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Racionalismo e sua crítica- Henry Bregson
Introdução
Em nossa aula de hoje, conheceremos um pouco mais sobre o racionalismo e sua crítica a partir da análise de uma figura muito importante na formação do pensamento contemporâneo: o filósofo francês Henry Bergson.
Quem foi Henry Bergson?
Vamos conhecer um pouco mais sobre Henry Bergson e sua contribuição para a história do pensamento contemporâneo.
Henry Bergson nasceu em Paris, no ano de 1859 e faleceu na mesma cidade em 1941. 
O que o leva a interessar-se pela ideia do tempo é seu gosto pela Mecânica e, diz-se surpreendido ao perceber que tanto a Física quanto a Matemática não se ocupavam do que ele considerava como tempo real, de duração real e que o tempo observado por essas ciências não servia para nada, era vazio e passível de análise.
Bergson é um daqueles filósofos que marcaram sua permanência na história. Ele inaugurou uma linha de pensamento contemporâneo que criticava o racionalismo e alguns de seus derivados, enfocando ainda o cientificismo, o que aparece claramente em sua análise sobre o tempo. 
Sua intenção é abordar aquilo que escapa à ciência, a realidade viva e em constante transformação, analisar um pensamento vivo, pois para ele a vida não estava sujeita às quantificações das ciências exatas. Sua filosofia seria a da vida.
Foi um filósofo muito influente na segunda metade do século XX, tendo ganhado o prêmio Nobel de Literatura em 1927.
A concepção de tempo segundo Bergson
Para Henry Bergson, a concepção de tempo é fundamental e sua filosofia apresenta claramente essa questão ao ver o tempo como um elemento fundamental em sua construção filosófica. 
Sua crítica decorre do fato de que muitos desconsideram o tempo real, aquele realmente vivido e passível de análise. 
Em sua obra, Bergson analisa que o tempo não é passível de ser calculado, por isso sua visão acerca dele é diferente de outras.
O tempo vivido é incompreensível( REAL), diferente do tempo analisado pela ciência( FÍSICO), que é passível de cálculo e análise.
“os instantes, em instrumentos como o relógio, são sempre iguais entre si; quando vividos, são sempre diferentes.”
“Reconhecemos desde já, portanto, duas modalidades para definir a noção de tempo. Por um lado, há o tempo considerado em uma dimensão quantitativa, tempo que pode ser medido, representado conceitualmente, submetido a cálculos e previsões: o tempo objetivo que, afinal, não depende de nossa consciência nem de nossa situação particular.”
“Por outro, há o tempo considerado como fluxo qualitativo, íntimo, ligado aos estados internos da nossa consciência e, por isso, refratário ao cálculo e ao conceito: o tempo subjetivo que corresponde à efetiva passagem dos instantes nas nossas diferentes situações de vida.”
“Não seria exagerado dizer que toda a obra filosófica de Henri Bergson (1859-1941) apoia-se na “descoberta” dessa realidade.”
O tempo vivido e o tempo físico
Bergson diferencia a concepção de tempo a partir de duas vertentes:
TEMPO VIVIDO Seria qualitativo e por isso mesmo se torna incompreensível para a lógica, não sendo passível de análise por já ter sido vivido. É considerado um tempo indivisível exatamente por ser qualitativo.
 TEMPO FÍSICO Quantitativo e por isso é passível de ser medido.
Ambos os tempos expostos não pertencem à mesma natureza e um pode ser alvo de medição( TEMPO FÍSICO) enquanto o outro, não( TEMPO VIVIDO).
Essa medição poderia ocorrer através do relógio, o que demonstra o tempo decorrido, traduzido pela lógica científica e diferente do tempo real, que segundo Bergson, é o que o espírito experimenta. Esse não é passível de análise.
Presente e passado
Ainda de acordo com o pensamento de Bergson, o tempo se desdobra constantemente em presente e passado, entendendo o presente como algo que passa e o passado como algo que se conserva. 
Cada instante que vivemos passa a compor o nosso passado, que não deixa de existir e é imutável.
A primeira imagem serve para representar o tempo vivido e passível de ser analisado( UM RELÒGIO), enquanto a segunda seria para representar o tempo da natureza( A IMAGEM DA NATUREZA).
Para Bergson, os fenômenos do mundo físico seguem uma ordem imutável e intemporal. Assim, passado e futuro poderiam ser apreendidos no presente e, como esse é um tempo onde à mesma causa sempre produzirá o mesmo efeito, é possível prever antecipadamente fenômenos futuros que de alguma forma preexistem à sua realização. 
Para além dessas análises, Henry considera o tempo dos físicos e matemáticos como um fenômeno reversível e mesmo que mudássemos as ordens das equações que descrevem acontecimentos já decorridos ou ainda a decorrer, as equações utilizadas para esses cálculos permaneceriam as mesmas.
Eternidade
Bergson vê uma multiplicidade de momentos ligados uns aos outros por uma unidade que os atravessa como um fio, uma representação que exprime a multiplicidade e a unidade como concepções antagônicas onde a diferença está na possibilidade de ênfase em um ou outro dos aspectos já mencionados.
Assim, tempo e espaço apresentariam uma multiplicidade distinta, e por menor que seja o espaço temporal, ainda assim ele será composto por um número sem limites de momentos, o que nos leva a compreender então que nenhum momento dura, o tempo se pulveriza e o aspecto psíquico recomeçaria a cada instante e a própria unidade que liga os momentos não pode durar mais do que eles. 
Essa unidade seria então a eternidade, uma essência intemporal do tempo, abstrata, vazia.
Esse tempo que analisamos acima foi o fictício, que não poderia ser vivido efetivamente por ninguém e por nada, que esconde a natureza do tempo real.
A seguir, iremos analisar o que Bergson entende como o tempo real e vivido. Para encontrá-lo, Henry propõe que consideremos os próprios acontecimentos, sejam eles físicos ou psíquicos.
O tempo real e vivido
Para o filósofo Bergson, o tempo real é aquele sempre irreal, em constante mutação, extremamente inconstante. 
Seria o tempo em que agimos, o da vida prática, necessário para nossas ações do dia a dia, o tempo em que nos vemos como verdadeiros atores do processo da construção da vida.
Em relação à duração, o filósofo se exprime revelando sua percepção a respeito disso.
Para ele, o tempo que dura não é algo mensurável e à medida que deixa de ser puramente convencional implicaria diretamente em divisão e superposição apesar de não ser possível superpor durações sucessivas para estabelecer se são iguais ou não e por hipótese, uma deixa de ser quando a outra aparece, não ocorrendo a presença de ambas e a ideia de igualdade que pode ser constatada perde todo o seu significado exatamente pela impossibilidade de constatação. (Bergson, 1972). 
Para Bergson, a realidade não pode ser presa dentro de um espaço delimitado de tempo, pois isso faria com que não percebêssemos o verdadeiro sentido da vida.
 Bergson, o tempo dos relógios não é o da natureza.
Memória
Quanto ao aspecto memória, Henry Bergson a define como a sucessão contínua de mudança heterogênea, sendo elemento primordial para compreendermos a noção de continuidade e mudança. 
Para ele, a memória tem a função de evocar todas as percepções análogas( SEMELHANTES, QUE SE IDENTIFICAM) passadas e uma percepção do presente, recordar o que o precedeu e o que o segue e, assim, sugerir a decisão mais útil a ser tomada.  
A memória parte da lembrança e se materializa e só poderia existir a repetição de momentos se a memória deixasse de existir e por isso, para o filósofo, o futuro é indeterminado porque, em virtude do dinamismo das ações, não há como saber o que irá ocorrer.
Tempo de percepção      
Em relação ao tempo de percepção de algo, Bergson o vê como se fosse uma fotografia instantânea, algo que no instante seguinte já não mais estaria ali, ou seja, cada instante é único e não se repetirá. 
O que torna essa fotografia mais sólida é o fato de que essa percepção, que já é memória, cria uma imagempara se recordar daquilo que vivenciou, mas nunca atingirá a totalidade plena. 
Bergson afirma que a percepção é algo impregnado de lembranças e que as lembranças-imagens que contemplam a percepção a interpretam. 
Assim, a lembrança seria algo da ordem do tempo, mas, esse tempo é virtual, pois o instante jamais ocorrerá novamente.
O presente seria então o instante que o tempo decorre, tornando-se imediatamente um passado que já decorreu, de forma que entre presente e passado há uma linha tênue que delimita o universo de atuação de ambos. 
Bergson também analisa a questão da duração e como ela se insere dentro de sua percepção do tempo. O filósofo entende a duração como um correr do tempo único, algo que não é passível de repetição. 
Assim, a duração do tempo seria analisada a partir de diferentes vertentes, não podendo ser pensada a partir de uma sucessão, o que tornaria a duração uma experiência metafísica, algo que está além do universo físico e muitas vezes, da própria consciência do homem.
O tempo experimentado pelo espírito seria invisível e, portanto, impossível de ser analisado.
Considerações Finais
As reflexões de Henry Bergson se inserem dentro de um contexto de aceleração do tempo vivida pelo indivíduo contemporâneo.
As noções de duração das coisas passam a adquirir um novo patamar e o homem se vê inserido em um universo onde a noção de tempo é algo cada vez mais deixado de lado diante das demandas constantes que se apresentam.
O homem moderno, que vive as intempéries da modernidade, acaba por não perceber o mundo à sua volta e necessita tanto que seu tempo seja cada vez mais prolongado, que seu dia dure mais que 24 horas para que ele dê conta de todas as suas necessidades. 
Mas, há que nos conscientizarmos que o tempo sempre teve a mesma duração, o que ocorre é que a vida moderna apresenta tantos afazeres que nos afastamos cada vez de um tempo de reflexão e nos inserimos em um mundo cujo tempo é constantemente contabilizado.

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