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História da Educação no Brasil: Da Colônia ao Império

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História da Educação no Brasil
Da Colônia ao Império (1808-1889) 
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PERÍODO JESUÍTICO (1549 · 1759)
Em 1549. Chega ao Brasil o primeiro grupo de seis padres jesuítas, chefiados por Manuel de Nóbrega juntamente com o primeiro governador·geral, Tome de Souza. Comandados pelo Padre Manoel de Nóbrega, quinze dias após a chegada edificaram a primeira escola elementar brasileira..
O mais conhecido e talvez o mais atuante foi José de Anchieta por sua quantidade de obras, incluindo uma gramática em Tupi: Arte de gramática da língua mais usada na costa do Brasil e a fundação do colégio de São Paulo, em 1554.
O ideal jesuítico era alem de tudo a propagação da fé e assim como toda a Cia. de Jesus usavam como método de ensino o Ratio Studiorum. 
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No Brasil o objetivo estava tanto em converter os indígenas quanto manter os colonos na fé cristã, as escolas não se limitavas as primeiras letras havia o empenho em preparar o filho do colono para da continuidade aos estudos fora da colônia, bem como formar novos padres para a missão.
Apesar de seguir o modelo do Ratio Studiorum algumas adaptações tiveram que ser feitas para atender as especificidades da colônia. O Brasil não contava com o corpo burocrático que o Ratio possuía na Europa o que obrigava um acúmulo de funções para o professor jesuíta. 
 Em 1760 os Jesuítas são expulsos do Brasil.
PERÍODO JESUÍTICO (1549 · 1759)
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PERÍODO POMBALINO (1760 – 1808)
A educação jesuítica não convinha aos interesses comerciais emanados por Pombal, ou seja, se as escolas da Companhia de Jesus tinham por objetivo servir aos interesses da fé, Pombal pensou em organizar a escola para servir aos interesses do Estado.
No momento da expulsão os jesuítas tinham 25 residências, 36 missões e 17 colégios e seminários, além de seminários menores e escolas de primeiras letras instaladas em todas as cidades onde havia casas da Companhia de Jesus. 
A educação brasileira, com isso, vivenciou uma grande ruptura histórica num processo já implantado e consolidado como modelo educacional.
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Através do alvará de 28 de junho de 1759 Pombal criava as aulas régias de Latim, Grego e Retórica além de criar o cargo de "Diretor de Estudos”.
 Cada aula régia era autônoma e isolada, com professor único e uma não se articulava com as outras.
 Os professores eram geralmente mal preparados, já que eram improvisados e nomeados por indicação de bispos e se tornavam "proprietários" vitalícios de suas aulas régias
Para a manutenção dos ensinos primário e médio instituiu- se o "subsídio literário” uma taxação sobre alguns produtos alimentícios, contudo esse imposto não era cobrado regulamente e os professores ficavam longos períodos sem receber.
PERÍODO POMBALINO (1760 – 1808)
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Período Imperial (1808-1889)
1808- vinda da família real para o Brasil;
1817- Insurreição Pernambucana;
1822- Independência do Brasil;
1822- Primeiro Reinado até 1931 (D. Pedro I);
Constituição de 1824: quatro poderes (Executivo, Legislativo, Judiciário e Moderador) Imperador nomeia os presidentes das províncias; Legislativo: Senado (vitalício) e Câmara dos Deputados (eleição indireta, com voto censitário)
1840- Segundo Reinado até 1889 (D. Pedro II);
1864- Guerra do Paraguai até 1870;
1888- Lei Áurea (abolição da escravatura);
1889- proclamação da República.
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Contexto Histórico Mundial
A Revolução Industrial altera a fisionomia do mundo do trabalho;
A era das máquinas modifica as relações de produção, com seu sistema fabril em grande escala e necessidade de divisão do trabalho;
Estradas são construídas;
Surgem ferrovias e navio a vapor;
Novas fontes de energia - petróleo e eletricidade;
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Cidades grandes com massa trabalhadora;
A partir de 1870, aumento vertiginoso da produção modifica a capitalismo - moderno capitalismo dos monopólios;
Fase do imperialismo colonialista;
Contraste entre riqueza e pobreza;
Consolidação do poder da burguesia;
A partir de 1848 a burguesia instala seu poder por toda Europa;
Contexto Histórico Mundial
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Surgem os movimentos sindicais;
O século XIX marca a independência das colônias espanholas e portuguesa (Brasil);
Pensamento filosófico marcado pelos ideais do Positivismo (Comte) e teorias socialistas (Marx).
Hegemonia mundial inglesa na área econômica amplia-se com a conquista de novos mercados.
A França, sob o comando de Napoleão Bonaparte, passava a lutar pelo domínio de outros países, inclusive Portugal.
Contexto Histórico Mundial
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Contexto Histórico Brasileiro
Devido aos atritos entre a coroa portuguesa e Napoleão, a família real se muda à colônia, em 1808;
Rio de Janeiro precisa se adaptar rapidamente;
Brasil passa por modificações consideráveis - abertura dos portos, imprensa, museu, biblioteca, academias;
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PERÍODO JOANINO (1808-1821)
O resultado da Reforma Pombalina foi que, no princípio do século XIX (anos 1800...), a educação brasileira estava reduzida a praticamente nada. O sistema jesuítico foi desmantelado e nada que pudesse chegar próximo deles foi organizado para dar continuidade a um trabalho de educação. 
Esta situação somente sofreu uma mudança com a chegada da família real ao Brasil em 1808.
Alem das adaptações administrativas necessárias, houve um incremento nas atividades culturais, antes proibidas. A colônia finalmente começava a romper com o pacto colonial,
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		A presença da corte portuguesa no Brasil, com todo o seu aparato, propiciou o desencadeamento de transformações na Colônia. Neste processo, foram abertos os portos brasileiros ao comércio exterior e criadas várias inovações no campo cultural:
Academia Real da Marinha (1808)
Academia Real Militar (1810)
Academia Médico-cirúrgica da Bahia (1808)
Academia Médico-cirúrgica do Rio de Janeiro (1809)
Imprensa Régia -1808 (até então as publicações eram proibidas)
Biblioteca Nacional (1810);
Jardim Botânico -1810 (estudo de Botânica e Zoologia)
Museu Real (1818) – depois Museu Nacional
PERÍODO JOANINO (1808-1821)
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PERÍODO JOANINO (1808-1821)
1808- É fundado uma escola de educação, onde se ensinavam as línguas portuguesa e francesa, Retórica, Aritmética, Desenho e Pintura. É criada a Academia de Marinha, no Rio de Janeiro. São criados cursos de cirurgia no Rio de Janeiro e na Bahia. É criada uma cadeira de Ciência Econômica, na Bahia, da qual seria regente José da Silva Lisboa, o futuro Visconde de Cairu.
1810- Desfazendo·se de seus próprios livros (60.000 volumes), trazidos de Portugal, D. João funda a nossa primeira biblioteca. 
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PERÍODO JOANINO (1808-1821)
No século XIX não há política de educação sistemática - mudanças para resolução de problemas imediatos;
Criados cursos para atender as novas necessidades: Academia Real da Marinha (1808), Academia Real Militar (1810), Cursos médico-cirúrgicos (1808), Cursos Avulsos - economia, agricultura, Cursos Jurídicos (1827);
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A ênfase está no Ensino Superior;
Descaso com outros níveis de educação;
Ainda assim, cursos superiores permanecem isolados, não havendo a formação de universidades;
Educação - elitista e aristocrática;
Enobrecimento da educação - distância do trabalho físico (escravo) do erudito;
Ensino elementar e médio se arrastam por todo o século XIX de forma desagregada.
PERÍODO JOANINO (1808-1821)
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PERÍODO JOANINO (1808-1821)
1812- São criados cursos de Agricultura na Bahia. É criada a escola de serralheiros, oficiais de lima e espingardeiros, em Minas Gerais.  É criado o laboratório de química no Rio de Janeiro.
1816- É criada a Escola Real de Ciências, Artes e Ofícios
1817· É criado um curso de química na Bahia
1818· Surge um curso de desenho com o objetivo de "beneficiar muitos ramos da indústria“. É criado o Museu Nacional no Rio de Janeiro.
1820· A Escola Real de Ciências, Artes e Ofícios muda para Real Academia de Pintura, Escultura e Arquitetura Civil e depois para Academia de Artes.
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Não há currículo mínimo,
escolha de disciplinas é aleatória, não há exigências de se completar um curso para se iniciar outro;
São as exigências do ensino superior que irão determinar as disciplinas do ensino médio - preparação à faculdade;
Ensino Médio: 1º) professores particulares, em aulas avulsas; 2º) Liceus provinciais.
PERÍODO IMPERIAL (contexto histórico)
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Com enfraquecimento econômico e político de Portugal em contradição com a política econômica internacional, a independência brasileira foi conquistada em 1822, com base em acordos políticos da classe dominante, composta da camada senhorial brasileira, que entrava em sintonia com o capitalismo europeu.
A Assembléia Constituinte e Legislativa instalada após a proclamação da Independência para legar nossa primeira Constituição, iniciou os trabalhos propondo uma legislação particular sobre a instrução, com o objetivo de organizar a educação nacional.
A Constituição outorgada em 1824, que durou todo o período imperial, destacava, com respeito à educação: “A instrução primária é gratuita para todos os cidadãos.” 
PERÍODO IMPERIAL (contexto histórico)
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PERÍODO IMPERIAL (1822 – 1888)
No primeiro reinado há dificuldade de sistematização da educação elementar. A sociedade era predominantemente agrária e não havia interesse das elites com a educação popular.
Ensino era propedêutico, isto é voltado para aos interesses do ingresso nos cursos superiores.
Em 1822 o Decreto de 1o de março criava no Rio de Janeiro uma escola baseada no método lancasteriano ou de ensino mútuo. Ou seja, somente um professor para cada escola.
A Constituição, outorgada pela Assembléia Constituinte, dizia, no seu artigo 179, que a instrução primária era gratuita a todos os cidadãos.
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Educação no Primeiro Reinado
Primeiro projeto de Constituição: “Haverá no império escolas primárias em cada termo, ginásios em cada comarca e universidades nos mais apropriados locais”
Constituição de 1824: garantia da “instrução primária gratuita a todos os cidadãos” e “criação de “Colégios e Universidades, onde serão ensinados os elementos das ciências, belas artes e artes.”
1828 – Lei que cria as Câmara Municipais e atribui-lhes a função de inspeção sobre as escolas de primeira letras, bem como pela educação e destino dos órfãos
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Lei de 15 de outubro de 1827 – primeiro instrumento legal importante para a educação - determina que se criem as escolas de primeiras letras que forem necessárias em todas as vilas, cidades e lugares
Define o método de ensino a ser adotado: o ensino mútuo ou Método Lancaster¹.
Prevê forma de provimento de professores, ordenados e capacitação
¹ Criado por Joseph Lancaster também conhecido como Ensino Mútuo ou Monitorial, teve como objetivo ensinar um maior número de alunos, usando pouco recurso, em pouco tempo e com qualidade. Nesta metodologia não se esperava que os alunos tivessem “originalidade ou elucubração intelectual” na atividade pedagógica, mas disciplinarização mental e física.
Educação no Primeiro Reinado
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Reforma do Ensino (1834): poder central promove e regulamenta o ensino superior, e as províncias promovem à educação elementar e secundária - descentralização do ensino;
Educação da elite - Cargo da coroa;
Educação do povo - Cargo das províncias;
Fracionamento da educação, sem eixo unitário - dualidade de sistemas;
Educação no Primeiro Reinado
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Reforma do Ensino: Ato adicional de 1834 
Províncias: responsabilidade pela educação elementar e secundária
Poder central: Educação Superior e no município da corte
Criação das primeiras Escolas Normais em Niterói (1835), na Bahia (1836), no Ceará (1845), em São Paulo (1846)
Criação do Ateneu do Rio Grande do Norte (1825), os Liceus da Bahia e da Paraíba (1837), o Colégio Pedro II (1837)
Em 1840, existiam 441 escolas primárias e 59 cadeiras de latim
Educação no
Primeiro Reinado
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EDUCAÇÃO NO SEGUNDO REINADO
Em 1826 um decreto criava as escolas primárias, Liceus, Ginásios e Academias.
Em 1827 um projeto de lei propunha escolas para meninas, seleção para nomeação de professores e escolas primárias em todas as vilas do império.
Em 1834 a educação primaria e secundária fica a cargo de cada província, se por um lado isso permitiu a criação de vários colégios por mostrava o caráter descentralizado da educação brasileira. 
 Em 1872 O Brasil contava com uma população de 10 milhões de habitantes e apenas 150.000 alunos matriculados em escolas primárias. O índice de analfabetismo era de 66,4%.
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Em 1837 fundado Colégio D. Pedro II, a cargo da coroa - padrão de ensino;
Único autorizado a realizar os exames necessários, indispensáveis ao acesso aos cursos superiores.
EDUCAÇÃO NO SEGUNDO REINADO
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Segundo Reinado: consolidação do Império – época de férteis realizações
Volta dos jesuítas - 1842
Criação da Inspetoria Geral da Instrução Primária e secundária do município da Corte - 1854
Estabelecimento de normas para o exercício da liberdade de ensino e de um sistema de preparação do professor primário - 1854
Criação do ensino para cegos e surdo-mudos – 1854 e 1856
Criação do Liceu de Artes e Ofícios - 1856 (iniciativa privada)
Escolas Normais trouxeram uma pequena melhora no ensino: instabilidade
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Entre 1860 e 1890: iniciativa particular se organiza - colégios católicos jesuítas são inaugurados (Colégio Catarinense em Florianópolis e a Escola de Latim em Porto Alegre);
Educação leiga (desorganizada e em nº reduzido) e educação particular e religiosa;
Grande parte da população é analfabeta;
Educação não é meta prioritária;
No Recife, em 1873, um colégio jesuíta é fechado pela hostilidade da maçonaria e do imperador D. Pedro II.
EDUCAÇÃO NO SEGUNDO REINADO
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Ensino técnico é precário;
Descaso pela educação popular e profissional;
Educação feminina: desperta algum interesse apenas no final do século; maioria das mulheres vivia em situação de dependência e inferioridade;
EDUCAÇÃO NO SEGUNDO REINADO
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Famílias mais abastadas - cuidavam da instrução de suas mulheres - noções de leitura, prendas domésticas, boas maneiras;
Escolas religiosas - se ocupam da educação feminina;
Mesmo as escolas normais, logo que surgiram, eram destinadas aos rapazes; só em 1876 foi criada sua seção feminina;
EDUCAÇÃO NO SEGUNDO REINADO
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1854 – Reforma Couto Ferraz –Definia os requisitos necessários ao exercício do magistério primário: ser brasileiro, maior, ter moralidade e capacidade profissional. 
1878 - Reforma Leôncio de Carvalho -Instituiu a liberdade de ensino, o que possibilitou o surgimento de colégios protestantes e positivistas.
1878 - Projeto para a criação de cursos noturnos para adultos analfabetos, no Município da Corte 
Não se efetivou a distribuição racional da escolas pelo território nacional
Apenas 10% da população tem acesso à escola
Final do Império
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Final do Império
Na última parte do século ocorreu surto industrial, fortalecimento da burguesia urbana, política imigratória, abolição da escravatura, queda da monarquia e proclamação da República;
Ideologicamente, a ideologia católica enfrenta oposição do positivismo e ideologia liberal leiga - libertação dos escravos e proclamação da República;
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Na educação, positivismo intensifica a luta pela escola pública, leiga e gratuita - Benjamin Constant, Luis Pereira Barreto, Miguel Lemos e Teixeira Mendes;
No fim do Império, apesar das esperanças, a educação continua em situação muito precária.
FIM!!!
Final do Império
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Referências: 
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. História da Educação São Paulo: Editora Moderna Ltda. 1992
HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO NO BRASIL http://www.pedagogiaemfoco.pro.br/heb02.htm
PILETTI, Nelson, História da Educação no Brasil. 6. ed. São Paulo: Ática, 1996.
RIBEIRO, Maira Luiza S. História da Educação Brasileira: a organização escolar. 12. Ed. São Paulo: Cortez, 1992.

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