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Trabalho Artrópodes

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA – UESB 
DEPARTAMENTO DE SAÚDE - DS 
CURSO DE ENFERMAGEM 
DISCENTES: Gleice Moura Silva; 
Lucas Xavier Barreto; 
Monique Gonçalves de Souza; 
Rosilande dos Santos Silva. 
 
 
 
 
 
 
 
TRABALHO 
ARTRÓPODES: ÁCAROS DE INTERESSE MÉDICO. 
 
 
 
 
Trabalho apresentado à Profª. Camila Pereira, 
ministrante da disciplina Parasitologia Humana, para 
fins de avaliação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Jequié (BA) - Agosto 
2013 
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Sumário 
 
1- Apresentação.……………………………………………...03 
 
2- Filo Arthropoda……………………………………………04 
 
3- Classe: Arachinida………………………………………….04 
3.1- Sarcoptes scabiei………………………………………04 
3.2- Demodex folliculorum…………………………………06 
3.3- Carrapatos……………………………………………...07 
 
4- Classe Insecta.………………………………………………10 
 4.1- Ordem: Diptera…………………………………………10 
 4.1.1- Família: Phlebotomidae…………………………...10 
 4.1.2- Família: Simuliidae………………………………..11 
 4.1.3- Família: Culicidae…………………………………14 
 4.1.4- Família: Muscidae…………………………………16 
 4.2- Ordem: Anoplura.………………………………………17 
 4.3- Ordem: Siphonaptera……………………………………19 
 4.4- Ordem: Hemiptera………………………………………22 
 
5- Conclusão……………………………………………………25 
 
6- Referência bibliográfica………………………………………26 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Apresentação 
 
 
O presente trabalho é sobre artrópodes mais concretamente sobre doenças 
parasitológicas relacionadas a este filo. O objetivo é proporcionar aprendizado e interação 
dos discentes com o conteúdo. 
Está organizado em capítulos, mostrando ordem e família dos artrópodes a serem 
apresentados. A metodologia aplicada foi a pesquisa bibliográfica. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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2- Filo Arthropoda 
 
Caracteres gerais dos artrópodes 
 
Os Arthropoda (do grego arthron = articulação e pous, podós = pé) são animais 
metazoários triblásticos celomados, de simetria bilateral, apresentando o corpo segmentado 
(metamerização heterônoma), revestido de quitina e munido de apêndice articulados. 
Os artrópodes constituem um grupo muito antigo e diversificado, ocorrendo em 
todos os ambientes do planeta. 
Insetos de vários grupos desenvolveram a capacidade de sugar sangue, adquirido 
assim uma importante fonte de proteína. Com o desenvolvimento da hematofagia, numerosos 
agentes patogênicos (vírus, bactérias, protozoários etc.) foram se adaptando à transmissão 
entre vertebrados por este mecanismo que, apesar de ser mais complexo, apresenta grande 
potencial de dispersão e multiplicação. 
Atualmente, há pouco mais de 14.000 espécies de insetos hematófagos (das mais de 
um milhão de espécies conhecidas) em várias ordens, sendo este hábito mais comum em 
Diptera. 
As doenças relacionadas com artrópodes com frequência estão associadas às (más) 
condições socioeconômicas, o que contribui para que sejam negligenciadas pela população e 
pelas autoridades de vários países. 
 
3- Classe: Arachinida 
 
Os aracnídeos são artrópodes com o corpo fundido em cefalotórax e abdome, com quatro 
pares de patas e sem antenas. Na parte anterior, chamada gnatosoma, localizam-se as peças 
bucais: quelíceras e os palpos ou pedipalpos. 
 
Família Sarcoptidae 
 3.1- Sarcoptes scabiei 
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 A escabiose foi uma das primeiras doenças humanas que teve sua causa conhecida; é uma 
doença contagiosa humana e de outros animais. No homem apenas uma espécie - Sarcoptes 
scabiei- provoca tal lesão, conhecida como sarna sarcóptica ou escabiose. Antigamente, essa 
sarna era muito comum entre a população; posteriormente, 
com o advento de medicamentos mais eficazes e higiene 
mais aprimorada, ela tomou-se rara. 
 
Morfologia 
 Possui o corpo globoso, medindo cerca de 400 µm de 
comprimento por 300 µm de largura; pernas curtas, sem 
garras. A fêmea mede 300-350 µm e o macho 250 µm. 
 
Doença 
 Conhecida popularmente como sarna. A 
escabiose é uma doença inflamatória da pele, provocada 
pelo parasitismo do ácaro S. scabiei, determinando uma dermatite. As erupções cutâneas e 
prurido são resultantes de uma resposta imune, possivelmente a produtos de excreção e saliva 
do artrópodo. 
 
Sintomatologia 
 Prurido intenso, no local perfurado; 
 Coceira; 
 Presença de crostas salientes; 
 Determina um dermatite. 
 
 
Transmissão 
A transmissão é por contato direto. Alto índice no Brasil. Fatores principais são: 
 
 Aumento considerável da população; 
 Modificação dos hábitos e costumes das pessoas, que atualmente têm maior contato 
físico; 
 Resistência dos ectoparasitos aos medicamentos tradicionais; 
Figura 3.1. - Sarcoptes scabiei: A) superfície dorsal; 
B) superfície ventral. 
 
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 Desinformação da população; 
 As condições socioeconômicas precárias; 
 Despreparo e alienação do cidadão em exigir providências; erros de diagnóstico, 
especialmente em casos atípicos (sarna norueguesa, urticária, sarna em hansenianos, 
aidéticos etc.). 
 
Diagnóstico 
 CLINICO – A anamnese, o prurido, a localização e o aspecto das crostas. 
 PARASITÓLOGICO - fita gomada sobre as crostas; raspar profundamente a 
epiderme no limite das crostas e pele sã (crostas mais recentes); colher o raspado em 
lâmina; 
 
Tratamento 
 Banho morno, demorado, com sabão próprio, para amolecer e retirar as crostas; 
 Benzoato de benzila (Acarsan, Escabiol),deltametrina (Deltacid, loção) tiabendozol 
(Foldan) ou monossulfeto de tetratiltiuram (Tetmosol), durante três dias; 
 Tratar simultaneamente todas as pessoas da família atingidas pela parasitose; lavar e 
passar a ferro quente as roupas. 
 
Profilaxia 
 Desinfecção da roupa íntima, da roupa de cama e toalhas; 
 Tratamento concomitante em todos os casos, aplicação de medidas higiênicas 
individuais e coletivas. 
 
Família Demodicidae. 
3.2- Demodex folliculorum 
Acariano de respiração tegumentar, 
desprovido de estigmas e traquéias. Peças bucais 
atrofiadas, assim como as patas, que apresentam três 
segmentos pouco distintos. Vive nas glândulas 
sebáceas e folículos pilosos do homem; foi-lhe 
atribuído, por Borrel, papel importante na transmissão 
Figura 3.2 - Demodex folliculorum 
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de moléstias como a lepra e na etiologia de epiteliomas e comedões (cravos). Os estudos de 
Darier vieram mostrar que este parasita não exerce tão notável papel patogênico e que, pelo 
contrário, os indivíduos com muitos cravos possuíam poucos Demodex e aqueles com poucos 
cravos estavam cheios de parasitas. 
A explicação reside no fato da secreção sebácea muito abundante não ser favorável 
ao parasita. 
 
 
Ciclo Biológico 
A cópula ocorre na abertura dos folículos pilosos do rosto, costa e peito de humanos. 
As fêmeas grávidas migram para glândulas sebáceas, onde depositam ovos; cerca de 60 horas 
após, há eclosão de larvas que, em seis dias, transformam-se em adultos. Estes migram pela 
pele, principalmente durante a noite, quando os machos fecundam as fêmeas. E nessa fase 
(antes da cópula) que ocorre a transmissão para novo hospedeiro, através de contato direto. 
As fêmeas vivem cerca de seis dias. 
 
Tratamento 
O "cravo" deve ser retirado da seguinte maneira: 
• Lavarbem a área com sabão e água morna; 
• Com auxílio de dois dedos limpos, protegidos por lenço ou algodão (evita lesão da 
pele e melhora a aderência dos dedos), fazer pressão até a saída do "cravo"; 
• Aplicar um bacteriostático local para evitar inflamação (mertiolato). 
 
3.3- Carrapatos 
 
Ixodides ou carrapatos 
 
- Introdução: os Ixodides diferem-se de outros membros da classe Acarina, não apenas pelo 
tamanho, pois são maiores, como pela presença de um par de placas estigmáticas que se 
abrem na região média do corpo. Alimentam-se de sangue e da linfa de seus hospedeiros. O 
gênero mais comum em parasitar o ser humano é o Amblyomma cajannense. 
 
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Morfologia 
 Possui um par de estigmas respiratórios, um capítulo, ou 
falsa cabeça, que prende-se na extremidade anterior do 
corpo, possui uma porção basilar, rosto, órgão vulnerante. 
Os palpos, dois apêndices tetrarticulados, são estruturas 
ancoradouras enquanto o carrapato esta fixado ao 
hospedeiro. As peças bucais implantam-se no capítulo. O 
corpo é recoberto por um escudo; nos machos o escudo 
reveste por completo toda a face dorsal do corpo, nas 
fêmeas e ninfas é curto, pouco desenvolvido, tornando, 
pois, visível o noto, que é a porção da face dorsal situada 
abaixo do escudo. Possui olhos rudimentares ou ocelos 
situados nos ângulos laterais do escudo, ainda encontramos 
na face dorsal, os festões marginais, que variam de acordo com a espécie, a inserção das 
pernas, o ânus e o orifício genital. 
 
Biologia: 
A evolução completa de um carrapato se faz em quatro períodos: ovo, ninfa hexápode, ninfa 
octópode e adulto. Parasita um hospedeiro em cada estágio evolutivo, sendo pois, trioxeno. 
As fêmeas dos ixodídeos, após se destacarem dos hospedeiros, procuram um abrigo próximo 
ao solo, onde põe milhares de ovos. O período de ovipostura dura vários dias. Terminada a 
oviposição, as fêmeas morrem. Os ovos são pequenos, esféricos e de coloração castanha. 
 
Família Ixodidae: 
 Gênero Amblyomma: 
 Amblyomma Cajennense é a espécie mais importante , por sua ampla distribuição 
geográfica, por sua presença sobre grande número de animais domésticos ou silvestres e pela 
frequência com que ataca o homem. É o principal transmissor da febre maculosa devido a 
Rickettsia rickettsii. 
 
 Gênero Ixodes: 
 Nove espécies de Ixodes ocorrem no Brasil, parasitando principalmente animais 
silvestres. Alguns transmitem eritema migrans crônico ou doença de Lyme. 
Figura 3.3- Amblyomma cajennense: face 
dorsal da fêmea (notar escudo pequeno). 
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Doenças: 
Febre Maculosa: conhecida também como tifo exantemáticos de São Paulo, febre 
maculosa das Montanhas Rochosas ou febre maculosa do Novo Mundo. 
Os pequenos vasos são os primeiros locais de ataque das rickéttsias, sofrendo 
tumefação, proliferação e degeneração das células endoteliais com formação de trombos e 
oculação vascular. 
O tratamento consiste na administração de antibióticos de amplo espectro, como a 
doxiciclina e eritromicina. 
 
Dermatites Produzidas Por Picada De Carrapatos: a secreção salivar desses 
artrópodes, inoculada nos tecidos do hospedeiro, determinada pela ação de suas enzimas 
digestivas, forte ação irritativa local e uma resposta inflamatória em torno dos pontos das 
picadas. Hiperemia e edema local podem acompanhar-se de hemorragias e de espessamento 
da camada córnea. 
 
Febre Recorrente: Raramente afeta o homem, sendo esporádicos os casos de febre 
recorrente devido às borrelioses transmitidas por carrapatos. O tratamento é com tetraciclina 
ou eritromicina. 
 
 Eritema Migrans Crônico (Doença de Lyme): é uma doença berreliose causada 
pela Berrelia burgdirferi e transmitida por carrapatos do gênero Ixodides. 
 
Profilaxia 
Combate a carrapatos e pela proteção das pessoas sujeitas ao risco de infecção. O 
primeiro objetivo é perseguindo com a aplicação de inseticidas de ação residual; ou com 
banhos carrapaticidas, para o gado. O cão pode trazer para o domicílio algumas espécies de 
carrapatos. O segundo objetivo é conseguido evitando-se, sempre que possível, áreas 
infestadas por carrapatos. A proteção individual contra estes também pode ser conseguida 
com uso de botas e roupas que impeçam a implantação dos ixodídeos na pele. Recomenda-se 
impregnar essas roupas com substâncias repelentes e aplicá-las também à pele. 
 
Tratamento 
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Consiste na administração de antibióticos de amplo espectro, como a doxiciclina e 
eritromicina. 
 
 
4- Classe Insecta 
 
4.1- Ordem: Diptera 
 
Pertencem a essa ordem os insetos que, na forma adulta, possuem um par de asas funcionais e 
um par de asas vestigiais - os alteres ou balancins. A evolução é do tipo holometabólica, isto 
é, obrigatoriamente passam pelas fases de ovo, larva, pupa e adulto. 
 
4.1.1- Família: Phlebotomidae 
 
Subfamília Phlebotominae 
Os flebótomos de importância médica pertencem, portanto, à subfamília Phlebotominae. 
• Lutzomya 
• Phlebotomus 
Morfologia 
Medem de 2a 4mm de comprimento; o corpo é densamente coberto de pelos finos, às vezes, 
apresentando escamas intermescladas sobre as asas e estemitos abdominais, as pernas são 
compridas e esbeltas, e a extremidade posterior do abdome e bem diferenciada – nos machos 
é bifurcada e nas fêmeas é pontuda ou ligeiramente arredondada. 
 
Figura 4.1.1 - Flebótomos adultos (família Phlebotomidae, subfamília Phlebotominae, gênero Brumptomyia) em 
posições de repouso (apud Mangabeira, 1942). Note a cobertura hirsuta do corpo, a posição da cabeça com relação ao 
restante do corpo, a postura das asas e o comprimento das pernas. A) macho: observe a terminália abdominal bifurcada; 
B) fêmea: note a extremidade arredondada do abdome. 
 
Doença 
 Leishmaníases das Américas e Leishimaníases da África da Europa e da Ásia. 
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Flebotomíneos americanos relacionados a doenças viróticas 
 A doença do Velho Mundo, conhecida por "febre de três dias", já era sabidamente 
transmitida por flebotomíneos desde o início do século XX. 
O organismo que causa esta "febre de três dias" é um Phlebovims. Diversos 
organismos com ele relacionados foram isolados no Novo Mundo. Embora sejam de curta 
duração,essas doenças podem ter importância econômica quando os surtos ocorrem na época 
de semeadura ou de coleta.Os Vesiculovirus também têm sido associados aos flebótomos. As 
doenças causadas por esse vírus têm, primeiramente,uma importância veterinária, mas podem 
causar a encefalite no homem. 
 
Flebotomíneos americanos relacionados a doenças bacterianas 
A febre Oroya, também conhecida como moléstia de Carrion ou verruga peruana, 
pode ser uma doença grave e frequentemente fatal. Ela é causada pela Bartonella 
bacillifonnis e ocorre a altitudes de 750-2.700m acima do nível do mar, em vales a oeste dos 
Andes, no Peru, Colômbia 
Profilaxia 
• O controle dos flebotomíneos tem como base o uso de inseticidas. 
• A leishmaniose visceral americana pode ser controlada, mas não erradicada, tratando-
se todos os casos humanos, eliminando todos os cães infectados, e aplicando inseticida em 
construções domésticas e no foco da doença. 
• Uso de mosquiteiro padrão 
• Repelentes químicos 
 
4.1.2- Família: Simuliidae 
Os simulídeos são dípteros nematóceros, cujas fêmeas hematófagas atacam o gado e 
o homem, por vezes em grande número, constituindo pragas muitas molestas, pois suas 
picadas são seguidas, logo depois, de um prurido insuportável, de longa duração. 
A importância das espécies desta família está relacionada com três fatores: a) pela 
voracidade (espoliação sanguínea) noshumanos e animais; b) como transmissores da 
síndrome hemorrágica de Altamira; c) como transmissores das filárias: Onchocerca volvulus 
e Mansonella ozzardi, agentes da oncocercose e da mansonelose. 
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Popularmente, recebem no Brasil o nome de “borrachudos” e, no Norte do país, o de 
“pium”. Em outros países das Américas são conhecidos como “jején” e, em inglês, 
“blackflies”, devido à cor negra ou escura de muitas espécies. 
 
Importância 
A espoliação sanguínea pelas fêmeas dos "borrachudos", é tão marcante que pode 
ocasionar intemamentos de pessoas, afastamento de profissionais da agricultura e pecuária, 
além de prejudicar a economia do turismo, especialmente nos Estados do Sul. 
De todos esses envolvimentos, a importância maior, no Brasil, recai sobre a 
transmissão da oncocercose. Até o presente, o único foco brasileiro oficialmente descrito da 
oncocercose situa-se nas montanhas no extremo norte do país (Estados de Roraima e 
Amazonas), onde a doença acomete principalmente os índios das etnias Yanomami e 
Ye'Kuana; se acredita que tenha sido introduzido a partir de focos venezuelanos. 
Apesar de a oncocercose ser uma doença razoavelmente conhecida, o mesmo não 
ocorre com relação As espécies transmissoras. As espécies envolvidas na transmissão variam 
de lugar para lugar, e a área de distribuição das espécies são frequentemente maiores do que 
nas áreas em que elas atuam como espécies transmissoras. 
Além disso, a distribuição e transmissão da oncocercose estão determinadas por 
vários fatores que envolvem tanto o parasito quanto o vetor, influenciando, portanto, a 
gravidade da oncocercose na América Latina. 
 
Capacidade Hospedeira: 
São basicamente três fatores que influenciam a habilidade do simulídeo: 
• A morfologia do aparelho bucal, algumas espécies de simulídeos podem 
apresentar, ou não, o cibário dotado de dentes; 
• A quantidade de microfilárias ingeridas; 
• Tempo de formação da membrana peritônia , é formada durante o repasso 
sanguíneo em um tempo que varia de 2 minutos a 24 horas, a partir de uma secreção do 
epitélio do intestino médio. 
Capacidade Vetorial: 
Quantificada como potencial de transmissão anual, ou teoricamente, o número de 
picadas infectivas recebidas por homernlano é determinada pela interação de uma série de 
fatores envolvendo o parasito e a biologia do vetor. Este último envolve dados quantitativos 
da espécie e hábitos comportamentais relacionados com as condições fisiológicas das fêmeas, 
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que influenciam na habilidade de uma espécie transmitir o parasito, como sazonalidade, 
densidade de picadas diárias, preferência tópica de picada, estado de desenvolvimento dos 
ovários, grau de zoofilia e duração da picada. 
 
Biologia: 
Os ovos apresentam uma forma oval irregular, são postos pelas fêmeas durante o 
dia, mas é normalmente ao entardecer que se observa a postura, ocorrendo em algum tipo de 
substrato do meio aquático. Após alguns dias de incubação, de 4 a 30 dias ocorre a eclosão 
das larvas. 
Estágio de larva: nesta fase do ciclo há uma diferenciação morfofisiológica, 
denominada de instares ou estágios larvais. 
Estágio de pupa: após o último instar larval, há uma diferenciação para o último 
estágio imaturo, denominado pupa. A pupa fica fortemente fixada sobre o substrato até se 
diferenciar em adulto. 
 
 
 
Figura 4.1.2- Ciclo de Simuliidae: A) água encachoeirada servindo como criadouro; 6) ovo irregular, 
característico; C) larva; D) pupa, dentro de um casulo. 
 
Classificação: 
No Brasil, os atuais estudos dos vetores da oncocercose e da simulidofauna 
amazônica, realizados pelos entomólogos do INPA (Instituto Nacional de Pesquisas da 
Amazônia), dentro do Programa Eliminação da Oncocercose do Brasil, apontam 
principalmente para área YanomamilYe'Kuana, cinco espécies antropófilas: Simulium 
guianense , Simulium incrustatum, Simulium oyapockense, Simulium exiguum e Simulium 
bipunctatum. Destas, as quatro primeiras estão envolvidas na transmissão da oncocercose. 
 
Controle: 
O controle dos simulídeos é muito difícil, pois, até o momento, as intervenções só 
são feitas contra os estágios imaturos - larvas e pupas - e essas encontram-se em criadouros 
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de difícil acesso. Contra os adultos podem ser usados repelentes que, quando aplicados na 
pele e nas roupas afugentam as fêmeas, evitando as picadas por algum tempo apenas. O 
controle pode ser mecânico (raspando-se pedras e troncos "forrados" de larvas e pupas), 
químico e biológico. No controle químico, empregam-se o Abate e o Metoxicloro, através de 
gotejamento do produto armazenado em tonéis e colocados em pontos estratégicos dos 
criadouros; o gotejamento é graduado de acordo com o volume e velocidade da vazão da 
água. Esses produtos são biodegradáveis, mas podem atingir outros insetos aquáticos. 
 
4.1.3- Família: Culicidae 
A família Culicidae (latim culex = mosquitos) apresenta grande interesse em 
parasitologia médica, em vista de nela encontrarmos o maior número e os mais importantes 
insetos hematófagos entre todos os Arthropoda, e apenas as fêmeas exercem hematofagia. 
Durante o hematofagismo, o inseto perturba o repouso do hospedeiro, espolia o 
sangue do mesmo e, mais grave ainda, pode transmitir doenças, como viroses (dengue, febre 
amarela e encefalites), protozooses (malária) e helmintoses (elefantíase). 
 
Morfologia 
• medem cerca de 3-6mm de comprimento; 
• antenas com 15 a 16 segmentos, plumosa no macho e pilosa na fêmea; 
• ausência de ocelos; 
• fêmeas apresentam aparelho bucal picador machos do tipo sifonadores-
sugadores; 
• palpos nítidos, com tamanho variável nas várias tribos e espécies; 
• tórax, pernas, asas e abdome revestidos de escamas; pernas longas. 
 
Ciclo biológico 
Os mosquitos também são holometábolos, isto é, passam pelas fases de ovo, larva 
(quatro estágios = LI, L2, L3 e LA), pupa e adulto 
15 
 
 
Figura 4.1.3 - Ciclo biológico dos Culicidae. 
 
 V
E
T
O
R
 
Aedes aegypti 
 
 
Culex quinquefasciatus 
 
Anhopheles sp 
 
 
C
A
R
A
C
T
E
R
ÍS
H
T
T
V
T
IC
A
S
 
Principal transmissor da febre 
 amarela urbana e dengue 
Transmissor da filariose 
linfática 
no Brasil – W. bancrofti 
Transmissor da Malária 
 
 
Altamente antropofílico 
 
Altamente antropofílico 
Espécie mais importante 
no Brasil: A. darlingi 
(+ antropofílico) 
 
 
Hábitos diurnos 
 
Hábitos noturnos 
A. darlingi: hábitos 
noturnos ou crepusculares 
 
Desenvolvimento: água limpa 
parada (tanques, barris, 
potes, latas, vasos de flores, 
caixas de água, pneus, etc.). 
Insetos doméstico 
(mosquitos das casas) 
Desenvolvimento: água de 
recipientes artificiais (limpa 
ou poluída). 
 
O desenvolvimento de 
suas formas aquáticas 
(ovo, larvas e pupas) 
ocorre em águas 
profundas (salobra, doce), 
limpas, pouco turvas e 
parcialmente sombreadas. 
 
Ciclo heteroxênico 
 
Ciclo heteroxênico 
 
Ciclo heteroxênico 
 
Sorologia , 
Diagnóstico clinico é difícil 
, laboratorial :microfilárias 
no sangue 
Diagnóstico clinico e 
laboratorial 
 
 Combate ao vetor 
,vaporização de 
inseticidas,não deixar água 
parada... 
Combate ao inseto, 
melhoria sanitária 
Combate ao vetor 
,nebulização com 
inseticidas ... 
 febril aguda, dor de cabeça, 
dor atrás dos olhos, dores nas 
juntas 
Linfagiectasia, Quilorragia, 
elefantíase, circulação 
lenta, 
Fenômenos alérgicos, 
linfadenite. 
Febre, calafrios, dores de 
cabeça, náuseas, 
hemorragias e fadiga 
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 Região tropical :África , 
America central, Brasil, 
Cerca de 112 milhões 
infectados , distribuídosem vários países, Índia, 
África, foco no BR, Haiti... 
Distribuição heterogênea 
no BR, prevalência na 
Amazônia 
 
4.1.4- Família: Muscidae 
Nesta família encontramos dípteros de tamanho médio, em geral de cor escura, com 
pequenos ornamentos no mesonoto e abdome, possuindo calípteras desenvolvidas, hipopleura 
sem cerdas, apresentando peças bucais lambedouras ou picadoras, sendo machos e fêmeas 
dicópticos, porém as fêmeas apresentam maior afastamento entre os olhos. Esta família é 
subdividida em duas subfamílias, conforme o aspecto do aparelho bucal. 
 
Figura 4.1.4.1 - Cabeças de moscas (Muscidae): A) Musca domestica - lambedora; B) Stomoxys calcitrans - hematbfaga 
(notar palpos pequenos e arista pectinada); C) Haematobia irritans - hematbfaga (notar palpos grandes e arista 
pectinada). 
Musca Domestica 
O gênero Musca possui cerca de 26 espécies, das quais, sob o ponto de vista médico, 
as espécies mais importantes são: Musca domestica Lineu, 1758 (cosmopolita), M. sorbens 
Wedemann, 1830 (região oriental e etiópica) e M. automnalis De Geer, 1776 (EUA e região 
oriental). As numerosas outras espécies têm hábitos silvestres. A M. domestica possui 
distribuição geográfica mundial, com alto índice de sinantropia e endofilia, ou seja, é um 
frequentador constante de residências, quer em ambientes urbanos, quer em rurais. Invade 
também em grandes quantidades chiqueiros, galinheiros, currais etc. 
 
Biologia 
Cada fêmea põe 500 a 600 ovos durante toda sua 
vida. Quando as condições são favoráveis e, mesmo 
considerando que nem todos sobrevivem, a descendência 
de uma só mosca pode chegar a 500 mil, ao fim de dois 
meses. Os ovos (a) eclodem ao fim de algumas horas ou 
alguns dias (em função inversa da temperatura ambiente). 
Figura 4.1.4.2- Ciclo vital de uma mosca. 
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As larvas (b) alimentam-se avidamente e sofrem mudas; no 5º dia enterram-se no solo para 
pupar (c). 
 
Doenças Transmitidas por Moscas 
Devido a seus hábitos peculiares, elas podem transportar bacilos de febre tifoide 
(Salmonella typhosa), quer na superfície do corpo, pernas e tromba, quer no tubo digestivo, 
onde os bacilos permanecem vivos durante muitos dias. Do mesmo modo, foi comprovada a 
possibilidade de transmissão dos agentes da desinteria bacilar, das infecções estafilocócicas, 
de cistos de amebas e outros protozoários bem como de ovos de helmintos. Os de Taenia, 
Ascaris e Enterobius já foram isolados de fezes de moscas. 
Combate às Moscas. 
1- Dar destino adequado ao lixo e dejetos humanos ou de animais; 
2- Impedir o acesso dos insetos às fontes de alimentos; 
3- Aplicar inseticidas de efeito residual. 
 
4.2- Ordem: Anoplura 
Nessa ordem encontramos os insetos vulgarmente conhecidos como piolhos. São 
todos eles hematófagos, com metamorfose gradual - paurometábolos - e parasitos de 
mamíferos. 
Segundo orientação moderna, essa ordem apresenta cerca de 532 espécies 
disiribuídas em 15 famílias, das quais apenas duas apresentam espécies que parasitam o 
homem: a)Pediculidae, com as espécies Pediculus capitis, Pediculus humanus corporis, que 
é o piolho do corpo ou "muquirana"; 
 b)Pthiridae, com a espécie Pthirus pubis Lineu, 1758 (=Phthirus pubis), 
vulgarmente conhecida como "chato". 
 
Pediculidae 
Em Pediculidae está o gênero Pediculus, com duas espécies, P. humanus e P. capitis; 
a relação parasitária com os humanos gera o quadro caracterizado por Pediculose. Phthiridae 
tem a espécie Phthirus pubis, vulgarmente chamado por “chato”, e o parasitismo por esta 
espécie recebe a denominação de Phthirose, Phthiríase, Fitirose, Fitiríase, ou ainda 
Pediculose Pubiana. 
Distribuição geográfica 
18 
 
A pediculose por P. capitis e P. humanus é considerada como dispersa em todo o 
mundo onde o humano tenha colonizado. 
Biologia e Morfologia 
Habitat preferenciais distintos: 
 P. capitis - cabeça do humano, é chamado de “piolho 
da cabeça”. 
P. humanus - barba, axilas, peito, conhecido como 
“muquirana”. 
P. púbis - tem tropismo por pelos pubianos, mas pode 
colonizar a barba, o bigode, os cílios e as sobrancelhas, e é 
conhecido como “chato”. 
 
 Presença de antenas 
 Inseto sem asas 
 Corpo (achatado dorso- ventralmente): 
 cabeça, tórax e abdome 
 Toráx e abdome fusionado - 3 pares de pernas com ganchos - sem asas. 
 
Ciclo vital 
É desenvolvido por paurometabolia, ou seja, as ninfas têm etapas graduais de 
desenvolvimento, mas vivem no mesmo hábitat dos adultos e também têm dependência 
alimentar de sangue do hospedeiro. De ovo a adultos se passam aproximadamente 14 a 18 
dias. 
Sintomatologia 
• Prurido intenso e persistente, irritação do couro cabeludo, da pele do tronco 
e/ou da região genital; 
• Infecção secundária por bactérias, mais comumente estafilococos; 
• Dermatite atópica, enfartamento ganglionar dos linfonodos-satélites, perda de 
pelos, sonos agitados; 
• Anemia ferropriva. 
 
Diagnóstico 
Figura 4.2- Ovo (lêndea); B) Pediculus capitis fêmea; 
C) Pthirus púbis fêmea m) metapódios (quatro de 
cada lado). 
19 
 
O diagnóstico conclusivo da pediculose e da fitiríase é feito pelo encontro do 
parasito no corpo do humano. 
 
Tratamento 
É recomendável que seja feita fervura em água da roupa de vestir, de cama e banho 
de 2 em 2 dias. 
Se houver lesão no corpo, tratar a dermatite atópica, de preferência com prescrição 
médica. 
• Tricotomia completa da cabeça, barbeação radical; 
• Catação manual; 
• Cortar os cabelos bem curtos; 
• Escovação e penteação frequentes com pentes finos; aquecer os cabelos com 
secador comercial; 
• Uso de cremes, óleos e vaselinas próprios para os cabelos; 
• Escabicidas. 
 
Transmissão 
• Piolho da cabeça: diretamente de pessoa para pessoa 
• Piolho do corpo: transmissão pelas roupas contato sexual 
 
Prevalência 
• P.capitis em população composto por crianças e jovens, com moda mundial na 
faixa de idade entre 7 e 14 anos; 
• P. humanus, a prevalência das infecções está entre pessoas adultas, mais 
diretamente naquelas que coabitam ambientes insalubres, como barracos em áreas de invasão, 
prostíbulos; 
 
4.3- Ordem: Siphonaptera 
Caracteristicas gerais: A ordem Siphonaptera (siphon = tubo; aptera = sem asas) 
compreende insetos hematófagos de ambos os sexos, vulgarmente conhecidos como pulgas e 
bichos-de-pé. Recebe também os nomes de Suctoria e Aphaniptera, estes nomes referem-se a 
duas características bastante salientes dessa ordem: ausência de asas e aparelho bucal do tipo 
picodor-sugador. As pulgas são hospedeiras de alguns cestoides e transmissor/vetor de 
20 
 
doenças. Das oito famílias de pulgas existentes no Brasil, apenas três apresentam espécies de 
importância médica. 
 Morfologia 
 São insetos pequenos – 1 a 3 cm -, de cor 
castanho-escuro achatado lateralmente. São ápteras; 
apresentam aparelho bucal do tipo picador-sugador. Os 
machos além de serem menores que as fêmeas, 
diferenciam-se destas pela morfologia dos órgãos 
genitais 
Biologia 
As pulgas adultas são hematófagas 
obrigatórias. Cada espécie tem um hospedeiro próprio, 
mas podem sugar outro anima, caso falte o seu preferido. Daí a possibilidade de transmissão 
de peste e outras doenças ao homem. 
Ciclo biológico 
 Em geral, a cópula é realizada pouco depois que os insetos emergem dos pupários, e 
a fêmea é que cavalga o macho. Após a fecundação, a fêmea necessita de repasto sanguíneo 
para começar, a por ovos. As fases evolutivas das pulgas são: larva I, larva II, Larva III, pupa 
e adulto. São, portanto, insetos que têm metamorfose completa – holometábolos. A figura a 
baixo, explica todo ociclo biológico. 
 
Figura 4.3.2- Ciclo de uma pulga: 1) fêmea grávida faz oviposiçáo no solo; 2) ovo; 3) larva; 4) larva alimenta-se de 
detritos orgânicos; 5) pupa (adaptado de Brown, 1964). 
Principais espécies de pulgas: 
= Pulex irritans: é a pulga que mais frequentemente ataca o homem, embora também 
se alimente de outros hospedeiros; é cosmopolita e muito encontradiça em casas velhas e 
Figura 4.3.1- Ctenocephalides felis felis – fêmea: A) 
sensilium; B) espermateca; C) tíbia posterior; D) 
peças bucais; E) ctenídio genal; F) olho; G) cerdas 
pós-antenas; H) ctenídio pronotal 
21 
 
cinemas. Não é boa transmissora de peste bubônica. Sua picada pode causar em pessoas mais 
sensíveis uma reação dérmica generalizada – pulicose. 
= Xenopsylla cheopis: é a pulga dos ratos domésticos e comensais. É cosmopolita e 
a principal espécie transmissora da peste bubônica entre roedores domésticos, podendo 
depois passar destes para os homens. 
= Ctenocephalides felis e Ctenocephalides canis: são as pulgas de carnívoros, e 
frequentemente podem ser encontradas parasitando indiferentemente cães e gatos. Ambas as 
espécies podem, não raro, picar o homem. 
= Tunga penetrans (Tungiase): é o “bicho-de-pé”, também chamado de “bicho-de-
porco” e “bicho-de-cachorro”. Apesar de ambos os sexos serem hematófagos, apenas a fêmea 
é eu penetra nos tecidos alimentando-se de líquido tissular e sangue e se enchendo de ovos. 
Tratamento: 
Após a desinfecção local com álcool iodado, com uma agulha previamente 
esterilizada, fazer pequenas dilacerações na pele, circundando a tumoração. 
Controle: 
 Na ordem Siphonaptera nenhuma das espécies é exclusiva do homem. As que dele 
se alimentam, exercem, também a hematofagia sobre outros animais, domésticos ou 
silvestres. Consequentemente, o combate às pulgas deve ser efetuado em três diferentes 
níveis ou habitats: sobre os animais domésticos parasitados, no interior das habitações 
infestadas e no ambiente domiciliar. Em todos os ambientes, o controle pode ser efetuado 
através de métodos mecânicos (ou naturais) e químicos. 
Doenças: 
= Peste Bubônica: o agente etiológico da peste é um bacilo Gram-negativo imóvel e 
com forma de cocobacilo, a Yersinia pestis, que produz, entre outras substâncias antigênicas, 
três relacionadas com a patogenicidade: o antígeno capsular F1, o antígeno V/W da natureza 
lipoprotéica e a toxina da peste. O diagnóstico é feito pela pesquisa dos bacilos, em material 
obtido por punção ganglionar, no escarro etc., ou por hemocultura. O tratamento é feito com: 
estreptomicina, gentamicina, doxiciclina e cloranfenicol. 
= Peste Urbana: Xenopsylla cheopis constitui o transmissor mais eficiente da doença, 
porque a comunicação entre o proventrículo e o estômago da pulga, sendo muito estreita, é 
facilmente bloqueada pela proliferação dos bacilos a esse nível. Quando a pulga infectada 
chega a ficar com esse bloqueio total ou parcial, não consegue fazer o sangue chegar-lhe ao 
esôfago. Premida pela fome, pica um grande número de vezes, no mesmo dia ou em dias 
22 
 
sucessivos, passando eventualmente de um rato a outro, ou aos homens que estiverem ao seu 
alcance. 
A transmissão pode ser feita mecanicamente pelas peças bucais contaminadas, 
quando o inseto for interrompido em seu repasto. 
=Tifo Murino: doença infecciosa aguda, causada pela Rickettsia typhi. Constitui uma 
zoonose de ratos, sendo transmitida de um animal a outro pela Xenopsylla cheopis, ou menos 
frequentemente, por outras pulgas. A transmissão não se dá pela picada, mas sim pelas fezes 
das pulgas. O homem contamina-se esporadicamente, quando trabalha em locais onde os 
ratos são abundantes. O quadro clinico aproxima-se de outras rickettsioses, e as medidas 
profiláticas são as mesmas da peste. 
= Helmintíases: as pulgas são hospedeiros intermediários de Dypilidium caninum e 
de Hymenolepis diminuta, participando do ciclo evolutivo as pulgas do cão, do rato e, 
eventualmente, a do homem. 
 
4.4- Ordem: Hemiptera 
Compreende a ordem Hemíptera os insetos com aparelho bucal (probóscida ou 
tromba) do tipo picador sugador, que se origina anteriormente aos olhos, constituído por um 
par de mandíbulas e um de maxilas, envolvidos por um lábio tri ou tetrassegmentado, e sem 
palpos, e dois pares de asas que se sobrepõem horizontalmente no abdome. 
Apresentam duas subordens: 
Homoptera: Alimentam-se exclusivamente de plantas. 
Heteroptera: Fitófagos - Insetos sugadores de seiva dos vegetais; 
Predadores ou Entomófagos – Alimentam-se de pequenos insetos ou vertebrados; 
Hematófagos – Alimentam-se de sangue de vertebrados e humanos. 
 
Morfologia: 
 Os Heteroptera costumam se abrigar em fendas ou pequenos buracos nas paredes das 
casas, geralmente são construções mais simples e de estrutura precária, onde os “barbeiros” 
ou triatomíneos se abrigam. 
 Em relação à estrutura destes insetos. Possui a cabeça dividida em duas partes, 
anteocular e pós-ocular. Tórax com o pronoto dividido em lobo anterior e posterior. Abdome 
alongado e ovóide, com a parte lateral (conexivo), com manchas claras e escuras que 
permitem identificar os triatomíneos, e com a genitália localizada nos dois últimos esternitos, 
23 
 
sendo que na fêmea é pontiaguda ou irregular (ovopositor), e nos machos uma linha contínua 
e regular. 
 
Subfamília Triatominae 
São os hemípteros hematófagos que transmitem o T. 
cruzi. Pertencem à família Reduviidae e apresentam as seguintes 
características: 
 Cabeça alongada e mais ou menos fusiforme; 
 Pescoço nítido unindo a cabeça ao tórax; 
 Probóscida reta e trissegmentada, com a 
extremidade distal repousando no sulco estridulatório, exceto nos 
gêneros Linshcosteus e Cavernicola. 
Dentre os gêneros de maior importância epidemiológica, 
três se destacam e são facilmente identificáveis: 
Panstrongylus: cabeça robusta, curta com relação ao 
tórax e subtriangular; antenas implantadas próximas aos olhos; 
Triatoma: cabeça alongada e antenas implantadas num 
ponto médio entre os olhos e o clípeo (extremidade anterior a 
cabeça); 
Rhodnius: cabeça alongada e delgada; antenas implantadas bem próximo ao clípeo. 
 
Biologia 
Todo triatomíneo (isto é, reduviídeo hematófago) depende da 
hematofagia para sua evolução, além de possuir hábitos 
noturnos, sendo que durante o dia geralmente, ficam em seus 
abrigos. A noite com o seu hospedeiro dormindo, ele o ataca se 
alimentando de sangue. Porém alguns “barbeiros” são atraídos 
pela luz e este que antes estava no peridomicílio ou em tocas de 
animais, acaba voando para dentro da casa e se abrigando em 
alguma fresta, ou atrás de móveis e quadros nas paredes. 
O desenvolvimento dura em média quatro meses, onde 
passará primeiro pelo estágio de ovo, depois por cinco ninfas, 
até ficar adulto. 
Figura 4.4.2- Ciclo de vida de um barbeiro (Triatoma 
brasiliensis brasiliensis). 
Figura 4.4.1- barbeiro 
24 
 
 
Doença 
Conhecida como Doença de Chagas, é provocada pelo parasita Trypanosoma cruzi, 
que utiliza-se dos triatomíneos como vetor para poder infectar os seres humanos. 
 
Transmissão 
A infecção ocorre pela penetração de tripomastígotas metacíclicos (eliminados nas 
fezes ou na urina de triatomíneos, durante o hematofagismo) em solução de continuidade da 
pele ou mucosa íntegra. 
 
Profilaxia 
 Melhoria Habitacional; 
 Educação em Saúde; 
 Uso de Inseticidas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
25 
 
5- Conclusão 
 
A abordagem do trabalho no geral, engloba desde a morfologia à doenças causadas 
pelos vetores . Conclui-se que, este trabalho é de grande valia para nós estudantes,é fruto de 
uma pesquisa que posteriormente deverão ser exercidas em práticas hospitalar e saúde 
pública. O aprofundamento desse tema nos permitiu conhecer melhor e compreender as 
consequências de tais doenças, e suscitar questões e discuti-las sob o ângulo da profissão, 
uma vez que somos disseminadores de tal informação e devemos estar preparados para lidar 
com uma população que na maioria das vezes convivem nesse cenário sem nenhum 
conhecimento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
26 
 
6- Referência bibliográfica. 
 
 MARCONDES, Carlos Brisola. Doenças transmitidas e causadas por artrópodes. São 
Paulo: Atheneu, 2009. 
 
 NEVES, David Pereira et al. Parasitologia humana. 11. ed. Rio de Janeiro: Atheneu, 
2005. 
 
 PESSÔA, Samuel Barnsley. Parasitologia médica. 11. ed. Rio de Janeiro: Guanabara 
Koogan, 1982. 
 
 REY, Luís. Bases da Parasitologia médica. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 
2002. 
 
Figuras 
 Figura 3.1. ; Figura 3.3; Figura 4.1.1; Figura 4.1.2; Figura 4.1.3; Figura 4.1.4.1; Figura 
4.2; Figura 4.3.1; Figura 4.3.2. – Livro Parasitologia humana. 
 
 Figura 3.2- Disponível em: <http://www.ufrgs.br/para-
site/siteantigo/Imagensatlas/Athropoda/Demodex%20foliculorum.htm>. Acesso em: 08 
ago. 2013. 
 
 Figura 4.1.4.2 – Livro Bases da Parasitologia médica. 
 
 Figura 4.4.1- Disponível em: 
<http://www.liaccentralsorologica.com.br/noticias_chagas.html>. Acesso em: 10 
ago.2013 
 
 Figura 4.4.2- Disponível em: 
<http://www.ebah.com.br/content/ABAAAA6ToAD/doenca-chagas-seus-principais-
vetores-no-brasil?part=4>. Acesso em: 10 ago. 2013.

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