum tempo já eram conhecidos e muito apreciados os 
cruzamentos alternativos entre Merinos (de lã muito fina e crescimento 
limitado), Lincoln (de grande porte, lã grossa, fibras longas) e Leicester. Com a 
finalidade de obter um ovino que mantivesse sempre % de sangue Merino, um 
grupo de ovinocultores Australianos decidiu fixar uma nova raça, em 1880, na 
região de Victoria. Nascia então o Polwarth. 
A raça responde bem quando colocado em boas pastagens e é encontrado 
principalmente nas regiões de maiores índices pluviométricos. A raça foi 
exportada com sucesso para muitos países, principalmente para a América do 
Sul (Argentina e Uruguai). 
Os ovinos apresentam porte médio, bem constituído, denotando 
vivacidade e vigor, ostentando uma lã de grande volume. A sua conformação é 
bem equilibrada e mostra bem suas aptidões, rusticidade e produção de lã fina; 
muito criado no sul do Brasil. (Dias, 2005). 
 
 
CRUZAMENTOS (Amaral, 2006) 
 
O melhoramento genético do rebanho deve ter uma atenção especial do 
criador e pode ser realizado através da utilização de reprodutores de qualidade 
genética comprovada em cruzamentos dirigidos e também pela seleção do 
próprio rebanho, seguida de forte pressão de seleção para as características a 
serem exploradas. 
O aumento no desempenho produtivo animal depende da interação 
positiva entre raça, meio ambiente e manejo. Portanto, antes de pensar em 
introduzir reprodutores de raças precoces exóticas, se faz necessário adotar as 
recomendações técnicas de manejo, nutrição, sanidade e instalações. 
 
Seleção de animais do rebanho 
 
A seleção é um método reprodutivo em que os melhores animais do 
rebanho o escolhidos conforme critérios de padrão da raça para serem 
utilizados como reprodutores e matrizes nos cruzamentos. Esta seleção pode 
ser fenotípica ou genotípica. 
Seleção fenotípica ou massal- avalia tanto os aspectos morfológicos, isto é, 
o exterior do animal (p.ex. pelagem e conformação) como também os aspectos 
morfológicos ou funcionais, isto é relacionados aos fatores de produção (p.ex. 
peso e produção de carne). Portanto, avalia o desempenho do animal 
considerando as características raciais. 
Seleção genotípica - neste método a seleção é realizada individualmente 
pela hereditariedade, isto é se baseia no desempenho de seus ancestrais, 
buscando os melhores genótipos. A escolha recai sobre os animais que 
apresentam a maior produção ou rendimento (p.ex, espécimes mais fortes de 
peito mais largo, lombo mais comprido e largo, cor da pelagem e a conformação 
referente ao padrão da raça). 
Recomendações 
• Selecionar os animais com maior peso e rusticidade ?, a partir do 
nascimento através de anotações em fichas dos dados zootécnicos referentes 
ao peso ao nascer, peso a desmama etc. 
• Selecionar as ovelhas pelo seu tamanho, peso, conformação geral, 
qualidade e coloração da pele, saúde; 
• Priorizar a seleção de fêmeas que apresentaram boa fertilidade, 
habilidade materna, produção de leite suficiente para atender suas crias, ganho 
de peso sem a necessidade de suplementação com concentrados e resistência 
a parasitos; 
• O descarte se baseia no estabelecimento de critérios rígidos quanto às 
cacterísticas indesejáveis, procurando selecionar apenas os animais que 
possam trazer uma contribuição efetiva para melhorar a eficiência produtiva do 
rebanho; 
• Carneiros portadores de defeitos genéticos devem ser castrados antes de 
serem vendidos ou encaminhados para o abate para não se correr o risco de 
serem ultilizados na reprodução e perpetuarem seus defeitos. 
A seleção zootécnica baseada na produção econômica do animal 
requer adoção 
 
 
CRUZAMENTOS EM OVINOCULTURA 
 
 Cruzamento industrial ou simples 
 
É o acasalamento entre animais de diferentes raças ou tipos. Este 
cruzamento é o mais utilizado pelos produtores com visão empresarial para a 
produção comercial de carne de cordeiro. 
Com o cruzamento de duas raças puras, geneticamente diferentes, uma 
com elevada adaptabilidade e rusticidade das raças deslanadas e, a outra com 
a precocidade das raças produtoras de carne, obtém-se um animal com melhor 
potencialde crescimento, ganho de peso, conversão alimentar, rendimento de 
carcaça e superior eficiência de produção, fatores determinantes para o retorno 
do capital investido. 
Os animais deslanados (pêlo de boi) apresentam dupla aptidão, carne e 
pele, são mais prolíferos e rústicos, com maior habilidade materna, 
apresentando um ótimo nível de adaptação e desempenho nas condições de 
clima do Brasil Central. Por isto são altamente recomendados para compor a 
base do rebanho em cruzamentos terminais para produção de cordeiros 
destinados ao abate. Com isso, tem-se a possibilidade de explorar, ao máximo, 
a heterose (vigor Híbrido ) . 
 
 Escolha das raças para o cruzamento industrial 
 
É conveniente adquirir carneiros de uma raça especializada em produção 
de carne (raça paterna) para cruzar com ovelhas (raça materna) menos 
exigentes com melhor grau de adaptação às condições de meio ambiente. 
A seguir, alguns critérios para a escolha das raças para comporem rebanho 
de cruzamento industrial. 
 
 
RAÇA MATERNA 
 Apresentar eficiência reprodutiva 
 Não apresentar estacionalidade 
 Ser prolífera e precoce sexualmente 
 Possuir habilidade materna 
 Adaptabilidade às condições de clima 
 Facilidade de parto 
 Tamanho moderado, com baixo custo 
 de manutenção. 
 Ex: Santa Inês e Morada Nova e Ovelhas SRD(comum) 
 
RAÇA PATERNA 
 Crescimento rápido 
 Boa Conversão alimentar 
 Precocidade de acabamento 
 Qualidade de carcaça 
 Ex: Dorper; Dorset; Texel; lIê de France; Hampshire Down; Suffolk;Samm. 
 
 
 
 
A utilização destas raças em cruzamentos terminais(F1) tem 
apresentado bons resultados na conformação e rendimento de carcaça, com 
sensível melhoria do posterior, qualidade da carcaça e redução da idade ao 
abate, sobretudo com as lIê de france, na linha paterna, quando se deseja 
fazer a terminação em confinamento total, e com a raça Texel, quando se 
objetiva fazer a terminação a posto em sistema de pastejo rotacionado. A 
utilização da raça Dorper, de origem Sul Africana, com rebanho de fêmeas 
Santa Inês, apresenta boas perspectivas em função da excelente conformação 
de carcaça e precocidade de acabamento desta raça tropical deslanada. 
Com o cruzamento industrial obtêm-se animais ½ sangue ou mestiços, 
ultilizados exclusivamente à comercialização para abate, sendo fundamental, 
quando se deseja produzir um animal precoce com idade inferior a cinco 
meses. 
 
Raça Precoce Adaptada ♂ x ♀ Raça adaptada 
 ↓ 
 Cordeiro (F1) ½ sangue 
 
 
 Cruzamento Triplo ou Tricross 
 
Neste sistema utilizam-se três raças geneticamente diferentes, 
acasalando, do inicio, reprodutores de uma raça de boa produção de leite e 
bom porte, com uma raça materna especializada em carne com boa 
adaptabilidade, os machos serão incaminhados para abate e as fêmeas meio-
sangue (F1) resultante do cruzamento é acasalada com carneiros de uma raça 
tipo carne, mais precoce, obtendo-se cordeiros destinados ao abate (F2) 
 
Raça carte Adaptada ♂ x ♀ Raça adaptada 
 Não estacional 
 ↓ 
 
 Cordeiro (F1) ½ sangue ♀ x ♂ Raça precoce 
 
 ↓ 
 
 Cordeiro (F2) ¾ p/ Abate 
 
 
 
Experimentos estão sendo realizados em empresa de pesquisa e 
universidades, objetivando verificar os melhores resultados de cruzamentos 
para obtenção de animais para abate. O objetivo é imprimir precocidade e 
melhoria na qualidade da carne além de possibilitar a redução da idade do 
abate. Lembrar que todos deverão ser encaminhados ao abate, pois o objetivo 
é produção de carne. 
 
 
 
Cruzamento Contínuo ou Absorvente 
 
O cruzamento contínuo ou absorvente consiste no acasalamento contínuo 
de reprodutores de uma única raça com fêmeas de outra raça, mestiços ou 
comuns ou SRD - sem raça definida. É um processo mais econômico do que à 
importação de animais de alto preço, geralmente não adaptados às condições 
tropicais. Este método de cruzamento permite ao criador explorar animais de 
grande valor zootécnico, pois carneiros de raças especializadas quando 
cruzados com ovelhas comuns são predominantes nas características raciais e 
o produto conterá gradativamente maior carga genética da raça alvo. 
Em resumo, é a formação de animais puros a partir de Cruzamentos de 
uma raça pura na linha paterna com animais mestiços na linha materna. Assim, 
as fêmeas resultantes dos cruzamentos são acasaladas sucessivamente, até 
que, na quinta geração, obtenha-se um animal puro por cruza. 
Deste modo, convencionou-se que animais resultantes do 5° 
acasalamento, com 31/32 de sangue da raça alvo, são considerados puros por 
cruza ou PC, podendo adquirir o registro. 
 
 SRD ♀ x ♂ Raça alvo Ex. Santa Inês 
 ↓ 
 
 ½ ♀ x ♂ 
 ↓ 
 
 3/4 ♀ x ♂ 
 ↓ 
 
 7/8 ♀ x ♂ 
 ↓ 
 
 15/16 ♀ x ♂ 
 ↓ 
 
 31/31 ♀ & ♂ ou PC 
 
 
No 1° Acasalamento utiliza-se um carneiro da raça alvo, como 
melhorador, cruzando com ovelhas SRD (sem raça definida) ou mestiças Santa 
Inês, obtendo crias meio-sangue. As fêmeas selecionadas serão cruzadas com 
o carneiro da da raça alvo, no exemplo um puro de origem Santa Inês. Deste 2° 
acasalamento obtém-se crias 3/4. Aproveitam-se apenas as melhores borregas, 
descartando-se para o abate as fêmeas não selecionadas. As borregas 3/4 
serão acasaladas com carneiro da raça alvo, dando origem a crias 7/8. Estas 
por sua vez serão acasaladas com o carneiro da raça alvo dando origem a 
fêmeas 15/16. Estas finalmente serão acasaladas com o carneiro da raça alvo 
para a obtenção das matrizes puras por cruza, na 5a geração. Os machos e as 
fêmeas não selecionado deverão ser encaminhados ao abate. 
 
 
INTALAÇÕES GERAIS (livro do berro ) 
 
Na exploração de ovinos é necessário a adoção de medidas básicas 
dentro de um planejamento detalhado no sentido de atender as exigências 
mínimas para o bem estar dos animais em todas as fases do processo produtivo 
sem perde de vista os objetivos propostos. 
Em todas atividades de pequenos ruminantes, como os ovinos, tem seu 
sucesso atrelado, fundamentalmente, as condições ambientais a que estão 
inseridos. 
A maximização não se restringe somente ao melhoramento genético, 
sanidade, nutrição, controle zootécnico do rebanho, que embora seja de grande 
importância não proporciona o máximo potencial do rebanho e deve ser somado 
com o conforto dos animais que as instalações deve proporcionar para que os 
animais expresse realmente seu potencial produtivo. 
As construções têm por objetivo o equilíbrio harmónico dos fatores 
ambientais (Tºc, insolação,chuva, umidade, correntes aéreas, e espaço físico) 
com as necessidades fisiológica do animal em determinado momento de sua 
vida. 
 As instalações interagem com todas as etapas de produção dos ovinos, 
relacionado a mão-de –obra, manejo do rebanho, eventos sanitários, 
distribuição de alimentos, manejo das pastagens,entre outros. 
 As instalações são o palco dos acontecimentos de toda a atividade, 
estando seu planejamento baseado em três pontos: Tríade 
 
FUNCIONALIDADE-ECONOMICIDADE-DURABILIDADE 
 
 
Tendo por base quatro finalidades. 
 
 Conter e manejar os animais, principalmente nos momentos de 
separação por lotes, ou para facilitar compras e vendas,ou eventos 
sanitários. 
 
 Protejer contra frio intenso, ventos gelados e da umidade. Os animais 
sofrem muito com as variações de temperatura. tanto frio quanto calor, 
principalmente os recém nascido e animais jovens. 
 
 Garantir uma engorda mais rápida, sem stress e competições. 
 
 
 Facilitar o fornecimento de alimentos e retirada de sobras, bem como a 
limpeza e higienização. 
 
 
ADAPTAÇÕES 
 Devido a mudança de criações e/ou integração com outras espécie é 
interessante que adapte o que já existe na propriedade, para reduzir 
investimentos e gastos desnecessários. Há várias maneiras de adaptar o que já 
existe, para isso deve se ter em mente das necessidades particulares dos 
ovinos, principalmente aos intempéries climáticos e a contenção dos animais. 
APRISCO 
 
 O aprisco é uma instalação para recolher os ovinos durante a noite 
ou para confina-los. Dependendo do tempo que os animais irão permanecer 
neste local, eles devem ter acesso a cochos de ração e sal mineralizado e 
bebedouros. Tem grande importância na proteção do rebanho contra 
predadores e contribui para diminuir a taxa de mortalidade de cordeiros devido a 
condições ambientais desfavoráveis.(Etto de Sá ) 
 
APRISCO DE CHÃO BATIDO OU DE CIMENTO 
 
Além dos custos adicionais com mão-de-obra devido à demanda de 
cuidados sanitários, a capacidade de lotação fica reduzida. O piso deve ser feito 
material que permita boa infiltração apresentando uma declividade de 3 a 5% 
para evitar retenção de umidade e, ainda, utilizar cama de palha de arroz ou 
capim seco. A cama deve ser trocada a cada 10 ou 15 dias conforme a 
disponibilidade de material, qualidade e concentração de umidade e dejetos. 
Entretanto, as fezes e porções da cama úmida devem ser removidas 
diariamente (Amaral,2006) 
O pé direito das instalações deve ser de 2,50m com fechamento lateral 
até a altura de 1,5m. Os animais adultos necessitam de 1,5 a 4,0 m2/animal de 
área disponível de área protegida e os cordeiros e borregos, de 0,75 a 1,5 
m2/animal. 
Piso de concreto - Adotar a mesma lotação para apriscos de chão batido. 
 
Este tipo é indicado para terminação de cordeiros em confinamento, 
onde a permanência dos animais é curta, não afetando os cascos dos animais. 
Para amenizar a agressividade do piso utiliza-se cama de capim seco ou palha 
de arroz(Amaral,2006) 
 
 APRISCO SUSPENSO DE PISO RIPADO 
 
 PISO OU ASSOALHO 
 
Os estrados de madeira devem ser construídos com ripas de 3,0 a 4,0 
cm de largura e 1,5 em de espessura, dispostas paralelamente ao cocho com 
1,5 cm entre as ripas para facilitar o escoamento de urina, fezes e evitar 
acidentes com as patas dos cordeiros. A altura entre o ripado e o chão precisa 
ser suficiente para facilitar o trabalho de retirada de esterco. No mínimo, 0,80 a 
1,00 m acima do solo, admitido maior altura para facilitar a retirada dos dejetos. 
As rampas facilitam o acesso dos animais. O piso abaixo do ripado pode ser de 
terra compactada e quando cimentado, deve ficar levemente inclinado para 
evitar o acúmulo de água e facilitar a retirada do esterco(Amaral,2006) 
A topografia e a umidade do solo da propriedade podem definir que tipo 
de construção será técnica e economicamente mais indicada. 
 
 
 
 
 
PISO DO APRISCO 
 
 O melhor piso é o ripado, o qual permite que as fezes e a urina caiam 
e fiquem distantes dos animais. A altura deste piso do chão deve ser o 
suficiente para que a limpeza seja realizada com facilidade, no mínimo 1,5 
m. Recomenda-se que o chão seja cimentado e com um declive de no mínimo 
2%. É importante construir um ripado uniforme, seguindo corretamente as 
medidas para evitar problemas de aprumo, fraturas nas patas dos cordeiros e 
retenção de fezes. A largura recomendada para as ripas é de 5 cm e a 
espessura de uma polegada. O espaçamento entre as ripas deve ser de 
exatamente 2 cm para animais adultos e 1,5 cm para animais jovens. Um 
espaçamento menor faz com que ocorra acúmulo das fezes e um espaçamento 
maior provoca problemas de aprumos. Para cordeiros recém-nascidos seria 
interessante reservar algumas baias forradas com palhada (cama), para evitar 
que o animal prenda a pata ficando sem mamar ou até mesmo se machucando. 
O ripado não permite um bom desgaste dos cascos, por isso animais que ficam 
por muito tempo em apriscos com pisos ripados (reprodutores de cabanhas), 
podem apresentar achinelamento. Neste caso, o casqueamento freqüente é 
recomendado, bem como soltar os animais em áreas asfaltadas ou com cimento 
rugoso para manter o casco sem deformidades. 
Quando se utilizam apriscos com piso ripado suspenso do chão para 
recolher o rebanho, deve-se evitar que os animais tenham acesso no local 
abaixo do aprisco. O piso ripado auxilia no controle da verminose, mas não vai 
adiantar se os ovinos tiverem acesso as fezes que caem do aprisco. O 
interessante é cercar a área onde está o aprisco para evitar que durante o dia 
os animais entrem embaixo da instalação.(Etto de Sá ) 
 
LOCALIZAÇÃO 
 
 A localização do aprisco deve ser escolhida cuidadosamente. O local 
deve ser alto, seco, próximo dos silos ou depósitos de ração e de fácil acesso 
por caminhões. O ideal é que seja feita a construção próxima da casa da 
pessoa que irá cuidar do rebanho, calculando uma distância mínima e 
observando a direção do vento para evitar o mau cheiro. O acesso ao corredor 
principal dos piquetes e ao curral de manejo dever ser fácil. Eletricidade e água 
devem estar disponíveis (Etto de Sá) 
O Aprisco deve ser construídos em locais previamente vistoriados e 
com algumas características básicas como a proximidade da sede, facilidade de 
acesso, terreno com boa permeabilidade e ligeira declividade e 
estrategicamente localizado em relação ao manejo dos animais nos 
piquetes(Dias, 2005) 
Segundo Amaral(2006) o posicionamento antes de iniciar a construção 
convém observar a direção dos ventos dominantes, a trajetória do sol, de 
maneira a evitar correntes de ar, entrada de água das chuvas, umidade e 
insolação direta, pois, a finalidade do abrigo é proteger os animais destes três 
fatores climáticos. O aprisco pode ser construido no centro ou anexo aos currais 
e ao brete. De uma forma ou de outra, deve permitir fácil acesso às demais 
instalações. Localização e Capacidade 
 
 As dimensões do aprisco podem variar de acordo com o número de 
animais, mas não deve exceder a uma lotação de 100 cabeças. No Distrito 
Federal, os maiores criadores adotam apriscos com capacidade para 200 
animais. Observar uma área útil mínima de 0,80 a 1,00 m2/animal/adulto e de 
0,50m2/cordeiro até 8 meses de idade para abrigar os animais. (EMATER-DF) 
 
CENTRO DE MANEJO 
 
O centro de manejo ou curral de manejo está dentro do aprisco ou 
Conjugado/ anexado, e deve ser planejado para a realização de atividades, tais 
como: pesagem, vermifugação, vacinação, banho sarnicida, casqueamento, 
tosquia, corte de cauda, apartação entre outras. A área é calculada em função 
da categoria mais numerosa que irá se trabalhar no curral, provavelmente a das 
ovelhas. Recomenda-se 1m2/animal desta categoria. Não há necessidade de 
toda esta área ser coberta, mas, se possível, deve ser cimentada. O curral é 
composto por baias, cercas, porteiras, , seringa, brete, pedilúvio, balança, (Etto 
de Sá). 
 
ESPAÇAMENTO POR CATEGORIAS 
 
O espaçamento pode variar de acordo com o estado fisiológico, porte 
dor animais e/ou lotes e tempo de permanência no aprisco. Algumas indicações 
de áreas mínimas proporciona conforto para os animais: 
 
Rebanho em geral: 1m2/animal 
Ovelhas adultas – solteiras: 1m2/animal 
 Final de gestação: 1,5 m2/animal 
 Lactantes c /1 cria : 1,5 m2/animal 
 Lactantes c/ 2 crias : 2,0 m2/animal 
 Borregas – 0,8 m2/animalOBS: “Aglomerações é sinônimo de fácil disseminação de doenças” 
 
Quadro para base de espaçamentos de área e comedouros em relação ao peso 
vivo dos animais estabulados. 
Peso 
Vivo(kg) 
Espaçamento 
 m2/animal 
 Comedouros (cm) 
unilateral biilateral Ideal 
10 0,4 10 5 É 
observar se 
os animais 
alimentando 
com conforto 
e fazer 
ajustes 
20 0,6 20 10 
30 0,8 30 15 
40 1,0 40 20 
50 1,2 50 25 
50 + 10 1,6 
50 + 20 1,8 
50 + 30 2,0 
 Fonte: Cabanha Lagiado, 2006 
 
 
 
 
 
BAIAS 
 
CERCAS PARA CURRAIS 
 
As cercas podem ser de tábuas de 10 cm de largura, distanciadas entre 
si apartir do solo em 5 e depois 5, 10, 15, 20 e 25 cm com 1,30 m de altura, com 
mourões de 7 a 12 cm de diâmetro, fixados a cada 2,00 m, com porteiras nos 
cantos. O curral deve possuir uma área de 1,5 m2 a 2,0 m2/animal, construído 
em local de fácil acesso, seco, bem drenado, com disponibilidade de 
água.(Amaral, 2006) 
 
PORTEIRAS 
 
As porteiras devem ser instaladas nos cantos, do tipo vaivém, 
assentadas entre pinos, construídas em madeira, com possibilidade da utilização 
de ambos os lados. A largura dos portões de baias pequenas, com no máximo 
20-25 m2,é de 50 cm. Entretanto portões por onde vai passar um grande 
número de animais (como é o caso do portão de entrada do aprisco), devem ter 
1,0 a 1,5 m de largura.( Etto de Sá ) 
 
 
SERINGA 
 
 A seringa é uma área no curral de manejo que afunila fazendo com que 
os animais entrem um a um no brete.(Etto de Sá) 
 
BRETE 
 
 As medidas do brete são de fundamental importância para o manejo. 
Se o brete for muito largo os animais podem se virar dentro e complicar o 
trabalho. Um brete alto demais não permite uma boa contenção, dificultando 
aplicações de vacinas e vermífugos, visualização do brinco e/ou tatuagem...Por 
isso, as medidas abaixo devem ser respeitadas no momento da construção: 
LARGURA SUPERIOR – 50 cm 
LARGURA INFERIOR – 35 cm 
ALTURA – 80 cm 
COMPRIMENTO – 5 a 11 m 
 Obs: Para raças de porte grande 
As laterais do brete devem ser de tábuas colocadas na horizontal, sem 
espaço entre elas. Quando bretes com tábuas espaçadas são utilizados, o risco 
dos animais machucarem ou fraturarem os membros é maior.(Etto de Sá ) 
É necessário para a realização da seleção para manejo e outras 
práticas, como apartação, vacinação, pesagem, marcação, aplicação de 
vermífugos e tratamentos. Utilize pranchas de madeira serrada unidas apartir de 
5 cm do solo com altura de 0,85m, largura inferior de 0,25m e superior de 
0,35m.Possibilitando a passagem de apenas 1 animal e evitando o seu retorno. 
Pisos de concreto ou terra batida. Comprimento de 7 a 10m e suficiente para 
um rebanho de 150 a 300 cabeças.(Amaral, 2006). 
Obs: Para raças de porte médio 
 
PÉ DE LÚVIO 
 
PÉ DE LÚVIO ou "lava-pés" É uma pequena estrutura laminar construído 
estrategicamente, na entrada e/ou saída das principais instalações do centro de 
manejo, destinado à assepcia dos cascos dos animais. É indispensável na 
profilaxia e controle da podridão dos cascos dos animais e têm que ficar 
submersos por alguns minutos. Comprimento: Mínimo de 2,0 m; Profundidade: 
10 cm; Largura da porteira ou corredor; Proteção lateral de cerca de arame liso 
ou tábuas: 1,20 a 1,40 m.(Amaral,2006) 
 É uma depressão que pode estar localizada no piso do brete, dove ser 
feito de cimento. A profundidade é de 12-15 cm, sendo que a solução não deve 
baixar os 7 cm, pois os cascos devem ficar totalmente submersos(Etto de Sá). 
 
 
BALANÇA 
 
A balança pode ser fixa ou móvel. Quando instalada após o brete e 
antes da rampa de embarque e desembarque, permite a pesagem de animais 
antes do embarque ou após o desembarque. Os ovinos são comercializados 
pelo peso vivo, sendo, portanto, a balança um equipamento importante para o 
criador comercial. 
 
EMBARCADOURO E DESEMBARCADOURO 
 
Esta instalação é fixa ou móvel, composta de rampa e corredor estreito 
contíguo à balança e ao brete destinando-se ao embarque e desembarque do 
animais, anexo ao curral de manejo. Dimensões: 0,60 cm de largura; 4,00 m do 
comprimento; 1,40 de altura das laterais. 
 
 CREEP-FEEDING OU COCHO PRIVATIVO 
 
Construção rural simples e barata, muito utilizada e necessária para a 
correta e mais eficiente produção na ovinocultura. O objetivo básico é permitir 
que os cordeiros sejam alimentados com volumosos, concentrados e 
suplemetos minerais no piquete ou no abrigo, evitando que suas mães e outros 
animais do rebanho tenham acesso ao cocho existente no interior da instalação. 
Esse manejo diferenciado possibilita acelerar o ganho de peso e reduzir a 
idade ao abate. 
Os detalhes principais do cocho privativo são as aberturas em suas 
cercas de régua, por onde só os cordeiros podem passar. Quando instalado no 
galpão de confinamento, precisa garantir 5 cm de linha de cocho por animal. 
 
 
 
BARREIRA NEO-NATAL 
 
 
BEBEDOUROS 
 
 COMEDOUROS 
Recomenda-se aproveitar recursos disponíveis. Pneu, madeira ou meia 
manilha. Dimensões: 0,30 m de profundidade; 0,30 m de largura; 0,20 m acima 
do solo. Devem ser construídos com proteção para evitar que os animais 
entrem e contaminem a ração com suas fezes e urína. 
 
CANZIL 
 
São divisórias construídas de réguas de madeira, no sentido vertical, na 
frente dos comedouros com o objetivo de minimizar as disputas entre os 
animais durante a alimentação. Quando móveis, permitem a contenção 
 
SALEIROS 
 
Quando localizados nos pastos devem ser protegidos das chuvas e 
móveis a fim de serem deslocados para diversos pontos a fim de não prejudicar 
a pastagem. Um plantei de 100 animais necessita de três saleiros. Dimensões 
de saleiro tipo cacho: 1,00 m de comprimento; 0,30 m de largura; 0,20 m de 
profundidade e 40 em de altura do piso. O saleiro pode ser feito de cano PVC, 
madeira, tambores plástico, pneus ou outros materiais que não inferrujam. 
Colocar no centro de manejo para facilitar a distribuição do sal e manejo 
rebanho, estimulando o retorno dos animais das pastagens 
 
ESTERQUEIRA 
 
É uma instalação, podendo ser de concreto, destinada a armazenar as 
fezes colhidas das instalações, situada em local com pouco declive, fora do 
alcance dos animais a pelo menos 50 m do aprisco. Tanque de tijolo maciço e 
lastro de concreto simples (0,10 m x 2,00 m x 2,50 m). O piso é de concreto 
com 10 cm de espessura. 
Para retirada do esterco de 60 em 60 dias é necessário dividir a 
esterqueira em dois compartimentos, e, quando a retirada for de 90 em 90 dias 
é necessário apenas um compartimento. 
Para obtenção de bons resultados, convém seguir as seguintes 
recomendações: 
• Polvilhar 30 g/m2 superfosfato simples a cada 5 dias em camas com 
altura variando entre 5 e 10 cm ou incorporar 20 a 30 kg de superfosfato 
simples, por tonelada de esterco para compensar a deficiência de fósforo e 
ajudar a reter o nitrogênio que se perde em forma de amônia; 
Revolver a cama para reduzir a umidade e trocá-Ia a cada 10-15 dias; 
• Polvilhar cal virgem sobre o esterco recolhido. A cal ajuda a eliminar 
mau cheiro e tem ação desinfetante. Tem a função de acelerar o curtimento do 
esterco aumentando a oxigenação deste e a manutenção do pH adequado; 
• Não depositar o esterco em água para evitar a formação de 
amoníaco, ácido sulfídrico e outros produtos tóxicos para os animais; 
• Proteger o esterco das chuvas e do sol. Utilizar palhas ou uma lona 
plástica preta para proteger o material diminuindo as perdas; 
• Deixar em curtimento durante no mínimo 30 dias tempo necessário 
para as fases de vida livre dos parasitos gastrintestinais serem eliminados. 
Entretanto, o tempo de fermentação do esterco é de 60 a 90 dias; 
• O esterco e a cama poderão

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