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Assuntos da Rodada Direito Civil Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro: vigência e revogação da norma, conflito de normas no tempo e no espaço, preenchimento de lacuna jurídica. Pessoa Natural: conceito, capacidade e incapacidade, começo e fim, direitos da personalidade. Pessoa Jurídica: conceito, classificação, começo e fim de sua existência legal, desconsideração. Bens: das diferentes classes de bens. Fatos Jurídicos. Negócio Jurídico: conceito, classificação, elementos essenciais gerais e particulares, elementos acidentais, defeitos, nulidade absoluta e relativa, invalidade. Ato Jurídico lícito. Ato ilícito. Prescrição e Decadência. Obrigações: modalidades das obrigações, transmissão, adimplemento, extinção e inadimplemento. Contratos em geral; preliminares e formação dos contratos. Transmissão das obrigações. Adimplemento das obrigações. Responsabilidade civil. Direitos Reais: disposições gerais; Da Propriedade; Da Superfície; Do usufruto; Do Uso; Do Direito do Promitente Comprador. Rodada #7 Direito Civil Professora Elisa Pinheiro DIREITO CIVIL 2 Recados importantes! NÃO AUTORIZAMOS a venda de nosso material em qualquer outro site. Não apoiamos, nem temos contrato, com qualquer prática ou site de rateio. A reprodução indevida, não autorizada, deste material ou de qualquer parte dele sujeitará o infrator a multa de até 3 mil vezes o valor do curso, à responsabilidade reparatória civil e persecução criminal, nos termos dos artigos 102 e seguintes da Lei 9.610/98. Tente cumprir as metas na ordem que determinamos. É fundamental para o perfeito aproveitamento do treinamento. Você pode fazer mais questões desta disciplina no nosso teste semanal ONLINE. Qualquer problema com a meta, envie uma mensagem para o WhatsApp oficial da Turma Elite (35) 99106 5456. DIREITO CIVIL 3 a. Teoria em Tópicos TRANSMISSÃO DAS OBRIGAÇÕES 1. Transmissão das obrigações. “A cessão, em sentido amplo, pode ser conceituada como a transferência negocial, a título oneroso ou gratuito, de uma posição na relação jurídica obrigacional, tendo como objeto um direito ou um dever, com todas as características previstas antes da transmissão.”, (Flávio Tartuce). Assim, temos três formas de transmissão das obrigações: a) Cessão de crédito; b) Cessão de débito ou assunção de dívidas; e c) Cessão de contrato. 1.1. Cessão de crédito. A cessão de crédito consiste no negócio jurídico bilateral ou sinalagmático, gratuito ou oneroso, através do qual o credor transfere para outro, no todo ou em parte, a sua posição na relação obrigacional. Regra geral, em tal pacto estão abrangidos todos os seus acessórios (garantias, multas e juros). Observação: Ainda, a cessão de crédito pode ser: DIREITO CIVIL 4 a) Onerosa: - O cedente exige do cessionário uma contraprestação. b) Gratuita: - O cedente não exige do cessionário uma contraprestação. c) Total: - Transfere-se totalmente o crédito. d) Parcial: - Transfere-se parcialmente o crédito. e) Legal: - A cessão decorre da lei. f) Convencional: - A cessão decorre da vontade das partes. g) Judicial: - A cessão decorre de determinação legal. h) Pro soluto: - Nesta situação o cedente se desonera por completo em relação ao cessionário independentemente do recebimento do crédito. - Logo, o cedente não responde pela solvência do devedor cedido. - É a regra – art. 296, CC/02. i) Pro solvendo: - Nesta situação o cedente somente se desonera com o cessionário, após receber o crédito. DIREITO CIVIL 5 Amigos, muita, muita atenção para as considerações abaixo: Notadamente, se ocorrer várias cessões do mesmo crédito, prevalecerá a que se completar com a tradição do título do crédito cedido. Em relação ao devedor, a cessão do crédito não tem eficácia, caso ele não tenha sido notificado; mas será configurada a notificação se (em escrito público ou particular) se declarou ciente da cessão feita). De toda forma a ausência de notificação do devedor acerca da cessão do crédito (art. 290 do CC/2002) não tem o condão de tornar a dívida inexigível. DIREITO CIVIL 6 Ademais, o devedor pode opor ao cessionário as exceções que lhe competirem, bem como as que, no momento em que veio a ter conhecimento da cessão, tinha contra o cedente. Por fim, na cessão por título oneroso, o cedente, ainda que, regra geral,não se responsabilize, fica responsável ao cessionário pela existência do crédito ao tempo em que lhe cedeu. A mesma responsabilidade lhe cabe nas cessões por título gratuito, se tiver procedido de má-fé. Por fim, são requisitos para que a cessão tenha eficácia erga omnes: a) Indicação do lugar onde foi passada; b) Qualificação do cedente, do cessionário e do cedido; c) Data da transmissão; d) Objetivo da transmissão; e e) Designação e a extensão da obrigação transferida. IMPORTANTE! A cessão de crédito independe do consentimento do devedor. 1.2. Cessão de débito. A cessão de débito ou assunção de dívida consiste no negócio jurídico bilateral, através do qual o devedor (com a anuência do credor) transfere para um terceiro a posição de sujeito passivo da relação obrigacional. Tal conceituação também pode ser encontrada no art. 299 do CC/02. Vejamos: DIREITO CIVIL 7 Art. 299. É facultado a terceiro assumir a obrigação do devedor, com o consentimento expresso do credor, ficando exonerado o devedor primitivo, salvo se aquele, ao tempo da assunção, era insolvente e o credor o ignorava. Ademais, as partes podem assinar prazo ao credor para que consinta na assunção da dívida, interpretando-se o seu silêncio como recusa, conforme entendimento do art. 299, parágrafo único, CC/02. Em relação às garantias especiais originariamente dadas para o credor, tais serão extintas com a assunção de dívidas, salvo o assentimento expresso do devedor primitivo. Pessoal, se a substituição do devedor vier a ser anulado, o débito será restaurado com todas as suas garantias, salvo as garantias prestadas por terceiros (exceto se este conhecia o vício que inquinava a obrigação). Ainda, há de se esclarecer que: a) O novo devedor não pode opor ao credor as exceções pessoais que competiam ao devedor primitivo; e b) O adquirente de imóvel hipotecado pode tomar a seu cargo o pagamento do crédito garantido; se o credor, notificado, não impugnar em 30 dias a transferência do débito, entender-se-á dado o assentimento. Por fim, vejamos um quadro comparando a cessão de crédito com a cessão de débito. Destaca-se que tal diferenciação é muito importante, pois a examinadora adora inverter ou confundir as peculiaridades de cada instituto. Vamos lá! DIREITO CIVIL 8 CESSÃO DE CRÉDITO CESSÃO DE DÉBITO OU ASSUNÇÃO DE DÍVIDA Ocorre a substituição do polo ativo. Ocorre a substituição do polo passivo (logo, não extingue o vínculo obrigacional). Independe do consentimento do devedor originário. Depende da anuência do credor. É necessária a notificação do devedor originário. É necessária a autorização expressa do credor. Em regra, abrangem-se todos os acessórios do crédito. 1.3. Cessão de contrato. A cessão de contrato consiste na transferência da posição ativa ou passiva da relação contratual, abarcando o leque de direitos e deveres de que é titularo cedente. Visivelmente, a cessão de contrato está, rotineiramente, atrelada a um negócio, cuja execução ainda não foi consumada. ADIMPLEMENTO E EXTINÇÃO DAS OBRIGAÇÕES 1. Conceito. O adimplemento obrigacional consiste no pagamento, o qual tem o condão de: a) Liberar totalmente o devedor do vínculo obrigacional; e b) Extinguir a obrigação. Conforme Maria Helena Diniz: “o pagamento é a execução voluntária e exata, por parte do devedor, da prestação devida ao credor, no tempo, forma e lugar previstos no título constitutivo”.1 1 DINIZ, Maria Helena. Código Civil Anotado – 8. Ed. – São Paulo: Saraiva: 2002. DIREITO CIVIL 9 2. Elementos do pagamento. Os elementos do pagamento são: a) Sujeito; b) Objeto; c) Lugar; e d) Tempo. 2.1. Sujeito. O pagamento é composto por duas figuras, quais sejam: a) Quem deve pagar (solvens) e; b) A quem se deve pagar (accipiens). 2.1.1. Quem deve pagar (solvens). Destaca-se que salvo se a obrigação for intuitu personae (quando se leva em consideração a pessoa da parte contratada, ou seja, somente a contratada poderá executar a obrigação), qualquer interessado na extinção da dívida poderá pagá-la. IMPORTANTE! Qualquer interessado na extinção da dívida pode pagá-la, usando, se o credor se opuser, dos meios conducentes à exoneração do devedor (art. 304 do CC/2002). Neste mesmo sentido, igual direito cabe ao terceiro não interessado, se o fizer em nome e à conta do devedor, salvo oposição deste. Inclusive, tem direito a reembolsar-se do que pagar, o terceiro não interessado. Todavia, este terceiro não se sub-roga nos direitos do credor. DIREITO CIVIL 10 Se o pagamento for feito por terceiro, com desconhecimento ou oposição do devedor, esse não será obrigado a reembolsar aquele que pagou, se o devedor tinha meios para quitar o débito. Vamos imaginar a seguinte situação: Roberto deve R$ 50.000,00 para Erasmo. Wanderléa, por força da amizade entre eles, resolve quitar a dívida. Mas Roberto sempre teve os meios para quitá-lo. Portanto, nesse caso, com o desconhecimento ou com a oposição de Roberto, a Wanderléa não será reembolsada pelo o que pagou. 2.1.2. A quem se deve pagar (accipiens). Em relação ao accipiens, o pagamento deverá ser feito para o credor ou para quem o represente, sob pena de só valer depois de ser ratificado por ele. Se o pagamento for feito de boa-fé para o credor putativo***, ele será considerado válido, ainda que depois seja provado que aquele não era credor, conforme disciplina art. 309 do CC/2002). ESCLARECENDO! Credor putativo é aquele que é aceito pela sociedade como o verdadeiro credor. Por exemplo: Ivete deve R$ 100.000,00 para Cláudia. Ocorre que Cláudia morreu. Portanto, Ivete quitará a dívida com um herdeiro que assumiu a posição da credora primitiva que faleceu. Se esse herdeiro perder essa qualidade por força de uma ação de anulação de testamento, ainda assim, o pagamento feito por Ivete terá validade, visto que foi feito de boa-fé para o credor putativo. DIREITO CIVIL 11 Em relação a quem se deve pagar, é importante destacar que se alguém portar um título que deva ser entregue como quitação, presume-se que essa pessoa estava autorizada para receber o pagamento. No que tange ao pagamento feito ao credor incapaz (quando aquele que pagou sabia da incapacidade), tal pagamento não será valido. A menos que o devedor consiga prova que o pagamento reverteu-se em benefício do incapaz. Neste sentido: Art. 310 do CC/2002: Não vale o pagamento cientemente feito ao credor incapaz de quitar, se o devedor não provar que em benefício dele efetivamente reverteu. Deixa-se em negrito que considera-se autorizado a receber o pagamento o portador da quitação, salvo se as circunstâncias contrariarem a presunção daí resultante, conforme inteligência do art. 311 do CC/2002. Por fim, nos casos do pagamento de crédito penhorado ou impugnado, se o devedor pagar ao credor, apesar de intimado da penhora feita sobre o crédito, ou da impugnação a ele oposta por terceiros, o pagamento não valerá contra estes (que poderão constranger o devedor a pagar de novo). Nestas situações, obviamente, o devedor tem direito de contra o credor. 2.2. Objeto. O objeto diz respeito ao conteúdo do pagamento. Em outras palavras, o objeto diz respeito ao conteúdo daquela prestação combinada entre as partes. Assim, se eu te devo um quadro pintado por mim (provavelmente, o quadro de uma criança de 4 anos é bem mais bonito! risos), você tem o direito de se recusar a receber qualquer outra prestação, mesmo que eu te ofereça um quadro do Picasso. DIREITO CIVIL 12 Isso porque, você tem o direito de receber exatamente o objeto convencionado entre nós. DESPENCA NA PROVA! 1. Deixa-se em negrito que o credor não é obrigado a receber prestação diversa da que lhe é devida, ainda que mais valiosa, conforme art. 313 do CC/2002. 2. As dívidas em dinheiro deverão ser pagas no vencimento, em moeda corrente e pelo valor nominal. Portanto são nulas as convenções de pagamento em ouro ou em moeda estrangeira, bem como para compensar a diferença entre o valor desta e o da moeda nacional (excetuados os casos previstos na legislação especial). Conforme artigos. 315 e 318 do CC/2002 Se o pagamento for composto por parcelas, a lei permite que seja convencionado o aumento progressivo de prestações sucessivas que deverão ser quitadas por força do negócio jurídico. Neste sentido: Art. 316. É lícito convencionar o aumento progressivo de prestações sucessivas. Se o pagamento em quotas periódicas, a quitação da última estabelece, até prova em contrário, a presunção de estarem quitadas (solvidas) as anteriores, conforme art. 322 do CC/2002. Se o pagamento da obrigação envolver uma prestação divisível (ou seja, uma prestação que comporta divisão), o credor não será obrigado a receber, nem o devedor será obrigado a pagar, por partes, se isso não tinha sido convencionado. O devedor poderá reter o pagamento, enquanto não lhe for dada a quitação regular. Ademais, a quitação SEMPRE poderá ser dada por instrumento PARTICULAR. Ainda, a quitação designará: a) O valor e a espécie da dívida quitada; DIREITO CIVIL 13 b) O nome do devedor, ou quem por este pagou; c) O tempo e o lugar do pagamento; e d) A assinatura do credor, ou do seu representante. Por fim, mesmo sem esses requisitos, a quitação terá validade, se de seus termos ou das circunstâncias resultar haver sido paga a dívida. 2.3. Lugar. Quanto ao lugar do pagamento, a obrigação pode ser assim classificada em: a) Obrigação quérable – hipótese na qual o pagamento deverá ocorrer no domicílio do devedor; e b) Obrigação portable - hipótese na qual o pagamento deverá ocorrer no domicílio do credor. Outra coisa (e muita atenção porque essa informação é constantemente cobrada em provas): o pagamento é efetuado no domicílio do devedor, salvo se as partes convencionarem diversamente, ou se o contrário resultar da lei, da natureza da obrigação ou das circunstâncias. Todavia, conforme bem dispõe o art. 329 do CC/2002: Art. 329. Ocorrendo motivo grave para que se não efetue o pagamento no lugar determinado, poderá o devedor fazê-lo em outro, sem prejuízo para o credor. Entretanto, se o pagamento for feito reiteradamente em outro local, presume-se renúncia do credor relativamente ao local originalmente previsto no contrato. DIREITOCIVIL 14 Sobre este tema, cabem aqui algumas explicações sobre dois institutos jurídicos: supressio e surrectio. Vejamos as principais diferenças conforme bem dispõe Elpídio Donizetti e Felipe Quintella2: “Supressio: Por força dos deveres objetivos de conduta impostos pelo princípio da boa-fé, não se admite que a parte que durante um longo período deixou de exercer um direito que lhe era atribuído, com isso gerando expectativas para a outra, venha posteriormente a exercê-lo. É que o não exercício do direito importa a sua supressio – “supressão”, renúncia tácita. Berenice e Helena celebram contrato de locação. Ajusta-se no contrato que o aluguel será pago à imobiliária que intermediou o contrato, distante do imóvel locado. Ocorre que, desde o primeiro mês, Berenice paga o aluguel diretamente a Helena, que sempre a encontra na igreja próxima da casa de ambas. Tempos depois, Helena pretende forçar Berenice a observar o local do pagamento estabelecido no contrato, mas não obtém êxito, vez que, por força do princípio da boa-fé, entende-se que houve a supressio daquele direito. Surrectio: Se uma parte voluntariamente assume uma obrigação que originalmente não integrava a relação contratual, criando tacitamente para a outra um direito, e essa obrigação se consolida na relação, não permitem os deveres de conduta impostos pela boa-fé objetiva que a parte posteriormente se negue a cumprir tal obrigação. A esse fenômeno a doutrina se refere como surrectio. Trata-se, como se vê, da outra face da supressio, pois que esta atua na extinção de um direito que se presume renunciado e aquela atua no nascimento de um direito por ajuste tácito. 2 DONIZETTI. Elpídio; QUINTELLA. Felipe. Curso Didático de Direito Civil. 5ª Edição. 2016. Editora Gen. DIREITO CIVIL 15 Rui e Pontes celebram contrato de fornecimento mensal de frutas. Todos os meses, Rui arca com as despesas do envio das frutas, embora tal obrigação não houvesse sido ajustada. Passados meses de reiterada conduta, não permite a surrectio que Rui queira, a partir de determinado momento, exigir que Pontes cubra os custos da remessa”. Por fim, se forem designados dois ou mais lugares para o pagamento, a escolha caberá ao CREDOR. 2.4. Tempo. Em relação ao tempo do pagamento, a obrigação pode ser: a) Instantânea; b) De execução diferida; e c) De execução continuada. A obrigação instantânea se dá com o pagamento imediato. Já a obrigação de execução diferida se dá através de um pagamento feito de uma só vez em um momento futuro. Por sua vez, a obrigação de execução continuada se dá através de pagamentos periódicos. Diante de tais premissas, conforme consigna o art. 331: Salvo disposição legal em contrário, não tendo sido ajustada época para o pagamento, pode o credor exigi-lo imediatamente. No que tange as obrigações pendentes de condição, estas cumprem-se na data do implemento da condição. Vejamos: DIREITO CIVIL 16 Art. 332. As obrigações condicionais cumprem-se na data do implemento da condição, cabendo ao credor a prova de que deste teve ciência o devedor. Ademais, o credor tem o direito de cobrar a dívida antes de vencido o prazo estipulado no contrato ou marcado no Código Civil: a) No caso de falência do devedor, ou de concurso de credores; b) Se os bens, hipotecados ou empenhados, forem penhorados em execução por outro credor; e c) Se cessarem, ou se se tornarem insuficientes, as garantias do débito, fidejussórias, ou reais, e o devedor, intimado, se negar a reforçá-las. 3. Adimplemento indireto das obrigações. O estudo do adimplemento indireto das obrigações passa pela análise das seguintes figuras: a) Consignação; b) Imputação; c) Sub-rogação; d) Dação; e) Novação; f) Compensação; g) Confusão; e h) Remissão. DIREITO CIVIL 17 3.1. Consignação. O pagamento em consignação consiste no depósito efetuado pelo devedor, da coisa devida, para que possa se livrar de uma obrigação assumida perante um credor determinado. Isso, normalmente, acontece quando alguém tem uma dívida e o credor desaparece sem deixar qualquer informação sobre quem deva receber o pagamento. Então, o devedor faz o depósito, em juízo, para se desvencilhar da obrigação. Tal método será cabível: a) Se o credor não puder, ou, sem justa causa, recusar receber o pagamento, ou dar quitação na devida forma; b) Se o credor não for, nem mandar receber a coisa no lugar, tempo e condição devidos; c) Se o credor for incapaz de receber, for desconhecido, declarado ausente, ou residir em lugar incerto ou de acesso perigoso ou difícil; d) Se ocorrer dúvida sobre quem deva legitimamente receber o objeto do pagamento; e e) Se pender litígio sobre o objeto do pagamento. 3.2. Imputação. A imputação ocorre quando a pessoa obrigada por dois ou mais débitos da mesma natureza, a um só credor, tem o direito de INDICAR qual deles oferece em pagamento, se todos forem líquidos e vencidos. Se o devedor não fizer tal indicação, a imputação se dará nas dívidas líquidas e vencidas em primeiro lugar. DIREITO CIVIL 18 Se as dívidas forem todas líquidas e vencidas ao mesmo tempo, a imputação se dará na dívida mais onerosa. 3.3. Sub-rogação. A sub-rogação consiste na SUBSTITUIÇÃO de um objeto por outro, com os mesmos ônus e atributos, (sub-rogação real), ou na substituição de uma pessoa por outra, que terá os mesmos direitos e ações daquela (sub-rogação pessoal). O pagamento por sub-rogação não tem caráter liberatório para o devedor. Isso porque a sub-rogação é uma exceção ao princípio de que o pagamento extingue a obrigação. Assim, regra geral, o terceiro toma a iniciativa de cumprir a obrigação, com o fito de resguardar algum interesse pessoal. Por exemplo: o fiador prefere evitar o risco de uma cobrança, paga o débito e assume a posição do credor primitivo. 3.3.1. Espécies de sub-rogação. SUB-ROGAÇÃO Sub-rogação legal Sub-rogação convencional Do credor que paga a dívida do devedor comum. Quando o credor recebe o pagamento de terceiro e expressamente lhe transfere todos os seus direitos. Do adquirente do imóvel hipotecado, que paga a credor hipotecário, bem como do terceiro que efetiva o pagamento para não ser privado de direito sobre imóvel. Quando terceira pessoa empresta ao devedor a quantia precisa para solver a dívida, sob a condição expressa de ficar o mutuante sub-rogado nos direitos do credor satisfeito. Do terceiro interessado, que paga a dívida pela qual era ou podia ser obrigado, no todo ou em parte. DIREITO CIVIL 19 CAIU NA PROVA! A sub-rogação é a modalidade de pagamento que se opera, de pleno direito, em favor de credor que paga dívida do devedor comum. 3.4. Dação. A dação em pagamento consiste na SUBSTITUIÇÃO DO OBJETO OBRIGACIONAL por outro, através do consentimento expresso do credor. Por fim, destaca-se que a dação em pagamento tem caráter liberatório para o devedor. 3.5. Novação. A novação em pagamento consiste na substituição da relação obrigacional por outra, alterando a composição subjetiva ou objetiva, podendo alcançar uma e outra. Ademais, A novação ocorre: a) Quando o devedor contrai com o credor nova dívida para extinguir e substituir a anterior; b) Quando novo devedor sucede ao antigo, ficando este quite com o credor; e c) Quando, em virtude de obrigaçãonova, outro credor é substituído ao antigo, ficando o devedor quite com este. A novação subjetiva passiva por expromissão se dá quando um terceiro assume a dívida do devedor primitivo, mas SEM o consentimento do devedor e COM o consentimento do credor. DIREITO CIVIL 20 Nesse caso, se o novo devedor for insolvente, o credor, que o aceitou, não tem o direito de propor ação regressiva contra o primeiro devedor, salvo se este obteve por má-fé a substituição. 3.6. Compensação. A compensação ocorre quando duas ou mais pessoas forem ao mesmo tempo credoras e devedoras umas das outras, extinguindo-se as obrigações até o ponto onde se equivalerem. De acordo com o que dispõe o Código Civil (arts. 369 e 372), a compensação legal se opera de pleno direito quando há: 1. Liquidez do débito; 2. Exigibilidade do débito; e 3. Fungibilidade das prestações. Deixa-se em negrito que os prazos de favor, embora consagrados pelo uso geral, não obstam a compensação. Os prazos de favor, como a própria expressão já fala, são aqueles prazos concedidos por força da gentileza do credor e eles não têm o condão de afastar a COMPENSAÇÃO. É importante destacar que a diferença de causa nas dívidas NÃO impede a compensação, exceto: a) Se provier de esbulho, furto ou roubo; b) Se uma se originar de comodato, depósito ou alimentos; e c) Se uma for de coisa não suscetível de penhora. DIREITO CIVIL 21 Por fim, também não haverá compensação quando as partes, por mútuo acordo, a excluírem, ou no caso de renúncia prévia de uma delas. 3.7. Confusão. A confusão ocorre quando na mesma pessoa se confundam as qualidades de credor e devedor. Isso pode envolver a dívida toda, ou só parte dela. Normalmente, isso acontece quando o seu pai deve algo para você e ele falece. Dessa forma, pelo feito de ser herdeiro(a) dele, você será devedor(a), sendo que já era credor(a) daquela obrigação. Assim, teremos a figura da confusão que importará na extinção da obrigação. Se, porventura, a confusão se der na pessoa do credor ou devedor solidário, a obrigação se extingue até a concorrência da respectiva parte no crédito, ou na dívida, subsistindo quanto ao mais a solidariedade. 3.8. Remissão. A remissão consiste no perdão de uma dívida. Trata-se de um direito exclusivo do credor de exonerar o devedor, mas sem prejuízo de terceiro. CAIU NA PROVA! Entende-se por remissão da dívida a exoneração do devedor do cumprimento da obrigação. DIREITO CIVIL 22 INADIMPLEMENTO DAS OBRIGAÇÕES 1. Inadimplemento. O inadimplemento consiste no descumprimento, total ou parcial, de uma obrigação de dar, fazer ou não fazer. Trata-se do não pagamento de dívida nas condições fixadas em negócio jurídico. Neste sentido, o inadimplemento pode ocorrer em duas situações: a) Inadimplemento parcial ou mora; e b) Inadimplemento total ou absoluto. O inadimplemento parcial ou a mora é aquela situação em que há o descumprimento parcial da obrigação, mas que ainda é passível de ser cumprida. Por sua vez, o inadimplemento total ou absoluto é a hipótese em que a obrigação não pode ser mais cumprida. Logo, torna-se inútil ao credor. Diante de tais premissas, o grande diferencial entre a mora (ou inadimplemento parcial) e o inadimplemento absoluto, é a utilidade da obrigação para o credor. Desse modo, caso não seja cumprida a obrigação, o devedor responderá por perdas e danos, mais juros e atualização monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, e honorários de advogado. Se for uma hipótese de obrigação negativa, o devedor será tido como inadimplente desde o dia em que executou o ato de que se devia abster. Com efeito, o devedor não responderá pelos prejuízos provenientes de caso fortuito ou força maior, se expressamente não se houver por eles responsabilizado. 2. Mora. DIREITO CIVIL 23 A mora é uma espécie de inexecução da obrigação, proveniente de culpa do devedor, omissão do credor ou de ambos. Assim, considera-se em mora o devedor que não efetuar o pagamento e o credor que não quiser recebê-lo no tempo, lugar e forma que a lei ou a convenção estabelecer, conforme art. 394 do CC. Nesse diapasão, o inadimplemento da obrigação, positiva e líquida, no seu termo, constitui de pleno direito em mora o devedor. Caso não exista termo, a mora se constitui mediante interpelação judicial ou extrajudicial. Por seu turno, se estivermos diante de obrigações provenientes de ato ilícito, considera-se o devedor em mora, desde que o praticou. 2.1. Efeitos da mora do credor e devedor. Efeitos da mora do credor Efeitos da mora do deveor Subtrai o devedor (isento de dolo) da responsabilidade pela conservação da coisa. Responde pelos prejuízos mais juros, atualização dos valores monetários segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, e honorários de advogado. Obriga o credor ao ressarcimento com as despesas empregadas em conservá-la. Caso a prestação, devido à mora, se tornar inútil ao credor, este poderá enjeitá-la, e exigir a satisfação das perdas e danos. Obriga o credor a recebê-la pela estimação mais favorável ao devedor, se o seu valor oscilar entre o dia estabelecido para o pagamento e o da sua efetivação. 2.2. Purgação da mora. A purgação da mora pode se dar de dois modos: DIREITO CIVIL 24 a) Por parte do devedor, oferecendo este a prestação mais a importância dos prejuízos decorrentes do dia da oferta; e b) Por parte do credor, oferecendo-se este a receber o pagamento e sujeitando-se aos efeitos da mora até a mesma data. 3. Perdas e danos. As perdas e danos acontecem no caso de total inadimplemento (inadimplemento absoluto), ou seja, a coisa se tornou inútil ao credor. É cediço que o descumprimento voluntário da obrigação impõe ao devedor o ressarcimento ao credor por suas perdas e danos. Na esfera patrimonial, tais abarcam os danos emergentes e os lucros cessantes. Os danos emergentes consistem nos prejuízos materiais advindos da inexecução da dívida e que implicam a diminuição do patrimônio. Já os lucros cessantes implicam naquilo que o lesado deixou razoavelmente de lucrar como consequência direta do evento danoso. Assim, as perdas e danos abrangem: a) O que efetivamente o credor perdeu em decorrência do inadimplemento total da obrigação: - Nesta situação temos o que chamamos de danos emergentes ou danos positivos. - Consubstanciam-se nos valores desembolsados pelo credor para sanar ou amenizar o inadimplemento ou a perda patrimonial pretérita efetiva. - Exemplo: Maria contratou Fátima para fotografar o seu casamento que ocorreria no sábado. Todavia, no dia marcado, Fátima não compareceu ao DIREITO CIVIL 25 evento e às pressas, Maria teve que contratar outro fotógrafo que cobrou R$2.000,00 para tanto. Além da obrigação assumida por Fátima não ser mais útil (o casamento já havia passado e não teria o quê fotografar mais), Maria teve que desembolsar dois mil reais. b) O que efetivamente o credor deixou de lucrar em decorrência do inadimplemento total da obrigação: - Nesta situação temos os chamados lucros cessantes ou danos negativos. - É a frustração de lucro. - Exemplo: João contratou com Pedro o conserto do moedor de cana que João utiliza nos fins de semana para trabalhar em uma feira vendendo garapa. Este moedor deveria ter sido entregue na sexta-feira, para que pudesse ser utilizadono sábado e no domingo. Mas, Pedro somente entregou o moedor na segunda- feira. Por final de semana João aufere em média R$300,00 com a venda da garapa. Assim, João deixou de auferir lucros médios no valor de R$300,00. Por fim, vejamos o que diz o art. 402 a respeito: Salvo as exceções expressamente previstas em lei, as perdas e danos devidas ao credor abrangem, além do que ele efetivamente perdeu, o que razoavelmente deixou de lucrar. 4. Juros legais e correção monetária. Os juros consistem nos benefícios decorrentes do emprego do capital. Tais podem ser convencionais (fixados por acordo das partes) e legais (decorrentes de norma jurídica). DIREITO CIVIL 26 Com relação ao inadimplemento, os juros podem ser moratórios (ressarcimento imputado ao devedor por força do descumprimento parcial da obrigação) ou compensatórios (provenientes da utilização consentida do capital alheio). Nas obrigações de pagamento em dinheiro, as perdas e danos serão pagas com atualização monetária, segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, abrangendo juros, custas e honorários de advogado, sem prejuízo da pena convencional. Se restar comprovado que os juros da mora não cobrem o prejuízo, e não havendo pena convencional, pode o juiz conceder ao credor indenização suplementar. DESPENCA NA PROVA! Contam-se os juros de mora desde a citação inicial. 5. Cláusula penal. A cláusula penal consiste na penalidade, de natureza civil, imposta por força da inexecução parcial ou total de um dever patrimonial assumido. Neste sentido, a cláusula penal é pactuada pelas próprias partes no caso de violação da obrigação. Assim, o devedor deverá cumpri-la quando, culposamente, deixar de cumprir a obrigação ou se constituir em mora. E para exigi-la, o credor não precisará alegar o prejuízo. Em relação ao valor da cominação, tal não poderá exceder o da obrigação principal. Nessa senda, a penalidade deverá ser reduzida equitativamente pelo juiz, caso: a) A obrigação principal tiver sido cumprida em parte; e b) O montante da penalidade for manifestamente excessivo, tendo-se em vista a natureza e a finalidade do negócio. DIREITO CIVIL 27 Notadamente, a cláusula penal possui natureza acessória, uma vez que será estipulada conjuntamente com a obrigação, ou em ato posterior. Sendo que pode referir-se à inexecução completa da obrigação, à de alguma cláusula especial ou simplesmente à mora. Atenção! Para exigir-se a pena convencional, não é necessário que o credor alegue prejuízo. Ademais, a cláusula penal poderá ser estipulada conjuntamente com a obrigação, ou em ato posterior. Também pode referir-se à inexecução completa da obrigação, à de alguma cláusula especial ou simplesmente à mora (conforme art. 409 do CC). Nos casos em que a cláusula penal for estipulada para o caso de total inadimplemento da obrigação, esta será convertia em alternativa a benefício do credor (art. 410 do CC). Todavia, a cláusula penal também pode ser estipulada para o caso de mora, ou em segurança especial de outra cláusula determinada, nesta hipótese terá o credor o arbítrio de exigir a satisfação da pena cominada, juntamente com o desempenho da obrigação principal. Cabe esclarecer que nos casos em que a obrigação for indivisível, se um deles cair em falta, todos os devedores incorrerão na pena (constante da cláusula penal). Entretanto, a pena somente poderá ser demandada integralmente do culpado, logo, os não culpados apenas respondem cada um somente pela sua quota. Por fim, ainda que o prejuízo exceda ao previsto na cláusula penal, não pode o credor exigir indenização suplementar se assim não foi convencionado. Se o tiver sido, a pena vale como mínimo da indenização, competindo ao credor provar o prejuízo excedente. DIREITO CIVIL 28 6. Arras ou Sinal. As arras consistem em um pacto acessório, avençado por força de um contrato principal, através do qual uma das partes entrega para outra algum bem com o fito de confirmar a obrigação assumida ou de assegurar o direito de desistência. Desse modo, tais podem assumir um caráter confirmatório ou penitencial. “Exemplificando, imagine-se o caso em que é celebrado um compromisso de compra e venda de imóvel com valor de R$ 100.000,00 (cem mil reais). Para tornar definitivo o contrato o compromissário comprador paga R$ 10.000,00 (dez mil reais) ao promitente.”3. Neste sentido, determina o Código Civil de 2002: Art. 417. Se, por ocasião da conclusão do contrato, uma parte der à outra, a título de arras, dinheiro ou outro bem móvel, deverão as arras, em caso de execução, ser restituídas ou computadas na prestação devida, se do mesmo gênero da principal. Art. 418. Se a parte que deu as arras não executar o contrato, poderá a outra tê-lo por desfeito, retendo-as; se a inexecução for de quem recebeu as arras, poderá quem as deu haver o contrato por desfeito, e exigir sua devolução mais o equivalente, com atualização monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, juros e honorários de advogado. Art. 419. A parte inocente pode pedir indenização suplementar, se provar maior prejuízo, valendo as arras como taxa mínima. Pode, também, a parte inocente exigir a execução do contrato, com as perdas e danos, valendo as arras como o mínimo da indenização. Art. 420. Se no contrato for estipulado o direito de arrependimento para qualquer das partes, as arras ou sinal terão função unicamente indenizatória. Neste caso, quem as deu perdê-las-á em benefício da outra parte; e quem as recebeu devolvê- 3 Flávio Tartuce. Direito Civil Vol. 1. Editora Método. 10ª Edição. 2014. DIREITO CIVIL 29 las-á, mais o equivalente. Em ambos os casos não haverá direito a indenização suplementar. DIREITO CIVIL 30 b. Mapas mentais. DIREITO CIVIL 31 DIREITO CIVIL 32 c. Revisão 1 QUESTÃO 01 – 2017 – FCC - TRT - 24ª REGIÃO (MS) - ANALISTA JUDICIÁRIO - OFICIAL DE JUSTIÇA AVALIADOR FEDERAL. Sobre a cláusula penal no caso de inadimplemento das obrigações, à luz do Código Civil, é INCORRETO afirmar: a) Incorre de pleno direito o devedor na cláusula penal, desde que, culposamente, deixe de cumprir a obrigação ou se constitua em mora. b) Sendo indivisível a obrigação, caindo em falta um dos devedores, a pena poderá ser exigida apenas do culpado, isentados os demais devedores. c) A cláusula penal estipulada conjuntamente com a obrigação pode referir-se à alguma cláusula especial da obrigação. d) Quando se estipular a cláusula penal para o caso de total inadimplemento da obrigação, esta converter-se-á em alternativa a benefício do credor. e) Para exigir a pena convencional, não é necessário que o credor alegue prejuízo. QUESTÃO 02 – 2017 – FCC - TRT - 24ª REGIÃO (MS) - ANALISTA JUDICIÁRIO - OFICIAL DE JUSTIÇA AVALIADOR FEDERAL. Sobre o adimplemento e extinção das obrigações: a) Considera-se sub-rogação legal quando o credor recebe o pagamento de terceiro e expressamente lhe transfere todos os seus direitos. DIREITO CIVIL 33 b) O terceiro não interessado, que paga a dívida em seu próprio nome, tem direito a reembolsar-se do que pagar, subrogando-se nos direitos do credor. c) O pagamento feito por terceiro,com desconhecimento ou oposição do devedor, obriga a reembolsar aquele que pagou, mesmo se o devedor tinha meios para ilidir a ação. d) O pagamento feito à credor putativo, ainda que de boa-fé, não é válido. e) Se o devedor pagar ao credor, apesar de intimado da penhora feita sobre o crédito e ação executiva promovida por terceiro, o pagamento não valerá contra este, que poderá constranger o devedor a pagar de novo, ficando-lhe ressalvado o regresso contra o credor. QUESTÃO 03 – 2017 – FCC - TRT - 11ª REGIÃO (AM E RR) - ANALISTA JUDICIÁRIO – OFICIAL DE JUSTIÇA AVALIADOR FEDERAL. A respeito do adimplemento e extinção das obrigações, é correto afirmar que a) a novação por substituição do devedor não pode ser efetuada sem o consentimento deste. b) o devedor não pode reter o pagamento enquanto não lhe seja dada quitação regular. c) o credor não pode concordar em receber prestação diversa da que lhe é devida. d) é licito convencionar o aumento progressivo de prestações sucessivas. e) a compensação pode se efetuar entre dívidas ilíquidas, não vencidas e de coisas infungíveis. DIREITO CIVIL 34 QUESTÃO 04 - 2015 – FCC - TCM-GO - AUDITOR CONTROLE EXTERNO – JURÍDICA. No tocante ao inadimplemento das obrigações, considere: I. Nas obrigações negativas o devedor é havido por inadimplente desde o dia em que executou o ato de que se devia abster. II. O devedor não responde pelos prejuízos resultantes de caso fortuito ou força maior, em nenhuma hipótese. III. Inadimplida a obrigação, o devedor responde por perdas e danos, bem como por juros e atualização monetária, segundo os índices oficiais regularmente estabelecidos e honorários advocatícios. IV. O inadimplemento da obrigação, positiva e líquida, em seu termo, constitui o devedor em mora após sua interpelação judicial ou extrajudicial. Está correto o que se afirma em a) I, II e IV, apenas. b) I e III, apenas. c) II e IV, apenas. d) I, II, III e IV. e) II, III e IV, apenas. QUESTÃO 05 - 2015 – FCC - TCM-RJ - PROCURADOR DA PROCURADORIA ESPECIAL. Lucas e Gustavo celebram contrato de prestação de serviços para criação e manutenção do jardim de Lucas, cabendo a Gustavo os serviços de jardinagem. O contrato prevê multa no valor total da obrigação ajustada, com renúncia das partes DIREITO CIVIL 35 a abatimento desse montante, ocorrendo porém sua resilição após um terço de seu cumprimento, por ato unilateral de Gustavo. Lucas cobra a multa em seu total. Nesse caso, o juiz deve a) reduzir equitativamente a penalidade pelo cumprimento parcial da obrigação, podendo agir de ofício e declarando incabível a renúncia ao abatimento do valor da cláusula penal, por se tratar de norma de ordem pública. b) manter o que foi ajustado pelas partes, livremente, pois a multa só não poderia ultrapassar o valor da obrigação principal e a renúncia ao abatimento de seu montante configura norma dispositiva. c) reduzir equitativamente a penalidade pelo cumprimento parcial da obrigação somente se requerido expressamente por quem denunciou o contrato e se pedida por ele a anulação da renúncia ao abatimento do valor, por se tratar de matéria de seu exclusivo interesse. d) ter por irrelevante o cumprimento parcial da obrigação, embora admitida em tese a renúncia ao abatimento do valor da multa, por se tratar de direito disponível, mas reduzir a penalidade por seu excesso evidente, já que só permitido pela jurisprudência o percentual máximo de 20% a título de sanção. e) reduzir até mesmo de ofício a penalidade pelo cumprimento parcial da obrigação, desde que provado que a renúncia ao abatimento de seu montante foi avençada por Gustavo com vício de consentimento, por inexperiência ou induzimento em erro. QUESTÃO 06 - 2015 – FCC - TRE-AP - ANALISTA JUDICIÁRIO - JUDICIÁRIA. Considere os seguintes efeitos: I. Subtração da responsabilidade do devedor pela conservação da coisa. DIREITO CIVIL 36 II. Obrigação do credor a ressarcir as despesas do devedor empregadas em conservar a coisa. III. Sujeição do credor a receber a coisa pela estimação mais favorável ao devedor, se o seu valor oscilar entre o dia estabelecido para o pagamento e o da sua efetivação. Quando ocorrer mora do credor, no tocante ao devedor isento de dolo, ocorrerá os efeitos indicados em a) I e II, apenas. b) I, II e III. c) II e III, apenas. d) I e III, apenas. e) III, apenas. QUESTÃO 07 - 2015 – FCC - TRE-AP - ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA. Com relação às obrigações, no tocante ao pagamento, considere: I. O pagamento feito por terceiro, com desconhecimento ou oposição do devedor, não obriga a reembolsar aquele que pagou, se o devedor tinha meios para ilidir a ação. II. O pagamento feito de boa-fé ao credor putativo é válido, ainda provado depois que não era credor. III. É lícito convencionar o aumento progressivo de prestações sucessivas. DIREITO CIVIL 37 IV. Vale o pagamento cientemente feito ao credor incapaz de quitar, independentemente se o devedor provar ou não que em benefício dele efetivamente reverteu. Está correto o que se afirma APENAS em a) I e II. b) I, II e IV. c) II, III e IV. d) I, II e III. e) III e IV. DIREITO CIVIL 38 d. Revisão 2 QUESTÃO 08 – 2014 – FCC - TRF - 3ª REGIÃO - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA. Ricardo, terceiro não interessado, pagou dívida de seu amigo Cleiton, em seu próprio nome, antes do vencimen- to. Nesta hipótese, Ricardo. a) não poderá reembolsar-se do que pagar uma vez que não possuía interesse no pagamento da dívida sendo considerada pela legislação mero ato de liberalidade. b) poderá reembolsar-se do que pagar logo após o pagamento e independentemente do vencimento. c) poderá reembolsar-se do que pagar apenas no vencimento e também se sub-roga nos direitos do credor. d) poderá reembolsar-se do que pagar apenas no vencimento, porém não se sub-roga nos direitos do credor. e) apenas subroga-se nos direitos do credor logo após o pagamento. QUESTÃO 09 - 2014 – FCC - PREFEITURA DE CUIABÁ – MT - PROCURADOR MUNICIPAL. Rubens celebrou contrato no âmbito do qual se comprometeu a reparar a instalação elétrica da residência de Nilce. Para o caso de não realizar o serviço no prazo, as partes estabeleceram que Rubens pagaria a Nilce 50% do valor do contrato, a título de cláusula penal. Na data em que a obrigação deveria ter sido integralmente cumprida, Rubens havia finalizado 90% dos serviços contratados. DIREITO CIVIL 39 Nilce ajuizou ação postulando o pagamento de 50% do valor contratado, conforme as partes haviam estabelecido em contrato. Este valor deverá ser a) pago integralmente, porque o contrato faz lei entre as partes e a cominação não supera o valor do contrato. b) pago integralmente, porque o contrato faz lei entre as partes, as quais podem estipular cláusula penal de qualquer valor. c) afastado por completo, porque a lei comina nulidade à cláusula penal de valor superior a 30% do contrato. d) reduzido equitativamente, pelo juiz, porque a obrigação foi cumprida em grande parte. e) afastado por completo, porque a obrigação foi cumprida quase que integralmente. QUESTÃO 10 - 2015 – FCC – MANAUSPREV - PROCURADOR AUTÁRQUICO. A cláusula penal a) não pode prever cominação superior a trinta por cento da obrigação principal. b) pode prever cominação igual à obrigação principal,devendo ser reduzida equitativamente pelo juiz se a obrigação tiver sido cumprida em parte. c) deve ser estipulada sempre conjuntamente com a obrigação, destinando-se exclusivamente a compensar o credor pela mora. d) vale como indenização pelos danos que tiver experimentado o credor, não se podendo estipular indenização suplementar a seu montante, ainda que se trate de contrato comutativo. DIREITO CIVIL 40 e) somente pode ser exigida em caso de comprovação de prejuízo. QUESTÃO 11 - 2014 – FCC - TRT - 18ª REGIÃO (GO) - JUIZ DO TRABALHO. Em relação à cláusula penal, a) só pode ser estabelecida nas relações de consumo, por sua natureza de sanção, compatível com a proteção devida ao consumidor. b) tem ela existência própria, podendo ser prevista independentemente da obrigação principal. c) pode ela ser estipulada conjuntamente com a obrigação, ou em ato posterior, referindo-se à inexecução completa da obrigação, à de alguma cláusula especial ou simplesmente à mora. d) não é defeso às partes prever seu valor excedente ao da obrigação principal. e) uma vez contratada livremente pelas partes, não poderá o Juiz intervir no montante por elas estipulado. QUESTÃO 12 - 2013 – FCC - TJ-PE –JUIZ. Sobre a cláusula penal, analise as afirmações abaixo. I. Incorre de pleno direito o devedor na cláusula penal, desde que, culposamente, deixe de cumprir a obrigação ou se constitua em mora. II. Para exigir a pena convencional, é necessário que o devedor alegue e comprove prejuízo. DIREITO CIVIL 41 III. Sendo indivisível a obrigação, todos os devedores, caindo em falta um deles, incorrerão na pena; mas esta só se poderá demandar integralmente do culpado, respondendo cada um dos outros somente pela sua quota. IV. A penalidade não pode ser reduzida pelo juiz, mesmo que a obrigação principal tiver sido cumprida em parte, ou se o montante da pena for manifestamente excessivo, salvo disposição expressa no contrato, autorizando a redução judicial. V. Ainda que o prejuízo exceda ao previsto na cláusula penal, não pode o credor exigir indenização suplementar se assim não foi convencionado. Se o tiver sido, a pena vale como mínimo da indenização, competindo ao credor provar o prejuízo excedente. Está correto APENAS o que se afirma em a) II, IV e V. b) II, III e V. c) I, III e V. d) II, III e IV. e) I, IV e V. QUESTÃO 13 - 2010 – FCC - TCE-RO – PROCURADOR. As perdas e danos a) nas obrigações de pagamento em dinheiro, serão pagas atualizadas monetariamente, com juros, custas e honorários advocatícios, prejudicada a pena convencional. DIREITO CIVIL 42 b) mesmo que resultantes de dolo do devedor, só incluem os prejuízos efetivos e os lucros cessantes por efeito direto e imediato da inexecução. c) dizem respeito apenas aos prejuízos materiais e morais, causados por ato doloso do ofensor. d) abrangem os lucros cessantes, que se caracterizam pelo que o credor efetivamente perdeu, diminuindo seu patrimônio. e) abrangem, na inexecução dolosa, inclusive os prejuízos eventuais, remotos ou potenciais. QUESTÃO 14 - 2010 – FCC – BAHIAGÁS – ANALISTA DE PROCESSOS ORGANIZACIONAIS – DIREITO. A respeito da mora, é correto afirmar: a) O inadimplemento da obrigação, positiva e líquida, no seu termo, não constitui de pleno direito em mora o devedor. b) Se a prestação, devido à mora, se tornar inútil ao credor, este não poderá enjeitá-la, mas apenas exigir a satisfação das perdas e danos. c) Nas obrigações provenientes de ato ilícito, considera-se o devedor em mora, somente após interpelação judicial ou extrajudicial. d) Considera-se em mora o credor que não quiser receber o pagamento no tempo, lugar e forma que a convenção estabelecer. e) Purga-se a mora, por parte do devedor, oferecendo este o valor da prestação, mesmo sem a importância dos prejuízos decorrentes do dia da oferta. DIREITO CIVIL 43 e. Revisão 3 QUESTÃO 15 - 2009 – FCC - TRT - 15ª REGIÃO - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA. A respeito da mora, é certo que a) o devedor incorre em mora, mesmo não havendo fato ou omissão que lhe seja imputável. b) mesmo havendo termo, a mora se constitui mediante interpelação judicial ou extrajudicial. c) nas obrigações provenientes de ato ilícito, considera-se o devedor em mora a partir da citação ou interpelação. d) se considera em mora o credor que não quiser receber o pagamento no tempo, lugar e forma que a lei ou a convenção estabelecer. e) o credor não poderá enjeitar a prestação mesmo se esta, devido à mora, para ele se tornar inútil. QUESTÃO 16 - 2008 - FCC - TRT - 2ª REGIÃO (SP) - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA. A respeito do inadimplemento das obrigações, é INCORRETO afirmar: a) Não havendo fato ou omissão imputável ao devedor, não incorre este em mora. b) Nas obrigações provenientes de ato ilícito, considera-se o devedor em mora a partir do momento em que for interpelado judicial ou extrajudicialmente. DIREITO CIVIL 44 c) O inadimplemento da obrigação, positiva e líquida, no seu termo, constitui de pleno direito em mora o devedor. d) Considera-se em mora o credor que não quiser receber o pagamento, no tempo, lugar e forma que a convenção estabelecer. e) Nas obrigações negativas, o devedor é havido por inadimplente desde o dia em que executou o ato de que devia se abster. QUESTÃO 17. 2016 – FEPESE - PREFEITURA DE LAGES – SC - PROCURADOR. Assinale a alternativa que indica corretamente a modalidade de pagamento que se opera, de pleno direito, em favor de credor que paga dívida do devedor comum. a) pagamento indevido b) pagamento com sub-rogação c) consignação em pagamento d) imputação de pagamento e) dação em pagamento QUESTÃO 18. 2016 – VUNESP - PREFEITURA DE ALUMÍNIO – SP - PROCURADOR JURÍDICO. O pagamento feito de boa-fé a credor putativo é a) nulo de pleno direito. b) ineficaz. DIREITO CIVIL 45 c) inexistente. d) válido. e) dependente de ratificação. QUESTÃO 19. 2016 – IBFC - CÂMARA DE FRANCA – SP - ADVOGADO. A diferença de causa nas dívidas não impede a compensação: a) se provier de esbulho. b) se uma se originar de comodato. c) se uma for de coisa não suscetível de penhora. d) se uma se originar de coisa fungível. QUESTÃO 20. 2016 – CONSULPLAN - TJ-MG - Titular de Serviços de Notas e de Registros - Provimento Morrendo o credor, tornando-se o devedor seu único herdeiro, é correto afirmar que houve a) compensação. b) remissão. c) confusão. d) novação. DIREITO CIVIL 46 QUESTÃO 21. 2016 – VUNESP - CÂMARA MUNICIPAL DE POÁ – SP - PROCURADOR JURÍDICO. A legislação civil traz em seu bojo diversas formas de transmissão e extinção das obrigações. Diante disso, quando novo devedor sucede ao antigo, ficando este quite com o credor, estar-se-á diante de uma a) dação em pagamento. b) confusão. c) imputação de pagamento. d) pagamento em sub-rogação. e) novação. DIREITO CIVIL 47 f. Normas comentadas Art. 304. Qualquer interessado na extinção da dívida pode pagá-la, usando, se o credor se opuser, dos meios conducentes à exoneração do devedor. Parágrafo único. Igual direito cabe ao terceiro não interessado, se o fizer em nome e à conta do devedor, salvo oposição deste.Art. 305. O terceiro não interessado, que paga a dívida em seu próprio nome, tem direito a reembolsar-se do que pagar; mas não se sub-roga nos direitos do credor. Parágrafo único. Se pagar antes de vencida a dívida, só terá direito ao reembolso no vencimento. Art. 306. O pagamento feito por terceiro, com desconhecimento ou oposição do devedor, não obriga a reembolsar aquele que pagou, se o devedor tinha meios para ilidir a ação. Art. 307. Só terá eficácia o pagamento que importar transmissão da propriedade, quando feito por quem possa alienar o objeto em que ele consistiu. Parágrafo único. Se se der em pagamento coisa fungível, não se poderá mais reclamar do credor que, de boa-fé, a recebeu e consumiu, ainda que o solvente não tivesse o direito de aliená-la. Art. 308. O pagamento deve ser feito ao credor ou a quem de direito o represente, sob pena de só valer depois de por ele ratificado, ou tanto quanto reverter em seu proveito. Art. 309. O pagamento feito de boa-fé ao credor putativo é válido, ainda provado depois que não era credor. DIREITO CIVIL 48 Art. 310. Não vale o pagamento cientemente feito ao credor incapaz de quitar, se o devedor não provar que em benefício dele efetivamente reverteu. Art. 311. Considera-se autorizado a receber o pagamento o portador da quitação, salvo se as circunstâncias contrariarem a presunção daí resultante. Art. 312. Se o devedor pagar ao credor, apesar de intimado da penhora feita sobre o crédito, ou da impugnação a ele oposta por terceiros, o pagamento não valerá contra estes, que poderão constranger o devedor a pagar de novo, ficando-lhe ressalvado o regresso contra o credor. Art. 313. O credor não é obrigado a receber prestação diversa da que lhe é devida, ainda que mais valiosa. Art. 314. Ainda que a obrigação tenha por objeto prestação divisível, não pode o credor ser obrigado a receber, nem o devedor a pagar, por partes, se assim não se ajustou. Art. 315. As dívidas em dinheiro deverão ser pagas no vencimento, em moeda corrente e pelo valor nominal, salvo o disposto nos artigos subseqüentes. Art. 316. É lícito convencionar o aumento progressivo de prestações sucessivas. Art. 346. A sub-rogação opera-se, de pleno direito, em favor: I - do credor que paga a dívida do devedor comum; II - do adquirente do imóvel hipotecado, que paga a credor hipotecário, bem como do terceiro que efetiva o pagamento para não ser privado de direito sobre imóvel; III - do terceiro interessado, que paga a dívida pela qual era ou podia ser obrigado, no todo ou em parte. DIREITO CIVIL 49 Art. 347. A sub-rogação é convencional: I - quando o credor recebe o pagamento de terceiro e expressamente lhe transfere todos os seus direitos; II - quando terceira pessoa empresta ao devedor a quantia precisa para solver a dívida, sob a condição expressa de ficar o mutuante sub-rogado nos direitos do credor satisfeito. Art. 356. O credor pode consentir em receber prestação diversa da que lhe é devida. Art. 360. Dá-se a novação: I - quando o devedor contrai com o credor nova dívida para extinguir e substituir a anterior; II - quando novo devedor sucede ao antigo, ficando este quite com o credor; III - quando, em virtude de obrigação nova, outro credor é substituído ao antigo, ficando o devedor quite com este. Art. 362. A novação por substituição do devedor pode ser efetuada independentemente de consentimento deste. Art. 389. Não cumprida a obrigação, responde o devedor por perdas e danos, mais juros e atualização monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, e honorários de advogado. Art. 381. Extingue-se a obrigação, desde que na mesma pessoa se confundam as qualidades de credor e devedor. Art. 382. A confusão pode verificar-se a respeito de toda a dívida, ou só de parte dela. DIREITO CIVIL 50 Art. 383. A confusão operada na pessoa do credor ou devedor solidário só extingue a obrigação até a concorrência da respectiva parte no crédito, ou na dívida, subsistindo quanto ao mais a solidariedade. Art. 384. Cessando a confusão, para logo se restabelece, com todos os seus acessórios, a obrigação anterior. Art. 390. Nas obrigações negativas o devedor é havido por inadimplente desde o dia em que executou o ato de que se devia abster. Art. 391. Pelo inadimplemento das obrigações respondem todos os bens do devedor. Art. 392. Nos contratos benéficos, responde por simples culpa o contratante, a quem o contrato aproveite, e por dolo aquele a quem não favoreça. Nos contratos onerosos, responde cada uma das partes por culpa, salvo as exceções previstas em lei. Art. 393. O devedor não responde pelos prejuízos resultantes de caso fortuito ou força maior, se expressamente não se houver por eles responsabilizado. Parágrafo único. O caso fortuito ou de força maior verifica-se no fato necessário, cujos efeitos não era possível evitar ou impedir. Art. 394. Considera-se em mora o devedor que não efetuar o pagamento e o credor que não quiser recebê-lo no tempo, lugar e forma que a lei ou a convenção estabelecer. Art. 395. Responde o devedor pelos prejuízos a que sua mora der causa, mais juros, atualização dos valores monetários segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, e honorários de advogado. Parágrafo único. Se a prestação, devido à mora, se tornar inútil ao credor, este poderá enjeitá-la, e exigir a satisfação das perdas e danos. DIREITO CIVIL 51 Art. 396. Não havendo fato ou omissão imputável ao devedor, não incorre este em mora. Art. 397. O inadimplemento da obrigação, positiva e líquida, no seu termo, constitui de pleno direito em mora o devedor. (Vide Lei nº 13.105, de 2015) (Vigência) Parágrafo único. Não havendo termo, a mora se constitui mediante interpelação judicial ou extrajudicial. Art. 398. Nas obrigações provenientes de ato ilícito, considera-se o devedor em mora, desde que o praticou. (Vide Lei nº 13.105, de 2015) (Vigência) Art. 399. O devedor em mora responde pela impossibilidade da prestação, embora essa impossibilidade resulte de caso fortuito ou de força maior, se estes ocorrerem durante o atraso; salvo se provar isenção de culpa, ou que o dano sobreviria ainda quando a obrigação fosse oportunamente desempenhada. Art. 400. A mora do credor subtrai o devedor isento de dolo à responsabilidade pela conservação da coisa, obriga o credor a ressarcir as despesas empregadas em conservá-la, e sujeita-o a recebê-la pela estimação mais favorável ao devedor, se o seu valor oscilar entre o dia estabelecido para o pagamento e o da sua efetivação. Art. 401. Purga-se a mora: I - por parte do devedor, oferecendo este a prestação mais a importância dos prejuízos decorrentes do dia da oferta; II - por parte do credor, oferecendo-se este a receber o pagamento e sujeitando-se aos efeitos da mora até a mesma data. DIREITO CIVIL 52 Art. 402. Salvo as exceções expressamente previstas em lei, as perdas e danos devidas ao credor abrangem, além do que ele efetivamente perdeu, o que razoavelmente deixou de lucrar. Art. 403. Ainda que a inexecução resulte de dolo do devedor, as perdas e danos só incluem os prejuízos efetivos e os lucros cessantes por efeito dela direto e imediato, sem prejuízo do disposto na lei processual. Art. 404. As perdas e danos, nas obrigações de pagamento em dinheiro, serão pagas com atualização monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, abrangendo juros, custas e honorários de advogado,sem prejuízo da pena convencional. Parágrafo único. Provado que os juros da mora não cobrem o prejuízo, e não havendo pena convencional, pode o juiz conceder ao credor indenização suplementar. Art. 405. Contam-se os juros de mora desde a citação inicial. Art. 408. Incorre de pleno direito o devedor na cláusula penal, desde que, culposamente, deixe de cumprir a obrigação ou se constitua em mora. Art. 409. A cláusula penal estipulada conjuntamente com a obrigação, ou em ato posterior, pode referir-se à inexecução completa da obrigação, à de alguma cláusula especial ou simplesmente à mora. Art. 410. Quando se estipular a cláusula penal para o caso de total inadimplemento da obrigação, esta converter-se-á em alternativa a benefício do credor. DIREITO CIVIL 53 Art. 411. Quando se estipular a cláusula penal para o caso de mora, ou em segurança especial de outra cláusula determinada, terá o credor o arbítrio de exigir a satisfação da pena cominada, juntamente com o desempenho da obrigação principal. Art. 412. O valor da cominação imposta na cláusula penal não pode exceder o da obrigação principal. Art. 413. A penalidade deve ser reduzida eqüitativamente pelo juiz se a obrigação principal tiver sido cumprida em parte, ou se o montante da penalidade for manifestamente excessivo, tendo-se em vista a natureza e a finalidade do negócio. Art. 414. Sendo indivisível a obrigação, todos os devedores, caindo em falta um deles, incorrerão na pena; mas esta só se poderá demandar integralmente do culpado, respondendo cada um dos outros somente pela sua quota. Parágrafo único. Aos não culpados fica reservada a ação regressiva contra aquele que deu causa à aplicação da pena. Art. 415. Quando a obrigação for divisível, só incorre na pena o devedor ou o herdeiro do devedor que a infringir, e proporcionalmente à sua parte na obrigação. Art. 416. Para exigir a pena convencional, não é necessário que o credor alegue prejuízo. Parágrafo único. Ainda que o prejuízo exceda ao previsto na cláusula penal, não pode o credor exigir indenização suplementar se assim não foi convencionado. Se o tiver sido, a pena vale como mínimo da indenização, competindo ao credor provar o prejuízo excedente. DIREITO CIVIL 54 g. Gabarito 1 2 3 4 5 B E D B A 6 7 8 9 10 B D D D B 11 12 13 14 15 C C B D D 16 17 18 19 20 B B D D C 21 *** *** *** *** E *** *** *** *** DIREITO CIVIL 55 h. Breves comentários às questões QUESTÃO 01 – 2017 – FCC - TRT - 24ª REGIÃO (MS) - ANALISTA JUDICIÁRIO - OFICIAL DE JUSTIÇA AVALIADOR FEDERAL. Sobre a cláusula penal no caso de inadimplemento das obrigações, à luz do Código Civil, é INCORRETO afirmar: a) Incorre de pleno direito o devedor na cláusula penal, desde que, culposamente, deixe de cumprir a obrigação ou se constitua em mora. Item certo, pois conforme art. 408 do CC: Incorre de pleno direito o devedor na cláusula penal, desde que, culposamente, deixe de cumprir a obrigação ou se constitua em mora. b) Sendo indivisível a obrigação, caindo em falta um dos devedores, a pena poderá ser exigida apenas do culpado, isentados os demais devedores. Item errado, pois conforme art. 414 do CC: Sendo indivisível a obrigação, todos os devedores, caindo em falta um deles, incorrerão na pena; mas esta só se poderá demandar integralmente do culpado, respondendo cada um dos outros somente pela sua quota. c) A cláusula penal estipulada conjuntamente com a obrigação pode referir-se à alguma cláusula especial da obrigação. Item certo, pois conforme art. 409 do CC: A cláusula penal estipulada conjuntamente com a obrigação, ou em ato posterior, pode referir-se à inexecução completa da obrigação, à de alguma cláusula especial ou simplesmente à mora. d) Quando se estipular a cláusula penal para o caso de total inadimplemento da obrigação, esta converter-se-á em alternativa a benefício do credor. DIREITO CIVIL 56 Item certo, pois conforme art. 410 do CC: Quando se estipular a cláusula penal para o caso de total inadimplemento da obrigação, esta converter-se-á em alternativa a benefício do credor. e) Para exigir a pena convencional, não é necessário que o credor alegue prejuízo. Item certo, pois conforme art. 416 do CC: Para exigir a pena convencional, não é necessário que o credor alegue prejuízo. Resposta: B. QUESTÃO 02 – 2017 – FCC - TRT - 24ª REGIÃO (MS) - ANALISTA JUDICIÁRIO - OFICIAL DE JUSTIÇA AVALIADOR FEDERAL. Sobre o adimplemento e extinção das obrigações: a) Considera-se sub-rogação legal quando o credor recebe o pagamento de terceiro e expressamente lhe transfere todos os seus direitos. Item errado, pois conforme art. 347, inciso I do CC: A sub-rogação é convencional: quando o credor recebe o pagamento de terceiro e expressamente lhe transfere todos os seus direitos. b) O terceiro não interessado, que paga a dívida em seu próprio nome, tem direito a reembolsar-se do que pagar, subrogando-se nos direitos do credor. Item errado, pois conforme art. 305 do CC: O terceiro não interessado, que paga a dívida em seu próprio nome, tem direito a reembolsar-se do que pagar; mas não se sub-roga nos direitos do credor. c) O pagamento feito por terceiro, com desconhecimento ou oposição do devedor, obriga a reembolsar aquele que pagou, mesmo se o devedor tinha meios para ilidir a ação. DIREITO CIVIL 57 Item errado, pois conforme art. 306 do CC: O pagamento feito por terceiro, com desconhecimento ou oposição do devedor, não obriga a reembolsar aquele que pagou, se o devedor tinha meios para ilidir a ação. d) O pagamento feito à credor putativo, ainda que de boa-fé, não é válido. Item errado, pois conforme art. 309 do CC: O pagamento feito de boa-fé ao credor putativo é válido, ainda provado depois que não era credor. e) Se o devedor pagar ao credor, apesar de intimado da penhora feita sobre o crédito e ação executiva promovida por terceiro, o pagamento não valerá contra este, que poderá constranger o devedor a pagar de novo, ficando-lhe ressalvado o regresso contra o credor. Item certo, pois conforme art. 312 do CC:Se o devedor pagar ao credor, apesar de intimado da penhora feita sobre o crédito, ou da impugnação a ele oposta por terceiros, o pagamento não valerá contra estes, que poderão constranger o devedor a pagar de novo, ficando-lhe ressalvado o regresso contra o credor. Resposta: E. QUESTÃO 03 – 2017 – FCC - TRT - 11ª REGIÃO (AM E RR) - ANALISTA JUDICIÁRIO – OFICIAL DE JUSTIÇA AVALIADOR FEDERAL. A respeito do adimplemento e extinção das obrigações, é correto afirmar que a) a novação por substituição do devedor não pode ser efetuada sem o consentimento deste. Item errado, pois conforme art. 362 do CC: A novação por substituição do devedor pode ser efetuada independentemente de consentimento deste. DIREITO CIVIL 58 b) o devedor não pode reter o pagamento enquanto não lhe seja dada quitação regular. Item errado, pois conforme art. 319. O devedor que paga tem direito a quitação regular, e pode reter o pagamento, enquanto não lhe seja dada. c) o credor não pode concordar em receber prestação diversa da que lhe é devida. Item errado, pois conforme art. 356 do CC: O credor pode consentir em receber prestação diversa da que lhe é devida. d) é licito convencionar o aumento progressivo de prestações sucessivas. Item certo, pois conforme art. 316 do CC: É lícito convencionar oaumento progressivo de prestações sucessivas. e) a compensação pode se efetuar entre dívidas ilíquidas, não vencidas e de coisas infungíveis. Art. 369. A compensação efetua-se entre dívidas líquidas, vencidas e de coisas fungíveis. Resposta: D. QUESTÃO 04 - 2015 – FCC - TCM-GO - AUDITOR CONTROLE EXTERNO – JURÍDICA. No tocante ao inadimplemento das obrigações, considere: I. Nas obrigações negativas o devedor é havido por inadimplente desde o dia em que executou o ato de que se devia abster. Item correto, nos termos do art. 390 do CC. II. O devedor não responde pelos prejuízos resultantes de caso fortuito ou força maior, em nenhuma hipótese. DIREITO CIVIL 59 Item errado, nos termos do art. 393 do CC. Assim, o devedor não responde pelos prejuízos resultantes de caso fortuito ou força maior, se expressamente não se houver por eles responsabilizado. III. Inadimplida a obrigação, o devedor responde por perdas e danos, bem como por juros e atualização monetária, segundo os índices oficiais regularmente estabelecidos e honorários advocatícios. Item correto, nos termos do art. 389 do CC. IV. O inadimplemento da obrigação, positiva e líquida, em seu termo, constitui o devedor em mora após sua interpelação judicial ou extrajudicial. Item errado, nos termos do art. 397 do CC. Com efeito, o inadimplemento da obrigação, positiva e líquida, no seu termo, constitui de pleno direito em mora o devedor. Caso não exista termo, a mora se constitui mediante interpelação judicial ou extrajudicial. Está correto o que se afirma em a) I, II e IV, apenas. b) I e III, apenas. c) II e IV, apenas. d) I, II, III e IV. e) II, III e IV, apenas. Resposta: B QUESTÃO 05 - 2015 – FCC - TCM-RJ - PROCURADOR DA PROCURADORIA ESPECIAL. DIREITO CIVIL 60 Lucas e Gustavo celebram contrato de prestação de serviços para criação e manutenção do jardim de Lucas, cabendo a Gustavo os serviços de jardinagem. O contrato prevê multa no valor total da obrigação ajustada, com renúncia das partes a abatimento desse montante, ocorrendo porém sua resilição após um terço de seu cumprimento, por ato unilateral de Gustavo. Lucas cobra a multa em seu total. Nesse caso, o juiz deve a) reduzir equitativamente a penalidade pelo cumprimento parcial da obrigação, podendo agir de ofício e declarando incabível a renúncia ao abatimento do valor da cláusula penal, por se tratar de norma de ordem pública. b) manter o que foi ajustado pelas partes, livremente, pois a multa só não poderia ultrapassar o valor da obrigação principal e a renúncia ao abatimento de seu montante configura norma dispositiva. c) reduzir equitativamente a penalidade pelo cumprimento parcial da obrigação somente se requerido expressamente por quem denunciou o contrato e se pedida por ele a anulação da renúncia ao abatimento do valor, por se tratar de matéria de seu exclusivo interesse. d) ter por irrelevante o cumprimento parcial da obrigação, embora admitida em tese a renúncia ao abatimento do valor da multa, por se tratar de direito disponível, mas reduzir a penalidade por seu excesso evidente, já que só permitido pela jurisprudência o percentual máximo de 20% a título de sanção. e) reduzir até mesmo de ofício a penalidade pelo cumprimento parcial da obrigação, desde que provado que a renúncia ao abatimento de seu montante foi avençada por Gustavo com vício de consentimento, por inexperiência ou induzimento em erro. Alternativa ‘A’ correta, nos termos dos arts. 412 e 413 do CC. Com efeito, o valor da cominação imposta na cláusula penal não pode exceder o da obrigação principal. DIREITO CIVIL 61 Notadamente, a penalidade deve ser reduzida equitativamente pelo juiz se a obrigação principal tiver sido cumprida em parte, ou se o montante da penalidade for manifestamente excessivo, tendo-se em vista a natureza e a finalidade do negócio. Resposta: A QUESTÃO 06 - 2015 – FCC - TRE-AP - ANALISTA JUDICIÁRIO - JUDICIÁRIA. Considere os seguintes efeitos: I. Subtração da responsabilidade do devedor pela conservação da coisa. Item correto, nos termos do art. 400 do CC. II. Obrigação do credor a ressarcir as despesas do devedor empregadas em conservar a coisa. Item correto, nos termos do art. 400 do CC. III. Sujeição do credor a receber a coisa pela estimação mais favorável ao devedor, se o seu valor oscilar entre o dia estabelecido para o pagamento e o da sua efetivação. Item correto, nos termos do art. 400 do CC. Quando ocorrer mora do credor, no tocante ao devedor isento de dolo, ocorrerá os efeitos indicados em a) I e II, apenas. b) I, II e III. c) II e III, apenas. DIREITO CIVIL 62 d) I e III, apenas. e) III, apenas. Resposta: B QUESTÃO 07 - 2015 – FCC - TRE-AP - ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA. Com relação às obrigações, no tocante ao pagamento, considere: I. O pagamento feito por terceiro, com desconhecimento ou oposição do devedor, não obriga a reembolsar aquele que pagou, se o devedor tinha meios para ilidir a ação. Item correto, nos termos do art. 306 do CC. II. O pagamento feito de boa-fé ao credor putativo é válido, ainda provado depois que não era credor. Item correto, nos termos do art. 309 do CC. III. É lícito convencionar o aumento progressivo de prestações sucessivas. Item correto, nos termos do art. 316 do CC. IV. Vale o pagamento cientemente feito ao credor incapaz de quitar, independentemente se o devedor provar ou não que em benefício dele efetivamente reverteu. Item errado, nos termos do art. 310 do CC. Desse modo, não vale o pagamento cientemente feito ao credor incapaz de quitar, se o devedor não provar que em benefício dele efetivamente reverteu. Está correto o que se afirma APENAS em DIREITO CIVIL 63 a) I e II. b) I, II e IV. c) II, III e IV. d) I, II e III. e) III e IV. Resposta: D QUESTÃO 08 – 2014 – FCC - TRF - 3ª REGIÃO - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA. Ricardo, terceiro não interessado, pagou dívida de seu amigo Cleiton, em seu próprio nome, antes do vencimen- to. Nesta hipótese, Ricardo. a) não poderá reembolsar-se do que pagar uma vez que não possuía interesse no pagamento da dívida sendo considerada pela legislação mero ato de liberalidade. b) poderá reembolsar-se do que pagar logo após o pagamento e independentemente do vencimento. c) poderá reembolsar-se do que pagar apenas no vencimento e também se sub-roga nos direitos do credor. d) poderá reembolsar-se do que pagar apenas no vencimento, porém não se sub-roga nos direitos do credor. e) apenas subroga-se nos direitos do credor logo após o pagamento. DIREITO CIVIL 64 Item D certo, pois conforme art. 305 do CC. O terceiro não interessado, que paga a dívida em seu próprio nome, tem direito a reembolsar-se do que pagar; mas não sub-roga nos direitos do credor. Resposta: D. QUESTÃO 09 - 2014 – FCC - PREFEITURA DE CUIABÁ – MT - PROCURADOR MUNICIPAL. Rubens celebrou contrato no âmbito do qual se comprometeu a reparar a instalação elétrica da residência de Nilce. Para o caso de não realizar o serviço no prazo, as partes estabeleceram que Rubens pagaria a Nilce 50% do valor do contrato, a título de cláusula penal. Na data em que a obrigação deveria ter sido integralmente cumprida, Rubens havia finalizado 90% dos serviços contratados. Nilce ajuizou ação postulando o pagamento de 50% do valor contratado, conforme as partes haviam estabelecido em contrato. Este valor deverá
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