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aulas 5 e 6

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AULAS 5 e 6
CROSTA TERRESTRE: UM SISTEMA DINÂMICO
Vamos entender um pouco mais sobre a dinâmica do nosso planeta?
Os processos que vamos estudar são muito lentos, em escala de centenas de milhões de anos, por isso não percebemos que eles acontecem.
Hipóteses x Teoria
Você sabe a diferença entre hipótese e teoria?
Hipóteses são suposições com base no que se conhece ou se observa.
Hipóteses devem ser testadas, o que normalmente é realizado através de experiências.
Muitas hipóteses são descartadas após as experiências!
Teorias são explicações bem fundamentadas para descrever eventos que ocorrem na natureza. Envolvem fatos, leis e hipóteses já testadas exaustivamente.
Uma teoria pode soar como uma explicação definitiva, mas pode vir a ser substituída por outra, no todo ou em parte, conforme novas pesquisas são realizadas.
AS PRIMEIRAS HIPÓTESES SOBRE A CROSTA TERRESTRE
Desde o sec. XVI se observava a coincidência existente entre o contorno dos continentes.
Observe o mapa mundi.
Evidência 1: Contorno dos continentes
Você deve ter percebido que o
 contorno dos continentes se 
 encaixa como um quebra cabeça.
Alfred Wegener lançou a 
hipótese de que no passado havia 
um só continente, que se fragmentou 
e os fragmentos se afastaram. Ao continente único deu o nome de PANGEA.
Foi criada assim a HIPÓTESE DA DERIVA CONTINENTAL.
A comunidade científica não aceitou esta hipótese porque não estabelecia nenhuma explicação para o movomento dos continentes.
Evidência 2: Fósseis
Wegener usou outras evidências além da semelhança do contorno dos continentes, como as observações paleontológicas, utilizando a localização de sítios de organismos fósseis.
Observe na figura abaixo os locais onde hoje temos sítios de fósseis de varias espécies. Estão em linha continua. Pouco provável destas espécies existirem nestes locais se os continentes fossem separados.
Curiosidade
Havia uma ave ancestral que após a separação dos continentes sofreu o processo de especiação.
Esse processo gerou 3 espécies muito parecidas em diferentes locais do planeta.
 Você vai estudar mais sobre o processo de especiação na disciplina de EVOLUÇÃO.
Evidência 3: Correspondência das Rochas
Wegener também observou a presença de rochas semelhantes nas margens dos continentes. 
Ex: os Montes Apalaches (América do Norte) x Alpes Escandinavos (Europa).
Como a Hipótese da Deriva Continental se transformou em Teoria da Tectônica de Placas
Wegener morreu em 1930, sem conseguir que sua hipótese da Deriva Continental fosse aceita no meio científico. 
O estudo do PALEOMAGNETISMO na década de 60 trouxe novas evidências.
Paleomagnetismo é o magnetismo apresentado por rochas formadas há milhões de anos.
Quando rochas ígneas cristalizam, minerais magnéticos cristalizados nos estágios iniciais do resfriamento se orientam pelo campo magnético da Terra e ficam em suspensão no magma em resfriamento. Conforme o magma cristaliza, a posição dos minerais fica mantida na rocha. O magnetismo destes cristais pode ser medido, e indica a direção do polo magnético da Terra no momento que o magma resfriou. 
A Terra possui um campo magnético invisível, que interage com tudo que está sobre sua superfície ou em seu interior. 
Se um magneto (ex: agulha de uma bússola) for colocado a flutuar livremente, o mesmo apontará para o norte magnético da Terra, e se inclinará em direção à superfície do planeta.
Próximo ao equador, o magneto ficará em posição quase horizontal
Perto do polo apontará diretamente para o mesmo, ficando quase em posição vertical.
Os polos magnéticos vão lentamente mudando de lugar, e ao longo do tempo geológico algumas vezes ocorrem inversões: O polo magnético norte vai parar onde hoje é o polo geográfico sul e vice versa.
Magnetismo terrestre
O magnetismo gerado pela rotação da Terra, forma o campo magnético em torno da mesma.
Observe na figura a relação entre o atual polo Norte Magnético e o polo Norte Geográfico.
PALEOMAGNETISMO DAS ROCHAS
Hoje o nosso polo Norte no Mapa corresponde ao polo Norte Magnético, mas isso nem sempre aconteceu.
As rochas constituintes do assoalho oceânico, no Atlântico, apresentam bandas simétricas com polaridade normal e reversa, contando assim uma história da formação do assoalho oceânico.
Observe na figura ao lado a formação de bandas com polaridade positiva (normal) e negativa (reversa)
A teoria da tectônica de placas
Após a 2ª guerra Mundial expedições oceanográficas em busca de petróleo coletaram amostras do fundo dos oceanos. 
A datação isotópica e paleontológica nos trouxe uma prova definitiva da separação dos oceanos. Observe que na região central (Dorsal Meso-Oceânica, em vermelho) as rochas são mais jovens e conforme se afastam em direção aos continentes a idade aumenta.
Teoria de tectônica de placas
Abaixo uma imagem de satélite evidenciando apenas as formações rochosas pelo relevo da crosta.
Observe a existência de uma cordilheira no centro do oceano Atlântico, a chamada Cadeia Meso Atlântica. Corresponde a margem das placas Americana e Africana em separação.
Então? Você já se convenceu que os continentes estão em movimento? Que nem sempre o mapa mundi foi como encontramos hoje?
Então cabe agora uma nova pergunta:
Como estes blocos rochosos gigantescos podem se mover?
Qual força seria capaz de gerar tal processo? Esta é a questão central na transformação da hipótese em teoria.
A explicação está a seguir
Hess e Dietz: consolidando ideias
O geólogo americano Richard Dietz consolidou a ideia da expansão do assoalho oceânico do Atlântico, e outro geólogo, Harry Hess, propôs deveria haver consumo de assoalho oceânico no Pacífico, para manter constante o diâmetro da Terra. Hess imaginou ainda que a força que gera esses movimentos é a convecção do manto terrestre, o que consolidou a Teoria da Tectônica de Placas.
A energia que movimenta as placas
Você se lembra de que o centro do planeta é formado pelo núcleo? 
O Núcleo externo é formado
 por ferro e níquel em fusão 
a temperaturas acima de
5000 oC.
Esse calor se propaga para 
as camadas superiores gerando 
energia que movimenta as
 camadas superiores.
Movimento de Convecção do Manto
Compare o calor do núcleo ao calor do fogo que aquece a água.
Na região central o calor causa a subida do material, na superfície o material mais frio tende a descer.
Assim: O manto inferior se aquece e sobe, o manto superior mais frio move-se lateralmente e desce. Gerando células de convecção.
	A crosta na superfície se move juntamente com o manto.
Mas atenção: a escala de tempo dos movimentos é bem diferente!!!!
Na panela o movimento ocorre em segundos, a água está no estado líquido
No manto o movimento se dá ao longo de milhões de anos. As rochas do manto são sólidas e se deformam como uma barra de ferro aquecida se deforma ao ser atingida por uma marreta: sem sair do estado sólido!
PLACAS TECTÔNICAS
Todos estes processos geram a formação de várias placas tectônicas na litosfera terrestre.
Observe abaixo os limites das placas. As setas indicam a direção do movimento, e os números a velocidade em cm/ano.
Movimentos nas margens das placas tectônicas
As placas tectônicas se movem gerando 3 tipos diferentes de movimentos:
MOVIMENTOS TECTÔNICOS
MOVIMENTOS DIVERGENTES 
MOVIMENTOS CONVERGENTES 
MOVIMENTO DE DESLIZAMENTO LATERAL
MOVIMENTO DIVERGENTE
Este movimento gera a separação de continentes. Ocorre no centro das células de convecção formadas no interior da Terra.
A subida do manto aquecido gera força necessária para dividir a crosta. 
Com o passar do tempo podemos ter a formação de oceanos, assim como acontece com o Oceano Atlântico.
O Atlântico atualmente “cresce” a uma taxa entre 2,3 e 8,8 cm/ano.
MOVIMENTOS DIVERGENTES
Aqui outro exemplo desse tipo de separação. 
A região do Mar Vermelho está em uma margem divergente.
Provavelmente daqui há alguns milhões de anos a África se tornará um continenteisolado da Península Arábica.
MOVIMENTO CONVERGENTE
Crosta Oceânica x Crosta Continental:
Ex: região a Oeste da América do Sul.
A placa Oceânica é mais pesada que a placa Continental e sofre o processo de subducção. 
 A subducção é a descida da placa, nesta região bolsões de magma podem surgir e cadeias montanhosas podem se elevar. 
Nesta Região temos a formação da Cordilheira dos Andes.
Cordilheira dos Andes
MOVIMENTO CONVERGENTE
Crosta Oceânica x Crosta Continental:
Ex: região a Oeste da América do Sul.
A placa Oceânica é mais pesada que a placa Continental e sofre o processo de subducção. 
Crosta Oceanica x Crosta Oceanica
O encontro de placas e a formação de cadeias montanhosas no meio do oceano podem provocar a formação de ilhas.
Ex: Ilhas do Japão
Formação de Ilhas – Hot Spots
 Hot spots ou Pontos quentes são regiões no meio do oceano onde câmaras de magma geram vulcões oceânicos. Estes ao se resfriar formam montanhas oceânicas que dão origem a ilhas.
 Como a placa tectônica se move a distância entre ilhas e sua datação podem ser usados para saber a velocidade de movimento da placa
MOVIMENTO CONVERGENTE
Crosta Oceânica x Crosta Continental:
Ex: região a Oeste da América do Sul.
A placa Oceânica é mais pesada que a placa Continental e sofre o processo de subducção. 
Crosta Oceanica x Crosta Oceanica
O encontro de placas e a formação de cadeias montanhosas no meio do oceano podem provocar a formação de ilhas.
Ex: Ilhas do Japão
Crosta Continental x Crosta Continental
O encontro de placas formam cadeias montanhosas.
Ex: Monte Everest - Himalaia
DESLIZAMENTO LATERAL
Ocorre desgaste lateral entre as placas. Não há material sendo consumido ou produzido.
Normalmente ocorre por acomodação em consequência dos demais movimentos.
Ex: Los Angeles – San Francisco
Como percebemos estes movimentos?
Estes movimentos não podem ser percebidos pelo homem. Afinal o deslocamento das placas é de 1 a 10cm/ano.
O que sentimos e percebemos são suas consequências, tais como:
Dobras e Deformações nas Rochas
Terremotos e Vulcanismos
Observe a relação entre a ocorrência de vulcanismo, terremotos, e as margens das placas
Falhas Tectônicas
Esta apresentação não substitui o material impresso da disciplina.
Se você não leu ainda as Aulas 5 e 6, leia e tire suas dúvidas com nossos tutores.

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