Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
LEGISLAÇÃO TRABALHISTA FACILITADOR : JUNIOR 1. ESTUDO HISTORICO DA RELAÇÃO DE TRABALHO NO BRASIL: 1.1. O trabalho livre e assalariado no Brasil se iniciou com a abolição da escravidão no Brasil em 1888. Nesse momento as relações eram ruins provocando as primeiras discussões trabalhistas em nosso país. O Brasil sempre foi muito atrasado nas relações trabalhistas, o que fez com que nessa época aparecer as primeiras organizações trabalhistas no Brasil, o que podemos dizer que foram os primeiros sindicatos. 1.2. As primeiras normas trabalhistas surgiram a partir da ultima década do século XIX, foi o caso da Lei 1.313 de 1891 que regulamentou o trabalho dos menores de 12 a 18 anos. 1.3. Em 1912 foi fundada a CTB (Confederação Brasileira do Trabalho) – Com o objetivo de reunir as reivindicações dos operários daquela época, tais como: jornada de trabalho de oito horas, fixação do salário mínimo, indenização para acidentes, contratos coletivos ao invés de individuais (com a reforma trabalhista aprovada pelo congresso em 2017, isso muda um pouco. O contrato individual passa a vigorar com mais força, mas iremos analisar em ponto mais a frente), dentre outros; 1.4. Getulio Vargas criou o Ministério do Trabalho, Indústria e Comercio. Com a constituição de 1934 se tratou do Direito do Trabalho no Brasil. Essa nossa primeira constituição assegurou a liberdade sindical, salário mínimo, jornada de oito horas, repouso semanal, férias anuais remuneradas, proteção do trabalho feminino e infantil e isonomia salarial; Nessa constituição se falou pela primeira vez em Justiça do Trabalho; 1.5. A necessidade de se reunir em único texto as regras trabalhistas se editou em 1943 O Decreto Lei 5.452 de 1 de Maio de 1943 (A Chamada Consolidação das Leis Trabalhistas – CLT). Após o golpe de 1964 a classe trabalhista perdeu vários direitos que foram resgatados com o fim da Ditadura Militar e advento da Constituição de 1988 que dentre outras, restabeleceu o direito de greve, e a livre associação sindical e profissional. Nosso estudo ira se basear mais forte a partir desse momento, onde a CLT ganhou mais força ainda e também na Reforma Trabalhista aprovada em Julho de 2017, alterando vários pontos desse Decreto Lei. A Reforma Trabalhista adveio do Projeto de Lei 6.787/2016 e foi transformada na Lei Ordinária 13.467/2017 de 13/07/2017. 2. CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS TRABALHISTAS – CLT (DECRETO LEI 5.452 DE 01 DE MAIO DE 1943. DIREITO DO TRABALHO: É o conjunto de princípios, regras e instituições atinentes a relação de trabalho subordinado e situações análogas, visando assegurar melhores condições de trabalho e sociais ao trabalhador, de acordo com medidas de proteção que lhes são destinadas. Tipos de trabalhadores: Subordinados, autônomo e domestico. ASPECTOS DO DIREITO DO TRABALHO: a) Subjetivos – Especificam os tipos de trabalhadores, alguns autores entendem que as relações do direito do trabalho atendem a todos os trabalhadores, outros apenas aqueles subordinados; b) Objetivos – Nesse caso não se trata do sujeito do Direito (Empregado e empregador) e se as relações entre os dois sujeitos. Alguns dizem que essas relações compreendem apenas quando se fala de subordinação e outros dizem que vale para todos os trabalhadores; c) Mistos – Abrange as pessoas e o objeto. A Maioria das regras da relação objetiva entre empregado e empregador está relacionada na Consolidação das Leis Trabalhistas (Decreto Lei 5.452 de 01 de Maio de 1943). Além de aspectos objetivos e subjetivos existem no direito do trabalho as Instituições. O Estado é o maior criador de normas do Direito do Trabalho, o Ministério Público é responsável por editar as portarias, resoluções, instruções normativas etc. A Justiça do Trabalho julga os casos referentes a questões trabalhistas. O Direito do Trabalho de divide em Individual e Coletivo. DIREITO INDIVIDUAL: É o seguimento do Direito do Trabalho que estuda o contrato individual do trabalho e as regras gerais ou normativas a ele aplicáveis. Estuda a relação individual do trabalho e não as relações coletivas. No individual são tratadas regras de natureza privada, contratuais, ou decorrente de contrato de trabalho mantido entre empregado e empregador. Constata a incidência das leis coletivas no contrato individual. Como o Direito Individual estuda as relações do contrato individual de trabalho entre empregador e empregado. Vamos analisar o que significa cada participante desse contrato de trabalho. EMPREGADOR Na pratica empregador e o patrão, o empresário, dono da empresa, etc. O Art. 2 da CLT diz que o empregador: “Considera-se empregador a empresa, individual ou coletiva, que, assumindo os riscos da atividade econômica, admite, assalaria e dirige a prestação pessoal do serviço.” O §1 do mesmo artigo considera empregador também os profissionais liberais, as instituições de beneficência, as associações recreativas ou outras instituições sem fins lucrativos que admitem trabalhadores como empregados. Toda a atividade empresarial, diferentemente das atividades artesanais e familiares, tem como principal objetivo o lucro e o Direito do Trabalho vem para não deixar que as empresas em prol desse lucro tenham tratamento desumanos com os seus colaboradores. Vale ressaltar que muitos trabalhadores agem de maneira errada, usando como escudo alguns aspectos da legislação trabalhista em vigor que de fato vem de uma época aonde as relações trabalhistas são bem diferentes das relações de hoje. Os empregadores fazem parte dos aspectos subjetivos do Direito do Trabalho, pois se trata de um dos sujeitos da relação. Os empregadores podem ser pessoa jurídica ou física. Não confundir a empresa com o empregador. A empresa faz parte dos aspectos objetivos, não se trata do sujeito e se do meio, a empresa é o ambiente físico (moveis, finalidade, lucro, etc). Essa relação também e tratada no Direito do trabalho, o meio físico destinado ao s trabalhadores para exercerem suas atividades. Diz respeito a equipamentos de segurança, ambiente saudável não insalubre, local especifico de trabalho, etc. Os aspectos objetivos que regulam o ambiente físico levam em consideração a Natureza Jurídica de cada empresa (que se relaciona com o empregador). A relação de trabalho nesse caso leva em consideração a função, a atividade econômica da empresa. Essa relação trabalhista se subordina a vários interesses: Dos proprietários, dos administradores, dos empregados, da comunidade, do Estado, etc. A empresa (Pessoa Jurídica) é sujeito do Direito do Trabalho tendo a certeza que a empresa é algo que foi feito para durar por tempo indeterminado. ESPECIE DE EMPREGADOR Temporário – Pessoa física ou jurídica urbana, cuja atividade cuja atividade consiste em colocar a disposição de outras empresas, temporariamente, trabalhadores devidamente qualificados, por elas remunerados e assistidos. Não é permitida a assinatura de trabalho temporário no meio Rural, uma vez que por lei o trabalho temporário e urbano. Solidariedade: A solidariedade existente entre a empresa de trabalho temporário e a tomadora dos serviços é parcial, pois se verifica em caso de falência da primeira (art. 16 da Lei n. 6.019/74 - Art. 16 - No caso de falência da empresa de trabalho temporário, a empresa tomadora ou cliente é solidariamente responsável pelo recolhimento das contribuições previdenciárias, no tocante ao tempo em que o trabalhador esteve sob suas ordens, assim como em referência ao mesmo período, pela remuneração e indenização previstas nesta Lei. ) e para efeito de remuneração e indenização. Rural - É todas pessoa física ou jurídica que tem sob sua responsabilidade empregado rural (pessoa física) trabalhando de forma não eventual, permanente outemporário em propriedade rural ou prédio rústico (é o prédio ou a propriedade imobiliária situado no campo ou na cidade que se destine à exploração agroeconomica. É um prédio que não tem por exemplo, água encanada, luz elétrica, gás, esgoto, asfalto) ). Esse trabalhador fica sobre a dependência do empregador e sob salário. O que determina o trabalho rural não é ele esta no campo. O ambiente de trabalho pode ser na zona urbana, porém, o trabalho desenvolvido deve ser agroeconomico, de agricultura ou pecuária. Domestico – É a pessoa ou família que, sem finalidade lucrativa, ad ite empregado domestico para lhe prestar serviço de natureza continua para seu âmbito residencial. Não pode, por tanto, o empregador domestico ser pessoa jurídica nem ter atividade lucrativa. EMPREGADO De acordo com o Art. 3 da CLT (Decreto Lei 5.452 de 01/05/1943) – “Considera-se empregado toda pessoa física que presta serviços de natureza não eventual empregador, sob a dependência deste e mediante salário”; Pessoa física (personalidade) – O trabalhador não poderá fazer-se substituir por outro trabalhador para que o serviço seja realizado; Natureza não eventual – Nessa relação não existe eventualidade, o trabalho é prestado de maneira continua e periódica; Com dependência – O serviço é prestado com todo o aparato do empregador: Ambiente físico, ferramentas, instruções, métodos, ordens, equipamentos de segurança, etc; Mediante salário – Com pecúlio; Serviço efetivo: É o período em que o empregado esteja a disposição do empregador, aguardando ou executando ordens. A todo trabalho de igual valor corresponde salário igual, sem distinção de sexo (Art. 5 da CLT); Não se distingue entre trabalho realizado no estabelecimento do empregador e o executado no domicilio do empregado, desde que esteja caracterizada a relação de emprego (art. 6 da CLT). CONTRATO DE TRABALHO ENTRE OS SUJEITOS DO TRABALHO CONCEITO – Contrato Individual de Trabalho - (Art. 442 da CLT) – Contrato Individual de Trabalho é o acordo tácito (não formalmente expresso) ou expresso, correspondente à relação de emprego. O mesmo contrato poderá ser verbalmente ou por escrito, por prazo determinado ou indeterminado. 1. Contrato por prazo determinado – De acordo com o tempo de duração. É o tipo de contrato com prazo para ser encerrado. Geralmente são utilizados nos casos de serviços que possuem características transitórias. Possui prazo máximo de dois anos e quando são prorrogados por mais de uma vez se transformam em contrato por prazo determinado. (art. 443, §2); 2. Contrato de experiência – Tem como função verificar as habilidades do empregado e mostrar ao mesmo as vantagens oferecidas pelo empregador. Para esse contrato o tempo é de até 90 dias, apenas com um prorrogação nesse período. Ao final dos 90 dias esse contrato passa a ser por tempo determinado. Observação: Ao final desse contrato de experiência, caso o mesmo chegue ao fim, não existe a figura da multa rescisória e nem do aviso prévio. 3. Contrato por prazo indeterminado - Tipo de contrato sem prazo para terminar. É necessário que haja a anotação na CTPS em até 48hs, mesmo no caso de contrato de experiência. Suspensão do Contrato de Trabalho – São situações quando o empregado deixa de prestar serviços a empresa. Esse período não e considerado tempo de trabalho, assim, ele também não receberá salário. Isso ocorre nos casos de: aposentadorias por invalidez (art. 475 da CLT), doença (art. 476 da CLT), cursos de qualificação (art. 476-A da CLT), etc. Interrupção do contrato de trabalho – As interrupções no contrato acontecem quando um funcionário deixa de trabalhar por um período. Ele não prestará serviços, mas mesmo assim receberá salário. Exemplo de casos onde isso ocorre: Férias, falecimento do cônjuge, alistamento militar, afastamento por doença (no máximo 15 dias), casamento civil, etc; Alteração do contrato – O contrato somente poderá ser alterado nas seguintes condições: Ambas as partes tem o conhecimento da mudança, por determinação de lei, quando o funcionário muda de cargo ou é promovido; Rescisão do Contrato de Trabalho – Existem muitas situações em que ocorre a rescisão do contrato de trabalho e ela pode ser feita tanto por iniciativa do empregado como do empregador. No caso do empregado, ocorre o pedido de demissão e quando ocorre a demissão por parte do empregador, ela poderá ser sem justa causa (por termino de contrato determinado) ou com justa causa (se o empregado cometer falta grave no trabalho , a empresa não terá obrigação de pagar alguns benefícios a ele, como férias proporcionais, por exemplo). a) Pedido de demissão – Acontece quando o empregado decide sair da empresa, assim deverá comunicar com antecedência de 30 dias de antecedência ao empregador. Nesses casos ele não receberá seguro desemprego ou multa de 40% sobre o FGTS e nem o saldo de FGTS. Caso o empregado não queira cumprir o aviso o empregador terá a faculdade de descontar ou não de forma pecuniária. Observação: Caso o empregado tenha uma carta de uma outra empresa provando que o mesmo já esta empregado, existe jurisprudência de que não é permitido o desconto do aviso prévio por parte do empregador. Mas isso não é lei e apenas jurisprudência. b) Demissão sem Justa causa – Quando se da o fim do contrato de trabalho por parte do empregador, onde o empregado deverá ser indenizado e o funcionário deverá receber seus direitos: a) Aviso prévio – Pela nova legislação o aviso prévio do empregador para o empregado deverá ser cumulativo, ou seja, se o funcionário tiver menos de um ano de CTPS registrada naquela empresa, o mesmo terá 30 dias corridos de aviso prévio e a cada um completo aumenta-se 3 dias no somatório desse aviso (Lei 12.506 de 11/10/2011). Esse aviso ele pode ser trabalhado ou indenizado. Trabalhado quando o empregado cumpre o aviso prévio trabalhando; Indenizado quando o empregador não quer que o empregado cumpra o aviso trabalhando e o mesmo é obrigado a indenizar de forma pecuniária. b) Multa Rescisória – A multa rescisória paga pelo empregador é de 50% do valor devido de FGTS depositado em nome do funcionário (recolhido pela GRRF). Desse valor 10% vão para os cofres da União e 40% são pagar ao funcionário demitido sem justa causa, como forma de indenização. C) Décimo terceiro salário, férias e 1/3 das férias devidas. c) Demissão por justa causa - Art. 482 da CLT – A demissão por justa causa é quando o empregador comete falta grave. Nesses casos o empregado perde o direito a indenização (40% do FGTS), saque do FGTS e Seguro desemprego. São motivos para justa causa: 1. Ato de improbidade (ação desonesta) – Pratica de ato desonesto, ilícito; 2. Incontinência de conduta ou mau procedimento; 3. Negociação habitual por conta própria ou alheia sem permissão do empregador, e quando constituir ato de concorrência à empresa para a qual trabalha o empregado, ou prejudicial ao serviço; 4. Condenação criminal do empregado, passada em julgado, caso não tenha havido suspensão da execução da pena; 5. Desídia (evitar qualquer esforço físico ou moral, ociosidade, preguiça) no desempenho das funções; 6. Embriaguez habitual ou em serviço; 7. Violação dos segredos da empresa; 8. Ato de indisciplina ou insubordinação; 9. Abandono de emprego (por mais de 30 dias e com pelo menos 3 cartas registradas do empregador para o empregado, solicitando a sua presença no local de trabalho); OBRIGAÇÕES TRABALHISTAS O ato de contratar empregados pode ser realizado por todas as empresas (pequenas, médias ou grandes). Para que tudo ocorra bem durante e depois do período em que o empregado presta seus serviços para o empregador os empreendedores e administradores devem ter a maior atenção as obrigaçõestrabalhistas. Na CLT e em legislações especificas estão descritas todas as obrigações trabalhistas que o empregador tem para com os empregados, são elas: 1. Salário; 2. Jornada de Trabalho; 3. Faltas Justificadas; 4. Férias e 1/3 das mesmas; 5. Décimo Terceiro salários; 6. Aviso prévio; 7. FGTS; 8. Salário Família; 9. Estabilidade; Vamos agora analisar a base legal e as especificidade de cada Obrigação Trabalhista: SALARIO É o valor dado pelo empregado para o trabalhador que cumprir a sua jornada de trabalho. Essa remuneração varia de acordo com o que foi definido em contrato de trabalho e, geralmente é representado pelo salário base (salário estipulado em assembléia, geralmente pelos sindicatos), além das comissões, vale transporte, gratificações e outros benefícios. No Brasil pela CF de 1988 no seu Art. 7, IV constituiu o salário mínimo (“Art. 7 – São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem a melhoria de sua condição social... IV – salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado,capaz de atender a suas necessidades vitais básicas e as de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhes preservem o poder aquisitivo”). Tipos de salário - Pró-labore – Valor pago a sócio de empresa, não existe regras, o valor e a forma de pagamento é estabelecido em assembléia pelos sócios dessa empresa; Remuneração - Somo do salário com outros benefícios, tais como gratificações, horas extras, etc; Salário – Valor recebido referente a serviços mediante jornada de trabalho, o aumento tem como base esse valor; Salário Misto – Quando o funcionário recebe valores fixos e variáveis; JORNADA DE TRABALHO A duração normal do trabalho, para os empregados em qualquer atividade privada, não excederá de oito horas diárias e quarenta e quatro horas semanais, desde que não seja fixado expressamente outro limite (em lei, convenção, etc) Art. 58 da CLT. Essas horas devem está registradas em um documento que pode ser chamado de folha de ponto para controle de horas. Nesse controle serão anotados horas de entrada, saída e intervalos. Qualquer hora trabalhada além dessa quantidade estipulada na CLT (sem levar em consideração diferenças entre categorias, que são estabelecidas em lei ou em convenções) é denominada de horas extras. Tais horas extras são pecuniariamente maiores que as horas normais. O empregado só pode trabalhar no Maximo 02 (duas) horas a mais por dia (art. 59 da CLT). Caso essas horas aconteçam de segunda á sábado ela possui um aumento mínimo de 50% (algumas convenção podem estabelecer outros valores, porém, conforme legislação, nunca inferior a 50%), acontecendo em dia de domingos ou feriados esse acréscimo será de 100%. As horas extras precisam ser calculadas de acordo com o salário recebido e com as horas trabalhadas. Para isso, deve-se começar por encontrar o valor do seu salário hora. Assim se sua jornada normal é de 44 horas semanais durante 06 dias, divida 44 por 06 e multiplique por 30 (dias do mês). Isso dará um total de 220 horas de trabalho por mês. A seguir divida seu salário por esse valor e terá o valor do seu salário/hora... Veja o exemplo: Um funcionário recebe um salário de R$ 2.000,00/mês. Qual será o seu salário hora? R$ 2.000,00/220 = R$ 9,09/hora. Observação: Os menores de idade não podem fazer horas extras (menor aprendiz, treineer, etc.)., Todo funcionário terá direito ao Descanso Semanal Remunerado (DSR) – É o tempo de descanso ou folga remunerada dada ao funcionário que não trabalhará nesse dia. Esse período é equivalentes a 24hs corridas.E para que ele exista o funcionário terá que trabalhar toda a sua jornada ou completar a carga horária, também não poderá ter faltas injustificadas. Na maioria dos funcionários o DSR coincide com o Domingo, porém, os empregados que trabalha por regime de escala, plantão, etc, podem eventualmente ter esse DRS em outro dia da semana. O DSR deve ser calculado sobre as horas extras também. Para esses cálculos a formula é a seguinte: DSR = (Valor das Horas Extras x Domingos e feriados)/dias úteis do mês Observação: Sábado é considerado dia útil. Adicionais – Existem alguns horários, atividades e locais de trabalho que, por lei, exigem valores adicionais ao trabalho, são eles: Adicional Noturno, adicional de insalubridade e adicional de periculosidade. Vamos falar um pouco de cada um deles: Adicional Noturno (Art. 73 da CLT) – Quando o empregado realiza trabalho noturno, ele deverá receber um adicional noturno. Os menores de 18 anos são proibidos de exercerem trabalhos noturnos. Pela CLT a hora noturna será contabilizada desde que a jornada de trabalho seja realizada das 22hs de um dia até ás 05hs do dia seguinte, tendo um acréscimo de no mínimo 20% sobre a remuneração normal (existem algumas convenção que estabelecem percentuais maiores). Adicional de Insalubridade (Art. 189 até 197) – Adicional de insalubridade é um instrumento legal de compensação ao trabalhador por períodos de trabalho exposto a agentes nocivos, com potencial para prejudicar a sua saúde de alguma forma. O Ministério do Trabalho através das Normas Regulamentadoras NR-15 determina quais são os riscos passiveis de gerar benefícios: 1. Ruído continuo e de impacto; 2. Calor e frio; 3. Radiações ionizantes e não ionizantes; 4. Condições hiperbáricas (Condição de pressão anormal ou seja pressão maior que a pressão atmosférica. Exemplo: Profissão de mergulhador); 5. Umidade; 6. Agente químico; 7. Poeiras minerais; 8. Agentes biológicos. O adicional de insalubridade pode variar de acordo de risco da mesma, podendo variar de 10% (grau mínimo), 20% (grau médio) e 40% (grau Maximo). No art. 197 a CLT aponta a base de calculo como sendo o salário mínimo da região, porém, existem jurisprudências que determinam como base de calculo o salário do trabalhador, ou até mesmo o salário base da categoria. Para saber qual grau corresponde cada atividade deve-se consultar os anexos da NR-15. Adicional de periculosidade (art. 193 da CLT) - O conceito de periculosidade é diferente do conceito de insalubridade, pois na periculosidade o trabalhador não fica exposto diretamente e constantemente ao agente nocivo, embora exista a possibilidade de se ferir ou morrer em decorrência da sua atividade. As atividade perigosas aprovadas pelo Ministério do Trabalho são abordadas pela NR-16. Atividades perigosas de acordo com a NR-16: Inflamáveis, explosivos, energia elétrica e roubos ou outras espécies de violência física nas atividades profissionais de segurança pessoal ou patrimonial. O percentual mínimo para a periculosidade é de 30%, podendo ser maior dependendo de convenção coletiva estabelecida pelas categorias de trabalho. FALTAS JUSTIFICADAS As faltas são as ausências dos empregados ao trabalho (seja ele em local fixo ou não). Essas faltas, por lei, podem ser justificadas ou não. Existem casos obrigatórios, onde as empresas são obrigadas a abonar essas faltas (art. 473 da CLT). São elas: Falecimento de cônjuge, ascendentes, descendentes ou irmão sob dependência econômica do mesmo (comprovada). 2 (dois) dias consecutivos Casamento 3 (três) dias consecutivos Nascimento do Filho Até 5 dias Doar sangue voluntariamente 1 dia em cada 12 meses Serviço Militar Indeterminado Prova de vestibular Indeterminado Em reunião quando for membro de entidade sindical Indeterminado Acidente de trabalho ou enfermidade Indeterminado Doença com apresentação de atestado médico. Quando o atestado medico for maior do que 15 dias, os quinze primeiros dias será pago pela empresa e os demais dias serãopagos pelo INSS. FÉRIAS (art. 129 até 145 da CLT) Todo empregado terá direito anualmente ao gozo de férias, sem prejuízo da remuneração. Após cada período de doze meses de vigência do trabalho, o empregado terá direito a férias na seguinte proporção: Até cinco faltas justificadas no período aquisitivo 30 dias corridos De seis a quatorze falto não justificado no período aquisitivo 24 dias corridos De quinze a vinte e três faltas não justificadas no período aquisitivo 18 dias corridos De vinte e quatro a trinta e duas faltas não justificadas no período aquisitivo 12 dias corridos Acima de trinta e duas faltas perde o direito ao gozo de férias. Será pago nas férias os 30 dias de salário do funcionário assim como o adicional de 1³ a esse valor. As férias serão concedidas por ato do empregador, em um só período (a Reforma trabalhista que veremos adiante mudou essa regra, e as férias poderão ser concedidas em até 3 vezes), nos doze meses subseqüentes a data em que o empregador tiver adquirido o direito. Essa concessão de férias deverá ser avisa com antecedência de tinta dias, por escrito, ao empregado. O período será o que melhor atenda ao empregador. O pagamento de férias acima do prazo estipulado no art. 134 terá como punição o pagamento em dobro do valor que ultrapassar o prazo. Férias Coletivas: Poderão ser concedidas férias coletivas a todos os empregados de uma empresa ou de um determinado estabelecimento ou setor da empresa. Essas férias podem ser concedidas em dois período anuais... Todos os empregados da empresa, estabelecimento ou setor devem receber o mesmo numero de dias independentemente do período aquisitivo a que tem direito. Os funcionários que não possuem tempo suficiente para receber aqueles dias de féria recebem a diferença como licença remunerada. Para aqueles que não possuem direito as férias no momento das férias coletivas, se renova o período aquisitivo a partir da data das férias. As comissões, horas extras, adicionais e demais eventos que compõem o salário do empregado servem como base de calculo para as ferias. DECIMO TERCEIRO SALARIO (Lei 4.909 de 13/07/1962) Todo empregado (urbano, rural, avulso e domestico) tem direito ao décimo terceiro salário por ano. O valor deverá ser pago de duas vezes ou de uma única vez, sendo que a primeira parcela obrigatoriamente deverá ser paga até o dia 31 de Novembro de cada ano e a segunda parcela até o dia 20 de Dezembro de cada ano. As comissões, horas extras, adicionais e demais eventos que compõem o salário do empregado servem como base de calculo para o décimo terceiro salário. Para isso se adiciona a base de calculo normal a média dos últimos 12 (doze) meses de valores adicionais do salário. AVISO PREVIO Aviso prévio é a comunicação da rescisão do contrato de trabalho por uma das partes, empregador ou empregado, que decide extingui-lo, com a antecedência que estiver obrigada em lei. Como já vimos o aviso prévio pode ser por parte do empregado ou do empregador e pode ser trabalhado ou indenizado. Trabalhado quando o empregado passa o tempo do aviso dentro da empresa exercendo suas funções e indenizado quando esse tempo é pago pelo empregador em forma de pecúlio. A duração do aviso é de 30 (trinta) dias até um ano de contrato, a cada um ano a mais aumentam 3 (três) dias nesse período. O período de aviso prévio, tanto trabalhado como indenizado, integram o tempo de serviço desse empregado. Anotação na CTPS quando aviso prévio indenizado (IN 15 MTE de 14/07/2010): "Art. 17. Quando o aviso prévio for indenizado, a data da saída a ser anotada na Carteira de Trabalho e Previdência Social CTPS deve ser: I - na página relativa ao Contrato de Trabalho, a do último dia da data projetada para o aviso prévio indenizado; e II - na página relativa às Anotações Gerais, a data do último dia efetivamente trabalhado. Parágrafo único. “No TRCT, a data do afastamento a ser consignada será a do último dia efetivamente trabalhado”. FGTS O Fundo de Garantias por Tempo de Serviço (direito de todo trabalhador) foi criado com o objetivo de proteger o trabalhador demitido sem justa causa, mediante a abertura de uma conta vinculada ao contrato de trabalho. Todos os meses os empregadores depositam nessas contas (de cada funcionário) o valor correspondente a 8% do salário dos funcionários. O saque do FGTS pode ser feito após a demissão sem justa causa por parte do empregador, ou para financiamento de imóveis e quando demitido por justa causa ou a pedido após três anos sem CTPS assinada e após processo administrativa julgado pela Caixa Econômica Federal que é o órgão do governo responsável pela guarda desse valor. SALÁRIO FAMILIA É um beneficio previdenciário que tem direito os segurados empregados, inclusive os domésticos, e os trabalhadores avulsos que tenha salário de contribuição inferior ou igual a remuneração máxima da tabela abaixo: Vigência Remuneração Salário Família A partir de 01/01/2017 (Portaria Interministerial MTPS /MF8/2017) R$ 859,88 R$ 44,09 A partir de 01/01/2017 (Portaria Interministerial MTPS /MF8/2017) R$ 859,89 até R$ 1.292,43 R$ 31,07 Esse valor é pago pelo empregador que descontará na sua guia de GPS mensal, por meio da GFIP, através do programa SEFIP. Também somente tem direito a esse valor, trabalhadores com filhos dependentes até 14 (quatorze) anos de idade. Cônjuges que trabalham para o mesmo empregador, apenas um deles terá direito a esses valores por filho na faixa etária que estabelece a legislação. REGISTRO E ATUALIZAÇÃO DA CTPS (art. 13 até o art. 40 da CLT) A Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS) é obrigatória para o exercício de qualquer emprego, inclusive de natureza rural, ainda que em caráter temporário. A CTPS será devidamente apresentada, contra recibo, pelo empregado ao empregador que o admitir, o qual terá o prazo de 48hs. Nesse período será feita a anotação da data de admissão, remuneração e as condições especiais (se houver). Na CTPS também devem ser feita as anotações de férias, contribuição sindical, alteração de cargos e salários, etc. CUIDADOS COM OS CALCULOS DAS DEMISSÕES A Rescisão do trabalho ocorre após comunicado do empregado ou empregador (através do aviso prévio). Na rescisão de contrato devem está os valores referente a saldo de salário, décimo terceiro, férias, media de salários variáveis, aviso indenizado, multa referente ao artigo 477 da CLT, desconto de INSS, desconto demais devidos por força de convenção coletiva, etc... Por intermédio da rescisão deve-se pagar a multa rescisória através da GRRF. Documentos necessários para a homologação (observado que a homologação se faz necessária por todos os empregados a partir de um ano de contrato de trabalho vigente): 1. Termo Rescisório; 2. Declaração; 3. Pagamento da GRRF; 4. Comprovante de deposito ou vale postal do valor rescisório; 5. Comprovantes do pagamento dos boletos referentes a duas ultimas contribuições sindicais e assistenciais; 6. Demonstrativo do calculo da GRRF; 7. Atestado demissional; 8. PPP (Perfil Previdenciário Profissional); 9. Extrato rescisório do FGTS; 10. Chave de liberação do FGTS; 11. CTPS devidamente atualizada; 12. Demais documentos solicitados em convenção coletiva, por categoria. CAT (Comunicação de Acidente de Trabalho) Acidente de Trabalho é aquele que ocorre no exercício da atividade a serviço da empresa e provoca lesão corporal ou perturbação funcional, que pode causar a morte, a perda ou redução permanente ou temporária da capacidade do trabalho. A doença profissional ou do trabalho, produzida ou desencadeada pelo exercício dotrabalho peculiar a determinada atividade, acidente típico que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa, acidente de trajeto que ocorre no percurso do local de residência para o de trabalho ou desse para aquele (considerando o tempo e a distancia de deslocamento compatível com o percurso referido do trajeto. A Comunicação do Acidente de Trabalho (CAT) é um documento emitido para reconhecer tanto um acidente de trabalho ou de trajeto bem como uma doença ocupacional. A empresa é obrigada a informa a Previdência Social todos os acidentes de trabalho ocorridos com seus empregados, mesmo que não haja afastamento das atividades, até o primeiro dia útil seguinte ao da ocorrência. Em caso de morte, a comunicação deverá ser imediata. A empresa que não informar o acidente de trabalho dentro do prazo legal estará sujeito a aplicação de multa, conforme dispostos nos Art. 286 do Decreto 3.048/99. Art. 286. A infração ao disposto no art. 336 sujeita o responsável à multa variável entre os limites mínimo e máximo do salário-de-contribuição, por acidente que tenha deixado de comunicar nesse prazo. § 1º Em caso de morte, a comunicação a que se refere este artigo deverá ser efetuada de imediato à autoridade competente. § 2º A multa será elevada em duas vezes o seu valor a cada reincidência. § 3º A multa será aplicada no seu grau mínimo na ocorrência da primeira comunicação feita fora do prazo estabelecido neste artigo, ou não comunicada, observado o disposto nos arts. 290 a 292. O comunicado deve ser feito através do Registro CAT online no site da previdência social através do link: http://cat.inss.gov.br/servicos/cat/cat.shtm ESTABILIDADE A legislação Trabalhista estabelece em vários artigos a estabilidade temporária do empregado na relação de trabalho com o empregador. As convenções coletivas podem estabelecer essa estabilidade também, uma vez que em determinados casos a mesma possui força até maior que lei, desde que não vá de encontro a CF/88. Os casos de estabilidade mais conhecidos são: 1. GRAVIDEZ – A Lei veta a dispensa sem justa causa de empregada gestante, desde a confirmação da gravidez até 5 meses após o parto. Ainda que o empregador não tenha conhecimento da gravidez no momento da demissão o mesmo terá que reintegra-la ou pagar a indenização decorrente da estabilidade. A estabilidade também estará garantida (de acordo com Resolução do TST) nos casos de contrato de trabalho por tempo determinado e também no decorrer do aviso prévio trabalhado ou indenizado (Art. 391 – da CLT). 2. ACIDENTE DE TRABALHO – O funcionário que sofreu acidente de trabalho tem estabilidade mínima de 12 (doze) meses na empresa, a partir do termino do auxilio doença concedido. No caso de doença que, comprovadamente, foi adquirida em virtude de atividade exercida, terá direito ao mesmo beneficio. 3. DIRIGENTE SINDICAL – O empregado que for eleito a cargo de diretoria sindical ou representação profissional não poderá ser impedido de exercer suas funções e nem ser mandado embora a partir do momento que for eleito até o final do seu mandato. OBSERVAÇÂO – Existem outros tipos de estabilidade de acordo com determinadas convenções coletivas. DIREITO COLETIVO: Estuda as relações coletivas de trabalho e as organizações sindicais. Direito coletivo de trabalho, também chamado de Direito Sindical está legislado na CLT a partir do art. 511. O Direito Sindical está composto por 3 grandes núcleos: Liberdade Sindical, negociação Coletiva de Trabalho e Greve. Se um sindicato é muito representativo, sua representação sindical é muito alta. Dessa forma, uma eventual greve tomará grandes proporções, pois terá adesão de um numero muito alto de trabalhadores. Tais fatos, se somados, ocasionarão uma alta taxa de negociação coletiva de trabalho, tornando o Direito do Trabalho altamente negociativo. Os Pilares do Sistema Corporativo sindicalista são: 1. Criação do Conceito de Categoria; 2. Criação do conceito de base territorial; 3. Unicidade Sindical; 4. Criação do Imposto Sindical; 5. Criação da figura do vocalato (classista – Figura das classes de trabalhadores em todos os níveis da Justiça do Trabalho); 6. Criação da Justiça do Trabalho. Art. 511 da CLT – É licito a associação ara fins de estudo, defesa e coordenação dos seus interesses econômicos ou profissionais de todos os que, como empregadores, empregados, agentes ou trabalhadores autônomos, ou profissionais liberais, exerçam, respectivamente, a mesma atividade ou profissão, similar ou conexa. Quando se fala em sindicato estamos falando tanto laboral como patronal. Que são financiados pelas contribuições sindicais pagas pelos empregadores e empregados, constituídas em lei (Art. 217 do CTN, art. 578, 579 e 580 da CLT). Com a Reforma Trabalhista aprovada agora em 07/2017 a Contribuição Sindical passou a ser facultativa, ou seja, ficará condicionada à autorização prévia e expressa dos participantes de uma determinada categoria econômica ou profissional. Quando se fala em desconto prévio e expresso, significa dizer individualmente, ou seja, cada funcionário deverá autorizar ou não o desconto que continuara sendo em Março de cada ano e recolhido até o ultimo dia útil de Abril de cada ano. Da mesma forma a Contribuição Patronal que deverá optar pelo desconto ou não, recolhendo ao sindicato patronal no mês de Janeiro de cada ano. Convenções Coletivas e acordos coletivos – Quanto mais numerosos e unidos os participantes dos sindicatos, principalmente os laborais, mais força aquela determinada classe terão junto ao sindicato patronal na elaboração e aprovação da convenção coletiva de trabalho de determinado ano. As convenções coletivas são tão importantes que em alguns pontos elas possuem força maior do que a de lei, como por exemplo: a) Pacto quanto a jornada de trabalho, observando os limites constitucionais; b) Banco de horas anual; c) Intervalo intrajornada, respeitando o limite mínimo de 30 minutos para jornadas superiores a seis horas; d) Planos de cargos, salários e funções compatíveis com a condição pessoal do empregado, bem como identificação dos cargos que se enquadram como função de confiança; e) Representantes dos trabalhadores nos locais de trabalho; f) Remineração por produtividade; g) Troca de dia do feriado; h) Enquadramento no grau de insalubridade; i) Participações nos lucros. Existem também assuntos que, por lei, são proibidos de serem negociados em convenções ou acordos coletivos, são eles: a) Normas de identificação profissional (exemplo – anotação na CTPS); b) Seguro desemprego; c) Valores de depósitos mensais e indenizatórios do FGTS; d) Salário mínimo; e) Valor do Décimo terceiro; f) Adicional noturno; g) Salário Família; h) Repouso semanal remunerado (DSR); i) Horas extras de no mínimo 50% da hora normal; j) Numero de dias de férias; k) Gozo de férias anuais; l) Licença maternidade e paternidade; m) Aviso Prévio; n) Aposentadoria; o) Etc. No inicio os Sindicatos forma criados e eram administrados pelo Estado. Com a CF/88 as forças sindicais saíram do poder do estado e passaram para o poder dos seus representantes (empregados e empregadores), ou seja, deixaram de ser de poder público e passaram a ser do poder privado. Em 1999 acabou a figura do vocalato e os sindicatos passaram a ser uma célula isolada, que hoje abrange uma organização sindical formada por Sindicatos (entidades de base ou de primeiro grau), Confederações (Entidade de terceiro grau, formada por três ou mais federações) e Federações (entidade de segundo grau formada pela união de 5 ou mais sindicatos da mesma categoria) . Características do Atual Sistema Sindical É simétrico – Onde existir um sindicatode classes laboral, haverá a possibilidade de se criar uma entidade de classe sindical patronal. Antes de 1988 o MTE tinha o poder discricionário de dar o registro sindical a quem ele queria, atendendo os interesses do Estado. Atualmente, se cumpridos os requisitos previstos em lei, o MTE é obrigado a conceder o registro sindical – não há mais discricionariedade. CF/88 (INSTITUIÇÃO SINDICAL NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988) Art. 8º, CF É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte: I - a lei não poderá exigir autorização do Estado para a fundação de sindicato, ressalvado o registro no órgão competente, vedadas ao Poder Público a interferência e a intervenção na organização sindical; II - é vedada a criação de mais de uma organização sindical, em qualquer grau, representativa de categoria profissional ou econômica, na mesma base territorial, que será definida pelos trabalhadores ou empregadores interessados, não podendo ser inferior à área de um Município; III - ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos ou individuais da categoria, inclusive em questões judiciais ou administrativas; IV - a assembleia geral fixará a contribuição que, em se tratando de categoria profissional, será descontada em folha, para custeio do sistema confederativo da representação sindical respectiva, independentemente da contribuição prevista em lei; V - ninguém será obrigado a filiar-se ou a manter-se filiado a sindicato; VI - é obrigatória a participação dos sindicatos nas negociações coletivas de trabalho; VII - o aposentado filiado tem direito a votar e ser votado nas organizações sindicais; VIII - e vedada a dispensa do empregado sindicalizado a partir do registro da candidatura a cargo de direção ou representação sindical e, se eleito, ainda que suplente, até um ano após o final do mandato, salvo se cometer falta grave nos termos da lei. Parágrafo único. As disposições deste artigo aplicam-se à organização de sindicatos rurais e de colônias de pescadores, atendidas as condições que a lei estabelecer. - A expressão associação profissional, presente no caput, é desnecessária, pois as associações civis estão protegidas pelo art. 5º, da CF. O STF, portanto, entende que, nesse caso, a expressão associação profissional é sinônima de associação sindical. REFORMA TRABALHISTA A Reforma trabalhista foi instituída pela Lei 13.467 de 14/07/2017. Essa lei altera vários tópicos da CLT e entra em vigor após 120 dias de sua publicação, ou seja, em 11/11/2017. Segue algumas alterações advindas da Reforma Trabalhista: TEMA TRABALHISTA SITUAÇÃO ATUAL (REGRAS ATUAIS) MUDANÇAS COM A LEI 13.467/2017 (NOVAS REGRAS) Banco de Horas Período de 1 ano para compensação; As horas de banco não sofrem acréscimo; Podem haver períodos e situações diferentes de compensação em convenção coletiva; Base legal: Lei 9.601/1998; Poderá ser pactuado por acordo individual escrito, desde que a compensação ocorra no período máximo de 6 meses; Contribuição Sindical É obrigatório o desconto equivalente a 1 dia do salário do empregado no mês de março de cada ano; Base legal: art. 580 e 582 da CLT; A contribuição sindical passa a ser opcional, ou seja, só haverá o desconto de 1 dia de salário se o próprio empregado autorizar; Convenções e Acordo Coletivos Acordos coletivos são válidos, desde que não contrários à lei e se trouxer vantagens ao empregado; Base legal: art. 7º, XXVI da CF; art. 611 a 625 da CLT; A convenção coletiva e o acordo coletivo de trabalho têm prevalência sobre a lei quando, entre outros, se tratar de: 1. Pacto quanto à jornada de trabalho, observados os limites constitucionais; 2. Banco de horas; 3. intervalo intrajornada, respeitado o limite mínimo de 30 minutos para jornadas superiores a 6 horas; 4. adesão ao PSE; 5. plano de cargos, salários e funções compatíveis com a condição pessoal do empregado, bem como identificação dos cargos que se enquadram como funções de confiança; 6. regulamento empresarial; 7. representante dos trabalhadores no local de trabalho; 8. teletrabalho, regime de sobreaviso e trabalho intermitente; Serão consideradas Ilícitas nas convenções e acordos coletivos a supressão ou a redução dos seguintes direitos: 1. normas de identificação profissional, inclusive as anotações na CTPS; 2. seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário; 3. valor dos depósitos mensais e da indenização rescisória do FGTS; 4. salário-mínimo; 5. valor nominal do 13º salário; 6. remuneração do trabalho noturno superior à do diurno; 7. - proteção do salário na forma da lei, constituindo crime sua retenção dolosa; 8. salário-família; 9. repouso semanal remunerado; 10. remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em 50% à do normal; 11. número de dias de férias devidas ao empregado; 12. gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um 1/3 a mais do que o salário normal; 13. licença-maternidade com a duração mínima de 120 dias; 14. licença-paternidade nos termos fixados em lei; 15. proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos específicos, nos termos da lei; 16. aviso-prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo, no mínimo, de 30 dias, nos termos da lei; 17. normas de saúde, higiene e segurança do trabalho previstas em lei ou em normas regulamentadoras do Ministério do Trabalho; 18.adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou perigosas; 19. aposentadoria; 20. seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador; 21. ação, quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho, com prazo prescricional de 5 anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de 2 anos após a extinção do contrato de trabalho; 22. proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e critérios de admissão do trabalhador com deficiência; 23. proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de 18 anos e de qualquer trabalho a menores de 16 anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de 14 anos; 24. medidas de proteção legal de crianças e adolescentes; 25. igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo empregatício permanente e o trabalhador avulso; 26. liberdade de associação profissional ou sindical do trabalhador, inclusive o direito de não sofrer, sem sua expressa e prévia anuência, qualquer cobrança ou desconto salarial estabelecidos em convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho; 27. direito de greve, competindo aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio dele defender; 28. definição legal sobre os serviços ou atividades essenciais e disposições legais sobre o atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade em caso de greve; 29. tributos e outros créditos de terceiros; 30. as disposições previstas nos arts. 373- A, 390, 392, 392A, 394, 394-A, 395, 396 e 400 da CLT; Danos Morais O valor é atribuído de acordo com o convencimento do juíz; Base legal: art. 186 e 927 do Código Civil; Casos leves – Teto de até 3 vezes o valor do último salário; Casos graves – Teto de até 50 vezes o valor do último salário; Este teto vale também caso o empregador seja o ofendido; Havendo reincidência das partes, o valor poderá ser dobrado; Demissão sem justa Causa (acordo entre as partes) O empregado tem direito ao pagamento da multa de 40% do saldo do FGTS e ao saque de 100% do FGTS depositado; Sepedir demissão, não tem direito a sacar o FGTS; A empresa deve conceder um aviso prévio de, no mínimo, 30 dias; O empregado recebe o seguro desemprego; Base legal: §1º art. 18 da Lei 8.036/90; art. 487 da CLT; art. 7º, XXI da CF; Inciso I da Lei A demissão poderá ocorrer de comum acordo; O pagamento da multa de 40% será pela metade, ou seja, 20% do saldo do FGTS; O empregado só poderá sacar 80% do FGTS depositado; A empresa deve conceder um aviso prévio de, no mínimo, 15 dias; O empregado não recebe o seguro desemprego; 7.998/90; Falta de Registro do Empregado Multa de ½ salário mínimo por empregado; Base legal: art. 41, § único e art. 47, § único da CLT; ME e EPP – Multa de R$ 800,00 por empregado não registrado; Demais empresas – Multa de R$ 3 mil por empregado não registrado e de R$ 6 mil em caso de reincidência; Multa de R$600,00 por empregado, quando não forem informados os dados necessários para o seu registro; Férias As férias podem ser divididas em no máximo, 2 períodos; 1/3 do período de férias pode ser vendido. Base legal: § 1º do art. 134 da CLT e art. 143 da CLT. As férias podem ser divididas em até 3 períodos, não podendo ser inferior a 5 dias corridos e um deles deve ser de, no mínimo, 14 dias corridos; Gravidez / Insalubridade A empregada gestante não pode trabalhar em condições insalubres; Base legal: art. 394- A da CLT; A empregada deverá ser afastada, sem prejuízo da remuneração a que percebia: a) Das atividades consideradas insalubres em grau máximo, enquanto durar a gestação; b) Das atividades consideradas insalubres em grau médio ou mínimo, quando apresentar atestado de saúde, emitido por médico de confiança da mulher, que recomende o afastamento durante a gestação; c) Das atividades consideradas insalubres em qualquer grau, quando apresentar atestado de saúde, emitido por médico de confiança da mulher, que recomende o afastamento durante a lactação; Se não for possível que a empregada gestante (considerando as condições acima mencionadas) exerça suas atividades em local salubre na empresa, será considerada gravidez de risco e terá direito ao salário maternidade durante todo o período de afastamento; Home Office (Trabalho em Casa) Não há previsão legal; Há previsão contratual do home office (trabalho em casa); Todas as atividades a serem desenvolvidas pelo empregado deverão constar no contrato, bem como os custos com equipamentos, controle de produtividade e demais pontos inerentes ao contrato; O trabalho é realizado fora da empresa, com a utilização de tecnologias de informação e de comunicação que, por sua natureza, não se constituam como trabalho externo; O home office pode ser convertido em trabalho presencial (na empresa) por determinação do empregador, garantido prazo de transição mínimo de 15 dias, formalizado por aditivo contratual; Cabe ao empregador instruir o empregado sobre a saúde e segurança do trabalho; Horas Extras 20% Superior a hora normal (§ 1º do art. 59 da CLT - não aplicado); A remuneração será, pelo menos, 50% superior à da hora normal; 50% superior ao da hora normal (art. 7, XVI da CF – aplicado) Base legal: art. 7, XVI da CF; Intervalo Intrajornada Jornada acima de 6 horas o período de descanso (intervalo intrajornada) é de, no mínimo, uma hora; Se não concedido o descanso, a empresa pode ser condenada a pagar a hora cheia como extra, e não apenas o período suprimido para descanso; Base legal: art. 71 da CLT; Súmula 437 do TST; Jornada acima de 6 horas o período de descanso (intervalo intrajornada) é de, no mínimo, 30 minutos, desde que negociado entre empregado e empregador; Se não for concedido o descanso, a empresa pode ser condenada a pagar apenas o tempo suprimido (diferença entre o tempo concedido e o tempo efetivo de descanso), calculados com acréscimo de 50% sobre o valor da hora normal. Intervalo para amamentar o filho 2 descansos de meia hora cada um durante a jornada de trabalho; Base legal: art. 396 da CLT; Os 2 períodos de descanso previsto no art. 396 da CLT deverão ser definidos em acordo individual entre a mulher e o empregador; Jornada de Trabalho 12 x 36 Previsão mediante convenção coletiva; 12 horas diárias ou 48 horas semanais; A cada 12 horas trabalhadas deve haver 36 horas de descanso; Pode ser pactuado mediante acordo individual ou coletivo; Multas Administrativas Não há uma definição de correção dos valores; Base legal: tabela de multas trabalhistas; Os valores das multas expressos em moeda serão reajustados anualmente pela Taxa Referencial (TR), divulgada pelo Banco Central do Brasil, ou pelo índice que vier a substituí-lo; Prêmio, Ajuda de Custo e Diárias de Viagem O pagamento de prêmio, gratificações, dentre outros pagos pela empresa integram a remuneração para todos os efeitos legais; Base legal: art. 458 da CLT; Os prêmios serão considerados à parte do salário, não se incorporam ao Contrato de Trabalho e não constituem base de incidência de qualquer encargo trabalhista e previdenciário; Prorrogações de jornada em locais insalubres Somente é permitido mediante licença das autoridades competentes em matéria de segurança e medicina do trabalho; Base legal: Portaria MTE 702/2015.; Exigência de licença-prévia para prorrogações de horários em atividades insalubres, não sendo exigida para as jornadas de 12 X 36; Quarentena Não há previsão; Se o empregado é demitido, ele só poderá ser recontratado depois de 3 meses (90 dias), sob pena de o contrato ser unificado. Se for demitido o empregado não poderá ser recontratado durante 18 meses, nem mesmo como terceirizado; Base legal: Portaria MTB 384/1992, Reclamatória Trabalhista Não há custo para o empregado que entra com a reclamatória; Não há pagamento de honorários de sucumbência se o empregado perder a reclamatória; Base legal: art. 791 da CLT; Súmula 219 e 329 do TST Se o empregado assinar a rescisão, não poderá questioná-la judicialmente; A parte que perder terá que arcar com as custas da ação; Comprovado a má-fé da parte, é prevista a punição de 1% a 10% sobre o valor da causa, além de pagar indenização para a parte contrária; Se comprovada a incapacidade de arcar com as custas, a obrigação fica suspensa por até dois anos a contar da condenação; Trabalhador Autônomo Não é considerado empregado, desde que atendidos os requisitos legais; Base legal: art. 11, V da Lei 8.213/91; A contratação do autônomo afasta a qualidade de empregado prevista na CLT, desde que cumpridas por este todas as formalidades legais, ainda que a contratação seja com ou sem exclusividade, de forma contínua ou não; Trabalho em Tempo Parcial Jornada de até 25 horas semanais; Não pode haver horas extras; Salário proporcional à jornada trabalhada; Não pode converter 1/3 das férias em Jornada semanal de até 30 horas semanais, sem possibilidade de fazer horas extras; Jornada semanal de 26 horas semanais, com possibilidade de fazer até 6 horas extras, com acréscimo de 50% sobre o valor da hora normal; Salário proporcional à jornada trabalhada; abono; Base Legal: Art. 58- A, § 4ºdo art. 59 e art. 143, § 3º da CLT; Trabalho Intermitente Não há previsão; O empregado poderá ser contratado (por escrito) para trabalhar por períodos (de forma não contínua), recebendo pelas horas, dias ou mês trabalhados, sendo-lhe assegurado o pagamento de férias, 13º salário e previdência social ao final de cada período de prestação de serviços; O empregador deve avisar 3 dias antes a data de início e o valor da remuneração a ser paga (nunca inferior ao salário mínimo ou inferior ao salário dos demais empregados da empresa que exercem a mesma função em contrato intermitente ou não), e o empregado terá 1 dia útil para dar ou não o aceite, sendo considerado recusado o silêncio do empregado; Caso o contrato não seja cumprido por uma das partes, quem descumpriu terá que pagar 50% do valor da remuneração combinada para o período contratual; O período de inatividade não se considera como tempo de serviço à disposição do empregador; A contribuição previdenciária e o FGTS deverão ser recolhidos mensalmente pela empresa nos termos da lei; Assim como para os demais empregados, a cada 12 meses trabalhados o empregado tem direito de usufruir, nos 12 meses subsequentes, um mês de férias, período no qual não poderá ser convocado para prestar serviços pelo mesmo empregador; Transporte (residência- trabalho) (trabalho- residência) Se o local é de difícil acesso o tempo gasto para deslocamento é considerado como tempo de serviço e computado na jornada de trabalho; Base legal: §2º do art. 58 da CLT; Em qualquer situação o tempo gasto não será considerado como tempo de serviço e não será computado na jornada de trabalho; Uniforme e Higienização Não há previsão legal; O empregador poderá definir o padrão de vestimenta a ser utilizado pelo empregado; É licita a inclusão de logomarcas da empresa e de terceiros (empresas parceiras) e/ou outros itens relacionados à atividade da empresa no uniforme; A higienização do uniforme é de responsabilidade do empregado, salvo se a empresa exigir que sejam utilizados produtos específicos para a limpeza;
Compartilhar