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Leitura e análise de texto Descoberta de ondas gravitacionais revolucionará astronomia, diz Hawking Físico britânico especialista em buracos negros disse à BBC que capacidade de detectar tais ondas mudará a forma de olharmos o universo Na semana passada, cientistas confirmaram a existência de ondas gravitacionais, ondulações do espaço-tempo previstas por Albert Einstein há um século. A descoberta não é só um marco para a física e astronomia, como marca o nascimento de um domínio inteiramente novo na astrofísica. Em entrevista à BBC, o físico britânico Stephen Hawking reforçou a importância da descoberta ao dizer que a validação da teoria de Einstein abre portas para uma nova forma de se olhar o universo e que “a capacidade de detectá-las tem o potencial de revolucionar a astronomia”. A detecção dessas ondas, dos sinais deixados por grandes cataclismos no universo, é também “a primeira prova de um sistema binário de buracos negros e a primeira observação de buracos negros em fusão”, afirmou o físico. “Além de provar a Teoria Geral da Relatividade, podemos esperar ver buracos negros ao longo da história do Universo. Podemos até mesmo ver os vestígios do Universo primordial, durante o Big Bang", completou. O que os pesquisadores descobriram foram distorções em escala atômica no espaço e no tempo causado pela colisão de dois buracos-negros. O evento aconteceu há 1,3 bilhão de anos. Tal cataclismo lançou ondas em todas as direções que só chegaram recentemente à Terra. Nesse caso, a colisão de buracos negros registrada pelo projeto foi detectada em 14 de setembro. A validação da teoria de Einstein só foi possível por meio do Observatório Ligo, sigla em inglês para Observatório de Ondas Gravitacionais por Laser Interferômetro. O Ligo são dois enormes detectores de cerca de 4 km de extensão instalados nos estados de Washington e Louisiana. Os dois operam conjuntamente desde 2002, porém somente com um aprimoramento realizado no ano passado foi possível detectar tais oscilações. No Brasil, físicos do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) e do IFT-Unesp (Instituto de Física Teórica da Universidade Estadual Paulista) participaram do projeto. IDGNOW!, Descoberta de ondas gravitacionais revolucionará astronomia, diz Hawking. Disponível em: < http://idgnow.com.br/internet/2016/02/15/descoberta-de-ondas-gravitacionais- revolucionara-astronomia-diz-hawking/>. Acesso em 23 de Março de 2016. Curso: Licenciatura em Física 1º Período Turno: 3º Disciplina: Português Instrumental Prof.: Airton Mesquita Tecendo a Manhã (João Cabral de Melo Neto) Um galo sozinho não tece uma manhã: ele precisará sempre de outros galos. De um que apanhe esse grito que ele e o lance a outro; de um outro galo que apanhe o grito de um galo antes e o lance a outro; e de outros galos que com muitos outros galos se cruzem os fios de sol de seus gritos de galo, para que a manhã, desde uma teia tênue, se vá tecendo, entre todos os galos. E se encorpando em tela, entre todos, se erguendo tenda, onde entrem todos, se entretendendo para todos, no toldo (a manhã) que plana livre de armação. A manhã, toldo de um tecido tão aéreo que, tecido, se eleva por si: luz balão. Texto A palavra texto origina-se do latim textum, que significa “tecido, entrelaçamento”. Há, portanto, uma razão etimológica para nunca esquecermos o texto resulta de ação de tecer, de entrelaçar unidades e partes a fim de formarmos um todo inter-relacionado. Daí, podemos falar em textura ou tessitura de um texto: a rede de relações que garante sua unidade. Textualidade Um texto apresenta textualidade quando há unidade de sentido na mensagem. Uma relação lógica entre o conteúdo e sua organização, o que denominamos de coesão e coerência textual. Situação comunicativa Denomina-se situação comunicativa o momento imediato em que o gênero discursivo se materializa em texto numa situação real de uso. Os fatores que configuram a situação comunicativa, na qual o gênero discursivo se encontra ancorado, englobam os atores sociais envolvidos (interlocutores), o espaço (contexto de circulação), os objetivos comunicativos envolvidos na situação, o gênero ou conjunto de gêneros discursivos utilizados. Ou seja, uma situação comunicativa envolve: o lugar (quando espaço-temporal), o propósito comunicativo, os participantes e o gênero discursivo. Os participantes trazem consigo conhecimentos diversos, tais como: linguísticos, ideológicos, culturais, sociais, crenças e valores, que vão compor a situação comunicativa. Além disso, a composição da situação comunicativa deve levar em consideração o lugar ocupado pelos participantes envolvidos, como também seu ponto de vista e os papéis por eles ocupados ao comporem a situação. Por lugar entende-se não só o local físico imediato no qual a cena se desenrola, mas também o lugar sócio-histórico e suas representações para uma determinada cultura ou grupo. O propósito comunicativo diz respeito à finalidade, ao intuito da comunicação. Intertextualidade A relação de um texto com tantos outros que povoam a vida social. Nenhum texto é independente da rede de significação social. Compreender um texto é integrá-lo nessa rede, é reconhecer as vozes a que ele remete, é interpretá-lo em função dos textos de que somos formados. Exemplo Texto Original Minha terra tem palmeiras Onde canta o sabiá, As aves que aqui gorjeiam Não gorjeiam como lá. (Gonçalves Dias, “Canção do exílio”). Paródia Minha terra tem palmares onde gorjeia o mar os passarinhos daqui não cantam como os de lá. (Oswald de Andrade, “Canto de regresso à pátria”). Paráfrase Meus olhos brasileiros se fecham saudosos Minha boca procura a ‘Canção do Exílio’. Como era mesmo a ‘Canção do Exílio’? Eu tão esquecido de minha terra... Ai terra que tem palmeiras Onde canta o sabiá! (Carlos Drummond de Andrade, “Europa, França e Bahia”). Referências bibliográficas COSTA VAL, M. G. Redação e textualidade. São Paulo: Martins Fontes, 1991. SANT’ANNA, Affonso Romano de. Paródia, paráfrase & Cia, 7.ed. São Paulo: Ática, 2000. Glossário Ceale*, Textualidade. Disponível em: <http://ceale.fae.ufmg.br/app/webroot/glossarioceale/verbetes/textualidade>. Acesso em 23 de Março de 2016. Infoescola, Intertextualidade: Paráfrase e Paródia. Disponível em: < http://www.infoescola.com/portugues/intertextualidade-parafrase-e-parodia/>. Acesso em 23 de Março de 2016. Jornal de Poesia, João Cabral de Melo Neto: Tecendo a Manhã. Disponível em: <http://www.jornaldepoesia.jor.br/joao02.html>. Acesso em 23 de Março de 2016.
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