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11- O que são os chamados princípios gerais do Direito R 1- O QUE SÃO PRINCÍPIOS? Um princípio é o fundamento de uma norma jurídica, são as vigas do direito que não estão definidas em nenhum diploma legal. Miguel Reale aduz que "princípios são enunciações normativas de valor genérico, que condicionam e orientam a compreensão do ordenamento jurídico, a aplicação e integração ou mesmo para a elaboração de novas normas. São verdades fundantes de um sistema de conhecimento, como tais admitidas, por serem evidentes ou por terem sido comprovadas, mas também por motivos de ordem prática de caráter operacional, isto é, como pressupostos exigidos pelas necessidades da pesquisa e da práxis". Para Miguel Reale os princípios podem ser discriminados em três grandes categorias: “a) princípios omnivalentes, quando são válidos para todas as formas de saber, como é o caso dos princípios de identidade e de razão suficiente; b) princípios plurivalentes, quando aplicáveis a vários campos de conhecimento, como se dá com o princípio de causalidade, essencial as ciências naturais, mas não extensivo a todos os campos do conhecimento; c) princípios monovalentes, que só valem no âmbito de determinada ciência, como é o caso dos princípios gerais de direito.” No mesmo esteio o doutrinador ainda disserta sobre a amplitude da função integradora dos princípios: “A nosso ver, princípios gerais de direito são enunciações normativas de valor genérico, que condicionam e orientam a compreensão do ordenamento jurídico, quer para sua aplicação e integração, quer para a elaboração de novas normas. Cobrem, desse modo, tanto o campo da pesquisa pura do Direito quanto o de sua atualização prática. Alguns deles se revestem de tamanha importância que o legislador lhes confere força de lei, com a estrutura de modelos jurídicos, inclusive no plano constitucional, consoante dispõe a nossa Constituição sobre os princípios de isonomia (igualdade de todos perante a lei), de irretroatividade da lei para a proteção dos direitos adquiridos, etc.” R 2 - Princípios são os alicerces da norma, são o seu fundamento em essência, são o refúgio em que a norma encontra sustentação para racionalizar a sua legitimação, são a base de onde se extrai o norte a ser seguido por um ordenamento, seja em sentido lato – como é possível observar-se de princípios constitucionais, no caso do princípio da legalidade, por exemplo – em que todos devem obediência à lei (não só os indivíduos, mas também o Estado), seja em ramos específicos do direito, como o trabalhista - em que o princípio da proteção do trabalhador serve de alicerce para a construção de todos os outros princípios dessa área do direito e de sua legislação não codificada. R 3 R 4- Os princípios gerais do Direito são as normas de caráter mais genérico e abstrato que incorporam os valores que fundamentam a maioria dos sistemas jurídicos mundiais, orientando a elaboração, interpretação e aplicação de seus preceitos e podendo ser aplicadas diretamente às relações sociais. 12. Segundo o artigo 38. 1. A Corte, cuja função é decidir de acordo com o direito internacional as controvérsias que lhe forem submetidas, aplicará: [...]; d) sob ressalva da disposição do Artigo 59, as decisões judiciárias e a doutrina dos juristas mais qualificados das diferentes nações, como meio auxiliar para a determinação das regras de direito. A letra d, do referido artigo 38, do Estatuto do Corte Internacional de Justiça está se referindo a que espécies de fontes auxiliares do Direito Internacional Público? R 1- Conforme art. 38 do Estatuto da Corte Internacional de Justiça (CIJ), de 1920, são fontes do Direito Internacional: as convenções internacionais, os costumes internacionais e os princípios gerais do Direito. A doutrina e a jurisprudência são meios auxiliares, não constituindo fontes em sentido técnico. 13. A que estudos especializados se referem a doutrina internacional? R 1- A doutrina é o conjunto dos estudos, ensinamentos, entendimentos, teses e pareceres dos estudiosos do Direito Internacional, normalmente constantes de obras acadêmicas e de trabalhos de instituições especializadas, como a Comissão de Direito Internacional das Nações Unidas. No passado, a doutrina exerceu papel relevante para a própria criação do Direito Internacional, como demonstram os trabalhos de especialistas como Francisco de Vitória e Hugo Grócio. Atualmente, a principal função da doutrina é contribuir para a interpretação e aplicação da norma internacional, bem como para a formulação de novos princípios e regras jurídicas, indicando as demandas da sociedade internacional, os valores que esta pretende ver resguardados, a opinio juris dos sujeitos de Direito Internacional etc. Enfatizamos, porém, que não cabe à doutrina regular diretamente condutas, visto que os enunciados doutrinários não são vinculantes por si sós. Como o Direito Internacional interage com o Direito interno, incluímos também, na doutrina internacionalista, os estudos dos juristas de outras áreas que tenham relação com o Direito das Gentes. R 2- "os estudos estratégicos referem-se aos fenômenos relativos à defesa nacional e à segurança internacional. requerem conhecimentos que se inter-relacionam porquanto não podem, a não ser analiticamente falando, ser pensados sem que uma face da moeda não se refira a outra. conceituar a defesa nacional de um dado país em um espaço vazio, meramente abstrato, é inócuo. (ineficaz, inofensivo). Ela só ganha sentido e conteúdo real quando se intercala em espaço objetivamente dado e externo a ela: a ambiência da segurança internacional. considerar a segurança internacional – seja qual for a definição que se queira lançar mão – em si e por si mesma, sem localizá-la em uma moldura ainda mais ampla, retira do conceito sua concretude. a segurança internacional deve ser compreendida como formando um subsistema que supõe um outro ainda maior, o sistema de relações internacionais. tratar desses conceitos requer jargões científicos próprios, teorias e metodologias apropriadas aos seus objetivos, temáticas específicas, formações acadêmicas singulares capazes de corresponder aos intentos pretendidos." fonte: figueiredo, Eurico de lima. 14. O que vem a ser o JUS COGENS? R 1- “Jus cogens”: é norma rígida, o oposto de "soft law". Estão previstas na Convenção de Viena sobre Direito dos Tratados, de 1969, em seus arts. 53 e 64. São imperativas e inderrogáveis, opondo-se ao "jus dispositivm". Ainda que não haja hierarquia entre as fontes estudadas, há que se reconhecer que "jus cogens" é a exceção, estando acima de todas as outras. Versam normalmente sobre matérias atinentes à proteção aos direitos humanos, como a própria Declaração Universal de 1948. R 2- Serve para a 15- A noção de jus cogens é definida pelo artigo 53 da Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados, que estabelece que “É nulo um tratado que, no momento de sua conclusão, conflite com uma norma imperativa de Direito Internacional geral. Para os fins da presente Convenção, uma norma imperativa de Direito Internacional geral é uma norma aceita e reconhecida pela comunidade internacional dos Estados como um todo como norma da qual nenhuma derrogação é permitida e que só pode ser modificada por norma ulterior de Direito Internacional geral da mesma natureza”. A norma de jus cogens é, portanto, uma norma de Direito Internacional à qual a sociedade internacional atribui importância maior e que, por isso, adquire primazia dentro da ordem jurídica internacional, conferindo maior proteção a certos valores entendidos como essenciais para a convivência coletiva. As normas de jus cogens são também conhecidas como “normas imperativas de Direito Internacional” ou “normas peremptórias de Direito Internacional” ou, ainda, “obrigações erga omnes”, visto que devem valer em todo o âmbito da sociedade internacional.15. Então, podemos afirmar que o JUS COGENS ou norma imperativa de Direito Internacional geral, é aquela norma reconhecida pela comunidade internacional como aplicável a todos os Estados, da qual nenhuma derrogação é permitida. Verdadeiro ou falso? Significado de Inderrogável Adjetivo Cujo efeito não pode ser invalidado, anulado; inquestionável ou incontestável: uma decisão judicial não é inderrogável. R 1- Verdadeiro R 2 - Jus cogens (direito cogente) são as normas peremptórias (AO 1990: peremptórias ou perentórias) imperativas do direito internacional, inderrogáveis pela vontade das partes. As regras imperativas (jus cogens) são as normas que impõem aos Estados obrigações objetivas, que prevalecem sobre quaisquer outras. Assim, o jus cogens compreende o conjunto de normas aceitas e reconhecidas pela comunidade internacional, que não podem ser objeto de derrogação pela vontade individual dos Estados, de forma que essas regras gerais só podem ser modificadas por outras de mesma natureza. “A norma do jus cogens é aquela norma imperativa de Direito Internacional geral, aceita e reconhecida pela sociedade internacional em sua totalidade, como uma norma cuja derrogação é proibida e só pode sofrer modificação por meio de outra norma da mesma natureza.” 16. Quais as são as características do JUS COGENS? R 1- A principal característica do jus cogens é a imperatividade de seus preceitos, ou seja, a impossibilidade de que suas normas sejam confrontadas ou derrogadas por qualquer outra norma internacional, inclusive aquelas que tenham emergido de acordos de vontades entre sujeitos de Direito das Gentes, exceto quando substituídas por outras normas imperativas de Direito Internacional. O jus cogens configura, portanto, restrição direta da soberania em nome da defesa de certos valores vitais. Outra característica importante do jus cogens é a aplicabilidade de suas normas para todos os Estados, ainda que estes não tenham expressamente manifestado sua anuência a respeito, o que se deve a sua importância maior para o desenvolvimento da vida da comunidade internacional. As normas de jus cogens podem aparecer em diversas fontes de Direito Internacional, podendo estar, por exemplo, incorporadas nos tratados, no costume internacional, nos prin¬ cípios gerais do Direito, nos princípios gerais do Direito Internacional etc. Podem também ser proclamadas como tal pelos tribunais internacionais. O artigo 53 da Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados de 1969 reza que é nulo o tratado que, no momento de sua conclusão, conflite com uma norma imperativa de Direito Internacional geral. R1.1 As características da imperatividade e da indisponibilidade tiveram influência direta na escolha do designativo direito cogente, sendo bem conhecida a dicotomia inerente ao direito romano, que distinguia o jus strictum (direito estrito) do jus dispositivum (direito dispositivo). R2- De nossa parte, entendemos que essa determinação da Convenção de Viena é desproporcional e desprovida de razoabilidade, por abrir a possibilidade de que um tratado inteiro perca a validade quando apenas um de seus preceitos está em confronto com normas d& jus cogens. Dessa forma, entendemos que seria mais razoável que apenas a norma que violasse o jus cogens tivesse sua aplicação afastada, evitando a extinção de todo o tratado. O rol das normas de jus cogens não é expressamente definido por nenhum tratado. Aliás, nem mesmo a Convenção de Viena de 1969 fixa essas normas, limitando-se a proclamar a sua existência e seu caráter de princípios e regras que restringem a capacidade de celebrar tratados dos Estados e das organizações internacionais. Outrossim, não há ainda, até o momento, uma compilação das normas de jus cogens em qualquer outro documento elaborado no âmbito das relações internacionais R3- Um exemplo reconhecido de "jus cogens" é a Declaração Universal dos Direitos Humanos da ONU de 1948, que apesar de não ser uma norma formalmente cogente, já que não é um tratado, possui obrigatoriedade material, uma vez que foi votada na assembleia geral das nações unidas. 17. O que vem a ser o chamado SOFT LAW, no âmbito do Direito Internacional Público? R1- “Soft law”: direito flexível ou direito plástico, oposto de "jus cogens". Para alguns, ainda é cedo para considerá-lo fonte. Surgiu no século XX com o Direito Internacional do Meio Ambiente. Preveem um programa de ação para os Estados relativamente à determinada conduta em matéria ambiental ou econômica. R2- Trata-se de uma nova tendência de produção de normas de Direito Internacional com características diametralmente opostas: As primeiras (normas de jus cogens ) são rígidas, enquanto as segundas ( normas de soft law ) são em tudo flexíveis. Mas ambas, cada qual a sua maneira, atingem diretamente os Estados, sendo necessário verificar em que medida as normas jurídicas delas emanadas os vinculam e os obrigam. R3- O desenvolvimento das relações internacionais vem levando ao aparecimento de uma nova modalidade normativa, de caráter mais flexível, chamada soft law, expressão em língua inglesa, cuja tradução aproximada seria “direito mole, maleável”. O soft law é uma das atuais modalidades de manifestação do fenômeno jurídico que não necessariamente incorporam as características clássicas do Direito. É, portanto, parte de um quadro em que se fortalecem noções como autonomia da vontade e arbitragem, todas tendo em comum maior flexibilidade e capacidade de oferecer soluções mais rápidas para os problemas das relações sociais. O conceito foi desenvolvido pela doutrina norte-americana, em oposição à noção de hard law, que se refere ao Direito tradicional. No Brasil, Nasser define soft law como um conjunto de “regras cujo valor normativo seria limitado, seja porque os instrumentos que as contêm não seriam juridicamente obrigatórios, seja porque as disposições em causa, ainda que figurando em um instrumento constringente, não criariam obrigações de direito positivo ou não criariam senão obrigações pouco constringentes”. O autor aponta ainda as seguintes modalidades de soft law: - Normas, jurídicas ou não, de linguagem vaga ou de conteúdo variável ou aberto ou, ainda, que tenham caráter principiológico ou genérico, impossibilitando a identificação de regras claras e específicas; • normas que prevejam mecanismos de solução de controvérsias, como a conciliação e a mediação; • atos concertados entre os Estados que não adquiram a forma de tratados e que não sejam obrigatórios; • atos das organizações internacionais que não sejam obrigatórios; • instrumentos produzidos por entes não estatais que consagrem princípios orientadores do comportamento dos sujeitos de Direito Internacional e que tendam a estabelecer novas normas jurídicas. A formação do soft law ocorre por meio de negociações entre os sujeitos de Direito Internacional ou dentro de órgãos técnicos das organizações internacionais. A elaboração de suas regras caracteriza-se por ser mais rápida, sem as dificuldades inerentes a esforços de articulação prolongados e perpassados por inúmeras questões políticas. Além disso, os preceitos de soft law, em regra, incorporam melhor as peculiaridades técnicas referentes às questões reguladas, o que nem sempre é possível nos tratados, pelas dificuldades normais encontradas nas negociações internacionais. Em suma, o soft law inclui preceitos que ainda não se transformaram em normas jurídicas ou cujo caráter vinculante é muito débil, ou seja, “com graus de normatividade menores que os tradicionais”, 39 como afirma Soares. Com isso, é comum que as regras de soft law tenham caráter de meras recomendações. 18. Definir o que vem a ser sujeitos de Direito Internacional Público. R1- O sujeito de direito internacional é a entidade jurídica que goza de direitose de deveres previstos pelo direito internacional e que tem capacidade de atuar na esfera internacional para exercê-los. R2- Sujeitos de Direito Internacional Público são todos os entes ou entidades cujas condutas estão previamente previstas pelo Direito Internacional Público ou contidas no âmbito ou obrigações internacionais e que tenham possibilidade de atuar direta ou indiretamente no plano internacional. 19. Quais são os sujeitos do Direito Internacional Público? Capacidade para agir internacionalmente. Conceito Tradicional É a aptidão para exercer direitos e se submeter a deveres no cenário das relações internacionais. Sendo eles Estados e Organizações internacionais R1- Estados Organizações Internacionais (ONU, OMS) Blocos Regionais (Mercosul, Bloco Europeu) Santa Sé (Vaticano) Indivíduos (Pessoas físicas naturais) Empresas Transnacionais (Coca-Cola, Nestlé) Organizações não governamentais (Cruz Vermelha, Green Peace) Insurgentes, Beligerantes e movimentos de libertação Nacional Sujeitos Fragmentário São reconhecidos como sujeito, mas não tem capacidade de celebrar tratados internacionais. São exemplos deles: Indivíduos, Empresas Transnacionais e Organizações não governamentais. R2- R3- Os sujeitos de direito internacional são: 1) Estados: São os sujeitos primários e mais importantes de direito internacional 2) Santa Sé: É a Igreja Católica. É sujeito de DIP porque o sacro império romano germano exerceu grande influência na Europa Ocidental na idade média. 3) Organizações Internacionais: São sujeitos derivados, pois para sua criação dependem da associação dos sujeitos primários (Estados). São organizações entre nações. Surgem a partir da reunião de estados. Ex: ONU, OIT, OEA, OMPI. 4) Indivíduos A pessoa humana também é sujeito de direito internacional. 20. Qual a definição de Estado? Sujeito internacional mais importante que temos dentro do Direito Internacional Público. Quando se fala em Estado se fala em formação de pessoas em um mesmo território com um governo independente e que possuem essa capacidade de celebrar tratados ou acordos internacional. R1- Formados pela reunião de indivíduos estabelecidos de forma permanente em um território sob autoridade de um governo independente. Elementos Constitutivos Só pode ser considerado Estado enquanto soberano, se ele possuir três elementos constitutivos: povo, território e governo soberano. R2- O Estado corresponde ao conjunto de instituições no campo político e administrativo que organiza o espaço de um povo ou nação. Para o Estado existir, é necessário que ele possua o seu próprio território e que exerça sobre este a sua cidadania, ou seja, o Estado deve ser a autoridade máxima na área a ele correspondente. R3- O Estado é uma entidade com poder soberano para governar um povo dentro de uma área territorial delimitada. R4- O Estado é o ente composto por um território onde vive uma comunidade humana governada por um poder soberano e cujo aparecimento, cabe desde logo destacar, não depende da anuência de outros membros da sociedade internacional. Parte da doutrina defende que o surgimento da sociedade internacional e do Direito das Gentes estão estreitamente vinculados à consolidação do Estado, ente que criou parte expressiva das normas internacionais, especialmente por meio dos tratados, e formou as organizações internacionais, cujo funcionamento requer o aporte decisivo dos Estados. (serve para a 21)- Com isso, atribui-se ao Estado personalidade internacional originária. 21. À luz do Direito Internacional Público, os Estados possuem personalidade jurídica? E as Organizações Internacionais? R 1- Sim, Sim R2- Personalidade internacional originária e primária No sentido de ser a primeira, porque o Estado para existir legalmente não depende de manifestação de qualquer outro ente, ele se basta. A partir do momento em que o Estado é criado, não precisa para existir legalmente da manifestação, anuência ou concordância de qualquer outro ente, assim sua personalidade internacional é originária e primária porque para um Estado existir independe de manifestação de outro ente. R3- Os Estados soberanos possuem personalidade jurídica originária, ou seja, é partindo deles que surgem outros sujeitos do direito internacional, como por exemplo, as organizações internacionais. O Estado é considerado o sujeito mais importante do DIP e é o único que possui plena capacidade jurídica de direito internacional. R4-(pag) Organizações Internacionais- Personalidade jurídica internacional do tipo derivada Pode celebrar tratado internacional, mas não é igual Estado, a sua personalidade é do tipo derivada. Porque para existir uma Organização Internacional ele deve depender de manifestação de vontade de outro ente, no caso os Estados que se unem para tutelarem determinados interesses que lhe sejam comuns. R5-(Livro) As organizações internacionais são entidades criadas e compostas por Estados por meio de tratado, com arcabouço institucional permanente e personalidade jurídica própria, com vistas a alcançar propósitos comuns. Como são estabelecidas pelos Estados, sujeitos que têm personalidade internacional originária, a doutrina entende que sua personalidade internacional é derivada. 22. O Direito Internacional Público compreende o ramo do Direito que disciplina as relações internacional entre os Estados e os demais sujeitos internacional. Por intermédio do Direito Internacional Público, busca-se garantir a paz e a justa resolução dos conflitos que podem surgir a partir das relações recíprocas estabelecidas entre os Estados. Verdadeiro ou falso? R1- Verdadeiro R2- O Direito Internacional Público é o ramo do Direito que visa regular as relações internacionais e a tutelar temas de interesse internacional, norteando a convivência entre os membros da sociedade internacional, que passam assim, a ser também sujeitos de direito internacional público. R3- Conceito Clássico Conjunto de Regras escritas e não escritas que regulam o comportamento dos Estados. Estados e Organizações Internacionais. Conceito Moderno Ramo do Direito que visa regular as relações internacionais e a tutelar temas de interesse internacional, norteando a convivência entre os membros da Sociedade Internacional. 23. Comentar o artigo 40, do Código Civil brasileiro em vigor. R1- Classificação das pessoas jurídicas Conforme o artigo 40 do código Civil brasileiro de 2002, as pessoas jurídicas (admitidas pelo Direito brasileiro) são de direito público (interno ou externo), como fundações públicas e autarquias, e de direito privado, como associações e organizações religiosas. As primeiras encontram-se no âmbito de disciplina do direito público, e as últimas, no do direito privado. R2- Antes de fornecer um conceito de “pessoa jurídica”, é interessante conhecer o conceito de pessoa. “Pessoa” é o ente físico ou coletivo suscetível de direitos e obrigações, sendo sinônimo de sujeito de direito. Já “sujeito de direito” é aquele que é sujeito de um dever jurídico, de uma pretensão ou titularidade jurídica, que é o poder de fazer valer, através de uma ação, o não-cumprimento do dever jurídico, ou melhor, o poder de intervir na produção da decisão judicial” (Maria Helena Diniz, Curso de Direito Civil Brasileiro. V.1, 18 ed, Saraiva: São Paulo, 2002. (p.116). R3- Além das pessoas físicas ou naturais, passou-se a reconhecer, como sujeito de direito, entidades abstratas, criadas pelo homem, às quais se atribui personalidade. São as denominadas pessoas jurídicas, que assim como as pessoas físicas, são criações do direito. (Pontes de Miranda, Tratado de Direito Privado (atual. Por Vilson Rodrigues Alves), Bookseller, 1999, (pág.345) O CC Brasileiro de 2002, por sua vez, não enuncia o conceito de pessoa jurídica, mas acompanha a conceituaçãode Clóvis Bevilácqua, qual seja: “todos os agrupamentos de homens que, reunidos para um fim, cuja realização procuram, mostram ter vida própria, distinta da dos indivíduos que os compõem, e necessitando, para a segurança dessa vida, de uma proteção particular do direito”.(Clóvis Bevilácqua, Teoria Geral do Direito Civil, 2ª edição, Rio de Janeiro: Livraria Francisco Alves, 1929, (pág. 158) Ainda assim, muita discussão tem ocorrido sobre o verdadeiro conceito de pessoa jurídica. Para alguns, as pessoas jurídicas são seres de existência anterior e independente daordem jurídica, se apresentando ao direito como realidades incontestáveis (teoria orgânica da pessoa jurídica). Para outros, as pessoas jurídicas são criações do direito e, assim, fora da previsão legal correspondente, não se as encontram em lugar algum (teoria da ficção da pessoa jurídica). Hoje, para a maioria dos teóricos, a natureza das pessoas jurídicas é a de uma ideia, cujo sentido é partilhado pelos membros de uma comunidade jurídica e/ou seja, objeto do “Estado Constituído de Direitos” e que a utilizam na composição de seus interesses nacionais e/ou Comunitários. Em sendo assim, ela não pode preexistir na forma de um “direito (natural)”, como alguns o querem. A pessoa jurídica é um sujeito de direito personalizado, assim como as pessoas físicas, em contraposição aos sujeitos de direito despersonalizados, como o nascituro, a massa falida, … etc. Desse modo, a pessoa jurídica tem a autorização genérica para a prática de atos jurídicos bem como de qualquer ato, exceto o expressamente proibido. Feitas tais considerações, cabe conceituar pessoa jurídica como o sujeito de direito inanimado personalizado. Pode-se então conceituar pessoa jurídica como sendo” a unidade de pessoas naturais ou de patrimônios, que visa à consecução de certos fins, reconhecida pela ordem jurídica como sujeito de direitos e obrigações.” (Maria Helena Diniz, Curso de Direito Civil Brasileiro. V.1, 18 ed, Saraiva: São Paulo, 2002.p.206). Em síntese, pessoa jurídica consiste num conjunto de pessoas ou bens, dotado de personalidade jurídica própria e constituído na forma da lei. São três os requisitos para a existência da pessoa jurídica: organização de pessoas ou bens, liceidade de propósitos ou fins e capacidade jurídica reconhecida por norma. 24. O Brasil, em 14/12/2009, por meio do Decreto n. 7.030, promulgou a Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados (de 1969). Na situação hipotética em que o Brasil, como nação soberana, com o objetivo de descumprir obrigações assumidas em um determinado Tratado Internacional, invoca, como justificativa de tal ato, a supremacia e prevalência de seu Direito Interno, estaria correto, em assim proceder? R- Não R1- No texto inicial do decreto 7.030, em seu parágrafo 6º, diz que: Recordando a determinação dos povos das Nações Unidas de criar condições necessárias à manutenção da Justiça e do respeito às obrigações decorrentes dos tratados, No seu Artigo 18: Obrigação de Não Frustrar o Objeto e Finalidade de um Tratado antes de sua Entrada em Vigor Um Estado é obrigado a abster-se da prática de atos que frustrariam o objeto e a finalidade de um tratado, quando: a) tiver assinado ou trocado instrumentos constitutivos do tratado, sob reserva de ratificação, aceitação ou aprovação, enquanto não tiver manifestado sua intenção de não se tornar parte no tratado; ou b) tiver expressado seu consentimento em obrigar-se pelo tratado no período que precede a entrada em vigor do tratado e com a condição de esta não ser indevidamente retardada. 25. Qual a diferença entre Direito Internacional Público, Direito Internacional Privado, e Direito Comunitário? R1- Em relação à definição das duas ciências, por exemplo, o DI Público reúne o conjunto de normas aplicáveis nas relações entre países, enquanto o DI Privado entra em cena para lidar com questões relacionadas a particulares que tenham interesses em mais de um país. No DI Público, os sujeitos em questão serão os Estados e também as Organizações Internacionais, enquanto no DI Privado as relações jurídicas orbitam entre particulares, mesmo nos casos em que o Estado ou Organização Internacional figure em meio a uma determinada lide. R2- O DIPri é um conjunto de normas que tem o objetivo de determinar o direito aplicável (normas indicativas) e uma relação jurídica de direito privado com conexão internacional. ELE NÃO REGULA NADA (subdireito). Os países decidem como aplicarão a norma estrangeira (exceção ao princípio da territorialidade), e a norma jurídica a ser aplicada deve ser aquela com a relação jurídica esteja mais adequada. - Objeto do DIPri • Disciplinar a solução de conflito, indicando norma nacional ou estrangeira aplicável. • Regular questões pessoais de interesse internacional; • Regulamentar a cooperação jurídica internacional; • Tutelar o reconhecimento de direitos adquiridos no exterior. - DIP x DIPri DIP: • O DIP lida com a relação dos países (soberania); • Os elementos são o ESTADO, POVO, TERRITORIO, SOBERANIA, SUPREMACIA; • A jurisdição é limitada aos limites do Estado, salvo exceções; • Regulamentação da Sociedade Internacional; • Disciplina direta das relações internacionais e internas; • Norma de aplicação direta; • Regras estabelecidas em normas internacionais; • Regras do direito internacional do público; • Atores: Estado; • Natureza das Normas: tratados, convenções e o direito interno; • Fontes: Leis, costumes, tratados, convenções, regras das OIs; • Objetivo: resolver conflito entre os Estados. DIPri: • O DIPri lida com o conflito no espaço, entre pessoas ou países diferentes e busca qual a lei que deve ser utilizada; • Observa sempre o elemento e o objeto de conexão; • A jurisdição pode ter aplicação em diferentes países • Regulamentação de conflitos de leis no espaço (indicação da norma aplicável); • Normas meramente indicativas do Direito aplicável; • Regras estabelecidas em normas internacionais ou internas; • Regras do DIP ou do direito interno. • Atores: Pessoas naturais e jurídicas; • Natureza das Normas: Direito interno, com indicação de tratados e convenções; • Fontes: normas de Direito Interno. • Objetivo: Resolver conflitos internacionais no âmbito privado. R3- Direito internacional público; O Direito internacional público é um sistema jurídico autônomo, sendo ele regulador das relações entre os estados. Um conceito clássico do Direito Internacional Público é o de Alberto do Amaral Júnior, que o define como o ramo do Direito que “tem sido tradicionalmente entendido como o conjunto das regras escritas e não escritas que regula o comportamento dos Estados”, lembrando que essa concepção remonta à Paz de Vestfália, que “consolidou o sistema moderno dos Estados”. Na mesma linha, Francisco Rezek alude a um “sistema jurídico autônomo, onde se ordenam as relações entre os Estados soberanos”. O Direito internacional público, foi criado com a distinção de construir relações jurídicas, com o objetivo de orientar todas as organizações no âmbito internacional, bem como estabelecer ordens, e leis comuns que regue os comportamentos que extrapolar a esfera da soberania. De acordo com o livro do VARELLA as fontes do Direito Internacional Público são as formas nas quais as normas internacionais se manifestam. De acordo com o art. 38 do Estatuto da Corte de Haia (o “rol das fontes”), são considerados fontes do Direito Internacional: os tratados, os costumes e os princípios gerais do direito. Como meios auxiliares, consideram-se a jurisprudência e a doutrina, facultando o emprego da equidade. R4- Direito internacional privado; O direito internacional privado é utiliza normas jurídicas, criada pela ciência jurídica onde são definidos seus princípios, devendo essas normas obedecer, as soluções adequadas para os conflitos de leis, seja ele interespacial,seja de competência jurisdicional. O Direito Internacional Privado (DIPr), é uma subdivisão do Direito Internacional Público, é caracterizado como um conjunto de normas jurídicas criado por uma autoridade autônoma com o propósito de resolver o conflito de leis no espaço, sendo o direito internacional privado, representado por normas que tem como objetivo definir qual o direito deve ser aplicado em uma relação jurídica, sendo assim ele indica qual o direito deve ser aplicado. As relações estabelecidas pelo DIPr são legitimadas pelos contratos e se dão entre duas ou mais pessoas, físicas ou jurídicas, que buscam objetivos comuns através da compra e venda ou da permuta, um querendo comprar e outro vender, ou ambos desejando trocar objetos ou serviços, para atender interesses recíprocos. Quando há um contrato entre pessoas que estão situadas em diferentes países, a relação se dá através dos contratos internacionais. R5- O Direito Internacional Público se direciona a articular uma relação jurídica e política entre Estados. Já o Direito Internacional Privado deveria se chamar Direito Privado Internacional. Trata- se de um ramo do direito interno de cada país, com alguma conotação internacional. Está mais relacionado às empresas e questões trabalhistas internacionais. R6- Um conceito clássico do Direito Internacional Público é o de Alberto do Amaral Júnior, que o define como o ramo do Direito que “ tem sido tradicionalmente entendido como o conjunto das regras escritas e não escritas que regula o comportamento dos Estados”, lembrando que essa concepção remonta à Paz de Vestfália, que “consolidou o sistema moderno dos Estados”. Na mesma linha, Francisco Rezek alude a um “sistema jurídico autónomo, onde se ordenam as relações entre os Estados soberanos” R7- O direito comunitário é composto pelo conjunto de normas jurídicas que regulam e disciplinam a organização e o funcionamento das Comunidades Europeias e da União Europeia. O surgimento dos blocos econômicos importou na necessidade da criação de um sistema de normas que os regulasse. Esse sistema de normas foi denominado Direito Comunitário, sendo um sistema jurídico autônomo, constituído de normas provenientes de determinadas fontes específicas, ordenado por uma hierarquia de normas, sendo regido por dois princípios essenciais: o princípio da integração e o princípio da primazia. O Direito Comunitário existente na União Europeia é incorporado de forma congênita aos direitos nacionais. Destarte, inexiste no Mercosul o verdadeiro direito comunitário, o que reina de forma absoluta é o direito internacional público, regional, integracionista, vinculado ao fenômeno de recepção. O Direito Comunitário é um desdobramento do Direito Internacional, mas que, ao contrário deste, não é de Direito Público, pois possui um caráter supranacional, tendo natureza Público-Privada. Na América do Sul temos como exemplo o Direito no âmbito do Mercosul. Outros autores preferem colocar a legislação do Mercosul como "Direito de Integração" e nesse posicionamento o direito da União Europeia seria o "direito de integração em nível comunitário" ou direito comunitário propriamente dito. 26. Quais os princípios, a partir dos quais, a República Federativa do Brasil, rege-se nas suas relações internacionais? R1- A Constituição Federal de 1988 inova ao estabelecer no artigo 4º os princípios que governam as relações internacionais, fixando determinados parâmetros para a política externa brasileira. O artigo 4º da Constituição Federal afirma que: “Art. 4º. A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes princípios: I - independência nacional; II - Prevalência dos direitos humanos; III - Autodeterminação dos povos; IV - Não-intervenção; V - Igualdade entre os Estados; VI - Defesa da paz; VII - Solução pacífica dos conflitos; VIII - Repúdio ao terrorismo e ao racismo; IX - Cooperação entre os povos para o progresso da humanidade; X - Concessão de asilo político. Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política, social e cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-americana de nações. Observa-se, neste contexto, que diversamente das constituições brasileiras anteriores, a Constituição de 1988 inova ao elevar à categoria constitucional os princípios norteadores das relações internacionais, e afirma ser a República Federativa Brasileira sujeito da sociedade internacional. As Constituições brasileiras de 1824, 1934 e 1937 limitou-se a tratar apenas do princípio da soberania ou independência nas relações internacionais, como se observa nos textos transcritos a seguir: Constituição de 1824 — “Art. 1. O Império do Brazil é a associação Política de todos os Cidadãos Brazileiros. Eles formam uma Nação livre, e independente, que não admite com qualquer outra laço algum de união, ou federação, que se oponha á sua Independência”; Constituição de 1934 – “Art. 3º. São órgãos da soberania nacional, dentro dos limites constitucionais, os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, independentes e coordenados entre si”; Constituição de 1937 – “Art. 1º. O Brasil é uma República. O poder político emana do povo e é exercido em nome dele e no interesse do seu bem-estar, da sua honra, da sua independência e da sua prosperidade”. 27. A Santa Sé é um sujeito de Direito Internacional Público? R1- Sim R2- Inicialmente, cabe advertir que a Santa Sé e o Vaticano são dois entes distintos, que têm em comum, fundamentalmente, o vínculo com a Igreja Católica Apostólica Romana e a controvérsia em relação à personalidade jurídica internacional de ambos. A Santa Sé é a entidade que comanda a Igreja Católica Apostólica Romana. É chefiada pelo Papa e é composta pela Cúria Romana, conjunto de órgãos que assessora o Sumo Pontífice em sua missão de dirigir o conjunto de fiéis católicos na busca de seus fins espirituais. É sediada no Estado da Cidade do Vaticano, e seu poder não é limitado por nenhum outro Estado. A Santa Sé é um sujeito de Direito Internacional, status adquirido ao longo de séculos de influência na vida mundial, que remontam à época em que o poder temporal do Papado era amplo e abrangia a capacidade de estabelecer regras de conduta social válidas para o mundo inteiro, de resolver conflitos internacionais e de governar os Estados Pontifícios. Na atualidade, o Santo Padre ainda goza de status e prerrogativas de Chefe de Estado e continua a ter certa ascendência na sociedade internacional, como provam suas reiteradas manifestações em assuntos de interesse internacional. Além disso, a Santa Sé pode celebrar tratados, participar de organizações internacionais e exercer o direito de legação (direito de enviar e receber agentes diplomáticos), abrindo missões diplomáticas (chamadas de “nunciaturas apostólicas”) chefiadas por “Núncios Apostólicos” e compostas por funcionários de nível diplomático, beneficiários de privilégios e imunidades diplomáticas. R3- São entes distintos (Santa Sé e Vaticano). A Santa Sé é um órgão de cúpula do governo, o Vaticano é o Estado, apesar de serem ambas chefiadas pelo Estado, são coisas distintas. O Vaticano fica dentro de Roma, é o espaço que foi cedido pela Itália para construção de Roma, e existe um tratado, porque estava havendo divergência entre os poderes da Igreja Católica e a Itália em 1929 cedendo um espaço para construção do Vaticano. Esse tratado, chamado Tratado de Latrão, aquele pedaço de Roma, o Vaticano está no meio, no centro de Roma e aquele Estado (Vaticano) compõe a Santa Sé. Santa Sé É a cúpula do governo na igreja católica chefiada pelo Papa. É a entidade que comanda a igreja católica. Relação entre Santa Sé e Estados O Vaticano é o Estado, a Santa Sé a cúpula do Governo. A Santa Sé pode celebrartratados, sendo denominados de concordata. R3- Segundo a doutrina majoritária, a Santa Sé é considerada sujeito no direito internacional público, assim como os Estados, entretanto, possui uma personalidade jurídica de direito internacional anômala. Ela é assim chamada pois não possui a presença de todos os elementos característicos dos Estados, como por exemplo, a presença de nacionais. 28. Qual a natureza da personalidade jurídica das Organizações Internacionais? R1- Organizações Internacionais têm natureza de pessoa jurídica de direito internacional, de caráter institucional. Nelas existe uma justificativa externa para a personalidade jurídica, derivada apenas da soberania dos Estados-membros. Sua criação, fundamentada no poder soberano dos Estados, acompanhou o processo de internacionalização do direito. R2- As organizações internacionais são entidades criadas e compostas por Estados por meio de tratado, com arcabouço institucional permanente e personalidade jurídica própria, com vistas a alcançar propósitos comuns. Como são estabelecidas pelos Estados, sujeitos que têm personalidade internacional originária, a doutrina entende que sua personalidade internacional é derivada. 29. As Organizações Internacionais Intergovernamentais confundem-se com as chamadas Organizações Não Governamentais (ONGs)? R1- Tais organizações internacionais não governamentais, não se confundem com as organizações internacionais intergovernamentais por não deterem (pelo menos por enquanto) personalidade jurídica de Direito Internacional. R2- A personalidade jurídica de Direito Internacional das organizações internacionais é reconhecida pela ordem internacional e é, amiúde, atestada pelos próprios textos dos tratados que as criaram, que estabelecem expressamente sua capacidade de celebrar tratados e de praticar outros atos inerentes a suas funções. As organizações internacionais são também conhecidas como organismos internacionais, organizações intergovernamentais e organizações internacionais intergovernamentais. R3-É importante ressaltar que ONG não tem valor jurídico. 30. Explicar o artigo 59, do Estatuto da Corte Internacional de Justiça, que dispõe que “a decisão da Corte só será obrigatória para as partes litigantes e a respeito do caso em questão. R1- O que estabelece que, “na medida que um Estado não é considerado como uma parte litigante, a decisão jurisdicional será para ele considerada como uma res inter alios acta, ou seja, sem nenhuma existência jurídica” (BRANT, 2005, p. 393). Sendo assim, a sentença é obrigatória apenas para os Estados litigantes. R2- Matéria contenciosa Evidentemente que, desde que demanda contenciosa seja submetida à Corte, a decisão da matéria tem força obrigatória pelo artigo 59 do Estatuto e se tornará definitiva pelo seu artigo 60, uma vez que o artigo 94 da Carta da ONU estabelece a obrigatoriedade de conformar-se com a decisão da CIJ e, se não cumprir o decidido, a parte contrária pode exigir do CS sua execução forçada.