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AD2 bases da cultura ocidental

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POLO NOVA FRIBURGO
CAPA 
CURSO DE: LETRAS
TIPO DE AVALIAÇÃO: 
( ) AD1
( x ) AD2 
( ) AP1 
( ) AP2 
( ) RELATÓRIO: ___________________________
DISCIPLINA: BASES DA CULTURA OCINDENTAL
Questão 1 – A tragédia grega tem como base temática os grandes mitos, o que nos lembra a épica. Não existe uma inovação em seus temas, exceto quando muito raramente abordam temas históricos. Apesar de os temas sempre serem os mesmos, não são apresentados de forma repetitiva, pois sempre encontram uma forma diferente para abordar esses mitos. Tragediógrafos conseguiam explorar várias vezes o mesmo tema de forma inovadora. A inovação não está nos temas mas sim na abordagem diferente que se pode fazer deles. Cabe aqui, mesmo que ainda um pouco distante desta fase do teatro grego, mas que vale como exemplo, para que seja entendido como é possível uma abordagem diferente sobre os mesmos temas, os textos bíblicos por exemplo. Sabemos que os textos estão ali, embora com várias versões, possuem a mesma história, porém, é possível sempre fazer um sermão diferente em cima de um mesmo texto. Sempre há alguma interpretação diferente, seja ela simbólica ou não. De forma semelhante, no teatro grego, haviam elementos secundários, os quais podiam ser modificados, e, a partir destes, criar novos elementos em cima do mesmo núcleo. Ao contrário da tragédia, a comédia vai parodiar o mito para transformar o que é algo trágico em algo cômico, em que as próprias divindades eram apresentadas de forma ridícula. A comédia embora busque seu ponto inicial nos mitos tradicionais, para então transformá-los em algo ridículo, está mais relacionada ao novo, ao atual. A atualidade da qual falamos e que era explorada naquela época pelos comediógrafos, eram a política e os costumes criticando assim, os problemas de época em Atenas e as soluções destes, que eram apresentadas pelos mais influentes e os políticos da época.
Questão 2 - É bem verdade que todo o ser humano já nasce com o desejo de saber. Já se podia observar isto quando pensamos na mitologia. A mitologia surgiu a partir do desejo de saber do homem, de buscar e criar explicações para sentimentos e fenômenos que os rodeavam, tudo deveria ter uma explicação, e até mesmo um deus. Assim, tanto a filosofia quanto o mito surgem pelo desejo comum do homem do saber. Dentre os fatores que contribuíram para o pensamento filosófico estes são os principais: o comércio com outros povos, pois traziam aos gregos novos conhecimentos, trocas culturais significativas com outras civilizações que paravam na cidade para assuntos comerciais; a poesia lírica, que trazia temas que abordavam assuntos como a velhice, a existência humana, morte, prazer, tristeza, paz e guerra; a religião com o conceito do divino, o cosmo e o destino; as teogonias, que como disse no começo, buscavam explicar a origem dos deuses e do mundo; a sabedoria gnômica, em que há os conselhos sobre prudência, respeito aos pais, verdades, moderação que constituem as sentenças de cunho moral. Assim, da soma desses elementos culturais e socioeconômicos, com o desejo de saber natural do ser humano, deu-se a luz à filosofia, uma contribuição intelectual importantíssima para o mundo. Pitágoras foi o que primeiro usou o nome de Filosofia e se chamou de filósofo quando conversava com Leonte (Vita Philosophorum VIII, 8, 6-12). O termo filósofo vem da combinação do grego “philos”, (amigo) com “sophós” (sábio), temos assim sobre o filósofo, que ele é alguém que ama a sabedoria, alguém amigo do verdadeiro sábio que, segundo Pitágoras, é Deus.
Questão 3 – Havia na época de Sócrates, um grupo de “sábios” chamados sofistas, que eram profissionais, professores de argumentação e oratória que cobravam valores altos por suas aulas. Era esse grupo que Aristófanes pretendia criticar em sua comédia “Nuvens”. Os sofistas eram estrangeiros, muitas vezes desconhecidos pelo povo, e para a comédia, era fundamental que os personagens fossem facilmente identificados, pois o cômico estava justamente no fato de o público reconhecer o personagem que era parodiado. Como Sócrates era uma pessoa muito conhecida, Aristófanes encarna neste, os sofistas. Lembrando que Sócrates não era alvo da crítica do comediógrafo, mas sim os sofistas. O filósofo é apenas usado para a paródia. As características do Sócrates aristofânico são as de um louco, que recebe dinheiro por suas aulas, cobrando valores abusivos e discorrendo sobre os assuntos mais absurdos, como por exemplo, dizer que existem novas divindades, as Nuvens, e que os deuses tradicionais não existem. Ele,; como sofista, representa a nova educação que transformava Atenas, principalmente a juventude, visto que as atividades de pensamento podiam afastar estes das atividades físicas, que eram a base da educação tradicional até então. Assim, o abandono da educação tradicional resultava também no abandono dos valores tradicionais, como a obediência aos pais, a prudência, a verdade, sem os quais, os critérios e valores para a vida em sociedade também estariam perdidos. Na peça Nuvens há um trecho em que o filho Fidípides bate no pai, com esta cena, Aristófanes critica a desobediência do filho, sob influência da nova educação.
Questão 4 –a) Podemos fazer um paradoxo entre o evangelho de Lucas, capítulo 6, verso 29 em que Jesus diz que se alguém lhe bate na face, que você deve lhe oferecer a outra, ou seja, abdicar do direito de revidar, com o trecho em que Sócrates, na prisão, diz à seu amigo Críton, que não deve pagar mal por bem, mesmo estando preso injustamente. Ele defende que Atenas, cidade que viveu a vida toda e que sempre cuidou dele, sempre agiu com justiça, não deveria ser tratada com injustiça, e com sua fuga, ele o estaria fazendo, pois muitos não conseguiam fugir da prisão, e, embora preso injustamente e tendo ajuda para fugir, não deveria fazê-lo, porque estaria fazendo mal à todo o bem que a cidade já fizera à ele. Em um dos sermões de Jesus na montanha, no evangelho de Mateus capítulo 7 versos de 24-27, ele fala sobre o homem prudente, que construiu sua casa sobre a rocha e o homem imprudente, que construiu sua casa sobre a areia, e dando o vento, as chuvas e as cheias dos rios contra a primeira, não a derrubaram pois estava edificada em solo firme. Deram estes também, contra a segunda casa, e esta, estando edificada sobre a areia, foi derrubada. Nesta parábola, temos o ensinamento de que ao colocarmos nossa vida estabelecida na rocha, que é Jesus, praticando suas verdades, seremos comparados à casa construída sobre a rocha, as intempéries da vida podem vir, mas não seremos derrubados. Porém, se edificarmos nossas vidas sem a prática das verdades de Jesus, vivendo de forma fácil, preguiçosa, seremos comparados à casa construída sobre a areia, e vindo as tempestades da vida, assim como ela, seremos derrubados. Esses ensinamentos, sem nos darmos conta, influenciam muito em nossa forma de viver. Não sei se cabe aqui, mas vale lembrar. Existe a fábula dos “três porquinhos” por exemplo, em que existem três casas: uma de palha, uma de madeira e uma de pedra. Depois de soprar e destruir as casas de palha e madeira, o lobo cansa e vai embora pois a casa construída de pedra não foi derrubada com seu sopro, daí, tiramos a lição de não vivermos de forma preguiçosa, e fácil, mas de maneira empenhada no melhor que pudermos fazer. Assim, mais do que pensamos, não só os evangelhos tiveram muita influência sobre nossa cultura mas toda a Bíblia. Poderíamos discorrer sobre vários exemplos, mas vamos nos deter apenas nestes.
b) A sabedoria gnômica, tinha sentenças de cunho moral e político, em que há conselhos sobre moderação, prudência, obediência aos pais, verdades e às leis. Nisto, podemos fazer um paradoxo com os evangelhos e até mesmo os textos do antigo testamento. Sobre a prudência, citamos acima o sermão do homem prudente que edificou sua casa sobre a rocha (Mateus 7: 24-27) ; sobre as verdades temos a passagem da fala de Jesus no evangelho de João (cap. 8, verso 32), que
diz : “e conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”. E no que diz respeito às leis, podemos parafrasear com o antigo testamento no livro histórico de Êxodo (cap. 20, versos de 1 à 17), em que há os dez mandamentos, dentre eles, o obedecer aos pais, que, assim como os citados anteriormente, faz parte das sentenças da sabedoria gnômica. A lírica sapiencial vem abordar o indivíduo e tudo o que é de sua esfera específica : vida e morte, juventude e velhice, felicidade e tristeza, riqueza e pobreza, saúde e a doença e refletir assim, sobre a existência humana. Semelhante à poesia de Hesíodo, a poesia sapiencial, procura compreender e exprimir a riqueza da existência humana, além de orientar e construir modelos para o agir humano afim de que este, alcance alguma felicidade. Assim, mais uma vez, é possível fazer um paradoxo com o antigo testamento no livro de Eclesiastes em que o rei Salomão, conhecido também como “o sábio Rei Salomão”, nos dá conselhos acerca da vida. Citemos então, uma das esferas já citadas: tristeza e felicidade, encontrada no livro de Eclesiastes, no cap. 7, verso 3: “Melhor é a mágoa do que o riso, porque com a tristeza do rosto se faz melhor o coração”.

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