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(cont.) CÁLCULO DE PENA (cont.) REINCIDÊNCIA Artigo 64, inciso II, CP. Art. 64 - Para efeito de reincidência: (...) II - não se consideram os crimes militares próprios e políticos. (...) O que é crime militar próprio? É aquele descrito apenas no Código Penal Militar. Exemplo: artigo 187, CPM. Deserção Art. 187. Ausentar-se o militar, sem licença, da unidade em que serve, ou do lugar em que deve permanecer, por mais de oito dias: Pena - detenção, de seis meses a dois anos; se oficial, a pena é agravada. Se no passado você tem condenação definitiva por crime militar próprio e no presente o agente pratica crime comum. A condenação definitiva por crime militar próprio não gera reincidência no crime comum, mas pode caracterizar maus antecedentes. CUIDADO! Se a prática do novo crime também for militar irá gerar reincidência. Gera reincidência o cometimento de um crime militar próprio e de outro crime militar próprio (artigo 71 do Código Penal Militar), pois o que a Lei quer evitar é a mistura entre crime militar próprio e crime comum. Reincidência Art. 71. Verifica-se a reincidência quando o agente comete nôvo crime, depois de transitar em julgado a sentença que, no país ou no estrangeiro, o tenha condenado por crime anterior. O que é crime político? Basta ler o artigo 2º da Lei 7.170/83 (crimes contra a segurança nacional, a ordem política e social). Art. 2º - Quando o fato estiver também previsto como crime no Código Penal, no Código Penal Militar ou em leis especiais, levar-se- ão em conta, para a aplicação desta Lei: I - a motivação e os objetivos do agente; II - a lesão real ou potencial aos bens jurídicos mencionados no artigo anterior. PASSADO PRESENTE Condenação definitiva por crime político Pratica outro crime Não gera reincidência, mas pode caracterizar maus antecedentes. E a pessoa que tem condenação no passado, pode gerar reincidência e maus antecedentes? PASSADO PRESENTE Condenação definitiva por crime de furto. Pratica estelionato (artigo 171, CP). Maus antecedentes (artigo 59, CP) + Reincidência (artigo 61, inciso I, CP). GERA BIS IN IDEM. Súmula 241 do STJ - A reincidência penal não pode ser considerada como circunstância agravante e, simultaneamente, como circunstância judicial. Caso diverso: PASSADO PRESENTE Condenação definitiva por furto e roubo. Presente o agente pratica estelionato. Posso usar o furto como maus antecedentes e o roubo como reincidência? É possível, não gera bis in idem, não se aplica a súmula 241 do STJ. Esta é a posição do STF HC 96961. ESTUDAR ESTA PERGUNTA! [PERGUNTA DE CONCURSO] A agravante da reincidência, por si só, caracteriza bis in idem? PASSADO PRESENTE Condenação definitiva por furto com pena de 01 ano de pena. Pratica estelionato. 1ª Vez 2ª Vez RESPOSTA: duas correntes. 1) O artigo 61, inciso I, do CP caracteriza bis in idem. Quando se aumenta a pena pela reincidência o agente está sendo apenado novamente pelo fato anterior. (LFG, Paulo Rangel, Paulo Queiroz). DEFENSORIA PÚBLICA. 2) É que prevalece. O fato de o reincidente ser punido mais severamente do que o primário, não viola a garantia da vedação do bis in idem, pois visa apenas reconhecer maior reprovabilidade da conduta daquele que é contumaz violador da lei penal (STJ RESP 9845781 RS). 1 PENAL. DOSIMETRIA. AGRAVANTE DA REINCIDÊNCIA. COMPROVAÇÃO. LEGALIDADE. INCIDÊNCIA OBRIGATÓRIA. INCONSTITUCIONALIDADE OU BIS IN IDEM INOCORRENTES. NEGATIVA DE VIGÊNCIA EVIDENCIADA. 1. Restando comprovada a reincidência, a sanção corporal deverá ser sempre agravada, nos termos do expressamente previsto no art. 61, I, do CP, que se encontra plenamente em vigor, importando sua exclusão em flagrante ofensa à lei federal e aos princípios da isonomia e da individualização da pena, constitucionalmente garantidos. 2. O fato de o reincidente ser punido mais gravemente do que o primário não viola a Constituição Federal nem a garantia do ne bis in idem, isto é, de que ninguém pode ser punido duplamente pelos mesmos fatos, pois visa tão- somente reconhecer maior reprovabilidade na conduta daquele que é contumaz violador da lei penal. DIVERGÊNCIA JURISPRUDENCIAL. COMPROVAÇÃO DENTRO DOS PARÂMETROS REGIMENTAIS. 1. A alegada divergência com a jurisprudência desta Corte Superior foi devidamente demonstrada na forma do art. 255 do Regimento Interno do STJ. 2. Recurso especial conhecido e provido para, cassando o acórdão recorrido, reconhecer a aplicação da agravante do art. 61, I, do CP no caso e restabelecer a sentença condenatória proferida nesse ponto. Lauro Underline Agente é condenado por furto = é apenado;nullnullEm seguida, o agente é condenado por estelionato com pena aumentada por ter sido condenado naquele furto.nullnullPercebe-se que o agente é "punido" duas vezes pelo mesmo fato (o furto). [PERGUNTA DE CONCURSO] Condenações irrecorríveis que não geram reincidência? a) Condenação cuja pena foi cumprida ou extinta há mais de 05 anos. Artigo 64, inciso I, CP; b) Condenação por crime militar próprio. Artigo 64, inciso II, CP. c) Condenação por crime político. Artigo 64, inciso II, CP. d) Condenação anterior por contravenção penal. VER TABELA DA AULA ANTERIOR. ATENUANTES (NOMINADAS) MENORIDADE Artigo 65, inciso I, CP. Circunstâncias atenuantes Art. 65 - São circunstâncias que sempre atenuam a pena: I - ser o agente menor de 21 (vinte e um), (...); PERGUNTA! Ser menor de 21 anos na data da sentença é circunstância atenuante? Evidentemente que sim, pois na data do fato ele, obviamente, era menor de 21 anos. O Código Civil de 2002 não alterou esta atenuante. O Código Penal considera a idade cronológica. Além disso, é irrelevante que tenha havido emancipação. Observação: Súmula 74 do STJ - Para efeitos penais, o reconhecimento da menoridade do réu requer prova por documento hábil. SENILIDADE Artigo 65, inciso I, CP. Ser o agente maior de 70 anos na data da sentença. Circunstâncias atenuantes Art. 65 - São circunstâncias que sempre atenuam a pena: I - ser o agente (...) maior de 70 (setenta) anos, na data da sentença; PERGUNTA! Qual sentença? Sentença condenatória ou acórdão condenatório? Agente que completa mais de 70 anos após a condenação, mas antes do acórdão confirmatório, não merece a atenuante. ATENÇÃO! Temos decisões no sentido de que, se o agente tiver menos de 70 anos na data da sentença condenatória e completa-los somente na data do acórdão, poderá incidir a atenuante, caso o acórdão tenha reformado a condenação e aumentado a pena. CUIDADO! O Estatuto do Idoso (pessoa com idade igual o maior que 60 anos) não alterou o artigo 65 do CP. CONFISSÃO ESPONTÂNEA Artigo 65, inciso III, alínea “d”, CP. Art. 65 - São circunstâncias que sempre atenuam a pena: (...) III - ter o agente: (...) d) confessado espontaneamente, perante a autoridade, a autoria do crime; (...) REQUISITOS: 1) Não basta voluntariedade, exige espontaneidade. 2) Confissão simples. Temos decisões não admitindo a atenuante na confissão qualificada 2 . Observação: para o STJ, a confissão qualificada impede a atenuante da confissão espontânea (HC 129.278 RS). Já para o STF, a confissão qualificada não impede a atenuante (HC 99436). [PERGUNTA DE CONCURSO] Réu confesso na polícia se retrata em Juízo, incide a atenuante? RESPOSTA: se a confissão extrajudicial foi efetivamente utilizada para embasar sentença condenatória, a atenuante da confissão espontânea deve ser aplicada (Artigo 65, inciso III, alínea “d”, CP), mesmo que posteriormente haja retrataçãoem juízo (STF HC 91654 PR; STJ HC 68010 MS). ATENUANTES (INOMINADAS) Artigo 66, CP. Art. 66 - A pena poderá ser ainda atenuada em razão de circunstância relevante, anterior ou posterior ao crime, embora não prevista expressamente em lei. AGRAVANTES ATENUANTES Princípio da Legalidade. Rol exemplificativo. Exemplo de atenuante inominada. COCULPABILIDADE O presente princípio da inevitável conclusão de que a sociedade, muitas vezes, é desorganizada, discriminatória, marginaliaadora, criando condições sociais que reduzem o âmbito de determinação e liberdade do agente, contribuindo para o delito. Essa postura social deve ser em parte compensada, atenuando a pena do acusado. 2 Confissão Qualificada: tem nela agregada uma tese defensiva. Exemplo: matei, mas em legítima defesa. Exemplo: juiz tem dois processos para sentenciar (tema tráfico), num deles o autor do fato é uma pessoa estudada, abastarda etc.; o outro é uma pessoa pobre que nunca teve oportunidade etc. Eles merecem a mesma pena? O agente pobre não teve as mesmas oportunidades que teve o agente rico. Portanto o Estado tem parcela de culpa. Previsão Legal: artigo 19, inciso IV, da Lei 11.343/06 – Lei de Drogas. E o artigo 66 do CP. Art. 19. As atividades de prevenção do uso indevido de drogas devem observar os seguintes princípios e diretrizes: (...) IV - o compartilhamento de responsabilidades e a colaboração mútua com as instituições do setor privado e com os diversos segmentos sociais, incluindo usuários e dependentes de drogas e respectivos familiares, por meio do estabelecimento de parcerias; CRÍTICAS À TEORIA DA COCULPABILIDADE 1) Parte da premissa de que a pobreza é causa do delito; 2) Pode conduzir à redução de garantias quando se trata de réu rico; 3) Continua ignorando a seletividade do poder punitivo; Essa teoria não foi aceita pelos tribunais superiores. Hoje, prevalece a TEORIA DA VULNERABILIDADE. Conceito: quem conta com alta vulnerabilidade de sofrer a incidência do Direito Penal, e esse é o caso de quem não tem instrução, família estruturada etc., a culpabilidade é reduzida. [PERGUNTA DE CONCURSO] O que é coculpabilidade apresentada às avessas? RESPOSTA: Aquele que desfruta de baixa vulnerabilidade social, quem conta com status social, diploma, boa educação, teria, em tese, maior culpabilidade. Por isso, coculpabilidade apresentada às avessas. TERCEIRA FASE DO CÁLCULO DA PENA Finalidade: fixar a pena definitiva. Instrumentos colocados à disposição do magistrado: as causas de aumento e diminuição de pena. Ponto de partida: pena da segunda fase (pena intermediária). Esquema: Pena simples ou qualificada 1ª Fase orienta a pena base; 2ª fase o juiz fixa a pena intermediária que é o ponto de partida em que o Juiz fixa a pena definitiva. AGRAVANTES e ATENUANTES AUMENTO ou DIMINUIÇÃO 2ª FASE 3ª FASE Deve respeitar os limites mínimo e máximo previstos em Lei. Podem extrapolar os limites previstos em Lei. Exemplo: maioria dos crimes tentados. O quantum fica a critério do Juiz, devendo fundamentar a sua decisão. O quantum de aumento ou diminuição tem previsão legal. Pode ser estabelecido em quantidade fixa ou variável. Exemplo: artigo 2263, CP (fixa). Artigo 157, §2º4, CP (variável). Causa de aumento # qualificadora. Causa de Aumento Qualificadora 3ª Fase. Nenhuma fase. Ela é ponto de partida para a primeira fase. Incide na pena intermediária. Substitui preceito secundário simples. 3 Aumento de pena Art. 226. A pena é aumentada:(Redação dada pela Lei nº 11.106, de 2005) I – de quarta parte, se o crime é cometido com o concurso de 2 (duas) ou mais pessoas; II – de metade, se o agente é ascendente, padrasto ou madrasta, tio, irmão, cônjuge, companheiro, tutor, curador, preceptor ou empregador da vítima ou por qualquer outro título tem autoridade sobre ela; 4 Roubo - Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência: Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa. (...) § 2º - A pena aumenta-se de um terço até metade: I - se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma; II - se há o concurso de duas ou mais pessoas; III - se a vítima está em serviço de transporte de valores e o agente conhece tal circunstância. IV - se a subtração for de veículo automotor que venha a ser transportado para outro Estado ou para o exterior; (Incluído pela Lei nº 9.426, de 1996) V - se o agente mantém a vítima em seu poder, restringindo sua liberdade. (...) Artigo 68, §único, CP. Cálculo da pena Art. 68 - A pena-base será fixada atendendo-se ao critério do art. 59 deste Código; em seguida serão consideradas as circunstâncias atenuantes e agravantes; por último, as causas de diminuição e de aumento. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Parágrafo único - No concurso de causas de aumento ou de diminuição previstas na parte especial, pode o juiz limitar-se a um só aumento ou a uma só diminuição, prevalecendo, todavia, a causa que mais aumente ou diminua. CONCURSO HOMOGÊNEO (DE CAUSAS DE AUMENTO OU DIMINUIÇÃO) Duas ou mais causas de aumento; duas ou mais causas de diminuição. SITUAÇÕES: 1) Duas causas de aumento ou duas de diminuição, ambas na parte especial do Código Penal. Exemplo: 1/3 e ½ (aumento) ou 1/3 e ½ (diminuição). Neste caso, aplica o artigo 68, §único, CP. 2) Duas causas de aumento ou duas de diminuição, ambas na parte geral do Código Penal. Neste caso, não se aplica o artigo 68, §único, CP, devendo o Juiz aplicar as duas (de aumento ou de diminuição) dependendo do caso. Nas causas de aumento: A incidência cumulativa é pior para o réu (é como a capitalização de juros – 1/3 calcula, resultado, ½ calcula, resultado). A incidência isolada é a que deve ser utilizada (faz o cálculo individual de cada aumento - 1/3 calcula, ½ calcula, soma e resultado). Nas causas de diminuição: Neste caso, a incidência isolada pode chegar a pena zero (exemplo: hipótese de diminuição de ½ e ½ ), portanto, para o caso de diminuição se utiliza a incidência cumulativa. 3) Duas causas de aumento (parte geral e outra na especial) ou duas de diminuição (parte geral e outra na especial). Neste caso, não se aplica o artigo 68, §único, CP, do CP (ambas devem ser especial), devendo o Juiz aplicar as duas. Nas causas de aumento = incidência isolada; Nas causas de diminuição = incidência cumulativa. CONCURSO HETEROGÊNEO (DE CAUSAS DE AUMENTO OU DIMINUIÇÃO) Causa de aumento e causa de diminuição. O Juiz deve aplicar as duas. [PERGUNTA DE CONCURSO] O Juiz primeiro aumento e depois diminui, ou primeiro diminui e depois aumenta? Duas correntes: 1) Primeiro diminui e depois aumento, pois assim está no artigo 68, caput, CP. 2) Primeiro aumenta e depois diminui, porque é mais benéfico para o réu. CORRENTE MAJORITARIA. REGIME INICIAL DE CUMPRIMENTO DE PENA Fixada a pena privativa de liberdade, deverá o Magistrado, com fundamento no artigo 33, do Código Penal, fixar o regime inicial de cumprimento da reprimenda. Artigo 33, CP. SEÇÃO I DAS PENAS PRIVATIVAS DE LIBERDADE Reclusão e detenção Art. 33 - A pena de reclusão deve ser cumprida em regime fechado, semi-aberto ou aberto. A de detenção, em regime semi-aberto, ou aberto, salvo necessidade de transferência a regime fechado. (Redaçãodada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) § 1º - Considera-se: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) a) regime fechado a execução da pena em estabelecimento de segurança máxima ou média; b) regime semi-aberto a execução da pena em colônia agrícola, industrial ou estabelecimento similar; c) regime aberto a execução da pena em casa de albergado ou estabelecimento adequado. § 2º - As penas privativas de liberdade deverão ser executadas em forma progressiva, segundo o mérito do condenado, observados os seguintes critérios e ressalvadas as hipóteses de transferência a regime mais rigoroso: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) a) o condenado a pena superior a 8 (oito) anos deverá começar a cumpri-la em regime fechado; b) o condenado não reincidente, cuja pena seja superior a 4 (quatro) anos e não exceda a 8 (oito), poderá, desde o princípio, cumpri-la em regime semi-aberto; c) o condenado não reincidente, cuja pena seja igual ou inferior a 4 (quatro) anos, poderá, desde o início, cumpri-la em regime aberto. § 3º - A determinação do regime inicial de cumprimento da pena far-se-á com observância dos critérios previstos no art. 59 deste Código.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) § 4o O condenado por crime contra a administração pública terá a progressão de regime do cumprimento da pena condicionada à reparação do dano que causou, ou à devolução do produto do ilícito praticado, com os acréscimos legais. (Incluído pela Lei nº 10.763, de 12.11.2003) REGIME INICIAL O Magistrado deve considerar: a) Tipo de pena; i. Reclusão ii. Detenção b) Quantidade da pena imposta; c) Reincidência; d) Artigo 59, CP. RECLUSÃO Fechado: condenado a pena superior a 08 anos; Semiaberto: condenado a pena superior a 04 anos e não exceda a 08 anos, desde que não reincidente; Aberto: condenado a pena igual ou inferior a 04 anos, desde que não reincidente. Observação: Se o réu for reincidente, o Código Penal determina o regime fechado. NO ENTANTO, a Súmula 269 do STJ tempera o rigorismo do CP. “É admissível a adoção do regime prisional semi-aberto aos reincidentes condenados a pena igual ou inferior a quatro anos se favoráveis as circunstâncias judiciais.” O artigo 1º, §5º da Lei de Lavagem de Capitais, determina que o Juiz pode aplicar qualquer regime na hipótese de delação premiada. É literalmente um prêmio na delação. § 5º A pena será reduzida de um a dois terços e começará a ser cumprida em regime aberto, podendo o juiz deixar de aplicá-la ou substituí-la por pena restritiva de direitos, se o autor, co-autor ou partícipe colaborar espontaneamente com as autoridades, prestando esclarecimentos que conduzam à apuração das infrações penais e de sua autoria ou à localização dos bens, direitos ou valores objeto do crime. DETENÇÃO Semiaberto: condenado a pena superior a quatro anos. Aberto: condenado a pena não superior a quatro anos, desde que não reincidente. Se ele for reincidente o regime é semiaberto. CUIDADO! Em se tratando de crime punido com detenção, em regra, não existe previsão de regime inicial fechado. Observação 01: admite-se o regime fechado na regressão. Observação 02: o artigo 10 da Lei 9.034/95 traz hipótese excepcional de detenção iniciar no regime fechado, tendo a sua constitucionalidade questionada. Motivo: Proporcionalidade, Razoabilidade e individualização da pena. Art. 10 Os condenados por crime decorrentes de organização criminosa iniciarão o cumprimento da pena em regime fechado. Exemplo: roubo majorado pelo emprego de arma, praticado por agente primário. A pena que o Magistrado impôs é de 05 anos e 04 meses. Qual é o regime inicial? Artigo 33, CP Jurisprudência O regime deve ser o semiaberto. Porém, tem jurisprudência aplicando o regime fechado em razão da gravidade em abstrato do crime. O STF disse: “nem fodendo !”. Súmula 718. “A OPINIÃO DO JULGADOR SOBRE A GRAVIDADE EM ABSTRATO DO CRIME NÃO CONSTITUI MOTIVAÇÃO IDÔNEA PARA A IMPOSIÇÃO DE REGIME MAIS SEVERO DO QUE O PERMITIDO SEGUNDO A PENA APLICADA.” No mesmo sentido a Súmula 440 do STJ. “Fixada a pena-base no mínimo legal, é vedado o estabelecimento de regime prisional mais gravoso do que o cabível em razão da sanção imposta, com base apenas na gravidade abstrata do delito.” No entanto, NO CASO CONCRETO (não gravidade abstrata), permite-se o inicial fechado. Analisa-se o AQUELE CASO! “A IMPOSIÇÃO DO REGIME DE CUMPRIMENTO MAIS SEVERO DO QUE A PENA APLICADA PERMITIR EXIGE MOTIVAÇÃO IDÔNEA.”