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Universidade Estácio de Sá - Fundamento de Direito Empresarial – Roberto Justino 
 
 1
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Universidade Estácio de Sá - Fundamento de Direito Empresarial – Roberto Justino 
 
 2
DIREITO EMPRESARIAL 
AULA 01 
 
1- INTRODUÇAO AOS ESTUDOS DE DIREITO 
 
1.1. Ética, Religião e Direito 
� Conceito de Direito - palavra Direito vem do latim, directum, e designava, na sua origem, aquilo 
que é reto, que não se desvia. 
� Num sentido figurado, passou a designar o que estava de acordo com a lei. 
� Direito é regra de conduta, com força coativa. 
� As leis físicas indicam aquilo que, na natureza, necessariamente é, as leis jurídicas, ao contrário, 
indicam apenas aquilo que na sociedade deve ser. 
� Por isso, diz-se que o Direito é a ciência do dever ser. 
 
1.2- Direito positivo e direito natural 
Direito positivo é o conjunto de regras jurídicas em vigor num terminado país e numa determinada época. 
Direito natural é a idéia abstrata do Direito, ou seja, aquilo que corresponde ao sentimento de justiça da 
comunidade. 
 
1.3- Direito Objetivo e Direito subjetivo 
Direito objetivo é o posto ou imposto pelo Estado e dirigido a todos, como norma geral de agir (norma 
agendi). 
Direito subjetivo, indica-se a possibilidade ou a faculdade individual de agir de acordo com o direito 
(facultas agendi). 
 
1.4- Direito publico e Direito privado 
Direito público é o direito composto, inteira ou predominantemente, por normas de ordem pública. 
Direito privado é o composto, inteira ou predominantemente, por normas de ordem privada. 
 
1.5- Norma de ordem publica e de ordem privada 
Normas de ordem pública são normas imperativas, de obrigatoriedade inafastável. 
Normas de ordem privada de caráter supletivo, que vigoram apenas enquanto a vontade dos interessados 
não dispuser de modo diferente do previsto pelo legislador. 
 
2- Direito Nacional X Direito Internacional Público e Privado 
2.1 Direito nacional 
� É o existente dentro das fronteiras de um país. 
� Todo direito promulgado ou instituído por um país, o qual, segundo o princípio universal, deve 
ser aplicado aos fatos, atos ou pessoas, dentro de suas fronteiras. 
� O direito internacional, por sua vez, costuma ser dividido em direito internacional público e 
privado. 
� É o conjunto de normas que regula as relações externas dos atores que compõem a 
sociedade internacional. 
 
2.2 Direito internacional público 
“É um conjunto de normas que regulam as relações entre os Estados membros da comunidade 
internacional e organismos análogos, bem quanto aos indivíduos" (cf. Mauro F. Pagliarini, Direito 
Internacional Público, Juriscredi, p. 11). As relações entre países, os tratados internacionais, as 
organizações internacionais, o reconhecimento de Estados e governos, a extradição, o direito de asilo, a 
definição dos domínios terrestres e marítimos, o espaço aéreo, as agências diplomáticas, os consulados, o 
direito de guerra, todos esses são assuntos da alçada do direito internacional público. 
 
Universidade Estácio de Sá - Fundamento de Direito Empresarial – Roberto Justino 
 
 3
2.3 Ramos do direito 
Classificam-se como públicos: os seguintes ramos do Direito: constitucional, administrativo, eleitoral, 
penal, tributário, ambiental, trabalhista e processual. 
Classificam-se como privados: o direito civil e o direito empresarial (alguns autores situam o direito do 
trabalho no campo do direito privado). 
 
2.4 Fontes do direito 
� São os meios pelos quais se formam as regras jurídicas. 
� As fontes diretas são a lei e o costume. 
� As fontes indiretas são a doutrina e a jurisprudência. 
 
2.5 Lei 
� Do verbo latino ligare, que significa "aquilo que liga", ou legere, que significa "aquilo que se lê") 
é uma norma ou conjunto de normas jurídicas. 
� É a norma formulada pelo Legislativo (chama-se medida provisória a norma com força de lei 
editada excepcionalmente pelo Presidente da República). 
 
2.6 Costumes 
� É a reiteração constante de uma conduta, na convicção de ser a mesma obrigatória, ou, em outras 
palavras, uma prática geral aceita como sendo o Direito. Na falta de lei sobre determinado 
assunto, pode o juiz decidir a questão de acordo com o costume (art. 4° da LICC). 
 
2.7 Doutrina 
� É a interpretação da lei, feita pelos estudiosos da matéria, em comentários, aulas, tratados, 
pareceres, monografias, livros, etc. 
 
2.8 Jurisprudência 
� É a interpretação da lei, feita pelos juízes e tribunais, nas suas decisões. Diz-se que a 
jurisprudência está firmada quando uma questão é julgada e decidida reiteradamente modo. 
 
2.8 Ética 
� É o nome geralmente dado ao ramo da filosofia dedicado aos assuntos morais. A palavra "ética" é 
derivada do grego ἠθικός, e significa aquilo que pertence ao ἦθος, ao caráter. 
� Diferencia-se da moral, pois enquanto esta se fundamenta na obediência a normas, tabus, 
costumes ou mandamentos culturais, hierárquicos ou religiosos recebidos, a ética, ao contrário, 
busca fundamentar o bom modo de viver pelo pensamento humano. 
� A ética também não deve ser confundida com a lei, embora com certa freqüência a lei tenha como 
base princípios éticos. 
� Ao contrário do que ocorre com a lei, nenhum indivíduo pode ser compelido, pelo Estado ou por 
outros indivíduos, a cumprir as normas éticas, nem sofrer qualquer sanção pela desobediência a 
estas; por outro lado, a lei pode ser omissa quanto a questões abrangidas no escopo da ética. 
 
2.9 Religião 
� Dentro do que se define como religião pode-se encontrar muitas crenças e filosofias diferentes. 
� A religião não é apenas um fenômeno individual, mas também um fenômeno social. 
� Outras definições mais amplas de religião dispensam a idéia de divindades e focalizam os papéis 
de desenvolvimento de valores morais, códigos de conduta e senso cooperativo em uma 
comunidade. 
� A Sociologia da Religião analisa as religiões como fenômenos sociais, procurando desvendar a 
influência dela na vida do indivíduo e da comunidade. A Sociologia da Religião tem como 
principais nomes Emile Durkheim, Karl Marx,Ernst Troeltsch, Max Weber e Peter Berger. 
 
Universidade Estácio de Sá - Fundamento de Direito Empresarial – Roberto Justino 
 
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DIREITO EMPRESARIAL 
AULA 02 
 
1- Direito e Harmonia nas relações Sociais e econômicas 
� INTEGRAÇÃO DAS NORMAS JURÍDICAS 
� Recurso a certos critérios suplementares, para a solução de eventuais dúvidas ou omissões da lei. 
� O juiz não pode eximir-se de sentenciar ou despachar, alegando lacuna ou obscuridade da lei (art. 
126 do CPC). 
 
1.2 Integração nas normas jurídicas 
� São geralmente considerados como meios de integração a: 
� analogia; 
� o costume; 
� a equidade, e: 
� os princípios gerais de Direito. 
 
1.3 Analogia 
� É a aplicação, a um caso não previsto, de regra que rege hipótese semelhante. 
� Aplica-se também o Art. 4º LICC- Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se 
dirige e às exigências do bem comum. Os requisitos para a aplicação judicial da analogia 
conforme prevista na LICC são a existência de anomia, a semelhança do caso em tela com a 
norma, mediante o estudo científico na legislação vigente e ratio legis, ou seja, análise do bem 
jurídico tutelado. 
 
1.4 Costumes 
� Designam-se como costumes as regras sociais resultantes de uma prática reiterada de forma 
generalizada e prolongada, o que resulta numa certa convicção de obrigatoriedade, de acordo com 
cada sociedade e cultura específica. 
� costume jurídico caracteriza-se por dois elementos O que o geram e justificam: o corpus ou 
consuetudo, que consiste na prática social reiterada do comportamento (uso objetivo, de acordo 
com a expressão longi temporis praescriptio) eo animus, que consiste na convicção subjectiva ou 
psicológica de obrigatoriedade desses comportamentos enquanto representativos de valores 
essenciais, de acordo com a expressão opinio juris vel necessitatis 
� Vem a ser a regra de conduta criada espontaneamente pela consciência comum do povo, que a 
observa por modo constante e uniforme, e sob a convicção de corresponder a uma necessidade 
jurídica. 
 
1.5 Equidade 
� Consiste na adaptação da regra existente à situação concreta, observando-se os critérios de justiça 
e igualdade. 
� Pode-se dizer, então, que a equidade adapta a regra a um caso específico, a fim de deixá-la mais 
justa. 
� Ela é uma forma de se aplicar o Direito, mas sendo o mais próximo possível do justo para as duas 
partes. 
� É a adaptação razoável da lei ao caso concreto (bom senso). 
 
1.6 Princípios gerais do direito 
� São os alicerces do ordenamento jurídico, informando o sistema independentemente de estarem 
positivados em norma legal. 
� O direito esta ligado com a parte cientifica de um acontecimento, ele transforma crime em 
execução de leis. 
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2- Clausuras Gerais 
Denominam-se "cláusulas gerais" certos textos de lei que atribuem ao juiz um campo mais amplo para a 
integração da norma jurídica. Tais textos apresentam conceitos vagos ou indeterminados, que devem ser 
complementados pelo prudente arbítrio do juiz. São normas com diretrizes indeterminadas e que não 
trazem expressamente uma solução jurídica (conseqüência). A norma é inteiramente aberta! Noutras 
palavras, é um texto normativo que não estabelece “a priori” o significado do termo (pressuposto), 
tampouco as conseqüências jurídicas da norma (conseqüente). 
 
2.1 Processo Legislativo 
� É o conjunto de regras que informam a elaboração da lei. Nos termos do art. 59 da Constituição 
Federal, o processo legislativo compreende: a elaboração de Emendas à Constituição, leis 
complementares, leis ordinárias, leis delegadas, decretos legislativos e resoluções. 
� A não obediência às disposições sobre o processo legislativo constitucionalmente previstas 
acarretará inconstitucionalidade. 
� O processo legislativo é a sucessão de atos realizados para a produção das leis em geral, cujo 
conteúdo, forma e seqüência obedecem a uma série de regras próprias Em substituição ao 
decreto-lei, que foi abolido, temos as medidas provisórias, com força de lei, no art. 62 da 
Constituição Federal. 
� Em substituição ao decreto-lei, que foi abolido, temos as medidas provisórias, com força de lei, no 
art. 62 da Constituição Federal. 
� Emendas à Constituição são leis constitucionais que modificam parcialmente a Constituição. 
� Leis complementares são leis cuja elaboração já vem indicada ou sugerida no próprio texto da 
Constituição, para complementação ou regulamentação de certos assuntos. 
� Leis ordinárias são as leis comuns. São formuladas pelo Congresso Nacional (na área federal), ou 
pela Assembléia Legislativa (na área estadual), ou pela Câmara de Vereadores (na área 
municipal). 
� Na sua elaboração, a lei ordinária passa pelas seguintes fases: iniciativa, aprovação, sanção, 
promulgação e publicação. 
� Sanção é o ato pelo qual o chefe do Executivo manifesta sua concordância com o projeto de lei 
aprovado pelo Legislativo. 
� Veto é o ato pelo qual o chefe do Executivo manifesta sua discordância para com o projeto. 
� Promulgação decorre da sanção e tem o significado de proclamação. 
� Sanção e promulgação se dão ao mesmo tempo, com a assinatura do Presidente da República. 
� Publicação no "Diário Oficial" é a última fase. 
� Com a publicação a lei se presume conhecida de todos, tornando-se obrigatória na data indicada 
para a sua vigência. 
� Se for omitida a data da vigência, a lei se torna obrigatória em 45 dias após a publicação, dentro 
do território nacional, ou em 3 meses, fora dele (art. 1°, § 1º, da LICC). 
� Leis equiparadas às leis ordinárias. Diferem destas apenas na forma de elaboração. 
� O Congresso Nacional, em certos casos, pode encarregar o Presidente da República, a pedido 
deste, de elaborar uma lei, que receberá então a designação de lei delegada (CF, arts. 59, IV, e 68). 
� Decretos legislativos são normas promulgadas pelo Poder Legislativo sobre assuntos de sua 
competência, como a autorização de referendo ou a convocação de plebiscito (art. 49, XV, da CF). 
� Resoluções são normas expedidas pelo Poder Legislativo, destinadas a regular matéria de sua 
competência, de caráter administrativo ou político. (art. 68, § 2°, da CF). 
� Medidas provisórias são normas com força de lei baixadas pelo Presidente da República em caso 
de relevância e urgência (art. 62 da CF, na redação da EC 32, de 11.9.2001). 
� Devem ser submetidas de imediato ao Congresso Nacional, Valem por 60 dias, e se nesse 
período não tiverem sua votação encerrada no Congresso são prorrogadas por mais 60 dias, uma 
única vez (total de 120 dias). 
 
 
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2.2 Hierarquia das Leis 
Pela ordem de importância, classificam-se as normas da seguinte forma: 
1. Constituição 
2. Emendas à Constituição 
3. Leis complementares 
4. Leis ordinárias 
5. Decretos regulamentares 
6. Outras normas de hierarquia inferior 
 
2.3 Vigência da lei 
A lei é levada ao conhecimento de todos por meio de sua publicação no Diário Oficial. Publicada a lei, 
ninguém se escusa de cumpri-la, alegando que não a conhece (art. 3° da LICC). Sua força obrigatória, 
todavia, está condicionada à sua vigência, ou seja, ao dia em que começa a vigorar. As próprias leis 
costumam indicar a data em que entrarão em vigor. Mas se uma lei nada dispuser a respeito, entrará ela 
em vigor, no território nacional, 45 dias após a publicação. Fora do País, o prazo é de 3 meses (Art. 1º da 
LICC). 
 
2.4 Tratados e convenções internacionais 
Tratado é o termo genérico, que abrange expressões variantes, como ajuste, convenção, declaração, pacto, 
etc. Celso D. de Albuquerque Mello ensina que a palavra tratado é utilizada para acordos solenes, ao 
passo que convenção seria o tratado que cria normas gerais (Curso de Direito Internacional Público, vol. 
I, p. 133). 
 
2.5 Divisões do direito civil 
O Direito Civil regula as relações jurídicas das pessoas. O Código Civil de 2002, na Parte Geral, trata, 
entre outras matérias, das pessoas naturais e jurídicas, do domicílio, dos bens, dos fatos e negócios 
jurídicos. 
Na Parte Especial, versa sobre obrigações e contratos, títulos de crédito, direito de empresa, sociedades 
simples e empresariais, direito das coisas, direito de família, tutela e curatela, direito das sucessões. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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DIREITO EMPRESARIAL 
AULA 03 
1- Direito empresarial e empresa contemporâneo 
1.1 Fases de evolução do Direito Comercial 
� O comércio existe desde a Idade Antiga .Fenícios, por exemplo, destacaram-se no exercício da 
atividade mercantil. Já existiam algumas leis esparsas para a disciplina do comércio, mas não se 
pode dizer na existência de um direito comercial. Regime jurídico sistematizado com regras e 
princípios próprios. Mesmo em Roma, não se pode afirmar a existência de um direito comercial. 
Idade Média – o comércio já atingira um estágio mais avançado, e não era mais um 
características de apenas alguns povos, mas todos eles. Primeira fase desse ramo do direito. É a 
época do ressurgimento das cidades (burgos) e do Renascimento Mercantil, sobretudo do 
comércio marítimo. Corporações de ofício – surgiram a partir do século XII, para regulamentar oprocesso produtivo artesanal nas cidades. Artigos de primeira necessidade (pão, vinho, cerveja e 
cereais) tinham preços sujeitos a regulamentação. Para outros produtos, como ferro e carvão, 
vigorava a liberdade de preços. A remuneração dos trabalhadores também era regulamentada. 
Mestres, oficiais e aprendizes. Surgem os primeiros institutos jurídicos do direito comercial. 
Títulos de créditos (letra de câmbio), as sociedades (comendas), os contratos mercantis (contrato 
de seguro) e os bancos. Suas regras só se aplicavam aos mercadores filiados a uma corporação. O 
direito comercial era um direito feito pelos comerciantes e para os comerciantes.Doutrina 
contratualista, O sistema jurídico comum tradicional vai ser derrogado por um direito específico, 
peculiar a uma determinada classe social e disciplinador da nova realidade econômica. 
� 1804 e 1808 – respectivamente, são editados, na França, o Código Civil e o Código Comercial. 
� Surgiu como um regime jurídico especial destinado a regular as atividades mercantis. 
� A doutrina francesa criou a teoria dos atos de comércio – surge a qualidade de comerciante, o que 
era pressuposto para a aplicação do Código Comercial. 
� 1833 - Código de Comércio português. 
� 1885 – Código Comercial espanhol. 
� Nessa 2ª fase do direito comercial: mercantilidade (atos de comércio). 
� Teoria de Rocco (Alfredo Rocco) foi predominante na época. Ele conclui, em síntese, que todos 
os atos de comércio possuíam uma característica comum: 
� A função de intermediação na efetivação da troca. 
� Em suma: os atos de comércio seriam aqueles que ou realizavam diretamente a referida 
intermediação (ato de comércio por natureza, fundamental ou constitutivo) ou facilitariam a sua 
execução (ato de comércio acessório ou por conexão). 
� A teoria francesa dos atos do comércio, por inspiração da codificação napoleônica, foi adotada por 
quase todas as codificações oitocentistas, inclusive a do Brasil (Código Comercial de 1850). 
� Todavia um novo critério incidirá na teoria dos atos do comércio que veio ocorrer em 1942, em 
plena 2ª Guerra Mundial. 
� Atos de comércio na legislação brasileira. 
� Codificação napoleônica, chegou ao Brasil, no início dos anos de 1800. 
� Até 1850, o Brasil não possuía uma legislação própria. Aplicavam-se aqui as leis de Portugal, as 
chamadas Ordenações do Reino (Ordenações Filipinas, Manuelinas e Afonsinas). 
� Chegada de D. João VI ao Brasil, incrementou o comércio na colônia, fazendo com que fosse 
criada a “Real Junta de Comércio, Agricultura, Fábrica e Navegação”, tornar viável a idéia de 
criar um direito comercial brasileiro. 
� O Código Comercial de 1850, definiu o comerciante como aquele que exercia a mercancia 
habitual, como sua profissão. 
 
1.2 Teoria dos atos de comercio na doutrina brasileira 
� A exemplo do que ocorreu na Europa, a doutrina brasileira também não conseguiu atribuir um 
conceito unitário aos atos de comércio. 
� Teoria da Empresa e o novo paradigma do Direito Comercial. 
Universidade Estácio de Sá - Fundamento de Direito Empresarial – Roberto Justino 
 
 8
� Em 1942, surgi a teoria da empresa, o direito comercial não se limita a regular apenas as relações 
jurídicas, mas com a forma específica de exercer uma atividade econômica: a forma empresarial. 
� Em princípio qualquer atividade econômica, desde que seja exercida empresarialmente, está 
submetida à disciplina das regras do direito empresarial. 
 
1.3 Teoria da empresa no Brasil com o advento do novo código civil brasileiro 
O Código Civil de 2002 adota a teoria da empresa, tornando obsoletas as noções de comerciante e de atos 
de comércio estabelecido no Código Comercial de 1850, e substitui pelos conceitos de empresário e de 
empresa respectivamente. 
O Código Civil não definiu diretamente o que vem a ser empresa, mas estabeleceu o conceito de 
empresário em seu art. 966. 
 
1.4 O empresário 
� É quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação 
de bens ou de serviços. 
� Empresa – é uma atividade econômica organizada com a finalidade de fazer circular ou produzir 
bens ou serviços. 
� Empresa é, portanto, atividade, algo abstrato. 
� Empresário, por sua vez, sujeito de direito é o titular da empresa. 
� Sujeito de direito é quem exerce empresa, ou seja, o empresário, que pode ser pessoa física 
(empresário individual) ou pessoa jurídica (sociedade empresária). 
 
1.5 Empresa X estabelecimento comercial 
� Estabelecimento empresarial – é o complexo de bens que o empresário usa para exercer uma 
empresa, isto é, para exercer uma atividade econômica organizada. 
� FONTES DO DIREITO EMPRESARIAL 
� normas empresariais – Código Comercial de 1850 (só comércio marítimo), Código Civil de 2002 
(matérias do direito empresarial); Legislação esparsa. 
� Ex. (microssistemas): Direito Falimentar (Lei 11.101/2006); 
� Direito Societário (Lei 6.404/1976); 
� Direito Cambiário (Lei Uniforme de Genebra, Lei 7.357/1985 – cheques; Lei 5.474/1968 – 
Duplicatas); 
� Propriedade Industrial (Lei 9.279/1996). 
 
1.6 Conceito de Empresário 
� Art. 966 do Código Civil. 
� Principais elementos indispensáveis à sua caracterização: 
� Profissionalmente – só será empresário aquele que exercer determinada atividade econômica de 
forma profissional, ou seja, que fizer do exercício daquela atividade a sua profissão habitual. 
� Quem exerce de forma esporádica, não será considerado empresário, não sendo abrangido, 
portanto, pelo regime jurídico empresarial. 
� Atividade econômica – é uma atividade exercida com intuito lucrativo. 
� É aquele que assume os riscos técnicos e econômicos de sua atividade. 
� Organizada – o empresário é aquele que articula os fatores de produção (capital, mão de obra, 
insumos e tecnologia). 
� Organização de pessoas e meios para o alcance da finalidade almejada. 
� Produção ou circulação de bens ou de serviços – demonstra a teoria da empresa, deixa claro que 
nenhuma atividade está excluída, do direito empresarial. 
� Ato de comércio é aquele praticado pelos comerciantes, relativo ao exercício de sua atividade, e 
aquele considerado como tal pela lei, em cada ordenamento jurídico. 
 
 
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 9
DIREITO EMPRESARIAL 
AULA 04 
 
1- Obrigações profissionais: registro, escrituração e contabilidade. 
1.1-Empresário individual X Sociedade empresária 
� A grande diferença entre o empresário individual e a sociedade empresária é que esta, por ser 
uma pessoa jurídica, tem patrimônio próprio, distinto do patrimônio dos sócios que a integram. 
� O empresário individual, por sua vez, não goza dessa separação patrimonial, respondendo com 
todos os seus bens, inclusive os pessoais. 
� Pode-se concluir que a responsabilidade dos sócios de uma sociedade empresária é subsidiária (já 
que primeiro devem ser executados os bens da própria sociedade), enquanto a responsabilidade do 
empresário individual é direta. 
� O empresário individual não goza da prerrogativa de limitação de responsabilidade. 
 
1.2 Agentes econômicos excluídos do conceito de empresário 
� Profissionais intelectuais, também chamados de profissionais liberais – art. 966, § único, do 
Código Civil. 
� Advogados, médicos, professores, etc. 
� Todavia, a partir do momento em que o profissional intelectual dá uma forma empresarial ao 
exercício de suas atividades, será considerado empresário e passará a ser regido pelas normas do 
direito empresarial. 
� O professor que se torna dono de um curso preparatório, ainda que continue a ministrar aulas 
nessa mesma instituição, é empresário. 
� O músico que se torna dono de um centro de promoção de eventos, ainda que continue a tocar nas 
festas organizadas por ele, é empresário. 
� O exercíciointelectual deixa de ser o fator principal do empreendimento. 
 
2- Sociedade Simples (sociedades uniprofissionais) 
� Sociedades constituídas por profissionais intelectuais cujo objeto social é justamente a exploração 
de suas profissões. 
� Ex. Uma sociedade formada por professores para prestação de serviços de ensino. 
� A atuação das sociedades empresárias no mercado hoje, é muito mais relevante do que a atuação 
dos empresários individuais. 
� O que define uma sociedade como empresária ou simples é o seu objeto social. 
� Considera-se empresária a sociedade por ações; e, simples, a cooperativa. 
� As chamadas sociedades uniprofissionais são, em regra, sociedade simples, uma vez, nelas faltará, 
não raro, o requisito da organização dos fatores de produção. 
� Nos casos em que as sociedades uniprofissionais explorarem seu objeto social com 
empresarialidade (organização dos fatores de produção), elas serão consideradas sociedades 
empresárias. 
� Em resumo: a organização dos fatores de produção que caracteriza a presença do chamado 
elemento de empresa no exercício de profissão intelectual. 
 
� Empresa – Atividade desenvolvida pelo empresário 
 
� Empresa Individual – pessoa física 
 Coletiva – sociedade empresária 
 
� Espécies de empresas Comercial 
 Pública 
 Privada 
 Economia mista 
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 10
� Sociedades cooperativas – art. 982 do Código Civil. 
� A cooperativa é sempre uma sociedade simples, pouco importando se ela exerce uma atividade 
empresarial de forma organizada e com intuito de lucro. 
 
2.1 Requisito para o exercício da atividade empresarial 
� Impedimentos legais 
� Art. 1.011, § 1º do Código Civil. 
� Normalmente, esses impedimentos estão em normas de direito público e visam a proteger a 
coletividade, evitando que esta negocie com determinadas pessoas em virtude de sua função ou 
condição ser incompatível com o exercício livre de atividade empresarial. 
� Art. 117, X, da Lei 8.112/1990, relativo aos servidores públicos federais; 
� Art. 36,I, da LC 35/1979 – Lei Orgânica da Magistratura Nacional -, relativo aos magistrados; 
� Art. 44, III, da Lei 8.625/1993, relativo aos membros do Ministério Público; 
� Art. 29 da Lei 6.880/1980. 
� Proibição é para o exercício de empresa, não sendo vedado, pois, que alguns impedidos sejam 
sócios de sociedades empresárias. 
� Nesse caso, quem exerce a atividade empresarial é a própria pessoa jurídica, e não seus sócios. 
� Os impedimentos se dirigem aos empresários individuais, e não aos sócios de sociedades 
empresárias. 
� Pode-se afirmar então que os impedidos não podem se registrar na Junta Comercial como 
empresários individuais, 
� A possibilidade de os impedidos participarem de sociedades empresárias não é absoluta, somente 
podendo ocorrer se forem sócios de responsabilidade limitada e, ainda assim, se não exercerem 
funções de gerência ou administração. 
� Art. 176, § 1º e 222, caput, ambos da Constituição Federal. 
� O primeiro é relativo a pesquisa e lavra de recursos minerais e o aproveitamento dos potenciais 
que somente poderão ser efetuados mediante autorização ou concessão da União, no interesse 
nacional, por brasileiros ou empresa constituída sob as leis brasileiras, com sede e administração 
no País. 
� O segundo é relativo a propriedade de empresa jornalística e de radiodifusão sonora e de sons e 
imagens é privativa de brasileiros natos ou naturalizados há mais de dez anos, ou de pessoas 
jurídicas constituídas sob as leis brasileiras, e que tenham sede no País. 
� Art. 973 do Código Civil – as obrigações contraídas por um “empresário” impedido não são nulas. 
� Ao contrário, elas terão plena validade em relação a terceiros de boa-fé que com ele contratarem. 
� INCAPACIDADE 
� Art. 972 do Código Civil. 
� Exceções – art. 974 do Código Civil. 
� O empresário é a própria pessoa jurídica, sendo exigido apenas que o incapaz não exerça poderes 
de administração, que o capital esteja totalmente integralizado. 
� E que ele seja assistido ou representado, conforme o grau de sua incapacidade. 
� Em ambas as situações excepcionais em que se admite o exercício de empresa por incapaz são 
para que ele continue a exercer a empresa, mas nunca poderá ser autorizado a iniciar o exercício 
de uma empresa, apenas poderá ser autorizado, excepcionalmente, a dar continuidade a uma 
atividade empresarial. 
� Ele mesmo já exercia a atividade empresarial, sendo a incapacidade, portanto, superveniente; 
� A atividade empresarial era exercida por outrem, de quem o incapaz adquire a titularidade do seu 
exercício por sucessão causa mortis. 
� A autorização será dada pelo Juiz, em procedimento de jurisdição voluntária e após a oitiva do 
Ministério Público, conforme o art. 82, I, do Código de Processo Civil. 
� EMPRESÁRIO INDIVIDUAL 
- É a pessoa física que exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção 
ou a circulação de bens ou de serviços! (art. 966 do Código Civil). 
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 11
 
 
 
- Impedimentos legais 
� Art. 1.011,§ 1º, do Código Civil – condenados por crime falimentar, peculato, contra as normas de 
defesa da concorrência, relações de consumo, entre outros. 
� É preciso atentar para o fato de que a proibição é para o exercício de empresa, não sendo vedado, 
pois, que alguns impedidos sejam sócios de sociedades empresárias. 
� Quem exerce a atividade empresarial é a própria pessoa jurídica, e não seus sócios. 
� Os impedimentos se dirigem aos empresários individuais, e não aos sócios de sociedades 
empresárias. 
� Registro do Empresário 
� - Junta Comercial – art. 967 do Código Civil; 
� Exceção: atividade econômica rural (art. 971 e 984); 
� Inscrição no Registro Público de Empresas Mercantis – art. 968 do Código Civil; 
� Sucursal, filial ou agência - deverá também inscrevê-la. 
� Filial – pode-se definir juridicamente, como a sociedade empresária que atua sob a direção e 
administração de outra, chamada matriz, mas mantém sua personalidade jurídica e o seu 
patrimônio, bem como preserva sua autonomia diante da lei e do público. 
� Lei de Registro Público de empresas mercantis – Lei 8.934/1994. 
� Finalidades: dar garantia, publicidade, autenticidade, segurança e eficácia aos atos jurídicos das 
empresas mercantis. 
� Cadastrar as empresas nacionais e estrangeiras em funcionamento no País e manter atualizadas as 
informações pertinentes. 
� Cria o SINREM – Sistema Nacional de Registro de Empresas Mercantis – regula o registro de 
empresa no Brasil. 
� É composto por dois órgãos: DNRC – Departamento Nacional de Registro do Comércio – órgão 
central do SINREM – funções supervisora, orientadora, coordenadora, entre outras. 
� Juntas Comerciais – órgãos locais, com funções executora e administradora dos serviços de 
registro. 
 
 
 
 
 
 
 
 
3- Os atos de registro 
Matrícula: é um ato de registro praticado pela Junta que se refere a alguns profissionais específicos, 
os chamados auxiliares do comércio: leiloeiros, tradutores públicos, intérpretes, etc. 
Arquivamento: é o ato de registro que diz respeito, basicamente, aos atos constitutivos da sociedade 
empresária ou do empresário individual. 
� Constituição; 
� Alteração; 
� Dissolução, e: 
SINREMSINREMSINREMSINREM 
DNRCDNRCDNRCDNRC DNRCDNRCDNRCDNRC 
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 12
� Extinção de firmas mercantis individuais, sociedades mercantis e cooperativas. 
- Autenticação – é ato de registro que se refereaos instrumentos de escrituração contábil do 
empresário (livros empresariais) e dos agentes auxiliares do comércio. 
 
 
 
4- Estrutura organizacional das Juntas Comerciais 
• Lei 8.934/1994; 
• Processo decisório nas Juntas Comerciais – art. 36: os documentos deverão ser apresentados a 
arquivamento na Junta, dentro de 30 (trinta) dias contados de sua assinatura, a cuja data retroagirão os 
efeitos do arquivamento. 
• Fora do prazo, o arquivamento só terá eficácia a partir do despacho que o conceder. 
• Código Civil – art. 1.151, §§ 1º e 2º. 
• Alteração do contrato social – ser levado a registro na Junta Comercial dentro de 30 (trinta) dias contados 
da sua efetiva realização, pois só terá eficácia perante a terceiros após o deferimento do registro. 
• Se o ato é levado a registro dentro do prazo legal de trinta dias, o registro opera efeitos ex tunc, 
retroagindo à data da sua efetiva realização. 
• Em contrapartida, se o ato é levado a registro fora do prazo legal de trinta dias, produz efeitos ex nunc, ou 
seja, só se torna eficaz a partir do seu deferimento. 
• Publicidade – os assentamentos feitos na Junta Comercial são públicos. 
• Interdito exercer o comércio - o louco de todo o gênero, o surdo-mudo impossibilitado de externar sua 
vontade (absolutamente incapazes) e o pródigo (relativamente incapaz) - são administrados por um 
curador. Assim sendo, não podem exercer o comércio. 
• Conseqüência jurídica da interdição judicial de um comerciante - Sua empresa será liquidada. 
• O estrangeiro residente no Brasil pode exercer o comércio. 
• O art. 190 da CF dispõe que a aquisição ou o arrendamento de propriedade rural por pessoa física ou 
jurídica estrangeira deverão ser regulamentados por lei ordinária. Além desse dispositivo, a CF em seu 
art. 222 impõe que a propriedade de empresas jornalísticas ou de radio-difusão é privativa de brasileiros 
natos ou naturalizados há mais de 10 anos.Diário Oficial do Estado e, no caso da Junta Comercial do 
Distrito Federal, no Diário Oficial da União.Escrituração do Empresário 
• Sistema de Contabilidade, mecanizado ou não, com base na escrituração uniforme de seus livros, em 
correspondência com a documentação respectiva, e a levantar anualmente o balanço patrimonial e o de 
resultado econômico – art. 1.179 do Código Civil. 
• Sistema de escrituração contábil periódico, além de levantar, todo ano, dois balanços financeiros: o 
patrimonial e o de resultado econômico. 
• Os livros comerciais são equiparados a documento público para fins penais, sendo tipificada como crime 
a falsificação, no todo ou em parte, da escrituração comercial (art. 297, § 2º, do Código Penal). 
• Note-se que a legislação que regulamenta o imposto sobre a renda, por exemplo, contém dispositivos 
especiais sobre a tributação de rendimentos auferidos por estrangeiros residentes ou domiciliados no 
exterior, provenientes de fontes situadas no Brasil. 
• Pessoas são proibidas de comerciar 
• Funcionários públicos civis; militares da ativa; magistrados; corretores; leiloeiros; cônsules remunerados; 
médicos (para o exercício simultâneo da medicina e farmácia, laboratório farmacêutico ou drogaria); os 
falidos (com algumas exceções previstas em lei) e os estrangeiros residentes fora do Brasil. 
• A proibição legal atinge somente o exercício individual do comércio, tendo caráter pessoal. 
• Os proibidos de comerciar podem participar de empresas, na qualidade de acionistas, cotistas ou sócios 
comanditários. 
• Da mesma forma, o cônjuge daquele proibido de comerciar poderá exercer o comércio, exceto se a 
finalidade for a burla à lei. 
• Elementos básicos do conceito econômico de empresa - Os elementos básicos são a atividade econômica 
e a organização, já que empresa é o conjunto unitário de bens e pessoas dirigidos à produção. 
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• Empresa é a organização, de natureza civil ou mercantil, destinada à exploração de qualquer atividade 
com fim lucrativo, efetuada por pessoa física ou jurídica. 
• É possível haver uma sociedade comercial sem que exista empresa: Por exemplo: dois indivíduos, 
civilmente capazes, juntam as economias, elaboram contrato social e procedem ao respectivo registro na 
Junta Comercial. Antes de iniciada a atividade da sociedade, não existirá a empresa. 
• Empresa individual, isto é, aquela que resulta da atividade de uma única pessoa natural, existe, sem que 
surja uma sociedade comercial, pois esta última pressupõe a atividade de uma organização coletiva. 
DIREITO EMPRESARIAL 
AULA 05 
1-Sociedade empresaria 
� Conceito, personificação; registro da sociedade; e nome empresarial no órgão registral. 
Desconsideração da Personalidade Jurídica. 
� Sociedades são pessoas jurídicas de direito privado, decorrentes da união de pessoas, que 
possuem fins econômicos, ou seja, são constituídas com a finalidade de exploração de uma 
atividade econômica e repartição dos lucros entre seus membros. 
- art. 981 do Código Civil; 
- Associação não possui fins econômicos e, conseqüentemente, não distribui lucros entre seus 
associados (art. 53 do Código Civil); 
- Nem toda atividade econômica configura atividade empresarial, já que nesta é imprescindível o 
elemento da organização dos fatores de produção. 
- Não são todas as sociedades que podem ser qualificadas como sociedades empresárias 
- As sociedades podem ser de duas categorias: 
- Sociedade simples – são aquelas que exploram atividade econômica não empresarial, como as 
sociedades uniprofissionais (advogados, médicos, etc); 
- Sociedades empresárias – que exploram atividade empresarial, ou seja, exercem 
profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de 
serviços (art. 966 do Código Civil). 
- O que define uma sociedade como empresária ou simples é o seu objeto social. 
- Exceção: Art. 982, § único do Código Civil, o qual prevê que “independentemente de seu objeto, 
considera-se empresária a sociedade por ações; e simples, a cooperativa”. 
- Sociedade por ações: ex. S/A é sempre uma sociedade empresária; 
- Sociedade cooperativa; é sempre uma sociedade simples, ainda que tenha por objeto o exercício 
de empresa 
 
1.2- Tipos de sociedade 
- Art. 983, 1.039 a 1.092 do Código Civil; 
- Sociedade em nome coletivo (arts. 1.039 a 1.044); 
- Sociedade em comandita simples (arts. 1.045 a 1.051); 
- Sociedade limitada (arts. 1.052 a 1.087); 
- Sociedade anônima (art. 1.088 a 1.089 c/c Lei 6.404/76); 
- Sociedade em comandita por ações (art. 1.090 a 1.092). 
 
 1.3 Escrituração do Empresário 
- A escrituração do empresário é tarefa que a lei incumbe a profissional específico: o contabilista, o 
qual deve ser legalmente habilitado (art. 1.182 do Código Civil); 
- O único livro obrigatório comum a todo e qualquer empresário é o DIÁRIO, que pode ser 
substituído por fichas no caso de ser adotada escrituração mecanizada ou eletrônica (art. 1.180 do 
Código Civil). 
- O livro Diário pode ser substituído por livro BALANCETES DIÁRIOS E BALANÇOS. 
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 14
- São facultativos os livros Caixa, no qual se controlam as entradas e saídas de dinheiro; 
- Estoque, Razão, que classifica o movimento das mercadorias; 
- Borrador, que funciona como um rascunho do diário, e o; 
- Conta Corrente, que é usado para as contas individualizadas de fornecedores ou clientes. 
- Outros livros também poderão ser exigidos do empresário, por força de legislação fiscal, 
trabalhista ou previdenciária. 
- Todavia, eles não podem ser considerados livros empresariais. 
- Só recebem essa qualificação os livros que o empresário escritura em razão do disposto na 
legislação empresarial. 
- Alguns livros específicos, todavia, são exigidos acertos empresários. 
- Ex.: livro de Registro de duplicatas, exigido dos empresários que trabalharem com a emissão de 
duplicatas mercantis. 
- É o caso, também, das sociedades anônimas, que são obrigadas, pela Lei 6.404/76, a escriturar 
uma série de livros específicos, como o livro de Registro de transferência de ações nominativas, 
entre outros. 
- Afora esses livros obrigatórios, o empresário poderá escriturar outros, a seu critério (art. 1.179, § 
1º, do Código Civil). 
- Situação especial dos microempresários e empresários de pequeno porte. 
- - Art. 1.179, § 2º do Código Civil dispensa “o pequeno empresário a que se refere o art. 970” das 
exigências contidas no caput, relativas à necessidade de manter um sistema de escrituração e de 
levantar anualmente os balanços patrimonial e de resultado. 
- Microempresário (ME); 
- Empresário de pequeno porte (EPP); 
- LC 123/2006 – atual Lei Geral das ME e EPP; 
- Sigilo empresarial – art. 1.190 do Código Civil; 
- Exceção: Não se aplicam às autoridades fazendárias, quando estas estejam no exercício da 
fiscalização tributária. 
- O sigilo que protege os livros empresariais também pode ser “quebrado” por ordem judicial. 
- A exibição dos livros empresariais, em obediência à ordem judicial, pode ser total ou parcial. 
- A exibição parcial dos livros não atinge os chamados livros auxiliares, uma vez que estes, por não 
serem obrigatórios, não são de existência presumida. 
- Eficácia probatória dos livros empresariais – art. 378 do Código de Processo Civil – provam 
contra o seu autor. 
- É lícito ao comerciante, todavia, demonstrar, por todos os meios permitidos em lei o 
contrário. 
- Para que os livros façam prova a favor do empresário é preciso que eles estejam regularmente 
escriturados, conforme disposição do art. 379 do Código de Processo Civil. 
- -Art. 1.183 do Código Civil - a escrituração será feita em idioma e moeda corrente nacionais e em 
forma contábil, por ordem cronológica de dia, mês e ano, sem intervalos em branco, nem 
entrelinhas, borrões, rasuras, emendas ou transportes para as margens. 
- Existência de um termo de abertura e de um termo de encerramento, bem assim a autenticação da 
Junta Comercial. 
- Vale ressaltar que, conforme determinação do art. 32, inciso III, da Lei 8.934/94, só serão 
autenticados os livros empresariais dos empresários devidamente registrados na Junta Comercial. 
 
1.4 Nome Empresarial 
- Pessoas Físicas, possuímos um nome civil, o qual nos identifica nas relações jurídicas. 
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- Os empresários – empresário individual ou sociedade empresária – também devem possuir um 
nome empresarial, que consiste, justamente, na expressão que os identifica nas relações 
jurídicas que formalizam em decorrência do exercício da atividade empresarial. 
- Em outras palavras, “nome empresarial é aquele sob o qual o empresário e a sociedade empresária 
exercem suas atividades e se obrigam nos atos a elas pertinentes” (art. 1º, caput, da IN/DNRC 
104/2007). 
- Marca é um sinal distintivo que identifica produtos ou serviços do empresário (art. 122 da Lei 
9.279/96). 
- Nome fantasia, por sua vez, é a expressão que identifica o título do estabelecimento. 
- Sinais de propaganda - aqueles que, embora são se destinem a identificar especificamente 
produtos ou serviços do empresário, exercem uma importante função de mercado: chamar a 
atenção dos consumidores. 
 
1.5 Espécies de nome empresarial 
- a) Firma – que pode ser individual ou social, é espécie de nome empresarial formada por um 
nome civil – do próprio empresário, no caso de firma individual, ou de um ou mais sócios, no 
de firma social 
Ex: Ana Silva Cursos Jurídicos ou A. Silva Cursos Jurídicos. 
- b) Denominação – que só pode ser social, é privativa de sociedades de capital. 
- A denominação pode ser composta pela indicação do objeto social ou por um nome de 
fantasia, não incluindo o nome dos sócios, exceto no caso de sociedade anônima, se se tratar do 
fundador ou de quem contribuiu para o benefício da empresa. 
- A denominação é utilizada pelas sociedades anônimas e por sociedades cooperativas. 
- Fatores preponderantes na distinção entre as espécies de sociedades comerciais 
- Empresa brasileira é aquela organizada segundo as leis brasileiras, com sede no Brasil, sendo 
irrelevante a origem de seu capital, e a nacionalidade, domicílio e residência de seus sócios e 
controladores. 
- Basta, por exemplo, que empresa estrangeira se organize segundo nossas leis e tenha sede no País, 
para ser considerada brasileira. 
 
- Ponto comercial, bem incorpóreo do fundo de comércio, é o local onde o comerciante estabelece 
fisicamente sua empresa. 
- Freguesia é um conjunto de pessoas que adquire produtos ou serviços de determinado 
estabelecimento, por razões subjetivas de conveniência, tais como: localização, vizinhança, 
horário de funcionamento. 
- Clientela é um conjunto de pessoas que adquire produtos ou serviços de determinado 
estabelecimento, por razões subjetivas da qualidade da empresa ou de seu titular, tais como: 
atendimento personalizado, produtos exclusivos, garantias excepcionais. 
- Diferença entre freguesia e clientela - são, ambos, bens imateriais do fundo de comércio, 
consistindo nos adquirentes dos bens ou serviços, vendidos pelas empresas. A freguesia compra os 
bens ou serviços por questões de conveniência, passageiras, geográficas. 
- É o caso do freguês que sempre toma o desjejum no mesmo bar da esquina, situado próximo a sua 
casa ou local de trabalho. Tem-se, portanto, a idéia de um núcleo transeunte, passageiro, de 
pessoas. 
- A clientela é fiel a determinado estabelecimento comercial, por estar a ele ligada por noções 
subjetivas de qualidade. 
- É o caso do cliente do restaurante X, que se desloca 200 km para degustar seu prato preferido, 
precisamente naquele estabelecimento. A idéia é de fixidez, permanência. 
- Registro do Comércio equivale ao Registro Civil para as pessoas naturais. 
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 16
- É o documento público, lavrado na Junta Comercial, possibilitando a consulta, por parte de 
qualquer pessoa, dos documentos sobre a vida da empresa. 
- Aviamento (ou ‘good will’) é a capacidade de a empresa produzir lucros, em virtude de sua 
organização, aparelhamento, freguesia ou clientela, crédito, reputação e características específicas. 
É bem incorpóreo, que pertence ao estabelecimento. 
- Na pessoa jurídica, a firma deve ser formada pelo nome dos sócios, exceto na sociedade por 
quotas de responsabilidade limitada, em que não é obrigatório constar o nome de todos, podendo 
ser utilizados somente alguns, ou um só, seguidos da expressão "& Cia." ou "& Companhia". 
- As sociedades, em que alguns ou todos os sócios respondem subsidiariamente, devem utilizar a 
firma ou razão social, exceto a sociedade por quotas de responsabilidade limitada, que pode usar 
tanto a firma quanto a denominação. 
- Na empresa Ribeiro & Cia., em que são sócios os Srs. João Ribeiro e Antônio Leite, qual a 
responsabilidade de cada sócio? 
- R.: O Sr. João Ribeiro terá sempre, obrigatoriamente, responsabilidade ilimitada, pois seu nome 
consta da firma, respondendo com seus bens particulares pelas obrigações sociais, caso o 
patrimônio da sociedade seja insuficiente para pagamento das dívidas societárias. 
- A responsabilidade dos sócios cujos nomes não aparecem na firma pode ou não ser limitada, 
dependendo dos termos do contrato. 
- - Como poderão terceiros que realizarem operações com a sociedade saber qual ou quais dos 
sócios possuem responsabilidade ilimitada? 
- R.: Pelas certidões emitidas pelas Juntas Comerciais de cada Estado. 
- Desconsideração da Pessoa Jurídica -diz-se do “afastamento” da personalidade jurídica de uma 
sociedade (basicamente, privada e mercantil) para buscar corrigir atos que atinjam-na, comumente 
em decorrência de manobras fraudulentas de um de seus sócios. Não se trata, necessariamente, de 
suprimir, extinguir ou tornar nula a sociedade desconsiderada. 
- Configura, isso sim, uma fase momentânea ou casuística durante a qual a pessoa física do sócio 
pode ser alcançada, como se a pessoa jurídica não estivesse existindo. 
- Trata-se de uma teoria surgida na Inglaterra. A primeira aplicação de que se tem registro foi, ainda 
no século XIX (1897), pela justiça inglesa, quando um empresário constituiu uma company, 
atendendo aos requisitos para estar legalmente constituída (sete sócios), ficando ele com vinte mil 
ações e os demais seis — todos de sua família — cada qual com uma única ação. 
- Segundo essa teoria, nos casos em que seja aplicável, atos societários são declarados ineficazes e a 
importância da pessoa do sócio sobressai em relação à da sociedade, ficando esta desconsiderada, 
menos relevante, posta em segundo plano. 
- De acordo com a letra fria da lei, a pessoa jurídica tem capacidade, emite declaração de vontade, 
contrai obrigações, responde civilmente pelos compromissos assumidos, até mesmo com seu 
patrimônio, ocorrendo a inadimplência, a inobservância desses compromissos, inclusive no caso 
de execução forçada. 
- Contudo, os atos que caracterizam as declarações de vontade, a assunção de obrigações e a 
inadimplência são praticados por seres humanos, ou seja: seus gestores, seus legítimos 
representantes, os mandatários dos sócios (quando não os próprios). 
- Somente em setembro de 1990, pela vez primeira, o direito positivo brasileiro viu surgir base legal 
autorizando o Poder Judiciário a pôr em prática a desconsideração da pessoa jurídica, na defesa de 
consumidor que venha a ser lesado em direito seu por procedimento do fornecedor (Lei nº. 
8.078/90, o Código de Proteção e Defesa do Consumidor, art. 28). 
- Um exemplo de desconsideração máxima da personalidade jurídica societária consistiria no caso 
de alguém (pessoa física) que assume obrigação de não fazer algo e que busca valer-se da 
sociedade personificada exatamente para praticar a conduta a cuja abstenção se obrigara. 
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- Em tal suposição, a conduta assim praticada pode e deve ser imputada ao sócio, e não à 
sociedade, como se esta não existisse ou se não houvesse sido ela a praticante da conduta vedada 
ao sócio, por obrigação assumida perante terceiros. 
- Havendo o risco de sacrifício a interesses de outrem, se prevalecerem os efeitos da personificação 
societária, cabe a desconsideração desta. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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DIREITO EMPRESARIAL 
AULA CDC 
1- A empresa e as relações de consumo 
� A relação de consumo só existe quando alguém (consumidor) compra alguma coisa para uso 
pessoal ou de sua família (consumidor final), e quem vende (fornecedor) é um profissional do 
ramo (comerciante, prestador de serviço, fabricante, construtor, importador,etc.). 
� Uma empresa também pode ser considerada consumidora, para fins da legislação protetiva, se esta 
empresa compra alguma coisa que não diz respeito à matéria-prima utilizada na fabricação de seus 
produtos, ou não caracteriza insumo ou instrumento de sua atividade profissional. 
� Por exemplo, é consumidora uma fábrica quando compra alimentos para seus funcionários ou 
quando paga escola para os filhos destes. 
� Há, porém, uma tendência para se considerar consumidora uma empresa que, por seu pequeno 
porte, esteja em disputa com uma grande organização empresarial, independentemente do que 
tenha adquirido ou contratado a pequena empresa. 
� Isto porque, na realidade, o que a legislação do consumidor pretende é proteger os entes 
vulneráveis (relação fraco – forte). 
� As empresas públicas prestadoras de serviço, mediante remuneração, também são consideradas 
fornecedoras. 
� Quando eu compro um carro com defeito do meu vizinho, que não é vendedor, nem fabricante de 
carro, eu não sou consumidor, e nem ele fornecedor, porque não estou comprando alguma coisa de 
um profissional. 
� A sistemática da responsabilidade civil na relação de consumo é dividida em responsabilidade 
pelo vício do produto ou do serviço e em responsabilidade pelo fato do produto e do serviço 
� A aquisição de bens ou a utilização de serviços, por pessoa natural ou jurídica, com o escopo de 
implementar ou incrementar a sua atividade negocial, não se reputa como relação de consumo e, 
sim, como uma atividade de consumo intermediária. A aquisição de bens ou a utilização de 
serviços, por pessoa natural ou jurídica, com o escopo de implementar ou incrementar a sua 
atividade negocial, não se reputa como relação de consumo e, sim, como uma atividade de 
consumo intermediária. 
� A relação de consumo pode ser definida como sendo o vínculo fático e econômico através do qual 
uma pessoa, física ou jurídica, denominada consumidor, adquire ou utiliza, como destinatário 
final, produto ou serviço de outra pessoa física ou jurídica, denominada fornecedor, que age de 
forma habitual, profissional e comercial, desenvolvendo atividade mediante remuneração 
 
2- Lei 8078/1990 
Assim, em 1990 foi promulgado o Código de Defesa do Consumidor, que visa reequilibrar a relação 
de consumo, reforçando a posição do consumidor, proibindo ou limitando certas práticas de mercado 
pelos fornecedores, introduzindo um sistema sancionatório administrativo e penal, dentre outros. 
� Com efeito, a relação de consumo encontra-se formalmente dentre aquelas que foram alvo do 
dirigismo contratual, ou seja, sofreram específica influência do Estado em sua regulamentação, 
através de disposições legais cogentes. 
� A relação de consumo caracteriza-se pelas partes da relação jurídica: de um lado, o consumidor, e 
de outro, o fornecedor. 
� Consumidor, na letra da lei, “é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou 
serviço como destinatário final”; e fornecedor, por sua vez, “é toda pessoa física ou jurídica, 
pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que 
desenvolvem atividades de produção, montagem, criação, construção, transformação, importação, 
distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços”. 
� Há vício de qualidade quando um produto ou serviço não corresponde à lídima expectativa do 
consumidor a respeito de sua utilização, ou seja, quando a desconformidade do produto ou serviço 
compromete a sua prestabilidade. O vício do produto também pode ser de quantidade, quando é 
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nele verificada disparidade com indicações constantes do recipiente, da embalagem, rotulagem ou 
mensagem publicitária. 
� Nesses casos, portanto, a responsabilidade decorre de vício do produto ou do serviço. Já na outra 
modalidade de responsabilidade, qual seja, pelo fato do produto ou do serviço, o defeito presente 
no produto fornecido ou no serviço prestado traz um risco à saúde ou segurança do consumidor, 
gerando o denominado acidente de consumo. Trata-se, neste caso, de vício de segurança. 
� O vício de segurança suscita responsabilidade de grande vulto, pois os danos que podem ser 
ocasionados em geral superam, em muito, os valores do produto ou serviço em si. Tais defeitos 
em geral são ocultos, sendo que o evento danoso se manifesta numa fasemais avançada do 
consumo, durante sua utilização. A diferenciação acima apresentada - que não é meramente 
doutrinária - é de extrema importância para a correta atribuição da responsabilidade a 
determinados membros da cadeia de fornecedores. 
� Para os casos de vício de segurança, a lei elege como responsáveis o fabricante, construtor, 
produtor, nacional ou estrangeiro e o importador; e não o comerciante, que somente responderá 
quando: a) o fabricante, construtor ou o importador não puderem ser identificados; b) o produto 
for fornecido sem identificação clara do seu fabricante, produtor, construtor ou incorporador; ou 
c) o comerciante não conservar adequadamente os produtos perecíveis. 
� Já quando falamos em vício do produto, a responsabilidade decorrente atinge todos os legalmente 
classificados como fornecedores, solidariamente, não eximindo os fornecedores diretos do 
produto, embora possam estes, em ação regressiva, se voltar contra o efetivo responsável. 
Existindo vício e não sendo ele sanado em trinta dias, pode o consumidor exigir alternativamente: 
� a) a substituição do produto por outro da mesma espécie, em perfeitas condições de uso; 
� b) a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo das perdas e 
danos; ou 
� c) abatimento proporcional do preço. Diante da eficácia e ampla aplicabilidade do Código de 
Defesa do Consumidor, é imprescindível que as empresas fornecedoras mantenham um serviço de 
atendimento ao cliente de qualidade, o que poderá minimizar sensivelmente as demandas judiciais 
decorrentes da falta de amparo ao consumidor prejudicado pelo vício ou defeito no produto ou 
serviço. 
� Não se aplica o Código de Defesa do Consumidor (CDC) em caso de empréstimo feito a empresa, 
porque ela não é consumidor final. O entendimento é da Quarta Turma do Superior Tribunal de 
Justiça (STJ). 
� Aplica-se o Código de Defesa do Consumidor às pessoas jurídicas adquirentes de produtos ou 
serviços utilizados, direta ou indiretamente, na atividade econômica que exercem. 
� Esse é o entendimento da 1ª Turma do Superior Tribunal de Justiça em diversos processos 
julgados na Corte. O recurso que reconheceu a tese veio do hospital Centro Transmontano, que 
recorreu contra decisão favorável à Sabesp. 
� Para o ministro, na verdade o que se observa é que o empreendimento está voltado para a 
prestação de serviços. A água fornecida ao imóvel da empresa é utilizada para a manutenção dos 
serviços e do próprio funcionamento do prédio, como é o caso do imóvel particular – em que a 
água fornecida é utilizada para consumo das pessoas que nele moram, bem como para manutenção 
da residência. 
� Desse modo, pelo tipo de atividade desenvolvida pela instituição, percebe-se que ela não utiliza a 
água como produto a ser integrado em qualquer processo de produção, transformação ou 
comercialização de outro produto, mas apenas para uso próprio. 
� Como a Transmontano é o destinatário final da água, existe a relação de consumo, devendo, 
portanto, ser aplicado o Código de Defesa do Consumidor e, em especial, o artigo 42, parágrafo 
único, da Lei 8.078/1990. O texto estabelece que "o consumidor cobrado em quantia indevida tem 
direito à repetição do indébito, por valor igual ao dobro do que pagou em excesso, acrescido de 
correção monetária e juros legais, salvo hipótese de engano justificável". 
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� O Código de Defesa de Consumidor no caput do art. 2º, caput do art. 3º, § 1º do art. 3º e § 2º do 
art. 3º, estabeleceu com precisão quais seriam os conceitos de consumidor, fornecedor, produtos e 
serviços, respectivamente: 
� “Art. 2º - Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço 
como destinatário final. 
� Art. 3º - Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada nacional ou estrangeira, 
bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividades de produção, montagem, 
criação, construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de 
produtos ou prestação de serviços. 
� § 1º - Produto é qualquer bem, móvel ou imóvel, material ou imaterial. 
� § 2º - Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante remuneração, 
inclusive as de natureza bancária, financeira, de crédito e securitária, salvo as decorrentes das 
relações de caráter trabalhista.” 
� A relação jurídica de consumo é extremamente dinâmica e sofre modificações com grande 
velocidade, fenômeno este atribuído à globalização do mercado. 
� Um destes fenômenos perceptíveis é a mudança de hábito dos consumidores, que hodiernamente 
tem buscado consumir produtos e serviços de empresas que tenham um compromisso social, ou 
seja, que promovam um desenvolvimento sustentável. 
� O consumo consciente provavelmente surgiu a partir do reconhecimento de que os recursos 
naturais são finitos e de que a promoção ativa do desenvolvimento sustentável do planeta é 
imprescindível à sobrevivência da espécie humana, obrigando assim a humanidade a repensar o 
modo como se relaciona com o mundo em que vive. 
� O consumidor de hoje não quer apenas produtos que satisfaçam suas necessidades, mas que 
também contribuam para a qualidade de vida em longo prazo. Não basta um bom produto com 
preço justo, é preciso haver preocupações ecológicas, sociais e éticas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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DIREITO EMPRESARIAL 
AULA FALÊNCIA E RECUPERAÇAO JUDICIAL E EXTRA JUDICIAL DA EMPRESA 
 
1- A NOVA LEI DE FALÊNCIA E RECUPERAÇÃO DA EMPRESA 
Lei 11.101/05 
� Histórico 
� Evolução do Instituto Falimentar 
� Decreto Lei 7661/45 
� Lei 11.101/05 
◦ Adoção da teoria da empresa 
� Empresário 
OBS- Produtor rural 
� Aspectos Gerais da Nova Lei 
� Não se aplica a Lei 11.1101/05: 
◦ empresa pública e sociedade de economia mista; 
◦ instituição financeira pública ou privada 
◦ cooperativa de crédito 
◦ consórcio 
◦ entidade de previdência complementar 
◦ sociedade operadora de plano de assistência à saúde 
◦ sociedade seguradora 
◦ sociedade de capitalização 
� Intervenção do Ministério Público: 
◦ Não é obrigatória a intervenção em todas as fases do processo 
◦ Manifestação em casos relevantes: 
� Após o deferimento do plano de recuperação da empresa 
� Intimação da sentença declaratória da falência 
� Antes da alienação de bens 
� Administrador Judicial : 
◦ Advogado, Contador, Economista, Administrador de Empresa ou Empresa Especializada 
◦ Atribuições: 
� I – na recuperação judicial e na falência: 
� a) comunicar aos credores a data do pedido de recuperação judicial ou da 
decretação da falência, a natureza, o valor e a classificação dada ao crédito; 
� b) fornecer, com presteza, todas as informações pedidas pelos credores 
interessados; 
� c) requerer ao juiz convocação da assembléia-geral de credores nos casos 
previstos nesta Lei ou quando entender necessária sua ouvida para a tomada de 
decisões; 
◦ Atribuições do Administrador Judicial (cont.): 
� II – na recuperação judicial: 
� a) fiscalizar as atividades do devedor e o cumprimento do plano de recuperação 
judicial; 
� b) requerer a falência no caso de descumprimento de obrigação assumida no plano 
de recuperação; 
� c) apresentar ao juiz, para juntada aos autos, relatório mensal das atividades do 
devedor; 
� III – na falência: 
� a) avisar, pelo órgão oficial, o lugar e hora em que, diariamente, os credores terão 
à sua disposição os livros e documentos do falido; 
� b) examinar a escrituração do devedor; 
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� c) relacionar os processos e assumir a representação judicial da massa falida; 
� e) representar a massa falida em juízo, contratando, se necessário, advogado, 
cujos honorários serão previamente ajustados e aprovados pelo Comitê de 
Credores. 
 
1.2- Comitê de Credores 
� Membros eleitos pela Assembléia Geral de Credores 
 
� Composição 
◦ 1 representante trabalhistas 
◦ 1 representante com garantia reais e especiais 
◦ 1 representante indicado pelos credores quirografários 
� Função 
◦ Fiscalizar e examinar contas do administrador 
◦ Comunicar atos importantes ao juiz 
◦ Requerer a convocação de credores 
◦ Fiscalizar o plano de recuperação judicial 
� Deliberação 
◦ Aprovação: por maioria 
� Empate: decidido pelo administrar, ou na incompatibilidade deste, o juiz 
� 
1.3- Assembléia Geral de Credores 
� Presidida pelo administrador judicial 
� Atribuições 
� Na Recuperação Judicial 
� Aprovar, rejeitar ou modificar o plano de recuperação judicial pelo devedor. 
� Constituir e eleger membros do comitê de credores 
� Na falência 
� Constituir e eleger membros do comitê de credores 
� Aprovar outras modalidades de realização do ativo. 
� Voto 
◦ Será proporcional ao valor do seu crédito 
� Impedimento do provimento liminar ou cautelar ou antecipatório da tutela- art. 40 
 
1.4- Assembléia Geral de Credores 
Composição das classes na assembléia 
◦ Titulares de créditos trabalhista (total do crédito) (sindicato) 
◦ Titulares de créditos com garantia real (total da garantia) 
◦ Titulares de créditos quirografários. 
� Quorum de Instalação: 
◦ 1ª convocação- mais da metade dos créditos de cada classe, computados pelo valor 
◦ 2ª convocação- qualquer número 
� Quorum de Aprovação 
◦ Mais da metade do valor total dos créditos presentes à assembléia-geral 
� Exceção: 
� Plano de recuperação judicial- art. 35, I, a 
� Todas as classes devem aprovar (por maioria, presentes assembléia). 
� Composição do comitê de credores 
� Somente cada classe pode votar 
� Forma alternativa de realização do ativo 
� 2/3 dos créditos presentes à assembléia 
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1.5- Recuperação Judicial 
� Objetivo 
◦ viabilizar a superação da situação de crise econômico-finaceira do devedor 
 
� Abrangência 
◦ Todos os créditos existentes na data do pedido, ainda que não vencidos 
� Exceções 
� Dívidas tributárias 
� Arrendamento mercantil 
� Contrato de imóveis com cláusula de irrevogabilidade 
� Reserva de domínio 
� Efeitos 
◦ Suspensão das ações de execução por 180 dias 
◦ Suspensão da prescrição por 180 dias 
� Meios de Recuperação 
◦ Concessão de prazo e condições especiais 
◦ Cisão, fusão, incorporação ou transformação, 
◦ Alteração do controle societário 
◦ Substituição total ou parcial dos administradores 
◦ Trespasse ou arrendamento de estabelecimento 
� O objeto de alienação será livre de ônus, e não haverá sucessão. 
◦ Redução salarial 
◦ Emissão de valores mobiliários 
� Plano de Recuperação da empresa 
◦ Apresentar 60 dias depois da decisão que deferir o processo 
 Deverá conter: 
 Meios de recuperação 
 Estudo de viabilidade econômica 
 Laudo econômico-financeiro 
 Avaliação dos bens 
� Alteração do plano pela assembléia de credores 
� Rejeitado o plano pela Assembléia de credores – FALÊNCIA 
 Exceção- Não será decretada a falência se ocorrer, cumulativamente: 
 a- Aprovação de mais da metade do capital do valor de todos os créditos presentes à 
assembléia, independentemente de classes; 
 b- Aprovação de duas classes de credores. 
 c- Na classe que rejeitou: voto de mais de 1/3 dos credores. 
� Aprovado o plano 
� Apresentar certidão negativa de débitos tributários 
� Não cumprimento do plano 
 Em 2 anos- os direitos e garantias serão reconstituídos nas condições anteriores e decretada 
a FALÊNCIA 
 Depois de dois anos- requerer execução específica ou a falência. 
2- Plano de Recuperação Judicial Microempresa e Empresas de pequeno porte 
� Abrangerá somente créditos quirografários 
� Parcelamento em até 36 vezes, com correção e juros de 12% a.a. 
� 1ª parcela em 180 dias, contados da distribuição do pedido 
 
2.1- Plano de recuperação Extrajudicial 
� Objetivo 
 Viabilizar a superação da situação de crise econômico-finaceira do devedor 
� Abrangência 
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 Credores que participarem voluntariamente do plano de recuperação 
� Exceção: Vinculação de todos os credores- aprovação de 3/5 de todos os créditos 
de cada espécie por ela abrangidos. 
� Não se incluem os créditos 
� Trabalhistas 
� Acidentes do trabalho 
� Tributários 
� Alienação fiduciária de bens móveis e imóveis; 
� Arrendamento mercantil 
� Contrato de imóveis com cláusula de irrevogabilidade 
� Reserva de domínio 
� A não homologação do plano não acarreta a falência 
� Poderá ser feito novo pedido – Não faz coisa julgada 
3- Falência 
• Manutenção dos conceitos e efeitos 
• O processo de falência terá prioridade na ordem dos feitos, em qualquer instância. 
• Responsabilidade dos sócios, controladores e administradores 
a. Possibilidade do juiz ordenar a indisponibilidade dos bens 
b. Prescrição da ação de reparação: 2 anos 
Requerimento falência pelo credor 
c. Crédito superior a 40 salários mínimos 
d. Possibilidade de litisconsórcio 
� Classificação dos créditos 
1- Créditos extraconcursais 
2- Créditos trabalhistas, limitados a 150 s.m. e os de acidentes do trabalho, ilimitado; 
◦ OBS- vencidos nos 3 meses, até o limite de 5 s.m., até o limite de 5 salários por 
trabalhador pagos logo haja disponibilidade. 
3- créditos com garantia real até o limite do valor do bem gravado; 
4- créditos tributários,excetuadas as multas tributárias; 
5- créditos com privilégio especial (art. 964 do CC) 
6- créditos com privilégio geral (no art. 965 do CC) 
7- créditos quirografários: 
◦ a) aqueles não previstos nos demais incisos deste artigo; 
◦ b) os saldos não cobertos pelo produto da alienação dos bens vinculados ao seu 
pagamento; 
◦ c) os saldos dos créditos de trabalho que excederem o limite; 
8- as multas contratuais e as penas pecuniárias por infração das leis penais ou administrativas, inclusive 
as multas tributárias; 
9- créditos subordinados: 
a) os assim previstos em lei ou em contrato; 
b) os créditos dos sócios e dos administradores sem vínculo empregatício. 
� Alienação dos bens 
◦ livre de qualquer ônus e não haverá sucessão: 
� Da empresa 
� Das filiais 
� Em bloco de bens 
� Bens individualmente 
� Forma de alienação 
◦ Leilão 
◦ Propostas fechadas 
◦ Pregão 
� OBS- intimação do Ministério Publico antes da alienação 
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4- Em quantos anos e a partir de quando extingue se a obrigação do falido ? 
� Extingue as obrigações do falido no decurso de 10 anos, a partir do encerramento da falência, se o 
falido tiver sido condenado por prática de crime falimentar. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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DIREITO EMPRESARIAL 
AULA S.A & LTDA 
 
1- Sociedade Limitada e Sociedade Anônima 
SOCIEDADES MERCANTIS - É o contrato pelo qual duas ou mais pessoas convencionam em pôr 
alguma coisa em comum, para o exercício de atividade comercial lícita, visando à maximização de seus 
lucros, com responsabilidadesdefinidas em caso de perdas. 
Associação - entidade sem fins lucrativos, ou, ainda, a entidade que, embora possa perseguir fim 
econômico (de forma a atingir o objetivo fixado em seu estatuto), não distribui lucro a seus associados. 
O vocábulo "sociedade" é empregado para entidades com fim lucrativo, formadas por mais de uma 
pessoa, recebendo os sócios participação nos lucros. 
 Espécies existentes de sociedade - A sociedade pode ser civil - quando pratica atos civis com finalidade 
econômica - ou comercial - quando seu objetivo é a prática da mercancia 
Classificação das sociedades comerciais - Quanto à responsabilidade dos sócios, as sociedades podem ser: 
limitadas (a responsabilidade de cada sócio restringe-se à sua contribuição individual ou ao valor do 
capital social), ilimitadas (todos os sócios respondem ilimitada e solidariamente pelas obrigações 
societárias) ou mistas (as responsabilidades de alguns sócios são limitadas, e as de outros sócios, 
ilimitadas). 
Os elementos específicos próprios das sociedades comerciais, perante nosso Direito, são: a) pluralidade 
de sócios; b) constituição do capital; c) affectio societatis; e d) participação nos lucros e nas perdas. 
Capital social das sociedades comerciais - O capital pode ser constituído por bens (materiais ou 
incorpóreos) ou por dinheiro. 
Affectio societatis - Affectio societatis é o elemento subjetivo, intencional, que denota a vontade, por 
parte do sócio, de união e aceitação das normas de constituição e funcionamento da sociedade. 
 
1.1 SOCIEDADE POR QUOTAS DE RESPONSABILIDADE LIMITADA 
Origina-se na lei alemã de 1892. 
Dispositivo legal que regula a sociedade por quotas de responsabilidade limitada, no Brasil - Decreto n.° 
3.708, de 10.01.1919. 
Constituição da sociedade por quotas de responsabilidade limitada - Cada sócio (ou quotista) aporta uma 
parcela do capital social. 
Extensão da responsabilidade dos sócios por quotas de responsabilidade limitada - A responsabilidade é 
limitada à integralização do capital social. 
Cada sócio é diretamente responsável pela integralização da quota por ele subscrita. 
Relativamente à integralização das quotas subscritas pelos demais sócios, responde cada sócio de forma 
indireta ou subsidiária. 
Estando as quotas completamente integralizadas, não respondem os sócios com seus bens particulares 
pelas obrigações sociais. 
Caso não estejam integralizadas todas as quotas, o sócio que não integralizou a quota que subscreveu 
responde com seus bens particulares: se insuficientes, respondem os demais sócios, subsidiariamente, 
inclusive com seus bens particulares. 
O nome deve ser formado por firma (ou razão social) ou por denominação. 
No caso de denominação, o nome deverá mencionar o ramo de atividade a que se dedica a empresa. 
Em qualquer hipótese, acrescentando-se, ao final, a palavra "Limitada" ou "Ltda.". 
É de melhor técnica a denominação ("Lanches Flor da Vila Ltda."), para que não seja necessário 
alterar-se o nome, por ocasião da entrada ou saída de um sócio ("Ramos, Silva & Companhia Limitada"). 
Conseqüência jurídica da omissão da palavra "Limitada" (ou "Ltda.") na formação do nome das 
sociedades por quotas de responsabilidade limitada - A omissão da palavra "Limitada" (ou "Ltda.") 
acarreta a responsabilidade ilimitada dos sócios gerentes e daqueles que utilizam a firma social. 
Juridicamente, a empresa constituída terá a estrutura societária de sociedade em nome coletivo, mesmo 
que do contrato social conste outra denominação. 
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Características típicas das sociedades por quotas de responsabilidade limitada - São elas: a) mínimo de 
duas pessoas para sua constituição; 
b) proibição de formação do capital social por meio de subscrição pública; 
c) possibilidade de exclusão de sócio que comete falta, inclusive sem submissão ao Poder Judiciário, 
desde que prevista no contrato social. 
 
1.2 SOCIEDADES POR AÇÕES 
Espécies existentes de sociedades por ações - .: Há duas espécies: a) sociedade anônima (S/A) e b) 
sociedade em comandita por ações. 
Ambas são reguladas pela Lei n.° 6.404, de 15.12.1976, conhecida como "Lei das Sociedades Anônimas", 
modificada pela Lei n.° 9.457, de 05.05.1997. 
É considerada por muitos uma cópia do Model Business Corporation Act (MBCA), o modelo federal de 
legislação societária dos Estados Unidos. 
Em 31 de outubro de 2001, foi sancionada a lei nº 10.303, também assinada por Marco Maciel, que 
alterou diversos artigos da lei societária brasileira e incluiu vários outros. 
O artigo 4º, que define o que são companhias abertas e fechadas, teve seu caput e seu primeiro parágrafo 
alterados, e além disso, foram incluídos cinco parágrafos e um anexo com mais quatro parágrafos. 
O artigo, que trazia uma definição simples, passou a trazer detalhes sobre o registro de companhias na 
Comissão de Valores Mobiliários, condições para o cancelamento desse registro, situações em que os 
acionistas controladores serão obrigados a fazer oferta pública etc.; 
Em 28 de dezembro de 2007, foi sancionada a lei nº 11.638, que modificou a lei societária brasileira 
principalmente em suas disposições de natureza contábil. 
Alguns ajustes relativos à tributação e de outra natureza também foram inseridos. 
Em 3 de dezembro de 2008, foi sancionada a medida provisória nº 449, que alterou tanto a legislação 
tributária quanto a societária do Brasil. 
As sociedades anônimas são, de longe, a espécie mais importante das sociedades por ações, estando 
atualmente em franco declínio a espécie sociedade em comandita por ações. 
Principais elementos característicos das sociedades por ações – 
 a) o capital social deverá estar dividido em ações; 
b) a responsabilidade dos acionistas está limitada ao preço de emissão das ações; 
c) qualquer que seja o objeto social, sua natureza será sempre comercial; 
d) destina-se a grandes empreendimentos. 
Diferença entre as responsabilidades dos sócios nas sociedades por ações e nas sociedades por quotas de 
responsabilidade limitada - Nas sociedades por ações, a responsabilidade não se relaciona com o valor das 
ações, e sim com o preço de emissão; nas sociedades por quotas de responsabilidade limitada, a 
responsabilidade dos sócios é determinada pelo capital social. 
Sociedade Anônima - As sociedades anônimas constituem mecanismo dinâmico para atrair 
financiamentos para as grandes empresas, canalizando recursos econômicos, atraídos tanto pela limitação 
da responsabilidade quanto pela possibilidade de colocar títulos em circulação, dotados de imediata 
liquidez. 
Atuando no meio social como forma de organização jurídica da empresa, é a sociedade anônima 
instituição de interesse público, sobre a qual tem ingerência o Estado, tanto na regulamentação dos atos 
constitutivos quanto na prática de atos executivos. 
Espécies podem ser as sociedades anônimas - As sociedades anônimas podem ser abertas, em que o 
capital é democratizado mediante subscrição pública das ações, negociadas em Bolsas de Valores e 
sujeitas à fiscalização governamental específica, uma vez que influem na economia política da nação, ou 
fechadas, constituídas "cum intuitu personae", geralmente formadas por pequenos grupos ou por famílias, 
e cujas ações não são vendidas ao público, razão pela qual a lei lhes faculta uma administração e uma 
contabilidade mais simples. 
Órgão encarregado da fiscalização e disciplina do mercado de capitais, no Brasil - Antes da Lei n.° 6.385, 
de 07.12.1976 (modificada pela Lei n.° 9.457, de 05.05.1997), essa atribuição era do Banco Central. A 
referida lei criou a CVM - Comissão de Valores Mobiliários, que passou a exercer essa atividade. 
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A CVM é uma autarquia federal, pois é considerada serviço público descentralizado da União.

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