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Questões sobre Direitos Fundamentais

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1) MPE/PR – Promotor 
Julgue: “Da perspectiva subjetiva das normas constitucionais de direitos sociais decorre uma eficácia 
dirigente ou irradiante que impõe ao Estado o dever permanente de realização dos direitos sociais, além 
de permitir às normas de direitos sociais operarem como parâmetro, tanto para a aplicação e interpretação 
do direito infraconstitucional, quanto para criação e o desenvolvimento de instituições, organizações e 
procedimentos voltados à proteção dos direitos sociais, o que inclui a vedação de medidas de cunho re-
 trocessivo”.
 
INCORRETO – A assertiva descreve a perspectiva objetiva (e não subjetiva) das normas constitucionais de direi-
tos sociais. 
 
2) MPE/PR – Promotor 
Julgue: “A função dos direitos sociais constitucionais como direito a prestações materiais é somente uma 
das espécies no âmbito das possíveis posições subjetivas decorrentes das normas de direitos sociais, 
visto que além de assumirem uma nítida função defensiva (negativa), atuando como proibições de inter-
 venção, também implicam em prestações do tipo normativo (positiva)”.
 
CORRETO – Os direitos sociais, numa perspectiva subjetiva, implicam não só deveres estatais negativos (abs-
tenção, proibição de intervenção – ex: direito de greve) como também prestações positivas (ex: serviços de saú-
de, educação). 
 
3) TJ/BA – Juiz de Direito 
O direito a um meio ambiente ecologicamente equilibrado é considerado: 
 
A) um direito fundamental de primeira geração, já que expressa uma liberdade clássica, negativa ou formal ou 
 uma liberdade-participação
B) um direito fundamental de segunda geração, já que expressa uma liberdade concreta, positiva ou real
C) um direito fundamental de terceira geração, já que trata de interesses transindividuais ou metaindividuais.
D) um direito fundamental de quarta geração, já que espelha direitos sociais, econômicos e culturais
E) um direito fundamental de quinta geração, já que se relaciona com o novo fenômeno da rede mundial de com-
 putadores, a internet
 
4) CESPE – TJ/DF – Juiz 
Em atenção aos direitos e garantias fundamentais da Constituição brasileira, julgue: 
 
 A constituição consagra expressamente a teoria absoluta do núcleo essencial de direitos fundamentais
 
INCORRETO – No Brasil, a CF/88 não traz disposição expressa sobre a adoção da teoria absoluta ou da teoria 
relativa. O destaque dado pela doutrina e pela jurisprudência à ponderação sugere ao menos uma preferência 
pela teoria relativa. 
 
Teorias sobre o núcleo essencial (núcleo duro) dos direitos fundamentais (Alexy): 
1) Teoria absoluta – cada direito fundamental possui seu núcleo essencial intangível e determinável abstrata-
mente , “no qual não é possível intervir em hipótese alguma” (Alexy); e
2) Teoria relativa – o núcleo essencial de cada direito fundamental “é aquilo que resta após o sopesamento [a 
 ponderação]. (...) A garantia do conteúdo essencial é reduzida à máxima da proporcionalidade” (Alexy).
 
5) CESPE – TJ/DF – Juiz 
Em atenção aos direitos e garantias fundamentais da Constituição brasileira, julgue: 
 
Direitos fundamentais formalmente ilimitados, desprovidos de reserva legal, não podem sofrer restrições de qual-
 quer natureza
 
 
 
 
 
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INCORRETO – Ainda que não haja cláusula expressa de reserva legal o legislador pode fazer restrições com 
base em autorização constitucional implícita decorrente da cláusula de reserva legal subsidiária (art. 5º, II, 
da CF/88). 
 
Possibilidades de limitação (restrição): 
 1) Pela própria Constituição:
 a) Por outros direitos fundamentais;
 b) Por situações excepcionais (estado de defesa, estado de sítio); e
 c) Pela própria norma definidora do direito fundamental:
 Restrição imediata (direta); ou
Restrição mediata (indireta, por meio de reserva legal restritiva , que pode ser simples ou qualificada).
2) Pelo legislador ordinário (autorizado pela Constituição, na forma de reserva legal restritiva simples ou qualifica-
 da).
 
6) CESPE – TJ/DF – Juiz 
Em atenção aos direitos e garantias fundamentais da Constituição brasileira, julgue: 
 
A reserva legal estabelecida para a inviolabilidade das comunicações telefônicas é classificada como simples, e 
 para a identificação criminal reserva qualificada.
 
INCORRETO – É o contrário: a reserva legal estabelecida para a inviolabilidade das comunicações telefônicas é 
classificada como qualificada, e para a identificação criminal reserva simples. 
 
Possibilidades de limitação (restrição): 
 1) Pela própria Constituição:
 a) Por outros direitos fundamentais;
 b) Por situações excepcionais (estado de defesa, estado de sítio); e
 c) Pela própria norma definidora do direito fundamental:
Restrição imediata (direta ); ou
Restrição mediata (indireta, por meio de reserva legal restritiva, que pode ser simples ou qualificada ).
2) Pelo legislador ordinário (autorizado pela Constituição, na forma de reserva legal restritiva simples ou qualifi-
cada ).
 
Restrição imediata (ou direta): 
A constituição prevê a restrição de forma expressa e direta :
Art. 5º, IV: “é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato ”;
Art. 5º, XV: “é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz (…)”; e
 
Restrição mediata (ou indireta): 
A constituição autoriza que a legislação ordinária restrinja o alcance de um direito fundamental, estabelecendo 
uma reserva de lei restritiva , que pode ser:
Reserva (ou restrição) legal simples ; ou
Reserva (ou restrição) legal qualificada .
 
Restrição mediata (ou indireta): 
Exemplos de reserva (ou restrição) legal simples: 
Art. 5º, VII: “é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades civis e militares 
 de internação coletiva”; e
Art. 5º, LVIII - o civilmente identificado não será submetido a identificação criminal, salvo nas hipóteses previs-
(OBS: a assertiva ora em exame se refere à identificação criminal) tas em lei; 
 
Restrição mediata (ou indireta): 
 Exemplo de reserva (ou restrição) legal qualificada:
“Art. 5º (...). XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comu-
nicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer 
para fins de investigação criminal ou instrução processual penal (OBS: a assertiva ora em exame se refere à ” 
inviolabilidade das comunicações telefônicas) .
 
 
 
 
 
 
 
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7) Vunesp – Juiz de Direito – PA 
O sistema africano de Direitos Humanos surgiu por meio da: 
 
A) Carta Africana de Direitos Humanos - Carta de Moçambique (1969)
B) Convenção da África do Sul (1959)
C) Carta de Banjul (1981).
D) Declaração Universal dos Direitos do Homem (1948)
E) Protocolo da Carta Africana - Etiópia (1949)
 
8) Vunesp – Juiz de Direito – SP 
O direito ao meio ambiente, como direito de terceira geração ou terceira dimensão, apresenta uma estrutu-
ra bifronte, cujo significado consiste em contemplar: 
 
A) direito de defesa e direito prestacional.
B) direito de defesa e recuperação da qualidade ambiental degradada
C) direito material e direito procedimental
D) direito à obtenção e à manutenção de um status previamente definido no texto constitucional
 
9) MPE/GO – Promotor 
A 9ª Emenda à Constituição dos Estados Unidos da América diz textualmente: “A especificação de certos 
direitos na Constituição não deve ser entendida como uma negação ou depreciação de outros direitos 
conservados pelo povo”. Segundo a visão de alguns autores, e citada Emenda encerra “norma com fattis-
pecie aberta”, segundo a qual certos direitos não se limitam àqueles descritosna Constituição. Com base 
nessas premissas, indique a assertiva correta: 
 
A) O quadro acima apresentado indica, precipuamente, o fenômeno da chamada constitucionalização dos direitos 
fundamentais, que encontra raízes nas lições de Robert Alexy, consistente na incorporação de direitos nas consti-
 tuições formais
 
INCORRETO – O enunciado trata principalmente da fundamentalidade material dos direitos, da abertura do 
catálogo constitucional de DFs, ou seja, do fato de que podem ser reconhecidos DFs que não estejam escritos 
no catálogo formal. 
 
B) A fundamentalidade material é uma noção que permite a abertura a outros direitos fundamentais não previstos 
expressamente no texto constitucional, e essa mesma noção se dá por meios que prescindem da Constituição 
 formal
 
INCORRETO – A noção de fundamentalidade material de direitos só faz sentido se existir uma Constituição for-
mal, escrita, pois se a Constituição for não escrita a divisão entre direitos fundamentais formais e materiais desa-
parece. 
OBS: verbo prescindir (dispensar). 
 
C) A fundamentalidade material fornece suporte para a abertura a novos direitos fundamentais, sendo correto 
observar que aos direitos fundamentais só materialmente constitucionais são aplicáveis aspectos típicos do regi-
 me jurídico da fundamentalidade formal.
 
CORRETO – A noção de fundamentalidade material implica existência de DFs não escritos, aos quais se aplicam 
aspectos típicos da fundamentalidade formal, como por exemplo a possibilidade de servir de fundamento para a 
inconstitucionalidade de leis ordinárias. 
 
D) A abertura material dos direitos fundamentais, ancorada na tipicidade desses mesmos direitos (“cláusula ines-
 gotável”), reconhece como idênticos os fenômenos da constitucionalização e da fundamentalização
 
INCORRETO – A abertura material dos DFs (cláusula da inesgotabilidade) admite a existência direitos fundamen-
tais que não estão tipificados. Por isso, autores como o Prof. Jorge Miranda denominam a abertura material de 
“não tipicidade de direitos fundamentais”. Além disso, “constitucionalização” (previsão de um direito na constitui-
ção formal) e “fundamentalização” (consideração um direito como sendo fundamental) embora relacionados não 
são fenômenos idênticos.

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