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DIPr 2018.1 módulo 1

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1	
8ª versão, atualizada em janeiro/2018	
DIREITO INTERNACIONAL 
PRIVADO	
 
Profº DR. SERGIO REIS FERRADOZA 
2	
DIREITO INTERNACIONAL 
PRIVADO	
O SER HUMANO É LOCAL NA SUA 
CULTURA E GLOBAL NOS SEUS 
ANSEIOS 
Ø  Conforme Beat (2010, p. 23), existe, atualmente, 193 
Estados soberanos, possuindo cada um sua ordem jurídica 
própria. 
Ø  As relações jurídicas de direito privado, na maioria dos 
casos, estão vinculadas estritamente ao território do Estado 
no qual os tribunais julgam uma eventual lide. 
Ø  Mas no mundo inteiro, é cada vez mais frequente as 
relações jurídicas com conexão internacional a transcender 
as fronteiras nacionais. 
Ø  No Brasil ocorre o mesmo, ou pela mobilidade da população 
ou pelas relações comerciais internacionais. 
Ex.1: brasileiro casa-se com estrangeiro. 
Ex.2: brasileiro sofre acidente de carro no exterior. 
Ex.3: empresa brasileira adquire equipamentos no exterior. 
3	
 DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO Ferradoza
EXEMPLO DE CONFLITO DE NORMAS 
Ø  Escocês, 17 anos, domiciliado na Escócia, assina contrato, 
com um brasileiro de 18 anos. 
Ø  Brasileiro, ajuíza no Brasil, desejo de anular o contrato, 
argumentando que o escocês é menor de idade, pois 
a capacidade jurídica plena no Brasil começa aos 18 anos; 
Ø  O escocês, contesta alegando que a maioridade na Escócia 
começa aos 16 anos e que o juiz deve aplicar a lei escocesa 
para determinar a sua capacidade jurídica. 
Ø  Qual é a solução ???????? 
4	
 DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO Ferradoza
Ø  São exemplos de casos de direito privado, mas que 
possuem conotação internacional porque as pessoas 
envolvidas têm nacionalidade estrangeira, seja porque o 
domicílio ou sede está situado no exterior etc. 
Ø  Beat (2010, p.25) assenta que cada estado poderia, 
T E O R I C A M E N T E , a p l i c a r o d i r e i t o i n t e r n o , 
indistintamente, a todas as questões jurídicas com conexão 
nacional e internacional. 
Ø  Isso não ocorre porque todos os ordenamentos jurídicos 
estabelecem regras peculiares, alusivo às relações jurídicas 
de direito privado com conexão internacional. 
Ø  Estas regras dizem respeito, principalmente, ao direito 
aplicável, que será sempre o direito nacional ou um 
determinado direito estrangeiro. 
5	
 DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO Ferradoza
Ø  Estas regras não resolvem a questão jurídica 
propriamente dita, mas indicam, tão somente, qual 
direito, dentre aqueles que têm conexão com a lide que 
deverá ser aplicado pelo juiz ao caso concreto. 
Ø  Muitas vezes, a relação jurídica com conexão 
internacional está mais vinculada a um ou a vários 
ordenamentos jurídicos estrangeiros do que ao direito 
pátrio. 
Ø  Quando isso ocorre, contudo, cada Estado determina 
individualmente, conforme sua própria legislação, sendo 
aplicado o direito no qual a relação jurídica com conexão 
internacional tenha seu ‘centro de gravidade’. 6	
 DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO Ferradoza
Ø  Esse direito é representado por normas que indicam tão 
somente qual o direito a ser aplicado. 
Ø  Por só indicarem o direito a ser aplicado, elas são deno-
minadas NORMAS INDICATIVAS OU NORMAS 
INDIRETAS. 
As normas indicativas ou indiretas: designativas do 
direito aplicável, são essenciais para a compreensão do 
direito internacional privado e, resolvem conflitos de leis no 
espaço. 
Ø  Mas a pergunta é: existe conflito de leis no espaço? 7	
 DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO Ferradoza
INEXISTÊNCIA DE CONFLITO DE LEIS NO ESPAÇO 
Ø  Da ótica do juiz pátrio, INEXISTE conflitos de leis no 
espaço. 
Ø  Cada país possui suas próprias normas de direito 
internacional privado e, por tal razão, o juiz, ao aplicar o 
direito, baseia-se em primeiro lugar na ordem jurídica 
interna. 
Ø  Se as normas de DIPr indicam o direito estrangeiro 
como aplicável, este não se impõe ao juiz por força 
própria. 
8	
 DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO Ferradoza
Exemplo de Dolinger sobre a inexistência de conflitos: 
•  Um país define a maioridade civil aos 18 anos e outro a 
define como sendo 21 anos. 
•  Para Dolinger, não é efetivamente um conflito, uma 
colisão, um choque. 
•  São normas diferentes sobre o mesmo instituto 
jurídico, idealizada para sociedades diferentes. 
Ø  A sua aplicação dependerá da vontade do legislador 
nacional e nunca do Estado estrangeiro. 
Ø  Por esse motivo, não há conflito de leis no espaço, 
propriamente dito, quando uma causa com conexão 
internacional é submetida a juiz ou tribunal. 
9	
 DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO Ferradoza
QUANTO EXISTE CONFLITOS DE NORMAS? 
Ø  Existe somente quando o DIPr é visto através de uma 
perspectiva supranacional, ou seja, cada Estado 
possuindo seu próprio ordenamento jurídico, e o juiz aplica a 
uma causa com conexão internacional, a sua legislação. 
Ø  Maria Helena Diniz aduz que o princípio leges non valent 
ultra territorium, NÃO É ABSOLUTO, pois as exigências 
da vida internacional conduzem o Estado a aplicar em 
seu território leis de outros países, o que poderá criar 
conflitos que serão solucionados pelas normas de 
direito internacional privado. 
10	
 DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO Ferradoza
Fatores para ocorrer conflitos de leis no espaço: 
1.  Diversidade legislativa: 
•  Cada sistema jurídico, autônomo e soberano, dá 
tratamento diferente a aspectos sociais. 
Ex.:	Pedido	de	extradição	(EXT)	1504	do	cidadão	vietnamita	Xuan	
Quyen	Nguyen,	acusado	“abuso	de	confiança	para	apropriação	de	
propriedade”,	previsto	no	art.	140	do	CP	do	país,	enquanto	atuava	
como	diretor	de	empresa	do	ramo	imobiliário,	entre	2006	e	2007.		
O	STF	negou	o	pedido	de	extradição,	pois	não	há	elementos	para	
enquadrar	a	conduta	como	crime	na	legislação	brasileira.	O	crime	
mais	 próximo	 seria	 apropriação	 indébita	 (art.	 168	 do	 CP)	 ou	
estelionato	(art.	171)	(JULGADO	12/09/2017). 
11	
 DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO Ferradoza
 
2. Existência de sociedade transnacional: 
•  Relações entre indivíduos vinculados a sistemas jurídicos 
diferentes. 
12	
 DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO Ferradoza
Ø  Para Maria Helena Diniz, havendo conflito de leis no espaço, 
o juiz, deverá solucionar o problema de conformidade com a 
lex fori, QUE CONTÉM CRITÉRIOS DE CONEXÃO tidos 
como convenientes em razão da política jurídica. 
 
Lex fori: lei do local onde corre a ação judicial 
Ø  Esta é a discussão do DIPr. 
Ø  A chave para solução dos conflitos de leis no espaço quando 
envolver normas jurídicas de direito privado com conexão 
internacional são os elementos de conexão. 
13	
 DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO Ferradoza
Concluindo: 
Ø  Dependendo da ordem jurídica do país em que se decide a 
lide, o direito aplicável à causa com conexão internacional 
poderá variar. 
Ø  Assim, o conflito de leis no espaço, fundamenta-se na 
possibilidade de o direito aplicável não ser o mesmo nos 
diversos países, e justamente essas normas resolutivas de 
conflito de leis no espaço, indicadas pela lei do foro (lexfori) 
Ø  Essa é a premissa básicas da disciplina DIPr. 
14	
 DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO Ferradoza
REVENDO O EXEMPLO DE CONFLITO DE NORMAS 
Ø  Escocês, 17 anos, domiciliado na Escócia, assina contrato, 
com um brasileiro de 18 anos. 
Ø  Brasileiro, ajuíza no Brasil, desejo de anular o contrato, 
argumentando que o escocês é menor de idade, pois 
a capacidade jurídica plena no Brasil começa aos 18 anos; 
Ø  O escocês, contesta alegando que a maioridade na Escócia 
começa aos 16 anos e que o juiz deve aplicar a lei escocesa 
para determinar a sua capacidade jurídica. 
Ø  Nestes termos, o juiz brasileiro acolherá a alegação do 
escocês. Por quê? 
15	
 DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO Ferradoza
Ø  Confrontado com um casoligado a 2 ordens jurídicas 
diferentes, o juiz consultará o DIPr brasileiro. 
Ø  Na LIDB, dispõe que a lei do país em que for domiciliada a 
pessoa determina as regras sobre a capacidade. 
Art. 7º da LIDB: A lei do país em que domiciliada a pessoa 
determina as regras sobre o começo e o fim da personalidade, 
o nome, a capacidade e os direitos de família. 
Ø  SOLUÇÃO: Sendo o escocês domiciliado na Escócia, 
quem define, para o juiz brasileiro, a capacidade jurídica 
daquele cidadão escocês é a lei escocesa. 
Ø  Mediante regras do DIPr brasileiro, foi resolvido o conflito 
de leis no espaço (entre a brasileira e a escocesa). 
16	
 DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO Ferradoza
17	
DIREITO INTERNACIONAL 
PRIVADO	
USO DO TERMO DIPr 
Ø  Melo (2001, p. 49) assenta que há uma certa confusão em 
torno do termo privado. Vejamos: 
Ø  O uso do termo DIPr leva a crer que que se trataria de um 
direito privado. 
Ø  Na verdade trata-se de um direito de particulares 
envolvendo estrangeiros que habitem em território nacional, 
ou de nacionais que tenham interesses em outros país. Ex. 
Casamento realizado fora do país.` 
18	
 DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO Ferradoza
19	
DIREITO INTERNACIONAL 
PRIVADO	
OBJETO DO DIPr 
Ø  Beat (2010, p. 28), sintetiza: 
Enquanto as fontes jurídicas do DIPr conforme a sua origem 
são principalmente de direito interno, o objeto da disciplina é 
internacional, isto é, sempre se refere a relações jurídicas com 
conexão que transcende as fronteiras nacionais. 
20	
 DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO Ferradoza
Ø  O DIPr resolve conflitos de leis no espaço referentes ao 
direito privado com conexão internacional. 
Ø  Não tem por fim solucionar a questão jurídica. 
Ø  Ele tão somente indica qual direito, dentre aqueles que 
tenham conexão com a lide sub judice, deverá ser aplicado 
pelo juiz ao caso concreto (DIPr stricto sensu). (BEAT, 2010, 
p. 28) 
Ø  O juiz brasileiro pode inclusive aplicar lei estrangeira 
aqui no Brasil, conforme o caso. Ex. art. 7º, § 4º da LIDB. 
§ 4º O regime de bens, legal ou convencional, obedece à lei do 
país em que tiverem os nubentes domicílio, e, se este for 
diverso, a do primeiro domicílio conjugal. 
21	
 DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO Ferradoza
APLICAÇÃO DE REGRAS DE DIPr NO ESPAÇO DO 
DIREITO PÚBLICO 
Ø  É UNÂNIME que as normas de DIPr se destinam a resolver 
conflitos de leis no espaço, quando há fatos com conexão 
internacional. 
Ø  NÃO É UNÂNIME, se a relação jurídica com conexão 
internacional se restringe, NECESSARIAMENTE, AO 
DIREITO PRIVADO, ou se as regras do DIPr são 
aplicáveis, também, a conflitos de leis no espaço do 
direito público. 
Ø  O juiz somente poderá aplicar o direito pátrio ou estrangeiro, 
conforme regra jurídica do DIPr da lei do foro (lex fori), 
quando se tratar de uma relação jurídica com conexão 
internacional de direito privado. (BEAT, 2010, p. 30) 
22	
 DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO Ferradoza
Ø  No campo do direito público, o juiz não tem de escolher 
qual o direito aplicável, como faz ao julgar uma causa 
com conexão internacional de direito privado. (BEAT, 
2010, p. 30) 
Ø  O direito processual (parte formal) a ser aplicado ao 
caso deve ser o do lugar da demanda, enquanto o 
direito material que descreve o que se tem direito, em 
alguns casos pode ser aplicado o internacional. 
Ø  Outrora se sustentou que o DIPr refere-se SOMENTE às 
relações jurídicas com conexão internacional de 
DIREITO PRIVADO e NÃO àquelas do DIREITO PÚBLICO. 
23	
 DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO Ferradoza
Pontes de Miranda (1935. p. 36-7), afirma que o direito in-
ternacional privado não aceita no seu âmbito questões 
ligadas ao direito público. 
Ø  Mesmo assim, deve-se diferenciar entre as várias disciplinas 
e ramos de direito, destinados a resolver conflitos de leis no 
espaço, respeitando-se a autonomia científica de cada um. 
Ø  Ex.: Direito Penal, Direito Previdênciário, Direito Tributário ou 
Fiscal, Constitucional, Administrativo são públicos. 
Ø  Contam com objeto próprio, princípios especiais e 
autonomia, e isso, inclusive, quando se trata de evitar a 
chamada bi-tributação internacional, principalmente em 
relação ao Imposto de Renda. 
24	
 DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO Ferradoza
Ø  Por isso, aplicar Direito Internacional no espaço do Direito 
Público é possível. 
PARTE FORMAL APLICA-SE A LEX FORI. 
PARTE MATERIAL, EM ALGUNS CASOS PODE SER 
APLICADO O INTERNACIONAL. 
Ex.: art. 7º caput da LICC: 
Art. 7º A lei do país em que domiciliada a pessoa determina 
as regras sobre o começo e o fim da personalidade, o nome, a 
capacidade e os direitos de família. 
25	
 DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO Ferradoza
Ø  Por essa razão, a opinião doutrinária QUE REPELE 
qualquer influência do direito público sobre o DIPr NÃO 
MERECE ser acolhida. 
Ø  Dolinger (2013, p. 20) diz que a disciplina não mais se 
restringe, como se sustentou outrora, a instituições de 
direito privado; atua igualmente no campo do direito 
público: questões fiscais, financeiras, monetário-
cambiais, penais e administrativas assumem aspectos 
internacionais e exigem que se recorra a regras e 
princípios do DIPr. 
26	
 DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO Frradoza 
Ø  Parte da doutrina inclui, ainda, os conflitos de leis 
estaduais e interpessoais no objeto do DIPr. 
Ø  Mas isso não faz parte do campo do DIPr. 
v Em resumo, é o objeto do DIPr: 
a)  Resolver conflitos de leis; 
 
b)  Indicar direito competente para o fato interjurisdicional. 
27	
 DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO Ferradoza
28	
DIREITO INTERNACIONAL 
PRIVADO	
OBJETIVOS DO DIPr 
a)  O objetivo do DIPr NÃO É a aplicação de um direito 
‘melhor’. Beat (2010, p. 33 – 40) 
•  O que se busca é a segurança jurídica, o que faz que a sua 
aplicação seja previsível para as partes em uma relação 
jurídica com conexão internacional. 
•  Com esse teor, as normas do DIPr devem sempre estar 
em sintonia com a Constituição, bem como estar em 
consonância com a "ordem pública internacional", 
"ordem pública mundial" ou "verdadeiramente 
internacional”. 
•  Nesse aspecto, no Brasil, p. ex., o DIPr deve atender, no 
âmbito do direito de família, aos requisitos da igualdade 
de direitos entre homem e mulher (CF, art. 5º, I) 
29	
 DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO Ferradoza
b)   Outro objetivo do DIPr é a harmonização das decisões 
judiciais proferidas pela justiça doméstica com o direito 
dos países com os quais a relação jurídica tem conexão 
internacional. 
Ø  A autoridade da justiça sofreria se fossem atribuídas 
sentenças contraditórias para as mesmas partes, em países 
diferentes, ou se um status jurídico reconhecido pela justiça 
de um país não fosse reconhecido em outro. 
Ø  Mas, é sabido que sentenças proferidas por juízes de países 
diferentes podem divergir, já que as regras jurídicas do DIPr 
ou o próprio direito substantivo ou material, aplicável 
conforme as mesmas regras, não coincidem. 
30	
 DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO Feradoza 
Ø  Em compensação, os Estados, de modo geral, 
RECONHECEM AS SENTENÇAS ESTRANGEIRAS, 
principalmente e sempre que a ordem pública não é violada 
no caso concreto. 
Ø  Os tribunais, na prática e frequentemente, quando 
julgam uma causa de direito privado com conexão 
internacional, favorecem a aplicação da lex fori. 
Ø  São várias as razões para isso: 
a)  Às vezes, o juiz já não está obrigado a aplicar as normas 
do DIPr ou pelo menos aquelas do direito estrangeiro 
aplicável de ofício (ex officio). 31	
 DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO Ferradoza
b)  Muitas vezes os juízes não estão familiarizados com o 
conteúdo do direito estrangeiro aplicável e interpretam a 
ordem pública de forma extensiva,de tal modo que resta 
pouco espaço para a sua aplicação. 
32	
 DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO Ferradoza
33	
DIREITO INTERNACIONAL 
PRIVADO	
CONCEITO DO DIPr 
 
Direito Internacional Privado é o ramo da ciência 
jurídica que resolve os conflitos de leis no espaço, 
disciplinando os fatos, em conexão com leis 
divergentes e autônomas. (Haroldo Valladão, 1974, p.
38). 
34	
 DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO Ferradoza
35	
DIREITO INTERNACIONAL 
PRIVADO	
DIFERENÇA ENTRE DIP E DIPr 
Direito Interno público e privado 
Ø  O direito interno regula a sociedade juridicamente 
constituída como Estado. 
 
Ø  O direito interno público e privado rege as relações sociais 
locais. 
36	
 DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO Ferradoza
Direito Internacional Público (DIP) 
Ø  Cuida das relações entre Estados e os demais sujeitos de 
direito na sociedade internacional, tendo como principal 
fonte os tratados. 
Ø  Dolinger (2013, p. 23) simplificando a questão aduz: 
[...] enquanto aquele é regido primordialmente por Tratados e 
Convenções, multi e bilaterais, controla a observância de suas 
normas por órgãos internacionais e regionais. 
37	
 DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO Ferradoza
Direito Internacional Privado (DIPr) 
Ø  Quando as relações estabelecidas entre indivíduos de 
diferentes estados se constituem a sociedade internacional. 
Ø  Norma interna voltada à busca de soluções a serem 
aplicadas quando mais de um ordenamento jurídico 
considera-se competente para decidir sobre um determinado 
assunto (conflito de normas no espaço) e à relação do 
Estado com os estrangeiros que encontrem-se em seu 
território, assim como temas referentes à nacionalidade. 
Ø  Cada Estado tem sua norma e a principal fonte do direito é a 
lei. 
38	
 DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO Ferradoza
Ø  Dolinger (2013, p. 23) simplificando a questão aduz: 
[...], o Direito Privado é preponderantemente composto de 
normas produzidas pelo legislador interno. 
39	
 DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO Ferradoza
40	
DIREITO INTERNACIONAL 
PRIVADO	
BIBLIOGRAFIA PARA ESTE MÓDULO 
BIBLIOGRAFIA BASE: 
 
DINIZ, Maria Helena. Lei de introdução ao Código Civil 
brasileiro interpretada. 15 ed. rev. e atual. São Paulo: Saraiva, 
2010. 
 
RECHSTEINER, Beat Walter. Direito internacional privado: 
teoria e prática. 13 ed. rev. e atual. São Paulo: Saraiva, 2010. 
 
DOLINGER, Jacob. Direito internacional privado: parte geral. 
10 ed. Rio de Janeiro: Forense, 2011. 
 
41	
 DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO Ferradoza
BIBLIOGRAFIA SUPLEMENTAR 
 
VALLADÃO, Haroldo. Direito Internacional Privado, 3 vols., 4 
ed. São Paulo: Livraria Freitas Bastos, 1974. 
 
MELO, Luis Gonzaga de. Introdução ao estudo do direito 
internacional privado. São Paulo: WVC Editora, 2001. 
 
42	
 DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO Ferradoza

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