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AULA 02 Pessoas (jurídicas).

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Direito Civil para TRF 5 - AJAJ e AJEM 
Professores: Aline Santiago e Jacson Panichi - 
Aula – 02 
 
 
Profs. Aline Santiago e Jacson Panichi www.estrategiaconcursos.com.br Página 1 de 51 
AULA 02: Pessoas (jurídicas). 
 
 
Olá amigo(a)! Vamos começar mais uma aula do curso! 
 
Lembramos a você que o fórum de dúvidas já esta funcionando, 
escreva para nós! Se você preferir, também continuaremos observando 
nossos e-mails diariamente. Fique a vontade para escolher a forma de 
entrar em contato conosco, mas não fique com dúvidas. 
Tenha atenção! Os assuntos; LINDB, Pessoa Natural e Pessoa 
Jurídica normalmente são cobrados em provas da FCC e as questões que 
envolvem estes itens, de certa forma, não apresentam grandes 
dificuldades, sendo muitas vezes questões “repetidas” ou, então, literais 
ao texto da lei, portanto, procure assimilar bem estes conteúdos para 
garantir acertos em sua prova. 
 
Vamos começar os trabalhos! 
 
Pessoas Jurídicas (CC arts. 40 a 69): 
 
Em nossa aula passada, estudamos as pessoas naturais, sobre o 
seu começo e fim, da capacidade e da personalidade. Estas pessoas 
(pessoas naturais) são dotadas de capacidade jurídica, porém, para a 
realização de determinados empreendimentos uma só pessoa se torna 
fraca e, sozinha, dificilmente alcançaria seus objetivos. Com isto, surge a 
necessidade de agrupar as pessoas para que juntas tenham mais força de 
realização. 
 Da necessidade de conjugação de esforços, para a realização de 
determinados fins, temos a atribuição de capacidade jurídica a entes 
abstratos, formados ora pelo ¹conjunto de pessoas, ora por 
²conjugação patrimonial. 
 Assim, formam-se as pessoas jurídicas, que são entidades a quem a 
lei confere personalidade, para que desta forma possam ser sujeitos de 
direitos e obrigações. 
É importante observarmos que a personalidade desta chamada 
pessoa jurídica não se confunde, em regra, com a personalidade de 
cada um dos seus membros. Desta forma, uma de suas principais 
características é a atuação na vida jurídica com personalidade distinta 
da de seus membros. Esta separação de personalidades leva à separação 
também dos patrimônios – respeitando o princípio da Autonomia 
Patrimonial - assim, em regra, não podem ser penhorados os bens dos 
sócios por dívidas da sociedade. (o patrimônio dos sócios, em algumas 
situações, poderá ser atingido e isto será explicado ainda nesta aula) 
 As pessoas jurídicas que surgirão poderão ter os mais variados fins, 
sem numerá-las taxativamente, podemos citar, desde o próprio conceito 
de Estado, passando pelas fundações, pelas sociedades, até as chamadas 
associações de bairro, ou, então, pelas associações esportivas. 
Direito Civil para TRF 5 - AJAJ e AJEM 
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Aula – 02 
 
 
Profs. Aline Santiago e Jacson Panichi www.estrategiaconcursos.com.br Página 2 de 51 
 “Mas de onde vem à natureza jurídica destas pessoas?” 
 
Existem diversas teorias que tentam explicar a natureza jurídica da 
pessoa jurídica. Dentre essas teorias existem as que negam a existência 
da pessoa jurídica – ¹Teorias Negativistas, e as que afirmam sua 
existência – ²Teorias Afirmativistas. 
 
Para a Teoria Negativista só existem no Direito os seres 
humanos, carecendo as denominadas pessoas jurídicas de qualquer 
atributo de personalidade. Por isso chama-se negativista, pois nega à 
pessoa jurídica existência, sustentam que a denominação pessoa jurídica 
mascara um patrimônio coletivo ou uma propriedade coletiva. 
 
As Teorias Afirmativistas estão divididas entre ¹Teorias da 
Ficção e ²Teorias da Realidade. 
São duas as Teorias da Ficção: a Teoria da Ficção Legal – criada 
por Savigny, considera a pessoa jurídica uma criação artificial da lei. Uma 
ficção jurídica, uma abstração que é diversa da realidade. Deste modo, os 
adeptos desta teoria dizem que os direitos são prerrogativas concedidas 
apenas ao homem nas relações com seus semelhantes. Pois somente o 
homem tem existência real e psíquica para expressar sua vontade para 
deliberar, e o poder de ação. Assim, quando se atribuem direitos a 
pessoas de outra natureza, isso se trata de simples criação da mente 
humana, constituindo-se uma ficção jurídica. A capacidade das pessoas 
jurídicas, sendo criação ficta do legislador, é limitada na medida de seus 
interesses; e a Teoria da Ficção Doutrinária – que vem a ser uma 
variação da Teoria explicada acima, onde defende que a pessoa jurídica 
não tem existência real, mas apenas intelectual, sendo uma ficção criada 
pela doutrina. 
Três são as Teorias da Realidade: a primeira é a Teoria da 
Realidade Objetiva ou Orgânica – a pessoa jurídica é considerada por 
esta teoria como sendo uma realidade sociológica, que nasce através de 
imposição das forças sociais; a segunda é a Teoria da Realidade Jurídica 
ou Institucionalista – é parecida com a teoria objetiva pela importância 
dada a eventos sociológicos. Deste modo considera a pessoa jurídica 
como uma organização social destinada a um serviço ou ofício e, por isso, 
personificadas; e a terceira é a Teoria da Realidade Técnica – que diz 
que a personificação de grupos sociais é um expediente de ordem técnica. 
É um atributo deferido pelo Estado para certas entidades, que o merecem 
e que observaram os requisitos por ele estabelecidos. A teoria da 
realidade técnica é a adotada pelo código civil de 2002. 
 
Após a explicação e conceituação das teorias acima, continuamos 
com a ideia de que todo o ordenamento jurídico é destinado a regular a 
vida dos indivíduos, o direito tem por finalidade o homem como sujeito de 
direitos. Deste modo criam-se institutos jurídicos em prol do indivíduo, 
criam-se pessoas jurídicas como forma de se atribuir maior força ao ser 
Direito Civil para TRF 5 - AJAJ e AJEM 
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Aula – 02 
 
 
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humano, para que este possa realizar determinadas tarefas, as quais 
seriam impraticáveis se estivesse sozinho. 
Assim, da mesma forma que o Direito atribui direitos e impõe 
obrigações à pessoa natural, também o faz com as pessoas jurídicas. 
Existem, para cada tipo de pessoa jurídica, condições, objetivas e 
subjetivas, determinadas em lei. Portanto, o conceito de pessoa jurídica 
é uma objetivação do ordenamento jurídico. Encara-se a pessoa jurídica 
como uma realidade técnica, como uma criação do direito, porque assim 
está estabelecido em lei. 
 
 
- Constituição da Pessoa Jurídica 
 
Não basta simplesmente que as pessoas se unam para formar uma 
pessoa jurídica. Há um requisito muito importante, qual seja, a vontade 
das pessoas sobre a criação de uma pessoa jurídica para determinado 
fim. É esta vinculação de vontades, vinculação jurídica entre as 
pessoas, ou entre os membros, que dá unidade orgânica ao ente criado e, 
com isto, este ente se torna uma pessoa desvinculada da vontade 
daquelas e com autonomia perante seus membros. 
 Através desta unidade de vontades de criar um ente abstrato surge 
a personificação. 
Vocês se recordam, quando estudamos pessoas naturais, que; a 
partir do momento em que uma pessoa nasce com vida ela adquire 
personalidade? Pois bem, para a pessoa jurídica este momento de 
aquisição da personalidade se dá quando há uma conjunção de vontades 
em torno da criação deste ente abstrato. A partir deste momento este 
adquire personalidade própria, independente da personalidade de seus 
sócios. 
 Contudo, não basta a simples vontade dos indivíduos para a 
constituição da pessoa jurídica. A lei impõe certos requisitos, que serão 
mais severos ou menosseveros de acordo com a modalidade de ente a 
ser criado. Preenchendo estes requisitos, a pessoa jurídica será 
considerada regular e estará apta a utilizar-se de todas as suas 
prerrogativas em sua vida jurídica. 
 Desta forma, regula-se a pessoa jurídica1 de modo muito parecido 
com a pessoa natural, pois, se tem para a pessoa jurídica como há para a 
pessoa natural; o nascimento, seu registro, aquisição de personalidade, 
capacidade, domicílio, sua morte e até mesmo regulação quanto à 
sucessão. 
Além do explicado acima saiba, para fins de prova, que para as 
pessoas jurídicas de direito privado, assunto que abordaremos mais a 
frente, temos: 
 
1
 Não é unânime na doutrina e nas várias legislações a denominação pessoa jurídica. Outras denominações 
devem ser lembradas, tais como: pessoas morais (direito francês), coletivas (direito português), místicas, civis, 
fictícias, abstratas, intelectuais, universalidade de pessoas e de bens, etc. Entretanto, o termo pessoa jurídica é 
o mais tradicional e o que consta do nosso código civil. 
Direito Civil para TRF 5 - AJAJ e AJEM 
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“CC Art. 45. Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito 
privado com a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, 
precedida, quando necessário, de autorização ou aprovação do Poder 
Executivo, averbando-se no registro todas as alterações por que passar o ato 
constitutivo. 
Parágrafo único. Decai em três anos o direito de anular a constituição das 
pessoas jurídicas de direito privado, por defeito do ato respectivo, contado o 
prazo da publicação de sua inscrição no registro. 
 
Art. 46. O registro declarará: 
I - a denominação, os fins, a sede, o tempo de duração e o fundo social, quando 
houver; 
II - o nome e a individualização dos fundadores ou instituidores, e dos diretores; 
III - o modo por que se administra e representa, ativa e passivamente, judicial e 
extrajudicialmente; 
IV - se o ato constitutivo é reformável no tocante à administração, e de que 
modo; 
V - se os membros respondem, ou não, subsidiariamente, pelas obrigações 
sociais; 
VI - as condições de extinção da pessoa jurídica e o destino do seu patrimônio, 
nesse caso.” 
 
 Desta forma os estatutos e os atos constitutivos das pessoas 
jurídicas de direito privado são registrados no Cartório de Registro Civil 
das pessoas jurídicas. Este registro além de servir de prova, possui 
natureza constitutiva, por ser atributivo de personalidade, da capacidade 
jurídica. 
 Para a constituição da pessoa jurídica existem três requisitos 
básicos: ¹a vontade humana criadora, ²obediência as condições legais 
para sua formação e ³finalidade lícita. 
 A vontade humana criadora ou o direcionamento da vontade de 
várias pessoas em torno de uma finalidade comum e de um novo 
organismo é fundamental. No princípio, existe uma pluralidade de 
membros que, por sua vontade, tornam-se uma unidade, a pessoa 
jurídica, que futuramente passará a existir como ente autônomo. 
 Superada esta primeira fase de manifestação da vontade para a 
criação do novo ente, a pessoa jurídica já existe em estado latente. 
 Para que exista de fato, será preciso observar o segundo requisito: 
observância das determinações legais. Para que a vontade de criar o 
ente tome forma e resulte na criação de uma pessoa jurídica, vindo esta a 
gozar de suas prerrogativas na vida civil, deve-se respeitar e cumprir o 
que a lei determinar a respeito de sua criação. É a lei que ditará qual o 
caminho a seguir para que aquela vontade se materialize num corpo 
coletivo. 
 Por fim, a pessoa jurídica que resultou de uma vontade, foi criada 
de acordo com a lei, deve obedecer ao terceiro requisito: ter um fim 
lícito. Pois, não se pode admitir que uma pessoa jurídica, criada de 
acordo com a lei, venha a atentar contra esta, através de atos ilícitos. 
Direito Civil para TRF 5 - AJAJ e AJEM 
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Sua finalidade e seus atos precisam estar em conformidade com a lei, em 
prol de toda a sociedade, de acordo com os bons costumes e com o 
direito, sua finalidade precisa ser lícita. 
 
 
- Capacidade e Representação da Pessoa Jurídica 
 
 Quando estudamos a capacidade da pessoa natural, vimos que ela é 
decorrente da personalidade atribuída à pessoa. Com a pessoa Jurídica se 
passa da mesma maneira, porém, se para a pessoa natural esta 
capacidade será plena para a pessoa jurídica ela vai ser limitada à 
finalidade para a qual foi criada. 
 Os poderes dados à pessoa jurídica estão estipulados nos atos 
constitutivos, em seu ordenamento interno e, também, na lei, uma 
vez que seus estatutos não podem contrariar normas cogentes. 
 Assim, depois de registrada a pessoa jurídica, o Direito 
reconhece-lhe a atividade no mundo jurídico, começando com este ato a 
sua capacidade para as atividades compatíveis com a sua natureza. 
Neste momento de reconhecimento no mundo jurídico, a pessoa 
jurídica recebe; denominação, domicílio e nacionalidade, todos 
decorrentes da personalidade. 
 Sob o aspecto da representação, para o exercício do direito, não 
pode a pessoa jurídica agir senão através do homem. Há, portanto, uma 
vontade humana que opera na pessoa jurídica, condicionada a suas 
finalidades2. Na realidade, nem sempre a vontade do diretor ou 
administrador que se manifesta pela pessoa jurídica coincide com sua 
própria vontade. Ele é apenas um instrumento ou órgão da pessoa 
jurídica, entendendo-se assim, que há duas vontades que não se 
confundem. Por exemplo, o diretor ou presidente pode manifestar a 
vontade da assembleia geral que não coincide com a sua. 
 
 
- Classificação da Pessoa Jurídica 
 
Convém darmos um aviso no começo deste item: prestem muita 
atenção na classificação das pessoas jurídicas! Apesar de não ser 
muito extensa, ela apresenta muitos detalhes e subdivisões, sendo 
amplamente cobrada em provas. 
 
I. quanto à nacionalidade estas podem ser nacionais e 
estrangeiras. A nacionalidade da pessoa jurídica deve ser vista sob o 
prisma da sua constituição. 
 
2
 Não há de se confundir esta representação da pessoa jurídica, com aquela representação dos incapazes. 
Enquanto no caso dos incapazes a representação irá ocorrer porque existe a incapacidade de fato ou de 
exercício, no caso da pessoa jurídica a representação existe apenas para que esta possa agir e praticar atos da 
vida civil. 
Direito Civil para TRF 5 - AJAJ e AJEM 
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A nacional é a que foi organizada conforme a lei brasileira e tem no 
país a sede de sua administração. 
A estrangeira, qualquer que seja o seu objeto, não poderá, sem 
autorização do Poder Executivo, funcionar no país, ainda que por 
estabelecimentos subordinados, podendo, todavia, ressalvados os casos 
previstos em lei, ser acionista de sociedade anônima brasileira. 
Se autorizada a funcionar no Brasil sujeitar-se-á às leis e aos 
tribunais brasileiros, quanto aos atos aqui praticados, deverá ter 
representante no Brasil e poderá nacionalizar-se, transferindo sua sede 
para o Brasil. 
 
II. quanto à estrutura interna estas podem ser divididas em 
corporação e fundação. 
A corporação (universitas personarum)é um conjunto de pessoas 
que, apenas coletivamente, goza de certos direitos e os exerce por meio 
de uma vontade única, por exemplo: as associações e as sociedades. 
A fundação (universitas bonorum) é o patrimônio personalizado 
destinado a um fim que lhe dá unidade, por exemplo: as fundações. 
Observação: as associações e as sociedades também têm um 
patrimônio, que representa um meio para a consecução dos fins 
perseguidos pelos sócios, mas, nas fundações, o patrimônio é o elemento 
principal, junto com o objetivo a que se destina. 
 
III. A terceira classificação e talvez a mais importante para fins de 
prova é quanto à função e capacidade sendo divididas em duas 
espécies conforme expresso no CC, pessoas jurídicas de ¹direito público 
e pessoas jurídicas de ²direito privado. 
 
“CC Art. 40. As pessoas jurídicas são de direito público, interno ou externo, e 
de direito privado.” 
 
 Por sua vez as pessoas jurídicas de direito público podem ser 
subdivididas em: 
 
Direito público externo, regulamentadas pelo direito internacional e 
abrangendo: nações estrangeiras, Santa Sé, Uniões Aduaneiras, 
Organismos internacionais. Neste sentido, temos artigo 42 do CC: 
 
“art. 42. São pessoas jurídicas de direito público externo os Estados estrangeiros 
e todas as pessoas que forem regidas pelo direito internacional público”. 
 
Direito público interno, que podem ser administração direta – que 
são: a União, os Estados, os Territórios3, o Distrito Federal e os 
 
3
 A classificação dos territórios não é pacifica. Alguns civilistas os colocam como fazendo parte da 
administração direta, já para o direito administrativo estes são colocados como da administração indireta. De 
todo modo, destacamos que conforme a constituição federal art.18 §2 os territórios federais integram a 
União, ou seja, territórios não são considerados entes da federação. 
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Municípios; ou administração indireta – descentralizados, criados por lei, 
com personalidade jurídica própria para o exercício de atividades de 
interesse público como as Autarquias, Associações Públicas, Fundações 
Públicas, Agências executivas e reguladoras. Estão elencados no art. 41: 
 
“CC Art. 41. São pessoas jurídicas de direito público interno: 
I - a União; 
II - os Estados, o Distrito Federal e os Territórios; 
III - os Municípios; 
IV - as autarquias, inclusive as associações públicas; 
V - as demais entidades de caráter público criadas por lei.” 
 
As pessoas jurídicas de direito privado – são instituídas por 
iniciativa de particulares e dividem–se em: fundações particulares, 
associações, sociedades simples e empresárias, organizações religiosas, 
partidos políticos e, ainda, incluídas pela lei 12.441 de 2011, as empresas 
individuais de responsabilidade limitada. 
 
“CC Art. 44. São pessoas jurídicas de direito privado: 
I - as associações; 
II - as sociedades; 
III - as fundações. 
IV - as organizações religiosas; 
V - os partidos políticos. 
VI - as empresas individuais de responsabilidade limitada.” 
 
 
Preste atenção! Já foi cobrado em prova: 
 
1. Os partidos políticos são pessoas jurídicas de direito privado. 
2. Os sindicatos embora não mencionados expressamente no art. 
44, possuem natureza de associação civil, estando, pois, dentro das 
pessoas jurídicas de direito privado. 
3. Cuidado para não confundir um profissional autônomo com 
empresa individual. Empresa individual está normatizada no art. 980-A 
do CC, que diz: “A empresa individual de responsabilidade limitada será 
constituída por uma única pessoa titular da totalidade do capital social, 
devidamente integralizado, que não será inferior a 100 (cem) vezes o maior 
salário-mínimo vigente no País”. (Artigo incluído pela Lei nº 12.441, de 
2011) Assim, qualquer pessoa – tanto física como jurídica, pode constituir 
uma empresa individual. Já o profissional autônomo é pessoa física que 
presta serviços de forma eventual sem relação de emprego. Enquadra-se 
também como profissional autônomo, o profissional liberal, que é aquela 
pessoa que exerce, por conta própria, atividade econômica, de natureza 
urbana, com fins lucrativos ou não. 
4. Outro detalhe importante é o que diz respeito às fundações, 
estas embora genericamente estejam listadas entre as pessoas jurídicas 
de direito privado, se tiverem atuação que, de certa forma, se 
Direito Civil para TRF 5 - AJAJ e AJEM 
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assemelhe as Autarquias, terão personalidade jurídica de direito público 
(em prova, estará escrito unicamente Fundações Públicas). 
 
“Vocês podem explicar como fica a situação, por exemplo, de condomínios 
e de sociedades irregulares? Em que classificação estas entidades se 
enquadram?” 
 
Há determinadas entidades com muitas das características das 
pessoas jurídicas que vimos até agora, mas que, no entanto, não 
chegam a ganhar personalidade (são grupos despersonalizados), pois, 
faltam requisitos imprescindíveis à personificação, são os grupos com 
personificação anômala, alguns autores utilizam o termo personalidade 
judiciária. Temos como exemplo destas entidades: a família, a massa 
falida, o espólio, o condomínio, a herança jacente ou vacante. No geral 
estes grupos possuem capacidade processual e também possuem 
legitimidade ativa e passiva para demandar e serem demandados em 
ações na justiça. 
Os grupos despersonalizados que mais aparecem em questões de 
concurso são: 
 
 A massa falida - nome que é dado ao conjunto de bens após a 
sentença declaratória de falência. Será representado por um 
síndico, que será o substituto da empresa ou pessoa que faliu. 
 A herança jacente ou vacante - herança jacente é o nome que se 
dá a herança quando uma pessoa morre sem deixar testamento e 
não se conhece nenhum herdeiro, e os bens da herança jacente são 
declarados vacantes quando não se apresentar nenhum herdeiro ou 
se aparecer algum, renunciar a herança. Este acervo de bens será 
representado por um curador. 
 O espólio - é o conjunto de direitos e obrigações do de cujus4. Será 
representado em juízo, até que se nomeie um inventariante, por 
um administrador provisório. 
 O condomínio – sobre o condomínio há controvérsias na doutrina. 
Quando se tratar de condomínio que é a propriedade comum ou 
conjunta sobre alguma coisa não possui personalidade jurídica. O 
problema está nos condomínios de edifícios. Portanto tenha atenção 
extra se aparecer em prova, analisando muito bem as alternativas 
antes de responder a questão. Como regra considere-os 
despersonalizados. Será representado pelo síndico. 
 Também se destaca a família como uma entidade não 
personificada, pois apesar de seus laços de sangue, cada membro 
preserva sua individualidade e é responsável por suas obrigações. 
 As sociedades sem personalidade jurídica - são aquelas que 
existem e funcionam, mas não possuem existência legal porque não 
fizeram seu registro no órgão competente ou falta autorização legal 
para seu funcionamento. Serão representadas pela pessoa a quem 
 
4
 Expressão jurídica para denominar a pessoa que faleceu. 
Direito Civil para TRF 5 - AJAJ e AJEM 
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couber a administração de seus bens. As sociedades irregulares ou 
de fato, que são aquelas que não cumpriram alguns requisitos para 
sua regular formação, como por exemplo, uma empresa que deixa 
de registrar seu ato constitutivo na Junta Comercial. Estas 
empresas possuem legitimidade para cobrar em juízo seus créditos, 
não podendo o devedor alegar a irregularidade de sua constituição 
para se negar ao pagamento da dívida. Mas não podem ser sujeitos 
de direitos, e os bens particulares dos sócios respondem igualmente 
com os bens da empresa por dívidas contraídas em nome desta. 
 
 
- Começo e Fim da Existência Legal da Pessoa Jurídica 
 
A pessoa jurídica tem sua origem, em regra, com um ¹ato jurídico 
ou ²em decorrência de normas. Existe diferença, porém, entre a origem 
das pessoas jurídicas de direito público e das de direito privado. 
As pessoas jurídicas de direito público se não são criadas em 
razão de fatos históricos (criação do próprio Estado, por exemplo), o são 
por normas, sejam estas; constitucionais, legais, ou, até mesmo, por 
meio de tratados internacionais (no caso das pessoas jurídicas de direito 
público externo). 
Já as pessoas jurídicas de direito privado obedecem a um 
processo que pode se dar de três formas: o ¹sistema da livre associação 
(a emissão de vontade dos instituidores é suficiente para a criação do 
ente personificado); o ²sistema do reconhecimento (há necessidade de 
um decreto de reconhecimento); e o ³sistema das disposições normativas 
(neste sistema dá-se liberdade de criação humana, sem necessidade de 
ato estatal que a reconheça, mas exige-se que a criação dessa pessoa 
obedeça a condições predeterminadas). 
 
Em nosso direito, são duas as fases para a concretização da 
pessoa jurídica: o ¹ato constitutivo e a formalidade do ²registro. Nesta 
primeira fase, há a constituição da pessoa jurídica por um ato unilateral 
entre pessoas vivas ou por testamento, se a pessoa faleceu e deixou 
estipulado sua criação como ato de última vontade. Nesta fase temos um 
elemento material que se exterioriza; nos atos de reunião dos sócios, as 
condições dos estatutos, etc. Há, também, um elemento formal que é a 
transcrição do que foi acertado por escrito, que poderá ser público ou 
particular – salvo para as fundações, em que o instrumento público ou 
o testamento é essencial. 
Após a existência do ato escrito e da autorização passa-se à 
segunda fase: o registro. 
 
O ato de constituição das pessoas jurídicas de direito privado e o 
seu registro estão normatizados nos artigo 45 e 46 do CC: 
 
“Art. 45. Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado 
com a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, precedida, 
Direito Civil para TRF 5 - AJAJ e AJEM 
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quando necessário, de autorização ou aprovação do Poder Executivo, 
averbando-se no registro todas as alterações por que passar o ato constitutivo. 
Parágrafo único. Decai em três anos o direito de anular a constituição das 
pessoas jurídicas de direito privado, por defeito do ato respectivo, contado o 
prazo da publicação de sua inscrição no registro. 
 
Art. 46. O registro declarará: 
I - a denominação, os fins, a sede, o tempo de duração e o fundo social, quando 
houver; 
II - o nome e a individualização dos fundadores ou instituidores, e dos diretores; 
III - o modo por que se administra e representa, ativa e passivamente, judicial e 
extrajudicialmente; 
IV - se o ato constitutivo é reformável no tocante à administração, e de que 
modo; 
V - se os membros respondem, ou não, subsidiariamente, pelas obrigações 
sociais; 
VI - as condições de extinção da pessoa jurídica e o destino do seu patrimônio, 
nesse caso.” 
 
Enquanto para a pessoa natural o fim da existência ocorre com a 
morte, para a pessoa jurídica pode ocorrer por diversas causas. 
Basicamente, o fim da existência legal da pessoa jurídica, pode se dar de 
4 formas: 
 
De forma convencional – ou seja, quando seus membros 
decidirem, de acordo com o quórum previsto nos estatutos da 
empresa ou na lei. 
 
De forma legal – em razão de motivos determinados em lei, mais 
precisamente no art. 1.034 do CC: “A sociedade pode ser dissolvida 
judicialmente, a requerimento de qualquer dos sócios, quando: 
I - anulada a sua constituição; 
II - exaurido o fim social, ou verificada a sua inexequibilidade”. 
 
De forma administrativa – quando a pessoa jurídica, para seu 
funcionamento, precisa de autorização do poder público e pratica 
atos nocivos ou contrários aos seus fins. 
 
De forma Judicial – quando se der alguns dos casos de dissolução 
previstos em lei ou no estatuto, principalmente quando a 
sociedade se desviar dos fins para os quais foi constituída. 
 
Após o encerramento das atividades pessoa jurídica, seu processo 
de extinção se realizará através da dissolução e da liquidação. 
Este processo de extinção se mostra necessário para que se dê 
destinação aos bens da empresa, se pague todas as dívidas e para que se 
faça a partilha do que restar entre os sócios. 
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A liquidação da pessoa jurídica, segundo o art. 51 do CC, 
ocorrerá nos casos de dissolução ou de cassação de autorização para 
funcionamento. 
 
“Art. 51. Nos casos de dissolução da pessoa jurídica ou cassada a autorização 
para seu funcionamento, ela subsistirá para os fins de liquidação, até que 
esta se conclua. 
§ 1o Far-se-á, no registro onde a pessoa jurídica estiver inscrita, a averbação de 
sua dissolução. 
§ 2o As disposições para a liquidação das sociedades aplicam-se, no que couber, 
às demais pessoas jurídicas de direito privado. 
§ 3o Encerrada a liquidação, promover-se-á o cancelamento da inscrição 
da pessoa jurídica.” 
 
 Desta forma, podemos perceber que o cancelamento da inscrição da 
pessoa jurídica no registro não acontece no momento em que ela é 
dissolvida, mas acontece só após sua regular liquidação. 
 
Continuando na análise do Código Civil, há duas pessoas jurídicas, 
para as quais o nosso o código reservou dois capítulos específicos, dentro 
do Título Pessoas Jurídicas, são elas; as associações e as fundações. 
 
Então vamos ao seu estudo mais detalhado! 
 
 
- Associações: 
 
No código civil de 2002, as associações estão compreendidas entre os 
artigos 53 a 61. 
 
 O artigo 53 nos dá uma primeira ideia sobre as associações: 
 
“Art. 53. Constituem-se as associações pela união de pessoas que se organizem 
para fins não econômicos. 
Parágrafo único. Não há, entre os associados, direitos e obrigações recíprocos.” 
 
As associações se prestam aos mais variados fins, e preenchem, 
assim, as mais variadas finalidades na sociedade. Assim, qualquer 
atividade lícita e de fins não econômicos pode ser buscada por uma 
associação. 
 
No artigo 54 do CC estão enumerados os requisitos obrigatórios 
que devem constar nos estatutos de toda e qualquer associação: 
 
“Art. 54. Sob pena de nulidade, o estatuto das associações conterá: 
 
I - a denominação, os fins e a sede da associação; 
II - os requisitos para a admissão, demissão e exclusão dos associados; 
III - os direitos e deveres dos associados; 
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IV - as fontes de recursos para sua manutenção; 
V – o modo de constituição e de funcionamento dos órgãos deliberativos; 
VI - as condições para a alteração das disposições estatutárias e para a 
dissolução. 
VII – a forma de gestão administrativa e de aprovação das respectivas contas.” 
 
Outras disposições podem ser acrescentadas, mas estas que estão 
no texto da lei são essenciais. Os estatutos são a lei orgânica da pessoa 
jurídica, a norma de obediência obrigatória para os fundadores da 
associação e, também, para todos aqueles que no futuro venham a ela se 
associar. A vontade dos novos membros se manifesta através da adesão 
à associação e consequentemente a seus regulamentos. 
 
Algumas observações: nada impede que a associação tenha 
várias sedes, sendo uma principal e outras subsidiárias; a admissão de 
novos sócios deve atender aos interesses da associação, o estatuto pode 
determinar que sejam preenchidos certos requisitos para que alguém 
tenha a qualidade de sócio; a demissão não se confunde com a exclusão, 
pois, esta tem caráter de penalidade e só pode ser aplicada se for dado 
direito a ampla defesa ao associado envolvido, já a demissão decorre da 
iniciativa do próprio interessado, por oportunidade ou conveniência sua; é 
importante que o estatuto estabeleça a providência de fundos, se vai ser 
proveniente de contribuições dos próprios sócios, ou de terceiros ou se, 
então, a associação vai exercer alguma atividade que lhe forneça meios 
financeiros, sem que com isso descaracterize sua finalidade. 
 
O artigo 55 do CC diz: 
 
“Os associados devem ter iguais direitos, mas o estatuto poderá instituir 
categorias com vantagens especiais”. 
 
Este artigo pode dar margem para algumas confusões no sentido da 
dificuldade de se saber, no caso concreto, se é válida a atribuição de 
vantagens especiais a sócios o que contraria a finalidade primeira do 
dispositivo, que é a igualdade de direitos. O melhor é interpretar que toda 
associação deve garantir os direitos mínimos aos associados e que as 
vantagens são excepcionais a algumas categorias, que por sua 
natureza sejam diferenciadas. 
 
 Seguindo! No artigo 56 encontramos o seguinte: 
 
“art.56 A qualidade de associado é intransmissível, se o estatuto não dispuser 
o contrário. 
Parágrafo único: Se o associado for titular de quota ou fração ideal do 
patrimônio da associação, a transferência daquela não importará, de per si, na 
atribuição da qualidade de associado ao adquirente ou ao herdeiro, salvo 
disposição diversa do estatuto”. 
 
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Temos aqui a figura dos associados com ou, então, sem 
participação em quotas ou fração ideal do patrimônio da entidade. 
Também chamados de sócios patrimoniais e de sócios meramente 
contributivos. Na verdade, o que este artigo quer proteger é o interesse 
da associação, pois cabe à própria entidade definir quem pode ingressar 
como associado. O simples fato de transferir uma quota ou a qualidade de 
associado para outra pessoa pode não ser o suficiente para esta pessoa 
passar a ser sócia, se o estatuto não permitir. 
A ideia fundamental é no sentido de permitir que a associação faça 
um juízo de oportunidade e conveniência para a admissão de novos 
associados. Uma vez admitido o associado, sua exclusão somente será 
possível por justa causa, obedecido ao estatuto, é o que diz o artigo 57 do 
CC: 
 
“art. 57 A exclusão do associado só é admissível havendo justa causa, assim 
reconhecida em procedimento que assegure o direito de defesa e de recurso, 
nos termos previstos no estatuto”. 
 
Nenhuma decisão de exclusão de associado pode prescindir de 
procedimento que permita ao sócio produzir sua defesa e suas provas, 
ainda que o estatuto permita e ainda que decidida em assembleia geral, 
convocada para tal fim. Também neste sentido temos o artigo 58 do CC: 
 
“art. 58 Nenhum associado poderá ser impedido de exercer direito ou função 
que lhe tenha sido legitimamente conferido, a não ser nos casos e pela forma 
previstos na lei ou no estatuto”. 
 
O estatuto e a lei sempre estabelecerão os limites ao exercício 
dos direitos sociais. 
 
 A assembleia geral é órgão necessário da associação, exerce 
papel de “poder legislativo” na instituição5. O artigo 59 do CC elenca as 
matérias privativas da assembleia: 
 
“art 59 Compete privativamente à assembleia geral: 
I – destituir os administradores; 
II – alterar o estatuto. 
Parágrafo único: Para as deliberações a que se referem os incisos I e II deste 
artigo é exigido deliberação da assembléia especialmente convocada para este 
fim, cujo quórum será o estabelecido no estatuto, bem como os critérios de 
eleição dos administradores.” 
 
 No mesmo sentido o artigo 60 do CC determina: “A convocação dos 
órgãos deliberativos far-se-á na forma do estatuto, garantindo a 1/5 (um 
quinto) dos associados o direito de promovê-la”. 
 
 
5
 O “Poder Executivo” da pessoa jurídica é exercido por um diretor ou uma diretoria, podendo ser criados 
outros órgãos auxiliares, dependendo do tamanho da entidade. 
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De acordo com a norma legal do artigo 59 do CC – que é uma 
norma legal de ordem pública, ou seja, é preceito imperativo, não admite 
disposição em contrário pela vontade privada, competirá somente à 
assembleia geral a ¹destituição dos administradores e a ²alteração do 
estatuto. 
 
 
“Vocês falaram em dissolução da pessoa jurídica. O que acontecerá com o 
patrimônio de uma associação quando esta for dissolvida?” 
 
A resposta a esta pergunta está no art. 61 e seu estudo deve ser literal 
ou texto do CC: 
 
“Art. 61. Dissolvida a associação, o remanescente do seu patrimônio líquido, 
depois de deduzidas, se for o caso, as quotas ou frações ideais referidas no 
parágrafo único do art. 56, será destinado à entidade de fins não econômicos 
designada no estatuto, ou, omisso este, por deliberação dos associados, à 
instituição municipal, estadual ou federal, de fins idênticos ou semelhantes. 
§ 1o Por cláusula do estatuto ou, no seu silêncio, por deliberação dos 
associados, podem estes, antes da destinação do remanescente referida neste 
artigo, receber em restituição, atualizado o respectivo valor, as contribuições 
que tiverem prestado ao patrimônio da associação. 
§ 2o Não existindo no Município, no Estado, no Distrito Federal ou no Território, 
em que a associação tiver sede, instituição nas condições indicadas neste artigo, 
o que remanescer do seu patrimônio se devolverá à Fazenda do Estado, do 
Distrito Federal ou da União”. 
 
Para finalizarmos o assunto associação, observe este enunciado do STJ: 
 
Jornada III STJ 142: “Os partidos políticos os sindicatos e as 
associações religiosas possuem natureza associativa, aplicando-se-
lhes o CC”. 
 
 
- Fundações: 
 
Vimos que nas associações o que importa é as pessoas, a reunião 
de pessoas, a coletividade. Já nas fundações, há de inicio um patrimônio 
despersonalizado, destinado a um fim. 
As fundações tem sua razão de ser no patrimônio destinado a 
determinada finalidade. Assim está no artigo 62 do CC: 
 
“Art. 62. Para criar uma fundação, o seu instituidor fará, por escritura 
pública ou testamento, dotação especial de bens livres, especificando o 
fim a que se destina, e declarando,se quiser, a maneira de administrá-la. 
Parágrafo único. A fundação somente poderá constituir-se para fins religiosos, 
morais, culturais ou de assistência.” 
 
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 Trata-se, como se depreende do artigo, de um conjunto de bens, 
que recebe personalidade para a realização de um fim determinado. O 
patrimônio se personaliza quando obtém sua existência legal, deste 
modo, uma fundação não é qualquer conjunto de bens. A dotação se fará 
por escritura pública ou testamento. 
 As fundações poderão ter finalidade religiosa moral, cultural ou de 
assistência. Há questões de provas que ficam apenas na análise literal do 
§ único do art. 62, no entanto é importante que você saiba que há 
também os seguintes enunciados: 
 
Jornada I STJ 8: “A constituição de fundação para fins científicos, 
educacionais ou de promoção do meio ambiente está compreendida no CC 62 
par. ún.” 
Jornada I STJ 9: “O CC par. ún., deve ser interpretado de modo a excluir 
apenas as fundações de fins lucrativos” 
 
 Para que se aperfeiçoe a personalidade jurídica da fundação, 
ou seja, para que se possa dizer que esta existe como pessoa jurídica, é 
necessário o preenchimento dos seguintes requisitos: instituição, por 
meio de escritura pública ou testamento, de dotação especial de bens 
livres de ônus, da qual conste a finalidade específica da fundação, que 
deve ser religiosa, moral, cultural ou de assistência; estatutos que a 
regerão; aprovação dos estatutos pelo órgão do Ministério Público e o 
registro da escritura de instituição. 
 A criação da fundação se dá pelo denominado negócio jurídico 
fundacional e o registro a personifica, fazendo com que tenha capacidade, 
patrimônio, sede e administração6. 
No primeiro requisito (instituição) para a criação de uma 
fundação, existem dois momentos bem definidos: um é a ¹vontade de 
sua constituição que neste caso se exterioriza no ato de fundação 
propriamente dito, e o outro é o ato de ²dotação de um patrimônio, 
que lhe dará vida. Neste ato de dotação, estão compreendidos: a reserva 
de bens livres7, a indicação dos fins e a maneira pela qual o acervo será 
administrado. 
 
Atenção: 
Sabendo os requisitos acima, em provas você precisa ter também 
em mente que há duas fases na constituição da fundação: O Ato 
Constitutivo e o Registo. 
- Modalidades de formação: 
 
1.Direta – neste modo, a própria pessoa instituidora projeta e 
regulamenta a fundação. 
2.Fiduciária – neste modo, o instituidor entrega a tarefa de 
organizá-la a outra pessoa. 
 
6
 Diniz. Direito Fundacional. 
7
 Estes bens têm que ser livres, pois qualquer ônus sobre eles colocaria em risco a existência da entidade. 
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Atenção: o instituidor da fundação pode ser tanto pessoa 
natural quanto pessoa jurídica. 
 
Vimos que a constituição da fundação é feita com dotação de bens, 
mas o que ocorre quando esta não for suficiente? Esta situação esta 
expressa no art. 63 do CC: 
 
“art. 63. Quando insuficientes para constituir a fundação, os bens a ela 
destinados serão, se de outro modo não dispuser o instituidor, incorporados em 
outra fundação que se proponha a fim igual ou semelhante”. 
 
Então, se caso os bens forem insuficientes para a constituição da 
fundação, eles serão destinada à outra fundação que tenha a mesma ou 
semelhante finalidade da que não pôde ser criada, mas isso só 
acontecerá se o instituidor não tiver disposto de forma diferente no 
estatuto. 
A princípio, cabe ao instituidor elaborar o estatuto – que é a lei 
interna da fundação, ou designar quem o faça. Depois de ultrapassada 
esta fase, o estatuto será apresentado ao Ministério Público8 – órgão 
fiscalizador das fundações, que examinará se foram observadas as bases 
da fundação e se os bens são suficientes para atender as suas finalidades. 
Neste sentido temos o artigo 66 do CC: 
 
“art.66 Velará pelas fundações o Ministério Público do Estado onde 
situadas. 
§1º Se funcionarem no Distrito Federal, ou em Território, caberá o 
encargo ao Ministério Público Federal. (ADIn 2794) 
§2º Se estenderem a atividade por mais de um Estado, caberá o 
encargo, em cada um deles, ao respectivo Ministério Público”. 
 
 
Importante: Em decorrência da ADIn 2794, o STF declarou 
inconstitucional o §1 do art. 66 do CC. Em vista da eficácia erga omnes 
da decisão do STF em ADIn, não está mais em vigor o CC art. 66, §1º. 
 
Compete, então, ao Ministério Público do Distrito Federal velar pelas 
fundações no DF. 
Em se tratando de fundações federais de direito público esta 
atribuição de velar cabe, sim, ao Ministério Público Federal, independente 
de funcionar ou não no DF ou nos eventuais Territórios. 
Nos estados, esta competência é do Ministério Público do Estado em 
que se situa a fundação. 
 
 
 
8
 Esta fiscalização será feita por meio da Promotoria de Justiça das Fundações, nas cidades em que houver este 
cargo na divisão administrativa da instituição. Nas cidades menores esta tarefa caberá ao Promotor Público. 
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Nesta mesma perspectiva, de ação do Ministério Público, temos o 
parágrafo único, do artigo 65 do CC: 
 
“art. 65 Aqueles a quem o instituidor cometer a aplicação do patrimônio, 
em tendo ciência do encargo, formularão logo, de acordo com as suas bases 
(art.62), o estatuto da fundação projetada, submetendo-o, em seguida, à 
aprovação da autoridade competente, com recurso ao juiz. 
Parágrafo único. Se o estatuto não for elaborado no prazo assinado pelo 
instituidor, ou, não havendo prazo, em 180 (cento e oitenta) dias, a incumbência 
caberá ao Ministério Público”. 
 
Como vimos, se o instituidor não fizer o estatuto e a pessoa por ele 
designada também não fizer, caberá ao Ministério Público esta tarefa. 
Qualquer alteração também deve ser submetida à apreciação do 
Ministério Público. 
 
Sobre alterações no estatuto temos o artigo 67 do CC: 
 
“art. 67 Para que se possa alterar o estatuto da fundação é mister que a 
reforma: 
I – seja deliberada por 2/3 (dois terços) dos componentes para gerir e 
representar a fundação; 
II – não contrarie ou desvirtue o fim desta; 
III – seja aprovada pelo órgão do Ministério Público, e, caso este a denegue, 
poderá o juiz supri-la, a requerimento do interessado.” 
 
Caso a alteração não tenha sido aprovada por unanimidade, a 
minoria vencida poderá requerer a impugnação no prazo de 10 dias, isso 
conforme o artigo 68 do CC: 
 
“art. 68 Quando a alteração não houver sido aprovada por votação 
unânime, os administradores da fundação, ao submeterem o estatuto ao órgão 
do Ministério Público, requererão que se dê ciência à minoria vencida para 
impugná-la, se quiser, em 10 (dez) dias”. 
 
Existem certas peculiaridades a cerca das fundações: 
 
A primeira é quanto aos seus bens, que não podem ser vendidos. 
Normalmente, tais bens são inalienáveis, porque é sua existência que 
assegura a vida das fundações, não podendo, desta forma, ser 
desviados de sua destinação original. Claro que dependendo da situação,comprovada a necessidade da venda, esta pode ser autorizada pelo juiz 
competente9, com a audiência do Ministério Público. O produto da venda 
deve ser aplicado na fundação, ou em outros bens destinados a sua 
manutenção. 
Na fundação, o elemento pessoa natural pode não ser múltiplo, uma 
vez que, uma só pessoa basta para sua criação; o patrimônio é o 
 
9
 Sem esta autorização a venda será nula. 
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elemento fundamental das fundações; nelas também os fins são 
imutáveis, porque são fixados pelo instituidor; nas fundações os 
administradores não são sócios, podem ser denominados como membros 
contribuintes, fundadores, beneméritos, efetivos, etc. 
 
Outra peculiaridade está no artigo 64 do CC: 
 
“art. 64 Constituída a fundação por negócio Jurídico entre vivos, o instituidor é 
obrigado a transferir-lhe a propriedade, ou outro direito real, sobre os bens 
dotados, e, se não o fizer, serão registrados, em nome dela, por mandado 
judicial”. 
 
Portanto, a promessa do instituidor, que se materializa na dotação 
de bens ou direitos, possui caráter irrevogável e irretratável. Se uma 
pessoa prometer e não cumprir, poderá o juiz através de mandado 
judicial executar a promessa. 
 
Sobre o tema extinção da fundação temos o artigo 69 do CC e o art. 
1.204 do CPC: 
 
“CC art. 69. Tornando-se ilícita, impossível ou inútil a finalidade a que visa a 
fundação, ou vencido o prazo de sua existência, o órgão do Ministério Público, ou 
qualquer interessado, lhe promoverá a extinção, incorporando-se o seu 
patrimônio, salvo disposição em contrário no ato constitutivo, ou no estatuto, 
em outra fundação, designada pelo juiz, que se proponha a fim igual ou 
semelhante.” 
 
“CPC art. 1.204. Qualquer interessado ou órgão do Ministério Público promoverá 
a extinção da fundação quando: 
I – se tornar ilícito o seu objeto; 
II – for impossível a sua manutenção; 
III – se vencer o prazo de sua existência”. 
 
 
- Desconsideração da Pessoa Jurídica 
 
 Quando estudamos a natureza jurídica das pessoas jurídicas, as 
classificamos como realidade técnica. A pessoa jurídica decorre da técnica 
do direito, é criação jurídica para a realização de certos objetivos. 
 Neste sentido temos que as pessoas jurídicas possuem existência 
distinta da de seus membros. Existem, porém, determinados casos onde 
esta distinção entre a pessoa jurídica e a pessoa natural não pode ser 
mantida. Casos estes em que a personalidade da pessoa jurídica foi 
utilizada para fugir a suas finalidades, para lesar terceiros. 
 Quando isto acontece, a personalidade jurídica deve ser 
desconsiderada, decidindo o julgador como se o ato ou negócio houvesse 
sido praticado pela pessoa natural. 
Não se trata de considerar sistematicamente nula a pessoa jurídica, 
mas, em casos específicos e determinados, desconsiderá-la, apenas 
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temporariamente. A desconsideração da pessoa jurídica não retira a 
personalidade da pessoa. Ela apenas "desconsidera" a distinção que 
existe entre a PJ e a Pessoa natural para alcançar, em determinados 
casos, os bens de particulares. .O assunto esta regulado pelo artigo 50 do 
CC: 
 
“Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado 
pelo desvio de finalidade, ou pela confusão patrimonial, pode o juiz decidir, 
a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no 
processo, que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam 
estendidos aos bens particulares dos administradores ou sócios da pessoa 
jurídica.” 
 
Portanto, a teoria da desconsideração (ou disregard of the legal 
entity), como assinala Venosa10, “...autoriza o juiz, quando há desvio de 
finalidade, a não considerar os efeitos da personificação, para que sejam 
atingidos bens particulares dos sócios ou até mesmo de outras pessoas 
jurídicas, mantidos incólumes, pelos fraudadores, justamente para 
propiciar ou facilitar a fraude”. 
 
O abuso da personalidade jurídica conforme expresso no CC 
ocorre em dois casos: Desvio de finalidade11. 
 Confusão patrimonial12. 
 
Como assinala Galhardo Jr., “para que se desconsidere a pessoa jurídica, 
é necessário que o dano causado seja decorrente do uso fraudulento ou 
abusivo da autonomia patrimonial. Quando a fraude e o abuso de 
direito podem ser combatidos sem a necessidade de afastar-se a 
personalidade distinta da pessoa jurídica (como quando é aplicável o 
regramento dos vícios dos atos jurídicos), a teoria da desconsideração 
é inócua (...)”. 
 
- Proteção dos direitos da personalidade 
 
 
CC Art. 52. Aplica-se às pessoas jurídicas, no que couber, a 
proteção dos direitos da personalidade. 
Observe que a aplicação da proteção aos direitos da personalidade 
não é feita indistintamente para todos os casos. 
Quanto a este assunto temos o seguinte enunciado do STJ: 
 
STJ 227: ”a pessoa jurídica pode sofrer dano moral” 
 
 
10
 Silvio de Salvo Venosa, Direito Civil I, 11 ed. 
11
 Desvio de finalidade - o ato intencional dos sócios em fraudar terceiros com o uso abusivo da personalidade 
jurídica. 
12
 Confusão Patrimonial - subentendida como a inexistência, no campo dos fatos, de separação patrimonial do 
patrimônio da pessoa jurídica ou de seus sócios, ou, ainda, dos haveres de diversas pessoas jurídicas. 
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- Responsabilidade das Pessoas Jurídicas13 
 
A responsabilização vai acontecer quando uma pessoa for 
prejudicada, quando houver um dano – seja ele patrimonial ou moral, 
sendo necessário também que exista um nexo de causalidade entre este 
dano e o ato de um agente – que foi o causador do dano. 
A existência de dano gera a responsabilidade e a obrigação de 
reparação deste dano. Assim, a responsabilidade das pessoas jurídicas 
pode se dar no âmbito civil e penal. 
No âmbito penal, por exemplo, a Lei nº 9605 de 12 de fevereiro de 
1998, que fala sobre os crimes ambientais, responsabiliza administrativa, 
civil e penalmente as pessoas jurídicas, aplicando penas restritivas de 
direitos, prestação de serviços à comunidade e multa. 
No âmbito civil a responsabilidade da pessoa jurídica pode ser: 
 
- contratual, que está no art. 389 do CC: “Não cumprida a 
obrigação, responde o devedor por perdas e danos, mais juros e 
atualização monetária segundo índices oficiais regularmente 
estabelecidos, e honorários de advogado”. 
 
- extracontratual também chamada de delitual ou aquiliana, que 
decorrem de atos ilícitos e impõe a todos o dever de não lesar os outros, 
e se mesmo assim o fizer a obrigação de reparar este dano. 
 
Toda pessoa jurídica de direito privado responde pelos danos 
causados a terceiros, qualquer que seja a natureza de seus fins. 
Para as pessoas jurídicas de direito público a responsabilidade é 
objetiva sob a modalidade do risco administrativo, conforme art. 43: 
 
“art. 43 As pessoas jurídicas de direito público interno são civilmente 
responsáveis por atos dos seus agentes que nessa qualidade causem danos aterceiros, ressalvado direito regressivo contra os causadores do dano, se houver, 
por parte destes, culpa ou dolo”. 
 
Como vimos, na responsabilidade civil objetiva, as pessoas 
jurídicas de direito público interno têm obrigação de reparar tão só pela 
existência do fato danoso e do nexo causal (que é a chamada Teoria do 
Risco), não existe a necessidade de culpa. É assegurado, no entanto, 
a estas pessoas, o direito de ação contra os causadores do dano se estes 
agirem com culpa ou dolo. 
Porém se houver a culpa concorrente entre o agente e a vítima a 
indenização será reduzida pela metade. E se a culpa for exclusiva da 
vítima o Estado se exonerará da obrigação de indenizar. O mesmo 
acontecendo no caso de força maior e fato exclusivo de terceiro. 
 
 
 
13
 O Assunto responsabilidade civil será visto na Aula 05. 
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- Domicílio da Pessoa Jurídica 
 
É a sede jurídica da pessoa jurídica, onde os credores podem 
demandar o cumprimento das obrigações. É o local de suas atividades 
habituais, de seu governo, administração ou direção, ou ainda, aquele 
determinado no ato constitutivo. 
 
Estabelece o artigo 75 do CC: 
 
“Art. 75. Quanto às pessoas jurídicas, o domicílio é: 
I - da União, o Distrito Federal; 
II - dos Estados e Territórios, as respectivas capitais; 
III - do Município, o lugar onde funcione a administração municipal; 
IV - das demais pessoas jurídicas, o lugar onde funcionarem as respectivas 
diretorias e administrações, ou onde elegerem domicílio especial no seu estatuto 
ou atos constitutivos. 
§ 1o Tendo a pessoa jurídica diversos estabelecimentos em lugares 
diferentes, cada um deles será considerado domicílio para os atos nele 
praticados. 
§ 2o Se a administração, ou diretoria, tiver a sede no estrangeiro, haver-se-á 
por domicílio da pessoa jurídica, no tocante às obrigações contraídas por cada 
uma das suas agências, o lugar do estabelecimento, sito no Brasil, a que 
ela corresponder.” 
 
 O § 1º do artigo 75, vem ajudar as pessoas que tenham que 
processar uma entidade com estabelecimentos em vários lugares, ao 
dizer que cada um deles será considerado domicílio para os atos neles 
praticados. Já, o § 2º do artigo 75 diz respeito às pessoas jurídicas 
estrangeiras que tenham estabelecimento no Brasil, estas serão 
demandadas no foro de suas agências aqui localizadas, de acordo com as 
obrigações contraídas por cada uma delas. 
 
....................................................................................................... 
 
 
Terminada mais uma aula, caros amigos, como de costume, vamos 
à prática, com a resolução de mais questões. Mandem suas dúvidas para 
nossos e-mails. Agora também há a opção do fórum de dúvidas no Site 
do Estratégia.. 
 
 
Um abraço e bons estudos. 
 
 
Aline Santiago & Jacson Panichi 
 
 
 
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Questões de múltipla escolha e seu respectivo comentário. 
 
1. FCC 2012/TRF 2ª R./Analista Judiciário. Segundo o Código Civil 
brasileiro, no tocante às Associações, a qualidade de associado, em regra, 
é 
 
a) intransmissível. 
b) transmissível de forma onerosa ou gratuita. 
c) transmissível apenas de forma onerosa. 
d) transmissível apenas de forma gratuita. 
e) pública, incondicional e transmissível. 
Para respondermos a esta questão utilizaremos o art. 56. “A qualidade de 
associado é intransmissível, se o estatuto não dispuser o contrário”. 
Veja que a regra é a intransmissibilidade, embora tal característica 
não seja absoluta. O que irá determinar tal possibilidade é o estatuto da 
associação. 
Gabarito letra A. 
 
2. FCC 2012/TCE-AP/Analista de Controle Externo. São pessoas 
jurídicas de direito público interno: 
 
a) as sociedades. 
b) as autarquias. 
c) as organizações religiosas. 
d) os partidos políticos. 
e) as fundações. 
 
Este tipo de questão é bastante comum não só na FCC. Partidos 
políticos e organizações religiosas são bastante citados. Lembre-se! 
Ambos são pessoas jurídicas de direito privado. 
Outro detalhe é o que diz respeito as fundações, estas até podem ser 
pessoas jurídicas de direito público, mas normalmente aparecerá a 
expressão fundação pública. 
Quanto às pessoas jurídicas de direito público, vamos ao código civil, art. 
41: 
 
Art. 41. “São pessoas jurídicas de direito público interno: 
I - a União; 
II - os Estados, o Distrito Federal e os Territórios; 
III - os Municípios; 
IV - as autarquias; 
IV - as autarquias, inclusive as associações públicas; 
V - as demais entidades de caráter público criadas por lei”. 
 
Gabarito letra B. 
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3. FCC 2012/TJ-PE/Analista Judiciário. De acordo com o artigo 45 do 
Código Civil brasileiro, "começa a existência legal das pessoas jurídicas de 
direito privado com a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, 
precedida, quando necessário, de autorização ou aprovação do Poder 
Executivo, averbando-se no registro todas as alterações por que passar o 
ato constitutivo". O prazo para anular a constituição das pessoas jurídicas 
de direito privado, por defeito do ato respectivo, contado de sua inscrição 
no registro, é 
 
a) prescricional de cinco anos. 
b) decadencial de cinco anos. 
c) decadencial de dois anos. 
d) prescricional de três anos. 
e) decadencial de três anos. 
 
A resposta para esta questão está no parágrafo único do art. 45 (também 
muito cobrado em provas de concursos públicos): “Parágrafo único. Decai 
em três anos o direito de anular a constituição das pessoas jurídicas de direito 
privado, por defeito do ato respectivo, contado o prazo da publicação de sua 
inscrição no registro”. 
 
Gabarito letra E. 
 
4. FCC 2012/TJ-PE/Oficial de Justiça. Com relação às Pessoas 
Jurídicas de Direito Público Interno e de Direito Privado é certo que 
 
a) a criação, a estruturação interna e o funcionamento das 
organizações religiosas são livres, mas o poder público pode negar-
lhes registro dos atos constitutivos e necessários ao seu 
funcionamento. 
b) as fundações e as organizações religiosas são pessoas jurídicas de 
direito público interno. 
c) os partidos políticos e as associações são pessoas jurídicas de 
direito público interno. 
d) direito de anular a constituição das pessoas jurídicas de direito 
privado, decai em três anos por defeito do ato respectivo, contado o 
prazo da publicação de sua inscrição no registro competente. 
e) a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado começa 
com a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, 
precedida, em qualquer hipótese, de autorização ou aprovação do 
Poder Executivo. 
 
A alternativa “a” está errada de acordo com o art. 44, § 1o “São livres a 
criação, a organização, a estruturação interna e o funcionamento das 
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organizações religiosas, sendo vedado ao poder público negar-lhes 
reconhecimento ou registro dos atos constitutivos e necessários ao seu 
funcionamento”. 
A alternativa “b” e a alternativa “c” estão erradas de acordo com o art. 
41. “São pessoas jurídicas de direito público interno: 
I - a União; 
II - os Estados, o Distrito Federal e os Territórios; 
III - os Municípios; 
IV - as autarquias; 
IV - as autarquias, inclusive as associações públicas; 
V - as demais entidades de caráter público criadas por lei”. 
As fundações, as organizações religiosas, os partidos políticos e as 
associações estão entre as pessoas jurídicas de direito privado. 
A alternativa “d” está correta de acordo com o art. 45, § único. “Decai em 
três anos o direito de anular a constituição das pessoas jurídicas de direito 
privado, por defeito do ato respectivo, contado o prazo da publicação de sua 
inscrição no registro”. 
Finalmente, a alternativa “e” está errada de acordo com o art. 45. 
“Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a 
inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, precedida, quando 
necessário, de autorização ou aprovação do Poder Executivo, averbando-se no 
registro todas as alterações por que passar o ato constitutivo”. 
 
Gabarito letra D. 
 
5. FCC 2012/TJ-PE/Oficial de Justiça. A empresa "Sorriso" possui 
diversos estabelecimentos em lugares diferentes. De acordo com o Código 
Civil brasileiro, com relação ao domicílio, no caso da empresa "Sorriso", 
 
a) cada estabelecimento será considerado domicílio para os atos nele 
praticados. 
b) o domicílio civil da empresa será sempre a sua sede conforme 
previsto no contrato registrado no órgão competente. 
c) o domicílio da empresa será a sua sede conforme declarado em 
formulário próprio preenchido no ato da inscrição e revalidado a 
cada três anos. 
d) o domicílio da empresa será a sua sede conforme declarado em 
formulário próprio preenchido no ato da inscrição e revalidado a 
cada cinco anos. 
e) as cidades capitais de Estado da República Federativa do Brasil 
serão consideradas domicílios para os atos praticados em qualquer 
cidade pertencente ao respectivo Estado. 
 
Trata-se da pluralidade de domicílio. Para resolvermos esta questão 
utilizaremos o art. 75, §1º. “Tendo a pessoa jurídica diversos 
estabelecimentos em lugares diferentes, cada um deles será considerado 
domicílio para os atos nele praticados”. 
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Gabarito letra A. 
 
6. FCC 2012/TJ-PE/Técnico Judiciário. Rosa Vermelha, menor 
município do Estado das Flores, possui uma Igreja na praça central, duas 
autarquias municipais, dois partidos políticos e uma associação privada 
beneficente que protege as crianças carentes da cidade. De acordo com o 
Código Civil brasileiro, são pessoas jurídicas de direito público interno 
APENAS 
 
a) o município Rosa Vermelha e as autarquias municipais. 
b) o município Rosa Vermelha, as autarquias municipais e os partidos 
políticos. 
c) o município Rosa Vermelha, as autarquias municipais e a Igreja. 
d) o município Rosa Vermelha, as autarquias municipais, a Igreja e a 
associação beneficente. 
e) os partidos políticos, a Igreja e a associação beneficente. 
 
Neste tipo de questão aconselhamos que você veja o que está sendo 
pedido (no caso quais são PJ de direito público) e depois volte na questão 
com cuidado analisando item por item. Veja que a questão poderia 
levantar dúvidas, pois o “Estado das Flores” também é PJ de direito 
público mas, como não consta em nenhuma alternativa, não vemos 
problemas com o gabarito. 
 
Art. 41. “São pessoas jurídicas de direito público interno: 
I - a União; 
II - os Estados, o Distrito Federal e os Territórios; 
III - os Municípios; 
IV - as autarquias; 
IV - as autarquias, inclusive as associações públicas; 
V - as demais entidades de caráter público criadas por lei”. 
 
Gabarito letra A. 
 
7. FCC 2012/TRT 11ª R./Técnico Judiciário. No Município AMOR 
existem duas instituições religiosas: igreja "HARMONIA" e paróquia 
"SANTA LUZIA". Há, também, uma fundação privada denominada "MÃES 
DA LUZ", que recebe ajuda das duas instituições religiosas referidas e da 
autarquia federal "SAÚDE". De acordo com o Código Civil brasileiro, no 
caso hipotético apresentado, são pessoas jurídicas de Direito Público 
Interno 
 
a) a autarquia federal SAÚDE, a igreja HARMONIA e a paróquia SANTA 
LUZIA. 
b) o Município AMOR, a autarquia federal SAÚDE, a igreja HARMONIA e 
a paróquia SANTA LUZIA. 
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c) Município AMOR, a igreja HARMONIA, a paróquia SANTA LUZIA e a 
fundação MÃES DA LUZ. 
d) Município AMOR, a autarquia federal SAÚDE e a paróquia SANTA 
LUZIA, apenas. 
e) Município AMOR e a autarquia federal SAÚDE, apenas. 
 
Praticamente igual à questão anterior, vamos utilizar o mesmo artigo. 41. 
“São pessoas jurídicas de direito público interno: 
I - a União; 
II - os Estados, o Distrito Federal e os Territórios; 
III - os Municípios; 
IV - as autarquias; 
IV - as autarquias, inclusive as associações públicas; 
V - as demais entidades de caráter público criadas por lei”. 
 
Gabarito letra E. 
 
 
 
8. FCC 2012/TRT 11ª/Analista Judiciário/ Execução de Mandatos. 
Considere as seguintes assertivas a respeito das Associações: 
 
I. A convocação dos órgãos deliberativos far-se-á na forma do estatuto, 
garantido a 1/5 (um quinto) dos associados o direito de promovê-la. 
II. Constituem-se as associações pela união de pessoas que se organizem 
para fins não econômicos. Não há, entre os associados, direitos e 
obrigações recíprocos. 
III. O modo de constituição e de funcionamento dos órgãos deliberativos 
não são obrigatórios no conteúdo do estatuto das associações. 
IV. A qualidade de associado é intransmissível, se o estatuto não dispuser 
o contrário. 
 
De acordo com o Código Civil brasileiro está correto o que se afirma 
APENAS em 
 
a) I, II e III. 
b) I, II e IV. 
c) I e IV 
d) II, III e IV. 
e) II e IV. 
 
Vamos analisar as afirmações: 
A afirmação I está correta de acordo com o art. 60. “A convocação dos 
órgãos deliberativos far-se-á na forma do estatuto, garantido a 1/5 (um 
quinto) dos associados o direito de promovê-la”. 
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A afirmação II está correta de acordo com o art. 53. “Constituem-se as 
associações pela união de pessoas que se organizem para fins não 
econômicos. 
Parágrafo único. Não há, entre os associados, direitos e obrigações recíprocos”. 
A afirmação III está errada de acordo com o art. 54. “Sob pena de 
nulidade, o estatuto das associações conterá: 
... 
V – o modo de constituição e de funcionamento dos órgãos deliberativos”; 
A afirmação IV está correta de acordo com o art. 56. “A qualidade de 
associado é intransmissível, se o estatuto não dispuser o contrário”. 
 
Gabarito letra B. 
 
9. FCC 2011/PGE-MT/Procurador do Estado. O registro da pessoa 
jurídicano órgão competente tem eficácia 
 
a) resolutiva. 
b) declaratória. 
c) rescisória. 
d) discriminatória. 
e) constitutiva. 
 
O registro é formalidade importantíssima na constituição da pessoa 
jurídica de direito privado, sua existência legal começa justamente com a 
inscrição do ato constitutivo no respectivo registro. 
Art. 45. “Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com 
a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, precedida, quando 
necessário, de autorização ou aprovação do Poder Executivo, averbando-se no 
registro todas as alterações por que passar o ato constitutivo”. 
 
Gabarito letra E. 
 
10. FCC 2011/TJ-PE/Juiz Substituto. A pessoa jurídica "X" que tem 
sede na Capital do Estado e estabelecimento em diversos municípios do 
interior, em um desses municípios contratou os serviços da oficina 
mecânica "Y" para manutenção de seus veículos mas não pagou pelos 
serviços prestados. Tendo "Y" de demandar a devedora no domicílio dela, 
é possível ajuizar a ação 
 
a) somente na Capital do Estado, porque nela se encontra a sede da 
devedora. 
b) em qualquer comarca, dentro da qual a devedora possua 
estabelecimento. 
c) na comarca a que pertencer o município no qual o contrato foi 
celebrado. 
d) apenas na comarca a que pertencer o município onde se encontrar 
o principal estabelecimento da devedora. 
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e) em qualquer comarca do Estado, de livre escolha do credor, porque 
o domicílio na Capital estende seus efeitos para todo o limite 
territorial do Estado. 
 
Já comentado em outra questão: 
Art. 75, § 1o “Tendo a pessoa jurídica diversos estabelecimentos em 
lugares diferentes, cada um deles será considerado domicílio para os atos nele 
praticados”. 
 
Gabarito letra C. 
 
11. FCC 2011/MPE-RS/Secretário de Diligências. De acordo com o 
Código Civil, inclui-se entre as pessoas jurídicas de direito público interno 
EXCETO 
 
a) Ministério Público. 
b) Distrito Federal. 
c) os Territórios. 
d) as Autarquias. 
e) as associações públicas. 
 
 
O Ministério Público não é pessoa, é órgão do poder público. 
Art. 41. “São pessoas jurídicas de direito público interno: 
I - a União; 
II - os Estados, o Distrito Federal e os Territórios; 
III - os Municípios; 
IV - as autarquias; 
IV - as autarquias, inclusive as associações públicas; 
V - as demais entidades de caráter público criadas por lei”. 
 
Gabarito letra A. 
 
12. FCC - 2011 - TRE-RN - Analista Judiciário - Área Judiciária. 
Considere as assertivas abaixo a respeito das Associações. 
 
I. A convocação dos órgãos deliberativos far-se-á na forma do estatuto, 
garantido a um quinto dos associados o direito de promovê-la. 
II. Os associados devem ter iguais direitos, mas o estatuto poderá 
instituir categorias com vantagens especiais. 
III. A qualidade de associado é transmissível, se o estatuto não dispuser o 
contrário. 
IV. Constituem-se as associações pela união de pessoas que se organizem 
para fins não econômicos. Há, entre os associados, direitos e obrigações 
recíprocos. 
 
Está correto o que se afirma APENAS em 
 
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a) I e II. 
b) I, II e III. 
c) III e IV. 
d) I, II e IV. 
e) II e IV. 
 
Questão literal aos artigos da lei. 
Art. 60. A convocação dos órgãos deliberativos far-se-á na forma do estatuto, 
garantido a 1/5 (um quinto) dos associados o direito de promovê-la. 
Art. 55. Os associados devem ter iguais direitos, mas o estatuto poderá instituir 
categorias com vantagens especiais. 
Art. 56. A qualidade de associado é intransmissível, se o estatuto não dispuser 
o contrário. 
Art. 53. Constituem-se as associações pela união de pessoas que se organizem 
para fins não econômicos. 
Parágrafo único. Não há, entre os associados, direitos e obrigações recíprocos. 
 
Gabarito letra A. 
 
13. FCC - 2011 - DPE-RS - Defensor Público. Assinale a alternativa 
que contém a afirmação correta em relação ao assunto indicado. 
Pessoas jurídicas de direito privado, seu processo de personificação e 
desconsideração de sua personalidade jurídica. 
 
a) Não se aplica às pessoas jurídicas a proteção dos direitos da 
personalidade. 
b) A existência legal das pessoas jurídicas de direito privado começa 
com a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, sendo 
exigível, em regra, autorização estatal para a sua criação e 
personificação. 
c) Nos termos do Código Civil, a desconsideração da personalidade 
jurídica exige a comprovação de fraude ou abuso de direito, sendo 
prescindível, nesses casos, a demonstração de insolvência da 
pessoa jurídica, mas necessária a prova da má-fé do sócio gestor. 
d) É cabível a desconsideração da personalidade jurídica "inversa", 
visando a alcançar bens de sócio que se valeu da pessoa jurídica 
para ocultar ou desviar bens pessoais, com prejuízo a terceiros. 
e) A teoria da desconsideração da personalidade jurídica não alcança 
as pessoas jurídicas de direito privado sem fins lucrativos ou de fins 
não econômicos. 
 
Alternativa “a” errada. Art. 52. Aplica-se às pessoas jurídicas, no que couber, 
a proteção dos direitos da personalidade. 
Alternativa “b” errada. Já comentada anteriormente: Art. 45. Começa a 
existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a inscrição do ato 
constitutivo no respectivo registro, precedida, quando necessário, de autorização 
ou aprovação do Poder Executivo, averbando-se no registro todas as alterações 
por que passar o ato constitutivo. 
 
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Alternativa “c” errada. 
Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio 
de finalidade, ou pela confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a 
requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no 
processo, que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam 
estendidos aos bens particulares dos administradores ou sócios da pessoa 
jurídica. 
Alternativa “d” correta. O comentário que devemos fazer aqui é o 
seguinte: o bem do sócio, na realidade, está com a pessoa jurídica. A 
interpretação da questão realmente é um pouco complicada, mas é o 
texto da Jornada IV STJ 284: “É cabível a desconsideração da 
personalidade jurídica denominada ‘inversa’ para alcançar bens de 
sócio que se valeu da pessoa jurídica para ocultar ou desviar bens 
pessoais, com prejuízo a terceiros”. 
Alternativa “e” errada. Para que ocorra a desconsideração basta ocorrer 
as hipóteses do art. 50, sendo que pode atingir mesmo as pessoas sem 
fins lucrativos ou de fins não econômicos. 
 
Gabarito letra D. 
 
14. FCC - 2011 - TRE-AP - Analista Judiciário - Área 
Administrativa. Considere as seguintes entidades com abrangência 
nacional: 
 
I. Igreja São Marcos Divino. 
II. Associação Pública “Venceremos”. 
III. Partido Político ABC. 
IV. Autarquia XYZ. 
 
Neste caso, são pessoas jurídicas de direito público interno, SOMENTE 
 
a) III e IV. 
b) II, III e IV. 
c) II e IV. 
d) I e IV.

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