Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
0 1 SUMÁRIO PÁGINA 1.1 INTRODUÇÃO ......................................................................................... 03 1.1 Conceito ..................................................................................................... 03 1.2 Histórico da Economia ............................................................................... 03 1.3 Microeconomia e Macroeconomia ............................................................. 04 1.4 Noções fundamentais de economia ............................................................ 05 2. SISTEMA ECONÔMICO ........................................................................... 19 2.1 Conceito ..................................................................................................... 19 2.2 Formas de Organização da Atividade Econômica ..................................... 19 2.3 Fluxo Econômico ....................................................................................... 20 2.4 Agentes Econômicos .................................................................................. 22 3. MODELO DE MERCADO ......................................................................... 28 3.1 Demanda e Oferta ...................................................................................... 28 3.2 Mercados .................................................................................................... 30 4. PEINCÍPIOS DA TEORIA DA PRODUÇÃO ............................................ 33 4.1 Conceito ..................................................................................................... 33 4.2 Função e Fatores de Produção .................................................................... 34 4.3 Economias de Escala .................................................................................. 40 5. CUSTO DE PRODUÇÃO ........................................................................... 43 5.1 Conceito e Objetivos .................................................................................. 43 5.2 Prazos ......................................................................................................... 44 5.3 Classificação dos custos ............................................................................. 44 5.4 Recursos Fixos e Recursos Variáveis ........................................................ 47 5.5 Planilhas do Custo de Produção ................................................................ 49 6. ANÁLISE ECONÔMICA SIMPLIFICADA .............................................. 57 6.1 Conceitos .................................................................................................... 57 6.2 Situações de Análise econômica da atividade produtiva ........................... 59 6.3 Ponto de Nivelamento, Resíduo e Cobertura ............................................. 61 7. COMERCIALIZAÇÃO .............................................................................. 64 7.1 Introdução .................................................................................................. 64 7.2 Sistema de Comercialização ...................................................................... 65 7. 3 Canais, Fluxos e Margens De Comercialização ........................................ 70 7.4 Mercado Derivativo Agropecuário ............................................................ 73 2 7.4.1 Mercado Futuro ....................................................................................... 74 7.4.2 Mercado De Opções ................................................................................ 85 7.4.3 Mercado a Termo - Cédula de Produto Rural (CPR) .............................. 91 8. ENFOQUE MACROECONÔMICO ........................................................... 114 8.1 Introdução .................................................................................................. 114 8.2 Contas Nacionais ........................................................................................ 114 8.3 Estrutura do Balanço de Pagamentos ......................................................... 128 8.4 Políticas Macroeconômicas ........................................................................ 128 8.5.Globalização ............................................................................................... 132 9. GLOSSÁRIO ............................................................................................ 142 10. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA ....................................................... 148 3 1. INTRODUÇÃO À ECONOMIA 1.1 Conceito É uma ciência social que estuda como o indivíduo e a sociedade decidem empregar recursos produtivos escassos na produção de bens e serviços, de modo a distribuí-los entre as pessoas e grupos da sociedade, a fim de satisfazer as necessidades humanas. Em qualquer sociedade, os recursos ou fatores de produção são escassos; contudo as necessidades humanas são ilimitadas, e sempre se renovam. Isso obriga a sociedade a escolher entre alternativas de produção e de distribuição dos resultados da atividade produtiva aos vários grupos da sociedade. Com isto, por mais rica que a sociedade seja, os fatores de produção serão sempre escassos para efetivar a fabricação de todos os bens e serviços que essa mesma sociedade deseja. Ela terá que efetuar escolhas sobre quais os bens e serviços deverão ser produzidos, da mesma forma que os homens, contanto com os salários de determinado valor, não pode naturalmente consumir todos os bens e serviços que deseja, devendo escolher entre eles quais poderão adquirir e que estejam ao alcance de sua renda. Portanto, a ciência econômica é aquela que estuda a escassez ou que estuda o uso dos recursos escassos na produção de bens alternativos. 1.2 Histórico da Economia As primeiras manifestações do pensamento econômico surgiram na antiguidade As questões econômicas têm preocupado muitos intelectuais ao longo dos séculos. Na antiga Grécia, Aristóteles e Platão dissertaram sobre os problemas relativos à riqueza, à propriedade e ao comércio. Durante a Idade Média, predominaram as idéias da Igreja Católica Apostólica Romana e foi imposto o direito canônico, que condenava a usura (contrato de empréstimo com pagamento de juros) e considerava o comércio uma atividade inferior à agricultura. Como ciência moderna independente da filosofia e da política, destaca-se a publicação da obra An Inquiry into the Nature and Causes of the Wealth of Nations (1776; Uma investigação sobre a natureza e as causas da riqueza das nações), do filósofo e economista escocês Adam Smith. O mercantilismo e as especulações dos fisiocratas precederam a economia clássica. Essa parte dos escritos de Smith é desenvolvida na obra dos economistas do 4 século XIX, como Thomas Robert Malthus e David Ricardo, e culmina com a síntese de John Stuart Mill. Estes aceitaram a lei de Say sobre os mercados, fundada pelo economista Jean Baptiste Say. Nela, o autor sustenta que o risco de um desemprego maciço em uma economia competitiva é desprezível, porque a oferta cria sua própria demanda, limitada pela quantidade de mão-de-obra e os recursos naturais disponíveis para produzir, não podendo, portanto, haver nem superprodução nem desemprego. Cada aumento da produção aumenta os salários e as demais receitas necessárias para a compra dessa quantidade adicional produzida. A oposição à escola do pensamento clássico veio dos primeiros autores socialistas do século XIX, como Claude Henri de Rouvroy, conde de Saint-Simon,e do utópico Robert Owen. Porém, foi Karl Marx o autor das teorias econômicas socialistas mais importantes. Na década de 1870, aparece a escola neoclássica, que introduz na teoria clássica as novas produções do pensamento econômico, principalmente os marginalistas, como William Stanley Jevons, Léon Walras e Karl Menger. O economista Alfred Marshall, em sua obra-prima, Principles of Economics (1890; Princípios de economia), explicava a demanda a partir do princípio da utilidade marginal e a oferta, a partir do custo marginal (custo de produção da última unidade). John Maynard Keynes, defensor da economia neoclássica até a década de 1930, analisou a Grande Depressão em sua obra The General Theory of Employment, Interest and Money (1936; Teoria geral do emprego, do juro e da moeda), em que formulou as bases da teoria que, mais tarde, seria chamada de keynesiana ou keynesianismo. Tanto a teoria neoclássica dos preços como a teoria keynesiana da receita tem sido desenvolvida de forma analítica por matemáticos, utilizando técnicas de cálculo, álgebra linear e outras sofisticadas técnicas da análise quantitativa. Na especialidade denominada econometria, a ciência econômica se une com a matemática e a estatística. 1.3 Microeconomia e Macroeconomia A microeconomia ocupa-se da analise do comportamento das unidades econômicas, como famílias, ou consumidores, e as empresas. Estuda também os mercados onde operam os demandantes e ofertantes de bens e serviços. A perspectiva microeconômica considera a atuação das diferentes unidades econômicas como se fossem unidades individuais. A microeconomia é aquela parte da teoria econômica que 5 estuda o comportamento das unidades, tais como os consumidores, as industrias e as empresas, e suas inter-relações. A macroeconomia, pelo contrario, ocupa-se do comportamento global do sistema econômico refletido em um número reduzido de variáveis, como produto total de uma economia, o emprego, o investimento, o consumo, o nível geral de preços, etc. Ela estuda o funcionamento da economia em seu conjunto. Seu propósito é obter uma visão simplificada da economia que, porem, ao mesmo tempo, permita conhecer e atuar sobre o nível da atividade econômica de um determinado país ou de um conjunto de países. De qualquer forma, deve-se ressaltar que a microeconomia e a macroeconomia são dois ramos da mesma disciplina, a economia, e como tais se ocupam das mesmas questões, ainda que se fixem em aspectos distintos. 1.4 Noções fundamentais de economia Necessidades Econômicas Todos nós sabemos o que é precisar ou desejar alguma coisa: alimentos, roupas, dinheiro, ferramentas, viagens, etc. Essa situação humana tem o nome de necessidades econômicas (ou humanas). Conceitualmente, necessidade econômica é o desejo de obter bens e serviços úteis ou ainda, o sentimento de privação de um bem que se tende a desejar. As causas das necessidades econômicas podem ser primarias e secundarias. - Primárias são as que dizem respeito às necessidades vitais do individuo e sem as quais ele morre (comer, dormir, vestir). - Secundárias são aquelas referentes ao bem-estar, comodidade, conforto, luxo, etc., depois de satisfeitas as primárias. Necessidade em sentido comum ou vulgar são as faltas ou carências importantes para a vida humana. Necessidade em sentido econômico possuem outros aspectos que as distanciam do conceito comum das necessidades, assim, elas podem ser: Subjetivas: cada indivíduo decidirá, se tem ou não necessidade de algum bem econômico. Imaginárias: são necessidades reais de ponto de vista econômico, embora não sejam do ponto de vista vulgar. São necessidades econômicas porque determinam atividades econômicas, a fim de serem satisfeitas. 6 Carro 2006 → compra carro 2007 Abstrativas:a necessidade econômica faz abstração de juízo moral, religioso, ético, filosófico, jurídico sobre a natureza ou o objeto da necessidade. O desejo de bem nocivos ou inúteis pode determinar atividades econômicas de produção, mercado, preços,consumo e etc. O ético e o jurídico normalizam a necessidade econômica. OBS.: A ética e o direito opinarão sobre essas diferentes necessidades econômicas, e determinarão que se reprimam ou disciplinem as que podem ser nocivas aos indivíduos ou a sociedade. Características das Necessidades Econômicas - Qualidade da necessidade: permite fazer a diferença entre uma necessidade e outra; individualiza cada necessidade permitindo sua classificação; são imitadas em numero, concorrem entre si, se propagam pela imitação, podem ser criadas pela imaginação. E.: comer/dormir, estudar/ tomar água, fumar/ dormir. - Saciabilidade: uma necessidade é limitada, a medida vai sendo satisfeita pode desaparecer ou decrescer, apenas uma necessidade parece não ter limitação: o dinheiro. - Substituição: uma necessidade pode ser substituída por outra ou pode uma mesma necessidade ser satisfeita de formas diferentes. Ex.: Filme no cinema ou na TV; vinho caro/ vinho barato, etc. Classificação das Necessidades Econômicas - Primarias: indispensáveis à vida humana (comer, dormir, vestir, emprego, transporte). - Secundárias: referem-se ao bem estar (conforto, luxo,, comodidade) depois de satisfazer as Primárias conhecida como sociais e/ou culturais. Ultrapassam o mínimo indispensável à vida humana. - Matérias: são satisfeitas mediante o uso do bem. Ex.: coca-cola, carro, imóvel. - Imateriais: são os diversos serviços que os homens prestam uns aos outros. Ex.: viagens, aulas, consultas, corte de cabelo. - Individuais: são aquelas experimentadas pelo individuo em seu próprio ser. Ex.: comer, vestir, divertir, etc. - Coletivas: surgem porque os homens vivem em grupos. Ex.: familiar (educação dos filhos), necessidade pública (administração pública, policiamento, saúde), necessidades sociais (clubes recreativos). - Solváveis: quando tem necessidade e se pode satisfazê-la. 7 - Insolváveis: quando tem necessidade e não se pode satisfazê-la. - De consumo: satisfazem diretamente. Ex.: cerveja, cigarro, alimentos, calçados e etc. - De produção: bem que são utilizados na produção de outros bens. Ex.: aço, matéria- prima, máquinas, formação profissional e etc. Necessidade e Estado No nosso sistema capitalista, onde prevalece o principio da intervenção necessária do Estado, observamos que: - Cabe ao estado providenciar para que as necessidades primárias sejam satisfeitas pela totalidade da população; - Cabe à iniciativa privada integrar-se na tarefa de abastecimento das necessidades primárias e providenciar a satisfação das necessidades secundárias; - Cabe ao Estado no domínio econômico e social, quando a iniciativa privada torna-se inoperante, prejudicando o desenvolvimento econômico. Dinâmica das Necessidades São as necessidades que provocam as ações humanas, pela qual se satisfazem essas necessidades. Há um circuito fechado a respeito: “A necessidade N gera o desejo, que provoca a atividade econômica A, isto é, o trabalho que procura obter o bem B, que por sua vez, satisfaz a necessidade N.” Os males que impedem a dinâmica das necessidades são entre outros, os seguintes: a ignorância, a falta de liberdade, a ausência de técnicos, a ausência de cientistas, etc. Utilidade A noção de utilidade está intimamente ligada à idéia de necessidade. A idéia econômica de utilidade difere do significado vulgar da palavra. Em sentido vulgar, útil é o que não prejudica. Em sentido econômico, útil é todo bem que satisfaz uma necessidade sem quaisquer indagações morais, éticas, filosóficas ou legais.É a propriedade que tem os bens de corresponderem à uma necessidade ou a um desejo humano. É a propriedade que possuem os bens de se tornarem aptos às nossas necessidades. 8 Condições para um bem ser útil: - Existência de uma relação entre a qualidade do bem e uma das nossas necessidades; - Reconhecimento dessa relação; - Acessibilidade do bem. Ex.: Há uma relação entre o livro de economia e a minha necessidade de estudar economia para a próxima prova; reconheço que este livro e o seu conteúdo são absolutamente necessários para a realização de uma boa prova; o livro de economia é acessível, isto é, ele existe na livraria e eu posso comprá-lo. Conclusão: o livro de economia satisfaz os três itens citados e portanto ele é ÚTIL. Tipos de Bens: - Livre: em circunstâncias normais, caracterizam-se pela abundância, não constituindo um problema cuja solução esteja no âmbito da analise econômica. Ex.: águas dos mares, luz solar, ar. - Econômico: bens escassos, cuja obtenção requer certa quantidade de trabalho. Compreendem duas categorias: Bens tangíveis e os intangíveis. Tangíveis: são bens materiais. Ex.: alimentos, vestuários, bebidas. Intangíveis: que não são da natureza física, são os serviços. Ex.: consultas, aulas, táxi, cabeleireira. - Capital: são bens utilizados para a produção de outros bens, e por isso são também conhecidos por “bens de produção”. Ex.: máquinas, ferramentas, insumos. - Consumo: são os produtos que se destinam ao consumo. Subdividem em bens de consumo não duráveis (sua existência é limitada no tempo e geralmente desaparecem ao satisfazer as necessidades. Ex.: alimento, cigarro) e bens de consumo duráveis (utilização prolongada. Ex.: geladeira, carro). - Intermediários: requerem transformação antes de se converterem num bem de consumo ou de capital. Ex.: aço, cimento, cal. - Finais: satisfazem necessidades de consumo ou de investimentos, sem exigir mais nenhuma transformação. Ex.: computadores, móveis. - Privados: produzidos e possuídos privadamente. Ex.: moradias, carros, computadores. - Públicos (coletivos): aqueles cujo o consumo é feito simultaneamente por vários indivíduos. Ex.: praças, parques, praias. 9 Valor Econômico É a maior ou menor estimativa que temos pelos bens. É a relação entre a utilidade percebida por um indivíduo ou grupo e a necessidade e poder de compra que possui. Atributo que dá aos bens materiais sua qualidade de bens econômicos. Teoria sobre o Valor O valor tem sido explicado à luz de inúmeras teorias, que podem ser agrupadas em dois sentidos: as objetivas e as subjetivas. As objetivas procuram as razoes do valor simplesmente por fenômenos objetivos, como por exemplo, o tempo gasto na elaboração de um bem, desligados de qualquer apreciação ou estimativas individual. As subjetivas enfatizam essa estimativa individual. Todas as teorias relacionadas a seguir não são completas por si mesma, mas oferecem como subsídios à uma teoria eclética, que engloba as parcelas de verdade que as outras trazem. Teoria da Utilidade: o valor dos bens e serviços depende de sua utilidade e varia conforme esta. Como conseqüência todo bem útil teria sempre valor econômico e portanto em preço; o bem útil poderia ser trocado sempre por uma quantia maior ou menor de dinheiro. Questionamento: há coisas de máxima utilidade para o homem e que, no entanto não possuem nenhum valor econômico e, portanto preço. Teoria da Raridade: afirma que o valor das mercadorias e serviços advém da sua maior ou menor raridade, ou escassez, ou limitação. Consequência: as coisas abundantes ou de produção fácil valem pouco; as coisas de produção difícil valem muito. Teoria do Custo: esta teoria parte do “paradoxo do valor”: a) a água é útil para o homem e não apresenta nenhum valor econômico; b) o diamante, nenhuma utilidade tem para o homem e, no entanto, possui grande valor econômico. A teoria conclui: a) o valor não pode vir da utilidade senão a água o teria; b) o valor vem do custo de produção do bem. Teoria do Valor-Trabalho: o valor econômico tem como causa “o tempo de trabalho cristalizado no bem” ou ainda, o valor de um bem está na exata medida da quantidade de trabalho manual gasta em sua produção, pela verificação das horas consumidas. 10 Se uma mercadoria pode ser trocada por outra, se uma mercadoria pode ser equivalente a outra é porque elas possuem “algo de comum”. Esse “algo comum” é o trabalho humano sem a qual nada é produzido, e que se incorpora na mercadoria (é o trabalho cristalizado). Para esta teoria, o trabalho é a única “medida de valor”. Teoria Marginalista: procura explicar o valor econômico através da noção de utilidade marginal. No estudo desta teoria devemos distinguir entre: a) fundamento ou causa do valor econômico e, b) medida do valor econômico. A causa procura explicar porque os bens têm valor para o sujeito econômico. A medida procura expressar o maior ou menor valor econômico que o bem tem para o sujeito econômico. Teoria Eclética: nenhuma das teorias vistas satisfaz plenamente, por isso á apresentado um “entendimento eclético do valor”, em que as teorias entram, não como descritas, mas com o que tem de lógico e bom. Quais são os elementos que indicam então valor econômico, segundo a teoria eclética? O valor de uso, o valor de troca, o subjetivismo, a oferta e a procura, a produção limitada ou ilimitada. Preços Nas economias monetárias há um tipo de medida que intervém para analisar os bens que se deseja; serve como “medida de valor”, isto é, como a expressão do valor. Essa medida do valor toma nome de “preço”, e por ele são avaliados os bens econômicos que se pretende obter, necessariamente terá uma expressão que dê o exato alcance de sua dimensão. Não confundir preço com valor de troca. O valor de troca é uma relação que nasce quando se permuta, e o preço representa a moeda disponível para a permuta, de acordo com os padrões monetários adotados. Moeda e preço marcam toda a economia moderna e por isso são adotados universalmente. Dessa presença básica, moeda e preço, surge o mercado, onde aparecem a oferta e a procura. E dentro do mercado, que não é um espaço geográfico, mas econômico, o preço é o termômetro monetário que indica a escassez e a utilidade dos bens e serviços disponíveis. Importância do preço numa economia. - São indicadores da produção e do consumo, pois tanto os vendedores como os compradores norteiam-se pelos preços que conseguem, a fim de produzir em maior ou menor quantidade ou para adquirir em maior ou menor quantidade; 11 - Dirigem a distribuição dos recursos econômicos, incentivando ou não as atividades produtivas neste ou naquele setor, quer se apresentem com oferta mais ou menos abundante; - Concorrem para que haja a repartição da renda, pois é de se supor que as vendas cubram, pelo menos as despesas de produção e ainda permitam a remuneração do empresário, isto é, o lucro. Necessidade de Escolha e o Custo de Oportunidade Na vida somos forçados a escolher continuamente. Quando optamos por algo, temos de renunciar a outras coisas, como os recursos disponíveis são escassos, somente se pode satisfazer uma necessidade se deixa de satisfazer outra. Não há recursos materiais suficientes, trabalho e nem capital para produzir tudo o que as pessoas desejam. Por isso, é necessário escolher as diferentes opções que se apresentam. Quando decidem gastar ou produzir, governos empresas ou famílias estão renunciando a outras possibilidades. - Custo de oportunidade: de um bem ou serviços é a quantidade de outrosbens ou serviços que se devem renunciar para obter. - Curva ou Fronteira de Possibilidade de Produção: reflete as opções que se oferecem à sociedade e a necessidade de se escolher entre elas. Uma economia está situada sobre a fronteira de possibilidades de produção, quando todos os fatores de que dispõe a economia, estão sendo utilizados para a produção de bens e serviços. Leis Econômicas Conceitos: é a relação constante entre a causa e o efeito econômico. - São abstrações e generalizações da realidade; - São leis hipotéticas, porque só se realizam sob certas condições, previamente estabelecidas; - São leis estatísticas; - São demonstráveis matematicamente pelo calculo de probabilidade. Principais Leis Econômicas Lei dos Rendimentos Decrescentes: À medida que aumentando a quantidade de um fator variável, e permanecendo fixa a quantidade dos demais fatores, a produção, de início crescerá a taxas crescentes, a seguir após certa quantidade utilizada do fator 12 variável, passará a crescer a taxas decrescente continuando o aumento da utilização do fator variável, a produção decrescerá. Lei do Interesse Pessoal: Conhecida também como principal Hedomestico, ou Lei do Menor Esforço, corresponde a tendência natural do homem, em procurar o máximo bem-estar com o mínimo de esforço. É aplicada na economia sobre a forma de melhor administração e organização dos meios de produção, menor perda de tempo e material, maior eficiência, com menor tempo de trabalho. Lei da Livre Concorrência: Prega a liberdade individual no seu maior amplo sentido, atingindo o plano econômico (Industria, Comercio, Agricultura). É contra qualquer intervencionismo estatal. Lei das Substituições: O bem econômico de natureza semelhante pode sempre ser substituído por outro. Lei da Demanda: A quantidade procurada por um bem ou serviço varia inversamente ao seu preço. Preços e quantidades caminham em sentido contrario. Lei da Oferta: A quantidade oferecida de um bem ou serviço varia diretamente com o seu preço. Preços e quantidades caminham no mesmo sentido. Metas Econômicas A meta da economia é o desenvolvimento de melhores políticas que minimizem os problemas e maximizem os benefícios recebidos em troca do nosso esforço diário. Mais especificamente, existe um consenso de que devemos procurar as seguintes metas: A. Um alto nível de emprego A importância da manutenção de um elevado nível de emprego destacou-se mais durante a Grande Depressão dos anos 30, quando muitos países não alcançaram este objetivo. Durante a forte contração da economia entre 1929 e 1933, o produto total dos Estados Unidos caiu 30%, por exemplo, e os gastos com as novas instalações e equipamentos diminuíram em quase 80%. Enquanto a situação econômica piorava, mais e mais trabalhadores perdiam seus empregos. Em 1933, 25% da força de trabalho estava desempregado e o problema não foi resolvido de imediato. A queda até o fundo da Depressão durou quase quatro anos e o processo de recuperação até altos níveis de emprego foi ainda mais demorado. Foi só no inicio dos anos 40, quando a produção de material bélico aumentou vertiginosamente, que muitos dos americanos desempregados conseguiram encontrar 13 trabalho. Uma depressão existe quando a taxa de desemprego permanece alta durante um longo período. O termos desempregado de aplica àquelas pessoas que estão dispostas a trabalhar e tem a capacidade necessária, mas não encontram emprego. Assim, um estudante universitário de tempo integral não se classifica como desempregado; o trabalho imediato dele é o de se educar, não de encontrar emprego. Da mesma maneira, um aposentado de setenta anos de idade seria excluído das estatísticas de desemprego. Os indivíduos que se encontram na cadeia ou em instituições para doentes mentais também não são contados, porque não poderiam comparecer ao trabalho. Uma pessoa está desempregada se ela é qualificada e, embora procurando não encontra um emprego. A taxa de desemprego se calcula como uma porcentagem do total da população economicamente ativa, ou seja, a soma dos indivíduos empregados e desempregados. (As estatísticas de população economicamente ativa e desemprego são calculadas em função da definição tradicional de “empregos”. Assim, uma mulher que fica em casa e cuida de seus próprios filhos, não sta na “força de trabalho” nem “empregada”, embora, certamente, trabalhe). No Brasil, as informações anuais sobre o número de desempregados só começaram a ser coletadas a partir de 1967, quando a primeira pesquisa nacional de amostra a domicilio (PNDA) foi realizada. A nossa economia não sofreu tanto como a dos paises industrializados, o nível de produção industrial caiu levemente de 1929 a 1930 recuperando-se em 1931. esse fato explica porque não houve a rigor, preocupação com o desemprego conjuntural (próprio das flutuações cíclicas no nível da atividade econômica) como seria de esperar se houvesse desemprego estrutural (próprio do descompasso entre o numero dos novos trabalhadores que ingressam no mercado e o número de empregos criados). B. Estabilidade de Preços O desemprego corresponde a uma perda pura e simples; a sociedade perde os bens que os desempregados poderiam ter produzido. O problema com a inflação não é tão obvio. Quando o preço aumenta, alguém ganha e alguém perde. O comprador tem que pagar mais, há um ganho equivalente para o vendedor. Quando os produtores vêem o preço dos bens que produzem subindo, acham que esses aumentos são perfeitamente justos, normais ou razoáveis. Quando o consumidor descobre o aumento no preço do bem que compra, acha que este aumento demonstra a cobiça dos vendedores. A dupla 14 natureza de aumentos de preço é – um ganho para o vendedor, uma perda para o consumidor – dificulta a avaliação do perigo da inflação. Diz-se que um pouco de inflação facilita a redução do nível de desemprego. Outros dizem que políticas inflacionarias não elevam o nível de emprego, e que conduzem à uma inflação descontrolada. Uma hiperinflação destrói rapidamente o poder de compra do dinheiro; todos desejam gastar o dinheiro o quanto antes, enquanto ainda podem trocá-lo por coisas de real valor. Uma hiperinflação ocorre durante ou pouco depois de conflitos bélicos que causam um aumento, em disparada, das compras governamentais. Problemas de hiperinflação tiveram o sul dos Estados Unidos durante a Guerra Civil (Secessão), Alemanha (1923) onde US$ 1,00 = 4 trilhões de marcos e outras. A inflação prejudicam os que vivem de renda fixa e as pessoas que pouparam quantias fixas de dinheiro para a sua aposentadoria ou para eventualidades (acidentes, doenças graves, etc.).Mas outros ganham com a inflação: os ricos ficam mais ricos e os pobres ficam mais pobres. A inflação pode induzir à especulação improdutiva (as pessoas, por exemplo, compram imóveis para vendê-los com lucro). A inflação pode levar a mais erros econômicos. Para tomar decisões certas, as pessoas devem ter uma imagem acurada da conjuntura nacional. Quando os preços sobem rapidamente a imagem da conjuntura fica fora de foco e perde clareza. C. Eficiência A economia pode apresentar um mau desempenho mesmo com bem baixas de desemprego e de inflação. A meta par o máximo esforço produtivo é a eficiência (produtividade). Podemos dois tipos de eficiência: * Eficiência técnica: Ex.: o fabricante A produziu 50 bicicletas usando 30 homens e 12 máquinas; o fabricante B produziu as mesmas 50 bicicletas usando 25 máquinas e 8 máquinas. Diz-se então que o produtor B foi mais eficiente que A; em outras palavras B usou racionalmente o seu equipamento.* Eficiência Alocativa: é a combinação inteligente de um conjunto de bens. Ex.: na produção de trigo devemos empregar muitos homens e poucas máquinas ou muitas máquinas e poucos homens? D. Uma Distribuição Eqüitativa da Renda A economia brasileira cresce, mais ainda assim muitas pessoas continuam vivendo miseravelmente, não podendo adquirir alimentos, roupas, moradia, etc. por que alguns têm muito e muitos têm pouco? Há um consenso de que a sociedade é 15 responsável pela ajuda a essas pessoas menos privilegiadas. Não existe uma concordância de opiniões no sentido de que devemos ter uma igualdade completa de renda como meta; a distribuição “melhor” de renda é mal definida. Devido às obvias complicações, a pobreza é difícil de ser definida em termos monetários. Devemos considerar em primeiro lugar que nem todos têm as mesmas necessidades: os doentes precisam mais de cuidados médicos, as famílias grandes precisam de alimentos, roupas, etc. os que moram na cidade gastam mais em necessidades básicas (custos mais altos de alimentos e de habitação) que os que moram na zona rural, onde cada família pode produzir parte de seu sustento. Não existe uma medida simples e única para definir uma “linha de pobreza” que marcaria o limite entre as famílias pobre e não pobres. Um dos processos mais eficazes de combater a pobreza é a de aumentar a produção geral. “A maré alta levanta todos os barcos”. Um aumento generalizado de rendas por toda a economia faz com que a renda das pessoas com menos recursos também seja aumentada. Outro processo para se combater a pobreza é pela “Redistribuição de Renda”. Sabemos que a feitura do produto nacional, provoca a distribuição primaria das rendas, isto é, os pagamentos feitos aos fatores de produção através dos salários, juros, lucros e aluguéis. Essa distribuição primária não livra o país dos problemas da pobreza, insuficiência das rendas, das desigualdades das rendas e da insegurança econômica. A redistribuição da renda elimina a pobreza, a renda insuficiente, proporciona segurança econômica às pessoas, influi no funcionamento de economia nacional, encorajando uma “demanda agregada” que por sua vez faz com que funcione com equilíbrio e em expansão a economia nacional. Os meios de distribuição de rendas: Através da receita pública: impostos – o Estado exigindo impostos maiores dos que têm bastante para pagar, até isentando os economicamente fracos está procurando diminuir distancia entre as rendas dos ricos e dos pobres. Um dos meios mais eficientes é o imposto de renda. Através da Despesa Pública: se as desigualdades sociais começam a diminuir com a arrecadação de impostos, o processo de diminuição das distâncias entre ricos e pobre continua com a aplicação do dinheiro público, que poderá ser feito dentre as seguintes modalidades: 16 Obras e serviços públicos (quando o Estado constrói estradas, ruas, grupos escolares, ginásios, creches, asilos, etc. Assim o faz, não pensando em beneficiar os ricos, mas sim dar aos mais necessitados as possibilidades de usufruir de certos bens e serviços, no mesmo pé de igualdade com a elite. Os bens e serviços públicos, dentro das suas finalidades, podem ser gozados por todos os cidadãos, ricos ou pobres); Subscritos, auxílios ou subvenções (o Estado distribui gratuitamente, subsídios a certas empresas para que possam colocar seus produtos no mercado a preços ao alcance dos consumidores mais pobre, ou concede auxílios e subvenções para entidades filantrópicas e beneficentes a fim de que essas possam atender a uma faixa da população mais miserável); Autarquia e outros órgãos de finalidades sociais (existem certos órgãos, os quais sob a forma de empresas públicas, de departamentos públicos ou autarquias, têm a principal finalidade de assistir socialmente a determinada faixa da sociedade;assim são, por exemplo, os órgãos da previdência social); Aplicação em atividade produtiva (se em determinada região do país houver desemprego ou subemprego, o Estado, ao invés de dispender determinada importância para ajudar os desempregados a se manterem, empregará o dinheiro na construção de uma obra, em que haja criação de novos empregos. Dessa forma resolve o problema do desemprego e faz aparecer uma nova obra pública que também irá beneficiar a muitas pessoas. Outras vezes, em forma de sociedade de economia mista, na qual detém o controle acionário, o Estado pode explorar determinado setor de atividade, que crie novos empregos. É o caso da PETROBRÁS, Cia. Vale do Rio Doce, etc. Com os investimentos pelo Estado, crescem os empregos e os salários. Com os novos empregos e salários, cresce a demanda dos bens de consumo). Através da Fixação de Preços: o equilíbrio social também pode ser conseguido com a fixação de preços máximos e mínimos, conforme o caso, como quando o governo faz tabelamento de alugueis, fixando preços máximos de locação para beneficiar o inquilino considerado economicamente mais fraco que o proprietário do imóvel; fixação de preços máximos para gêneros de primeira necessidade, objetivando-se também proteger as classes com menos recursos. Existe ainda, a fixação de preços mínimos como acontece com os salários, e os 17 preços agrícolas. Os preços agrícolas são tabelados num mínimo para ajudar o lavrador que não dispõe de meios de enfrentar o jogo comercial dos compradores de seus produtos. E. O crescimento Em uma economia com desemprego em massa, pode-se aumentar o produto ao dar trabalho aos desempregados. Mas há que considerar que existe um limite na quantidade que pode ser produzida com a força de trabalho, terra, fabricas e equipamentos; aumentar o produto além desse limite, exigirá um aumento dos recursos disponíveis (mais fabricas, maquinas, novos tipos de maquinas mais produtivas ou nova organização da produção). Quando os economistas falam de crescimento, querem dizer um aumento da produção resultante de avanços tecnológicos ou de incrementos nos recursos. As vantagens do crescimento são óbvias. Se a economia cresce, nossa renda será maior no futuro. O aumento, em parte, da produção pode ser utilizado para beneficiar os pobres da população sem reduzir a renda absoluta dos ricos. Embora o crescimento tenha vantagens evidentes, ele tem um “custo”. Se desejamos crescer mais rapidamente, uma parcela maior da produção corrente terá que ser constituída de maquinas e portanto, menos bens de consumo serão produzidos. Somente no futuro, quando novas maquinas começarem a funcionar, produzirão mais bens de consumo (vestuário, rádios, comidas enlatadas, etc.). Mas hoje, o consumo irá sofrer em termos de produção. Níveis mais altos de produção usam quantias crescentes de matérias-primas. Uma taxa moderada de crescimento pode possibilitar a conservação de recursos e assim servir melhor aos interesses das gerações futuras. Taxas muito altas de crescimento podem danificar o meio ambiente. Se o objetivo é produzir mais aço e automóveis, pode ser que, por isso, se dê pouca atenção à fumaça das usinas de aço ou aos efeitos do automóvel na qualidade do ar que respiramos. Em vista do exposto, fica difícil especificar-se a meta de crescimento em termos quantitativos. Uma taxa de crescimento em termos quantitativos de 4% ao ano não é claramente melhor que uma taxa de 3%. F. Redução da Poluição Queremos produzir mais e melhor, mas devemos fazê-lo sem degradar o meio ambiente (evitar poluição sonora, visual; evitar a poluição de rios, mares, lagos; evitar a poluição do ar, ...). G. Liberdade Econômica 18 É o direito de os indivíduos escolherem suasprofissões, fazerem contratos e gastarem sua renda como desejam, ... H. Segurança Econômica O individuo deve ser livre do espectro de uma doença grave ou de outra desgraça qualquer que possa colocá-lo em uma situação desesperadora (perda de emprego, impossibilidade de educar os filhos, perda da aposentadoria, incerteza do futuro, etc.). 19 2. SISTEMA ECONÔMICO 2.1 Conceito Sistema Econômico um conjunto de relações técnicas básicas e institucionais que caracterizam a organização econômica de uma sociedade. Essas relações condicionam o sentido geral das decisões fundamentais que se tomam em toda sociedade e os ramos predominantes de sua atividade. O dilema provocado pelo confronto entre os recursos escassos e necessidades ilimitadas implica na existência de três questões fundamentais: 1º O que e quanto produzir? 2º Como Produzir? 3º Para quem produzir? 2.2 Formas de Organização da Atividade Econômica Sistemas de Livre iniciativa empresarial (capitalismo puro): impera a propriedade privada dos meios de produção, ao lado de decisão sobre o que e quanto produzir fundamentadas no mercado e nos preços. As atividades econômicas são dirigidas e controladas unicamente por empresas privadas, que competem entre si. As empresas estariam dispostas a oferecer seus produtos à medida que houvesse probabilidades efetivas de obtenção de lucros. A intervenção do Estado é considerada perturbadora e prejudicial. Sistemas de planificação central da economia (socialismo): as respostas às questões básicas (o que, como, quanto) competem ao Estado, que se encarrega de direcionar, controlar processo produtivo, através de empresas públicas, com base no interesse coletivo. A meta não é o lucro e sim o bem estar geral. Todos os meios de produção seriam socializados, isto é, de propriedade coletiva, administrada pelo Estado. Sistemas mistos: existe a coexistência entre o setor público e o privado. Muitos aspectos da economia são controlados pelo Estado (Leis, Decretos, Regulamentos, Criação de Empresas, Subsídios, Créditos, Incentivos Fiscais) além de se encarregar de proporcionar alimentos, ensino, assistência jurídica, às camadas inferiores de renda. O “como produzir” se dá na Iniciativa Privada. 20 2.3 Fluxo Econômico O funcionamento do sistema econômico caracteriza-se, de um lado, pela atividade de obtenção de recursos (ou fatores) de produção em si e, de outro, pela obtenção de recursos financeiros e sua utilização. Podemos dizer que um fluxo circular de renda se inicia com a participação de dois tipos de agentes: famílias e empresas. As famílias que são as detentoras dos fatores de produção e as empresas que utilizam, por determinado preço, seus recursos. Assim fica estabelecidos dois mercados, um de fatores de produção e outro de bens e serviços finais. Figura 1. Fluxo circular de renda da economia. Se incorporarmos, na figura 1, o processo de acumulação de capitais e dos fluxos de financiamento tem-se, então, dois novos componentes: os bens destinados ao consumo e os bens destinados à acumulação. A existência de bens destinados à acumulação nos leva à necessidade da utilização dos intermediários financeiros e, com isso, surgem os mercados financeiros conforme a figura 2. 21 Figura 2. Incorporação do processo de financiamento. A necessidade da existência de bens públicos justifica a incorporação do governo ao fluxo. Pode-se dizer que o governo seria um avalista de uma ordem social, na qual ocorreriam as atividades econômicas de todos os agentes privados e até mesmo os agentes públicos com está apresentado na figura 3.; 22 Figura 3. Incorporação do governo. 2.4 Agentes Econômicos Os diferentes agentes econômicos podem ser divididos em privados e públicos. Os agentes privados básicos são as empresas e as famílias. Empresas Os fatores de produção, natureza, trabalho e capital dependem para se tornarem produtivos, de um elemento que os combine. Este fator é a empresa. As origens das empresas são encontradas nas tarefas em comum, realizadas nas sociedades primitivas. Seu surgimento com sentido econômico. Porém só se dará na Idade Média, quando predominou o sistema feudalista; despontou na medida que o artesão já não tinha condições de monopolizar a produção de certos bens, tendo em vista a procura de novos mercados e o fato de não deter a matéria-prima. Quando a produção, com o advento da Revolução Industrial, tornou-se 23 mais que suficiente para atender às necessidades locais, houve a busca de novos mercados. Com isso aperfeiçoaram-se as principiantes empresas. Neste mesmo período o capitalismo também se estruturou, surgindo a figura do empreendedor ou do empresário; aparecem a atividade que objetiva lucro, isto é, “a remuneração paga aos que correm riscos, que inovam, que modificam, que dinamizam”, com essa atividade e esse desejo de lucro, firmou-se a empresa. É a unidade de produção básica. Contrata trabalho e compra fatores com o fim de fazer e vender bens e serviços. É a unidade econômica de produção encarregada de trocar os fatores de produção (recursos naturais, trabalho e capital) para produzir bens e serviços que depois serão vendidos no mercado. Conforme sua natureza jurídica a empresa pode ser: - Individual: Trata-se de empresas que pertencem a um só indivíduo e são dirigidas por ele. (Forma mais simples de se estabelecer um negócio). - Social: A propriedade não corresponde à um só indivíduo. - Limitadas: O capital social deve estar totalmente desembolsado em um movimento de constituir a sociedade. O capital está dividido em partes iguais, chamados cotas. Nestas empresas os sócios não respondem pessoalmente a dados sociais, somente com o capital aplicado. - Sociedades Anônimas ou S.As: Somente se pode ser sócio, investindo dinheiro. O capital está dividido aos acionistas (em ações). A responsabilidade dos sócios se limita ao capital aplicado. As ações são eventualmente negociadas na Bolsa. - Cooperativas: São associações criadas para satisfazer as necessidades comuns dos associados que compartilham de iguais riscos e benefícios. O financiamento das empresas pode ser por autofinanciamento - Recursos financeiros gerados pela própria empresa e ou Financiamento Externo: *Empréstimos: A Empresa recebe de imediato o total do financiamento concebido, apesar de alguns casos haver desconto dos juros. *Créditos: A empresa retira dentro do limite máximo combinado, o Capital necessário, podendo realizar várias retiradas, pagamentos, de maneira que somente pague os juros relativos ao Capital utilizado. A forma de instrumentar os créditos, é por meio de títulos. 24 *Ações e Obrigações: (Somente S. A.). Ação. Cada ação representa uma fração da propriedade e da sociedade. Conferem direitos políticos e econômicos. São títulos de renda variável e integram capital de risco ( sofrem perdas ou redução de lucro). De modo geral, concentração de empresas é a variedade de modos que permitem a empresa aumentar o seu campo de atividade ou sua influência sobre os mercados. É uma necessidade para superar exigências e dificuldades ou suplantar e concorrência. Tipos de concentração: - Aumento do estabelecimento: Quando aumento o volume de sua atividade, quando amplia as instalações (Armazéns, Supermercados). - Multiplicação de um estabelecimento: Criação de filiais na mesma cidade, no mesmo paísou fora dele. - Diversificação: A empresa cresce porque vai se dedicando há outras atividades, sem ligação uma com as outras. - Concentração Horizontal: Quando uma empresa aumenta a seu campo de atividade pelo aumento da sua produção, que continua a ser da mesma espécie; recebe também o nome de concentração por ampliação. A concentração horizontal trará, em condições normais, menores desvantagens, pois permite o aproveitamento de instalações, do bom nome da empresa, dos mesmos funcionários, etc. (Roupas femininas+ masculinas+ infantis =mesmo ramo de atividade) 25 - Concentração Vertical: Quando uma empresa se diversifica sua produção, produzindo uma quantidade determinada de certos produtos até então não produzidos. Há portanto, uma diversificação ou uma integração, como também é denominada a concentração vertical. A concentração vertical se dá quando uma empresa que produz determinados produtos, procura concentrar cãs operações prévias ou consecutivas daqueles que são objetos principais dessa empresa. Vantagens: eliminação ou diminuição dos intermediários, tendência a emancipação, etc. (Desde a matéria prima até o final). - Por Acordo: Quando uma empresa aumenta sua influência sobre o mercado, combinando com outras empresas, formulas que eliminem a concorrência. Os acordos se tornam vantajosos e possíveis quando: Existir pequeno número de produtores; Houver certa igualdade das condições de trabalho; Existir uniformidade de produtos; Não existir produtos sucedâneos; (substituíveis); Houver espírito de associação e adesão da maioria das concorrentes. Principais tipos de acordo: Cartel: É um acordo limitado, temporário, tendo por objetivo estabelecer uma uniformidade nos preços de compra das matérias-primas, nos preços de venda dos produtos sobre o volume de produção, de todos e de cada uma delas; Repartição entre eles dos mercados mundiais, nacionais, regionais e os urbanos.-Pool: Diversas empresas recolhem à uma mesma caixa a suas receitas, que depois são rateadas entre elas, de acordo com critérios previamente fixados. Consórcio: É uma associação lícita, contratual e transitória de pessoas físicas ou jurídicas, interessados na compra de determinados bens, construir uma obra pública ou realizar qualquer atividade econômica, cuja a magnitude escapa as possibilidades de cada um. Holding: Uma nova empresa adquiri a controle acionário, de outras empresas, mediante a aquisição de maioria de seu capital votante. As empresas dominadas (Subsidiárias) podem ter os mais variados objetos de negócios e suas diretorias são eleitas pela holding. Através dessa diretoria, a holding imprime sua orientação as atividades da cada uma delas. A holding não se dedica a nenhuma linha produtiva, mas apenas controla e administra as empresas dominadas. Truste: Acordo financeiro agrupando sobre uma única direção, várias empresas, que perdem sua independência financeira. Vantagens: menor custo de produção, 26 aperfeiçoamento técnico, melhor administração, etc...Desvantagens: “boicote”, dumping, favores ilegais. Conglomerado: Caracterizado pela diversidade. Uma grande empresa adquire o controle de outras empresas e passa a dirigi-la. Tem como características: Empresas independentes operando como se fosse autônomas, ramos de negócios diferentes. Famílias (Unidades Familiares) Consomem bens e serviços, e oferecem seus recursos – fundamentalmente trabalho e capital – às empresas. As famílias que pretendem maximizar a satisfação obtida no consumo são limitadas pelo orçamento que dispõem. Comportamento similar ao das famílias é dos indivíduos, grupos esportivos, culturais, associações beneficentes e religiosas, etc. A atividade econômica desses grupos atrai sujeitos com intenção mercantil ou empresarial. O Setor Público O setor público estabelece o marco jurídico - institucional e é responsável pela política econômica. Em determinados aspectos, atua também como empresário, especialmente no caso dos bens públicos. 27 Exemplo prático – Notícia retirada da Revista Globo Rural Agronegócio / infraestrutura - 12/09/2011 Agronegócio gasta 13,3% da receita com logística Infraestrutra ainda é entrave para crescimento do setor por Agência Estado Em 2010, os custos com logística corresponderam a 10,6% do Produto Interno Bruto (PIB). As empresas brasileiras gastam 8,5% de sua receita com logística, segundo pesquisa divulgada nesta segunda-feira (12/9) pelo Instituto Ilos. No agronegócio o impacto é ainda maior, 13,3% da receita. Em 2005, os gastos com logística consumiam 7,4% da receita líquida das empresas. "Era esperado que as empresas conseguissem diminuir esses custos", disse Maurício Lima, autor do estudo e diretor de Capacitação do Instituto Ilos, durante o Fórum Internacional de Logística. "O porcentual pode parecer pouco significativo, mas é uma conta que vai direto para o resultado. Em comparação ao lucro dessas empresas, a participação é enorme". Os custos com logística corresponderam a 10,6% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2010, o equivalente a R$ 391 bilhões. Para efeito de comparação, nos Estados Unidos, o montante gasto com logística corresponde a 7,7% do PIB americano. Lima explica que a relação entre o custo da logística e o PIB costuma diminuir conforme o desenvolvimento do País. "O Brasil diminuiu um pouco essa relação, mas ela começa a esbarrar na questão da infraestrutura. O modal rodoviário ganha importância", contou. A matriz de transporte brasileira está 65% baseada no escoamento via rodovias. Nos Estados Unidos, o modal rodoviário corresponde a apenas 28,7% do transporte de produtos e mercadorias. "Se o modal de transportes do Brasil fosse igual ao dos Estados Unidos em termos de distribuição, a economia seria de R$ 90 bilhões", afirmou Lima. "Mas precisaria de anos de investimento em infraestrutura. Mesmo confrontando com a Rússia, a Índia e a China, o Brasil está muito atrás, inclusive na malha rodoviária. Temos uma infraestrutura pequena". Lima alertou que seriam necessários investimentos da ordem de 2% do PIB, cerca de R$ 70 bilhões, apenas em 2011, para atender ao aumento da demanda por transportes. "No PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) estão previstos R$ 20 bilhões (em investimentos) em infraestrutura de transporte em geral, mas na prática o governo nunca consegue gastar tudo isso, então deve ficar em R$ 16 bilhões", calculou. O estudo do Instituto Ilos foi realizado com cem das mil maiores empresas do País. FONTE:http://revistagloborural.globo.com/Revista/Common/0,,EMI264407-18077,00 AGRONEGOCIO+GASTA+DA+RECEITA+COM+LOGISTICA.html 28 3. MODELO DE MERCADO A circulação é a passagem dos bens econômicos de umas para outras pessoas. Umas pessoas procuram adquirir, demandam; outras produzem, ofertam. A circulação se faz pela demanda e oferta. 3.1 Demanda e Oferta 1. Chama-se demanda ou procura e quantidade de um bem ou serviço se deseja adquirir, a certo preço. É a necessidade econômica, armada de um poder de compra. 2. Elasticidade de demanda é a variação desta, pra mais ou para menos, mais que proporcional à variação, para mais ou para menos, do preço dos bens demandados. 3. Há bens inelásticos. São aqueles cuja demanda na se altera, ou se altera pouquíssimo, qualquer que seja a variação do seu preço de venda. Há bens de demanda elástica: são aqueles cuja demanda se altera mais que proporcionalmente à variação do seu preço se venda. 4. A oferta é a quantidade de bens que se propõe vender, o preço dado. 5. A oferta,como a demanda, é também sujeita ao fenômeno da elasticidade. Todavia, há bens de oferta absolutamente inelástica: aqueles que não são possíveis de produzir. A elasticidade da oferta acontece na linha dos bens reproduzíveis. 6. O custo designa todas as despesas que se tem de pagar para produzir algum bem ou serviço. Há várias espécies de custo: custos fixos, custos variáveis, custo total, custo médio, custo marginal. 7. A demanda dependa da renda: só demanda (procura comprar) quem tem recursos (dinheiro). É a necessidade solvável. A necessidade sem recursos não demanda:é insolvável. A economia nacional deve atender tanto às necessidades solváveis, como às necessidades insolváveis. 8. A oferta, também, depende da renda. País de alta renda é população que compra muito. Nesse país, é preciso produzir muito. Produzindo-se muito, é preciso ampliar as empresas, e com isso se pagam mais rendas. 9. A demanda, a oferta e a renda, como se vê, relacionam-se entre si. A demanda é causada pela renda. A oferta é suscitada pela demanda. A oferta cria rendas, pois paga para produzir os bens que são ofertados. Fenômenos de demanda 29 São várias as causas que fazem com que a resposta da demanda não apresente, sempre, um mesmo comportamento ante a variação do preço, ou até mude embora o preço permaneça o mesmo. Rigidez ou Instabilidade: A demanda permanece a mesma, ou pouco varia quando oscilam os preços, nestes casos: A. bens de primeira necessidade; B. certos bens usados em pequenas quantidades; C. bens de luxo; D. bens psicologicamente imperiosos. Elasticidade: A demanda é elástica, no sentido técnico, nestes casos: A. bens de conforto; B. bens que têm sucedâneos próximos. Demanda Cruzada: Quando o preço de outro bem diminui, a demanda se desloca do que estava sendo comprado para o bem que barateou. Efeito-renda: Às vezes, o preço de um baixa, e a pessoa, em vez de aumentar a demanda por ele, aproveita a renda, liberada por essa baixa, para adquirir outros bens: a baixa fez com que a sua renda ficasse, indiretamente, aumentada.É chamado também de “efeito-Hicks”. Elasticidade-renda: Se o sujeito passa a receber uma renda maior (por exemplo, aumento de vencimentos), ele muda a sua demanda de um bem inferior para outro de classe superior. Efeito-demonstração: Certas pessoas, quando o preço de um bem sobe, passam a comprá-lo, para dar a impressão de serem ricas. É chamado também de “efeito-Veblen”. Paradoxo de Giffen: Este economista observou que, às vezes, a alta de um certo bem leva a comprar mais dele, e não por demonstração. Efeito de previsão: Se o adquirente prevê, fundamente ou não, uma baixa ainda maior do preço, a demanda pode não aumentar, e até diminuir, se o preço baixa. O mesmo se diga quanto á previsão da elevação de preço: a demanda aumenta, embora o preço esteja firme, e força a elevação deste. Este último fenômeno é uma das principais causas de inflação, de um certo momento em diante. A demanda Efetiva: Por demanda efetiva entende-se a previsão, que o empresário antes de lançar à produção faz, a respeito do que será adquirido no futuro pelos compradores. A demanda efetiva é que leva o empresário a agir, pois sobre ela é que se 30 formula seus planos de produção. Logo, ela influi “ex ante” na produção, no emprego, no nível de renda. É um dos dínamos que põe em movimento a economia nacional. 3.2 Mercados Chama-se mercado o conjunto de demandas e ofertas que se exercem a respeito dos bens e serviços (compras e vendas). Os mercados podem ser classificados de diversas maneiras: - Quanto ao objeto (mercado de café, do trigo, de automóveis, de ações, etc). - Quanto ao âmbito (mercado regional, municipal, estadual,nacional, mundial). Mas a classificação que interessa ao economista é a que leva em consideração o número de pessoas que demandam e que ofertam. Assim temos: a) o mercado da livre concorrência, em que figura um número ilimitado de compradores e vendedores, havendo perfeita igualdade entre todos os aspectos; b) o mercado do monopólio, em que só há um vendedor, um só comprador, ou um só vendedor e comprador; c) o mercado da concorrência imperfeita, em que há poucos vendedores (oligopólio) e em que os produtos se diferenciam. A vida prática mostra que, na realidade, não existe nem o mercado da livre concorrência, nem o mercado do monopólio absolutos. O que há, com diferente dosagem de concorrência e de monopólio, dentro de certos limites, é o mercado da concorrência imperfeita. Preços 1. Preço é a expressão monetária do valor dos bens e serviços úteis. 2. O preço se forma quando se põe de acordo a demanda com a oferta. 3. Conforme o tipo de mercado, o preço pode ser mais baixo. No monopólio, tende a ser mais alto. Na livre concorrência tende a ser mais baixo. Na concorrência imperfeita, tende ao meio termo. 4. O governo tabela os preços de muitos bens e serviços: nos serviços públicos, na agricultura, nos salários, no comércio e na indústria. O tabelamento no caso da indústria e do comércio, é nocivo, salvo em situações de guerra ou calamidade. 31 5. Quando a economia nacional está em progresso, os preços tendem a baixar. Quando está em inflação, tendem a subir. Quando está em deflação, tendem desmoronar e arruinar tudo. A política econômica tem por seus objetivos manter a situação econômica no primeiro caso (inflação). 32 Exemplo prático – Notícia retirada da Revista Globo Rural Cotações / mercado - 15/05/2011 Consumo de carnes bovina e de frango derrubam preço da carne suína Em São Paulo, queda da arroba da carne suína chegou a R$ 1,00 por Globo Rural Online O mercado interno de carne suína apresentou mais uma queda nesta semana. O setor foi influenciado pela queda na cotação das carnes concorrentes, como a de frango e bovina, o que acabou impactando na decisão de compra do consumidor, que geralmente opta por escolher a que tem menor valor. Segundo o analista de SAFRAS & Mercado, Felipe Netto, houve queda no preço do quilo vivo nos estados da região Sul, em São Paulo e Mato Grosso do Sul. A análise semanal de preços realizada por SAFRAS & Mercado indicou que em São Paulo a arroba suína caiu R$ 1 nesta semana, passando de R$ 49,50 para R$ 48,50. No Mato Grosso do Sul a cotação do quilo vivo caiu R$0,10, ficando em R$ 2,10. Em Goiás, o preço ficou em R$ 2,85 o quilo vivo, mesmo valor da última semana. Em Mato Grosso o preço seguiu em R$ 2,20. Em Minas Gerais o quilo vivo seguiu em R$ 2,85. No Rio Grande do Sul o quilo vivo foi vendido a R$ 2,19 na integração, ante R$ 2,24 na semana passada. No mercado independente o preço caiu para R$ 2,24, ante R$ 2,31 na semana anterior. Em Santa Catarina o valor ficou em R$ 2,10 na integração e a R$ 2,18 no interior, quedas de dez e vinte centavos, respectivamente, ante semana passada. No Paraná, a cotação na região Oeste recuou de R$ 2,42 o quilo vivo para R$ 2,23. No Espírito Santo o quilo vivo seguiu a R$ 2,65, no Ceará a R$ 3,40 e, em Pernambuco, a R$ 3,10. O preço médio do quilo vivo da carne suína na região Centro-Sul recuou 3,71% em uma semana, passando de R$ 2,42 para R$ 2,33. No mercado externo, o fator cambial foi um pouco mais favorável, com o dólar atingindo patamares superiores a R$ 1,60. "Essa condição pode contribuir para uma melhoria no volume embarcado em maio, ainda que o setor enfrente novamente um período de embargo por parte do mercado russo", comenta Netto. Conforme ele,apesar desse impasse, a princípio as exportações não terão grande impacto, até mesmo porque na próxima semana uma missão do governo brasileiro estará na Rússia para tentar solucionar a questão. "A estratégia de alguns frigoríficos em direcionar o produto através de plantas que não tiveram interrupções nos embarques também deve fazer com que o impacto seja bastante reduzido", explica. Fonte:http://revistagloborural.globo.com/Revista/Common/0,,EMI233543-18083,00- CONSUMO+DE+CARNES+BOVINA+E+DE+FRANGO+DERRUBAM+PRECO+DA+CARNE+SUINA.html 33 4. PEINCÍPIOS DA TEORIA DA PRODUÇÃO 4.1 Conceito Produzir um bem é colocar os elementos constituintes desse bem em condições tais que possam satisfazer as necessidades humanas. Produção é feitura de bens e/ou prestação de serviços úteis destinados ao consumo ou à produção de outros bens. Setores de Produção - Setor Primário: Agropecuária, pesca, extrativismo, mineração (vinculado diretamente aos recursos minerais). - Setor Secundário: Constituído pelas atividades industriais, transformam matérias primas em bens finais ou intermediários. - Setor Terciário: Integrado pelos serviços, como transporte, comércio, bancos e etc... Avaliação da Produção O produto nacional (PN) é função da atividade produtora do país. O PN se enquadra em uma das classes de bens econômicos: bens e serviços de consumo e, bens e serviços de produção. Onde se conclui que o produto nacional (PN) é igual ao consumo mais investido (PN=C+I). O PN pode ser computado: 1-“in natura” ou fisicamente; 2- em dinheiro (ao preço de custo e ao preço de venda). No cálculo do PN em dinheiro, devemos deflacionar esses preços para não confundir produção com efeitos de inflação. Produtividade É sinônimo de eficiência, que é obtida através da melhoria da qualidade dos fatores de produção, da melhor organização e combinação dos fatores de produção. A produtividade é um efeito do progresso tecnológico (técnicas de produção). Causas: incentivo à instrução e à educação do povo: formação profissional e especialização do trabalho, etc... 34 4.2 Função e Fatores de Produção O produto nacional (PN) é feito pelos fatores de produção. Para aumentar o PN podem ser usados dois processos, que são: 1- aumentar a qualidade dos fatores de produção; 2- aumentar a produtividade dos fatores de produção. Estudo dos Fatores de Produção Recursos Naturais Os recursos naturais – o fator terra – compreendem a base de um sistema sobre a qual se assentará o capital técnico. Os recursos naturais podem ser: Renováveis: De natureza biológica, compreendem os vegetais e animais. Não Renováveis: Riquezas minerais e solo. Transformados: São os recursos transformados (Ex: Laranja). In natura: Não sofre transformação nenhuma (Venda da laranja). Durante muito tempo prevaleceu a ideia, entre os precursores da análise econômica, de que a verdadeira riqueza seria aquela resultante da utilização indireta do fator terra, a produção agrícola. Os outros bens seriam derivados de uma transformação dos produtos primários, não acrescentando, portanto, mais riqueza. Este conceito modificou-se substancialmente com o avanço das tecnologias de processo e de produto. T. Processo: Mão-de-obra T. Produto: Modifica o produto em si. Espaço Econômico: é a área coberta pelas relações econômicas; as relações econômicas podem ultrapassar as fronteiras geográficas. Força do trabalho População Economicamente Ativa (PEA). É o emprego ordenado da força humana para a criação de utilidades com fins econômicos. Refere-se às faculdades físicas e intelectuais dos seres humanos que intervêm no processo produtivo. Características: É uma atividade racional (Uso da Inteligência); Possui uma finalidade econômica; Procura satisfazer as necessidades econômicas / humanas e É uma atividade (castigo). 35 Trabalho e População A população é um conjunto de seres humanos que vivem em uma área determinada. O fator produtivo trabalho é a parte da população que desenvolve as tarefas produtivas. Eficácia do Trabalho Nacional: Causas que dão maior ou menor eficiência ao trabalho nacional: 1) número de trabalhadores, que varia com a população ativa. Esta população depende: da legislação social (aposentadoria, por exemplo); da saúde da população (condições físicas de um povo); e do início da atividade produtiva (problemas de países subdesenvolvidos). 2) preparação profissional no que diz respeito ao combate da mão-de-obra desqualificada, que é a causa dos baixos salários e por conseqüência a pobreza. Causas que dificultam o aprendizado profissional: na grande indústria a divisão do trabalho exige pequeno número de operações. Impedindo muitas vezes o aprendizado; na pequena e média indústria o aprendizado é difícil pelas próprias condições da empresa; por outro lado, o empresário vê no aprendiz seu futuro concorrente e de modo geral, o aprendiz procede de família numerosa, de baixa renda, com problemas financeiros, e assim deixa o aprendizado e começa trabalhar em outra indústria. 3) o meio físico, que tem grande influência sobre a produtividade. Entre outros são fatores determinantes da eficiência do trabalho: o clima, terras férteis, riqueza natural, abundância de certos minérios... 4) instrumental de trabalho (no processo produtivo) possibilita maior rendimento com o mínimo de desgaste humano, tais como ferramentas aperfeiçoadas, máquinas adequadas, atuação do homem na produção a fim de obter o melhor resultado, (uso da tecnologia). 5) divisão do trabalho e a organização científica do trabalho, que se preocupa com a performance do homem na atividade produtiva, com a obtenção de maior capacidade para o aumento da produtividade e com o mínimo de prejuízos humanos. Os autores dividem a organização racional do trabalho em duas correntes: 36 o ponto de partida da indústria, quando procura métodos mais racionais visando o aprimoramento do trabalho dentro da empresa; o ponto de partida da ciência, que permite a ampliação de ensinamentos da psicologia e da fisiologia ao trabalho do homem, dando nascimento a fisiotécnica. (Melhor conforto para o trabalhador). Capital Todo bem destinado à produção de outro bem se classifica como recurso de capital. Por capital entende-se, portanto, a infra-estrutura produtiva (edifícios, por exemplo), as máquinas, as ferramentas. Recebem essa denominação porque, nas economias capitalistas, o capital geralmente é de propriedade privada e especialmente dos “capitalistas”. Tipos de Capital - Capital Físico ou Real *Capital Fixo: Consiste em todo tipo de investimento empregados na produção, como edifícios maquinários, duram vários ciclos de produção. *Capital circulante: Consiste nos bens em processo de preparação para e consumo, basicamente, matérias-primas e estoques. - Capital Humano: Educação, formação profissional e experiência. Em geral tudo que eleva a capacidade produtiva dos seres humanos. - Capital Financeiro: Fundos disponíveis para a compra de capital físico ou ativos financeiros *Monetários: Dinheiro, conta corrente (depósito a vista). Rende juros. *Não Monetários: Todo o dinheiro que rende juros.(Títulos de governos). A formação de Capital É um fato econômico da mais alta importância para as pessoas, empresas e para o país. O capital (K) é igual a poupança (P) mais o investimento(I). K=P+I Poupança É a parte da renda que não consumimos; chama-se “economias” para muitos. Nos dias de hoje ela assume aforma monetária: guarda-se dinheiro. 37 A poupança é feita pelas pessoas, pelas empresas, quando reservam parte se seus lucros para adquirir novos equipamentos, máquinas, etc, ou para reparar seus bens de produção. Pelo governo, quando reserva recursos para aplicar na formação do capital, diretamente ou financiando as empresas. O governo reserva parte dor tributos arrecadados, toma empréstimos internos e externos, e emite dinheiro como forma de recursos para formar poupança. As formas de poupança mais comuns são: - Poupança Livre ou Individual: Resulta da decisão ou não das pessoas pouparem. - Poupança Forçada: Pode ser feita pelas empresas e pelo governo; *Empresas = quando não distribui lucros e assim obtém recursos para expansão de suas atividades (Auto financiamento); *Governo= quando lança imposto para obter recursos para certos financiamentos ou fazendo empréstimos públicos. - Poupança Reserva: Para atender gastos eventuais, de quem poupa ou de sua família. - Poupança Criadora (Investimentos): São recursos para aumentar a renda de seu titular diretamente na produção ou emprestando esses recursos via sistema financeiros. - Poupança Interna; Realizada no país. - Poupança Externa: Realizada em outro país, que está a disposição do Brasil, sob a forma de empréstimo, doações, bens de capital e de dinheiro. - Poupança Real: Constituída de bens físicos. - Poupança Monetária: Constituída de dinheiro. Poupança Nacional; Parte da renda nacional, que não foi aplicada no consumo. Renda Nacional= Consumo + Investimento Investimento É o segundo ato na formação do capital e consiste na aplicação da poupança com o fim de formar bens de produção (ferramentas, máquinas, edifícios, oficinas, matérias- primas, dinheiro, sementes, etc). Ele consiste em repor os bens que pereceram ou se estragaram durante o processo da produção e/ou e aumentar o aparelhamento produtivo. O investimento é feito pelas empresas (empresários) e pelo governo. Pelos empresários quando criam um negócio na agricultura, na indústria, porque isto implica na aquisição de bens de produção (é o investimento). Os recursos de que se servem os empresários são os do próprio empresário ou das pessoas que pouparam o do governo que financia as empresas. 38 Pelo governo quando investe diretamente, criando uma obra pública, uma indústria ou quando investe juntamente com particulares (economia mista). Obs: nos países subdesenvolvidos o investimento oficial é grande, e é pequeno nos países desenvolvidos. Formas de Investimentos - Investimento de Infra-estrutura: Feitos pelo governo, nos setores de energia, transporte, comunicação, educação. - Investimento privado e Investimento público: o primeiro é feito pelas empresas privadas, individuais ou coletivos; O segundo é realizado pelo governo. - Investimento privado protegido: Feito pelas empresas privadas com recursos do governo e com destinação certa. - Investimento induzido: Feito pelos empresários em virtude pelo aumento da procura, pelo seus produtos ou então, porque aumentaram, as rendas da empresa. - Investimento nacional e internacional: É feito no País com poupanças públicas e privadas, o segundo é feito no País com poupanças pertencentes a estrangeiros. Ligação entre Poupança e Investimento Dentro da economia as pessoas que poupam não são as mesmas que investem. Os poupadores são os que fazem “economias”. A conversão da poupança em investimento é feita por um sujeito econômico especial: o Empresário. Como a poupança e o investimento não são feitos pelas mesmas pessoas, a relação entre poupança e investimento pode encontrar-se em três situações: poupança maior que o investimento (deflação); poupança menor que o investimento (inflação); poupança igual ao investimento (equilíbrio econômico). Para corrigir tal situação o governo pode lançar impostos para absorver poupança excedente, empreender novas obras públicas, financiar investimentos a juros baixos, etc. Formação de Capital nos Diferentes Países A formação de capital é uma preocupação permanente dos governos, quer na sua forma direta ou indireta. Pela grandeza do capital pode-se medir a grandeza social, política e econômica de uma nação. 39 Formação de capital no país pobre Círculo vicioso enfrentado pelo país pobre: para investir precisa poupar, precisa de sobras, pobre não tem sobras e sem sobras não se investe, não investindo não produz, não produzindo continua pobre. Qual a saída? a) Auxílio Externo (Empréstimos, doações, Empresas Estrangeiras); e b) Sem Auxílio Externo (Aperfeiçoamento da agropecuária, Aumento da exportação, obtendo divisa). Formação do capital no país em desenvolvimento Os países em desenvolvimento já possuem alguns recursos internos, fortunas particulares, recursos arrecadados pelo governo. O seu desenvolvimento se dá através de recursos internos, de particulares e do próprio governo para a formação da bens de consumo e de capital, e também com empréstimos de governo para governo com o objetivo de acelerar o desenvolvimento. Já possuem poupança para investimentos dentro do próprio país, em quantidades suficientes sob todas as formas. O excesso de poupança dos indivíduos, empresas e governo são colocados no estrangeiro sob a forma de empréstimos. Tecnologia e Capacidade Empresarial Nos dias de hoje acrescenta-se a tecnologia e a capacidade empresarial como recursos necessários à produção. Tecnologia Conhecimento humano aplicado à produção. Alguns autores consideram a tecnologia como uma mercadoria: tem preço, pode ser adquirida e também se torna absoluta. As nações subdesenvolvidas são potencialmente compradores de tecnologias originais das nações desenvolvidas. Royalities: Valores pagos ao detentor de uma marca, patente, processo de produção, produto ou obra original, pelos direitos de sua exploração comercial. Os detentores recebem porcentagem das vendas dos produtos fabricados. 40 Inovação (Tecnologia) de Processo: Atinge o processo de fabricação, sem mudanças nas características do produto. Diminuição no tempo de fabricação do produto, redução no número de operações, racionalização no uso de matérias primas, etc... Inovação (Tecnologia) de Produto: Caracteriza uma inovação que leva a um produto novo, isto é, que apresentará certas peculiaridades que qualificarão um produto diferente daquele anteriormente oferecido. Capacidade Empresarial Cabe ao empresário explorar uma invenção ou introduzir uma inovação de produto ou de processo, de abrir nova frente de oferta de bens e de serviços, novas utilidades para produtos conhecidos, reativação e reorganização de industrias, etc. O tipo empresarial é definido pela reunião de aptidões presentes em uma pequena parcela da população, que levam à descoberta de oportunidades de investimento, ao financiamento da operação, à obtenção e utilização mais adequada dos recursos e à organização e coordenação das operações da forma eficiente. 4.3 Economias de Escala A longo prazo a empresa é capaz de ajustar-se totalmente a mudanças de circunstâncias, da forma que não existem fatores fixos. A empresa em cada nível de produção procura alcançar o método produtivo com menor custo total, através da alocação ótima dos fatores produtivos. A economia de escala ocorre em uma empresa quando os fatores produtivos estão sendo alocados de maneira eficiente. Isso decorre do uso racional destes fatores, que faz com que os custos médios decresçam, à medida que a produção aumenta, até uma certa quantidade de produto produzida.
Compartilhar