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Guia de estudo - Unidade III

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GUIA DE ESTUDO
UNIDADE III
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3ª UNIDADE - DECISÕES DE INVESTIMENTO DE LONGO PRAZO
DISCIPLINA: ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
1. Introdução
Nessa próxima unidade da disciplina de administração financeira, daremos continui-
dade falando sobre as decisões de investimento de longo prazo. Pois, agora que você 
já aprendeu sobre a relevância de uma boa gestão financeira nas empresas, sabe a 
diferença entre alguns conceitos importantes da área de finanças como o conceito 
de risco e retorno, sabe o que é um custo de oportunidade e também já conheceu as 
diferenças entre o custo de capital de próprio e o custo de capital de terceiros e viu 
as vantagens e desvantagens de cada uma dessas fontes de financiamento, iremos 
conversar agora sobre investimentos. Um assunto muito interessante, não só para 
uma gestão financeira das empresas, mas também para a sua vida pessoal e para 
que você possa saber investir o seu dinheiro em projetos que lhe tragam bons retor-
nos financeiros.
Para que você entenda o que será tratado nessa unidade, será preciso que você pare 
para fazer uma leitura no livro-texto de administração financeira do autor Megliorini, 
que está disponível na Biblioteca Virtual. Por enquanto, é preciso que você leia a Uni-
dade Três do livro texto de administração financeira, da página cinquenta e cinco (55) 
até a página cinquenta e sete (57). 
Agora que você já fez a leitura das páginas recomendadas, você já tem uma noção 
do assunto que abordaremos nessa unidade. Pois vamos aprender sobre como to-
mar a decisão correta sobre investimentos de capital. Os empresários estão sempre 
buscando investir para tentar aumentar o capital de suas empresas. Mas, para que 
eles tomem decisões corretas, é necessário conhecer bem esses investimentos, ana-
lisar o risco e o retorno que eles trazem e escolher entre as diversas alternativas de 
investimentos o projeto que apresente um maior retorno financeiro para a empresa. 
Existem várias técnicas que, utilizadas em conjunto, nos permitem escolher a melhor 
alternativa de investimento. Iremos abordá-las aqui e iremos discutir as vantagens e 
desvantagens que cada uma dessas técnicas oferece para fazermos a melhor esco-
lha entre as alternativas de investimentos.
2. Orçamento de capital
O orçamento de capital é o estudo dos investimentos de longo prazo e seu retorno, 
sempre confrontando com o custo de capital – custo de oportunidade. Consiste na 
seleção de projetos aprovados e a quantificação de recursos a serem alocados. O or-
çamento de capital apresenta como características: o impacto de suas decisões é de 
longo prazo, o risco envolvido é alto, há grande dificuldade em se conhecer o momen-
to adequado do investimento, o orçamento de capital proporciona maior racionalidade 
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à decisão de investimento e pode melhorar a decisão de financiamento. 
Pois as decisões de investimento de capital envolvem a avaliação e seleção de pro-
postas de investimentos de recursos financeiros por um prazo superior a um ano, com 
o objetivo de propiciar retorno aos proprietários desse capital.
Ao fazermos a avaliação do orçamento de capital, deveremos considerar dois fatores 
como: a estimativa de fluxo de caixa livre de cada projeto e a determinação de qual 
custo de capital deve ser considerado para descontar esses fluxos, tendo em vista 
que o custo de capital é afetado pelo risco dos negócios e pelo risco financeiro de 
cada projeto.
Mas e você lembra o que é o custo de capital que tratamos na unidade passada? 
Pois, para relembrarmos, o custo de capital é o retorno mínimo exigido de um novo 
investimento, é a taxa de retorno que uma empresa deve pagar aos investidores a 
fim de induzi-los a comprar ações, debêntures e outros papéis que a empresa possa 
emitir. O retorno exigido pelos investidores, no caso de capital próprio, ou pelos in-
termediários financeiros, no caso de capital de terceiros, determina o custo do capital 
da empresa. Esse custo de capital será muito utilizado nessa unidade, pois ele pode 
aparecer com o nome de custo de capital, ou como custo de oportunidade ou também 
como Taxa Mínima de atratividade (TMA), todos representando um verdadeiro termô-
metro para nós analisarmos entre as diferentes alternativas de capital e escolhermos 
o investimento de capital que apresente o maior retorno para os investidores.
Para darmos continuidade a nossa conversa sobre orçamento de capital, será neces-
sário que você pare e pegue seu livro texto de Megliorini e faça a leitura da página cin-
quenta e oito (58) até a página sessenta e um (61). Nessas páginas você irá aprender 
sobre uma ferramenta muito importante para análise de investimentos, que é o fluxo 
de caixa.
2.1 Fluxo de Caixa 
O fluxo de caixa é uma ferramenta bastante utilizada na avaliação de investimentos, 
pois essa demonstração financeira apresenta uma estrutura que permite fazer pro-
jeções do lucro que a empresa terá com os investimentos e, assim, poder calcular a 
viabilidade do projeto de investimento.
Para elaborarmos o fluxo de caixa da empresa, precisaremos conhecer o valor do 
investimento inicial, ou seja, o valor do dinheiro para fazer o investimento que pode 
ser, por exemplo, a compra de uma máquina ou de um veículo, precisa saber o valor 
das entradas de caixas líquidas, que correspondem às receitas que o projeto propor-
cionará deduzido dos custos e despesas operacionais, e o fluxo de caixa residual, que 
corresponde ao valor residual do projeto gerado pela receita líquida da empresa pela 
venda do ativo ao final de sua vida útil do projeto.
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Para vermos se você entendeu o que foi discutido sobre fluxo de caixa, vamos imaginar 
a seguinte situação: a empresa Alfa LTDA está pensando em ampliar seus negócios 
em um novo mercado e, para isso, necessita criar um novo produto, cujo projeto terá 
uma vida útil de cinco anos, mas, para tanto, é necessário fazer investimentos como: 
a compra de uma máquina no valor de R$ 100.000,00 (Cem mil reais) e não haverá 
venda de nenhum ativo antigo, já que não se trata de substituição de equipamento. A 
empresa investirá também o valor de R$ 40.000,00 (quarenta mil reais) para ampliar o 
capital de giro da empresa, referentes ao investimento em estoque de materiais e du-
plicatas a receber. Sabendo que a fonte de capital para efetuar tais investimentos será 
totalmente de capital próprio e que a depreciação anual será no valor de R$ 10.000,00 
(dez mil reais). Foi feita uma estimativa do valor das receitas proporcionadas pelo 
novo produto nos próximos cinco anos, assim como as previsões de todos os custos 
de fabricação que serão apresentados nas tabelas a seguir. Estima-se, também, que, 
com a venda da máquina adquirida para a fabricação desse novo produto, após cinco 
anos de uso, seja gerada uma receita líquida, descontando o imposto de renda (IR) de 
R$ 50.000,00 (Cinquenta mil reais). Vamos agora montar o fluxo de caixa para essa 
empresa Alfa LTDA.
Para calcularmos o fluxo de caixa do novo projeto da empresa Alfa LTDA, vamos inse-
rir as informações na tabela a seguir e lembrando que a alíquota de Imposto de Renda 
considerada nessa questão será de 30%, conforme apresentado na planilha de fluxo 
de caixa a seguir:
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Agora que já encontramos o fluxo de caixa do projeto da empresa Alfa, vamos continu-
ar nossa viagem no mundo das finanças e aprender sobre como faremos para avaliar 
a viabilidade desse projeto de investimento. Para que você continue avançando no 
conhecimento sobre o assunto de análise de investimentos em longo prazo, é neces-
sário que você pare por alguns instantes e pegue seu livro texto de Megliorini e faça 
uma breve leitura da página sessenta e dois (62) até a página sessenta e três (63) 
para que você aprenda sobre os tipos de projetos de investimentos existentes.
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2.2 Tipos de Projetos
Para analisar os projetos de investimentos é necessário entender que existemdife-
rentes tipos de projetos como, por exemplo: os projetos independentes, que são 
aqueles que concorrem entre si na disputa de um montante limitado de recursos, onde 
serão selecionados aqueles que economicamente forem mais atraentes, os projetos 
mutuamente excludentes, que são aqueles que possuem a mesma finalidade ou 
atendem ao mesmo objetivo, onde a aprovação de um eliminará automaticamente as 
demais e os projetos contingentes, que são aqueles que dependem da aprovação 
de outros ou cujos resultados são afetados por outros projetos.
Logo mais vamos aprender como avaliar os projetos mutuamente excludentes, mas 
antes vamos aprender sobre as técnicas de avaliação de investimentos. 
2.3 Técnicas de avaliação de projetos de investimentos
Existem diferentes técnicas de avaliação de projetos de investimentos para que as 
empresas tomem a decisão correta em relação aos investimentos a serem realizados. 
São muitos os métodos para avaliação de projetos, pois existe aquele que auxilia a 
encontrar o tempo necessário para que o projeto comece a dar retorno, que é o cha-
mado Payback (tempo de retorno), e também existem outros métodos que considera 
o fluxo de caixa descontado como o Valor Presente Líquido (VPL) ou a Taxa Interna 
de Retorno (TIR). 
Para cada um desses métodos é necessário conhecer também a Taxa Mínima de 
Atratividade (TMA) do projeto, que é uma taxa mínima de retorno exigida pelos in-
vestidores do projeto e que serve de base de comparação para avaliar os projetos de 
investimentos.
Mas, para que você possa entender melhor os assuntos que serão tratados no próxi-
mo tópico, é preciso que você pare e faça uma leitura no livro texto de Megliorini, da 
página sessenta e três (63) até a página setenta e três (73). Para complementar o seu 
conhecimento sobre o assunto, você deverá ir até a biblioteca virtual e fazer a leitura 
do livro de Princípios de Administração Financeira do autor Lawrence J. Gitman, no 
capítulo nove (09), da página: trezentos e sessenta e seis (366) até a página trezentos 
e setenta e três (373).
2.3.1 Payback Simples ou Tempo de Retorno (TR)
O Payback Simples permite fazer uma análise do prazo de recuperação do capital 
investido, sem remuneração. Ou seja, ele calcula o prazo de retorno do investimento, 
permite-nos calcular em quanto tempo o investimento realizado será pago. Vamos ver 
como isso funciona na prática? Vamos calcular o payback simples dos fluxos de caixa 
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líquidos a seguir:
Logo, de acordo com o quadro acima, vemos que, de acordo com fluxo de caixa acu-
mulado, o projeto começou a dar retorno entre o ano dois e três, vamos encontrar o 
prazo certo de retorno desse investimento. 
Payback Simples = 2 anos e 50/400 = 0,125, ou seja, 2,125 anos.
Para transformarmos esse valor em meses e em dias, faremos uma regra de três sim-
ples, pois essa fração de anos de 0,125 será multiplicada por 12, considerando que 
um ano tem doze meses, onde encontraremos 1,50 meses, e, para encontramos em 
dias, pegaremos a fração de 0,50 que sobrou e multiplicaremos por trinta, consideran-
do que um mês tem trinta dias, logo o payback simples desse projeto é de 2 anos, um 
mês e quinze dias.
Payback Simples = 2 anos, 1 mês e 15 dias.
O Payback Simples apresenta como vantagens ser uma técnica fácil de entender, é 
conservador em favor da liquidez e leva em consideração a incerteza no tocante a pe-
ríodos mais longínquos. Porém o Payback Simples apresenta, como desvantagens, o 
fato de não levar em consideração o custo do dinheiro no tempo, exige um período de 
retorno arbitrário para poder fazer a comparação para decidir, tende a rejeitar projetos 
de longo prazo de maturação e despreza o benefício dos fluxos de caixa posteriores. 
Essa técnica recebe muitas críticas, principalmente pelo fato de não levar em consi-
deração o custo do dinheiro no tempo, ou seja, não foi utilizada nenhuma taxa mínima 
de atratividade para descontar o fluxo de caixa, por isso, para tentar corrigir essa dis-
torção do payback simples, foi criado o payback descontado.
2.3.2 Payback Descontado
O Payback Descontado apresenta como vantagens o fato de procurar corrigir o efeito 
do custo do dinheiro no tempo, quando comparado ao payback simples, é conserva-
dor em favor da liquidez e leva em consideração a incerteza no tocante a períodos 
mais longínquos. Porém o Payback Descontado apresenta como desvantagens o fato 
de exigir um período de retorno arbitrário para poder fazer a comparação ao decidir, 
tende a rejeitar projetos de longo prazo de maturação e despreza o benefício dos flu-
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xos de caixa posteriores.
Para calcular o Payback Descontado, é necessário encontrar o valor presente de cada 
fluxo de caixa, de acordo com a taxa mínima de atratividade (TMA) do projeto. Para 
descontar o fluxo de caixa deveremos utilizar a fórmula do valor presente:
 (Fórmula 2.3.2.1)
Onde:
VP = valor presente do fluxo de caixa de cada período descontado para a data do 
investimento inicial;
VF = valor futuro, que corresponde ao valor do fluxo de caixa de cada período;
i = taxa mínima de atratividade ou taxa de desconto do projeto;
n = número de períodos do projeto.
Vamos continuar calculando o payback descontado do fluxo de caixa da sessão ante-
rior e vamos considerar uma taxa mínima de atratividade de 10% ao ano.
Logo, de acordo com o quadro acima, vemos que segundo o fluxo de caixa acumula-
do, o projeto começou a dar retorno entre o ano dois e três, vamos encontrar o prazo 
certo de retorno desse investimento. 
Payback Descontado = 2 anos e 111,57/300,53 = 0,37, ou seja, 2,37 anos.
Para transformarmos esse valor em meses e em dias, faremos uma regra de três sim-
ples, pois essa fração de anos de 0,37 será multiplicada por 12, considerando que um 
ano tem doze meses, onde encontraremos 4,44 meses, e, para encontramos em dias, 
pegaremos a fração de 0,44 que sobrou e multiplicaremos por trinta, considerando 
que um mês tem trinta dias, logo o payback descontado desse projeto é de 2 anos, 
quatro meses e treze dias.
Payback Descontado = 2 anos, 4 meses e 13 dias.
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Com isso, vemos que o payback descontado apresentou um tempo de retorno maior 
do que o payback simples, porém, embora tenha corrigido a miopia financeira causa-
da pelo payback simples que não leva em consideração o valor do dinheiro no tempo, 
essa técnica ainda apresenta a desvantagem de não ter uma base de comparação 
para saber qual o tempo correto do projeto, além de punir projetos que apresentem 
um tempo de maturação maior e também não avalia o que ocorre depois que o inves-
timento foi pago. Por isso, vamos continuar analisando outras técnicas que buscam 
corrigir essas distorções do payback e que são consistentes e mais bem vistas no 
mundo financeiro para avaliação de investimentos.
2.3.3 Valor Presente Líquido (VPL)
O Valor Presente Líquido (VPL) é o valor presente do fluxo de caixa livre do projeto, 
descontado ao custo de capital da empresa. O valor presente Líquido (VPL) é dado 
pela seguinte equação:
 (Fórmula 2.3.3.1)
Onde:
VPL = valor presente líquido;
I = investimento inicial realizado no ano zero;
FCt = Fluxo de caixa líquido de cada período;
i = taxa mínima de atratividade ou taxa de desconto do projeto;
t = número de períodos do projeto.
Os critérios de avaliação do Valor Presente Líquido (VPL) são: caso ele seja maior 
do que zero, o projeto é viável, pois apresenta um retorno maior do que o custo de 
capital; caso ele seja menor do que zero, o projeto é Inviável, pois apresenta um re-
torno menor do que o custo de capital; e caso ele seja igual a zero é indiferente, pois 
ficará a critério do investidor a escolha, já que o projetonão apresenta nem lucro nem 
prejuízo.
Vamos calcular o valor presente líquido (VPL) do fluxo de caixa apresentado acima e 
verificar se o projeto é viável ou não. Para fazermos isso, vamos colocar os valores do 
fluxo de caixa na fórmula 2.3.3.1.
Logo, o projeto é viável, pois apresenta um valor presente líquido maior do que zero 
no valor de Cento e oitenta e oito reais e noventa e seis centavos (R$ 188,96). Outra 
forma de encontrar o Valor presente líquido (VPL) é utilizando a calculadora financeira 
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HP 12C e você só precisa seguir os seguintes passos: primeiro você vai limpar toda 
memória da sua calculadora e depois inserir cada um dos valores dados e apertando 
as teclas solicitadas a seguir:
500 [CHS] [g] [CFo]
200 [g] [CFj]
250 [g] [CFj]
400 [g] [CFj]
10 [i]
f [NPV]
Quando você inserir todos os dados e apertar as teclas f [NPV] na HP 12C, você 
encontrará o Valor presente Líquido do projeto no mesmo valor que calculamos na 
fórmula acima. É muito simples de encontrar o VPL utilizando a calculadora financeira. 
Vamos lá! Agora é sua vez, pegue a sua calculadora e tente calcular o VPL do projeto 
acima.
As vantagens do Valor Presente Líquido (VPL) são: é uma ferramenta consistente 
matematicamente, leva em consideração o valor do dinheiro no tempo e apresenta um 
valor em espécie. As desvantagens do Valor Presente Líquido (VPL) são: existe uma 
dificuldade de identificação da taxa de desconto e as formas existentes de se obter a 
verdadeira taxa de desconto são complexas.
2.3.4 Taxa Interna de Retorno (TIR)
A taxa interna de Retorno (TIR) é uma taxa implícita a polinômios de grau “n” capaz de 
zerar o Valor Presente Líquido (VPL). A Taxa Interna de Retorno (TIR) corresponde à 
rentabilidade auferida com a operação. 
O critério de decisão da Taxa Interna de Retorno (TIR) consiste em: caso a Taxa 
Interna de Retorno (TIR) seja maior do que a Taxa Mínima de atratividade (TMA), o 
projeto é viável; caso a Taxa Interna de Retorno (TIR) seja menor que a Taxa Mínima 
de Atratividade (TMA), o projeto é Inviável; e caso a Taxa Interna de Retorno (TIR) seja 
igual à Taxa Mínima de Atratividade (TMA), a decisão é indiferente e fica a critério do 
investidor.
A Taxa Interna de Retorno (TIR) pode ser calculada pelo método de tentativa e erro 
conforme foi apresentado no livro texto de Megliorini, mas é uma forma muito comple-
xa para encontrar essa taxa. Por isso, é interessante utilizar a calculadora financeira 
HP 12 C e seguir os seguintes passos para encontrar o valor da TIR do projeto estu-
dado acima:
500 [CHS] [g] [CFo]
200 [g] [CFj]
250 [g] [CFj]
400 [g] [CFj]
10
10 [i]
f [IRR]
Quando você inserir todos os dados e apertar as teclas f [IRR] na HP 12C, você en-
contrará a Taxa Interna de Retorno (TIR) do projeto no valor de 27,95%, o que significa 
que o projeto é viável, porque a TIR do projeto no valor de 27,95% é maior do que a 
Taxa Mínima de Atratividade, que é de 10%.
A Taxa Interna de Retorno (TIR) apresenta como vantagens ter uma boa relação com 
o Valor Presente Líquido (VPL) e, normalmente, levar a decisões idênticas e também 
é fácil de entender e transmitir, quando se conhece o Valor Presente Líquido (VPL). 
Porém apresenta como desvantagens o fato de poder apresentar multiplicidade de 
Taxa Interna de Retorno (TIR) para casos de fluxos de caixa que alternem o sinal e 
em decisões de projetos de investimentos mutuamente excludentes podem conduzir 
a decisões equivocadas.
Nesse projeto que estamos analisando, o VPL e a TIR levaram a decisões idênticas, 
pois ambos apontaram que o projeto é viável, uma vez que apresenta um VPL maior 
do que zero e uma TIR maior do que a TMA. Porém existem casos como, por exem-
plo, com os projetos mutuamente excludentes que tais técnicas levam a decisões 
diferentes. Vamos tratar desse assunto na próxima sessão.
2.4 Avaliação de Projetos Mutuamente Excludentes
Os projetos mutuamente excludentes são projetos cujas restrições orçamentárias ou 
de localização impõem que se aceite um em detrimento do outro como, por exemplo, 
construir num dado terreno um posto de combustíveis ou uma escola. Nesses proje-
tos nem sempre aquele que apresenta a maior TIR é o melhor. Na verdade, deve-se 
parar para analisar o que deve ser feito com a parte do recurso não investido em um 
dos projetos.
Vamos supor que um investidor que possui um custo de capital de 8% ao ano tem, em 
carteira, dois projetos de investimento que visam reduzir custos de produção: o pro-
jeto A requer um investimento inicial de R$ 10.000 e ele gera uma redução de custos 
no valor de R$ 3.000,00, durante 5 anos, sem valor residual; e o projeto B requer um 
investimento inicial de R$ 20.000 e ele gera uma redução de custos no valor de R$ 
5.550,00, durante 5 anos, sem valor residual. E agora qual projeto deverá ser aceito 
o projeto A ou o projeto B? 
Para começarmos a análise, vamos calcular o Valor presente Líquido (VPL) e a Taxa 
interna de Retorno (TIR) de cada um dos projetos. Ao calcularmos o VPL e a TIR na 
calculadora Financeira HP 12C, deparamo-nos com a seguinte situação:
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E, agora, vemos pelo quadro acima que ambos os projetos são viáveis, pois apresen-
tam o VPL maior do que Zero e a TIR maior do que a taxa de desconto. Mas qual deles 
deverá ser escolhido? O projeto A apresenta uma Taxa Interna de Retorno maior do 
que o projeto B, porém o projeto B apresenta um Valor presente Líquido maior. 
O projeto B deve ser aceito, pois é o projeto que possui maior VPL. Pois o Valor pre-
sente Líquido, de acordo com Gitman (2010, p. 378), em termos puramente teóricos, 
o VPL é a melhor abordagem ao orçamento de capital. Pois, o uso do VPL pressupõe 
de forma implícita que quaisquer entradas de caixa intermediárias geradas por um 
investimento sejam reinvestidas ao custo de capital da empresa. Além de que a TIR 
pode levar a decisões errôneas em casos de projetos mutuamente excludentes. Para 
que tenhamos certeza de que o Projeto B deverá ser aceito, vamos fazer o chamado 
fluxo de caixa do projeto incremental. Pois o projeto incremental é a diferença entre 
o maior e o menor valor de projeto. Nesse caso, seria a diferença entre o projeto B e 
o projeto A. Com isso, estamos avaliando se aceitássemos a hipótese de investir no 
projeto menor (projeto A), o que aconteceria com o restante do capital? Caso o fluxo 
de caixa do projeto incremental apresente um VPL maior do que zero e uma TIR maior 
do que a TMA, isso confirma a hipótese de que o projeto B é o projeto que deverá ser 
aceito. E agora vamos verificar se a nossa hipótese está correta?
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Com isso, comprovamos a hipótese de que o Projeto B é o projeto que deve ser acei-
to, pois ele apresenta maior VPL e o fluxo de caixa do projeto incremental apresenta 
um VPL maior do que e uma TIR maior do que a Taxa Mínima de Atratividade (TMA), 
que é de 8%. 
2.5 Revisão da Unidade Três
Para concluirmos o assunto da unidade três, vamos recapitular os principais conceitos 
vistos. Pois, nessa unidade, aprendemos a tomar decisões de investimentos de longo 
prazo. Vimos as principais técnicas de avaliação de investimentos como o payback 
simples e o descontado, que calculam o tempo de retorno do investimento, o Valor 
Presente Líquido (VPL) e a Taxa Interna de Retorno (TIR) que levam em consideração 
o custo do dinheiro no tempo e utilizam o fluxo de caixa descontado para fazer a aná-
lise, que é a ferramenta que apresenta maior rigor conceitual para fazer tais análises. 
E, por fim, vimos como avaliar os projetos mutuamente excludentes, pois foi visto que 
o projeto que apresenta maior Valor Presente Líquido (VPL) é o projeto que deve ser 
aceito e, para que essa hipótese seja confirmada é necessário calcular o VPL e a 
TIR do fluxo de caixa do projeto incremental, caso o VPL do fluxo de caixa do projeto 
incremental seja maior do que zero e a TIR maior do que a TMA, oprojeto com maior 
VPL deverá ser aceito.
Agora é sua vez de pôr em prática o que foi mostrado nessa unidade. Para praticar os 
conhecimentos vistos, faça os exercícios referentes à unidade três que estão no am-
biente virtual e participe do fórum sobre os assuntos abordados nessa unidade para 
trocar conhecimentos com os outros estudantes.

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