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CONCEPÇÃO DE SISTEMAS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA Sistemas Públicos de Abastecimento de Água Esquema geral de um sistema coletivo de abastecimento de água. Adaptado de TSUTIYA, 2012. Conjunto de obras, equipamentos e serviços destinados ao abastecimento de água potável a uma comunidade para fins de consumo doméstico, serviços públicos, consumo industrial e outros usos. Essa água fornecida pelo sistema deverá ser, em quantidade suficiente e da melhor qualidade, do ponto de vista físico, químico e bacteriológico. Definição: Sistemas de Abastecimento de Água Unidades do sistema: • Captação : Manancial superficial ou subterrâneo. • Adução: água bruta por gravidade ou recalque (Estação Elevatória). • Tratamento • Reservação: Reservatórios de Compensação (terreno); • Adução: água tratada por gravidade ou recalque (Estação Elevatória). • Reservação: Reservatótio de Distribuição. - apoiado (laje de fundo apoiada no terreno); - elevado (reservatório apoiado em estruturas de elevação). captação em curso de água e reservatório apoiado e elevado Planta Perfil Perfil Exemplo de SAA Exemplo de SAA Visualização das unidades de Capitação Superficial , Elevatória, Adutora e ETA CONSUMO DE ÁGUA Capacidade das unidades Capacidade das unidades Consumo per capita de água Definição: O valor do consumo per capita (q) é importante para determinar a capacidade das várias unidades de instalação de abastecimento de água. O consumo per capita é a média diária, por indivíduo, dos volumes requeridos para satisfazer aos consumos domésticos, comercial, público e industrial, além das perdas do sistema, unidade usual L/hab.dia. Valores típicos de Consumo per capita de água Consumo médio per capita, para populações dotadas de ligações domiciliares: Porte da comunidade Faixa da População (Habitante) Cosumo per capita (L/hab.dia) Povoado rural < 5.000 90 a 140 Vila 5.000 a 10.000 100 a 160 Pequena Localidade 10.000 a 50.000 110 a 180 Cidade média 50.000 a 250.000 120 a 220 Cidade Grande > 250.000 150 a 300 Consumo médio per capita, para populações desprovida de ligações domiciliares: Sittuação Cosumo per capita (L/hab.dia) Abastecimento somente com torneiras públicas ou chafariz 30 a 50 Além de torneiras públicas e chafarizes, possuem lavanderias públicas 40 a 80 Abastecimento com torneiras públicas e chafarizes, lavanderias e sanitário ou banheiro público. 60 a 100 Fatores intervenientes no consumo per capita da água Fatores principais que influenciam o consumo per capita: • Clima • Padrão de vida • Hábitos da população • Sistema de fornecimento e cobrança • Custo (tarifa) da água • Qualidade da água fornecida • Pressão na rede distribuidora • Consumo comercial • Consumo industrial • Consumo público • Existência da rede de esgotos • Perdas no sistema Consumo per capita de água considerando perdas Consumo efetivo per capita de água considerando perdas Índice de Perdas em diversas cidades brasileiras Classificação do Consumo Consumo Doméstico Discriminação dos distintos consumos de origem doméstico (L/hab.dia): Tipo de Uso Europa Estados Unidos (1996-1998) Inglaterra (1993) Noruega (1983) Escócia (1991) Denver (colorado) San Diego (Califórnia) Seatle (Washington) Higiênico 86 70 63 135 96 112 Lavagem de roupas 30 25 37 59 62 45 Cozinha 25 28 17 45 44 37 Lavagem de carros e pátio 4 7 1 Total 145 130 118 239 202 194 Consumo Comercial Discriminação dos distintos consumos de origem comercial: Atividade Comercial Consumo Escolas 25 L/aluno.dia (pequenas unidades), e até 75 L/aluno.dia (grandes unidades). Escritórios de maior porte 65 L/empregado Hospitais 350-500 L/leito Hotéis 350-400 L/leito e até 700 L/leito em hotéis de alto luxo Lojas de departamentos 100-135 L/empregado Pequenos estabelecimentos comerciais e escritórios em áreas urbanas 3-15 L/hab.dia Bar 5-15 L/freguês Cinema, teatro e igreja 2 L/assento Garagem 50-100 L/automóvel Lavandeiria 30 L/Kg de roupa seca Posto de Gasolina 150 L/automóvel Restaurante 15-30 L/refeição Shopping Center 30-50 L/empregado Consumo Público consumos médio para usos públicos: Estabelecimento Consumo Aeroporto 8-15 L/passageiro Banheiro Público 10-25 L/usuário Clínica de Repouso 200-450 L/paciente, 20-60 L/empregado Prisão 200-500 L/detento, 20-60 L/empregado Quartel 150 L/soldado Rega de Jardiim 1,5 L/m² Consumo Industrial consumos médio para uso industrial: Atividade Industrial Consumo Cervejas 5-20 L/L de cerveja Conservas 4-50 L/Kg de conserva Curtumes 20-40 L/Kg de pele Fábricas de Papel 20-250 L/Kg de papel Laminação de Aço 8-50 L/Kg de aço Laticínios 1-10 L/L de leite Matadouro 300 L/cabeça abatida, para grandes animais e 150 L/cabeça abatida, para pequenos Saboarias 25-200 L/kg de produto Tecelagem 10-20 L/kg de produto Têxtil 20-600 L/kg de tecido Usinas de Açúcar 0,5-10 L/kg de açúcar Ocorrem variações de consumo significativas no sistema de abastecimento de água, que podem ser mensais, diárias, horárias e instantâneas. máx 1 méd Q K Q O coeficiente do dia de maior consumo (K1) consiste na razão entre o maior consumo diário verificado em um ano e o consumo médio diário no mesmo ano, considerando as mesmas ligações. Na ausência de determinações específicas, o que deve ser preferível, a ABNT recomenda a adoção de um valor de 1,2 para K1. Coeficientes de correção da vazão Coeficientes de correção da vazão (K1) Obs.: (1) Excluir os consumos dos dias em que ocorreram acidentes no sistema ou fatos excepcionais responsáveis por alterações no consumo de água. (2) Recomenda-se que seja considerados, no mínimo, cinco anos consecutivos de observações, adotando-se a média dos coeficientes determinados. Variações do consumo do ano Coeficientes de correção da vazão (K1) Coeficiente do dia de maior consumo (K1) Coeficientes K2 máx 2 méd Q K Q O coeficiente da hora de maior consumo (K2) é a razão entre a máxima vazão horária e a vazão média diária do dia de maior consumo. Na ausência de determinações específicas, o que deve ser preferível, a ABNT recomenda a adoção de um valor de 1,5 para K2. Coeficientes de correção da vazão Coeficientes de correção da vazão (K2) OBS.: O coeficiente K1 é utilizado como reforço para cálculos de projetos em todas as unidades do sistema, enquanto K2 é adotado como reforço apenas para a rede de distribuição Valores adotados: K1 = 1,2 e K2 = 1,5. Variações do consumo diário Coeficientes de correção da vazão (K2) Coeficiente da hora de maior consumo (K2) Uso do K1 e do K2 nas unidades de abastecimento Período de funcionamento da produção em função de fatores técnicos e econômicos Fatores de correção da vazão Fatores técnicos: • Quando a capitação é feita em manancial subterrâneo o tempo de funcionamento é de 16 horas/dia, visando evitar superexploração do aquífero, permitindo 8 h de recarga. Fatores econômicos: • Quando busca minimizar as despesas com mão-de-obra e pessoal mediante redução do tempo de funcionamento para 16 h/dia, com essa medida pode-se realizar: escala de pessoal a cada 8 h e a utilização de equipamentos elétricos fora dos horários de maior tarifa, masa unidade de captação, adutoras e estação de tratamento teriam capacidade 50% maior (24/16=1,5) para compensar, aumentando o custo de implantação. A alternativa é um estudo cuidadoso de análise econômica. Exemplo 1 – Calcular as vazões de dimensionamento de um sistema de abastecimento de água da Figura abaixo, para atender uma população de 100.000 habitantes com vazão industrial de 25 l/s, sendo o consumo per capita de água de 200 l/hab.dia e um consumo na ETA (CETA ) de 3%. Adotar K1 = 1,2 e K2= 1,5. Exemplo 2 – Calcular as vazões de dimensionamento de um sistema de abastecimento de água da Figura abaixo, para atender uma população de 100.000 habitantes com vazão industrial de 25 l/s, sendo o consumo per capita de água de 200 l/hab.dia e um consumo na ETA (CETA ) de 3%. Adotar K1 = 1,2 , K2= 1,5, e o tempo de funcionamento da ETA t = 16 horas/dia. Exemplo 3– Calcular a vazão das unidades de um sistema de abastecimento de água, considerando os seguintes parâmetros: População para dimensionamento das unidades de produção, exceto adutoras (alcance 10 anos) = 20.000 habitantes. • População para dimensionamento de adutoras e rede de distribuição (alcance 20 anos) = 25.000 habitantes. • qpc = 200 L/hab.dia • t = 16 horas • C ETA = 3% • K1 = 1.2 • K2 = 1.5 • QS = 1.6 L/s Referências Heller, L. e Pádua V. L., Abastecimento de água para consumo humano, Editora UFMG, 850 p., (2006). RICHTER, C. A. Água métodos e tecnologia de tratamento. 1. reimpressão. São Paulo: Blücher, 2011. TSUTIYA, M. T. Abastecimento de água. 3. ed. São Paulo: Departamento de Engenharia Hidráulica e Sanitária da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo: São Paulo, 2006. VIANNA, M. R. Hidráulica aplicada às estações de tratamento de água. 4. ed. Belo Horizonte: Imprimatur, 2002. http://www.comitepp.sp.gov.br/fehidro/files/01_estacao.pdf • NBR 12211:1992 –Estudos de concepção de sistemas públicos de abastecimento de água; • NBR 12212:2006 –Poço tubular -Projeto de poço tubular para captação de água subterrânea; • NBR 12213:1992 –Projeto de captação de água de superfície para abastecimento público; • NBR 12214:1992 –Projeto de sistema de bombeamento de água para abastecimento público; • NBR 12215:1991 –Projeto de adutora de água para abastecimento público; • NBR 12216:1992 –Projeto de estação de tratamento de água para abastecimento público; • NBR 12217:1994 –Projeto de reservatório de distribuição de água para abastecimento público; • NBR 12218:1994 –Projeto de rede de distribuição de água para abastecimento público. Normas para projetos de sistemas de abastecimento de água Normas técnicas da ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas:
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