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Ovinocultura_de_corte ovinos/ Zootecnia de Ovinos. Veterinária. UFPEL. ATMV 2021.

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OVINOCULTURA DE CORTE 
Zootecnistas 
Marcel Hastenpflug 
Tatiana Pfüller Wommer 
1 – Introdução 
A ovinocultura vem demonstrando um crescente aumento nos últimos anos, com um 
mercado consumidor cada vez mais exigente por produtos de qualidade. Por esse crescimento 
é que se tornam cada vez mais essenciais às pesquisas e o uso de novas tecnologias. 
Várias pesquisas têm sido conduzidas para explorar os diversos campos e aptidões dos 
ovinos. Estudos visando a produção de carne desempenho de cordeiros, leite e seus derivados, 
têm sido desenvolvidos demonstrando que a produção ovina pode ser amplamente 
aproveitada e diversificada. 
A crescente valorização e demanda pela carne ovina, principalmente a oriunda de 
animais jovens, tem estimulado a intensificação dos sistemas produtivos, os quais buscam 
maior agilidade na terminação e comercialização das carcaças sendo o cordeiro a categoria 
animal que fornece os maiores rendimentos de carcaça e maior eficiência de produção, devido 
a sua alta velocidade de crescimento. 
2 - Escolha dos animais 
Um dos quesitos preponderantes para a implantação de um sistema produtivo 
de ovinos competitivo, é a escolha dos animais com qualidade para não frustrar o início da 
atividade. O primeiro ponto é a opção pela raça que se vai trabalhar, levando em consideração 
a finalidade que se quer obter, seja para um sistema de produção de carne, leite, pele ou lã. 
A demanda de produtos da ovinocultura encontra-se reprimida, sendo que o 
mercado atual é suprido com a matéria-prima importada principalmente do Uruguai e Nova 
Zelândia. O consumo de carne ovina cresceu substancialmente nos últimos dez anos, porém 
situa-se em torno de 1,2 kg por habitante por ano. Com isso, já que a pele pode ser 
considerada como uma conseqüência à produção de carne, a atividade está voltada quase que 
totalmente para o produto carne, portanto, nesse ponto que nos atemos no momento de tomar 
decisão sobre a escolha das matrizes e reprodutores. 
Sendo assim, os pontos principais a serem observados nos animais de raças de 
aptidão carniceira são os seguintes: 
 
2
 
- o arqueamento de costela avantajado, pois indica uma boa capacidade ingestiva, ponto 
determinante quando o objetivo principal é ganho de peso; 
- área de lombo, que está relacionado com a quantidade de carne nesta região, 
consequentemente, com rendimento de carré; 
- colocação correta dos aprumos, que estão diretamente relacionados com a locomoção, 
indispensável para a caminhada dos animais na procura por alimento e do macho em relação à 
fêmea na época de acasalamento. Da mesma forma, os aprumos sentados das patas e mãos, 
significam que o animal não suportou o seu próprio peso, fato este altamente indesejável, pois 
se preconiza por animais extremamente pesados. Ainda os defeitos anatômicos de tamanho de 
boleto, quando curto ou comprido demais, que é um caráter de aprumos que está ligado 
principalmente com a reprodução, pois indicam machos que não são eficientes na monta e 
fêmeas que não a suportam; 
- abertura de peito, que indica capacidade respiratória, denotando resistência física; 
- ausência de prognatismo, para se evitar problemas na apreensão dos alimentos e ruminação, 
que causam danos à eficiência digestiva; 
- observar a feição da cabeça, para sempre denotar masculinidade nos reprodutores e 
feminilidade nas matrizes; 
- verificar a mobilidade dos testículos, o perímetro escrotal e a ausência de nódulos no 
epidídimo dos reprodutores; 
- analisar quaisquer defeitos na vulva, úbere e tetos das matrizes; 
- por fim, procurar adquirir reprodutores com teste andrológico comprovado e matrizes 
também de criatórios idôneos, livres de doenças e defeitos. 
Cabe lembrar, que a maioria dos defeitos anatômicos são genéticos, bem como 
os caracteres de valor econômico desejáveis são de alta herdabilidade. 
3- Manejo reprodutivo do rebanho 
As ovelhas são poliéstricas estacionais, ou seja, possuem vários cios em uma 
época do ano. Essa espécie necessita de estímulos externos para um favorecimento do período 
reprodutivo, sendo a alimentação, clima, temperatura e luminosidade fatores de grande 
importância para o sucesso da reprodução. 
A alimentação entra como um fator marcante, pois uma nutrição adequada vai 
acarretar em uma taxa de fecundidade satisfatória. O clima é importante no que se diz respeito 
 
3
 
à implantação das pastagens e maior oferta de alimentos quando se fizer necessário. 
Temperaturas elevadas podem afetar a fertilidade dos carneiros e também acarretar em 
elevada morte embrionária. 
As ovelhas começam a apresentar cio quando há uma diminuição gradativa na 
quantidade de luz diária, ou seja, o sistema reprodutivo age com fotoperíodo negativo. Nos 
carneiros, a mobilidade espermática é maior com a redução da luminosidade. Porém, devido à 
localização dos animais em relação a sua origem, algumas raças ovinas são menos afetadas 
por esta estacionalidade. 
O ciclo estral das fêmeas ovina dura entre 17 e 21 dias e o cio nos animais 
adultos oscila entre 30 e 36 horas, com extremos de 24 a 48 horas. Nas fêmeas jovens essa 
duração é sensivelmente menor, de 3 a 24 horas. 
Existem diversos fatores que incidem sobre a duração do cio, porém os que 
mais se destacam são: 
a) Raça: nas raças de lã a duração do cio é maior que nas raças de carne. 
b) Idade: aumenta com a mesma 
c) Momento da temporada reprodutiva: na metade do período a duração do cio é maior 
que no início e final do período. 
O início da puberdade ocorre ao redor de um peso constante (30 a 40 KG) que 
varia com a raça, geralmente ocorre por volta dos seis meses. Porém as borregas ainda não 
estarão aptas a reprodução. O ideal é aos quatorze meses, quando atingem 65 a 70% do peso 
adulto, porém existem formas de manejo para adiantamento da idade. A apresentação do cio 
da cordeira é entre seis e nove mesess, no início de sua puberdade. O ciclo estral é composto 
por: 
a) Proestro: desenvolvimento dos folículos (estrutura do ovário que contém o 
óvulo), não aceita a monta, apresenta a vulva congestionada, começando a produzir muco. 
b) Estro: há sinais externos como agitação da cauda, micção constante, diminui 
a ingestão de alimentos, aceita o macho e deixa-se montar. 
c) Metaestro: ocorre nesta fase à ovulação, a fêmea não aceita mais o macho, 
há crescimento do corpo lúteo, formado a partir da ruptura do folículo e liberação do óvulo. 
d) Diestro: involução do corpo lúteo, casa não haja fecundação. 
As ovelhas são muito discretas quanto a sintomas da ocorrência do estro, 
necessitando portanto de um rufião para identificação do cio. 
 
4
 
No caso dos carneiros a puberdade inicia com uma idade similar a das 
cordeiras. O início da atividade sexual é marcada pela apresentação de instintos reprodutivos 
(monta em machos e fêmeas, interesse sexual pelas fêmeas, etc.), mesmo antes de atingirem a 
puberdade total, que somente será alcançada quando os espermatozóides se encontrarem 
viáveis para fecundação, ou seja, com volume e qualidade adequados. Estarão realmente aptos 
à reprodução com aproximadamente 12 a 18 meses (GRANADOS, 2001). 
3.1 - Fatores que afetam a fertilidade das matrizes 
O período do ano de maior fertilidade para os ovinos é nos meses de dezembro 
a abril, variando para raças de carne e de lã. Alguns fatores afetam a fertilidade das fêmeas: 
a) Idade: a porcentagem de partos múltiplos aumenta paulatinamente até o 
quinto ou sexto ano de vida, logo após há um rápido declínio. 
b) Peso corporal: a fertilidade está diretamente correlacionada com o peso dos 
animais no momento da monta até um determinado ponto, onde começará a diminuir o 
número de óvulos liberados. Sabemos que os hormônios da reprodução são antagônicos aos 
hormônios lipídicos. Na hora do parto, o excesso de gordura na região pélvica pode tornar o 
nascimento mais dificultoso. 
c)Nutrição: um estímulo antes e durante o período reprodutivo, conhecido 
como “flushing”, incrementa significativamente a taxa ovulatória e a incidência de partos 
múltiplos. O “flushing” consiste em um choque no aporte nutricional dado as matrizes, 
oferecido três semanas antes e até três semanas durante o serviço, permitindo as fêmeas um 
incremento de três a quatro quilogramas no seu peso. Este abalo nutricional aumenta a 
produção hormonal hipofisiária do animal, tendo maior maturação dos óvulos e 
conseqüentemente, uma maior porcentagem de concepções. O “flushing” incrementa o 
número de ovulações múltiplas em ovelhas férteis, porém não diminui a porcentagem de 
matrizes inférteis. Esta prática, só é conveniente de ser aplicada se na propriedade dispõem-se 
de adequada alimentação a ser dada no terço final da gestação, que é o período de maior 
exigência. Em fêmeas de primeira cria não é aconselhada à aplicação do “flushing”, já que os 
partos múltiplos geralmente trazem problemas de abandono de crias e de distocia. 
3.2 - Fatores que afetam a fertilidade dos machos 
a) Temperatura ambiente: se a temperatura do meio ambiente for muito elevada 
pode acarretar em baixa viabilidade espermática. A temperatura corporal dos ovinos adultos é 
 
5
 
entre 39 e 40ºC, porém a temperatura testicular é inferior a corporal, na ordem de 5 a 7ºC, isto 
porque o escroto exerce uma função termorreguladora. 
b) Idade: a fertilidade se reduz sensivelmente em machos com mais de cinco 
anos, sendo necessário à reposição destes reprodutores. 
c) Deficiência de Vitamina A: esta vitamina é essencial para a formação das 
células que revestem os canais seminíferos. A sua deficiência conduz a uma produção de 
sêmen de baixa qualidade. 
3.3 - Cuidados com os reprodutores 
Alguns cuidados devem ser tomados para garantir a eficácia dos machos na 
época de reprodução, sendo os mais importantes: 
- produção de sêmen de qualidade e em quantidade suficiente para fecundar um grande 
número de fêmeas em um período curto; 
- ter habilidade para montar e cobrir satisfatoriamente as matrizes em cio; 
- ter boa libido para procurar as fêmeas em cio; 
- apresentarem-se em estado físico/nutricional que permita resistir durante todo o 
período de monta; 
- cuidar cascos, problemas testiculares, prognatismo, entre outros; 
- revisar os reprodutores 45-50 dias antes da estação de monta, pois o processo de 
formação dos espermatozóides leva em torno de 45 dias para ser finalizado; 
- se possível, forneça aos reprodutores durante a fase reprodutiva, suplementos vitamínicos, 
que possuam entre outros elementos vitamina A. 
3.4 - Cuidados com as fêmeas primíparas 
É fundamental separar as fêmeas de primeira cria das demais matrizes do 
rebanho, pois sendo inexperientes não serão procuradas pelos machos. Outro fator importante 
é a utilização de machos experientes e a utilização de rufiões para detectar o cio. Faz-se 
necessário também uma redução na área de pastejo para que as fêmeas de primeira cria não 
possam “fugir” dos machos. 
Importante salientar também, que quando se opta pela inseminação artificial 
nessa categoria, precisam-se utilizar antes rufiões que façam penetração, para romper o hímen 
da fêmea e permitir a chegada do espéculo até a cérvix. 
Nas fêmeas primíparas, também são indesejáveis partos múltiplos e escore 
corporal elevado em final de gestação. 
 
6
 
3.5 - Duração da gestação 
É influenciada pela raça, idade, tipo de nascimento (simples ou múltiplos), e 
nutrição no último terço de gestação. Normalmente as raças de lã apresentam uma gestação 
mais duradoura, entre dois e três dias a mais. Assim também ocorre com fêmeas de primeira 
cria e em partos duplos. A nutrição influencia ao passo que uma dieta deficitária no terço final 
da gestação acarretará em uma redução de um a quatro dias no nascimento. 
Mas no geral, considera-se como período de duração da gestação, tanto para 
cabras como para ovelhas, algo em torno dos 150 dias. 
3.6 - Sistemas de acasalamento 
Há diversos tipos de monta que podem ser utilizadas nestas criações. Cabe 
escolher a que oferece as melhores vantagens para cada objetivo de criação. Deve aliar 
simplicidade, bons resultados econômicos e máximo aproveitamento das matrizes e 
reprodutores. 
a) Monta Natural: É a mais utilizada. Os machos ficam soltos com as fêmeas e 
são introduzidos na proporção de 2- 3% com as matrizes e de 3-4% com as fêmeas de 
primeira cria. Há um menor controle neste sistema, mas não se sabe o pai e nem quando a 
fêmea foi coberta. Geralmente utilizado em criações extensivas. 
b) Monta dirigida ou controlada: Rufiões com marcadores coloridos 
identificam as fêmeas receptivas em um primeiro instante, normalmente durante o dia. No 
final do dia, separam-se as fêmeas marcadas e colocam-se os reprodutores. Há uma maior 
potencialização do uso do reprodutor, podendo vir a cobrir de 20-30 fêmeas por dia. Neste 
método há um controle de parição e paternidade bastante satisfatório. 
c) Inseminação artificial: É o método de reprodução em que as células sexuais 
masculinas (espermatozóides) são depositadas no trato genital feminino através de meios 
mecânicos que substituem os órgãos especializados do macho. Esse sistema permite que um 
reprodutor de alto valor zootécnico seja utilizado em um número muito maior de fêmeas, 
diminuindo assim gastos de manejo e alimentação com os reprodutores, melhorando o 
controle sanitário das fêmeas, potencializando assim a qualidade da progênie a ser gerada. 
3.7 – Indução e Sincronização de cio 
A indução de cio é um artifício interessante para duas finalidades principais. A 
primeira delas é quando se quer que as fêmeas apresentem cio fora do seu período estacional. 
A outra finalidade da indução de cio pode ser para apressar o final do período reprodutivo, 
 
7
 
fazendo com que aquelas fêmeas que ainda não foram cobertas ou inseminadas ciclem, e 
assim se possa antecipar o término da temporada reprodutiva. 
Já a sincronização de cio, é uma técnica utilizada para que se possa formar 
lotes de fêmeas entrando em cio num mesmo período, facilitando assim o manejo reprodutivo. 
Ainda, a utilização das duas técnicas aliadas, ou seja, induzindo-se as fêmeas a 
apresentarem cio fora de época e escalonando grupos para serem fertilizadas em épocas 
diferentes do ano, é uma excelente ferramenta para de combater a estacionalidade na 
produção de cordeiros, podendo assim o produtor oferecer para o mercado animais para o 
abate durante todo o ano, e não somente num curto período, como é o ocasional. 
Para tanto, podem-se utilizar técnicas de estímulos hormonais, ou ainda um 
programa de luz artificial, onde se fornece luz e depois se retira, de forma a induzir a glândula 
hipófise ao comportamento natural de redução de fotoperíodo. Técnicas estas, que ao serem 
bem estudadas e executadas corretamente, oferecem resultados satisfatórios e bastante 
rentáveis, que cobrem os custos da operação em produtos oferecidos ao mercado. 
4 – Nutrição 
Os ovinos são animais herbívoros ruminantes assim como os bovinos. A sua 
digestão microbiana faz com que estas espécies aproveitem a fibra dos alimentos de forma 
que com uma alimentação baseada em forragem verde natural ou cultiva e/ou forragens 
conservadas (fenos e silagens), podem ser suficientes para suprir suas necessidades 
nutricionais. Porém, alguns cuidados quanto à complementação mineral são importantes de 
serem observadas. Obviamente, isto não quer dizer que não seja interessante incrementar a 
dieta destes animais com alimentos concentrados de alto teor nutricional. 
Sendo assim, não existe uma fórmula pré-definida de uma alimentação 
balanceada para estes animais. As suas exigências são bastante dependentes da idade, raça 
(aptidão), estádio fisiológico, entre outros fatores. Embora sejam animais naturalmente 
rústicos, se dispensade alguns cuidados especiais, principalmente ao que tange as fases 
reprodutivas. Dentre elas, atenção deve ser dada nas fases de pré-cobertura (tanto para machos 
como para fêmeas), gestação (principalmente o terço final) e lactação, para que estes animais 
apresentem seu total potencial produtivo e um bem-estar fisiológico. 
 
8
 
Os caprinos são geralmente menos exigentes que os ovinos, assim como os 
adultos, em ambas as espécies, têm uma necessidade nutricional reduzida em relação a 
animais jovens. Da mesma forma, relacionando-se a consumo, os caprinos apresentam uma 
menor necessidade de ingestão de matéria seca diária do que os ovinos, em contrapartida, têm 
um ganho de peso menor, pelo fato da eficiência em conversão alimentar destas espécies se 
assemelharem. 
Portanto, quando se pretende chegar a resultados produtivos satisfatórios nestas 
criações, faz-se necessário recorrer a tabelas de exigência nutricional, para que não falte 
nenhum elemento indispensável ao seu desenvolvimento, pois quando há déficit nutricional 
em algum ponto da dieta, mesmo com os demais itens estando cobertos, este fator se 
apresentará como um limitante para a eficácia da produção. Porém, como estes cálculos de 
arraçoamento exigem um conhecimento na área, recomenda-se que se recorra a um 
profissional da área pra que haja uma correta nutrição do rebanho. 
5 - Planejamento Forrageiro 
Dentre os vários fatores que determinam o sucesso de um sistema produtivo, o 
planejamento forrageiro é um dos mais importantes, pois normalmente as forrageiras naturais 
ou cultivadas, serão a fonte principal da dieta dos nossos animais. Como já vimos 
anteriormente, essa opção pode ser o único elemento da nutrição dos ovinos. 
Quando se pensa em manejar uma pastagem para uma espécie ou categoria 
animal, faz-se necessário observar os hábitos de pastejo e a ingestão média diária destes 
indivíduos. Os ovinos possuem um hábito alimentar rasteiro e bastante seletivo, optando por 
forragens tenras. Porém, os ovinos se adaptam muito bem a forrageiras cultivadas ou naturais, 
sejam elas de crescimento prostrado, ereto ou cespitoso. 
Existem dois pontos conflitantes na administração de uma pastagem: 
primeiramente, que as plantas precisam de folhas para crescer; segundo, que os animais 
precisam de folhas para se alimentar. Portanto, o produtor necessita de sensibilidade para 
balancear estes dois pontos, a fim de proporcionar a manutenção dos “dois lados da moeda”. 
O manejo que visa potencializar a produção de forragem se inicia na escolha de 
espécies forrageiras de boa qualidade, e se estende pela necessidade de se oferecer condições 
adequadas de crescimento a elas. A fertilização e o manejo da área foliar são os elementos 
 
9
 
centrais determinantes do crescimento da pastagem que mais facilmente podemos modificar 
através do manejo (CARVALHO, 2004). 
Quando o solo possui boa fertilidade, usamos sementes ou mudas de boa 
qualidade e em quantidade suficiente, respeitamos o estabelecimento e crescimento da 
forragem, e utilizamos uma carga animal adequada, nosso sistema pastoril é um sucesso. Para 
sabermos se a pastagem está sendo bem conduzida, convém observarmos alguns pontos 
práticos: 
- a pastagem deve permanecer folhosa e abundante; 
- deve apresentar pouco ou nenhum solo descoberto; 
- as espécies indesejáveis devem ser raras ou nulas; 
- as folhas, com coloração verde intensa; 
- as raízes profundas, abundantes e vigorosas; 
- os animais passam pouco tempo pastejando e bastante tempo ruminando, em 
ócio ou em outra atividade; 
- os animais pastejam no início da manhã e ao final da tarde; 
- os animais têm elevada condição corporal. 
Obs: quando os ovinos passam mais do que oito horas do dia em pastejo e/ou 
quando houver ciclos de pastejo ao meio-dia ou à noite, em geral, são indicativos de 
insuficiência de alimentos. 
As espécies forrageiras recomendadas para a ovinocultura, são as mesmas 
indicadas para bovinos, tanto gramíneas como leguminosas, tropicais ou hibernais, anuais ou 
perenes. Cuidado especial deve ser dado quanto à utilização de gramíneas eretas de alto 
potencial produtivo, pois se tornam de difícil manejo. Outra precaução é para se evitar a 
utilização de Brachiaria decumbens, pois apresentam o problema do fungo saprófito que 
causa fotossensibilização nos animais. As pastagens com participação elevada de espécies 
leguminosas devem ser utilizadas com cautela, onde se devem introduzir os animais aos 
poucos, para ocorrer uma adaptação e evitar problemas de timpanismo. 
Os sistemas rotacionados para ovinos podem ser utilizados, porém precisam de 
um manejo muito cuidadoso para de evitar perdas por falta ou excesso de pasto, o que gera 
uma mão-de-obra bastante elevada. Portanto, um sistema contínuo de pastoreio bem 
manejado é a melhor opção para esta espécie. 
 
10
 
A exploração integrada, ou pastejo misto, envolvendo mais de uma espécie de 
herbívoros pastejando um mesmo recurso forrageiro é uma excelente opção, pois maximiza a 
utilização da forragem de modo a proporcionar um aumento de produção animal que 
geralmente ultrapassa a soma do ganho das espécies utilizadas de forma isolada. A integração 
deste bovinos com ovinos pode apresentar várias outras benesses, tais como: 
- menor incidência de parasitas, devido a remoção das larvas pelo pastoreio 
com animais resistentes a espécies distintas do hóspede normal; 
- aproveitamento de áreas inacessíveis aos bovinos, que utilizam áreas mais 
planas, enquanto que os ovinos se aproveitam das zonas acidentadas; 
- aumento da capacidade de suporte em decorrência das diferentes preferências 
alimentares; 
- diversificação da produção; 
- controle de espécies indesejáveis; 
- entre outras vantagens, facilmente avaliadas pessoalmente pelo produtor que 
optar por esta atividade. 
Convém lembrar, que para a efetuação do cálculo de lotação correto para a 
utilização das pastagens, não devemos utilizar o peso vivo (PV) dos animais, e sim o peso 
metabólico (PM = PV0,75). Os animais menores produzem mais calor e consomem mais 
alimentos por unidade de peso vivo do que animais maiores. Portanto, uma vaca de 450 kg 
equivale a aproximadamente cinco ovelhas de 50 kg, e não nove como o peso vivo sugere. 
Considerando todos os pontos vistos acima, nota-se que não há uma diferença 
muito grande em manejar recursos forrageiros entre a espécie bovina e ovina, portanto, não 
existem dificuldades de manejo maiores do que aquelas que os produtores bovinos já estão 
acostumados a encontrar e solucionar. 
6 - Controle Sanitário 
As enfermidades dos ovinos surgem de várias origens, como bactérias, vírus, 
da própria alimentação, de pastagens contaminadas, entre outras. 
Para que haja sempre um rebanho em boas condições sanitárias é primordial se 
ter medidas preventivas, a fim de se evitar perdas econômicas e desgastes fisiológicos muito 
maiores com os tratamentos dessas enfermidades. 
Dentre as doenças mais freqüentes na ovinocultura podemos destacar: 
 
11
 
6.1 - Foot rot, podridão dos cascos ou pietin 
É uma doença altamente contagiosa causada por bactérias. Essa doença 
caracteriza-se por apresentar a epiderme interdigital e matriz do casco em estado necrosante e 
acentuado estado de manqueira. 
Para o estabelecimento dessa doença, primeiramente há a necessidade da 
invasão da epiderme interdigital pelo Fusobacterium necrophorum, que é um habitante 
normal encontrado no trato alimentar dos ovinos que contribui com uma invasão superficial, 
dando origem a uma dermatite leve ou comumente chamada de “frieira”. Estando o animal 
com essa invasão superficial, dá-se mais facilmente o estabelecimento do Bacteroides 
nodosus, agravando a lesão e permitindo que o Fusobacterium necrophorum penetre mais 
profundamente, destruindo assim o tecido. O agente patogênico pode permanecer compoder 
infectante por três meses no tecido e vivo por até três anos. 
Os animais ficam extremamente debilitados, vindo a ter perdas na qualidade da 
lã, dificuldades para se alimentar e problemas na monta. 
Sua transmissão se dá principalmente em clima úmido, com temperaturas 
amenas e a presença de animais em estado crônico no rebanho. Sua maior incidência é na 
primavera e no outono e em anos com excesso de chuvas. A entrada desta doença em uma 
propriedade é geralmente através da compra de carneiros contaminados, com lesão crônica ou 
não aparente. 
É fundamental aparar os cascos dos animais duas ou três vezes ao ano para 
evitar um ambiente anaeróbico e propício para a proliferação da doença. Separar os animais 
infectados e a higienização das instalações também é de vital importância. Para o tratamento 
preventivo, pode-se realizar a aplicação de uma vacina oleosa denominada FOOT-VAC® ou 
pedilúvios com a utilização de sulfato de zinco ou formol em solução a 10% (AVILA et al., 
2006). 
6.2 - Ectima contagioso 
É uma doença de pele ou dermatite infecciosa transmissível, que acomete 
ovinos e caprinos, produzida por um vírus denominado Paravaccina, muito semelhante à 
varíola. É uma zoonose, ou seja, é transmitida também aos seres humanos. Causa lesões nas 
bordas dos lábios, podo dermite necrótica, pústulas nas mamas, fase interna das coxas, lábios 
da vulva e prepúcio. As perdas econômicas são grandes devido aos animais não conseguirem 
se alimentar normalmente. 
 
12
 
A transmissão se dá por contato com animais infectados, sendo os cordeiros os 
mais suscetíveis à doença. As vias de eliminação da doença são as pústulas, vesículas e 
crostas secas. Tendo como portas de entrada a pele, órgãos genitais, mucosas, extremidades 
das patas. 
O tratamento preventivo se dá com a aplicação de uma vacina viva aplicada 
nos cordeiros aos dois meses e no rebanho uma única vez, pois tem ação duradoura. É 
realizada preferencialmente na parte interna da coxa, onde não houver lã e pêlos, faz-se uma 
raspagem no local e em seguida aplica-se a vacina. Forma-se no local, dentro de dois a três 
dias, uma crosta superficial, sendo esta uma reação normal da vacina. Se não formar a crosta, 
não houve eficácia da vacina (aplicação incorreta) e deve-se efetuar uma nova aplicação. 
Para evitar que os animais infectados transmitam o vírus para o rebanho, deve-
se isolar os animais doentes, os vacinados e os adquiridos de outras propriedades. É muito 
importante após a retirada dos animas doentes, realizar uma completa desinfecção das 
instalações. A doença sendo benigna tem cura espontânea (MACHADO, 1998). 
6.3 - Toxemia da prenhez 
É uma doença metabólica que acomete as ovelhas no terço final da gestação, 
tendo como causa a má alimentação recebida nesta fase. Ocorre principalmente nas fêmeas 
com partos múltiplos. Por ter uma baixa ingestão de energia, o organismo mobiliza tecido 
adiposo e essa excessiva mobilização de gordura não é metabolizada adequadamente pelo 
fígado, vindo a produzir corpos cetônicos que são responsáveis por alterações patológicas do 
sistema nervoso central. 
As matrizes apresentam os seguintes sintomas: cegueira temporária, 
isolamento, falta de apetite, ranger de dentes, excessiva salivação e tremores musculares. 
O tratamento preventivo se dá com o aumento do nível de nutrição das ovelhas 
no terço final da gestação, evitando-se movimentação e estresse do rebanho nos últimos dias 
de gestação. Evitar-se também mudanças repentinas na alimentação das matrizes durante a 
gestação. 
Já o tratamento curativo é utilizado por aplicação via endovenosa de glicose a 
50% em doses repetidas, num período de dois a três dias e em situações de gravidade realizar 
cesariana. Na maioria das vezes, esta doença é letal. 
6.4 – Verminoses 
 
13
 
São as principais enfermidades acometidas nos ovinos de todas as idades. Os 
vermes que mais atacam essas espécies pertencem aos gêneros Haemonchus e 
Trichostrongylus. O primeiro aparece mais frequentemente nas épocas quentes do ano e 
habita o abomasso dos animais. Por ser um verme sugador, causa anemia severa, inapetência, 
prostração, diarréia, edema submandibular (papeira), perda na qualidade da lã. Já o 
Trichostrongylus é um verme que tem maior incidência nos meses de outono e habita o 
intestino delgado. Estes vermes lesam a mucosa intestinal, provocando a perda de proteínas 
séricas para a luz do intestino. É um parasita que causa redução do apetite, edema 
submandibular e diarréia preta e fétida, o que diferencia da diarréia causada pela entrada dos 
animais na pastagem. 
Animais submetidos a restrições alimentares, principalmente no nível de 
proteína, reduzem a resposta imunitária e, conseqüentemente, tornam-se mais sensíveis as 
infecções parasitárias. 
É importante realizar a seleção de animais resistentes, descontaminação das 
pastagens, controle químico nas épocas adequadas ao controle da fase parasitária, observando 
a resistência dos parasitos aos medicamentos utilizados. 
6.5 - Miíases 
É uma enfermidade muito comum nos ovinos, conhecida popularmente por 
“bicheira” e que necessita de grande atenção para ser descoberta na fase inicial e evitar 
problemas mais danosos. 
As miíases são afecções causadas pelas larvas das moscas em órgãos e tecidos 
dos animais. As moscas normalmente realizam a postura em ferimentos recentes, tendo maior 
incidência nos meses de calor. Causam destruição dos tecidos, odor desagradável, 
hemorragia, anemia, falta de apetite e isolamento. Pode ser tratada com larvicidas de diversas 
bases químicas em forma de aerossóis, pomadas ou líquidos. É recomendado observar 
diariamente as lesões e retirar as larvas para acelerar a cicatrização. 
7 - Manejo dos cordeiros do nascimento ao abate 
As primeiras horas de vida são de suma importância para o desenvolvimento 
dos cordeiros e cabritos. A quantidade de gordura marrom, reserva energética adquirida 
durante a gestação, irá sustenta-lós nas primeiras vinte horas de vida, mantendo a temperatura 
corporal, já que estes não possuem o sistema termorregulador ativo nas primeiras horas de 
 
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vida. A ingestão de colostro também é muito importante, pois é através dele que o animal 
adquirirá anticorpos primordiais ao seu desenvolvimento. Os cordeiros possuem maior 
capacidade de absorção desses anticorpos nas primeiras horas de vida, por isso que a imediata 
ingestão desse leite enriquecido é essencial. Da mesma forma, esta ingestão inicial é 
indispensável para a expulsão do mecônio (resíduo da alimentação placentária). 
O período imediato após o parto também será preponderante para o 
desenvolvimento do neonato desde então. Entre as ocasionais observações pós-parto, atenção 
especial deve ser dada ao comportamento da ovelha frente à recepção de sua cria. Muitas 
vezes, bastante ocasional em fêmeas primíparas, há a rejeição do filhote devido à falta de 
experiência. Esta também poderá ocorrer devido à baixa habilidade materna encontrada em 
alguns animais. O período crítico da união da matriz com a cria é curto, portanto esta não 
deve ser removida do contato com a mãe logo após o nascimento. Em caso de rejeição, 
limpar, secar e aquecer o filhote, procurando mantê-lo perto da mãe para forçá-la a aceitá-lo. 
O passo seguinte é a desinfecção do umbigo com solução de iodo, evitando 
assim o aparecimento de eventuais miíases. A castração, descola e assinalamento são etapas 
que inspiram cuidados e devem ser realizadas no mesmo dia, evitando assim maiores 
estresses. A castração é uma técnica a ser aplicada em machos destinados ao 
abate e deve ser realizada até o primeiro mês de vida, preferencialmente. Pode ser realizada 
com auxílio de burdizo, elastrador, faca ou bisturi, sendo o elastrador o método mais prático, 
simples, rápido e de menor contaminação, porém causa grande desconforto ao animal nas 
primeirashoras. Importante lembrar, que num sistema de produção de animais para o abate, 
quando os animais forem sacrificados antes dos 14 meses, não se faz necessária a castração. 
Isto, além de evitar um problema de estresse, faz com que o ganho de peso deste animal seja 
maior e que a deposição de gordura na carcaça seja menor, o que é de alto interesse comercial. 
Caso estes animais sejam abatidos um pouco mais tarde, e ainda assim pretende-se obter as 
vantagens citadas anteriormente, há ainda a ferramenta da castração térmica, que é o 
recolhimento dos testículos para o interior da cavidade abdominal. Esta técnica faz com que a 
produção hormonal que proporciona as características desejadas siga ativa, mas a 
espermatogênese fique comprometida pelo excesso de temperatura. Porém, deve-se tomar 
cuidado com esta técnica, para que seja executada corretamente e o animal realmente fique 
sem gametas viáveis. 
 
15
 
A descola deve ser utilizada nos ovinos, pois evita o acúmulo de excrementos e 
terra no períneo e também acidentes com reprodutores na hora da cópula. Nas raças 
deslanadas a descola não deve ser feita, pois ajuda na repulsão das moscas. Nos machos a 
descola é feita junto à base e nas fêmeas a cinco centímetros, auxiliando na proteção da vulva 
contra raios solares e moscas. Pode ser realizada com faca, elastrador ou descolador 
australiano (com cauterização). 
O assinalamento deve ser realizado para maior controle zootécnico de matrizes 
e reprodutores, pode ser com brinco, mossa ou tatuagem com nanquim. Os animais de alto 
padrão e pureza racial, normalmente são tatuados e registrados pela A.R.C.O. (Associação 
Brasileira de Criadores de Ovinos). 
Passo importante na ovinocultura é o momento adequado para se executar o 
desmame das crias. Pode ser utilizado o desmame precoce (aos 45 dias) quando se deseja uma 
terminação em confinamento desses animais, desmame normal (aos 90 dias de idade) e o 
desaleitamento natural, ocorrendo por vontade da fêmea ou de acordo com a ingestão de 
matéria seca do filhote. Quando se pretende terminar os animais em pastagem, recomenda-se 
manter os cordeiros com a mãe até o momento do abate, pois isto proporciona um ganho de 
peso muito superior e uma chegada em peso de abate antecipada. Porém, isto gera um 
desgaste bastante grande para a fêmea, o que pode comprometer a próxima cobertura. 
Portanto, o produtor vai tomar a decisão de acordo com os seus interesses comerciais. 
Os cordeiros irão atingir idade de abate de acordo com o peso, o que vai ser 
diversificado de acordo com o manejo utilizado na propriedade. Normalmente, o produto de 
melhor aceitação no mercado são animais entre os quatro e oito meses, apresentando peso 
vivo próximo aos 30 kg e consequentemente, uma carcaça na volta dos 12 kg, ocasião esta em 
que os animais apresentam pouca deposição de gordura sobre a carcaça, marmoreio adequado, 
maciez e suculência. Produto este de alta qualidade e muito vendável. 
8 - Considerações finais 
A produção de carne ovina tem participação sócio-econômica crescente nos 
vários estados da federação brasileira e consolida-se cada vez mais como uma excelente 
alternativa de diversificação de produção e incremento de renda para os pequenos e médios 
produtores. A região central do Rio Grande do Sul apresenta uma potencialidade invejável 
para a inserção desta atividade no mercado e já vem apresentando um crescimento acelerado 
 
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nos últimos anos. O produtor, ao atentar para estas criações, rapidamente tem um ganho 
financeiro que lhe proporciona meios de aumentar e melhorar o sistema produtivo num todo. 
Portanto, a ovinocultura, além de ser altamente sustentável, pode trazer esta sustentabilidade 
aos outros elos da cadeia produtiva, devido à rapidez em seu retorno financeiro. 
Para que haja o sucesso desejado no início da atividade e não se tenham 
surpresas desagradáveis que tragam desânimo para o produtor, basta seguir algumas 
recomendações vistas neste capítulo e buscar assistência técnica especializada. Da mesma 
forma, é interessante que haja uma cooperação entre os produtores, para que estes possam 
unir forças na hora da venda do produto final, evitando-se especulações por parte das 
empresas frigoríficas e abatedouros. Assim, os produtores que optarem pela ovinocultura, 
terão capacidade para tornarem-se competitivos no mercado regional, nacional e quiçá 
internacional. 
9 – Bibliografia Citada 
ÁVILA, V.S.; COUTINHO, G.; RAMOS, C.I. Saúde ovina em Santa Catarina – prevenção e 
controle. Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina S.A., 
Florianópolis. v.1, p.24-50., 2006. 
CARVALHO, P.C.F.; BONINO, J.; CONDORELLI, E,; [Org.] PEREIRA NETO, O.A. 
Práticas em ovinocultura – ferramentas para o sucesso. Serviço Nacional de Aprendizagem 
Rural, Porto Alegre, 2004. 146p. 
GRANADOS, L.B.C. Aspectos gerais da reprodução de caprinos e ovinos. Capacitação dos 
técnicos e produtores do Norte e Noroeste Fluminense em reprodução de caprinos e 
ovinos. v.1, p.36-78, 2001. 
LEITE, E.R. Ovinocaprinocultura – a modernização do agronegócio. Empresa Brasileira e 
Pesquisa Agropecuária, Sobral, 2003, 40p. 
MACHADO, E.C. Doenças infecciosas em ovinos e caprinos. Departamento de Medicina 
Veterinária Preventiva, UFBA: Salvador. v.2, 1998, 159p. 
Site da internet: www.ibge.gov.br. Visualizado em 29/11/2008, disponível em 
[http://www.ibge.gov.br/estadosat/temas.php?sigla=pr&tema=pecuaria2005&titulo=Pecu%E1
ria%202005]. 
http://www.ibge.gov.br
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