Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
ATUALIZAÇÃO EM HAS NA INFÂNCIA I. EPIDEMIOLOGIA Prevalência de HAS na infância é de 3 a 5% e da pré-HAS ou pressão elevada é de 10 a 15%. Prevalência da hipertensão do jaleco branco é de 22 a 32%. 50% pacientes adultos americanos hipertensos desconhecem a sua doença e daqueles que conhecem apenas 54% controlam a PA. Assintomática porem 40% das crianças hipertensas apresentam hipertrofia de VE – precursor de arritmias e ICC em adultos. Lesões de órgãos alvo como espessamento da intima da carótida, redução da complacência arterial e estreitamento arteriolar da retina. Diagnóstico precoce – menor risco de HAS e de aumento da ateromatose carotídea na vida adulta. A taxa de hipertensão na infância aumenta com a adiposidade e a circunferência abdominal. II. CAUSAS Primarias o Sobrepeso ou obesidade e história familiar de HAS. o Diagnostico de exclusão. o Causa mais comum de HAS na criança Secundárias o Nefropatias parenquimatosas, renovasculares e obstrutivas = 60 a 90%. o Excesso de mineralocorticoide, corticoide ou catecolaminas, doenças da tireoide e hipercalcemia associada ao hiperparatireoidismo = 5%. o Efeitos de drogas vasoativas e imunossupressores, abuso de esteroides, alterações do sistema nervoso central e aumento da pressão intracraniana = 5%. o Coarctação de aorta = 2% Hipertensão + obesidade: o A taxa de hipertensão na infância aumenta com a adiposidade e a circunferência abdominal; o Essa associação está relacionada com a falta da variação circadiana da PA; o Vale ressaltar que a obesidade pode estar acompanhada de outras comorbidades como a dislipidemia e alterações da glicose, que, além de aumentarem o RCV, também têm efeitos próprios sobre a PA. Hipertensão + desordem do sono pela respiração: o Essa desordem inclui ronco primário, fragmentação do sono e SAOS; o Crianças que dormem menos de 7 horas por noite têm maior risco de hipertensão na infância. Hipertensão + doença renal crônica: o Algumas formas de DRC podem levar à hipertensão e hipertensão não tratada pode levar à DRC em adultos; o Aproximadamente 20% dos casos de hipertensão na infância podem ser atribuídas à DRC. Hipertensão + criança prematura: o Parto pré-termo e PIG são fatores de risco para hipertensão na infância. Obs: Pressão arterial elevada na infância aumente o risco de HAS (incluindo a forma persistente) e SM na vida adulta. Obs2: Hipertensão na infância está relacionada com dano cardiovascular enquanto jovem e aumento da velocidade de envelhecimento vascular. III. DEFINIÇÕES DE HAS 1º medir a criança/adolescente 2º avaliar na tabela o percentil de PA para o percentil de altura em que ela se enquadra 3º definir estágio da PA OBS: TABELA PARA SCREENING – baseado no percentil 90 de PA relacionado ao percentil 5 de altura. Recomendações para a medida da PA: o A PA deve ser aferida em todas as consultas anuais de rotina em crianças > 3 anos de idade ou a cada visita em crianças obesas ou em condições de risco para HAS. o MAPA deve ser considerado em crianças > 5 anos de idade se elas apresentam HAS com duração > 1 ano, suspeita de HAS do jaleco branco ou outra condição de risco, ou se iniciou tratamento farmacológico. o O monitoramento da PA domiciliar não deve ser utilizado para diagnostico de HAS. o Avaliação extensa da HAS não está indicada para crianças > 6 anos de idade se há história familiar de obesidade, ou se causa secundaria não é suspeitada. Técnica: o A criança deve estar sentada em uma sala silenciosa por 3-5 minutos antes da medição, com as costas apoiadas e os pés descruzados no chão. o A PA deve ser medida no braço direito para consistência, para comparação com tabelas padrão e para evitar uma leitura falsamente baixa do braço esquerdo no caso de coarctação da aorta. O braço deve estar no nível do coração, 90° apoiado e descoberto acima do manguito. O paciente e o observador não devem falar enquanto a medida está sendo tomada. o O tamanho correto do manguito deve ser usado. O comprimento da parte inflável deve ser de 80% a 100% da circunferência do braço e a largura deve ser de pelo menos 40%. o Para medir a PA nos MMII, o paciente deve estar na posição pronada, se possível. Um punho de tamanho apropriado deve ser colocado no meio da coxa e o estetoscópio colocado sobre a artéria poplítea. A PAS nas pernas geralmente é 10% -20% maior do que a pressão da artéria braquial. Obs: Não havendo manguito tamanho adequado, utilizar o maior, cujo erro será menor. IV. DIAGNÓSTICO –EXAME FÍSICO E HISTÓRIA SUGESTIVOS A. ANAMNESE o História gestacional – intercorrências na gravidez (hipertensão); pré-termo; intercorrências perinatais; o História alimentar: ingesta de sódio; ingesta de gordura; consumo de bebidas com muito açúcar; falta de frutas, legumes e vegetais; o História social: atividade física; história psicossocial; o História familiar B. EXAME FÍSICO o Deve ser completo, investigando sinais de causa secundária o IMC, altura, peso. C. EXAMES COMPLEMENTARES o ECG não é recomendado para avaliação de criança HAS. o ECO indicado para avaliar o dano dos órgãos-alvo cardíacos no momento da consideração do tratamento farmacológico da HAS e repetida para monitorar a melhora ou progressão do dano do órgão-alvo em intervalos de 6 a 12 meses ou em intervalos anuais naqueles com HAS em fase 2, HAS secundária ou HAS de estágio 1 crônica incompletamente tratados. o Laboratório – ác. Úrico e microalbuminúria são de extrema importância. o Avaliação da estrutura e função vascular o Imagem para doença renovascular (USG, angio-TC; angio-RNM; renografia) o Doppler de grandes vasos pela falta de dados normativos para estratificar risco em jovens hipertensos não deve ser recomendada. o A microalbuminúria (MA) mostrou ser um marcador de lesão renal relacionada à HAS e um preditor de doença cardiovascular (DCV) em adultos. Os dados para apoiar uma relação clara entre HAS e MA em pacientes pediátricos com HAS primária são limitados, não sendo recomendado para crianças e adolescentes com HAS primária V. TRATAMENTO o Objetivos: Reduzir os níveis pressóricos e risco de lesão de órgão alvo Em crianças sem DRC ou DM reduzir PAS e PAD < percentil 90 ou 130x80 mmHg e não mais < percentil 95 pela redução de HVE observada. Mudança de estilo de vida familiar com atividade física vigorosa por 3 a 5 vezes por semana no diagnóstico de PA elevada. A dieta DASH (rica em frutas, vegetais, grãos integrais e alimentos lácteos com baixo teor de gordura; inclui carne, peixe, aves, nozes e feijão; limitado em alimentos e bebidas açucaradas, carne vermelha e gorduras adicionadas). A terapia farmacológica deve ser iniciada em crianças e adolescentes com falha na mudança de estilo de vida. o Atividade física: 40 minutos de atividade física aeróbica moderada e rigorosa 3 -5 dias/semana o Restrição de sal o Aumento da ingesta de potássio, cálcio e magnésio (ingesta alimentar, não fazer suplementação) o Redução do peso com: atividade física regular + dieta. Cirurgia bariátrica apenas em casos extremos. o Redução do estresse TRATAMENTO FARMACOLÓGICO o CRITÉRIOS: HAS estágio I HAS estágio II HAS sintomática: irritabilidade, baixo peso, etc. HAS de causa secundária Evidência de dano em órgão alvo HAS associada a DM Presença de risco cardiovascular como: Dislipidemia, desordens CV, obesidade severa o Opções: Diuréticos - Hidroclorotiazida associada ou não a amiloride Inibidores da Enzima de Conversão da Angiotensina IECA - Enalapril, lisinopril Bloqueadores do Receptor da Angiotensina BRA - Losartana Bloqueadoresdos Canais de Cálcio BCC - Anlodipina Beta Bloqueadores BB - Propranolol Vasodilatadores - Hidralazina e minoxidil Alfa agonista central – Clonidina o COMO ESCOLHER TRATAMENTO FARMACOLÓGICO Três fases para ajudar a escolher: Fase 1. Formular a hipótese da causa e fatores que contribuem para HAS selecionar 1 ou mais fármacos com mecanismo de ação específica Fase 2. Identificar as comorbidades como diabete, asma, doença renal avaliar se o fármaco possa ter efeito negativo Fase 3: monitorar os efeitos adversos associados ao anti-hipertensivo o REGRAS GERAIS PARA TRATAMENTO FARMACOLÓGICO 1. Medicação de uso único de ação prolongada 2. Iniciar uma única medicação com dose baixa com monitorização 3. Em crianças assintomáticas que não atingem PA adequada em 2-3dias • Aumentar a dose até o máximo tolerado • Trocar para outra classe de medicamento • Adicionar outro agente • Dúvida na resposta ao tratamento realizar MAPA • Pensar no custo segunda visita < 90 PAS e PAD > 95 adolescentes 120/80 e <P95 insistir em intervenções de estilo de vida; repetir medidas PA em MMSS e MMII; reavaliar em 6 meses; terceira visita sem resultados nas intervenções de estilo de vida; investigação completa; iniciar tto farmacológico
Compartilhar