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UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP ALISSON ALEIXO CABRAL SILVA DEIVID UESLLEI AFONSO SEVERIANO LEILA CORREA BELTRAM TÂNIA MARIA CAMPOS DO NASCIMENTO ATIVIDADE FÍSICA E QUALIDADE DE VIDA: UM ESTUDO ACERCA DA IMPORTÂNCIA DA MUSCULAÇÃO PARA O PÚBLICO DA TERCEIRA IDADE. Porto velho-RO 2023 ALISSON ALEIXO CABRAL SILVA DEIVID UESLLEI AFONSO SEVERIANO LEILA CORREA BELTRAM TÂNIA MARIA CAMPOS DO NASCIMENTO ATIVIDADE FÍSICA E QUALIDADE DE VIDA: UM ESTUDO ACERCA DA IMPORTÂNCIA DA MUSCULAÇÃO PARA O PÚBLICO DA TERCEIRA IDADE Monografia apresentada à disciplina Metodologia de pesquisa, como requisito final para obtenção do título de Graduação do Curso de Educação Física da Universidade Paulista – UNIP. Porto velho – RO 2023 Dedicamos este trabalho aos nossos familiares, pois sem eles não chegaríamos ao fim dessa jornada. Gratidão! A sabedoria começa com a reflexão. Sócrates SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 6 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................................................... 8 2.1 A importância da atividade física na terceira idade ......................................... 8 2.2 O envelhecimento humano: quadro fisioológico, social e psicológico ....... 10 2.2.1 Do quadro fisiológico do envelhecimento ........................................................ 10 2.2.2 Do quadro social do envelhecimento ............................................................... 12 2.2.3 Do quadro psicológico do envelhecimento ...................................................... 13 2.3 A relevância da musculação na terceira idade .............................................. 14 2.3.1 Benefícios da musculação para a terceira idade ............................................. 16 3 DA METODOLOGIA ............................................................................................. 17 3.1 Métodos da pesquisa ....................................................................................... 17 3.2 Locus da pesquisa ........................................................................................... 18 3.2.1 Da população e da amostra ............................................................................ 19 4 DOS RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................................... 20 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 27 6 REFERÊNCIAS .................................................................................................... 29 1 INTRODUÇÃO Há uma máxima entre os estudiosos da área da saúde que comumente é explanada em suas pesquisas de que se o indivíduo, seja ele do sexo masculino ou feminino, adotasse como hábito a prática de atividade física desde a infância, esse mesmo indivíduo não sofreria com os malefícios que poderiam aparecer na chegada da terceira idade. Esse pensamento, vale ressaltar, corrobora com os pressupostos de que o corpo humano passará por diversas alterações, à medida que a idade avança, e a perda de massa muscular se torna um dos grandes sintomas a ser percebido no corpo. E essa perda de massa muscular resulta, nos indivíduos da terceira idade, além da perda de força, em problemas de diminuição do desempenho físico e culmina na não efetivação de tarefas simples do dia-a-dia (MARCHI NETTO, 2004). Nesse sentido, é com esse ínterim de pensamento que a proposta desse projeto é abordar como a prática da atividade de musculação pode trazer beneficio aos eres humanos pertencentes à faixa da terceira idade de vida. Dessa forma, e levando em consideração que o tema da pesquisa discorrerá acerca da Musculação na terceira a delimitação do problema será a partir da questão-problema: A atividade de musculação praticada pelas pessoas da terceira idade pode ser considerada como importante indicador para e saúde e qualidade de vida? Como hipótese do problema acima, pressupomos que em razão de a funcionalidade motora ser uma das condições essenciais para que o idoso tenha qualidade de vida, sendo que, fatores como o fortalecimento de músculos e dos ossos, evitam possíveis quedas que culminam em fraturas e interrupção de suas atividades, os exercícios de musculação, portanto, se mostram eficazes na promoção de saúde e bem estar do público da terceira idade. O presente estudo, destarte, detém de importância a sua execução uma vez que já restou comprovado que a há algum tempo o Brasil vem registrando o aumento da população pertencente à terceira idade, sendo uma consequência, principalmente, em razão do crescimento da estimativa de vida dos brasileiros. Dessa maneira, a justificativa para propor um estudo acerca dos benefícios da atividade de musculação às pessoas da terceira idade se consolida pois, além de demonstrar que a ciência se preocupa com a promoção do bem estar e da qualidade de vida dessas pessoas, preocupa-se, sobretudo com os aspectos da saúde dos indivíduos idosos, visto que com é sabido, a musculação tem se confirmado como uma importante ferramenta para prevenção e controle de doenças intrínsecas ao processo de envelhecimento, destacando-se, ainda, na promoção de independência, vigor, socialização e bem- estar à terceira idade. Dessa maneira, é importante mencionar que defendemos essa proposta de estudo em razão de que a prática de musculação tem se tornado, ao longo dos últimos anos, uma relevante ferramenta no sentido de prevenir e de controlar o surgimento de doenças pertinentes às pessoas que se inserem à terceira idade, bem como ao processo de envelhecimento (RABELO, et al, 2020). Ainda, de acordo com o pensamento de Rabelo (et al, 2020), fomentar a prática de musculação aos humanos da terceira idade é uma forma de promover a potencialização da qualidade de vida a essa população, uma vez que isso possibilita a estimulação aos idosos a superar os mais diversos desafios que chegam com o avanço da idade. Nesse sentido, o objetivo geral do estudo é apresentar, através de revisão bibliográfica, quais os benefícios da atividade de musculação às pessoas da terceira idade. Por conseguinte, os objetivos específicos se norteiam em analisar como a musculação desempenha um importante papel biológico e psicossocial na vida das pessoas acima dos 60 anos; descrever quais são as principais doenças que podem ser prevenidas e/ou controladas, a partir da prática de atividades físicas, dando ênfase às de musculação; e apresentar um quadro comparativo, do antes e depois, de idosos que iniciaram a prática de atividade de musculação, no tocante ao ganho de qualidade de vida. Na seara da metodologia, o estudo se consumou no que concerne aos procedimentos, como uma pesquisa bibliográfica. Salientando que essa abordagem da revisão bibliográfica se realizou sob o viés da pesquisa qualitativa no que tange à temática da importância da musculação na terceira idade. Quanto aos objetivos da pesquisa a mesma se desenvolveu como descritiva, num primeiro momento, e, posteriormente, documental. E, por último, foi necessário a realização de uma fase de pesquisa de campo, com o intuito de conhecer in loco como são realizadas as atividades de musculação com o públicoda terceira idade. 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 2.1 A importância da atividade física na terceira idade Estudos desde a década de 90 vem alertando sobre como o perfil da população mundial, e nisso se inclui o Brasil, como um dos países que está envelhecendo na mesma velocidade de sua população. Esses estudos asseguram, também, que o envelhecimento populacional é um dos acontecimentos que mais se torna evidente nas camadas sociedades atuais, e que a população de mais idade, a idosa, vem, substancialmente, aumentando, resultando em uma maior expectativa de vida (KALACHE, VERAS e RAMOS, 1997). No ano de 2010, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, publicava que o Brasil vinha percorrendo a passos largos por uma transformação no que diz respeito ao seu perfil populacional e demográfico, o que segundo o Instituto, culminaria, por efeito, no aumento da expectativa de vida. Essas informações iam de encontro com os dados da Organização das Nações Unidas, que naquela época já presumia que no país haviam aproximadamente mais de 20 milhões de pessoas pertencentes ao grupo considerando de terceira idade. Em 2018, essa população, no Brasil, já ultrapassa os mais de 31 milhões de pessoas idosas (IBGE, 2018). A par desse contexto acima, é importante relatar que o modo processual do envelhecimento, é determinado por várias etapas e fatores ao longo da vida, perpassando por inúmeras alterações e mudanças que se orientam desde o momento do nascimento até os primeiros sinais do envelhecimento. Essas fases costumar apresentar significativas diferenças na vida de cada ser humano, e que obedecem a cada caso de forma específica em cada sujeito diferente. A esse respeito Mazzeo (et al, 1998) discorre que em se tratando do processo de envelhecimento, podemos inferir que ele acontece de forma complexa e que envolve muitos fatores e suas variáveis desde estilo de vida, genética o surgimento de doenças que podem interagir entre si. Dessa forma, o que se presume a partir dos ensinamentos de Mazzeo (et al, 1998) é que considerando que o envelhecer envolve várias motivações e condições distintas, o mesmo, é percebido de formas diferentes no processo de envelhecimento humano. Nesse processo de envelhecimento consideram-se alguns aspectos diferencias que são os aspectos sobre os quais o envelhecimento influencia na vida do homem, que são os aspectos biológico, psicológico e sociológico. Sobre essas definições dos aspectos apontados acima, temos o que ensina Filho (2005): O aspecto biológico liga-se ao envelhecimento orgânico, à diminuição da capacidade do funcionamento dos órgãos. O aspecto social se refere à capacidade de sociabilidade, da sua ocupação como membro efetivo na sociedade. E o aspecto psicológico refere-se às competências comportamentais que o homem deve exercer; tem estreita ligação com a inteligência e memória humana (Filho, 2005, p. 21). Desta forma, o envelhecimento é um processo natural inerente a todo ser humano. Contudo, para algumas pessoas, esse fenômeno ocorre gradativamente, devido às mudanças que variam de indivíduo para indivíduo, de acordo com as suas particularidades. Contudo, a velhice é uma etapa vital que, atualmente vem sendo prolongada, mas, as limitações interferem na qualidade de vida do idoso em frente a alguns desafios, como a perda progressiva de aptidões físicas e capacidade funcional; aumentando o risco do sedentarismo, que limita a capacidade do idoso para realizar, com vigor, as suas atividades do quotidiano e colocam em maior vulnerabilidade a sua saúde e aptidão física. Nesse sentido, a aptidão física é definida por Lima (2002), como sendo a capacidade funcional do indivíduo de executar uma determinada tarefa. Para o idoso, tal capacidade fica comprometida, o que poder ser caracterizado como o envelhecimento biológico, evidenciado por Guccione (2000), quando afirma que as alterações associadas à idade relacionadas a estruturas físicas e ao funcionamento do organismo e, que afetando a capacidade de sobrevivência da pessoa ou funcionamento são chamadas de envelhecimento biológico. Nesse contexto, devido à vida menos ativa do idoso relacionada ao aumento da idade, ocorre uma perda na capacidade funcional e uma diminuição na prática de atividade física, ocasionando o surgimento de doenças que acarretam a deterioração do processo de envelhecimento, pondo em risco a qualidade de vida do idoso, por limitar a sua capacidade funcional. Dos diversos estudos abordados para esta pesquisa, faz-se relevante destacar os pressupostos defendidos por OKUMA (1998), que há muito tempo vem pesquisando sobre a importância de atividades físicas ao público da terceira idade. Segundo a pesquisadora, as atividades físicas muito contribuem para o melhoramento da saúde de idosos, maximizando, sobremaneira, à qualidade de vida desse público. Vale salientar que a autora destaca, ainda, que está cientificamente comprovado que idosos que praticam exercícios físicos regularmente ocaciona na redução da degeneração resultante do envelhecimento biológico e físico das pessoas (OKUMA, 1998). Corrobora com esse pensamento os ensinamentos de Hermínio Cavalinho (2013), uma vez que em sua produção científica assevera que quais sejam as tipologias de atividades e exercícios físicos, e sendo executados sob supervisão profissional, os ganhos e benefícios no que tange à qualidade de vida dos idosos tem significativas melhoras. O autor ressalta, no entanto, que a escolha do tipo e/ou da modalidade de exercício deverá ser realizada atendendo as individualidades de cada idoso, no sentido de que os resultados sejam potencializados. Dessa forma, e considerando que o escopo deste projeto de pesquisa é fazer uma abordagem no que tange à importância da atividade física, principalmente os exercícios de musculação, faz-se imperioso mencionar as palavras de Chagas (2008), onde se pode depreender que a atividade de musculação é o exercício físico capaz de proporcionar aos músculos significativos efeitos sobre a estrutura muscular, além, vale evidenciar, do ganho de força aos músculos. Coadunam com as premissas do autor acima os ensinamentos de Rocha (2013), visto que na sua concepção, o idoso praticante de atividade de musculação terá como resultado os benefícios de prevenção de algumas doenças, melhora na mobilidade e movimentação corporal, o que substancialmente, proporcionará qualidade de vida. De acordo, ainda, com Rocha (2013), em se tratando que o objetivo primordial da atividade de musculação é o condicionamento do musculo ao ganho da força muscular, esses ganhos, todavia, só se concretiza se os exercícios forem realizados de forma efetiva, sistêmica e persistente por parte do praticante. 2.2 Envelhecimento humano: quadro fisiológico, social e psicológico 2.2.1 Do quadro fisiológico Entre todos os fatores do envelhecimento o aspecto fisiológico é o mais visível, pois pode ser evidenciado fisicamente em qualquer indivíduo da terceira idade. Segundo Bealtes (1998) “a estatura decresce cerca de 1 centímetro a cada dez anos, o diâmetro do crânio aumenta bem como a caixa torácica, o que guarda relação com a diminuição da elasticidade pulmonar, a quantidade de água do corpo diminui 15 a 20% e ocorre também um incremento da massa de gordura”. Além dessas características, pode ser visto a perda da mobilidade articular e da força muscular, diminuição da taxa de metabolismo basal, perda de neurônios, diminuição da elasticidade pulmonar, problemas renais, digestivos, endocrinológicos. Essa redução é capaz de produzir uma diminuição das capacidades funcionais do organismo em todos os setores, com a diminuição do número de células ativas, lentificação das respostas aos estímulos externos e desorganização dos sistemas de controle, provocando o decréscimoprogressivo da eficácia dos diferentes órgãos e funções do organismo. (VARGAS, 1983). Envelhecimento orgânico é um processo onde há transformações irreversíveis ao longo do tempo, caminhando para a morte, representando uma etapa do desenvolvimento individual. O sistema nervoso central é a principal parte a ser afetada, havendo uma diminuição da substância cinzenta a nível cerebral e medular. Segundo Geist, citado por Vargas (1993), o envelhecimento produz as seguintes modificações orgânicas: Aumento do tecido conjuntivo no organismo; Perda gradual das propriedades elásticas do tecido conjuntivo; Desaparecimento de elementos celulares do sistema nervoso; Redução da quantidade de células de funcionamento normal; Aumento da quantidade de gordura; Diminuição do consumo de oxigênio; Diminuição da quantidade de sangue que o coração bombeia em estado de repouso; Menor expulsão do ar dos pulmões do que quando o organismo é mais jovem; Diminuição da força muscular; A excreção de hormônios, em particular o das glândulas sexuais e suprarenais, é menor que o normal (VARGAS, 1993, p. 29). Esses aspectos são os que com o tempo pode se verificar de forma fenótipa e genotipicamente, uma vez que muitas dessas características e desses acontecimentos fisiológicos podem demorar ou não aparecer, de acordo com cada pessoa e de como essa pessoa tem encarado a chegada da velhice. 2.2.2 Do quadro social do envelhecimento O envelhecimento tem diversas características de acordo com a sociedade em que o indivíduo idoso está inserido. Em uma sociedade capitalista onde a competição é altamente acirrada o velho é discriminado, pois os idosos não fazem mais parte da parcela da população trabalhadora, eles não estão mais habilitados para a estrutura de produção, por isso são reduzidos socialmente. No entanto, nas sociedades orientais, as pessoas idosas são as mais valorizadas devido a toda sua experiência e bagagem de vida que conseguiram. As sociedades da Antiguidade, em geral, consideravam o estado de velhice altamente dignificante e acatavam como um sábio todo aquele que atingia a terceira idade. Em algumas tribos esquimós, o envelhecimento só chegava para os indivíduos no momento em que não mais conseguiam, por si sós, promoverem suas próprias necessidades e colaborarem no trabalho geral do grupo. Sentindo-se, então, pesados ao demais, recorriam ao suicídio, solução indicada pela própria cultura para aqueles que, incapacitados para a vida normal, eram considerados velhos e deviam desaparecer (RAUCHBACH, 2001). No Brasil fica evidente a distinção dos idosos dependendo da região em que estão inseridos. No Nordeste há o predomínio da família patriarcal, onde é muito forte a presença da cultura indígena, em que o velho desempenha papel de destaque, de transferir para os jovens a cultura da tribo, seu folclore, suas crenças, suas histórias, sendo o mais respeitado de todos os indivíduos, justamente pela experiência acumulada ao longo da vida. No sul, predomina a sociedade industrial, marcada pelo acirramento da competição entre as pessoas, na busca de promoção social e humana, 10 resultante direta da estrutura de produção. Dentro deste quadro, os inabilitados são reduzidos socialmente (RAUCHBACH, 2001). Em nosso país é fácil identificar indivíduos que se sentem velhos, isso ocorre quando perdem um emprego para alguém aparentemente mais novo, ou quando não consegue um emprego por ser velho demais, entre vários outros fatores que ocorrem com o indivíduo que está envelhecendo (MARQUEZ, 1998). Além disso, a nossa sociedade penaliza os idosos com a falta de recursos comunitários e institucionais para atende-los em suas necessidades básicas de saúde, de segurança e de apoio psicossocial (NOVAES, 1995). Com isso os idosos vão sendo cada vez mais deixados de lado pela sociedade, mesmo que seja de conhecimento geral que o envelhecimento chegará para todos que não morrerem precocemente. Nesse sentido, quando o indivíduo chega na terceira idade ele é confrontado com novos desafios, outras exigências, entrarão em um estado de insegurança, de medo, de tensão e inadaptação que podem provocar atitudes de acomodação ou indiferença, afetando sua personalidade levando-o, assim ao isolamento e ao sentimento de inutilidade. Com isso o apoio familiar, de outros idosos e de si próprio é de fundamental importância para que o idoso possa se sentir valorizado nessa fase da vida (MARQUEZ, 1998). 2.2.3 Do quadro psicológico do envelhecimento Na medida em que a velhice avança, o equilíbrio psicológico se torna mais difícil, pois a longa história da vida acentua as diferenças individuais, quer pela aquisição de um sistema de reivindicações e desejos pessoais, quer pela fixação de estratégias de comportamento (RAUCHBACH, 2001). O envelhecimento em seu aspecto psicológico é evidenciado por um processo dinâmico e extraordinariamente complexo que se inicia com um declínio lento e depois acentuado das habilidades que o indivíduo conseguia desenvolver anteriormente (VARGAS,1983). Dessa forma, o envelhecimento, apesar de ser inerente à todo ser vivo, fica caracterizado por ocorrer de maneira diferente de indivíduo para indivíduo, por isso existem idosos que aceitam o fato de estar envelhecendo mais facilmente do que outros. O envelhecer é construído permanentemente pelo indivíduo desde cedo. Com o decorrer dos anos, mudanças irão ocorrendo com o indivíduo que envelhece, alterando seus valores e atitudes. Na velhice há uma modificação dos traços da personalidade, podendo tornar o indivíduo covarde, avarento, econômico, com falta de vontade de realizar atividades, deixando os indivíduos aparentemente sem força para lutar contra fatores, tanto externos quanto internos (MARQUEZ, 1998). O idoso vê mudar o mundo e, consequentemente, vê tudo aquilo que investiu em sua vida, tudo aquilo que vivia enquanto mais jovem não acontecer mais. O indivíduo começa a apresentar problemas de postura, rigidez, a coordenação motora fica comprometida, falta de flexibilidade, agilidade, eficiência, alguns têm medo até de caminhar. Dessa forma, há um aumento de tensões psíquicas por não manterem mais uma relação de movimentos corporais, voltando-se para dentro (LOPES, 1995). Atingido em seu orgulho e em sua auto-estima, em face da diminuição de suas funções físicas e intelectuais, das modificações ocorridas em seu corpo e das mudanças ambientais (isolamento, aposentadoria, lutos, dependência econômica de familiares, desprestígio social e perda de honrarias), o idoso utilizará meios de defesa como o dogmatismo, a desconfiança e o autoritarismo. O jovem e o adulto vivem abertos à esperança. Fazem planos futuros, suas limitações não constituem trauma, pois podem buscar compensação em outros fatores, a ilusão se faz presente, pois têm muito tempo a viver ainda. (LOPEZ, 1995) Entretanto, o idoso vive cada vez mais o passado, de modo que o presente não deixará marcas, e também, não terão muitas alternativas previstas pelo futuro. A memória serve-lhe de escapatória e fuga de uma situação que não encerra muitas esperanças, como se o idoso se recusasse a pactuar com a realidade que está começando a viver. Nessa fase da vida, o indivíduo tem mais independência e tempo livre, devido a desobrigação social (aposentadoria, normalmente já tem casa própria, filhos já saíram de casa). A pessoa idosa, insuficientemente preparada, não sabe ocupar-se e entedia-se com facilidade. Isso que se verifica principalmente com os homens, poderá também atingir as mulheres que, não obstante às tarefas domésticas dedicar-se-ão apenas a atividades reduzidas, desagradáveis, monótonas e quase sempre, sem maiores finalidades. (MARQUEZ, 1998) 2.3 A relevância da musculação na terceira idade Muito do que se tem na literaturano que diz respeito ao tema da importância da musculação, considera que uma das formas de se manter saudável durante a fase de mais idade é por meio da prática de atividades físicas, e dentro de uma linha crescente a musculação tem sido uma das atividades mais recomendadas pelos médicos, especialistas e pesquisadores. Além disso, se sabe, também, que a prática regular de exercícios físicos por indivíduos de qualquer idade é essencial, porém é na terceira idade que essa regularidade é melhor refletida. Dentre os diversos benefícios pode-se destacar a diminuição no risco de quedas e fraturas, a prevenção de doenças (hipertensão arterial, osteoporose, artrite, depressão), a diminuição da taxa de gordura corporal e perfil lipídico, a melhoria das capacidades físicas como força, equilíbrio e coordenação motora (DIAS et al., 2016). Segundo Araújo (2017), a prática regular de exercícios físicos é capaz de promover melhoras em três esferas da vida do idoso. A primeira é a fisiológica, através do controle da glicose, melhora a qualidade do sono e melhora a capacidade física relacionada à saúde. A segunda é a psicológica, promovendo o relaxamento, a redução dos níveis de ansiedade e estresse, melhoras cognitivas e no estado de espírito. A terceira é a social, pois deixa os indivíduos mais seguros, melhorando sua integração tanto social quanto cultural. A recomendação de exercícios físicos para idosos, por estudiosos do envelhecimento, baseava-se em exercícios aeróbios principalmente a caminhada, por ser um exercício de fácil execução e acessível a todas as classes sociais (AGUIAR et al., 2014). Em seguida, a inclusão de outras atividades aeróbias como a natação e a hidroginástica, porém estas menos acessíveis à população desfavorecida economicamente. Por outro lado, exercícios de força ou resistidos, como a musculação, não costumavam ser recomendados por profissionais da saúde, principalmente devido aos riscos que poderiam oferecer a idosos com hipertensão ou cardiopatia, patologias comuns em indivíduos acima dos 60 anos (AGUIAR et al., 2014). No entanto, estudos como os de Almeida e Pavan (2010); Aguiar et al. (2014) e Dias et al. (2016) demonstraram que exercícios de musculação são seguros e eficazes para a população desta faixa etária. Esse feito encontra subsidio referencial no que ensina Farias e Rodrigues (2009), pois para os pesquisadores, o processo do envelhecimento deve ser o mais saudável possível, uma vez que deve o idoso encarar de forma natural essa fase, sendo-lhe proporcionado a realização de atividades em que os mesmos possam efetivá-las de forma autônoma. Essa autonomia a que se refere os autores acima podem ser maximizados pela prática de musculação, uma vez que segundo Cavalinho (2013) os exercícios de musculação oferecem melhora e aprimoramento de força muscular dos idosos. Outros benefícios da musculação, ainda, de acordo com o autor, é que além do fortalecimento da estrutura muscular, o idoso ou a idosa poderá prevenir ou mesmo tratar algumas doenças como hipertensão arterial, osteoporose, diabetes e reduzir e/ou controlar a obesidade. Dessa maneira, há de se mencionar que esses benefícios não apenas resultam em melhorias das condições físicas e funcionais, mas sobretudo, resulta na potencialização da autonomia e na qualidade de vida da pessoa idosa, visto que quanto mais a pessoa idosa praticar de forma assídua e sistemática as atividades de musculação maiores serão os benefícios para sua saúde e para seu bem estar como um todo. 2.3.1 Benefícios da musculação para a terceira idade O treinamento de força, através da musculação, se mostra uma das formas de intervenção que melhor resulta na manutenção e aumento da massa muscular, auxiliando na melhoria da aptidão física funcional do indivíduo idoso (DIAS et al., 2016). Souza et al. (2014), fez um estudo comparativo com homens e mulheres (acima de 60 anos) praticantes de musculação e um grupo controle de idosos sedentários. O critério de inclusão utilizado para os participantes foi de estar praticando a atividade há mais de 12 meses com uma frequência mínima de 2 vezes por semana e o de exclusão pessoas com patologias cardiorrespiratória, metabólica ou neuromuscular, que dificultasse a execução dos protocolos de avaliação. Foram avaliados o índice de massa corporal, a força máxima de membros inferiores por meio do teste de uma repetição máxima (1RM), o desempenho de equilíbrio funcional através da escala de equilíbrio de Berg (EEB) composta por 14 itens comuns à vida diária e o teste Timed Up and Go (TUG) que avalia o equilíbrio dinâmico. Observou-se que os idosos praticantes de musculação foram os que apresentaram resultados significativos quanto a força máxima nos membros inferiores e no TUG. Além disso, foi observada uma correlação moderada e significante entre o equilíbrio dinâmico com a força máxima de membros inferiores, nos estudos realizados por Souza et al. (2014). Por outro lado, outros trabalhos comparando idosos praticantes e não praticantes de musculação observaram que os indivíduos não praticantes apresentam EEB significativamente menor em relação aos praticantes (PEDRO e AMORIM, 2008; JAREK et al., 2010). 3 DA METODOLOGIA 3.1 Métodos da pesquisa No que concerne aos procedimentos metodológicos, o estudo pretende se desenvolver a partir de uma pesquisa bibliográfica, visto que Antônio Carlos Gil (2010) defende a sua importância na produção de pesquisas cientificas, salientando que: “a pesquisa bibliográfica se realiza via as releituras de referências teóricas já examinadas, e publicadas em algum meio, seja ele na forma tradicional em livros físicos, ou por meio de revistas e livros eletrônicos, e-books, ou páginas de web sites” (GIL, 2010, p. 74). Por sua vez, a abordagem da revisão bibliográfica se dará sob o viés da pesquisa qualitativa no que tange à temática da importância da musculação na terceira idade. Quanto aos objetivos da pesquisa a mesma se consumou como descritiva, num primeiro momento, e, posteriormente, documental, uma vez que à primeira Goldenberg (2005), leciona que esse tipo de pesquisa é regularmente utilizado com a finalidade de investigar uma variedade de informações sobre um tema e/ou assunto específico, com o fim de descrever suas nuances e seus pontos mais relevantes. Já para a segunda, o autor discorre que essa tipologia se realiza via a busca de documentos oficiais, históricos sobre o local e ou o assunto que se pretende pesquisar (GOLDENBERG, 2005). Foi realizada ainda uma fase de pesquisa de campo. Durante esta fase que se efetivou a pesquisa documental, bem como a aplicação de questionário com o intuito de elaborar um quadro comparativo, do antes e depois, de idosos que iniciaram a prática de atividade de musculação, no tocante ao ganho de qualidade de vida. No tocante ao questionário, ressalta-se que se trata de um instrumento de pesquisa para coletar dados que serão respondidos pelos sujeitos participantes do estudo, salientando que tais informações localizadas nas respostas dos questionários possibilitam ao investigador/pesquisador maior aprofundamento na tarefa de análise dessas informações. Nesse sentido, o que questionário que foi aplicado se baseou nos pressupostos do instrumento padronizado e estruturado com perguntas abertas e fechadas. A esse respeito e sobre a importância da utilização dos questionários nas pesquisas científicas Goldenberg (2005), assevera que os questionários são compostos de perguntas que podem ser fechadas e abertas, nas perguntas fechadas “as respostas estão limitadas às alternativas fechadas”, já nas abertas “o pesquisado fala ou escreve livremente sobre o tema que lhe é proposto” (p. 86). Ainda, nas palavras de Goldenberg (2005), o questionário sempre possibilitará uma coletâneade dados onde pode facilitar e maximizar os trabalhos analíticos do pesquisador e confrontá-las com alicerce teórico que subsidia o estudo em si, e principalmente os dados apresentados como resultados. Vale mencionar, ademais, que os dados apontados nos gráficos e elencados no quadro comparativo foram extraídos da academia de ginástica que gentilmente recebeu esta pesquisa e colaborou para o desenvolvimento e para a produção dos resultados. Resultados esses que foram catalogados e apresentados na seção dos resultados, via gráficos de dados. 3.2 Locus da pesquisa Para cumprimento da fase da pesquisa de campo, vale ressaltar que nós pesquisadores escolhemos uma academia de musculação que houvesse pessoas idosas entre os praticantes. E ao longo da procura, contatou-se que das academias em que foram feitas visitas, a maioria delas não dispunha de muitos alunos de musculação e/ou outras atividades físicas matriculadas em seus estabelecimentos. Todavia, fizemos visita junto à Academia do Sesc Esplanada, o qual já realiza inúmeros trabalhos com o público da terceira idade, como por exemplo aulas de dança, teatro, natação, hidroginástica e musculação dentre outras modalidades de atividades interdisciplinar. Dessa forma foi lá onde encontramos o público alvo da pesquisa, pois ao fazermos contato com um dos professores de educação física responsável pela turma matutina de idosos, o mesmo gentilmente aceitou participar da pesquisa. E foi através dele que pudemos ter contato com os idoso que participavam das atividades naquele momento. A partir daí, foi-nos oportunizado uma breve conversa com os idosos, momento este em que explicamos sobre a pesquisa e que contávamos com eles para que ela se concretizasse. Falamos, ainda sobre os objetivos do estudo e de como era importante eles estarem realizando as atividades físicas. 3.2.1 Da população e da amostra As atividades de musculação e hidroginástica com idosos na academia do Sesc Esplanada acontecem duas vezes na semana. Atividades essas que são distribuídas para quatro turmas de 12 idosos cada, sendo 2 turmas no turno matutino e 2 turmas no turno vespertino. Vale destacar que as atividades das turmas matutino ocorrem em horários distintos, sendo a primeira turma das 08h30min às 09h40min e à segunda nos horários de 09h45min às 10h55min. E para as turmas do turno da tarde os horários são 15h00min às 16h10min à primeira turma e das 16h15min às 17h25min à turma seguinte. Totalizando 1 hora e dez minutos por seção e 2 horas e 20 por semana pra cada turma. No entanto, e em razão do tempo escasso e da indisponibilidade de acompanharmos as turmas do turno da tarde, a população que serviu de amostra para esta pesquisa foi apenas as duas turmas do turno matutino, ou seja, 24 idosos, mais o professor de educação física que os acompanhava. Totalizando, portanto, 25 pessoas para amostra. Vale ressaltar que se achou pertinente incluir o professor dos alunos, uma vez que o diagnóstico inicial de como os alunos se encontravam antes das atividades realizadas por eles, portanto é importante para a pesquisa ouvi-lo e utilizar suas respostas como fonte de dados para mensurar, analisar e confrontar com os outros dados da pesquisa. Todavia não foi possível aplicar um questionário ao professor, uma vez que o mesmo atuou como auxiliar de nossa pesquisa no sentido de elaborar aas questões que seriam aplicadas ao idosos público alvo da pesquisa. Assim sendo, destaca-se, professor de educação física, nos auxiliou na tabulação dos dados, bem como fez consideráveis contribuições à análise e interpretação das respostas dos idosos. E foram a partir delas que se pode elaborar o arcabouço com os resultados. 4 DOS RESULTADOS E DISCUSSÃO 4.1 Da análise do conteúdo: respostas dos idosos Nessa seção serão apresentados os dados que foram catalogados e analisados a partir da aplicação do questionário aos idoso e ao professor de educação física. Ressaltado que as análises foram baseadas nas respostas e confrontadas com o alicerce teórico que serviu de aporte para a pesquisa. Gráfico 01: Gênero/sexo do participante Fonte: Autores (2023) No gráfico 01 encontram-se as informações sobre a identidade de gênero e sexo dos participantes da pesquisa. E como se vê, tem-se que a maioria é do sexo feminino, cujo total é de 16 senhoras e apenas 8 homens entre os alunos. Essas informações corroboram com dados estatísticos constantes em pesquisas e literaturas existentes que asseveram ser o público feminino na faixa etária da terceira idade quem mais procura realizar atividades físicas para fins de terapia auxiliar à chegada da idade idosa. Ademais, o conteúdo do primeiro gráfico servirá, também, para que tenhamos um norte de como serão feitas as abordagens temáticas do tópicos que cada pergunta será dirigida aos idosos participantes da presente pesquisa, pois vai ser a partir dessas informações que será possível pressupor qual tipo de pergunta se pretende obter uma determinada tipologia de resposta. 8 16 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 1 Gênero/sexo Masculino Feminino Gráfico 02: Idade dos participantes Fonte: Autores (2023). Os dados do gráfico 02 descrevem as idades dos sujeitos da pesquisa. Para esse critério se pretendeu saber, além da faixa etária a qual pertence o idoso, preocupou-se também verificar a quantidade de pessoas com idade iguais ou diferentes, para que pudéssemos avaliar como os treinos são dirigidos para cada grupo de idoso, e se a idade interfere na tipologia do exercício. Nesse sentido, vê-se que 03 participantes têm 60 anos, 02 tem 62 anos. 05 afirmaram ter 65 anos, e mais 03 idosos informaram ter a idade de 66. Ademais, 04 idosos disseram possuir 69 anos e 02 tem idade de 70. Por fim, mais 03 sujeitos afirmaram ter 72 anos de idade e mais 02 pessoas declararam possuir a idade de 74. 3 2 5 3 4 2 3 2 0 1 2 3 4 5 6 60 62 65 66 69 70 72 74 Idade dos participantes Gráfico 03: Apresentava algum problema de saúde antes de iniciar musculação Fonte: Autores (2023). No gráfico 03 teve-se como pressuposto o querer saber dos participantes se os mesmos apresentavam algum tipo de problema de saúde antes do início das atividades físicas. E o que nos chamou muita a tenção foi o elevado número de resposta afirmando que havia a existência de um problema prévio de saudade. Assim, de acordo com os números, 17 idosos responderam e 07 disseram que não havia problema algum de saúde e que iniciaram as atividades para fins de melhorar a qualidade de vida. O objetivo de colher essa informação é a de ter uma noção comparatista acerca de como esses idosos iniciaram as atividades e, posteriormente, se com os exercícios de musculação houve melhoras em seus quadros de saúde. E essas informações são localizadas no gráfico seguinte. 17 7 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 Sim Não Apresentava algum problema de saude antes Gráfico 04: Após início das atividades físicas houve melhora no quadro de saúde Fonte: Autores (2023). Como adiantado no quadro anterior, as informações contidas no gráfico 04 ratificam as presunções da pesquisa de que os idosos que procuraram praticar alguma atividade física de forma regular e assistida detém uma maior chance de alcançar resultados positivos no que tange a solução de alguma enfermidade. Nesse sentido, o que se lê é que dos 24 participantes, 14 afirmaram que o início das atividades de musculação resultaram em melhorias de sua saúde. Já para 07 pesquisados as atividades não contribuíram para melhoria de seu quadro, e outros 03 idosos declararam que melhoraram ou não de forma parcialmente. Vale ressaltar, ainda, conforme defende Cavalinho (2013), as atividades físicas, sejam elas qualquer uma, desde queseja assistida por profissional competente e habilitado, pode promover inúmeros benefícios para o praticante. Mas quando se trata de um público de uma idade mais avançada há de se destacar quais são os resultados que se pretende alcançar respeitado as limitações de cada corpo. Todavia, dependendo do quadro de saúde no qual o aluno/idoso está inserido, pode-se obter, sim, reversão de problemas de saúde pré-existente, como por exemplo a melhoria de quadro de depressão, ou de perda ou dificuldade de mobilidade (CAVALINHO, 2013). 14 7 3 0 2 4 6 8 10 12 14 16 Sim Não parcialmente Após início das atividades físicas houve melhora no quadro de saúde Gráfico 05: Há quanto tempo pratica atividade de musculação Fonte: Autores (2023). Depreende-se, a partir do conteúdo do gráfico quinto que, no que diz respeito ao tempo que cada idoso já pratica atividade de musculação, a maioria dos entrevistados já desempenha as atividade assistida de musculação. Essa maioria totaliza um numeral de 10 pessoas dos 24 participantes, assegurando que fazem musculação entre 06 a 12 meses. Outros 07 idosos responderam que já frequentam a academia há entre 03 a 06 meses. 03 respostas confirmaram que já fazem musculação a pouco mais de 03 meses. Outros 03 idosos realizam os treinamentos de 06 a 09 meses e 01 idoso confirmou que já é aluno a mais de 12 meses. Vê-se, a partir das respostas, os alunos da turma matutina já têm em suas rotinas, as atividades de musculação como compromisso com suas saúdes e sua maneira de encarar a chegada dos problemas que com o início da terceira idade o idoso fica mais suscetível a apresentar tais sintomas. Dessa maneira, faz-se relevante destacar os ensinamentos de Rabelo (et al, 2020), os quais conseguiram demonstrar em suas pesquisas que a regularidade e manutenção do idoso na prática dos exercícios de musculação é tão importante quanto uma consulta médica que avaliará o quadro de um paciente idoso, uma vez que a regularidades é que trará para o idoso o benefício de uma vida menos sedentária e mais proativa (RABELO, et al, 2020). 3 7 3 10 1 0 2 4 6 8 10 12 De 01 a 03 meses De 03 a 06 meses De 06 a 09 meses De 06 a 12 meses Há mais de 1 ano Quanto tempo faz atividade de musculação Gráfico 06: Qual exercício gosta mais de fazer Fonte: Autores (2023). Como vimos no gráfico anterior que os alunos da turma matutina já estão desempenhando as tarefas e exercícios de musculação pelo período de, no mínimo, 03 meses, e como a literatura tem defendido que o início dos treino são muito difíceis para os idosos, fez-se pertinente consulta-los acerca de qual exercício era o seu preferido. Como resposta obtivemos os seguintes dados ilustrados no gráfico 06, onde a metade dos entrevistados prefere realizar as atividades na esteira ou na bicicleta. Por sua vez, 05 idosos responderam preferir fazer as atividades dos membros inferiores, ou seja, exercícios de pernas. Outras 04 respostas afirmaram que optam pelos exercícios de membros superiores (braço, bíceps, tríceps). O exercício de peito foi o preferido de 02 idosos, e 01 integrante da pesquisa respondeu que sua preferência é a atividade/treino de costa. É importante mencionar que a partir dessas informações se pode ter uma noção de como são trabalhados os tipos de treinamento, uma vez que são idosos de idades diferentes, bem como com tempo de atividades distintas uma das outras, ou seja, alguns idosos já tem tempo suficiente para saber a dinâmica e o resultado que cada treino proporciona e outros se encontram em fase de início de treinamento. 4 1 2 5 12 0 2 4 6 8 10 12 14 Exerício de braço Exercício de Costa Exercício de peito Exercício de perna Esteira/bicibleta Qual exercício gosta mais de fazer Gráfico 07: Benefícios da atividade de musculação Fonte: Autores (2023) No que concerne ao conteúdo do gráfico 07, destaca-se que o questionamento se consumou como um do mais valiosos nesta fase da pesquisa, uma vez que se buscou saber dos participantes, o que eles consideravam como o principal benefício que a atividade de musculação pode proporcionar ou proporcionou para eles. Neste quesito, 11 respostas declararam que o principal benefício é resolver algum problema de saúde. 04 idosos declararam que o exercício de musculação resulta no benefício de melhorar a qualidade de vida. Resposta interessante, porém, foi a de também 04 idosos que afirmaram que o principal benefício é fazê-los sair de casa. 02 responderam que os exercícios fazem com eles interajam com as outras pessoas, e outros 03 participantes da pesquisa confirmaram que os exercícios trazem os benefícios em suas saúdes no sentido de ajudar nas mobilidades corporais deles. A esse respeito, Aguiar (et al, 2014) discorrem que o idosos quando entende dos benefícios que as atividades físicas, e principalmente, os exercícios de musculação, os mesmo se disciplinam no sentido de melhorar suas performances. Assim, é visível que um idoso que já frequenta uma academia e assistido por um professor educador físico habilitado, pode apresentar significativas melhorias no que diz respeito sua condição física, mental e social. 4 3 11 4 2 0 2 4 6 8 10 12 Melhorar qualidade de vida Ajuda na moblidade Resolver problemas de saúde Sair de casa interagir com outras pessoas Benefícios da atividade de musculação Gráfico 08: A atividade de musculação melhora em você, principalmente: Fonte: Autores (2023). Nesse sentido, e considerando os pressupostos teóricos que afirmam que o na velhice é onde o ser humano passa por severas mudanças físicas, emocional e social, o gráfico 08 buscou saber dos idosos participantes o que, ao longo do período em que eles participaram dos treinamentos físicos e de musculação, o que eles puderam verificar como significativa melhora no se quadro. Assim, obtivemos que 17 idosos declararam que as questões físicas é onde as atividades mais apresentam melhorias em seus corpos. 04 respostas afirmaram que as questões emocionais e psicológicas foi o fator que eles melhoram como resultado da prática de musculação. Outros 03 pesquisados mencionaram que a questão de sociabilidade foi o principal resultado que os exercícios de musculação proporcionaram a eles. 4.2 Resumo da análise geral dos gráficos Depreende-se que no que diz respeito ao conteúdo dos dados extraídos dos 08 gráficos que serviram de norte para o alcance dos resultados esperado pela pesquisa, o que mais chamou a atenção durante a execução e aplicação do questionário foi o voluntariado dos idosos em querer responder e participar da pesquisa. E isso contribuiu muito para que tanto eles, os pesquisados, quanto nós pesquisadores sentíssemos à vontade para a realização das ações constantes no plano de trabalho. 17 4 3 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 Questões físicas Questões Emocionais Questões Sociabilidade A atividade física melhora em você, principalmente: 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS Ao longo do percurso percorrido para realizar todas as fases da pesquisa, muitos foram os aprendizados que nos proporcionaram erros e acertos. Todavia, como a pesquisa buscava avaliar como os exercícios de musculação poderia contribuir para a melhoria da qualidade de vida de idosos, foi preciso adotar uma nova postura porque os sujeitos pesquisados necessitavam de um olhar não apenas de cientistas, mas sim, de um olhar que precisava, antes de tudo, entender a dinâmica de um público rico em ensinamentos, principalmente, sobre a vida. No que diz respeito à operacionalização e de como a pesquisa foi desenvolvida executada dentro de suas respectivas fases, faz-se mister mencionar que em relação ao objetivo geral do estudo a pesquisa que era apresentar, através de revisão bibliográfica, quais os benefícios da atividade de musculação às pessoas da terceiraidade, pode-se afirmar categoricamente que esse feito foi alcançado, uma vez que pelo aporte teórico que subsidiou o estudo, foi possível apresentar, principalmente dentro dos conteúdos dos gráficos os benefícios que os treinos sobre musculação são benéficos ao público da terceira idade. No que compete aos objetivos específicos depreende-se que os mesmos foram alcançados parcialmente, pois conseguiu-se demonstrar de forma analítica como as atividades de musculação desempenha seu papel no quesito biológico e psicossocial do idoso. Além disso, foi possível, também, apresentar, mesmo que de forma simples e reduzida quais doenças podem ser prevenidas e outras tratadas apenas com a prática regular e assistida de musculação. Portanto, o que se buscou ao longo de toda a pesquisa se entrega, mesmo que parcialmente, resultados de como os idosos podem obter via treinamentos e exercícios de musculação a tão sonhada e desejada melhoria da qualidade de vida para eles que chegaram no período denominado terceira idade. 6 REFERÊNCIAS AGUIAR, P. DE P. L.; LOPES, C. R.; VIANA, H. B., GERMANO, M. D. Avaliação da influência do treinamento resistido de força em idosos. Revista Kairós Gerontologia. v. 17, n. 3, p. 201-217, 2014. ALMEIDA, M.A.B. DE; PAVAN, B. Os benefícios da musculação para a vida social e para o aumento da auto-estima na terceira idade. Revista Brasileira de Qualidade de Vida. v. 02, n. 02, p. 09-17, 2010. ARAÚJO, L. C. C. de. A prática da musculação na melhor idade: Uma revisão bibliográfica. 2017.17 p. 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