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resumo engenharia de métodos

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Resumo Métodos
Paradigma representa um modelo de se compreender uma sociedade em determinada época. No decorrer da história da produção diversos paradigmas foram introduzidos e sempre que um novo surgia, era decorrente da quebra ou transição do anterior, ou seja, o paradigma anterior já não estava sendo eficaz e crescia a necessidade de um novo.
O primeiro paradigma estudado foi o da produção Artesanal. Essa época fora marcada pelo uso de moinhos e transporte movidos a energia humana ou animal (exceto as caravelas, que eram movidas à energia), sendo a energia o gargalo. Foi com James Watt e James Pickard que houve a transformação do movimento alternativo em rotativo sendo aprimorada as maquinas à vapor. 
Com o uso crescente das maquinas a vapor o problema da energia e consequentemente do transporte, a partir do uso das locomotivas, fora solucionada e houve espaço para a criação de um novo paradigma, o da produção Industrial Incipiente. O uso das maquinas resultou no aumento da produção, entretanto, como não haviam legislações trabalhistas, o trabalho era desumano e insalubre. Com o passar do tempo surgiram legislações trabalhistas principalmente devido às pressões sindicais, com influência crescente dos ideais de Karl Marx. Como é possível observar os gargalos desta época foram, portanto, os fatores relacionados ao trabalho, mas, além disso, a falta de preocupação com a produtividade também abriu espaço para um novo paradigma. 
A partir do trabalho de Taylor com a Administração Cientifica e os estudos realizados pelo casal Gilbreth, houve a preocupação com a produtividade e consequentemente, com o trabalhado. A ideia de que o trabalho geral pode ser desagregado em tarefas elementares abre caminho para um novo paradigma, o da produção verticalizada. 
Ao contrário do que muitos podem pensar, a primeira linha de produção foi a da Eli Olds, usada para a produção do Curved Dash e não a do fordismo. Ford otimizou o “inbound” (entrada de matéria prima), o “outbound” (saída do produto) e o sequenciamento resultando na linha de produção verticalizada. Caracterizada pela fabricação interna de praticamente todos as peças, esse paradigma tornava possível a economia de escala (quanto mais produzir, menor será o custo final). Entretanto, com o avanço da indústria automobilística, a necessidade de novas peças começou a ser cada vez mais requisitada. Mas pelos princípios da economia de escala, seria mais caro produzir peças diversificadas do que comprá-las. 
A partir desse gargalo da tecnologia dos componentes surgiu a necessidade das empresas terem parceiros, que por sua vez, por terem vários clientes, conseguiam reduzir os custos da produção. Assim como o paradigma da produção verticalizada estava ligado ao Fordismo, este novo paradigma da produção parceirizada estava ligado ao Toyotismo. Neste ponto cabe estabelecer uma distinção de fornecedor, terceirizado e parceiro existindo em cada nível um comprometimento maior para com a empresa que abastece, sendo o parceiro o maior nível. 
Naturalmente, para existir uma relação de parceria, algumas pre-condições eram estabelecidas. Algumas delas sendo a qualificação permanente do pessoal, desenvolvimento de tecnologia, uso de normas técnicas e instrumentos devidamente calibrados, comprometimento com a qualidade e ter capacidade financeira. Por outro lado, a empresa era responsável por supervisionar contratos, prazos de entrega e a qualidade. Neste contexto surge o problema dos estoques, que necessitam de área, vigilância, equipamento, aparato administrativo, condicionamento ambiental e ainda, a medida que o produto está estocado, perde-se a oportunidade financeira. Vendo pelo lado do cliente, o ideal seria que o estoque seja infinito mas na realidade não é viável ter um estoque infinito devido aos fatores apresentados acima. 
Como forma de solucionar o problema dos estoques, diversas industrias, como a Toyota, surgem com o Just in Time. O principal aspecto é o fato dos componentes chegarem praticamente no mesmo tempo, e, tão logo chegam, se inicia a produção, que por sua vez tem entrega imediata. Desta forma, não é necessário estocar. 
É importante notar que a introdução de um novo paradigma não “destrói” o anterior. Pode-se notar que até hoje ainda existem produtores artesanais, linhas de montagem verticalizadas, e diversos outros paradigmas. Cada empresa utiliza o modelo que julga apropriado para o contexto inserido. Sendo assim, não podemos nunca esquecer um modelo porque um novo surgiu. 
Seguindo em frente, temos o paradigma da produção robotizada. O uso de robôs se torna útil em situações insalubres, repetitivas e perigosas ao homem. Além disso, passam a ser utilizados como forma de balancear custos de mão de obra e atender pressões sindicais. Entretanto, um robô não pode substituir o homem em todos os aspectos. O homem ainda é necessário para inovação e criatividade. 
Por último, temos o paradigma da produção customizada. Ela surge decorrente do aumento do poder aquisitivo e consumo de mulheres e jovens. Com a guerra, os homens foram substituídos nas industrias pelas mulheres, que passaram a trabalhar. Após seu termino, o trabalho feminino continuou e uma vez que tinha renda, as mulheres passaram a ter participação na decisão dos gastos e consumo da família. O consumo era responsabilidade dos homens, migrou para as mulheres e depois para os jovens. Assim, o desejo por um produto customizado foi transmitido à indústria. 
A partir dessa nova estrutura de consumo, customizado, o cliente não só queria um produto diferenciado, mas também na hora. Visando atender a essas novas demandas, e possibilitando também a economia de escala, novos conceitos como o Just Now surgiram. A partir dele, a indústria foi capaz de padronizar a carroceria, motor e outros elementos do carro e aplicar a customização nas etapas finais do processo ou ainda somente na concessionária. Toda essa customização é possível ser verificada na Arvore de Variantes.
Uma outra forma encontrada na produção customizada foi a da produção em redes. Nela, a partir de conceito como o off shoring, global sourcing, follow sourcing, supply chain management, entre outros, a produção passa a ser globalizada. Além disso, mais voltado ao cliente foram introduzidos conceitos como o CRM, Big data, B2B, B2C, C2C. 
Independente do paradigma, sempre existem perdas na produção que afetam diretamente a produtividade. Essas perdas podem ser exógenas, quando ocorrem fora da empresa devido à fatores como a logística, ou endógenas, quando ocorrem dentro da empresa. As maiores causas da perda endógena são devido ao projeto, processo, direção, ao fator humano e ao tempo mínimo. 
Quando falamos nas perdas exógenas o conceito do “custo Brasil” logo é relacionado. Esse conceito representa o conjunto de perdas exógenas que ocorrem no pais. Sendo as maiores devido à complexidade do sistema tributário, ao sistema de ensino fundamental e médio, à infraestrutura logística, a flexibilidade para contratar e demitir, entre outros. 
Aqui cabe ressaltar o grande problema de infraestrutura logística que existe no pais. A principal forma de transporte é o rodoviário, entretanto, o percentual de rodovias pavimentadas é baixo, e ainda, o fato de uma rodovia estar pavimentada não significa que ela está em bom estado. Pela extensão territorial do pais, o sistema ferroviário seria altamente conveniente, porem mesmo com o PAC – Ferrovia, a malha ainda é muito pequena. Os portos não aguentam a demanda sendo necessário que os navios fiquem esperando. Os aeroportos são pequenos e mal administrados e ainda o sistema hidroviário é praticamente inexistente. 
Concluindo, no decorrer da historia diversos modelos de produção foram surgindo e adaptando-se as necessidades de mercado. Visando sempre a maior produtividade, ainda assim perdas são praticamente inevitáveis. O importante é tentar minimiza-las.

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