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Importancia da Taxonomia e Metodos

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Taxonomia Vegetal - Importância da Taxonomia e métodos 
 
Prof. Dr. Antonio Webber 
Universidade Federal do Amazonas, Instituto de Ciências Biológicas, Departamento de Biologia
Taxonomia Vegetal 2007/1 
 
 
Os termos Sistemática e Taxonomia são muitas vezes usados como sinônimo, contudo há 
autores que fazem distinção entre os mesmos, e consideram a Taxonomia como uma parte da 
Sistemática, considerando essa última como mais abrangente. A seguir são apresentadas algumas 
facetas dessa distinção que muitas vezes em termos práticos, se torna pouco relevante. A 
taxonomia é dinâmica, bela, frustrante e desafiante, tudo ao mesmo tempo. Ela pode manifestar-
se em trabalhos com grande detalhamento, bem como, em conceitualizações lógicas ou 
filosóficas a respeito da organização geral das coisas. A taxonomia tem grandes implicações na 
interpretação da realidade do universo. 
 
A taxonomia é uma ciência sintética, baseando-se em dados de diversas áreas como a 
morfologia, anatomia, citologia, genética, citogenética química e atualmente em dados 
moleculares. Cada nova técnica desenvolvida numa dessas áreas da ciência, oferece 
possibilidades para aperfeiçoar os esquemas nos quais estão delineadas as relações entre os 
organismos. Nesse sentido, o acúmulo de dados e a sua interpretação nunca cessam. As novas 
técnicas de obtenção de dados, não apenas oferecem mais informações que precisam ser 
buscadas para melhorar o entendimento das relações entre organismos, como também, essas 
novas interpretações revelam novos grupos taxonômicos que precisam ser compreendidos e 
utilizados. 
 
 
Taxonomia, sistemática e classificação. 
 
A taxonomia tem tido vários significados nos últimos 150 anos e há uma confusão desta 
com a sistemática. A sistemática sem dúvida foi muito tempo atrás usada como um termo para 
designar o ordenamento dos organismos em classificações rudimentares, atividade esta que tem 
sido praticada desde o surgimento do homem. O termo sistemática no senso da botânica foi 
usada pela primeira vez por Linneu e persiste até hoje mas de forma um pouco modificada. A 
sistemática atualmente é definida como o estudo científico dos tipos de organismos e da sua 
diversidade e todas as relações entre eles ou, de alguma relação em particular. A sistemática 
pode também ser definida como o campo científico inteiro que trata da organização, história e 
evolução da vida. Ela procura responder às seguintes questões: 1) como as formas vivas se 
originaram, 2) como elas se diversificaram e como elas estão distribuídas no tempo e no espaço. 
A sistemática traz todo o conhecimento biológico dentro de um sistema ordenado. A Taxonomia 
é parte da sistemática que trata da descrição, nomenclatura e classificação dos organismos. O que 
se quer com a taxonomia? Fazer uma organização teórica mental do mundo vivo. Organização de 
coisas mais parecidas entre si e posterior separação de coisas menos parecidas. O termo 
classificação é usado para o ordenamento dos organismos em grupos baseado nas similaridades 
ou diferenças e já foi usado desde os tempos de Theophrastus. 
 
O termo taxonomia foi definido por Candollle (1813) e se referia a teoria da classificação 
das plantas e depois, passou a ser usado de maneira mais geral para os métodos e princípios de 
classificação de qualquer grupo de organismos e pode ser também definida como uma parte da 
sistemática que se ocupa de descrever, nomear e classificar os organismos. A taxonomia é 
essencialmente uma organização mental que nos ajuda a comunicar e melhorar o pensamento. 
 
 
Nomenclatura e identificação 
 
Os termos nomenclatura e identificação são algumas vezes confundidos com 
classificação e sistemática. Após os organismos terem sido classificados, eles têm que receber 
nomes a fim de facilitar a comunicação e dessa forma pode haver um progresso contínuo na 
classificação. Dar nomes aos grupos de organismos e as regras que governam a aplicação desses 
nomes constituem a nomenclatura. 
 
A identificação por outro lado, envolve a referência de um espécime individual a um 
grupo previamente classificado e nomeado. Se alguém, por exemplo, coleta um ramo e o traz 
para o laboratório e tenta dar um nome, o que está se fazendo é a identificação da espécie e não 
sua classificação. Se por um acaso, essa espécie não puder ser identificada, então será necessário 
providenciar um nome para ela e situá-la num sistema de classificação. 
 
A importância da sistemática 
 
A sistemática, incluindo a taxonomia, é essencial para o entendimento do mundo natural 
bem como, para a comunicação a respeito do mesmo. As atividades básicas da sistemática que 
são, a classificação e a nomenclatura, são métodos muito antigos de tratar as informações sobre a 
natureza. A classificação e a nominação dos seres vivos é uma atividade muito antiga e muito 
cedo na evolução da cultura humana, foram desenvolvidas classificações relativamente 
sofisticadas dos organismos mais importantes. O homem depende de muitas espécies de plantas 
para a alimentação, abrigo, fibras para a confecção de tecido e papel, para obtenção de 
medicamentos, ferramentas e inúmeras outras coisas. Essas espécies podem ser usadas até certo 
ponto, pelo conhecimento sistemático da biota. 
 
Dada a proximidade da taxonomia com a sistemática, faz-se necessário destacar sua 
relevância. Seria surpreendente se a sistemática que trata diretamente da diversidade dos 
organismos não estivesse relacionada a cada aspecto das buscas do ser humano. O impacto da 
sistemática sobre a sociedade é substancial e se reflete na satisfação de nossa curiosidade 
intelectual a respeito do mundo em que vivemos, formulando princípios e métodos de 
classificação aplicáveis a muitas das necessidades e atividades humanas, ajudando a preservar a 
diversidade orgânica do universo por razões estéticas e econômicas. 
 
É do conhecimento geral a importância do ambiente para a continuidade da sobrevivência 
das espécies e da manutenção da qualidade de vida para a sociedade. A sistemática é importante 
para preservar a biodiversidade, através de levantamentos que mostram que em determinada 
área, ocorrem espécies com potencial e que é mais econômico, mantê-las em condições naturais 
do que tentar conservá-las artificialmente fora do habitat. 
 
Muitas espécies que ainda são novas para a ciência e que podem ter valor alimentício ou 
medicinal são encontradas nos levantamentos florísticos. A sistemática desempenha um 
importante papel em vários empreendimentos tais como a pesquisa de plantas com potencial 
econômico e também serve de base para o melhoramento genético das espécies, em relação à 
produtividade, resistência a doenças e outras características desejáveis aos cultivos, através da 
introdução de genes, de espécies aparentadas. 
 
A sistemática aprofunda o conhecimento da evolução porque ela estabelece um contexto 
histórico para a compreensão de grande variedade de fenômenos biológicos tais como, 
adaptações, especiação, taxas de evolução, diversificação ecológica e especialização relações co-
evolutivas entre hospedeiros e parasitas e também biogeografia. 
 
Metodologia da sistemática 
 
A sistemática é a teoria e a prática de agrupar indivíduos em espécies, organizando essas 
espécies em agrupamentos maiores, dando nomes a esses grupos, produzindo assim, uma 
classificação. A classificação é usada para organizar as informações sobre as plantas e através da 
construção de chaves, é possível proceder à identificação dessas plantas. 
 
Existem muitos modos pelos quais se pode construir um sistema de classificação. 
Exemplos são sistemas baseados na propriedade medicinal das plantas ou então, baseado na 
preferência de habitats. 
 
Os sistemas filogenéticos procuram organizar os organismos de acordo com as suas 
relações evolutivas. Para a construção de um sistema filogenético dois passossão fundamentais, 
o primeiro é determinar a filogenia ou história e o segundo, basear a classificação nessa história. 
Esses passos são independentes de tal forma que uma nova teoria sobre as relações, não leva 
automaticamente a um novo sistema. 
 
I. Reunião de dados comparativos 
 
A. Do organismo 
 1. Estruturas 
 2. Processos (interações entre estruturas) 
 
B. Das interações entre o organismo e o ambiente 
 1. Distribuição 
 2. Ecologia 
 
II. Uso de dados comparativos para responder questões específicas 
 
A. Classificação 
 1. Método e resultados do agrupamento dos indivíduos 
 2. O nível na hierarquia taxonômica no qual os grupos devem ser posicionados 
 
B. Processo de evolução 
 1. Natureza e origem da variação individual 
 2. Organização da variação genética dentro das populações 
 3. Diferenciação das populações 
 4. Natureza do isolamento reprodutivo e modos de especiação 
 5. Hibridização 
 
C. Filogenia (divergência e/ou desenvolvimento de todos os grupos) 
 1. Modo 
 2. Tempo 
 3. Lugar 
 
Referências consultadas: 
 
Judd, W.S., Campbell, C.S., Kellogg, E.A. & Stevens, P.F. 1999. Plant Systematics: A 
Phylogenetic Approach. Sunderland. Sinauer Associates Inc. 464 p. 
 
Stuessy, T.F. 1990. Plant Taxonomy. New York. Columbia University Press. 514 p.

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