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A ANSIEDADE DOS IDOSOS NA RENOVAÇÃO DA CARTEIRA DE MOTORISTA

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1 
 
UNIP- UNIVERSIDADE PAULISTA 
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM PSICOLOGIA DO TRÂNSITO 
 
 
 
VANESSA SANTIAGO 
 
 
 
 
 
 
A ANSIEDADE DOS IDOSOS NA RENOVAÇÃO DA CARTEIRA DE 
MOTORISTA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MACEIÓ - AL 
2013
 
2 
 
VANESSA SANTIAGO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A ANSIEDADE DOS IDOSOS NA RENOVAÇÃO DA CARTEIRA DE MOTORISTA 
 
 
 
Monografia apresentada à Universidade 
Paulista/UNIP como parte dos requisitos 
necessários para a conclusão do Curso 
de Pesquisa apresentado na UNIP no 
Curso de Pós-Graduação “Latu Sensu” 
em Psicologia do Trânsito. 
 
Orientador: Prof. Manoel Ferreira do 
Nascimento Filho 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MACEIÓ - AL 
2013
3 
 
VANESSA SANTIAGO 
 
 
 
A ANSIEDADE DOS IDOSOS NA RENOVAÇÃO DA CARTEIRA DE MOTORISTA 
 
 
 
 
Monografia apresentada à Universidade 
Paulista/UNIP como parte dos requisitos 
necessários para a conclusão do Curso 
de Pesquisa apresentado na UNIP no 
Curso de Pós-Graduação “Latu Sensu” 
em Psicologia do Trânsito. 
 
APROVADO EM ___/____/____ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
________________________________________________________ 
PROF. DR. MANOEL FERREIRA DO NASCIMENTO FILHO 
ORIENTADOR 
 
 
 
_______________________________________________________ 
PROF. DR. LIÉRCIO PINHEIRO DE ARAÚJO 
BANCA EXAMINADORA 
 
 
 
________________________________________________________ 
PROF. ESP. FRANKLIN BARBOSA BEZERRA 
BANCA EXAMINADORA 
4 
 
DEDICATÓRIA 
 
 
Aos meus Amores! 
Para as pessoas que amo, e que fazem meu coração sorrir [...] e 
que sempre estão ao meu lado, até mesmo quando estão longe. 
Para a pessoa que quando caí, me ajudou a levantar [...]. 
Para as pessoas que fizeram a diferença em minha vida [...]. 
Para as pessoas que quando olho para trás, sinto muitas saudades [...]. 
Para as pessoas que me aconchegaram quando me senti sozinha, e me 
ajudaram a entender que não importa em quantos pedaços meu coração tenha se 
partido, pois o mundo não irá parar para que eu o conserte [...]. 
Para as pessoas que me deram uma força quando eu não estava muito 
animada [...]. 
Para as pessoas que amei [...]. Para as pessoas que abracei [...]. Para as 
pessoas que encontro apenas em meus sonhos [...]. Para as pessoas que encontro 
todos os dias e não tenho a chance de dizer tudo o que sinto olhando nos olhos [...] 
Para mim, o que importa não é O QUE eu tenho na vida, mas QUEM eu tenho 
na vida! 
Por isso, guardo todas as pessoas importantes da minha vida em uma 
caixinha dentro do meu coração, porque em nossas vidas, todas as coisas que 
gastam, tanto do nosso tempo e de nossas energias para ser construído, tudo é 
passageiro, tudo é feito de areia; o que permanece é só o relacionamento que temos 
com as outras pessoas. 
Mais cedo ou mais tarde, uma onda virá e destruirá ou apagará o que 
levamos tanto tempo para construir. 
E quando isso acontecer, somente aquele que tiver as mãos de outro alguém 
para segurar, será capaz de rir e recomeçar. 
 
 
5 
 
AGRADECIMENTOS 
 
 
“Amigo é coisa prá se guardar [...]”; assim, muitos são os amigos e 
companheiros que me ajudaram nesta caminhada. Posso dizer que, sem muitos 
deles, esse trabalho não teria sido concluído. 
É lógico que, aqui, poderei cometer a falha de me esquecer de muitos deles, 
não por que foram menos importantes ou menos queridos, mas por que 
simplesmente tenho medo de não me lembrar de todos ao mesmo tempo. 
Em primeiro lugar, quero agradecer ao meu melhor amigo Jesus. Sem Ele, eu 
não teria, minha família, ou a mim mesmo. Obrigado, meu Amigo e Senhor, pelo 
dom da vida, e por estar sempre comigo, me carregando no colo nas horas mais 
difíceis, e por ter me permitido encerrar esse ciclo. 
Em segundo lugar, quero agradecer à minha família, que nunca mediram 
esforços e sempre me apoiaram durante toda minha vida. Tenham certeza que este 
trabalho eu devo a vocês. 
Um agradecimento especial tem que ser dado, ao meu orientador, Prof. Prof. 
Manoel Ferreira do Nascimento Filho, em primeiro lugar pela paciência, pois foi 
muito difícil chegar até aqui. Assim agradeço pelo constante apoio e efetiva 
orientação neste trabalho, pelas discussões e sugestões durante a construção do 
TCC e em tantos outros momentos. 
Aos meus entrevistados, por terem entendido a importância desse estudo, em 
questioná-los, para que, a partir de suas experiências eu pudesse enriquecer meus 
conhecimentos, uma vez que, partilharam de suas vidas e inquietudes comigo. 
Às minhas amigas de curso, por terem me apoiado e me ajudado ao longo do 
curso, estando comigo durante esses árduos anos, sempre com as mãos 
estendidas. Saibam que como diz Mário Quintana: “A Amizade é um Amor que 
nunca morre.” 
 
 
6 
 
Ser Idoso ou ser Velho 
 
Idoso é uma pessoa que tem muita idade. 
Velha é a pessoa que perdeu a jovialidade. 
A idade causa degeneração das células. 
A velhice causa degeneração do espírito. 
Por isso, nem todo idoso é velho e há velho que nem chegou a ser idoso. 
Você é idoso quando seu calendário tem amanhãs 
Você é um velho quando seu calendário só tem ontem. 
O idoso se renova a cada dia que começa. 
O velho se acaba a cada noite que termina. 
Por isso, o idoso tem seus olhos postos no horizonte, de onde o sol desponta e 
a esperança se ilumina. 
O velho tem sua miopia voltada para os tempos que passaram. 
O idoso tem planos, o velho tem saudades. 
O idoso leva uma vida ativa, plena de projetos e repleto de esperança. 
Para ele, o tempo passa rápido e a velhice nunca chega. 
O velho cochila no vazio de sua vidinha e 
suas horas se arrastam, destituídas de sentido. 
Em suma, o idoso e o velho são duas pessoas que até podem ter, no cartório, 
a mesma idade cronológica, mas o que têm são idades diferentes no coração. 
 
 
Assim, a idade não é aquela que a gente tem, mas a que a gente sente. 
 
Gabriel García Márquez 
7 
 
RESUMO 
 
 
A adaptação à nova realidade, onde o aumento da expectativa de vida e 
consequentemente o número de idosos que dirigem, leva ao questionamento sobre 
qual a hora de parar de dirigir. O objetivo desse trabalho foi o de conhecer como o 
idoso participativo do sistema de trânsito, como condutor, pedestre, ciclista, 
motociclista ou passageiro responde a esse questionamento e ainda como o idoso 
lida com o trânsito, o que a legislação prevê em relação ao tema, quais as condições 
de saúde física e psicológica no processo do envelhecimento, a análise de riscos na 
direção, a difícil decisão de parar de dirigir e ainda a importância do apoio da família 
nesse momento, são os dados levantados bibliograficamente e que tem correlação 
com os dados levantados e obtidos na pesquisa de campo realizada, onde 
participaram 74 idosos com idade igual ou superior a 60 anos, através de 
questionário. Ficou demonstrado que a maioria é do sexo masculino, dirigem 
diariamente, sofrem acidentes, tem dificuldades e obstáculos físicos, que são 
usuários de medicamentos, e que opinam, sugerem, comentam sobre formas de 
melhoria do trânsito com interesse, tem consciência de que são os limites de saúde 
e não da idade os fatores preponderantes na hora da decisão de parar de dirigir. 
Evidenciou-se a necessidade de campanhas educativas direcionadas ao público 
idoso auxiliando com alternativas facilitadoras para a mobilidade; essas campanhas 
devem estar atingindo aos demais usuários das vias, com a finalidade de instruir no 
sentido do respeito, educação e atençãoque o idoso precisa. 
 
Palavras-chave: Psicologia; Idoso; Trânsito; Educação. 
 
 
8 
 
ABSTRACT 
 
 
Adapting to the new reality, where the increase in life expectancy and hence the 
number of seniors who drive, which leads to questions about when to stop driving. 
The aim of this study was to know how the elderly participatory transit system, as a 
driver, pedestrian, cyclist, motorcyclist or passenger responds to this question and I 
still like the old handles the traffic, the legislation provides that in relation to the 
theme what conditions of physical and psychological health in the aging process, risk 
analysis toward the difficult decision to stop driving and the importance of family 
support at this tim, data are collected bibliographically and correlates with data 
collected and obtained in field research, which involved 74 elderly aged over 60 
years, through a questionnaire. Demonstrated that the majority are male, drive daily, 
suffer accidents, have physical difficulties and obstacles that are drug users, and 
opine, suggest, comment on ways to improve traffic with interest, aware that they are 
the limits of health and not age the important factors in making the decision to stop 
driving. Revealed the need for public education campaigns directed at assisting 
elderly with options that facilitate mobility; these campaigns are reaching to other 
road users, in order to educate towards respect, education, and care that seniors 
need. 
 
Keywords: Psychology; Elderly; Transit; Education. 
 
 
9 
 
LISTA DE ILUSTRAÇÕES 
 
 
Figura 1 - Pirâmide Etária da População Brasileira dos anos de 1970 e 2000 .......... 28 
 
 
Gráfico 1 – Distribuição percentual de resultados referente ao sexo dos idosos 
entrevistados. ........................................................................................................................ 47 
 
Gráfico 2 – Distribuição percentual de resultados referente à faixa etária dos idosos 
entrevistados. ........................................................................................................................ 48 
 
Gráfico 3 – Distribuição percentual de resultados referente ao estado civil dos idosos 
entrevistados. ........................................................................................................................ 48 
 
Gráfico 4 – Distribuição percentual de resultados referente ao grau de escolaridade 
dos idosos entrevistados. .................................................................................................... 49 
 
Gráfico 5 – Distribuição percentual de resultados referente à atuação profissional 
hoje.......................................................................................................................................... 50 
 
Gráfico 6 – Distribuição percentual de resultados referente à profissão dos idosos 
entrevistados. ........................................................................................................................ 52 
 
Gráfico 7 – Distribuição percentual de resultados referente à utilização de 
medicamentos diários. ......................................................................................................... 53 
 
Gráfico 8 – Distribuição percentual de resultados referente ao tipo de medicação 
usada. ..................................................................................................................................... 54 
 
Gráfico 9 – Distribuição percentual de resultados referente ao tempo de habilitação.
 ................................................................................................................................................. 56 
 
Gráfico 10 – Distribuição percentual de resultados referente à categoria que 
pertence a CNH..................................................................................................................... 57 
 
Gráfico 11 – Distribuição percentual de resultados referente à frequência que 
utilizam o carro ...................................................................................................................... 58 
 
Gráfico 12 – Distribuição percentual de resultados referente à atividades que utilizam 
o carro. .................................................................................................................................... 59 
 
Gráfico 13 – Distribuição percentual de resultados referente à avaliação como 
motoristas. .............................................................................................................................. 60 
 
Gráfico 14 – Distribuição percentual de resultados referente à dificuldade em renovar 
a CNH dos idosos entrevistados. ...................................................................................... 63 
 
10 
 
Gráfico 15 – Distribuição percentual de resultados referente à ansiedade sentida no 
momento da renovação da CNH. ....................................................................................... 65 
 
Gráfico 16 – Distribuição percentual de resultados referente às dificuldades sentidas 
com relação às condições físicas....................................................................................... 67 
 
11 
 
LISTA DE TABELAS E QUADROS 
 
 
Tabela 1 – População idosa no mundo (1950-2050) ...................................................... 17 
Tabela 2 – Expectativa de vida da população entre 1900 a 2025. ............................... 27 
 
Quadro 1 - Medicamentos e efeitos no organismo.......................................................... 43 
Quadro 2 - Motivo de se auto avaliarem como motoristas............................................. 61 
Quadro 3 - Dificuldade encontrada na renovação da CNH. .......................................... 64 
Quadro 4 - O porquê da ansiedade sentida no momento da renovação da CNH ..... 66 
Quadro 5 - Que tipo de dificuldade sentem que impedem de dirigir. ........................... 67 
Quadro 6 - Até quando irão dirigir. ..................................................................................... 68 
 
 
12 
 
LISTA DE ABREVIATURAS 
 
ABRAMET Associação Brasileira de Medicina do Tráfego 
ABS Freios Antiblockier-Bremssystem - Sistemas de Frenagem Anti 
 Bloqueio 
AVC Acidente Vascular Cerebral 
COPAB Confederação Brasileira de Aposentados e Pensionistas 
DHEA Deidroepiandrosterona 
FNS Fundação Nacional de Saúde 
IMC Índice de Massa Corpórea 
IMO Instituto de Moléstias Oculares 
IPEA Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada 
PAI Programa de Atenção ao Idoso 
PAPI Programa de Apoio Psicossocial ao Idoso 
PEA Pesquisa Econômica Aplicada 
SBGG Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia 
SIM Sistema de Informação de Mortalidade 
SNC Sistema Nervoso Central 
 
 
13 
 
SUMÁRIO 
 
 
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 14 
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .......................................................................................... 17 
2.1 Envelhecimento Populacional ................................................................................. 17 
2.2 O Trânsito....................................................................................................................... 37 
2.3 Acidentes de Trânsito e o Idoso ............................................................................. 39 
2.4 O Trânsito e o Idoso ................................................................................................... 39 
3 MATERIAIS E MÉTODOS .............................................................................................. 45 
3.1Ética ................................................................................................................................ 45 
3.2 Tipo de Pesquisa......................................................................................................... 45 
3.3 Universo ........................................................................................................................ 45 
3.4 Sujeitos e Amostra ..................................................................................................... 45 
3.5 Instrumento de Coleta de Dados ............................................................................ 46 
3.6 Procedimentos para Coleta de Dados................................................................... 46 
3.7 Procedimentos para Análise dos Dados .............................................................. 46 
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES .................................................................................. 47 
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................... 82 
REFERÊNCIAS..................................................................................................................... 85 
APÊNDICE............................................................................................................................. 92 
ANEXO ................................................................................................................................... 95 
 
14 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
 Segundo Caropreso (2010), em todo o mundo, o número de pessoas com 
idade igual ou superior a 60 anos tem crescido rapidamente e estima-se que esse 
cenário irá aumentar. 
 De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), há 8,5 
milhões de pessoas com mais de 70 anos no Brasil atualmente, o que representa 
4,5% da população. Desse número, 950.402 motoristas têm entre 71 e 80 anos, e, 
acima dos 80 anos, são 199.365 condutores, segundo os dados do Departamento 
Nacional de Trânsito –DENATRAN- (MATOS, 2011). 
 Com isso, está se tornando cada vez mais comum ver idosos ao volante. 
Esses dados mostram que essas pessoas continuarão a dirigir e para isso terão que 
renovar suas carteiras de motoristas, como todo condutor, independente da idade. 
 Assim, ao trabalhar numa clínica médica que faz exame psicotécnico, nota-se 
que pessoas idosas sentem certa ansiedade em fazer os exames necessários para 
renovação, tudo isso, porque atualmente, as regras para renovação da Carteira 
Nacional de Habilitação (CNH) estão ainda mais rigorosas, para quem tem mais de 
60 anos. Mesmo com a experiência de vida no trânsito, esses condutores passam 
por testes de conhecimento e avaliações médicas especiais. 
 Como se sabe, dirigir é uma tarefa complexa, que depende de coordenação 
motora, capacidade visual, percepção de espaço e reflexos rápidos. E, com o passar 
dos anos estas respostas do corpo humano perdem a agilidade. Sem contar que, 
quanto mais velho o motorista, maior a propensão a usar medicamentos que 
influenciam na atenção, devendo ainda considerar que os idosos são mais 
suscetíveis à doenças. 
 Em função desses fatores as pessoas, com mais de 60 anos de idade quando 
vão renovar as carteiras de habilitação, precisam refazer os exames médicos de três 
em três anos. Já os mais novos renovam de cinco em cinco anos. 
 Os condutores que tiraram a primeira habilitação com data inferior a 1998 
precisam fazer a prova eletrônica, contudo, o Departamento de Trânsito (DETRAN) 
diante de inúmeras reclamações resolveu criar uma alternativa exatamente para 
atender esses idosos que reclamavam da prova, pois por ser eletrônica, torna-se 
evidente que a novidade de uma tarefa, equipamento e grau de dificuldade influencia 
15 
 
no desempenho de pessoas idosas. E a dificuldade de aprendizagem gera 
insegurança. 
 Percebe-se ainda que hoje, apesar da tecnologia estar inserida em todos os 
segmentos, é visto que muitos idosos ainda não se motivaram a se incluírem no 
mundo digitalizado, fazendo com que ao terem que passar por essa prova se sintam 
ansiosos e temerosos. 
 Assim, o idoso pode fazer a prova eletrônica que contém 30 questões ou 
fazer o curso 15 horas/aula de direção defensiva e primeiros socorros (DETRAN, 
2006). 
 No entanto, outro teste exigido também é o de visão, onde muitos apresentam 
algum problema, como a catarata, que os impede de voltar ao volante, sendo assim 
negada a renovação. 
 Segundo a TC Centro América de Brasília (2009) menciona que acontece em 
alguns casos, dos motoristas estarem com o grau do óculos defasados. Muitos, 
depois de tratamento passam por uma nova avaliação e voltam a ser liberados para 
a direção. 
 Entretanto, jamais se pode desprezar que, a partir dos 60 anos, segundo a 
UNISITE (2008), problemas visuais, cardíacos, de pressão, nos membros inferiores 
e superiores, como artroses, passam a ser mais frequentes. E se o condutor não 
preencher os requisitos mínimos de avaliação, que são os mesmos para qualquer 
idade, não é liberado para continuar dirigindo. 
 Acredita-se assim que as pessoas que são preventivas e fazem os exames 
todos os anos, passam perfeitamente e são aprovados nos exames do Detran. Já as 
pessoas que não fazem os exames preventivos estão mais suscetíveis a renovação 
e quando chega nesse momento ficarm ansiosos e temerosos. 
 Assim, esse estudo se justifica pretendendo mostrar que a ansiedade da 
maioria dos idoso é grande na renovação da CNH, devido as avaliações nas quais 
têm que passar, acreditando assim que esses indivíduos devem ser melhor 
amparados para a realização do exame, oferecendo-lhes com todos o respeito e 
atenção as informações necessárias, ao mesmo tempo em que, pretende-se com 
esse estudo que haja uma maior reflexão sobre a importância de se respeitar a 
diversidade, a individualidade, as características e necessidades de cada pessoa 
idosa, vendo o envelhecimento numa perspectiva de desenvolvimento, pois além de 
fazer parte de toda uma vida, muitos deles envelhecem com saúde e podem dirigir 
16 
 
normalmente, cientes de seus deveres como condutores, estando totalmente 
capazes. 
 A partir de então, a intenção é responder o segundo questionamento: a 
ansiedade interfere no resultado quando da renovação da carteira de motoristas de 
um idoso? 
 Em vista desse questionamento, esse estudo tem com objetivo analisar o 
motivo e a influência da ansiedade dos idosos quando vão renovar a carteira de 
motorista. 
 
 
17 
 
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 
 
2.1 Envelhecimento Populacional 
 
 A duração média de vida humana vem aumentando desde a Antiguidade. Na 
Idade Média, no início do século XX, a expectativa de vida era de que o indivíduo 
chegasse aos 25 anos de idade, sendo que 10 de cada 100 nascidos podiam chegar 
aos 60 anos de vida. 
Durante muitos séculos foram desenvolvidas tentativas de prolongar a 
juventude ou restaurar o vigor físico e sexual. No século XII, os princípios da 
alquimia eram usados com a crença de que, com eles, era possível triplicar a 
expectativa média de vida, que não ultrapassava os 45 anos. 
Com o avanço da ciência no século XIX e particularmente nos últimos 100 
anos, a taxa média de vida elevou-se extraordinariamente. A melhoria das condições 
materiais de vida, o progresso da medicina, da cirurgia e das tecnologias em saúde 
pública fizeram com que muitas doenças fossem controladas e até mesmo 
erradicadas, afastando assim, o fantasma da morte precoce das pessoas e, 
promovendo melhoria na qualidade de vida com longevidade para boa parcela da 
sociedade (ÂNGULO, 2000). 
Segundo dados do IBGE (2012),o crescimento da população de idosos, em 
números absolutos e relativos, é um fenômeno mundial e está ocorrendo a um nível 
sem precedentes. 
A tabela 1 mostra a o número da população idosa no mundo, no período de 
1950 a 2050. 
 
Tabela 1 – População idosa no mundo (1950-2050) 
Ano Nº (milhões) 
1950 204 milhões 
1998 579 milhões 
2000 605 milhões 
2050 1.900 milhões 
 Fonte: IBGE (2012). 
 
Nota-se na tabela 1 que, em 1950, eram cerca de 204 milhões de idosos no 
mundo e, já em 1998, quase cinco décadas depois, este contingente alcançava 579 
18 
 
milhões de pessoas, um crescimento de quase 8 milhões de pessoas idosas por 
ano. As projeções indicam que, em 2050, a população idosa será de 1.900 milhões 
de pessoas, montante equivalente à população infantil de 0 a 14 anos de idade. 
Uma das explicações para esse fenômeno é o aumento, verificado desde 1950, de 
19 anos na esperança de vida ao nascer em todo o mundo (IBGE, 2012). 
Já no Brasil, a proporção de pessoas da terceira idade vem crescendo mais 
rapidamente que a proporção de crianças. Em 1980, para cada 100 crianças, 
existiam 16 idosos. Vinte anos depois, essa relação praticamente já havia dobrado, 
numa proporção de 30 idosos para cada grupo de 100 crianças. 
Esse crescimento se deve à soma de dois fatores: a taxa de fecundidade e o 
aumento da longevidade da população. 
Para se ter uma idéia, em 1991 haviam 13.865 centenários no Brasil. A maior 
parte destas pessoas estava concentrada em São Paulo (4.457), Bahia (2.808), 
Minas Gerais (2.765) e Rio de Janeiro (2.029). Hoje, a população de idosos 
representa um contingente de quase 15 milhões de pessoas com 60 anos ou mais 
de idade (8,6% da população brasileira). Nos próximos 20 anos, a população idosa 
do Brasil poderá ultrapassar os 30 milhões de pessoas e deverá representar quase 
13% da população ao final deste período (IBGE, 2002). 
Enquanto na população geral a chefia feminina corresponde a apenas 18,2% 
contra os 81,9% de homens chefes, quando se passa para a população idosa essa 
diferença fica bastante reduzida. Das chefias idosas, 66% são exercidas por homens 
e 44% por mulheres. Por outro lado, do total dos chefes homens, 9,8% são idosos, e 
do total das chefias femininas, 22,7% são mulheres de 65 anos ou mais (IBGE, 
2002). 
Assim sendo, os idosos, ou seja, com mais de 60 anos vêm tendo uma 
representação expressiva no total da população. De fato, o processo de 
envelhecimento pode reforçar desigualdades em face da qualidade de vida e do bem 
estar dos diferentes níveis sociais, de homens e mulheres, de brancos e não-
brancos, de jovens, adultos e os mais velhos, contribuindo assim para aumentar a 
taxa de exclusão. 
O envelhecimento era visto até poucos anos como problema tipicamente 
europeu, pois neste continente vivem 12% da população mundial e 28% das 
pessoas com mais de 65 anos de idade. No entanto, a partir do início da década de 
1980 não é mais possível sustentar a visão sobre a situação do envelhecimento 
19 
 
populacional, posto que, desde 1960, mais de 50% dos gerontes são originários de 
nações que constituem o Terceiro Mundo, nos quais o crescimento do número de 
velhos é proporcionalmente maior que nas nações da Europa, no continente 
americano situado no hemisfério norte, e no Japão (PAPALÉO NETTO, 1996). 
Nos países desenvolvidos, onde o fenômeno do envelhecimento teve início, 
pode-se dizer que esta situação ocorreu junto com o desenvolvimento. Nessas 
sociedades a partir da Revolução Industrial, as populações passaram a viver melhor, 
com boas condições ambientais, nutricionais, de trabalho, diminuindo assim a 
mortalidade prematura em todas as classes etárias. A natalidade também foi 
diminuindo em decorrência do nível educacional mais elevado das mulheres e das 
expectativas vivenciais maiores, diferentes de suas mães e avós. As mulheres não 
estavam mais tão disponíveis para procriação, para a educação dos filhos e para 
uma dedicação exclusiva a atividades domésticas (SALGADO, 1999). 
Para Antunes (2000), em nenhum outro período da história da humanidade o 
homem teve tanta chance de alcançar a terceira idade, ou seja, viver até os 60 anos 
ou mais em países em desenvolvimento, ou 65 em países desenvolvidos. Em 1998, 
foi chamada a atenção para feminização do envelhecimento e suas conseqüências 
para as políticas sociais, em especial, as de saúde. Segundo dados mencionados 
por Antunes (2000), tem sido muito superior no país, o número absoluto de mulheres 
idosas, quando confrontando com homens de 65 anos ou mais. 
Em 2025, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), estima-se que 
16% da população será constituída por idosos – cerca de 32 milhões de pessoas, 
elevando o Brasil ao sexto país em número de idosos no mundo, comparando-se o 
processo de envelhecimento ao dos países de primeiro mundo (IBGE, 2012). 
 Mediante estes pressupostos, Salgado (1999) afirma que, nos países em 
desenvolvimento, o fenômeno populacional resulta mais das tecnologias de saúde 
do que do próprio desenvolvimento. As vacinas e os antibióticos, inexistentes nas 
primeiras décadas do século XX, tornaram possível o tratamento de doenças que 
antes acabavam com populações. 
 Entretanto, apesar da velhice ser uma coisa natural, deveria ser vista como 
um privilégio, na qual modalidades novas de vida podem e devem ser assumidas, 
fazendo assim com que o envelhecer jamais seja motivo de medo, e sim, seja 
considerado como um privilégio de poder viver mais, pois muitas pessoas não 
chegam a essa fase. 
20 
 
Ao analisar os estudos sobre os idosos, verifica-se que passam por três 
grandes conjuntos de transformações, no período que vai de 1945 aos dias atuais. 
Bosi (2003), explica a velhice por períodos, a saber: 
1. De 1945 a 1960 - velhice é associada basicamente, à situação de 
pobreza. A generalidade do sistema de aposentadorias teria dado uma 
identidade de condições aos idosos, diferenciando-os das outras 
populações, alvo da assistência social. Nessa fase, a questão debatida é 
ainda os meios de subsistência dos trabalhadores velhos, e o que se quer 
é preencher as lacunas do sistema de previdência social, acrescentando à 
aposentadoria outras formas de assistência ao idoso. 
2. De 1961 a 1967 - mudança de sensibilidade em relação à velhice, que 
passa a ser associada à ideia de solidão e marginalidade. São enfatizadas 
as condições de vida do idoso. Novas práticas como o lazer, as férias e os 
serviços especiais de saúde para os aposentados fazem do modo de vida 
(e não apenas do nível de vida), o campo privilegiado da intervenção. 
Essa nova sensibilidade em relação ao idoso corresponde a mudanças no 
aparelho produtivo que levaram à ampliação das camadas médias 
assalariadas. Trata-se de pensar na aposentadoria para um setor com 
níveis muito mais altos com aptidões e consumo. Essa nova sensibilidade 
é representada pela ideia da terceira idade. 
3. De 1968 até hoje, é caracterizado pela ideia da pré-aposentadoria que 
implica na revisão da idade cronológica própria da aposentadoria. Uma 
nova sensibilidade é produzida em relação à velhice, que passa a ser 
definida como o momento em que o trabalho é ilegítimo. Aposentadoria 
precária ou desemprego é a condição de uma parcela cada vez mais 
expressiva dos indivíduos que estão na faixa etária anterior àquela da 
aposentadoria propriamente dita, principalmente nas empresas privadas. 
 
Enfim, para Bosi (2003), envelhecer faz parte do processo natural do ser 
humano, assim, não deve se constituir um problema, e sim uma vitória, problema 
será se as nações desenvolvidas ou em desenvolvimento não elaborarem e 
executarem políticase programas sociais para promoverem o envelhecimento digno 
e sustável, que contemplem as necessidades do grupo etário das pessoas, com 
igual ou superior a 60 anos. 
21 
 
Segundo expõe Biancarelli (2002) que as políticas e grupos sociais devem 
contemplar os direitos, as necessidades, as preferências e a capacidade dos idosos, 
reconhecendo a importância das experiências individuais dos sujeitos idosos. O 
desafio é e será incluir na agenda de desenvolvimento socioeconômico dos países 
políticas para promover o envelhecimento ativo, possibilitando qualidade aos anos 
adicionados à vida. Criar condições para fortalecer as políticas e programas para 
promoção de uma sociedade inclusiva e coesa para todas as idades, reconhecendo 
o direito à vida, à dignidade e à longevidade como objeto de preocupação dos 
governantes. 
 Inicialmente, quando se fala de políticas públicas direcionadas aos idosos, 
percebe-se que ela assume um contorno mais amplo, pois, 
 
[...] para milhões de velhos, as dificuldades a serem superadas não se 
iniciam no tempo da velhice, decorrendo essencialmente do acúmulo de 
desigualdades ao longo do ciclo da vida. As coisas não acontecem como se 
existisse uma população jovem integrada e uma população velha excluída. 
É a população jovem excluída que envelhece nessas condições, não dando 
para corrigir muita coisa aos 60 ou 70 anos de idade de uma pessoa 
(RAMOS, 2002, p. 35). 
 
 Assim, é preciso que o governo tome consciência que a política para a velhice 
deve integrar um quadro mais amplo de políticas sociais, que primeiramente proteja 
a infância, os salários dos trabalhadores, diminuía as desigualdades e assim por 
diante. O fato é que os velhos são apenas um segmento de uma política global de 
melhora da qualidade de vida de toda a população. 
 Nesse contexto, situando a velhice na sociedade brasileira, conforme explica 
Néri (2005), o marco inicial da construção da categoria social da velhice remonta ao 
ano de 1890, quando foi fundado no Rio de Janeiro, o Asilo São Luiz para a Velhice 
Desamparada, e ao ano de 1909, quando surgiu, nessa mesma instituição, um 
pavilhão para velhos não desamparados. Esses eventos iniciam uma desvinculação 
da noção de velhice das noções de mendicância, vadiagem, pobreza e desamparo, 
a que estava associada desde a abolição da escravatura. 
Já na Europa e nos Estados Unidos, foi no século XX que se davam os 
primeiros passos para a constituição da Geriatria como disciplina científica. Em 
1904, é cunhado o termo Gerontologia por Metchnikoff, e em 1909, o termo Geriatra, 
por Nascher. No entanto, só depois da Segunda Grande Guerra que a Gerontologia 
22 
 
e a Geriatria se transformaram em campos de práticas profissionais, de pesquisa e 
de formação acadêmica. 
No entanto, no Brasil, esses campos somente se constituíram mais tarde, sob 
influencia de ideias europeias, principalmente francesas, sobre como enfrentar o 
ônus social do envelhecimento populacional. 
Em 1961, foi fundada a primeira sociedade científica brasileira no campo da 
velhice: a Sociedade Brasileira de Geriatria que, em 1978, começou a acolher 
também não médicos e por isso passou a se chamar Sociedade Brasileira de 
Geriatria e Gerontologia (SBGG). 
No final dos anos 60, o Serviço Social do Comércio (SESC) começou a 
desenvolver um trabalho pioneiro com idosos, por meio de programas de preparação 
para a aposentadoria, de divulgação científica sobre cuidados com a saúde no 
envelhecimento, de lazer, de atividades físicas e de educação parta pessoas da 
Terceira Idade, nos mesmos moldes dos que existiam na Europa (NÉRI, 2005). 
A partir de então, segundo Fernandes e Santos (2009), relatam que se inicia a 
propagação do fenômeno envelhecimento e de suas questões promovida pelas 
organizações internacionais, ou seja, OMS e a ONU, que tiveram papel fundamental 
na análise e comunicação do impacto do envelhecimento sobre os países em 
desenvolvimento na tentativa de estimulá-los a adotarem medidas para o 
enfrentamento dessa realidade. Entre essas medidas, duas tinham destaque 
especial: no campo da saúde, fomentar o envelhecimento saudável e, no campo 
social, lutar pelo envelhecimento com direitos e dignidade. 
Já em meados da década de 1980, ocorre o movimento da sociedade civil 
com novos atores em cena, entre eles professores universitários, associações, 
idosos politicamente organizados e alguns parlamentares comprometidos com 
questões sociais, exigindo a valorização e o respeito à pessoa idosa. Com isso, 
segundo Néri (2005), várias iniciativas acadêmicas iniciaram também com o objetivo 
de formar pessoal para lidar com a saúde dos idosos, dentro das Faculdades de 
Medicina, principalmente no Rio Grande de Sul e em São Paulo. Desde essa época, 
a SBGG vem ocupando posto de destaque na formação de médicos para trabalhar 
em Geriatria, sendo que apareceram também as primeiras Universidades da 
Terceira Idade. 
Em 1982, foi fundada a Associação Nacional de Gerontologia, congregando 
principalmente profissionais da área social. 
23 
 
Em 1985, é fundada a Confederação Brasileira de Aposentados e 
Pensionistas (COPAB), que organiza e representa aproximadamente vinte milhões 
de brasileiros aposentados, na sua maioria entre cinquenta e oitenta anos de idade, 
tendo como missão prioritária estabelecer articulações, prestar informações, atuar 
junto aos órgãos públicos, fazer-se representar em Conselhos de Defesa de Direitos 
e de Políticas Públicas, com o objetivo primordial de defender os direitos sociais da 
população idosa (NÉRI, 2005). 
De acordo com Uvo e Zanatta (2005), todos esses movimentos é que 
influenciaram a construção da Constituição Cidadã, primeira Constituição da 
República Federativa do Brasil (1988), que passou a tratar sobre a proteção jurídica 
ao idoso, a qual impõe o dever de amparar os idosos, à família, à sociedade e ao 
Estado. 
Até então, mesmo com todas essas conquistas, até 1994 ainda não existia no 
Brasil especificamente uma política nacional para os idosos. Fernandes e Santos 
(2009) esclarecem que o que havia era um conjunto de iniciativas privadas antigas 
e, apenas algumas medidas públicas consubstanciadas em programas, como: o 
Programa de Atenção ao Idoso (PAI), o Programa de Apoio Psicossocial ao Idoso 
(PAPI), o Projeto Conviver e o Projeto Saúde do Idoso, todos destinados a idosos 
carentes, cujas ações eram assistenciais, ou seja, em favor deles, do que uma 
política que lhes proporcionasse serviços e ações preventivas e reabilitadoras. 
Nota-se assim que, para que possam enfrentar essa realidade, os idosos têm 
buscado respaldo nos espaços públicos gerado pelos diferentes movimentos sociais, 
bem como, fóruns e Conselhos de idosos, lhes permitindo assim a tão procurada e 
esperada conquista de sua cidadania, tentando reinventar sua própria velhice. 
Outro fator importante, é a conquista dos idosos no cenário político por meio 
do voto, pois a partir de então, segundo comentam Fernandes e Santos (2009, p. 
54). 
 
[...] as autoridades governamentais brasileiras só iniciaram/intensificaram 
sua mobilização em prol de políticas específicas para os idosos (até então 
esquecidos) a partir de efeitos produzidos pela sua organização 
sociopolítica e, ainda, dado o impacto negativo, com repercussão nacional e 
internacional, originada pela tragédia ocorrida em 1996, no Rio de Janeiro, 
na Clínica Santa Genoveva (clínica privada, custeada por recursos públicos 
de saúde), onde ocorreu a morte de uma centena de idosos. 
 
24 
 
 Uma vez pontuados alguns percursos adotados pelos idosos, sociedade civil 
e Estado para a efetividade de proteger o cidadão idoso, o próximo tópico discorre 
sobrea questão social da velhice para, em seguida, abordar sobre a legislação 
brasileira no que diz respeito ao atendimento aos idosos. 
A questão social da velhice no Brasil teve, durante muito tempo, 
encaminhamento semelhante ao das demais questões sociais, ou seja, segundo 
afirma Miranda (1994), as ações propostas eram de natureza assistencialista, 
objetivando suprir algumas carências básicas desta população. 
Nesta perspectiva, a filosofia da política para este setor confundia-se com a 
caridade e, na maior parte, efetivava-se através de instituições asilares, com a 
finalidade exclusiva de manter biologicamente o idoso. 
Tanto isso é verdade que Ramos (2002) concorda com Miranda (1994), 
afirmando que o Estado, a sociedade e a família não foram capazes de tratá-la como 
questão social relevante, pois ocuparam-se dela tão somente a partir de uma 
perspectiva fundada na ideia de filantropia e piedade. 
Percebe-se assim que os velhos em muitas sociedades eram não somente 
sacrificados pela sua idade como também pela sua improdutividade. Cabe dizer que, 
segundo afirma Salgado (1999) citado por Ramos (2002, p. 19): 
 
[...] a diferença dessas sociedades para as atuais é que não se condenam 
mais explicitamente os velhos à morte, entretanto, há de se reconhecer que 
sua condenação acontece de maneira sorrateira, indireta, à medida que não 
são oferecidos os serviços mínimos para que tenham uma existência digna, 
embora muitas sociedades hoje disponham de recursos suficientes para 
tanto. 
 
Assim, apesar de as sociedades modernas terem criado as condições para 
que um maior número de pessoas chegasse à velhice, criaram ao mesmo tempo as 
maiores barreiras para que um número cada vez maior de pessoas velhas 
usufruísse todos os bens e sérvios gerados por essas sociedades. 
Pode-se dizer que, mesmo os setores mais sensíveis ao fenômeno do 
envelhecimento, como a Previdência e a Saúde, sempre criaram e criam ainda 
polêmicas, quando o assunto é o enquadramento dos benefícios dentro do 
planejamento orçamentário. Néri (2005) acrescenta que, de um lado, o governo 
considera excessivamente volumosos os dispêndios para cobrir os benefícios; de 
25 
 
outro, os beneficiários reclamam da baixa remuneração e perda ocorrida nos últimos 
anos. 
Portanto, é fato que, na maioria dos casos, as aposentadorias, não permitem 
a satisfação das necessidades primárias dos indivíduos. 
 
[...] à perda do poder aquisitivo soma-se a perda das estruturas da 
sociabilidade centradas no trabalho, na família e secundariamente nas 
relações de vizinhança, sobretudo as de lazer. O aposentado, 
principalmente nas grandes cidades, se torna uma pessoa solitária, pela 
ausência da família e pela dificuldade em se relacionar fora do antigo 
ambiente de trabalho (MIRANDA, 1994, p. 7). 
 
 
Infelizmente, a sociedade que criou o mito da aposentadoria como um tempo 
de lazer não lhe oferece condições de participação em atividades que possam 
preencher o enorme vazio provocado pelo desligamento profissional. Além do que, 
nota-se que, não existe, por parte das empresas ainda a preocupação em preparar 
seus trabalhadores para esta etapa de sua vida. E, as próprias autoridades 
governamentais, conhecedoras desta realidade, em nenhum momento cogitaram em 
estudar a velhice e o envelhecimento, quanto aos seus aspectos preventivos e às 
condições de reinserção da pessoa envelhecida socialmente. 
Entretanto, hoje, com o aumento da população idosa tem se tornado uma 
questão social muito maior, principalmente porque esse grupo etário, diante de sua 
expansão não tem conseguido estabelecer relações harmônicas com os demais, 
constituindo assim um problema social de grande proporção, trazendo com ele, 
conforme expõe Ramos (2002, p. 14): 
 
[...] uma série de consequências. [...]. É óbvio que a questão do 
envelhecimento não se reduz à quantidade de velhos existentes, ou seja, 
não são apenas uma questão numérica, mas especialmente uma questão 
social, motivo pelo qual o envelhecimento populacional precisa ser 
analisado com muita cautela. 
 
O fato é que, ainda hoje, o Brasil não dispõe de políticas públicas eficientes e 
sérias voltadas a beneficiar toda a sua população, encontrando-se assim, 
despreparado para lidar com o fenômeno do envelhecimento, de forma que a 
situação se agrava a cada dia, pois os recursos se mostram cada vez mais escassos 
para resolver problemas que se sobrepõem e a maioria das pessoas acham que 
"idosos" são incapazes de fazer a maioria das coisas, como, por exemplo, dirigir. 
26 
 
Infelizmente é visto que o envelhecimento não tem sido encarado pelas 
autoridades e sociedade civil organizada como uma problemática essencial para 
pensar o desenvolvimento do País, pois grande parte da população brasileira, 
conforme mostra Pessôa (2007) vive em precárias condições, incorporando-se 
naturalmente esse percentual a maioria das pessoas velhas, evidenciando-se assim 
a reprodução e ampliação das desigualdades sociais. 
Diante dessa realidade, conclui-se que não só o Brasil, mas o mundo em 
geral caminha para um modelo de morte social, pelo isolamento, nas camadas 
médias da população, ao mesmo tempo em que tem forjado um modelo de 
marginalidade, socialmente antecipada, para a maioria dos trabalhadores 
assalariados de baixa renda e desprovida de patrimônio. 
Portanto, é preciso olhar para os “novos velhos” com mais realidade. Eles 
também são responsáveis, hoje, pela manutenção de parte da educação, saúde e 
alimentação de netos e até mesmo por toda a família. E, infelizmente, muitos de 
seus familiares, mesmo vivendo com o salário que estes recebem ainda não 
reconhecem a importância dele. 
Assim, deve-se notar a importância econômica com relação à renda do idoso 
no contexto familiar, pois o certo seria que os benefícios previdenciários ajudassem 
ao idoso e sua família a ter uma vida um pouco mais estável, principalmente nas 
famílias mais carentes. Infelizmente, mesmo com gastos com bens e serviços de 
saúde dos idosos devido às doenças crônico-degenerativas dessa faixa etária, a 
aposentadoria tem ajudado e, por outro lado, seus familiares acabam disputando 
essa aposentadoria, mas não cumprindo seu papel no cuidado ao idoso e sim, 
envolvendo-os em casos de violência doméstica (MIOTO, 2004). 
Neri (2005) acrescenta que, mesmo trazendo com sua aposentadoria algum 
benefício para sua família, ou quem cuida dele, percebe-se que muitos idosos dizem 
que é exatamente por serem vistos com a característica de inútil que sofrem o pior 
crime previsto no artigo 98 do Estatuto do Idoso, que é o abandono. A solidão se 
torna o destino para muitos. Outros vão além da condição humana e são submetidos 
também a maus tratos e agressões físicas e psicológicas. 
 Assim, apesar de não ser tema desse estudo, acredita-se que, entender os 
motivos de tanto descaso com o idoso deveria ser tema de pesquisas para 
estudiosos, na qual procurassem a melhoria na qualidade de vida oferecendo o 
grande desejo deles, que é o exercício da cidadania e respeito. 
27 
 
A população brasileira acima dos 50 anos de idade passou de 7 para mais de 
14 milhões de habitantes nos últimos 20 anos e agora, representa mais de 12% da 
população do país. Existem previsões também que em 20 anos, o Brasil venha a 
ficar em terceiro lugar no ranking de número de consumidores da terceira idade. No 
Brasil, o grupo etário velho é o que mais cresce, pois o crescimento de pessoas com 
mais de 70 anos aumentou em 140% entre os anos de 1980 e 1990 (NASCIMENTO, 
SOUZA, 2006). 
Assim, ao se questionar sobre a expectativa de vida, a tabela 2 mostra uma 
comparação entre 1900 a 2025. 
 
Tabela 2 – Expectativa de vida dapopulação entre 1900 a 2025. 
Período Expectativa de vida 
1900 33,7 anos 
1940 39,0 anos 
1950 43,2 anos 
1960 55,9 anos 
1960 – 1980 63,4 anos 
1980 – 2000 68,0 anos 
2025 80,0 anos 
 Fonte: NASCIMENTO; SOUZA (2006). 
 
Visualiza-se que, em 1900, a expectativa de vida no Brasil não ultrapassava 
os 33,7 anos; em 1940 alcançou 39 anos; em 1950 chegou há 43,2 anos; em 1960 
já era 55,9 anos; entre as décadas de 60 e 80 alcançou os 63,4 anos. Atualmente, 
está em 68 anos e em 2025 será de 80 anos. 
 Baseado nesses dados significa dizer que houve um crescimento elevado da 
população idosa, fazendo com que a esperança de vida dos brasileiros aumentasse 
significativamente, podendo esperar para o futuro próximo um crescimento a taxas 
elevadas do contingente de idosos que vivem por mais tempo. 
 Nota-se que a estrutura populacional assumiu um desenho diferente com o 
aumento da expectativa de vida da população brasileira a partir da década de 80, 
pois o grupo etário de 60 anos é o que mais cresce comparativamente aos demais 
grupos. 
Analisando-se então o que expõe Martins (2009), ou seja, que de 1996 a 
2006, esta população cresceu de 3,6% para 7,10%, por 100 mil habitantes, 
representa assim um aumento de 50%. 
28 
 
Portanto, Werneck (2004), coloca que não se tem como negar que a realidade 
do idoso no Brasil é preocupante, pois como se percebe o país deixou de ser um 
país jovem, passando a ser um país que está envelhecendo. E, esta mudança do 
perfil demográfico poderá ter impacto também sobre o sistema de saúde brasileiro, 
exigindo uma adequação às condições de vida das pessoas com idade acima de 50 
anos. 
 Desta forma, visualiza-se na figura 1 um gráfico que mostra a pirâmide etária 
representando a estrutura populacional. 
 
Figura 1 - Pirâmide Etária da População Brasileira dos anos de 1970 e 2000 
 
 Fonte: NASCIMENTO; SOUZA (2006). 
 
Tanto isso é verdade que Varella (2013) comenta que há 50 anos, o 
paradigma da medicina era aconselhar as pessoas de mais idade a fazerem 
repouso. Era clássica a imagem do velho de pijama, sentado na poltrona da sala, 
sem fazer qualquer esforço, sem andar, sem ir sequer à padaria, sem dirigir. 
Felizmente parece que esse paradigma vem sendo mudado pela medicina atual. 
A classificação do idoso por faixa etária cronológica, nem sempre coincide 
com sua idade biológica, segundo Cardoso et al., (2007), são quatro as seguintes 
etapas de envelhecimento: 
1) Idade Crítica: faixa entre os 45 e 60 anos. Manifestam-se os primeiros 
sinais de envelhecimento com maior predisposição a doenças. 
29 
 
2) Senescência Gradual: faixa dos 60 a 70 anos. Marcada pela instalação de 
deficiências fisiológicas e funcionais, típicas da idade avançada. 
3) Velhice: faixa entre os 70 e 90 anos. O sujeito é caracterizado como 
ancião. 
4) Longevo: mais de 90 anos. O sujeito é considerado grande velho. 
Na medida em que incrementa a idade cronológica as pessoas se tornam 
menos ativas, suas capacidades físicas diminuem e com as alterações psicológicas 
que acompanham a idade (sentimento de velhice, estresse, depressão) existe ainda 
uma diminuição ainda maior da atividade física, que consequentemente facilita a 
aparição de doenças crônicas, que contribuem para deteriorar o processo de 
envelhecimento, acontece por imobilidade e má adaptação e não por causa de 
doenças crônicas (AZEVEDO, 1998). 
 Uma das mais evidentes alterações que acontecem com aumento da idade 
cronológica é a mudança nas dimensões corporais. Com o processo de 
envelhecimento existem mudanças principalmente na estatura, no peso e na 
composição corporal. Apesar do alto componente genético no peso e na estatura 
dos indivíduos, outros fatores como a dieta, a atividade física, fatores psico-sociais e 
doenças, dentre outros, estão envolvidos nas alterações destes dois componentes 
durante o envelhecimento. Existe uma diminuição da estatura com o passar dos 
anos por causa da compressão vertebral, estreitamento dos discos e a cifose. Este 
processo parece ser mais rápido nas mulheres do que nos homens devido 
especialmente a maior prevalência de osteoporose após a menopausa. 
 Embora a maioria dos dados proveja de estudos transversais e não 
longitudinais, outra alteração da estrutura corporal é o incremento do peso corporal 
que geralmente começa em torno dos 45 a 50 anos e se estabilizando aos 70 anos, 
quando começa a declinar até os 80. A perda de peso é um fenômeno multifatorial 
que envolve mudanças nos neurotransmissores e fatores hormonais que controlam 
a fome e a saciedade, a dependência funcional nas atividades da vida diária 
relacionadas com nutrição, o uso excessivo de medicamentos, a depressão e o 
isolamento, o estresse financeiro, as alterações na dentição, o alcoolismo, o 
sedentarismo extremo, a atrofia muscular, e o catabolismo associado à doenças 
agudas e certas doenças crônicas (AZEVEDO, 1998). 
 A importância do Índice de Massa Corpórea (IMC) no processo de 
envelhecimento se deve a que valores acima da normalidade estão relacionados 
30 
 
com incremento da mortalidade por doenças cardiovasculares e diabetes, enquanto 
que índices abaixo desses valores, com o aumento da mortalidade do câncer, 
doenças respiratórias e infecciosas. Além deste aumento da mortalidade, cita 
também a maior prevalência em idosos obesos de osteoartrite do joelho, apnéia do 
sono, hipertensão, intolerância à glicose, diabetes, acidente vascular cerebral, baixa 
auto-estima, intolerância ao exercício, alteração da morbidade e níveis elevados de 
dependência funcional. Da mesma forma, a autora coloca que o peso abaixo do 
ideal está associado com depressão, úlceras, fratura do quadril, disfunção imune, 
aumento da suscetibilidade de doenças infecciosas, prolongando período de 
recuperação de doenças e hospitalizações, exarcebação de doenças crônicas e 
alteração na capacidade funcional. 
O envelhecimento não é uma doença, mas geralmente traz um grande 
número de dificuldades. Este é um processo natural, que, com o passar dos anos 
pode ser influenciado pelas heranças genéticas, hábitos e rotinas diárias, assim 
como pelo ambiente e outros fatores (MARIE; JEAN, 2000 apud CARDOSO et al., 
2007). 
As mudanças psicossociais como sendo modificações afetivas e cognitivas, 
ou seja, efeitos fisiológicos do envelhecimento: consciência da aproximação do fim 
da vida; suspensão da atividade profissional por aposentadoria, o medo de perder o 
emprego podem ocasionar reações de desajuste; sensação de inutilidade; solidão; 
afastamento de pessoas de outras faixas etárias; segregação familiar; dificuldade 
econômica; declínio no prestígio social, experiências e de valores; a perda da 
autoridade que origina comportamentos de autoafirmação e outras (CARDOSO et 
al., 2007). 
 No âmbito das relações familiares, sentimentos como os de perda da 
ocupação e a tendência à solidão podem surgir em função da independência dos 
filhos, viuvez e consequente esvaziamento da casa. Portanto, a relação afetiva no 
contexto familiar é um dos principais fatores de equilíbrio e bem estar dos que 
envelhecem. Assim, a aceitação e respeito, raiva ou rancor são frutos de laços 
sentimentais construídos ao longo do tempo que repercutem no apoio ao idoso e 
que, de maneira relevante, irão exigir um novo mapeamento das relações familiares 
e formas de convivência social (BUSS, 2007). 
Os efeitos da perda da autoridade pela pessoa idosa, que, muitas vezes, 
refere-se à uma doença, ou mesmo pela pobreza e/ou fragilidade emocional tende a 
31 
 
progressivamente perder espaço para os mais jovens, filhos e netos, na decisãode 
aspectos centrais de sua vida (RABACOW et al., 2006). Outro fato relevante é a 
existência de conflitos familiares, os quais contribuem para a desestabilização do 
processo de ajuste social nesta nova fase da vida. Isto, pois, na sociedade de 
consumo em que vivemos, onde o valor social prioritário é o poder econômico, o 
velho é discriminado e excluído por não ser mais “produtivo”, nem se integrar aos 
padrões de beleza e juventude culturalmente valorizados, ou seja, não tem mais 
nenhum valor produtivo e atrativo para a sociedade. 
Sendo assim, pode-se dizer que a velhice reserva uma série de preconceitos 
e tabus que, incorporados e reproduzidos pelos próprios idosos, acentuam a 
tendência de segregação dos mais velhos, sustentada pela ideia de que são 
pessoas que existiram no passado, que realizaram o seu percurso psicossocial e 
que esperam simplesmente o momento de se despedir do mundo (JACOB FILHO, 
2006). 
Deve-se ressaltar que, para a mudança desse quadro, muito tem contribuído 
o crescimento de programas para a terceira idade, que criam oportunidades de 
inserção social e permite aos idosos explorar novas identidades, realizar projetos 
abandonados em outras etapas da vida, estabelecer relações mais profícuas com o 
mundo dos mais jovens e dos mais velhos (REBELATTO et al., 2006). 
A experiência gratificante de velhice que começa a surgir não deve ocultar a 
realidade da dependência e fragilidade desencadeada pelo envelhecimento, muito 
menos atribuir ao indivíduo a responsabilidade pelas perdas vividas. Os autores 
destacam que torna-se preciso propor ações que beneficiem também os idosos 
fragilizados e estimular, sobretudo, a solidariedade pública entre gerações (MARIE; 
JEAN, 2000 apud CARDOSO et al., 2007). 
Já no que diz respeito às mudanças no sistema motor, sabe-se que a 
locomoção é fundamental para a saúde de todo ser humano, e principalmente para o 
idoso. A falta de locomoção pode causar: aumento da osteoporose; úlceras de 
pressão - feridas de atrito, por passar muito tempo na mesma posição; prisão de 
ventre; problemas urinários e respiratórios; redução da força e do tônus muscular; e 
aumento do risco de infecções e embolias (BUSS, 2007). 
A existência de uma ligeira perda nas aptidões psicomotoras, em especial 
naquelas relacionadas à coordenação, à agilidade mental e aos sentidos (visão e 
audição) levando os idosos a um desempenho menos satisfatório quando 
32 
 
submetidos a alguns testes que exigem rapidez de execução ou longa duração. 
Além disso, ocorre uma diminuição na velocidade dos reflexos e da execução de 
gestos e um aumento do tempo de reação devido à diminuição da resposta motora a 
um estímulo sensorial (MAZO et al., 2006; REBELATTO et al., 2006). 
Vale destacar que a prevenção de problemas no aparelho locomotor deve 
garantir a movimentação apropriada e manter a postura sempre correta, evitando 
assim danos à coluna vertebral. Assim sendo, pode-se dizer que o envelhecer 
depende significativamente do estilo de vida que a pessoa assume desde a infância 
ou adolescência, tais como fumar cigarros, praticar regularmente exercícios físicos 
ou esportes, ingerir alimentos saudáveis, tipo de atividade ocupacional, etc. Hoje, 
sabe-se que o processo de envelhecimento não é uniforme. O organismo envelhece 
como um todo, enquanto que seus órgãos, tecidos, células e estruturas subcelulares 
têm envelhecimentos diferenciados, parecendo este fenômeno ser determinado, 
basicamente, pela hereditariedade (SANTOS; PEREIRA, 2006). 
Durante o envelhecimento vários processos fisiológicos se modificam. No 
sistema nervoso, ocorre uma diminuição do seu volume do sistema nervoso central 
(perda de neurônios e outras substâncias) e as fibras nervosas perdem a sua 
mielina, responsável pela velocidade de condução do estimulo nervoso (BARBOSA, 
2003). 
Contudo, as funções intelectuais também se alteram, como por exemplo: 
dificuldade nos processos de aprendizagem e de memorização, o que 
provavelmente está relacionado com as alterações químicas, neurológicas e 
circulatórias que afetam a função cerebral; diminuição da eficácia da oxigenação e 
nutrição celular e diminuição na aprendizagem associada às deficiências nas 
sinapses e na disponibilidade de determinados neurotransmissores. Por 
conseguinte, há uma assimilação mais lenta de conhecimento, refletindo 
significativamente na formação de memória de curto prazo (imediata) apesar da 
conservação da memória de longo prazo (fixação); dificuldade na organização e 
utilização das informações armazenadas e diminuição da memória visual e auditiva 
de curto prazo. 
Entretanto, em relação à inteligência, não se pode afirmar que haja declínio 
acentuado com o avançar da idade, o que ocorre é fadiga mental, desinteresse, 
diminuição da atenção e concentração; fatores estes que geralmente estão 
associadas ao declínio da inteligência. 
33 
 
Além da lentidão progressiva, que é constantemente observada nos idosos, 
há ainda mudanças em funções como: memória recente, sono, controle muscular, 
coordenação motora e percepção. Com o envelhecimento, a aptidão para aprender 
novas atividades e para recordar fatos e situações fica mais lenta e requer mais 
esforços. Os danos na memória, principalmente a recente, são graduais e 
complexos (SANTOS; PEREIRA, 2006). 
Além disso, pode-se observar, uma regressão no ponto de vista psíquico do 
idoso, enfraquecimento da vitalidade e dificuldade de adequação a novas situações. 
Pode haver a redução na habilidade de comunicação e no entusiasmo, além de 
tendências pré-depressivas (TERRA, 2001). 
Porém, a inteligência adquirida com a vivência não parece ser afetada com a 
idade, apenas o raciocínio rápido pode apresentar modificações, como: o 
aparecimento de novos atributos que mostram sinais de amadurecimento e equilíbrio 
emocional, com uma ótica mais ponderada das situações e o predomínio de 
pensamentos e sentimentos voltados para o interior (JACOB FILHO, 2006). 
Percebe-se assim que, as modificações relacionadas com o sistema nervoso 
central (SNC) se apresentam em variados aspectos, como motor, sensorial, 
intelectual e comportamental. 
No entanto, ocorrem também mudanças na musculatura, ou seja, no sistema 
musculoesquelético na ossada e nas articulações. Estas modificações afetam a vida 
diária do idoso, impedindo até que se movimente sozinho, pela dificuldade da 
mobilidade das articulações. Podemos observar uma redução generalizada da 
massa óssea (osteopenia) - especialmente nas mulheres a partir da menopausa. Os 
ossos tornam-se mais frágeis por causa da osteoporose, ficando mais propensos à 
fratura e colaborando para a degeneração das vértebras, tornando a postura do 
idoso mais curvada (LEITE, 2000). 
Outros aspectos consideráveis são a redução da altura do idoso e a perda 
progressiva da massa muscular, que acarreta a rigidez dos tendões, a diminuição da 
força e da agilidade de contração, e a lentidão dos movimentos. 
Miranda (1994, p. 33) assinala que, 
 
[...] embora se reconheça a gravidade cada vez maior da questão da 
velhice, a multiplicidade de problemas e, particularmente, a situação de 
marginalidade e abandono em que se encontram a infância e a juventude 
brasileira, relegam para um segundo plano as ações em favor da terceira 
idade. 
34 
 
Segundo afirma Salgado (1999, p. 99), ao se analisar a questão dos idosos 
no Brasil, percebe-se que vivem num “[...] meio relativamente hostil à sua presença, 
da falta de preparo à aposentadoria, da precária situação econômica, e, nem sempre 
têm encontrado condições para uma vida integrada e participativa”. 
Diante desses fatos, os desafios trazidos pelo envelhecimento da populaçãotêm diversas dimensões e dificuldades, mas nada é mais justo do que garantir ao 
idoso a sua integração na comunidade, entretanto, a rejeição sofrida por ele diante 
do meio em que vive se configura um dos mais graves problemas. 
Salgado (1999, p. 99) ressalta que “[...] a tendência à marginalização social 
do idoso se traduz especialmente pela falta de participação no processo de 
integração na sociedade”. 
Assim sendo, pode-se considerar a marginalização como uma situação 
oposta à de integração social, sendo que, a verdadeira integração social exige 
algumas condições básicas, dentre as quais a integração sociocultural, exigindo uma 
integração aos padrões comportamentais das instituições e dos diversos grupos, 
garantindo uma cooperação positiva na estrutura socioeconômica (MIRANDA, 
1994). 
Dessa forma, cabe a explicação de Salgado (1999), na qual informa que a 
marginalidade se dá, em grande parte, pelos condicionamentos socioculturais, na 
medida em que os mais idosos e, sobretudo, os aposentados, deixam de ser 
importantes para o próprio grupo social a que pertencem, sendo considerados 
improdutivos. 
Para tanto, o autor (1999, p. 101) ainda destaca: 
 
[...] os indivíduos que envelhecem têm grande responsabilidade por essa 
situação. A sociedade não lhes nega a experiência maior e o poder de 
transmiti-la aos mais jovens, porém, via de regra, eles mesmos não 
possuem habilidade para fazê-lo e suas tentativas acabam se convertendo 
em conflitos, que perpetuam cada vez mais a dificuldade de comunicação 
entre as gerações. Essa inabilidade no trato com os mais jovens decorre, 
frequentemente, de uma atitude comportamental, consubstanciada com o 
espírito de autoridade sobre as gerações mais jovens; resulta que a 
experiência que se desejava transmitir, assume características de ordem, 
inibindo, assim, as vivências particulares de cada um. Por outro lado, o 
desequilíbrio do mais velho, motivado pela própria rejeição a seu 
envelhecimento, não lhe oferecer condições de estabilidade emocional, nem 
consegue torná-lo um exemplo. 
 
35 
 
 Assim, embora se deva recusar a existência de um meio por vezes hostil ao 
idoso, com a consequente rejeição de sua participação, não se pode ignorar também 
a existência, nos próprios idosos, de um comportamento de autorrejeição do 
processo e de todas as situações e circunstâncias decorrentes do envelhecimento 
(MIRANDA, 1994). 
 Ocorre, portanto, uma rejeição, não apenas dupla, mas recíproca, a do meio. 
De início, espontânea, é acentuada pelos comportamentos individuais dos que 
temem e não aceitam o próprio envelhecimento. 
 De acordo com Neri (2002), um fator importante e preocupante, que deve ser 
comentado é a influência que a mídia exerce sobre o homem em geral, é que parece 
que ele, principalmente o brasileiro nem sempre saber envelhecer, nota-se que a 
cada dia, tem se deixado influenciar pela propaganda que tanto cultua as qualidades 
e o vigor dos jovens, fazendo assim com que, procurem manter-se eternamente 
nessa faixa de idade. 
 Tanto isso é verdade que, Szajman (1994) também concorda em dizer que: 
 
[...] os meios de comunicação desempenham um papel importante na 
elaboração de todo esse processo mental e podem reforçar esses 
preconceitos ou impor ideias como simples produtos de mercado, tal a sua 
força de construção ou de destruição (p. 2). 
 
 Assim, acaba não querendo pensar na velhice, entretanto, quando ela chega, 
traz consigo uma série de desajustes de diversas ordens, evidenciando a 
inadaptabilidade a um tempo de vida que coloca algumas restrições e exige uma 
preparação para enfrentá-las. 
 E o pior de tudo como muito bem coloca Szajman (1994): “A imagem negativa 
da velhice é tão forte que, sem perceber, incorporamos esse preconceito com a 
maior naturalidade” (p. 2). 
 Portanto, é preciso resgatar a verdade, fazer justiça e mostrar a realidade dos 
fatos. Mais do que isso, torna-se urgente que todas as forças vivas da sociedade 
contribuam, cada qual à sua maneira, para que os idosos possam superar suas 
próprias limitações e, sobretudo os preconceitos que são verdadeiras barreiras para 
o exercício de sua cidadania e que as leis realmente sejam colocadas em práticas, 
garantindo assim os seus direitos. 
36 
 
 Após sete anos tramitando no Congresso, o Estatuto do Idoso foi aprovado 
em setembro de 2003 e sancionado pelo presidente da República no mês seguinte, 
ampliando os direitos dos cidadãos com idade acima de 60 anos. Mais abrangente 
que a Política Nacional do Idoso, lei de 1994 que dava garantias à terceira idade, o 
estatuto institui penas severas para quem desrespeitar ou abandonar cidadãos da 
terceira idade. 
 Para tanto, o Guia Serasa de Orientação ao Cidadão (apud FAVARO, 2011) 
cita os principais pontos do estatuto, que são: Saúde, Transportes Coletivos, 
Violência e Abandono, Entidades de Atendimento ao Idoso, Lazer, Cultura e 
Esporte, trabalho e habitação. 
 Quanto à saúde, o idoso tem atendimento preferencial no Sistema Único de 
Saúde (SUS); a distribuição de remédios, principalmente os de uso continuado 
(hipertensão, diabetes etc.), deve ser gratuita, assim como a de próteses e órteses; 
os planos de saúde não podem reajustar as mensalidades de acordo com o critério 
da idade; e, o idoso internado ou em observação em qualquer unidade de saúde tem 
direito a acompanhante, pelo tempo determinado pelo profissional de saúde que o 
atende. 
 Já no que se refere aos transportes coletivos, os maiores de 65 anos têm 
direito ao transporte coletivo público gratuito. Antes do estatuto, apenas algumas 
cidades garantiam esse benefício aos idosos. A carteira de identidade é o 
comprovante exigido. Assim, nos veículos de transporte coletivo é obrigatória a 
reserva de 10% dos assentos para os idosos, com aviso legível. Já nos transportes 
coletivos interestaduais, o estatuto garante a reserva de duas vagas gratuitas em 
cada veículo para idosos com renda igual ou inferior a dois salários mínimos. Se o 
número de idosos excederem o previsto, eles devem ter 50% de desconto no valor 
da passagem, considerando-se sua renda. 
 Quando o assunto é violência e abandono, o estatuto diz que nenhum idoso 
poderá ser objeto de negligência, discriminação, violência, crueldade ou opressão. 
Quem discriminar o idoso, impedindo ou dificultando seu acesso a operações 
bancárias, aos meios de transporte ou a qualquer outro meio de exercer sua 
cidadania pode ser condenado e a pena varia de seis meses a um ano de reclusão, 
além de multa. Outro fator é quanto às famílias que abandonam o idoso em hospitais 
e casas de saúde, sem dar respaldo para suas necessidades básicas, estas podem 
ser condenadas a penas de seis meses a três anos de detenção e multa. Já para os 
37 
 
casos de idosos submetidos a condições desumanas, privados da alimentação e de 
cuidados indispensáveis, a pena para os responsáveis é de dois meses a um ano de 
prisão, além de multa. Se houver a morte do idoso, a punição será de 4 a 12 anos 
de reclusão. 
 Portanto, qualquer pessoa que se aproprie ou desvie bens, cartão magnético 
(de conta bancária ou de crédito), pensão ou qualquer rendimento do idoso é 
passível de condenação, com pena que varia de um a quatro anos de prisão, além 
de multa. 
 No que diz respeito à entidades de atendimento ao idoso, a legislação dispõe 
que o dirigente de instituição de atendimento ao idoso responde civil e criminalmente 
pelos atos praticados contra o idoso. A fiscalização dessas instituições fica a cargo 
do Conselho Municipal do Idoso de cada cidade, da Vigilância Sanitária e do 
Ministério Público (MP). A punição em caso de mau atendimento aos idosos vai de 
advertênciae multa até a interdição da unidade e a proibição do atendimento aos 
idosos. 
 Quanto ao lazer, cultura e esporte, diz o estatuto que todo idoso tem direito a 
50% de desconto em atividades de cultura, esporte e lazer. 
 Já quanto ao trabalho, é proibida a discriminação por idade e a fixação de 
limite máximo de idade na contratação de empregados, sendo passível de punição 
quem o fizer. O primeiro critério de desempate em concurso público é o da idade, 
com preferência para os concorrentes com idade mais avançada. 
 Por fim, quando o assunto é a habitação, o estatuto dispõe que é obrigatória a 
reserva de 3% das unidades residenciais para os idosos nos programas 
habitacionais públicos ou subsidiados por recursos públicos. 
 
2.2 O Trânsito 
 
 O Trânsito, segundo Laks et al., (1999), pode ser definido como sendo o 
movimento ou a parada de pessoas, que andam a pé, utilizam veículos ou animais 
para deslocaram-se ou realizarem transportes, em vias públicas. 
 Trânsito, na visão de Tolentino (2013), é o conjunto de deslocamentos diários 
de pessoas pelas calçadas e vias; é a movimentação geral de pedestres e de 
diferentes tipos de veículos. O trânsito ocorre em espaço público e reflete o 
movimento de múltiplos interesses, atendendo às necessidades de trabalho, saúde, 
38 
 
lazer e outros, muitas vezes conflitantes. Para garantir o equilíbrio entre esses 
interesses coletivos é que se estabelecem acordos sociais, sob formas de regras, 
normas e sinais que, sistematizados, formam as leis. Compreender as leis de 
trânsito e respeitá-las garante a proteção da vida, que é nosso bem maior. 
 Já Rozestraten (1988) diz que trânsito é um conjunto de deslocamentos de 
pessoas e veículos nas vias públicas, dentro de um sistema convencional de 
normas, que tem por fim assegurar a integridade de seus participantes. Assim, 
considera-se trânsito a utilização de vias por pessoas, veículos e animais isolados 
ou em grupo, conduzidos ou não, para fins de circulação, parada, estacionamento e 
operação de carga e descarga. 
 O Código de Trânsito Brasileiro (CTB), através da Lei nº 9.503, 23/09/1997 
dispõe que o Trânsito é a Movimentação e imobilização de veículos, pessoas e 
animais nas vias terrestres. 
 Segundo o DETRAN (2012), os elementos do trânsito são: o ser humano, a 
via, o veículo e o animal. 
 Quanto ao ser humano, considera-se usuário do trânsito toda pessoa que se 
utiliza das vias públicas como passageiro, pedestre, condutor e cavaleiro, que 
utilizam as vias públicas para irem de um lugar para outro ou transportarem coisas. 
 Já a via é o ambiente natural e tecnologicamente transformado que deve 
priorizar o espaço específico e seguro para quem anda a pé, ou é passageiro ou 
conduz veículo ou é cavaleiro. Na via existem regras de circulação que devem ser 
conhecidas e sempre respeitadas, independentemente das vias estarem 
pavimentadas e sinalizadas. 
 No que se refere aos veículos, estes podem ser: 
 Automotores – ciclomotores, motocicletas, motonetas, automóveis, 
microônibus, ônibus, caminhonete, caminhão, etc.; 
 Elétricos – bonde, metrô; 
 Propulsão humana – bicicletas, triciclos, carro de mão (vendedores 
ambulantes, catadores de produtos recicláveis); 
 Tração animal – charrete, carroça, carro de bois, etc.; 
 Reboque e semi-reboque. 
39 
 
No que se refere aos animais, são os utilizados para montaria e tração 
veicular, os selvagens que devem ser respeitados e preservados e os animais 
domésticos que não devem estar soltos nas vias. 
 
2.3 Acidentes de Trânsito e o Idoso 
 
 Os acidentes de trânsito no Brasil atualmente, fazem com que uma grande 
quantidade de vidas sejam perdidas anualmente. Segundo dados do DENATRAN, 
em 2005 foram mais de 26 mil mortos em acidentes, 513 mil feridos do total de 
383.371 acidentes com vítimas. São números assustadores maiores do que sérias 
doenças que atingem a população brasileira. 
 Contudo, os números apresentados ainda podem ser questionados em razão 
de não refletir a real situação do País, por conta de várias cidades e, principalmente, 
Estados não terem fornecido a totalidade dos dados, e também por saber que 
muitas vítimas fatais ainda constam como feridos nas estatísticas, isso porque, 
aqueles que saíram com vida do acidente, mas vieram a falecer a partir das 72 
horas, terão a tendência de constarem nas estatísticas de acordo com o registro 
inicial feito no local do acidente. Assim, o número de mortos é maior e o número de 
feridos é menor do que constam na estatística. 
 Estatisticamente, 75% dos acidentes foram causados por falha humana 
(condutor), 12% por problemas nos veículos, 6% por deficiências das vias e 7% por 
causas diversas, ou seja, podemos dizer que o homem, no mínimo, é responsável, 
direta ou indiretamente, por 93% dos acidentes. Na atualidade, o Brasil participa 
com apenas 3,3% do número de veículos da frota mundial, mas é responsável por 
5,5% dos acidentes com vítima fatal, registrados em todo mundo. 
 Dados do Ministério da Saúde (MS) revelam que, no Brasil, 93 mil idosos são 
internados a cada ano em consequência de quedas, por violências e agressões e 
20% por acidentes de trânsito. 
 
2.4 O Trânsito e o Idoso 
 
 Conforme verificado até então, o aumento da população de idosos é uma 
importante conquista da sociedade atual. No entanto, percebe-se que este fato, gera 
uma série de novas circunstâncias relacionadas à manutenção da saúde, 
40 
 
manutenção de habilidades físicas, cuidados médicos e de enfermagem especiais, 
além de gerar modificações ambientais, visando sempre uma melhor qualidade de 
vida à população. 
 Assim, a Companhia de Engenharia de Transporte e Trânsito (CETTRANS, 
2013) menciona que com o avanço da idade o grau de independência individual 
diminuiu, gerando consequências ao meio em que o idoso vive: necessidade de 
acompanhante, de locais apropriados, diminuição na altura de degraus, ou aumento 
no tempo de sinal de trânsito, etc. 
 A CETTRANS (2013) ainda destaca que há também uma tendência a 
aumentar os cuidados com a saúde, que em determinadas circunstâncias são 
especiais, como por exemplo, a utilização de dietas apropriadas. Tais fatos exigem o 
aprimoramento de todos os setores relacionados com a terceira idade e 
evidentemente um significante aumento de custos. 
 Contudo, é preciso analisar que, muitas pessoas com mais de 70 anos, às 
vezes até antes disso, deixam de dirigir, ainda que o façam bem, na maioria das 
vezes para não correrem riscos de acidentes provocados por motoristas agressivos 
e imprudentes. 
 Porém, na visão ainda da CETTRANS (2013), o motorista idoso é 
considerado educado e cuidadoso, sendo um observador atento às leis de trânsito, 
sendo pequena a ameaça que estes representam para o trânsito. No entanto, a 
maneira nervosa como se dirige no País, exige interação entre estímulos e 
respostas rápidas, obrigando o motorista responsável a manter atenção redobrada. 
 Para tanto, ao analisar o idoso no contexto do trânsito, nota-se que ele 
participa como motorista, pedestre, ciclistas, motociclistas e passageiros. 
 Os principais motivos de deslocamentos dos idosos sejam como motoristas 
ou usuários de transporte público são para: compras, fazer visitas, se hospedar na 
casa de um parente, ir ao médico, viagens de recreação, esportes e passeios. 
 Um estudo realizado pela Fundação Oswaldo Cruz (2000) sobre a 
mortalidade por causas externas em idosos no Brasil, nas capitais de regiões 
metropolitanas, 29,6% das ocorrências são em acidentes de trânsito/transportes e 
16,6% das ocorrências são de quedas em calçadas e travessias de ruas e vias. 
 Para o idoso

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