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Escola Estadual de Educação Profissional - EEEP Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Curso Técnico em Estética Alterações Dermatológicas da Face Governador Vice Governador Secretário Executivo Assessora Institucional do Gabinete da Seduc Cid Ferreira Gomes Francisco José Pinheiro Antônio Idilvan de Lima Alencar Cristiane Carvalho Holanda Secretária da Educação Secretário Adjunto Coordenadora de Desenvolvimento da Escola Coordenadora da Educação Profissional – SEDUC Maria Izolda Cela de Arruda Coelho Maurício Holanda Maia Maria da Conceição Ávila de Misquita Vinãs Thereza Maria de Castro Paes Barreto Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Técnico em Estética – Alterações Dermatológicas da Face 1 Escola Estadual de Educação Profissional - EEEP Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Curso Técnico em Estética ALTERAÇÕES DERMATOLOGICAS DA FACE Fortaleza - Ceara 2010 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Técnico em Estética – Alterações Dermatológicas da Face 2 SUMÁRIO ACNE: CAUSAS, TIPOS E GRAU --------------------------------------------------------------------------- 03 DISCROMIAS: CAUSAS E TRATAMENTOS ----------------------------------------------------------------- 07 HIDRATAÇÃO E REVITALIZAÇÃO DA PELE –-------------------------------------------------------------- 17 PERIGOS QUE O SOL REPRESENTA PARA A PELE: IMPORTÂNCIA DA FOTO PROTEÇÃO ------------ 20 IMPERFEIÇOES PERI-ORBITAIS ---------------------------------------------------------------------------- 24 GLOSSARIO DE TERMOS DERMATOLOGICOS -------------------------------------------------------------30 ANEXOS – ARTIGOS -----------------------------------------------------------------------------------------37 BIBLIOGRAFIA ---------------------------------------------------------------------------------------------- 40 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Técnico em Estética – Alterações Dermatológicas da Face 3 ACNE: CAUSAS, TIPOS E GRAUS A acne é uma doença cutânea comum na qual os poros cutâneos tornam-se obstruídos, acarretando a formação de pápulas e de abcessos inflamados e infectados. A causa da acne é multifactorial. Fisiopatologia A acne tende a afetar os adolescentes devido a uma interacção entre hormonas, óleos cutâneos e bactérias que vivem sobre e no interior da pele e no cabelo. Durante a puberdade, as glândulas sebáceas da pele tornam-se mais ativas e produzem sebo em excesso, que passa pelo canal folicular, combinando-se com fragmentos de células de glândulas sebáceas, células da epiderme e bactérias. Frequentemente, o sebo ressecado, a pele descamada e as bactérias acumulam-se nos poros cutâneos formando um comedão, o qual impede que o sebo flua dos folículos pilosos, atravessando os poros. Quando a obstrução é parcial, ocorre a formação de um comedão aberto – ponto negro (a sua cor resulta da melanina de células adjacentes). Quando ela é total, ocorre a formação de um comedão fechado. As bactérias crescem nos poros obstruídos e degradam algumas das gorduras do sebo, irritando ainda mais a pele. Os comedões abertos e fechados causam as erupções cutâneas que são comumente conhecidas como espinhas - borbulhas. Quando a infecção e a irritação das borbulhas pioram, pode ocorrer a formação de um abcesso. Se um indivíduo apresenta comedões, borbulhas e pústulas sem abcessos, a condição é denominada acne superficial Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Técnico em Estética – Alterações Dermatológicas da Face 4 Quando borbulhas inflamadas projetam-se para o interior da pele subjacente e surgem cistos cheios de pus que podem romper e evoluir para abcessos maiores, a condição é denominada acne profunda. As lesões inflamatórias desenvolvem-se, aparentemente, devido à saída de sebo para a derme, o que atua como irritante, causando uma reacção inflamatória. A acne ocorre principalmente na face e no pescoço, na parte superior do tórax e na região dorsal. O primeiro sinal visível é o comedão e a pele caracteristicamente oleosa. As lesões inflamatórias incluem: • Pápulas • Pústulas • Nódulos • Quistos As lesões superficiais resolvem-se em 5-10 dias As lesões grandes duram algumas semanas e frequentemente deixam cicatrizes. Tratamento O tratamento pode ser: • Tópico • Sistémico • Intra-lesão • Cirúrgico Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Técnico em Estética – Alterações Dermatológicas da Face 5 1. Tópico Método terapêutico de base Agentes: peróxido de benzoíla, Vit.A, antibióticos, loção sulfur-zinco. 2. Sistémico Remoção de comedão com um extrator próprio 3. Terapêutica sistémica Usado com a terapêutica tópica para a acne nodular grave ou para acne quística Ácido retinoíco Antibióticos sistémicos Estrogénios para mulheres que não respondem a outras terapêutica. 4. Terapia com corticosteroídes, intralesão, na acne cística ou grave 5. Cirúrgica: dermabrasão para remoção das cicatrizes. CUIDADOS COM O PACIENTE Formas de lidar com fatores de stress (viste este ser um dos precipitantes) Conhecimentos acerca da acne, para que os utentes compreendam os cuidados que necessitam de ter: Cuidados de higiene com a pele Medidas preventivas Toma da medicação 1. Medidas preventivas: Manter as mãos e cabelo afastados da face Evitar roupa apertada sobre as lesões Lavar o cabelo e couro cabeludo frequentemente Evitar exposição a óleos e gorduras Ingerir uma dieta equilibrada e evitar quaisquer alimentos precipitantes da acne. 2. Cuidados gerais à pele Manter a pele limpa (limpando-a 2 a 3x ao dia) Usar sabão medicamentoso Evitar esfregar a pele vigorosamente Usar cosméticos à base de água, em vez de creme Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Técnico em Estética – Alterações Dermatológicas da Face 6 Nunca deixar os cosméticos na face durante a noite. 3. Durante a terapêutica Seguir a terapêutica prescrita, mesmo que não se note melhoria durante 2 a 3 semanas. Esperar que a pele descame Evitar medidas de auto-medicação durante a terapia Remover cosméticos antes da aplicação tópica de medicamentos Evitar a exposição solar direta se estiver a utilizar tretinoína ou tetraciclinas Evitar a gravidez se estiver a tomar roaccutan. ANOTAÇÕES Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Técnico em Estética – Alterações Dermatológicas da Face 7 DISCROMIAS: CAUSAS E TRATAMENTOS; A cor da pele normal é dada pela mistura de quatro biocromos: carotenoides (amarelo), hemoglobina reduzida (azul), oxi-hemoglobina (vermelho) e melanina (marrom). A melanina é o principal determinante da coloração da pele, sendo que variações geneticamente controladas na sua quantidade e distribuição determinam as diferentes cores da raça humana. Discromias são alterações na coloração da pele resultantes da diminuição(hipomelanoses) ou do aumento (hipermelanoses) da melanina e da deposição de substâncias endógenas ou exógenas na derme (hipercromias). HIPOMELANOSES Podem ser classificadas em congênitas ou adquiridas, e em melanocitopênicas (diminuição do número de melanócitos) ou melanopênicas (diminuição da produção de melanina). HIPOMELANOSES CONGÊNITAS OU HEREDITÁRIAS Tabela 1 – Hipomelanoses Congênitas ou Hereditárias Doenças Classificação Características clínicas Tratamento Albinismo Melanopênica Ausência congênita total ou parcial de pigmento da pele, cabelos e olhos Não há tratamento efetivo; fotoproteção ocular e cutânea Piebaldismo Melanocitopênica Autossômico dominante. Poliose circunscrita (mecha frontal de cabelos brancos) associada à área acrômica triangular (frontal). Em alguns casos, podem ser encontradas máculas disseminadas, parte medial das sobrancelhas e cílios acrômicos. Associado à surdez, faz parte de algumas síndromes clínicas: Woolf, Waardenburg e Tietz. Não há tratamento efetivo; fotoproteção Nevo acrômico Melanopênica Autossômico dominante. Área hipocrômica circunscrita. Pode representar uma forma localizada de Piebaldismo e, excepcionalmente, associa-se a retardo mental, convulsões e hipertrofia do membro. Diagnose diferencial deve ser feita com vitiligo (branco- nacarado à luz de Wood) e nevo anêmico (desaparece a vitropressão e à luz de Wood). Não há necessidade de tratamento Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Técnico em Estética – Alterações Dermatológicas da Face 8 Hipomelanose de Ito Melanopênica Autossômica dominante. Lesões hipocrômicas, lineares seguindo as linhas de Blaschko ou, mais raramente, máculas irregulares. Há associação com retardo mental, convulsões, dismorfismo craniofacial, hipertelorismo e alterações neurológicas e musculoesqueléticas Métodos que estimulem a repigmentação (vide tratamento do vitiligo) Fenilcetonúria Melanopênica (deficiência ou falta da enzima fenilalaninaoxidase, que participa do processo de formação da melanina) Autossômica recessiva. Olhos azuis, pele e cabelos descorados, lesões eczematosas e/ou esclerodermiformes e retardo mental Dieta livre de fenilalanina Albinismo É doença autossômica recessiva com prevalência estimada em torno de 1:20.000 indivíduos. Para o seu diagnóstico, são necessárias alterações específicas no desenvolvimento e função dos olhos e nervos ópticos. É classificado de acordo com os locais de acometimento (ver Tabela 1). Em quase todos os tipos, o defeito está na síntese da melanina, sendo normal o número de melanócitos na epiderme. Tabela 2: Classificação do Albinismo Tipo Características Prognóstico e tratamento Albinismo cutâneo- ocular (ACO) Cabelos: branco, creme, amarelado, castanho claro, vermelho ou prateado. Pele: branca, creme, bege ou rosada Olhos: íris translúcida, rósea ou azulada. Nistagmo, diminuição da acuidade visual, fotofobia e fundo de olho hipopigmentado. Tem maior risco de desenvolver neoplasias malignas cutâneas. Sobrevida é normal. Tratamento é feito com uso obrigatório de fotoprotetores e tratamento precoce das lesões cutâneas pré- malignas e malignas. Síndrome de Hermansky-Pudlak É um tipo de ACO associado com disfunção plaquetária, fibrose pulmonar intersticial e colite granulomatosa. Sobrevida é de 30 a 50 anos. Tratamento do ACO e das complicações associadas com especialista. Síndrome de Chediak- Higashi É um tipo de ACO associado com plaquetopenia, anemia, leucopenia, Sobrevida é em torno de 20 anos. Tratamento do ACO e Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Técnico em Estética – Alterações Dermatológicas da Face 9 neuropatias e convulsões. Tem maior risco de desenvolver infecções e linfomas. das complicações associadas com especialista. Albinismo ocular A despigmentação afeta apenas os olhos. Sobrevida normal. Tratamento oftalmológico. HIPOMELANOSES ADQUIRIDAS Tabela 3: Hipomelanoses adquiridas Doenças Classificação Características clínicas Tratamento vitiligo Melanocitopênica Doença relativamente frequente entre 10 e 30 anos de idade. Manchas acrômicas assintomáticas, de limites bem definidos, com forma e extensão variáveis. Existem várias modalidades de tratamento (vide texto abaixo) Pitiríase versicolor Melanopênica (conversão de ácidos graxos da pele em ácido azelaico pela levedura) Micose superficial causada pelo fungo Malassezia furfur. Manchas descamativas de cor castanho a branco, localizadas predominantemente no dorso. A hipocromia pode permanecer mesmo após o tratamento da pitiríase com antifúngico. Tende a repigmentação espontânea após algum tempo, mas eventualmente o uso de fotoquimioterapia é necessário. Pitiríase alba Melanopênica Manchas hipocrômicas assintomáticas, pouco descamativas, localizadas na face, porção superior do dorso e braços. Ocorre principalmente em crianças e adolescentes de pele morena e asteatósica (seca). No verão, a exposição solar é o principal fator desencadeante; no inverno, sabões e banhos quentes. Diagnóstico é clínico. vitiligo e Pitiríase versicolor são os principais diagnósticos diferenciais. Fotoprotetor e creme hidratante após o banho ou exposição solar. Nevo halo Melanocitopênica (anticorpos antimelanócitos) É um halo despigmentado ao redor de um nevo melanocítico. Geralmente são múltiplos. Não necessitam de tratamento. Leucodermia solar Melanocitopênica Manchas acrômicas e ligeiramente atróficas localizadas em áreas expostas à luz solar. Fotoproteção. Respostas variadas ao uso de crioterapia e abrasão superficial. Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Técnico em Estética – Alterações Dermatológicas da Face 10 Hipomelanose macular progressiva do tronco Melanopênica Aumento progressivo de manchas hipocrômicas no tronco, especialmente no dorso. Acomete preferencialmente mulheres pardas entre 18 e 25 anos. Não há tratamento efetivo, mas costuma regredir em 3 a 4 anos. Hipomelanoses pós- inflamatórias Melanocitopênicas ou melanopênicas Hipocromia residual após melhora do quadro clínico: psoríase, líquen plano, eczema atópico, sarcoidose, micose fungoide, pitiríase liquenoide crônica. Não é necessário. Hipomelanoses por noxas físicas ou químicas Melanocitopênicas ou melanopênicas Podem causar leucodermia: monobenzil éter de hidroquinona (indústria da borracha); butilfenol e aminofenol (inseticidas, detergentes, desodorantes e resinas); hidroquinona ou outros compostos fenólicos (cosméticos); cloroquina (tratamento do lúpus); queimaduras Interrupção do contato com as noxas, mas podem levar a hipocromias definitivas VITILIGO É uma doença relativamente frequente, com incidência em torno de 1 a 4% na população mundial. Afeta igualmente ambos os sexos e raças, com pico de incidência entre 10 e 30 anos de idade. Em 30% dos casos, há ocorrência familiar. Resulta de uma interação complexa entre fatores ambientais, genéticos e imunológicos que levam a uma destruição dos melanócitos. É caracterizado por manchas acrômicas assintomáticas, de limites bem definidos, com forma e extensão variáveis. Há uma tendência à distribuição simétrica e predileção por áreas como couro cabeludo (poliose), periorbitárias, peribucal, retroauriculares, pescoço, axilas,punhos, dorso das mãos, genitália, face anterolateral das pernas, joelhos, maléolos e dorso dos pés. Traumas ou queimaduras de sol podem desencadear lesões. Estes pacientes têm um maior risco para fotoenvelhecimento precoce e neoplasias malignas da pele (carcinoma espinocelular e basocelular). Existe uma associação aumentada com outras doenças autoimunes, como tireoidopatias (tireoidite de Hashimoto e doença de Graves), diabetes mellitus, anemia perniciosa, doença de Addison e síndrome endócrina múltipla. Em 7% dos pacientes com vitiligo ocorre uveíte subclínica com subsequente lesão da mácula. O diagnóstico é clínico e auxiliado pela luz de Wood, que torna as lesões mais evidentes (branco-nacarado). Biópsia de pele é reservada aos casos duvidosos. Investigação laboratorial consiste em afastar associação com outras doenças já citadas: TSH e T4 livre, glicemia de jejum, hemograma completo, ACTH e cortisol. Diagnósticos diferenciais incluem: Albinismo, Nevo acrômico, acromias de contato, Pitiríase alba, hipocromia residual de psoríase e da Pitiríase versicolor, hanseníase indeterminada, leucodermia associada a melanoma, micose Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Técnico em Estética – Alterações Dermatológicas da Face 11 fungoide e Hipomelanose de Ito. A evolução é imprevisível e a repigmentação espontânea pode ocorrer a partir dos óstios foliculares ou das bordas em torno de 30% dos pacientes. Existem várias modalidades de tratamento: • fotoproteção; • maquiagem corretiva; • corticoides tópicos (betametasona, triancinolona): úteis em lesões localizadas. A repigmentação inicia-se entre 2 e 4 meses e pode ocorrer em até 50 % dos casos; • fotoquimioterapia tópica: apenas para formas localizadas. Utiliza-se a solução de 8- metoxipsoraleno ou óleo de bergamota em solução alcoólica nas manchas e, após 15 minutos da aplicação, exposição solar. A resposta terapêutica inicia-se após 15 sessões. A complicação mais frequente é a queimadura; • otoquimioterapia sistêmica (PUVA): para os casos de vitiligo extenso. O paciente ingere o 8-metoxipsoraleno 2 horas antes da exposição a uma fonte de luz ultravioleta A, 2 a 3 vezes/semana. Repigmentação inicial é observada após 15 sessões. É contraindicado a crianças e pacientes com pele clara; • UVB Narrow-Band: para os casos extensos a partir dos 6 anos de idade. É uma fototerapia tão efetiva quanto o PUVA, porém mais segura; • imunomoduladores tópicos (pimecrolimos e tacrolimo): existem relatos de casos com repigmentação completa de lesões especialmente na face; • calcipotriol tópico: há relatos de casos com repigmentação de lesões disseminadas quando associado ao UVB Narrow-Band; • despigmentação: para os casos de vitiligo extenso resistente aos outros tratamentos. Consiste na aplicação tópica de monobenzil éter de hidroquinona em creme 2 vezes/dia na pele sã. Como a droga destrói os melanócitos, a despigmentação é definitiva; • microenxertos autólogos: para lesões localizadas e estáveis. Resultado estético satisfatório. HIPERMELANOSES Podem ser classificadas em congênitas ou adquiridas, e em melanocitóticas (aumento do número de melanócitos) ou melanóticas (aumento da produção de melanina). HIPERMELANOSES CONGÊNITAS OU HEREDITÁRIAS Tabela 4: Hipermelanoses congênitas ou hereditárias Doenças Classificação Características clínicas Tratamento Efélides (sardas) Melanótica Manchas pequenas, que variam do castanho-claro ao escuro, em áreas de exposição solar. Surgem entre os 6 e 18 anos de idade, nos indivíduos de pele clara. Casos exuberantes podem representar formas mínimas de Puramente estético, feito com fotoproteção, cremes despigmentantes, laser e luz intensa pulsada (vide Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Técnico em Estética – Alterações Dermatológicas da Face 12 xeroderma pigmentoso. Quando localizada na mucosa labial de mulheres jovens, recebe o nome de mácula labial melanótica. tratamento do melasma). Lentigo Melanocitótica Manchas gotadas de cor castanho-escuro a preto que surgem nos primeiros anos de vida e continuam a aparecer até a vida adulta. Podem surgir em qualquer região cutânea, inclusive em áreas não- fotoexpostas. Quando disseminados, correspondem às lentiginoses, que, em alguns casos, podem fazer parte de síndromes com anormalidades em outros órgãos. Não necessita de tratamento, mas pode ser excisado. Síndrome de Peutz-Jeghers Melanocitótica Autossômica dominante. Polipose intestinal e pequenas máculas acastanhadas na pele (dorso dos dedos e palma das mãos, perioral, periorbitária) e mucosa oral. As hiperpigmentações cutâneas regridem com o tempo, no entanto, as lesões mucosas são permanentes. Os pólipos intestinais têm baixo potencial de malignidade, mas podem produzir sangramentos crônicos e intussuscepção. Excisão dos pólipos intestinais, quando necessário. Incontinência pigmentar (síndrome de Bloch-Sulzberger) Melanótica Dominante ligada ao X. Somente no sexo feminino (é letal no sexo masculino). Três estágios de lesões cutâneas: vesicobolhosa, papuloverrucosa e pigmentar. Pigmentação azul-acastanhada, de configuração bizarra, é o último estágio da doença ou sua única manifestação. Alterações oculares, ósseas e neurológicas podem ocorrer. O tratamento é sintomático. Mancha mongólica Melanocitótica São manchas de cor azul- acinzentada, de tamanhos e formas variáveis, localizadas na região lombossacral. Está presente ao nascimento e vai desaparecendo gradualmente com a idade. Acomete Não necessita de tratamento. Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Técnico em Estética – Alterações Dermatológicas da Face 13 preferencialmente indivíduos das raças amarela e negra. Nevo de Ota e Nevo de Ito Melanocitótica Nevo de Ota é um tipo de Mancha mongólica de distribuição no primeiro e segundo ramos do nervo trigêmeo. Está associada com frequência à pigmentação ocular. Quando localizado nas regiões do ombro, área supraclavicular e pescoço, é chamado de nevo de Ito. O tratamento é puramente estético e realizado com laser. Melanose periocular (olheiras) Melanótica Autossômica dominante. Hipercromia na região periocular, mais frequente em mulheres morenas. O tratamento é estético com tópicos, alguns lasers e luz intensa pulsada. Hiperpigmentação em negros Melanótica É caracterizada por pigmentação reticulada da pele, mucosa oral e conjuntival ou por pigmentação linear deltoidea e nos braços. Não necessita de tratamento. Hipermelanoses Adquiridas TABELA 5: HIPERMELANOSES ADQUIRIDAS Doenças Classificação Características clínicas Tratamento Bronzeamento Melanocitótica Pigmentação adquirida após exposição solar ou fonte artificial de UV. Não é necessário. Melanose solar Melanocitótica Manchas pequenas de cor castanho-claro ou escuro, localizadas em áreas fotoexpostas de indivíduos acima de 40 anos de idade. Excepcionalmente pode ocorrer transformação maligna (Lentigo maligno). Fotoprotetores, crioterapia com nitrogênio líquido, ATA a 35%, laser e luz intensa pulsada. melasma Melanótica Hiperpigmentação de coloração castanho-claro a escuro, uniforme, simétrica, de bordas bem definidas e irregulares, principalmente na porção central da face de mulheres jovens e pardas. Existem várias modalidades de tratamento (vide texto abaixo) Hipermelanose dorsal Melanótica Pigmentação reticulada na área de contato do sutiã com odorso, bastante pruriginosa e sem causa definida. Corticoides tópicos e, se necessário, anti- histamínicos orais. Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Técnico em Estética – Alterações Dermatológicas da Face 14 Hipermelanoses por noxas físicas, químicas ou mecânicas Melanótica Diversas noxas podem levar a hipercromias localizadas: luz ultravioleta, radioterapia e exposição ao calor; atrito ou coçadura; drogas (cloroquina, clorpromazina, psoralênicos, estrogênios, citostáticos, progestagênios, AZT, clofazimina); produtos industriais (componentes do petróleo, plásticos, borracha, couro e madeiras). Afastamento da noxa. Hipermelanose difusa associada a doenças sistêmicas Melanótica Diversas doenças podem levar a hipermelanose difusa: doença de Addison, síndrome de Nelson, acromegalia, aids, carcinoide, cirrose, hipertireoidismo, feocromocitoma, linfoma de Hodgkin. Tratamento da doença de base Melanodermia tóxica Melanótica Hiperpigmentação por contato com derivados do petróleo em áreas fotoexpostas. Pode ser ocupacional ou devida ao uso de cosméticos que contenham derivados do petróleo. Retirada do contactante e uso de fotoprotetor. Entretanto, pode ser permanente. Fitofotodermatose Melanótica Manchas hipercrômicas resultantes da dermatite de contato causada por substâncias que se tornam irritantes primários quando em contato com o sol. Em nosso meio, o causador mais comum é o limão. Nesta fase de hiperpigmentação, a melanodermia desaparece gradualmente em algumas semanas. Melasma É uma hiperpigmentação adquirida, de coloração castanho-claro a escuro, uniforme, simétrica, de bordas bem definidas e irregulares, localizada principalmente na porção central da face (malar, fronte, nariz, buço e mento). Acomete sobretudo mulheres jovens e pardas. Dentre as causas descritas estão a exposição solar, a gestação, o uso oral de estrogênios- progestagênios e difenil-hidantoína. O diagnóstico é clínico e auxiliado pela luz de Wood, que permite classificar o melasma em quatro tipos: 1. Epidérmico: cor mais acentuada à luz de Wood. É o mais frequente (70%) e que tem melhor prognóstico. 2. Dérmico: há atenuação ou nenhuma mudança na cor. 3. Misto: há áreas de atenuação e de acentuação da cor. Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Técnico em Estética – Alterações Dermatológicas da Face 15 4. Inaparente: as lesões tornam-se inaparentes. Ocorre em peles tipo V ou VI. Existem vários tratamentos descritos: • Foto proteção; • Hidroquinona: é a droga mais efetiva no tratamento do melasma. É usada em preparações tópicas 1 a 2 vezes/dia. Os resultados terapêuticos só aparecem após 6 a 8 semanas; • Fórmula de Kligman: é a associação de hidroquinona, tretinoína e dexametasona. É mais potente que a hidroquinona sozinha, porém tem mais risco de irritação; • Ácido azelaico: é uma alternativa a hidroquinona e tretinoína, já que não causa fotossensibilidade e geralmente leva a menos irritação. Deve ser usado 2 vezes/dia; • Lasers e luz pulsada: existem relatos de casos de melhora do melasma com alguns tipos de lasers e luz pulsada. HIPERCROMIAS NÃO-MELÂNICAS Tabela 6: Hipercromias não-melânicas Doenças Características clínicas Tratamento Alcaptonúria Autossômica recessiva devido à falta da enzima oxidase do ácido homogentísico que se acumula na pele, cartilagens e outros órgãos. Artrite (ombros e joelhos) e manchas castanho-acinzentadas ou pretas, com predileção por cartilagens das orelhas, nariz e escleras. A diagnose é confirmada pela demonstração do ácido homogentísico no sangue e urina. Restrição de alimentos que contenham tirosina e fenilalanina. Ocronose Alteração pigmentar de cor castanho-escuro decorrente do uso tópico prolongado de hidroquinona, fenol ou resorcina, o que leva a um acúmulo do ácido homogentísico e consequente polimerização a pigmento ocronótico na derme. Não existe tratamento satisfatório; deve-se excluir o contactante, usar fotoprotetor e, na fase aguda, corticoide tópico. Argiria Cor cinza-azulada difusa na face, mãos e unhas que ocorre pela impregnação da pele por sais de prata. O diagnóstico é confirmado pelo exame histopatológico. É irreversível. Hidrargiria Pigmentação preto-acinzentada nas áreas de contato com derivados mercuriais ou na pele e gengivas devido à ingestão de mercúrio. O diagnóstico é feito por eletromicroscopia. É irreversível. Crisíase Hiperpigmentação azulada em áreas fotoexpostas e escleras decorrentes da impregnação por sais de ouro. O diagnóstico é feito por eletromicroscopia. É irreversível. Amiodarona Raramente determina pigmentação violeta- acinzentada nas áreas fotoexpostas. Retirada da droga e fotoproteção. Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Técnico em Estética – Alterações Dermatológicas da Face 16 Tatuagens Existem as Tatuagens artísticas que resultam da introdução de pigmentos insolúveis na derme, as acidentais com penetração de partículas na pele (como as da explosão de pólvora a curta distância) e as ocupacionais (na indústria). A remoção pode ser feita cirurgicamente ou com laser. ANOTAÇÕES Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Técnico em Estética – Alterações Dermatológicas da Face 17 HIDRATAÇÃO E REVITALIZAÇÃO DA PELE A água que hidrata a pele provém das camadas inferiores da pele (epiderme e derme), hidrata toda a pele e evapora na superfície para a atmosfera. Esta é a chamada perda de água transepidérmica. A pele mantém sua hidratação através do manto hidrolipídico (emulsão hidratante natural da pele), em condições ideais, importante para manter a lubrificação da pele, protegendo-a contra a evaporação excessiva de água e contra microorganismos, desempenhando a "função barreira" e permitindo à pele lutar contra a humidificação e o ressecamento. É formada pelas secreções da pele que são eliminadas para a superfície onde se misturam, variando com o tipo de pele, local do corpo, sexo, idade , com as condições climáticas e com o uso de produtos tópicos como sabão e detergentes. A pele comporta-se como uma eficiente barreira, impedindo o ressecamento do organismo e protegendo-o das agressões externas, tanto mecânicas quanto físicas, químicas e microbianas. Uma pele hidratada é caracterizada pela maciez, elasticidade e suavidade, sendo que estas características estão diretamente relacionadas ao teor de umidade do extrato córneo (a camada mais superficial da pele). Outros fatores que determinam a diminuição do teor da umidade: Alteração do metabolismo Envelhecimento das fibras protéicas de colágeno e elastina Irrigação sangüínea periférica alterada. Entendendo a Composição Química da Pele Água: encontrada em 70% da composição química da pele. Sais Minerais: metais como sódio, potássio, magnésio, cálcio, ferro, cobre, zinco, manganês, enxofre, fósforo e iodo. Protídeo: encontrado em 27,5% da composição da pele. Aminoácidos: tirosina, cistina, hidroxiprolina da pele. Proteínas: colágeno, elastina, queratina, ácido hialurônico, ácidos nucléicos, uréia e outros. Enzima e hormônios. Lipídios: fosfolipídeos, esqualeno, colesterol, ácidos graxos, etc. Glicídios: glicose, glicogênio, etc. Flora Cutânea Existem doistipos de flora cutânea: Flora cutânea permanente (germes saprófitos): normalmente não causam problema para o homem. Flora cutânea ocasional patogênica: por contaminação ou multiplicação exagerada de germes saprófitos. Flora saprófita: defendem a pele contra a infecção. Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Técnico em Estética – Alterações Dermatológicas da Face 18 Mecanismo de Hidratação da Pele Externa Hidratação da pele para produtos tópicos ocorre por: Oclusão: ingredientes lipídicos (emolientes). Umectação: substância que retém água na superfície da pele. Hidratação ativa: emulsões - produtos destinados a promover a hidratação da pele, tais como cremes ou loções cuja fase lipídica promove a oclusão e a fase aquosa possui ingredientes higroscópicos que propiciam a umectação (hidratação) da pele. Princípios Ativos nos Hidratantes: • Ceramida • Esqualeno • Olesterol • PCA • ADN • NMF • Lactato de amônia • Uréia • Alfa-hidroxiácido (ácido glicólico e ácido láctico) • Oligoelementos • Fosfolipídeos • Ácido hialurônico ESTUDO DE CASO HIDRATAÇÃO PROFUNDA Mulher de 35 anos, pele seca, de cor branca, fina, levemente áspera, com linhas de expressão e flacidez na região abaixo do mento. - Emulsão de limpeza com extrato de camomila. Retirar com água. - Creme esfoliante com óleo de girassol, PCA-Na. Retirar totalmente com água - Aplicar loção tônica hidratante ionizável de colágeno com oligoelementos, extrato glicólico de acerola, lúpulo, calêndula, ginko biloba e alantoína e ionizar na polaridade positiva com eletrodo rolinho por 3 a 4 minutos cada lado da face pescoço e colo. - Massagem estimulante com creme revitalizante com DMAE até total penetração. - Aplicar máscara de argila verde com máscara tensora com extrato de soja e proteína do trigo por 20 minutos ou até a secagem da mesma. Retirar totalmente. - Aplicar loção compensadora hidrolipídica com Matrixyl por todo o rosto com movimentos ascendentes. Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Técnico em Estética – Alterações Dermatológicas da Face 19 - Gel para área dos olhos com elastina e Vitamina E com massagens específicas para essa região. - Finalizar com creme hidratante e nutritivo com DMAE, colágeno, elastina, hidroviton e Vitaminas A, D e E, FPS 15. Manutenção da Cliente Manhã - Emulsão de Limpeza com extrato de camomila - Loção tônica hidratante com uréia - Creme hidratante com óleo de girassol, oligoelementos, colágeno e FPS 15. Noite - Mesmo sabonete e loção tônica da manhã. - Creme nutritivo de manteiga de muru-muru e DMAE com FPS 10. ANOTAÇÕES Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Técnico em Estética – Alterações Dermatológicas da Face 20 PERIGOS QUE O SOL REPRESENTA PARA A PELE IMPORTÂNCIA DA FOTO PROTEÇÃO. O que você deve pensar do Sol? Ele é um herói ou vilão? Quando se está bronzeado, bonito, acredita que é um herói. Quando está com queimaduras, jura que ele é o vilão. O Sol traz muitos benefícios ao ser humano, contribuindo para a sua saúde e bem-estar físico e psíquico. Os prejuízos que o Sol pode causar devem-se ao desconhecimento sobre: radiações solares reações da pele à exposição solar. “relacionamento” saudável com o Sol é possível. As radiações solares mais importantes para o organismo são: ultravioleta A (UVA) e ultravioleta B (UVB). São raios que o olho humano não consegue enxergar. A diferença entre eles está no comprimento de onda. A radiação UVA apresenta comprimento de onda de 320- 400nm. Já os raios UVB têm comprimento de onda de 290-320nm (nanômetros). A pele absorve de forma diferente cada tipo de radiação solar. Os raios UVA atingem as camadas mais profundas da pele. Por isso são os principais responsáveis pelo: • desenvolvimento do câncer de pele, • envelhecimento precoce • bronzeamento (escurecimento) • catarata (doença nos olhos que pode causar cegueira) A radiação UVB atinge as camadas mais superficiais da pele. Quando há uma exposição sem os devidos cuidados, esta radiação leva a vermelhidão e queimaduras solares. A vermelhidão geralmente tem início 2 a 7 horas após o contato com o Sol de forma prolongada e contínua. O mormaço também pode causar vermelhidão e queimaduras, uma vez que a radiação UVB atravessa as nuvens. Portanto, você deve se proteger, mesmo em dias nublados. 95% dos raios ultravioleta que atingem a Terra são do tipo UVA, 5% são UVB A camada de ozônio absorve muito melhor os raios UVB. A camada de ozônio é muito importante, funciona como uma proteção invisível. Benefícios causados pelo Sol Produção e absorção da vitamina D pelo organismo. A vitamina D está envolvida na formação do cálcio, responsável pela estrutura dos ossos. Quando há pouca exposição solar, como nos países de clima frio, a pele produz vitamina D em quantidade insuficiente, sendo necessária suplementação alimentar. Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Técnico em Estética – Alterações Dermatológicas da Face 21 Atenção: para ajudar o organismo a produzir vitamina D, basta tomar de cinco a dez minutos de Sol, duas vezes por semana, evitando o período entre 10 e 16 horas. Danos causados pela exposição solar em excesso • Queimaduras dolorosas • Foto envelhecimento • Alterações na textura e cor da pele, deixando-a áspera e amarelada. • Surgimento de manchas, pequenas veias dilatadas, rugas, flacidez e ressecamento • Câncer de pele Danos causados pela exposição solar em excesso As células da pele têm memória, isso quer dizer que os danos são cumulativos. Fototipos Cada pessoa reage de forma diferente à exposição solar, mesmo que tomem Sol juntas (no mesmo período do dia e com a mesma duração de tempo). O motivo são os fototipos diferentes, que tornam a pele mais ou menos sensível às radiações. 1. Pele clara, olhos azuis, sardentos Sempre se queimam e nunca se bronzeiam 2. Pele clara, olhos azuis, verdes ou castanhos claros, cabelos louros ou ruivos Sempre se queimam e, às vezes, se bronzeiam 3. A média das pessoas brancas normais Queimam-se moderadamente, bronzeiam-se gradual e uniformemente 4. A média das pessoas brancas normais Queimam-se muito pouco, bronzeiam-se bastante 5. Pessoas morenas Raramente se queimam, bronzeiam-se muito 6. Negros Nunca se queimam, profundamente pigmentados Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Técnico em Estética – Alterações Dermatológicas da Face 22 Fotoproteção natural da pele Pigmentação da pele (bronzeamento) = aumento do conteúdo de melanina na epiderme Espessamento da camada córnea Suor: presença do ácido urocânico = também absorve radiação Fator de proteção solar (FPS) FPS representa a potência do produto contra os efeitos dos raios UVB. Há uma extensa variedade de FPS, desde 2 até 100. A escolha vai depender: • do tipo de pele • da região corpórea • do tipo de exposição solar que você vai se submeter. Muitos dos produtos encontrados no mercado contêm ingredientes ativos que absorvem as radiações UVA. Entretanto, ainda não foi estabelecida uma medida aceita universalmente da proteção UVA fornecida por tais produtos. Portanto ainda não é possível informar, quantitativamente,a proteção UVA nos rótulos. Filtros solares Químicos - absorvem as radiações ultravioletas, impedindo sua ação na pele; Físicos - são opacos, não absorvem a luz e sim a refletem. Portanto formam um filme protetor na pele. O fator de proteção solar (FPS) é definido como quantidade de energia UV necessária para produzir 1 dose mínima de eritema (DME) na pele protegida após aplicação de 2 mg/cm2 do produto, dividida pela energia UV para produzir 1 DME na pele desprotegida. Assim, um produto com um FPS 15 deve permitir um tempo de exposição ao sol, sem queimadura, 15 vezes maior do que um indivíduo teria sem proteção. FPS = DME com protetor solar DME pele desprotegida QUÍMICOS Octilmetoxicianamato Benzofenona 3 Butilmetoxidibenzoilcinamato Octilmetil PABA Benzofenona 4 Etildiproxipropil PABA Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Técnico em Estética – Alterações Dermatológicas da Face 23 FÍSICOS Dióxido de titânio Óxido de zinco Talco Óxido de ferro ANOTAÇOES Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Técnico em Estética – Alterações Dermatológicas da Face 24 IMPERFEIÇOES PERI-ORBITAIS Introdução A área dos olhos é uma região frágil, sensível e delicada e requer cuidados especiais, devendo ser uma preocupação constante dos clientes e está nas mãos dos profissionais fazer com que eles entendam essa necessidade. O contorno dos olhos possui uma epiderme muito fina e com poucas glândulas sebáceas e, como consequência, ocorre uma evaporação de água duas vezes maior, que ao restante da face, e num local pobre de manto hidrolipídico. A derme possui uma quantidade menor de fibras colágenas e elásticas, além de uma arquitetura celular diferenciada, que resulta no aparecimento espontâneo, seja qual for à idade, de linhas nos cantos dos olhos (rugas de expressão), no aparecimento de bolsas caracterizadas por pequenos acúmulos de gordura, edema, relaxamento das fibras elásticas que distendem e afrouxam o tecido, promovendo e acentuando a pigmentação ocorrida nas olheiras. Outros detalhes importantes devem ser observados, como o visível cansaço, o estresse e as duras provas que essa região está sujeita nas10 mil mímicas diárias e à exposição solar, causando danos imediatos ao frio, vento e à luminosidade. RUGAS São degenerações associadas à desidratação da derme e epiderme. Ocorrem normalmente por fatores genéticos, hormonais e exposição solar excessiva. No contorno dos olhos aparecem mais rapidamente, devido à degradação das fibras colágenas e a diminuição da atividade celular. Indicação Cosmética: Produtos preventivos contendo agentes hidratantes (ácido hialurônico, silícios orgânicos, lanablue), umectantes e emolientes (óleo girassol, algodão e abacate), vitaminas antioxidantes (A, E, e C), e oligoelementos (cálcio). Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Técnico em Estética – Alterações Dermatológicas da Face 25 BOLSAS Resultam de um edema ou do acúmulo de gordura potencializado pelo relaxamento das fibras elásticas da pele. Indicação Cosmética: Fórmulas de uso contínuo que atuam na microcirculação, flacidez e densificação cutânea (vitamina B3 ou niacinamida, silícios orgânicos, extrato de jambú flor). OLHEIRAS Possuem causas múltiplas que variam do tipo racial, tamanho da cavidade óssea, uso constante de óculos, estresse, excesso de pigmentação melânica e sanguínea. As associações dessas alterações provocam danos à tonicidade dos vasos linfáticos e congestão sanguínea, que impede a circulação de retorno, prejudicando a remoção de pigmentos que se acumulam nos tecidos, conferindo à pele uma cor que vai do amarelo esverdeado ao marrom. Indicação Cosmética: Extratos vegetais calmantes e descongestionantes (althéia), vitaminas Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Técnico em Estética – Alterações Dermatológicas da Face 26 clareadoras (vitamina B3 & C). Estudos recentes demonstram que a coloração das olheiras aparece, inclusive, pelo depósito do pigmento bilirrubina, que pode ser combatido eficazmente com o a associação do complexo Fraxinus excelsior, vitamina B3 e silício orgânico. Importante: É importante ressaltar que desde 12 de janeiro de 2010, sob o Parecer Técnico número 1, de 04/01/2010, a ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), órgão responsável pela comercialização de artigos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes no Brasil, proibiu a utilização da Vitamina K, uma das matérias-primas mais utilizadas em produtos para a região dos olhos. Mais informações são encontradas no site www.anvisa.gov.br. Em minha opinião essa proibição devia ter sido feito antes, pois a vitamina K, já foi proibida pela comunidade européia, devido à alta ocorrência de dermatite de contato alérgica. Tecnologia Inovadora e Pioneira Eye Blue Advanced Technology é o mais novo conceito em tratamento para área dos olhos disponível para o profissional brasileiro. É uma tecnologia 3D ou tridimensional, que associa 15 ativos em sinergia incorporados em uma base de especial, que otimiza a absorção e efetividade dos ativos. Essa associação ilumina, nutre, protege, hidrata e revitaliza. Esta inovação é indicada para todos os tipos de pele e promove a reorganização da arquitetura celular atuando de forma eficaz sobre rugas, bolsas e olheiras. Conheça mais detalhes dos bioativos, que fazem parte desta nova tecnologia: LANABLUE Extrato de algas azuis cianofíceas extraídas do Lago Klamath, com alto poder regenerativo comprovado em três testes de eficácia, In-vivo, In-vitro e Ex-vivo. Propriedades: Regenerador cutâneo que suaviza rugas finas e marcas de expressão. Aumenta a densidade da junção dermo-epidérmica e atua no DNA dos queratinócitos da pele. EXTRATO DE JAMBÚ FLOR (SPILHANTES ACMELIA) Importado da França produzido de forma sustentável e com testes de eficácia in vitro (fibroblastos) e in vivo (observação dermatológica e profilometria a laser), comprovando a ação estimulante celular, melhora na flacidez e promoção da densificação cutânea. Resultados efetivos e ultra rápidos na redução das rugas principalmente na área dos olhos. Propriedades: Anti-aging de ação rápida, ultra-Hidratante e estimulante celular (fibroblasto). ÁCIDO HIALURÔNICO É um biopolímero biotecnológico do ácido mucopolissacarídeo, existente abundantemente nos tecidos conectivos da pele. Ele preenche o espaço intracelular para manter a estrutura do tecido, mantendo assim a hidratação, lubricidade, flexibilidade e proteção. Possui excelente propriedade de retenção hídrica, promovendo a melhora da elasticidade, diminuição da irritação e hidratação prolongada. Estudos demonstram sua contribuição para a hidrodinâmica da pele e papel crucial na reepitelização, porque é parte integral da matriz extracelular dos queratinócitos. Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Técnico em Estética – Alterações Dermatológicas da Face 27 Propriedades: Ultra-hidratante, conserva a maciez e elasticidade, melhoram o tônus tissular e reparador a pele. EXTRATO DE ALTHÉIA (ALTHAEA OFFICINALIS L.) Rica em polissacarídeos (mucilagem e pectina), sais minerais fósforo, cálcio, magnésio, esteróis, aminoácidos (asparagina) e albumina vegetal. Propriedades:Calmante, super-hidratante, amaciante, emoliente, regenerador e antioxidante. EXTRATO DE FREIXO (FRAXINUS EXCELSIOR) Extrato importado da França retirado de uma árvore da família das oleáceas (mesma família da oliveira) chamada Freixo. Seu extrato é rico em esculina e fraxina, conferindo propriedade antioxidante e protetora vascular. Promove a redução da coloração da região dos olhos, pois previne a degradação da hemoglobina e impede a formação da bilirrubina. Possibilita a recuperação da umidade e elasticidade natural da pele. Além de promover hidratação prolongada, maciez e brilho. Propriedades: Iluminador (clareador e anti-aging), revitalizante, nutritivo, umectante, hidratante, amaciante. SÍLICIOS ORGÂNICOS Principal componente da MEC (Matrix Extra Celular) das glicosaminoglicanas, do colágeno e da elastina. Reforça a estrutura e melhora a elasticidade, promovendo flexibilidade e resistência do tecido conjuntivo. É um protetor e um poderoso regenerador cutâneo. Propriedades: Altamente nutritivo, emoliente, restaurador, anti-aging, hidratante e remineralizante. ÓLEO DE ABACATE (PERSEA AMERICANA) O abacateiro é uma planta da família das lauráceas, originária do México e da América Central. Seu óleo é rico em vitaminas A, B1, B2 e C. O abacateiro é rico em lipídios, vitaminas, aminoácidos. Propriedades: Altamente nutritivo, emoliente, suavizante e dermoprotetor. ÓLEO DE GIRASSOL (HEILANTHUS ANNUS) É obtido do fruto maduro prensado e frio plenamente refinado. Tem ação emoliente e reepitalizante e é um bom hidratante de inverno principalmente para peles secas. Propriedades: Nutritivo, hidratante, emoliente, potente regenerador e cicatrizante. ÓLEO DE ALGODÃO O óleo de algodão contém uma mistura de ácidos graxos saturados e insaturados, sendo seu principal componente o ácido linoléico. As deficiências dos ácidos graxos essenciais nos seres Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Técnico em Estética – Alterações Dermatológicas da Face 28 humanos provocam alterações na pele como descamações e ressecamentos. Propriedades: Emoliente, alto poder nutritivo e hidratante. VITAMINA E (TOCOFEROL) Antioxidante biológico inibe a formação de radicais livres e seu efeito nocivo sobre as membranas das células e outros componentes celulares, incluindo o DNA, protetor vascular. Melhora a elasticidade devolvendo vitalidade à pele. Propriedades: Antioxidante, dermocalmante, hidratante, antiinflamatória. VITAMINA B3 (NIACINAMIDA) Conhecida como Vitamina PP. É um energizante tecidual. Componente necessário para o metabolismo celular. Participa da síntese de hormônios e vitaminas, melhora a microcirculação, restaura o fluxo sanguíneo normal e ativa o transporte de oxigênio nas células. Melhora a hidratação por um mecanismo inovador, que aumenta a síntese de queratina e estimula duas proteínas epidérmicas (filagrina e evolucrina). Estudos demonstram que a vitamina B3 previne o processo de envelhecimento porque estimula novos fibroblastos e a produção de colágeno e também possui ação clareadora, pois inibe a transferência da melanina para os queratinócitos, inclusive nas regiões dos olhos. Propriedades: Energizante, hidratante, clareadora e anti-aging. VITAMINA B6 (PIRIDOXINA) Ativador celular. Essencial para a ativação celular com alta ação protetora. Propriedades: Estimulante celular, emoliente. Atua em sinergia com a Vitamina B3. VITAMINA C Protege as células dos radicais livres. Dentre os extratos naturais a Vitamina C é uma das mais antioxidantes. Propriedades: Protetor celular, auxilia na síntese de colágeno e elastina, despigmentante, anti-estresse cutâneo. VITAMINA F Mistura de ácidos graxos essenciais. É antioxidante, normaliza o tônus da pele, inibe a produção de melanina e melanócitos ativos, inibe a polimerização de melanina pré-formada e acelera a renovação do estrato córneo. Propriedades: Regeneradora, despigmentante, protetora e reparadora. PANTETONATO DE CÁLCIO Hidratante. Esta vitamina esta diretamente ligada em processos metabólicos como síntese bioquímica e transporte de energia. Energizador. Participa na síntese de hormônios e é um componente essencial para o metabolismo celular. Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Técnico em Estética – Alterações Dermatológicas da Face 29 Propriedades: Ultra-Hidratante, emoliente, umectante, reparador tecidual e densificador cutâneo. Concluindo É importante ressaltar que para resultados mais efetivos o produto para o contorno dos olhos deve ser aplicado diariamente pela manhã, antes do filtro solar e a noite, antes do nutritivo. Para potencializar os resultados poderá ser feito o protocolo em cabine de no mínimo dez sessões. Este protocolo é indicado para a área dos olhos, devido ao fato de aumentar o nível de hidratação da pele, melhora da oxigenação local, diminuindo rugas e possíveis alterações de melanina. Melhora rapidamente a aparência da pele. Deve constar de limpeza do colo, pescoço e rosto, esfoliante adequado para a região, tonificação, ionização ou microcorrentes, respeitando cinco minutos para cada polaridade. Finalizar com o creme inovador e massagem própria para a área dos olhos, seguida de massagem com outro creme para o restante do rosto. Uma máscara hidroplástica encerra bem esta sequência. A cliente é liberada com a aplicação de fotoprotetor com FPS adequado à sua pele. A manutenção doméstica deve ser o braço direito da esteticista, que orientará a cliente na limpeza, tonificação, aplicação do produto na região dos olhos, seguida da fotoproteção, pela manhã. À noite, demaquilante, tonificante, iluminador do olhar e creme nutritivo para colo, pescoço e restante da face. ANOTAÇOES Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Técnico em Estética – Alterações Dermatológicas da Face 30 GLOSSARIO DE TERMOS DERMATOLOGICOS LESÕES ELEMENTARES As reações da cútis se traduzem por limitado número de aspectos morfológicos que são as lesões individuais ou elementares. São como letras que constituem o alfabeto dermatológico. Assim como da união das letras surgem as palavras, e destas as frases, também do agrupamento de lesões elementares formam-se sinais objetivos e com estes caracterizam-se as síndromes e moléstias dermatológicas. Ainda que existam diferenças de conceitos e denominações, pode-se classificar as lesões elementares em cinco grupos básicos de alterações individualizadas da pele: • Alterações da cor • Formações sólidas • Coleções líquidas • Alterações da espessura • Perdas teciduais ALTERAÇÕES DA COR Manchas Vásculo-Sangüíneas • Eritema: Cor vermelha conseqüente à vasodilatação que desaparece por pressão digital ou vitropressão. • Cianose: Eritema arroxeado por congestão venosa ou passiva, com diminuição da temperatura. • Rubor: eritema rubro, conseqüente de vasocongestão ativa ou arterial com aumento de temperatura. • Enantema: eritema localizado nas mucosas • Exantema: eritema generalizado, agudo, de duração relativamente curta. Pode ser morbiliforme ou rubeoliforme, quando há áreas de eritema entremeadas com áreas de pele sã ou escarlatiniforme quando é difuso e uniforme. • Eritemas figurados: são manchas eritematosas de formas várias e de limites bem definidos. • Eritrodermia: eritema generalizado, crônico e persistente que se acompanha freqüentemente de descamação. Lividez: é uma mancha de cor lívida, do chumbo pálidoao azulado, de temperatura fria, por isquemia. Mancha angiomatosa: é mancha de cor vermelha, permanente, plana, que desaparece quase completamente por vitropressão forte, causada por neoformação névica de capilares da derme. Mancha anêmica: área esbranquiçada, permanente, determinada por agenesia vascular. A vitropressão da pele circunsjacente igual a esta à mancha, mostrando que se trata de mancha anêmica, excluindo hipocromia. Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Técnico em Estética – Alterações Dermatológicas da Face 31 Telangiectasia: lesão filamentar, sinuosa, permanente devido à presença de capilares dilatados na derme. Púrpura: mancha vermelha que não desaparece pela vitropressão. É devida ao extravasamento de hemáceas na derme e na sua evolução torna-se sucessivamente, arroxeada e verde-amarelada. Até um centímetro de diâmetro chama-se petéquia, maior, equimose e, se linear, víbice. Manchas Pigmentares As manchas pigmentares ou discrômicas resultam da ausência, diminuição ou aumento de melanina ou depósito de outros pigmentos ou substâncias na pele. Leucodermias: é a mancha branca e compreende a acromia, de cor branco marfim, causada pela falta total de melanina ou a hipocromia de cor branco-nácar, causada pela diminuição da melanina. Hipercromia: Mancha de cor variável, causada pelo aumento da melanina ou depósito de outro pigmento. O aumento da melanina – mancha melanodérmica tem cor variável do castanho claro ao escuro, azulado ou preto. As manchas resultantes do depósito de hemossiderina ou do ácido homogentísico têm também cor do castanho escuro ao preto. A cor amarelada da pele é observada na icterícia e na carotinemia. As tatuagens apresentam coloração variável de acordo com o pigmento e profundidade da sua localização. FORMAÇÕES SÓLIDAS Resultam de processo inflamatório ou neoplásico, atingindo isolada ou conjuntamente a epiderme, derme ou hipoderme. Distinguem-se vários tipos: Pápula: lesão sólida, circunscrita elevada, menor que 1 cm, por processo patológico epidérmico, dérmico ou misto. Placa papulosa: é a lesão elevada de altura inferior a 1 cm, em plataforma que se estende em superfície por vários centímetros. Pode ser individual ou constituir aglomerado de pápulas. Nódulo: lesão sólida, circunscrita, elevada ou não, de 1 a 3 cm de tamanho. É processo patológico que localiza-se na epiderme, derme e/ou hipoderme Nodosidade ou tumor: formação sólida, circunscrita, elevada ou não, maior que 3 cm. O termo tumor é usado principalmente para processo neoplásico. Tubérculo: designação em desuso, significava pápula ou nódulo que evolui deixando cicatriz. Goma: é um nódulo ou nodosidade que se liquefaz na porção central e que pode ulcerar-se, eliminando substância necrótica. Vegetação: pápula pedunculada ou com aspecto de couve flor, branco avermelhada, que sangra facilmente, devida ao aumento da camada espinhosa, cristas epiteliais e papilas dérmicas. Verrucosidade: pápula ou placa papulosa de superfície dura, inelástica e amarelada por aumento peculiar da camada córnea. Urtica: elevação de forma irregular, cor variável do róseo ao vermelho, pruriginosa, com duração efêmera. Resulta da exsudação aguda da derme. É também chamada de pápula Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Técnico em Estética – Alterações Dermatológicas da Face 32 urticariana. Quando atinge vários centímetros de extensão denomina-se placa urticada. COLEÇÕES LÍQUIDAS As lesões elementares incluídas no grupo das coleções líquidas são aquelas com conteúdo líquido que pode ser serosidade, sangue ou pus. Compreendem as vesículas, pústulas, bolhas, gomas, abcessos e hematomas. Vesículas: elevação circunscrita, contendo líquido claro, até 1 cm de tamanho. O líquido, primitivamente claro (seroso), pode se tornar turvo (purulento) ou rubro (hemorrágico). Bolha: elevação contendo líquido claro, maior que 1 cm em tamanho. O líquido, primitivamente claro, pode se tornar turvo-amarelado ou rubro, formando-se bolha purulenta ou hemorrágica. Pústula: elevação circunscrita, contendo pus até 1 cm em tamanho. É um abcesso superficial. Abscesso: coleção de pus na pele ou subcutâneo, circunscrita, proeminente ou não, de tamanho variável. A pele pode estar ruborizada e há calor, dor e flutuação. Hematoma: coleção de sangue na pele ou subcutâneo, circunscrita, proeminente ou não e de tamanho variável. ALTERAÇÕES DE ESPESSURA Queratose: espessamento da pele, duro, inelástico, amarelado e de superfície eventualmente áspera. É causado pelo aumento da espessura da camada córnea. Liquenificação: espessamento da pele com acentuação dos sulcos e da cor própria da pele, com aspecto quadriculado, de malhas poligonais bem definidas. É devida ao aumento da camada malpighiana. Edema: aumento da espessura, depressível, com cor própria da pele ou rósea-branca. É determinado pelo acúmulo de líquido na derme e/ou hipoderme. Infiltração: aumento da espessura e consistência da pele, com menor evidência dos sulcos, limites imprecisos, acompanhando-se, as vezes, de eritema discreto. Pela vitropressão, surge fundo de cor café com leite. Resulta da presença na derme de infiltrado celular, as vezes com edema e vasodilatação. Esclerose: alteração da espessura com aumento da consistência da pele que se torna lardácea ou coriácea. A pele pode estar espessada ou adelgaçada, não é depressível e o pregueamento é difícil ou impossível. Resulta de fibrose do colágeno. Atrofia: diminuição da espessura da pele, localizado ou difuso, que pode se acompanhar de adelgaçamento e pregueamento da pele. É devido a redução do número e volume dos constituintes teciduais. A atrofia linear chama-se víbice, nome que também serve para designar uma lesão purpúrica linear. Cicatriz: lesão lisa, plana, saliente ou deprimida, sem os sulcos, poros e pêlos, móvel, aderente ou retrátil. Associa atrofia com fibrose e discromia. É resultante da reparação de processo destrutivo da pele.Podem ser: (a) Atrofica – fina, pregueada, papirácea; (b) Críbrica – perfurada por pequenos orifícios; (c) Hipertrófica – nodular, elevada, vascular, com excessiva proliferação fibrosa, com tendência a regredir. Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Técnico em Estética – Alterações Dermatológicas da Face 33 PERDAS TECIDUAIS São as lesões oriundas da eliminação exagerada ou da destruição dos tecidos cutâneos. Escama: massa laminada, furfurácea, micácea ou foliácea que se desprende da superfície cutânea. É devida à alteração da queratinização. Erosão ou exulceração: perda superficial que atinge somente a epiderme. Escoriação: erosão linear que é conseqüente à cocagem. Ulceração: perda de epiderme e derme eventualmente atingindo a hipoderme e outros tecidos. Úlcera: é uma ulceração persistente e de evolução crônica. Fissura ou ragádia: perda linear da epiderme e derme, no contorno de orifícios naturais ou em áreas de pregas ou dobras da pele. Crosta: concreção de cor amarelo-claro ao esverdeado ou vermelho-escuro, que se forma em área de perda tecidual. Resulta do dessecamento de serosidade (melicérica), pus (purulenta) ou sangue (hemorrágica), de mistura com restos epiteliais. Escara: área da pele de cor lívida ou negra, limitada, resultante de necrose tecidual. O termo é também empregado para a ulceração após a eliminação do esfacelo. Ainda que as lesões elementares possam se apresentar isoladamente, na maioria das vezes apresentam-se associadas ou combinadas, daí decorrendo variedade de expressões, como eritêmato- papulosa, pápulonodular, atrófico-escamosa, ulcero-crostosa,vésico-bolhosa e inúmeras outras. TERMOS DESIGNATIVOS Formas, Contornos e Dimensões Anular: em anel Arcada: em arco Circinada: em círculo Corimbiforme: em corimbo, ou seja, lesão principal central e outras satélites Discóide: em forma de disco Figurada: com borda de contorno bem definida. Geográfica: de contorno irregular, lembrando mapa geográfico Girata: em giro ou espiral Gotada: em gotas Irisada: com círculos concêntricos Lenticular: como lentilha Linear: em linha Miliar: como grânulos de mílio. Numular: como moeda. Pontuada: em pontos. Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Técnico em Estética – Alterações Dermatológicas da Face 34 Serpiginosa: em linha ou contorno sinuoso. Zosteriforme: consoante um trajeto de um nervo. DISTRIBUIÇÃO E NÚMERO Disseminada: lesões numerosas individuadas em várias regiões cutâneas. Generalizada: erupção difusa e uniforme, atingindo várias regiões cutâneas. Universal: comprometimento total, incluindo o couro cabeludo. SINAIS ESPECÍFICOS Caracterizam Síndromes ou Afecções Aftas: pequena ulceração em mucosa Alopécia: ausência de pêlos em locais pilosos Calo: hiperqueratose em cunha, que se introduz causando dor. Devida a irritação ou pressão mecânica dos pés. Calosidade: hiperqeratose circunscrita em áreas de pressão ou fricção nos pés e mãos. Celulite: inflamação da derme e/ou do tecido selular subcutâneo. Cisto: formação elevada ou não, constituída cavidade fechada envolta por um epitélio contendo líquido ou substância semi-sólida. Comêdo ou comedão: acúmulo de corneócitos no infundíbulo folicular (cravo branco) ou de queratina e sebum em um folículo piloso dilatado (cravo preto). Corno: excrescência cutânea circunscrita e elevada formada por queratina. Eritroderma: eritema generalizado, persistente e crônico, com descamação. Fístula: canal com pertuito na pele que drena foco profundo de supuração ou necrose. Milium (milio): pequeno cisto de queratina, branco amarelada, superficial na pele. Placa: uma área de pele elevada com mais de 2 cm de diâmetro. Poiquiloderma: sinal caracterizado por atrofia, telangiectasias e pigmentação, geralmente reticulada. Quelóide: formação elevada por proliferação fibrosa da pele, pós trauma, que não regride. Sero-pápula: é formada por uma vesícula sobre o centro de um pequena pápula urticada. Lesão típica do estrófulo. Sulco (túnel): pequena saliência linear, inferior a um cm, com vesícula perlácea, do tamanho da cabeça de um alfinete na extremidade. Lesão típica da escabiose. Sinal de Auspitz ou do orvalho sangrento: aparecimento de ponteado hemorrágico quando se raspam as escamas na psoríase. Também conhecido como sinal da vela. Sinal de Darier: fricção da lesão determina urtica. Típica da urticária pigmentosa (masticitose). Fenômeno (sinal) de Koebner: aparecimento de lesões similares às da dermatose por trauma. Típico da psoríase e liquen plano. Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Técnico em Estética – Alterações Dermatológicas da Face 35 Sinal de Sampaio: bainha gelatinosa nas raízes dos cabelos, encontrada na pseudopelada e lúpus eritematoso. Indica atividade da doença. Sinal de Zileri: descamação observada pelo estiramento da pele na pitiríase versicolor. GLOSSÁRIO DERMATOPATOLÓGICO Acantólise: perda de adesão entre células epiteliais por degeneração dos desmosomas ou da substância cimentante intercelular o que permite a formação de bolhas ou vesículas. Acantose ou hiperacantose: aumento moderado ou excessivo da camada malpighiana. Alteração cavitária: edema intracelular com formação de cavidades no interior de células malpighianas. É a fase inicial da degeneração reticular. Anaplasia: alteração de células que apresentam núcleos grandes, irregulares e hipercromáticos e com eventual presença de mitoses atípicas, característica de neoplasias malignas. Bolha: cavidade epidérmica ou sub-epidérmica, contendo serosidade, hemácias ou células. A bolha inferior a 1 cm de diâmetro pode ser chamada de vesícula. A lacuna é uma vesícula pequena, intra-epidérmica. Degeneração balonizante: alteração de células epidérmicas que assumem forma em balão por edema e perdem as conexões intercelulares o que possibilita a formação de bolhas ou vesículas. É característica das infecções virais. Degeneração basófica ou colágeno: presença de material basófilo na derme papilar por degeneração das fibras colágenas e elásticas em áreas expostas à luz solar. Degeneração fibrinóide do colágeno: depósito de fibrina entre a fibras colágenas ou em torno de vasos, que se caracteriza por cor eosinófilica brilhante e aspecto homogêneo. É encontrada no lúpus eritematoso, vasculites alérgicas e nódulos reumatóides. Degeneração granulosa da epiderme: também chamada Hiperqueratose epidermolítica. Atinge as porções superior e média da camada malpighiana, produzindo intenso edema intracelular, levando à perda dos contornos celulares. Acompanha-se de hiperqueratose e produção excessiva de grânulos de querato-hialina grandes e irregulares. Ocorre em doenças congênitas. Degeneração hidrópica ou de liquefação: vacuolização das células basais conseqüente e edema na derme, encontrada em numerosas afecções, como lupus eritematoso, líquen plano, líquen escleroso e atrófico e outros. Degeneração hialina do colágeno: neste tipo de degeneração os feixes colágenos apresentam-se de volume aumentado, mais eosinófilos e homogêneos, com diminuição dos fibroblastos. É encontrada nas cicatrizes, quelóides e esclerodermia. Degeneração reticular: edema intenso, intracelular que estoura as células epidérmicas e forma vesícula septada, sendo os septos restos de membranas celulares. É encontrada nas doenças virais e em dermatites agudas. Desmosoma: estrutura conetiva das células epidérmicas, anteriormente chamadas de ponte intercelular. Disqueratose: alteração do processo de queratinização no qual ocorre uma queratinização prematura e individual de queratinócitos. Pode ocorrer em neoplasias malignas ou em algumas afecções congênitas. Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Técnico em Estética – Alterações Dermatológicas da Face 36 Espongiose: edema intercelular na camada malpighiana que pode levar à formação de vesícula ou bolha. É encontrada nas dermatites agudas. É característica do grupo pênfigo porém pode ser encontrada na queratose actínica e epiteliomas, bolhas virais e doença de Darier. Incontinência pigmentar: depósito de melanina na derme, livre ou no interior de macrófagos, por perda devida à lesão das células melanocíticas (células claras) na camada basal. Infiltrado inflamatório agudo: presença na derme de polimorfos nucleares com fenômenos exsudativos de edema, vaso-dilatação e congestão. Infiltrado inflamatório crônico inespecífico: presença na derme de histiócitos, linfócitos e plasmócitos com fenômenos proliferativos do conjuntivo, porém sem qualquer arranjo característico. Infiltrado inflamatório granulomatoso: presença na derme de infiltrado constituído por todos ou alguns dos seguintes elementos celulares: linfócitos, histiócitos, plasmócitos, células epitelióides e gigantócitos, com fenômenos proliferativos do conjuntivo. O infiltrado tem um arranjo sugestivo de agente específico, infeccioso ou corpo estranho. Infiltrado neoplásico maligno: infiltrado na derme com a presença de células com pleomorfismo e anaplasia. Lisosoma: corpúsculo intracitoplasmático que contém enzimas capazes de digerir material endógeno ou exógeno fagocitado. Melanócito: célula dentríticapresente na camada basal da epiderme e na matriz pilosa, que produz melanina. Melanófago: macrófago ou histiócito que fagocitou melanina. Microabscesso: pequeno acúmulo de neutrófilos, eosínófilos ou células linfo-histiocitárias na epiderme e ápice das papilas dérmicas. O microabscesso de Munro-Sabouraud é constituído por acúmulo de neutrófilos degenerados na camada córnea ou de para queratose na psoríase. O microabscesso de Pautrier é constituído por células atípicas linfo-histiocitárias na camada Malpighiana. Necrose caseosa: necrose em que o tecido perde sua estrutura e há um material eosinófilo, amorfo, finamente granuloso podendo ser encontrados fragmentos nucleares. Necrose coliquativa: necrose tecidual com presença de neutrófilos degenerados, isto é com formação de pus. Papilomatose: proliferação das papilas dérmicas com alongamento das cristas epiteliais. Papiloma: é uma papilomatose circunscrita com hiperqueratose. É o substrato do nevo verrucoso, queratose seborreica, queratose actínica, e verruga vulgar. Em geral é possível a distinção entre essas varias afecções. Paraqueratose: alteração do processo de queratinização normal com a presença de núcleos na camada córnea e diminuição ou desaparecimento da camada granulosa. Queratinócito: são as células epidérmicaas que em um processo de diferenciação formam a camada córnea, queratinosa. Queratose e hiperqueratose: espessamento moderado ou excessivo da camada córnea. Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Técnico em Estética – Alterações Dermatológicas da Face 37 ANEXOS – ARTIGOS DESPIGMENTANTES: INFORMAÇÃO E ACONSELHAMENTO PARA UMA CORRECTA UTILIZAÇÃO Pele e suas Funções A pele é um órgão multifuncional, complexo, resistente e flexível, que reveste o corpo e o protege contra as agressões do meio exterior. Estruturalmente pode ser dividida em três camadas distintas: a epiderme, a mais superficial, a derme e a hipoderme. Destacam-se como funções mais importantes as de proteção, termorregulação, recolha de informação, renovação, reparação de eventuais alterações da integridade da mesma, eliminação, absorção, conservação da homeostasia, imunitária, entre muitas outras. Discromias É a designação atribuída às modificações patológicas da coloração da pele, devido a alterações quantitativas de pigmento responsável pela sua coloração (melanina). As discromias resultam da alteração dos processos bioquímicos que atuam sobre a síntese de melanina, resultando, conseqüentemente, numa modificação das características da coloração da pele. No caso de um aumento da quantidade de melanina produzida ocorre uma hiperpigmentação, como as manchas, melasmas, cloasmas, entres outras; no caso de uma diminuição ocorre hipopigmentação, como o albinismo, a vitiligo, entre outras. Melanina A melanina é o principal pigmento endógeno responsável pela coloração da pele. Esta possui uma cor acastanhada e é produzida pelos melanócitos, que se situam na derme. O bronzeado consiste na acumulação uniforme de melanina, resultante da exposição da pele à radiação solar, com consequente estimulação dos melanócitos. O seu papel fisiológicoconsiste em conferir à pele fotoproteção, funcionando como um filtro que dispersa ou reflete a radiação solar (raios ultravioleta), mediante o seu escurecimento. A melanina é produzida, sistematicamente, a partir da tirosina segundo o seguinte esquema: Tirosina 3,4 dihidroxifenilalanina (dopa) dopaquinona melanina Hiperpigmentação A hiperpigmentação é uma discromia que consiste numa produção excessiva de melanina, conferindo à região afetada, normalmente uma superfície limitada, uma coloração mais escura que o restante tom de pele. Esta coloração pode ser resultado de fatores externos como a exposição solar excessiva, traumas na superfície cutânea ou mesmo a utilização de certos medicamentos, tais como os contraceptivos orais. Em relação aos fatores internos, estes podem ser de natureza genética, distúrbios endócrinos ou mesmo características raciais. De forma a evitar, atenuar ou tratar as hiperpigmentações e o seu efeito inestético inerente, pode-se recorrer a 3 tipos de medidas: Medidas Preventivas: Caso as hiperpigmentações resultem de uma reação à exposição solar, evitar a exposição ao sol e recorrer à utilização de protetores solares com elevado fator de Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Técnico em Estética – Alterações Dermatológicas da Face 38 proteção solar (máximo existente no mercado SPF 50+). Por outro lado, caso resultem de alguma terapêutica instituída, fale com o seu médico ou peça aconselhamento ao seu técnico de farmácia ou farmacêutico. Medidas Corretivas: Quando já instaladas as manchas, pode-se recorrer à utilização de cosméticos como os fond de tein (bases coloridas) ou maquilhantes corretivos que cobrem a superfície cutânea disfarçando as manchas, conferindo uma coloração uniforme. Medidas de Tratamento: Recorre-se ao uso de cosméticos que incorporam agentes com propriedades despigmentantes que, quando aplicados na superfície cutânea, eliminam as manchas por interferência na produção de melanina. No entanto, podem ser também utilizados raios laser para a sua eliminação. Tratamento das Hiperpigmentações As substâncias ativas com propriedades despigmentantes encontram-se disponíveis no mercado sob várias formas de apresentação, tais como pomadas, cremes, loções, entre outras. A sua ação, geralmente, centra-se na interrupção da cadeia de formação de melanina já mencionada. Os despigmentantes mais empregues em formulações de aplicação tópica são: - Ácido Ascórbico: é utilizado numa concentração entre 0,5 a 1%; no entanto, o seu derivado, o fosfato de ascorbil magnésio, apresenta maior estabilidade química. - Ácido Azeláico: derivado do fungo Malassezia furfur é utilizado em formulações, geralmente, em concentrações de 20%. A sua ação deve-se à inibição da tirosinase (enzima que catalisa a reação de transformação da tirosina em dopa), produzindo um efeito seletivo sob os melanócitos anormais. - Ácido Glicólico: é um ácido orgânico, um alfa hidroxiácido, que também é utilizado em preparações tópicas para a hiperpigmentação. Este é também muito utilizado em danos cutâneos provocados pela exposição solar, bem como no tratamento da acne e rugas finas. - Ácido Kójico: um derivado do arroz, apresenta grande eficácia na despigmentação porque inibe a ação da tirosinase, pela quelação dos íons cobre essenciais à sua reação. É utilizado em concentrações compreendidas entre 0,005 e 4%. É potente, seguro e ausente de citotoxicidade. - Ácido Retinóico: utilizado como despigmentante devido à sua ação de descamação (peeling). Diminui a pigmentação, principalmente nas hipercromias superficiais (hipercromias epidérmicas). - Hidroquinona: também inibe a atividade da tirosinase. Esta é utilizada em concentrações inferiores a 2% devido à sua baixa tolerância cutânea, sendo utilizada num período máximo de 9 meses. As formulações com hidroquinona em Portugal só são possíveis mediante prescrição médica (fórmula magistral), sendo a sua preparação e dispensa efetuadas em farmácias comunitárias, através da apresentação da respectiva receita. Recomendações para os tratamentos despigmentantes 1 – Para a eficácia do tratamento é necessário que a pele se encontre limpa e hidratada, para uma boa absorção do despigmentante; 2 – É recomendada a realização de uma limpeza profunda da pele, que pode ser efetuada através da utilização de substâncias com efeito de peelling (por exemplo um alfa hidroxiácido Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional
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