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Amebíase MSc. Gisely Cardoso de Melo AMEBÍASE Reino: Protozoa Filo:Sarcomastigophora Classe:Lobosea Ordem:Amoebida Familia:Entamoebida Gênero:Entamoeba Iodamoeba Endolimax Amebas encontradas no homem Entamoeba histolytica E. dispar E. coli E. hartmanni E. gengivalis Iodamoeba butschlii Endolimax nana E. histolytica Morfologia AMEBÍASE Entamoeba coli • Trofozoíto: 20-50µm, citoplasma não é diferenciado em ecto e endoplasma, núcleo com cromatina grosseira, cariossoma excêntrico • Cisto: 15-20µm, até 8 núcleos, corpos cromatóides finos Trofozoítos Cistos AMEBÍASE Morfologia Entamoeba hartmanni→comensal • Trofozoíto: 7-12µm, citoplasma é diferenciado em ecto e endoplasma, núcleo com cromatina grosseira, cariossoma pequeno, excêntrico • Cisto: 5-10µm, até 4 núcleos, corpos cromatóides pequenos, arrendondados, Trofozoíto Cisto AMEBÍASE Morfologia Entamoeba butschlii→comensal • Trofozoíto: 10-15µm, cariossoma grande e central • Cisto: 10-15µm, 1 núcleo, vacúolo de glicogênio Trofozoíto Cisto Morfologia Endolimax nana→ comensal • Trofozoíto: 10-12 µm, citoplasma claro, membrana nuclear fina, cariossoma grande e irregular • Cisto: 8 µm, oval, 4 núcleos pequenos AMEBÍASE Trofozoíto Cisto Morfologia E. histolytica Trofozoíto • 20-40 µm, 1 núcleo • Emissão contínua e rápida de pseudópodes • disenteria→ eritrócitos no citoplasma • Não invasivo → bactérias, grãos de amido • Ectoplasma é claro e hialino e endoplasma é granuloso, com vacúolos, núcleos e restos alimentares AMEBÍASE AMEBÍASE Morfologia E. histolytica • Trofozoíto→HF→diferença entre ecto e endoplasma, núcleo esférico, núcleo aspecto anel • Cariossoma central e com pequenos grânulos→ roda de carroça Pré-cisto • Intermediário entre trofozoíto e cisto • Oval ou arredondado, menor trofozoíto • Corpos cromatóides em bastão • Reduz motilidade AMEBÍASE Morfologia E. histolytica Metacistos • Multinucleada, emerge dos cistos →trofozoítos AMEBÍASE Morfologia E. histolytica Cistos • Esféricos ou ovais, 8-20µm • Até 4 núcleos • Cariossoma central e pequeno • Corpos cromatóides em bastonete ou charuto com pontas arredondadas Morfologia E. histolytica AMEBÍASE AMEBÍASE Cistos E. histolytica/E. dispar AMEBÍASE Biologia • Trofozoítos→ intestino grosso ou invadir fígado, pulmão, rim • Crescimento até 5% de O2 • Locomoção por pseudópodes • Ingestão alimentos por fagocitose e pinocitose • Divisão binária dos trofozoítos Ciclo biológico AMEBÍASE AMEBÍASE Ciclo patogênico Transmissão •Ingestão de água e alimentos contaminados (fezes com cistos) •Fecal – oral direta •Sexo oral e anal •Baratas e moscas •Portadores assintomáticos→manipuladores alimentos AMEBÍASE Patogenia 1. Fatores do parasito: •Virulência da cepa •Proteases •Eritrofagocitose •Citólise •Moléculas de adesão (Gal Gal/Nac 260kDa) 2. Fatores do hospedeiro •Susceptibilidade •Estado nutricional •Imunidade • Idade • Dieta AMEBÍASE Amebíase intestinal 1. Forma assintomática • 80-90% • Encontro cistos nas fezes • 10% devido E. histolytica AMEBÍASE 2. Colite não disentérica •Alternância diarréia/constipação • Flatulência •Cólicas em baixo ventre • Anorexia • Maioria→ E. dispar AMEBÍASE Amebíase intestinal AMEBÍASE Amebíase intestinal 3. Colite disentérica •Início súbito •Período de incubação: 7 a 21 dias •Cólicas intensas •Diarréia com fezes líquidas e muco-sangüinolentas •Desidratação •Febre, cefaléia, calafrios, náuseas, prostração e tenesmo AMEBÍASE 4. Colite fulminante • Grávidas e imunocomprometidos •Diarréia mucossangüinolenta profusa, dor abdominal, hipotensão, sinais de irritação peritoneal •Cólons com úlceras→perfuração parede intestinal Amebíase intestinal AMEBÍASE Complicações amebíase 1. Perfuração • ulceração amebiana e ameboma 2. Hemorragia • Pequena e persistente e raramente maciça • Anemia AMEBÍASE Complicações amebíase 3. Apendicite e tiflite • Presença de sangue em evacuações diarréicas • Complicação se associado infecções bacterianas 4. Ameboma •Tecido granulomatoso firme e com ulcerações •Lesão anelar •Massa dolorosa em ceco ou cólon ascendente AMEBÍASE Complicações amebíase 5. Fístulas • Complicações raras→necrose de úlceras profundas ou amebomas adjacentes a outros órgãos 6. Colite pós-disentérica •Colite ulcerativa não específica AMEBÍASE Invasão da mucosa intestinal AMEBÍASE Complicações AMEBÍASE Abcesso no intestino AMEBÍASE Amebíase extra-intestinal 1. Abscesso Hepático • Forma mais comum •Invasão hepática por trofozoítas através do sistema porta •Inicio dos sintomas : agudo ou insidioso •Dor abdominal, sintomas gastrintestinais ausentes, palidez, toxemia, febre •Icterícia→ mau prognóstico AMEBÍASE Abcesso hepático AMEBÍASE 2. Amebíase Pleuropulmonar • Complicação mais comum do abscesso hepático •Tosse •Dispnéia •Dor torácica •Calafrios Amebíase extra-intestinal AMEBÍASE Amebíase extra-intestinal 3. Pericardite : • Complicação do abscesso hepático à esquerda •Pericardite •Atrito pericárdico •Dispnéia •Taquicardia •Tamponamento cardíaco AMEBÍASE Amebíase extra-intestinal 4. Outras formas Extra-Intestinais • Abscesso cerebral •Cutânea Diagnóstico clínico AMEBÍASE • Síndrome do cólon irritável •Forma aguda→ comum outras doenças→salmoneloses, colite ulcerativa, carcinome de cólon •Disenteria bacilar→ início súbito, febre constante e elevada, dor abdominal generalizada, abundância de piócitos no EPF •Exames parasitológicos Diagnóstico laboratorial AMEBÍASE 1. Demonstração dos cistos nas fezes • Baixa sensibilidade e especificidade •Exame Parasitológico de Fezes (EPF)- 3 amostras •Fixadores como MIF – 3 amostras •Pesquisa de cistos pelo método de Faust (corado pelo lugol) AMEBÍASE Diagnóstico laboratorial 2. Demonstração de trofozoítas nas fezes • Baixa sensibilidade e elevada especificidade • Pesquisa direta em fezes obtidas por enema com solução salina a 37ºCelsius • Método direto a fresco AMEBÍASE Diagnóstico laboratorial 3. Demonstração de trofozoítas nas lesões causadas no tecido em exame histopatológico •Biópsia da borda da úlcera demonstra as lesões típicas da colite amebiana em 90% dos casos obtida por ocasião da Retossigmoidoscopia/ Colonoscopia AMEBÍASE Diagnóstico laboratorial 4. Outras técnicas menos utilizadas e menos disponíveis •Detecção de antígenos nas fezes •Cultura de fezes que diferencia E. histolytica de outras amebas não-patogênicas •Detecção de DNA dos parasitas nas fezes por PCR AMEBÍASE Diagnóstico laboratorial 5.Diagnóstico imunológico •Elisa •IHA •Fixação complemento •Aglutinação em látex •IFI AMEBÍASE Diagnóstico laboratorial colite amebiana aguda •Hemograma - leucocitose com neutrofilia •Pesquisa de Trofozoítas nas fezes •Pesquisa de Anticorpos séricos pode ser útil •Presença de amebas fagocitando hemácias AMEBÍASE Diagnóstico laboratorial abcesso amebiano hepático •Hemograma – Leucocitose com desvio à esquerda •Fosfatase Alcalina ↑ •Gama-GT ↑ •Transaminases ↑ •Bilirrubinas ↑ •VHS ↑ AMEBÍASE Diagnóstico laboratorial abcesso amebiano hepático •Pesquisa de Acs anti - Amebianos – ELISA / IHA •Ultrassonografia abdominal •Tomografia Computadorizada •Cintilografia hepática •Radiografia de tórax •EPF AMEBÍASE Complicações do abcesso amebiano hepático Abscesso hepático rompido AMEBÍASE Tratamento 1. Amebicidas da luz intestinal •Dicloracetamidas→ Teclosan, Furamida, Etofamida, Clefamida • Age nos trofozoítos •Portadores sãos ou assintomáticos •Disenteria ou formas extra-intestinais •Utilizados para o tratamento das formas intestinais não- invasivas AMEBÍASE Tratamento 2. Amebicidas teciduais • Metronidazol •Tinidazol •Ornidazol •Nimorazol •Emetina AMEBÍASE 2. Amebicidas teciduais •Absorção rápida e quase completa a nível de ID, quando administradas por via oral •Tinidazol e o secnidazol : meia-vida mais prolongada •Ação: trofozoítas e cistos • uso seqüencial de uma droga de ação luminal é recomendada, com o intuito de erradicação dos cistos Tratamento AMEBÍASE Distribuição mundial da forma patogênica AMEBÍASE Epidemiologia OMS,2003 Epidemiologia AMEBÍASE •No Brasil as áreas mais afetadas localizam-se na região amazônica •Reservatório : Homem •Período de incubação: Entre 2 a 4 semanas •Período de transmissibilidade :Quando não tratada, pode durar anos. AMEBÍASE Controle 2. Amebicidas teciduais •Lavagem adequada das mãos •Lavagem de frutas e hortaliças com água e sabão •Fervura e filtragem da água de beber •Destino adequado dos dejetos (saneamento) •Acesso universal à educação •Tratamento dos casos diagnosticados. OBS: Não é doença de notificação compulsória. Referências Bibliográficas • DE CARLI, G. A. Parasitologia Clínica: Seleção de Métodos e Técnicas de Laboratório para o Diagnóstico das Parasitoses Humanas. São Paulo: Atheneu, 2001. • NEVES, D.P.; MELO, A.L.; LINARDI, P.M.; VITOR, R.W.A. Parasitologia humana. São Paulo: atheneu, 2011. • REY, L. Parasitologia. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2007.
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