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Postulados e Pressupostos da Informação Contábil

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Ciências Contábeis 
 
Contabilidade das Organizações 
Aula 2: Postulados e Pressupostos da 
Informação Contábil 
 
 
Professora Neusa Higa 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CONVERSA INICIAL 
Oi, seja bem-vindo(a) à segunda aula de Contabilidade das Organizações. 
Dessa vez aprenderemos sobre os Postulados e Pressupostos da informação 
contábil. Conforme você já deve ter percebido, a informação é o centro de toda 
decisão, e é sobre alguns critérios de estrutura e divulgação que conversaremos. 
A boa gestão de empresas carece de informações disponibilizadas de forma ágil 
e com relevância. Basear-se somente no “tino de negócios” ou em emoções não 
é o suficiente para ter certeza da decisão a ser tomada. Da mesma forma, a 
sociedade, os clientes, os investidores e os órgãos fiscalizadores necessitam 
que a divulgação seja pertinente entre as empresas, ou seja, que elas assumam 
um mesmo posicionamento quanto ao tratamento das ocorrências que ocorrem 
diariamente, permitindo o estabelecimento de bases comparativas. 
Os postulados e pressupostos da informação contábil assumem significante 
papel, de “formador” de critérios no registro contábil nas empresas, 
normatizando, descrevendo e orientando como a Contabilidade deve tratar a 
organização. 
Ao final de períodos, a Contabilidade apresenta registros das ocorrências na 
empresa por meio de livros. Eles são classificados conforme sua finalidade: 
Contábeis, Fiscais e Sociais. E você deve se perguntar: mas, qual a importância 
deles? Pois bem, serão eles quem trarão os dados necessários para que a 
informação contábil seja gerada, e o gestor, o investidor e os usuários em geral 
(inclusive você) consiga tomar uma decisão. 
Vamos aprender mais sobre isso! Acesse a versão online da aula e assista à fala 
inicial da professora Neusa nesta aula. 
 
 
 
CONTEXTUALIZANDO 
A informação assume importância crescente nos dias atuais. Nas organizações, 
ela se torna fundamental para descobrir e introduzir novas atividades, explorar 
oportunidades (de investimento, de estratégias) e no planejamento de suas 
operações. No entanto, antes da informação tornar-se disponível, é necessário 
que ela seja gerada – papel que é preliminarmente realizado nos registros 
contábeis. 
Desse modo, além de realizar os lançamentos diários das ocorrências, a 
Contabilidade emite dados que evidenciam a situação econômica e financeira da 
empresa ao final de cada “ciclo” (ou período de tempo). Por meio desses dados, 
é possível mensurar o Patrimônio da organização, ou seja, seu “valor”, e 
estabelecer diagnósticos fundamentais para os gestores e investidores. 
Sabemos também que o desenvolvimento histórico, econômico e social 
está relacionado aos meios de produção e distribuição da riqueza, o que 
valoriza o papel da Contabilidade em evidenciar as finanças empresariais 
e, antes de tudo, atuar como auxílio na tomada das melhores decisões (o que, 
consequentemente causaria melhores resultados). 
No entanto, tornar uma informação comparável – seja entre períodos (o que 
mudou entre o ano passado e esse ano?) ou entre empresas (melhor investir em 
A ou em B?) – requer o estabelecimento de regulamentos. A Contabilidade, a 
fim de atender a essa necessidade, assume de forma implícita os postulados 
contábeis, que funcionam como “fundamentos” incontestáveis sobre o modo 
como as empresas devem operar. Lembre-se que, além de ser suporte aos 
gerentes e estímulo à investidores, a Contabilidade exerce a função de 
prestadora de contas ao fisco. 
Novamente, entra em ação a necessidade de parametrização. Nesse caso, a 
escrituração dos fatos contábeis (aqueles que aprendemos na Aula 1), a 
apuração das Demonstrações Contábeis e, quando necessário, a disposição de 
notas explicativas, é obrigatoriamente apresentada por meio dos Livros 
 
 
Contábeis, Fiscais e Sociais. Observe que a vida de uma empresa é, de alguma 
forma, contada e acompanhada, como um diário. Os livros de escrituração 
possuem várias finalidades: 
 Acompanham os recursos da organização (caixa e contas afins) 
 Registram as compras, as vendas e controlam os estoques 
 Apresentam os colaboradores admitidos e dispensados 
 Evidenciam as modificações na Patrimônio da empresa (lucros ou 
prejuízos) 
 Agruparam as ocorrências das Atas de Assembleias 
Pesquisa 
Conforme já vimos, o objetivo da informação contábil é atender aos usuários da 
informação, auxiliando-os diante das diversas condições adversas, onde é 
necessário tomar uma decisão. Você imagina o que poderia ser realmente 
relevante como princípios da informação contábil? O que você considera 
importante ao disponibilizar informações aos usuários? Proponho que você 
pesquise sobre isso nas leis e nos decretos que regem nosso pais. 
Sobre estas reflexões, acesse a versão online da aula e assista ao vídeo a 
seguir. 
 
 
 
 
 
 
 
Tema 1 – Entidade e Continuidade: Documentação Contábil 
Comprobatória 
Noções sobre Entidade e Continuidade – os Pilares da Contabilidade 
A escrituração dos fatos contábeis segue proposições acerca da realidade que 
é registrada. Essas proposições são como verdades incontestáveis sobre o 
objeto da Contabilidade, sua existência no tempo, e o ambiente (econômico, 
social e político) no qual ela atua. Esse conjunto de observações são, então, 
designadas como postulados. Os postulados não estão sujeitos a contestação, 
uma vez que representam a base sobre a qual se desenvolve todo o raciocínio 
contábil (ambiente e condições em que ela atua). Além disso, devido a sua 
relevância ao entendimento da teoria, os postulados são considerados como os 
Pilares da Contabilidade. Os mesmos são categorizados conforme sua utilidade, 
dividindo-se em: 
Postulados Normativos 
Determinam o que ou como a Contabilidade deveria fazer ou atuar, 
condicionando que para todas as ações são necessárias justificativas 
(explicações). As ações devem ser amparadas de alguma forma – leis, 
normativos, decretos. 
Postulados Descritivos 
Descrevem como (e por que) a informação contábil deve ser apresentada aos 
seus usuários. 
Postulados Ambientais 
Determinam o ambiente onde a Contabilidade opera (nível econômico, social ou 
político). A fim atingir sua finalidade (ser útil aos usuários), é necessário que a 
Contabilidade exerça, então, duas funções no ambiente empresarial: definir e 
manter sua existência. 
 
 
Postulado da Entidade 
Sob as proposições desse postulado, a atividade econômica da empresa 
(pessoa jurídica) deve ser considerada independente das operações dos seus 
sócios (pessoas físicas). Nesse sentido, o Patrimônio é considerado objeto da 
Contabilidade, sendo imprescindível que este seja diferenciado – recursos 
próprios e os recursos da entidade jurídica – ainda que estes valores pertençam 
a uma mesma pessoa, um conjunto de pessoas. 
Nesse Postulado, a Contabilidade considera o patrimônio sob os enfoques: 
pessoa física e pessoa jurídica. É imprescindível distinguir corretamente estas 
pessoas. Um exemplo muito comum que observamos e que violam esse 
postulado é o uso de finanças da empresa (valores em caixa) para quitação de 
débitos dos sócios. 
 
Postulado da Continuidade 
Defende que os registros na Contabilidade devem tratar a “vida” da empresa 
como de prazo indefinido para encerrar suas atividades. Desse modo, o termo 
“continuidade” sugere que a entidade não possui um fim ou prazo estimado de 
duração. A proposição de prever a suspensão das atividades poderia provocar 
sérios efeitos na organização, como a desvalorização de seus ativos, por 
exemplo. Além disso, o Postuladoda Continuidade entende que a organização 
possui a finalidade de gerir seus ativos com esforços a produzir receita, e não 
simplesmente serem vendidos. Desse modo, a empresa é um empreendimento 
em andamento, devendo seus fundadores realizarem os esforços necessários 
para ter um patrimônio potencial de geração de benefícios futuros. 
 
 
Curiosidade 
Quando é realizado uma auditoria na empresa, um dos quesitos analisados para 
a emissão da opinião (antigo parecer) do auditor refere-se à capacidade de 
continuidade/descontinuidade da organização. Nesse caso, são apontados 
critérios como: capacidade de superação de crises financeiras, multas elevadas 
com valores provavelmente impagáveis, incapacidade produtiva, etc. 
Documentação Contábil comprobatória 
É importante você lembrar que todos os fatos contábeis devem ser registrados. 
Agregue a esse conhecimento o que foi recentemente exposto, ou seja, que, 
antes de os fatos serem contabilizados, os esforços devem ser voltados à 
separação do Patrimônio entre pessoa jurídica e física, e a proposta de 
continuidade da organização. Todavia, a escrituração dos acontecimentos na 
empresa deve ser suportada por documentos comprobatórios (notas fiscais de 
entrada e saída, recibos, registros, peças, etc.), que ratifiquem as 
entradas/saídas/recursos contabilizados. A escrituração deve também estar à 
disposição para uma possível conferência com as demonstrações contábeis (em 
casos de auditoria), comprovando, assim, a chamada “exatidão aritmética”. 
Acerca do período que estes itens devem ser conservados, a legislação sugere 
que os registros (realizados em livros contábeis, fiscais, sociais – veremos mais 
adiante sobre eles) devem ser mantidos enquanto os lançamentos de créditos 
tributários não prescrevam (5 anos). No entanto, vale lembrar que, para o fisco, 
existe um prazo decadencial (10 anos) para o lançamento de créditos tributários, 
podendo, assim (nos casos em que a empresa aufira lançamentos nessa 
configuração), postergar o prazo para manutenção de documentos 
comprobatórios para 10 anos. 
 
 
 
 
Enriqueça seus conhecimentos 
É importante você saber que, além dos postulados contábeis, a Contabilidade 
deve observar aos Princípios Fundamentais que condicionam legitimidade às 
Normas Brasileiras de Contabilidade (NBC) e orientam o exercício da profissão. 
Os mesmos desenvolvem-se a partir da necessidade de se estabelecer 
conceitos e procedimentos que viabilizar aos demais usuários padrões de 
comparabilidade e credibilidade, como nos casos dos critérios adotados na 
elaboração dessas demonstrações. 
Nesse sentido, os princípios atuam como suporte aos postulados, delimitando e 
qualificando o campo de atuação da Contabilidade. Todavia, a partir da evolução 
da Contabilidade, e caso surjam fatos socioeconômicos ou alterações na 
legislação que suportem a ideia proposta pelos princípios, estes podem ser 
alterados para atender as inovações ocorridas na vida empresarial. 
Os princípios básicos, essenciais ao exercício da Contabilidade são: o da 
Entidade; o da Continuidade; o da Oportunidade; o do Registro pelo Valor 
Original; o da Competência; e o da Prudência (RESOLUÇÃO CFC n. 750/93; 
RESOLUÇÃO CFC n. 1.282/10) 
Por fim, a conduta do profissional contábil, a delimitação de conceitos e 
atribuições preconizadas pelos Postulados e Princípios Contábeis, são definidas 
com maior precisão por meio das Convenções Contábeis. As convenções 
atendem um perfil mais claro e objetivo, indicando a conduta adequada que deve 
ser observada no exercício profissional. Elas representam o complemento dos 
Princípios e Postulados, sendo dividas em: 
 Convenção da Objetividade 
 Convenção da Materialidade 
 Convenção da Consistência 
 Convenção do Conservadorismo 
 
 
 
Leitura obrigatória 
Para aprimorar seu conhecimento sobre princípios e convenções contábeis, leia 
“Convergências e divergências entre princípios, convenções e postulados 
e atual estrutura conceitual básica da contabilidade”, de DELGADO, W. G. 
M. et al. 
http://anaisonline.uems.br/index.php/ecaeco/article/viewFile/2727/2800 
 
Conhecimento complementar 
Se você quiser saber mais profundamente sobre os princípios contábeis, dê uma 
olhada na Resolução CFC n. 750/93 (compilada). 
http://www.cfc.org.br/sisweb/sre/docs/RES_750.doc 
 
Veja com mais profundidade os Princípios Contábeis: 
https://www.youtube.com/watch?v=7RqTIZhyylA 
 
Se você gosta de concursos, vale a pena assistir: 
https://www.youtube.com/watch?v=Pswwz3MHWxY 
 
Um breve resumo sobre Postulados, Princípios e Convenções: 
https://www.youtube.com/watch?v=WYcmalYtiLo 
 
 
Acesse a versão online da aula e assista ao vídeo da professora Neusa sobre 
este tema que estamos estudando. 
 
 
 
Tema 2 – Livros Contábeis obrigatórios 
Conforme observamos até o momento, a escrituração contábil é o “pontapé” para 
o registro dos fatos empresariais e para estruturar livros (cada qual de uma 
natureza) que descrevem os elementos que compõem o Patrimônio da entidade. 
A partir da apresentação dos livros, podem ser desenvolvidas técnicas de análise 
e auditoria das demonstrações contábeis, disponibilizando aos usuários 
informações úteis para a tomada de decisão. Existem diversos tipos de livros 
que registram a “vida” da organização, estruturados com diversas finalidades. 
Alguns disponibilizam as operações comerciais como o registro de vendas e o 
controle de estoques; outros, tributárias, como a apuração de impostos e lucros 
ou prejuízos; ou ainda aqueles de cunho funcional, como registros de 
empregados e Atas de Assembleias. 
Além disso, conforme o caráter de apresentação (perfil de atendimento) dos 
livros, eles podem ser categorizados em: Livros Contábeis, Livros Sociais e 
Livros Fiscais. O primeiro deles será abordado nessa aula; a segunda categoria, 
os Livros Sociais, será apresentada ao final deste tema, como “Saiba mais”; por 
fim, os Livros Fiscais serão o assunto principal do Tema 4. Se quiser, dê uma 
olhada agora mesmo! 
É importante lembrar que todos os atos contábeis da entidade devem ser 
escriturados, sendo utilizado para este fim os livros contábeis. 
 
 
Estes seguem alguns critérios (conforme a legislação vigente) e são 
classificados em obrigatórios e acessórios (ou facultativos), de acordo com o 
Conselho Federal de Contabilidade. Além disso, a Lei n. 10.406/2002, em seu 
artigo 1.179, Capítulo IV, institui que 
“O empresário e a sociedade empresária são obrigados a seguir 
um sistema de contabilidade, mecanizado ou não, com base na 
escrituração uniforme de seus livros, em correspondência com a 
documentação respectiva, e a levantar anualmente o balanço 
patrimonial e o de resultado econômico.” 
O empresário deve também conservar em guarda a documentação respectiva 
as ocorrências. Esses fatos vão ao encontro do tema explorado anteriormente. 
A seguir, vamos ver dois livros de apresentação obrigatória: o livro diário e o livro 
razão. Acompanhe! 
Livro Diário 
Este livro constitui o registro básico de toda a escrituração contábil, onde são 
lançadas as operações diárias (organizadas por dia) que ocorrem na empresa e 
que modifiquem ou possam modificar a situação patrimonial da pessoa jurídica. 
Neste livro são apresentados os lançamentos contábeis da organização, 
conforme aprendemos no Tema 2 da Aula 1 (Lançamentos Contábeis da Rota), 
e seguem o registro conforme as partidas dobradas (os totais débito e crédito 
deverão ser sempre iguais). 
Este livro deve ser autenticado pelo órgão competente (Juntas Comerciais, 
repartições encarregadas do Registro do Comércio, Registro Civildas Pessoas 
Jurídicas) e apresentar estrutura física encadernada, folhas numeradas 
tipograficamente, termo de abertura e termo de encerramento. 
Termo de abertura indica a finalidade do livro, seu número de ordem, a 
quantidade de folhas, a identificação do estabelecimento (nome e número de 
CNPJ), local da sede, o número e data do arquivamento dos atos constitutivos 
no Órgão de Registro. 
 
 
Deve ser datado e assinado pelo comerciante (ou procurador) e por um 
contabilista legalmente habilitado. Termo de encerramento indica o fim a que se 
destinou o livro, seu número de ordem, a quantidade de folhas e identificação do 
estabelecimento. 
Deve ser datado e assinado pelo comerciante (ou procurador) e por um 
contabilista legalmente habilitado. Além disso, a apresentação do Livro Diário 
segue algumas formalidades intrínsecas: 
 Utilizar o idioma nacional e a moeda corrente do país 
 Utilizar a linguagem mercantil 
 Apresentar os registros, inclusive os históricos, individualizados e com 
clareza; Individualização e clareza dos lançamentos nele feitos 
 Registrar os fatos em ordem cronológica seguindo respectivamente dia, 
mês e ano 
 Não apresentar intervalos em branco, entrelinhas, borrões, rasuras ou 
emendas 
Se estas formalidades não forem respeitadas, o Diário acaba sendo 
completamente invalidado. 
 
Livro Razão 
É fundamental ao processo contábil, e sua manutenção é obrigatoriamente, 
exigida pela legislação brasileira por período de 5 anos. Por meio dele é possível 
acompanhar individualmente os saldos das contas contábeis (aquelas que 
compõem o plano de contas aprendidos na Aula 1), o que possibilita a apuração 
de resultados e, por conseguinte, a elaboração de demonstrações contábeis 
(balancetes de verificação do razão, balanço patrimonial, etc.). 
 
 
 
Além disso, esse livro atua no sentido de detalhar as contas (e subcontas) 
debitadas ou creditadas por meio dos lançamentos realizados no Livro Diário, ou 
seja, cada conta lançada no Livro Diário é também lançada no Livro Razão. São 
totalizadas, desse modo, contas patrimoniais e contas de resultado (se surgir 
alguma dúvida, volte ao Tema 3 da Aula 1), sendo cada folha do livro destinada 
a uma conta específica. 
Assim como no Livro Diário, os lançamentos no Livro Razão são feitos em ordem 
cronológica dentro de cada conta, podendo ser também escriturados em fichas, 
utilizando-se uma ficha para cada conta (Lei n. 8.383/1991, art. 64). De forma 
semelhante às recomendações para o livro anterior, a empresa deve manter em 
boa ordem, e seguir as normas contábeis recomendadas para o livro Razão. O 
mesmo pode ser escriturado de forma manuscrita, mecânica ou informatizada; 
não deve conter rasuras, entrelinhas ou qualquer indício que coloque em cheque 
os registros. Quando realizado de forma manuscrita, é comum nos depararmos 
com os chamados “razonetes”, conforme ilustrado a seguir: nome da conta na 
parte superior, lançamentos a débito no lado esquerdo, lançamentos a crédito 
no lado direito. 
Lembre-se que a natureza da conta (credora ou devedora) determina qual lado 
deve ser utilizado para aumentos e ou diminuições nos saldos. Desse modo, 
para cada conta será estruturado um razonete. Após sua escrituração, o Livro 
Razão deve ser encadernado, porém torna-se dispensado sua autenticaçãoou 
registro nos órgãos competentes (Junta Comercial ou no Cartório), uma vez que 
entende-se que ele é uma cópia dos fatos escriturados no Livro Diário. 
 
 
 
 
 
 
Leitura complementar 
Seria muito importante se você revisasse aspectos gerais sobre o que aprendeu 
até a aula de hoje. Veja no material “Elementos básicos de contabilidade”: 
http://www.portaltributario.com.br/guia/escrituracao.html 
 
Saiba Mais 
Explore sobre o registro de transações nos Livros Contábeis: 
https://www.youtube.com/watch?v=rbTJ-iueX-4 
Além dos livros contábeis obrigatórios, a legislação para sociedades por ações 
(Lei n. 6.404/76) dispõe a existência de mais duas categorias, os livros fiscais e 
os livros sociais. Sobre os livros fiscais, discutiremos mais no Tema 4 dessa aula. 
Já quanto aos Sociais, alguns deles são: 
 Registro de Atas de Assembleias Gerais 
 Registro de Presença de Acionistas 
 Registro de Atas de Reuniões da Diretoria, do Conselho de 
Administração, Pareceres do Conselho Fiscal) 
 Registro das Ações Normativas 
 Registro de Transferência das Ações Normativas 
 Registro de Partes Beneficiárias 
De forma complementar aos livros contábeis obrigatórios, existem, na 
Contabilidade, livros que se comportam como facultativos (ou acessórios) e que 
podem auxiliar o entendimento e acompanhamento de alguns fatos contábeis. 
 
 
 
 
Alguns deles são: 
 Livro Caixa – registra as entradas e saídas de numerário 
 Livro de Inventário – registrar os bens de consumo, mercadorias, 
matérias-primas e outros materiais que se achem estocados nas datas 
em que forem levantados os balanços 
 Livro de Entrada de Mercadorias – registra as mercadorias adquiridas 
e recebidas pelas empresas, ou as entradas de bens de qualquer espécie, 
inclusive os que se destinam a uso ou consumo 
 Livro de Saída de Mercadorias – registra as mercadorias ou produtos 
vendidos, bem como toda e qualquer saída, inclusive de bens móveis da 
empresa 
 Livro de Registro de Prestação de Serviços – livro é obrigatório perante 
o fisco municipal em empresas prestadores de serviço, nele são 
registradas todas as operações de serviços 
 Registro de Duplicatas – livro de cunho obrigatório, caso a empresa 
realize vendas a prazo com emissão de duplicatas 
Acesse a versão online da aula e assista ao vídeo da professora Neusa sobre 
este tema que estamos estudando. 
 
 
 
 
 
 
Tema 3 – Contabilidade para decisão 
A Contabilidade se fundamenta em disponibilizar aos usuários informações de 
natureza econômica e financeira acerca da entidade. Sabe-se que, atualmente, 
a informação é o meio mais disseminado e empregado quando se fala em 
manter-se competitivo no mercado. O conceito de informação é definido por 
Laudon e Laudon (2003, p. 7) como dados disponibilizados em uma forma 
significativa e útil, após serem organizados e arranjados de forma que as 
pessoas possam entendê-los e usá-los. Todavia, sabe-se que os demonstrativos 
contábeis são, em suma, “números”. Nesse entendimento, cabe ao papel do 
profissional contábil disponibilizar instrumentos ágeis, úteis e eficazes para 
auxiliar na realização de interesses e objetivos do gestor. 
Uma forma comum de prestar subsídio ao tomador de decisão é por meio da 
elaboração de relatórios gerenciais (se necessário, volte ao Tema 5 da Aula 1). 
A precisão das informações que gerentes, gestores, fundadores, etc. demandam 
requer aplicações práticas para a Contabilidade, levando sempre em 
observância os princípios que a regem, as ações disponíveis para o problema e 
a aplicabilidade das soluções ao contexto em que a organização se encontra. 
A partir dessas considerações, a realização de projeções ou visões prospectivas 
permite que o tomador de decisão avalie a situação patrimonial e as tendências 
da empresa com menor grau de dificuldade (se comparado à leitura dos diversos 
números que envolvem as demonstrações contábeis). Além disso, a 
reprodução/transcrição dos valores quantificáveis das contas em indicadores, 
gráficos, ilustrações (entre outras formas) permite que o usuário compreenda 
economicamente o comportamento da organização, compare seus 
resultados com os de outros períodos ou Entidades, avalie se suas 
expectativas (objetivos, rendimentos, índices de crescimento) foram 
atendidas e projeteo futuro organizacional. 
A emissão de relatórios contábeis, ou Informes Contábeis, tem como objetivo 
relatar os principais fatos registrados em um determinado período às pessoas 
que utilizam a contabilidade. 
 
 
A Lei n. 6.404/76, que regulamenta as sociedades por ações, introduziu o uso 
da terminologia “Demonstrações Financeiras”, referindo-se ao conjunto de 
relatórios contábeis ou “Demonstrações Contábeis”. Assim, a apresentação 
desses instrumentos, tanto para pequenas quanto grandes empresas, permite 
que sejam obtidas informações sobre a posição financeira, o desempenho e os 
fluxos da entidade. São exemplos comuns de elementos que exercem esse 
papel: 
 a estrutura do Balanço Patrimonial 
 a Demonstração do Resultado do Exercício 
 a Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL) 
 o Registro de fluxo de caixa 
Os dados que os compõem podem ser úteis na tomada de decisão, nas 
avaliações de investimentos e na detecção de oportunidades mercadológicos de 
uma gama de usuários que não possuem relatórios feitos sob medida para 
atender suas necessidades particulares de informação. O emprego de técnicas 
que, a partir dos valores apresentados nas demonstrações contábeis apuram 
índices que verificam a situação patrimonial da entidade, é muito comum como 
ferramenta de análise. 
Vamos ver algumas dessas técnicas a seguir. Acompanhe! 
1. Análise vertical e horizontal: evidencia o percentual que cada conta (ou 
conjunto de contas) representa em relação ao valor base de contas da 
mesma natureza. Por exemplo: o percentual de dívidas a serem pagas no 
curto prazo em relação ao total de dívidas que a empresa precisa quitar. 
2. Análise de Índices: transcreve os resultados apresentados nos 
demonstrativos em índices, como liquidez e rentabilidade. Eles auxiliam 
na compreensão da aplicação de recursos da entidade, a estrutura de seu 
patrimônio, sua capacidade de pagamento, o retorno de investimentos. 
 
 
 
3. Prazos Médios: apresentam a velocidade com que elementos 
patrimoniais se renovam durante um determinado período de tempo. 
Exemplo: prazo médio de recebimento de vendas, de renovação do 
estoque, de contas a pagar. 
4. Alavancagem Financeira: apresenta o grau de lucratividade, positiva ou 
negativa, gerada pela utilização de capitais de terceiros (empréstimos, 
financiamentos, investimentos de acionistas, etc.) 
Existem também algumas ferramentas contábeis de cunho interno, que são 
frequentemente empregadas no apoio à decisão do gestor. Estão entre elas: 
orçamento, elaboração do fluxo de caixa, planejamento tributário, análise de 
investimentos e demonstrações contábeis, controles de contas (a pagar e a 
receber) e gestão de estoques, dentre outros (veja com mais detalhes no 
material de leitura obrigatória, neste Tema). 
Importante 
Para que todas essas alternativas sejam úteis e as operações da empresa sejam 
fielmente planejadas, deve existir consistência e, acima de tudo, “realidade” nos 
procedimentos que a Entidade utiliza em diferentes períodos. 
O estabelecimento formal de normas, em coerência com os Princípios 
Fundamentais da Contabilidade (superficialmente expostos no Tema 1), 
contribuem de forma significativa para o processo de facilitação da análise de 
tendências, tanto da vida de uma empresa quanto das suas “concorrentes”, uma 
vez que estabelece os padrões de convergência na apresentação das 
demonstrações contábeis. Falaremos sobre um deles, o Princípio da 
Competência, no Tema 5 dessa aula. 
Veja um exemplo prático sobre a utilidade da informação contábil nas operações 
empresariais diárias: 
 
 
 
Uma empresa comercializa dois principais grupos de produtos: A e B. Porém, 
percebeu-se que nos últimos tempos o grupo A está muito lucrativo, enquanto o 
grupo B está tendo retorno negativo nas vendas. Diante da crise destes tempos, 
os gestores percebem que não há capacidade no mercado para aumento do 
preço de B, propondo que os produtos dessa linha sejam retirados do mercado. 
A fim de solucionar esse problema, os gerentes buscam na contabilidade de 
custos a análise da viabilidade desse comércio, verificando se existem focos de 
produtos deficitários. Nesse processo, foi possível observar que, diante de 
cinco produtos da linha B, somente dois deles apresentavam retorno 
negativo no mercado. 
A eliminação de toda a linha de produtos de B acarretaria em “perder” o lucro 
proporcionado por três dos produtos comercializados. A contabilidade atua 
exatamente em esclarecer empasses a partir da análise das alternativas mais 
viáveis. 
Diante das informações obtidas no departamento de custos da empresa, os 
gerentes decidiram permanecem com a linha B, eliminando do comércio, porém, 
somente os produtos que estavam gerando retorno negativo para a organização, 
uma vez que sua saída poderia ser posteriormente substituída por outras 
mercadorias. 
Obs.: o acompanhamento das atividades operacionais na organização deve ser 
contínuo, mantendo assim a capacidade de verificar os pontos positivos e 
negativos da decisão. 
Leitura obrigatória 
Explore mais sobre a utilidade da contabilidade no processo decisório lendo “A 
importância da Contabilidade no processo de tomada de decisão nas empresas”: 
http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/25741/000751647.pdf?sequen
ce=1 
 
 
Saiba Mais 
Estude a fundo sobre a informação contábil e sua utilidade no processo 
comunicacional, inclusive na tomada de decisão a partir de um estudo realizado 
pelo professor Dr. Jorge Eduardo Scarpin. Atente para a seção “Informação 
Contábil e Pesquisa em Contabilidade” (p. 19-26): 
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/12/12136/tde-24052006-
145759/publico/Tese_completa.pdf 
 
Leitura complementar 
Se você quiser saber mais sobre a utilidade da contabilidade, leia “Contabilidade 
Gerencial como ferramenta no processo de tomada de decisão”: 
http://www.custosgerenciais.com.br/arquivos/5.pdf 
 
Nas pequenas empresas, a Contabilidade pode também ser útil. Veja sobre isso 
em “Contabilidade para Pequenas Empresas: a utilização da contabilidade como 
instrumento de auxílio às micro e pequenas empresas”: 
http://www.contabilidadeamazonia.com.br/artigos/artigo_13contabilidade_para_
pequenas_empresas.pdf 
 
Acesse a versão online da aula e assista ao vídeo da professora Neusa sobre 
este tema que estamos estudando. 
 
 
 
Tema 4 – Livros Fiscais obrigatórios 
Conforme vimos na aula sobre informação contábil, todos os acontecimentos 
(fatos contábeis) que ocorrem diariamente na empresa devem ser escriturados. 
Os lançamentos, por sua vez, devem ser registrados em livros próprios 
(conforme a natureza do evento), configurando, assim, a “vida” da organização. 
A partir dos livros fiscais são realizados os registros relativos à prestação de 
contas aos órgãos fiscalizadores (fisco), seja em âmbito Federal, Estadual ou 
Municipal. 
Atualmente, os Livros Fiscais são realizados eletronicamente (via Sped, por 
exemplo), porém são impressos ao final do período de apuração, com folhas 
devidamente numeradas tipograficamente, em ordem crescente, encadernados 
e assinados pelo representante legal da empresa e por um profissional contábil. 
De modo a produzir os efeitos legais e de direito, a grande parte deles são 
registrados nos órgãos competentes – só serão usados depois de registrados na 
repartição competente do Fisco. Os livros fiscais mais comuns são: 
 Registro de entradas de mercadorias – destina-se ao registro, em 
ordem cronológica, das mercadorias adquiridas e recebidas pelas 
empresas. 
 Registro de saídas de mercadorias – destina-se ao registo, em ordemcronológica, das mercadorias ou produtos vendidos/despachados pelas 
empresas; inclui-se toda e qualquer saída, inclusive de bens móveis da 
empresa. 
 Registro dos serviços prestados e Registro de serviços tomados – 
destinado ao registro dos documentos fiscais relativos aos serviços 
prestados e serviços tomados sujeitos ao ISS (quando a empresa for 
contribuinte do ISS). 
 
 
 
 Registro de Inventário – tem a finalidade de registrar os bens de 
consumo, as mercadorias, as matérias-primas e outros materiais 
estocados (na data de realização do balanço). 
 Registro de controle de produção e estoque – destinado à escrituração 
dos documentos fiscais e de uso interno do estabelecimento (entradas e 
saídas, produção, estoques de mercadorias). 
Obs.: o Ajuste Sinief n. 17/2014 estabelece que, a partir de Janeiro de 2016, a 
escrituração deste livro é obrigatória para os estabelecimentos industriais ou a 
eles equiparados (decorrente do uso do SPED Fiscal). 
 Registro de Apuração de impostos (IPI, ICMS, ISS, etc.) – a finalidade 
dos livros (um para cada tipo de imposto) é apurar o valor devido pelo 
estabelecimento, no período. Nele são registrados/lançados valores a 
débito (a recuperar) e a crédito (a recolher) do imposto, os saldos 
apurados e outros elementos que venham a ser exigidos derivados das 
operações da empresa. 
 Livro de Apuração do Lucro Real (Lalur) – destinado a ajustar os 
valores do Imposto de Renda evidenciados nos demonstrativos contábeis 
à sua declaração, ou seja, visa descrever a base de cálculo do Imposto 
de Renda. Inclui nas apresentações as adições e exclusões realizadas no 
lucro líquido para fins de fechamento das demonstrações contábeis do 
período, assim como os valores futuros que irão alterar a base de cálculo 
dos próximos exercícios. 
Obs.: este livro é obrigatório somente para empresas enquadradas no regime de 
tributação Lucro Real. Conforme Decreto-lei n. 1.598/1977 (artigo 8°), compõem 
a estrutura desse livro: 
a) Os ajustes do lucro líquido do período, a demonstração do lucro real 
 
 
 
b) Os registros de controle de prejuízos fiscais a compensar em períodos de 
apuração subsequentes, da depreciação acelerada, da exaustão mineral 
e demais valores que devam influenciar a determinação do lucro real de 
períodos de apuração futuros e não constem da escrituração comercial 
c) Os registros de controle dos valores excedentes a serem utilizados no 
cálculo das deduções nos períodos de apuração subsequentes, 
(dispêndios com programa de alimentação, vale transporte do 
trabalhador) 
 
Leitura obrigatória 
Leia uma cartilha que pode tirar muitas dúvidas sobre os Livros Fiscais 
obrigatórios. Vale a pena você ler! 
http://www.portaldecontabilidade.com.br/tematicas/obrigacoes.htm 
 
Saiba Mais 
Use mais um pouquinho do seu tempo para aprender sobre a importância de 
manter os Livros Fiscais atualizados: 
https://www.youtube.com/watch?v=I5O2ng4C7HE 
Acesse a versão online da aula e assista ao vídeo da professora Neusa sobre 
este tema que estamos estudando. 
 
 
 
 
Tema 5 – Lançamentos Contábeis pelo Regime de Competência 
Diferentemente do senso comum, em Contabilidade, o termo “competência” tem 
significado muito particular. Não se relaciona com a ideia de atribuição ou 
capacidade de algo (ou alguém), mas ao período de reconhecimento de uma 
transação, evento ou fato contábil. Desse modo, propõe-se que o termo seja 
entendido como um “regime de competência de períodos”, ou seja, a data a que 
se refere a ocorrência. 
Conforme vimos, a avaliação adequada das informações financeiras (por meio 
das demonstrações contábeis) requer que o reconhecimento das receitas, dos 
custos, gastos e das despesas sejam criteriosamente escriturados, 
representando fielmente a situação do patrimônio da organização. Nesse 
sentido, os Princípios Fundamentais de Contabilidade (Resolução CFC n. 
530/81) orientam que a escrituração dos fatos contábeis seja incluída na 
apuração do resultado no período em que ocorrerem, independentemente de 
recebimento ou pagamento. 
A partir dessas condições, percebe-se que as demonstrações contábeis 
disponibilizam aos seus usuários não somente informações acerca de 
transações passadas (pagamentos e recebimentos já efetuados em dinheiro, 
cheque, etc.), como também valores (obrigações ou recursos) a serem advindos 
em um período futuro. 
Importante 
As Normas Brasileiras de Contabilidade (NBC) constituem o regime de 
competência como único parâmetro válido para a elaboração das 
demonstrações contábeis, ou seja, de utilização compulsória no meio 
empresarial. São raras as exceções que estabelecem o uso do regime de caixa, 
como a escrituração de receitas em instituições públicas, por exemplo. 
A compreensão da forma de escrituração por competência está diretamente 
relacionada ao entendimento das variações patrimoniais e sua natureza. 
 
 
Esse regime, sob a mesma concepção do Princípio da Competência, 
brevemente relatado no Tema 1 dessa aula, determina que as alterações no 
ativo ou no passivo resultam em aumento ou diminuição no Patrimônio Líquido 
(PL) da organização. O resultado dessas alterações no PL conduz, 
posteriormente, à apresentação das mutações patrimoniais em uma 
respectiva demonstração. 
Nessas condições, relembrando o Tema 2 da Aula 1, os lançamentos contábeis 
são categorizados em três classes, conforme seu efeito sobre o patrimônio da 
organização: 
 Permutativos ou qualitativos – o lançamento altera (permuta) somente 
a qualidade ou a natureza dos componentes patrimoniais (lançamentos 
que envolvem com ativo-ativo ou passivo-passivo), sem repercussão no 
montante do Patrimônio Líquido. Exemplo: aquisição de um maquinário 
com pagamento em dinheiro. 
 Modificativos ou quantitativos – o lançamento altera a composição do 
Patrimônio e modifica (para mais ou para menos) a situação líquida da 
empresa. Exemplo: receitas de vendas, pagamento de despesas. 
 Mistos – o lançamento envolve simultaneamente um fato permutativo 
(qualitativo) e um fato modificativo (quantitativo). Exemplo: recebimento 
de duplicatas com juros ou com descontos, pagamento de duplicatas com 
juros ou descontos. 
O Financial Accounting Standards Board (Fasb) considera que o resultado da 
empresa, mensurado por meio da adoção ao regime de competência, 
geralmente provê melhor indicador de performance em relação às informações 
sobre os recebimentos e pagamentos correntes de caixa. Desse modo, a 
competência é o princípio que estabelece quando um determinado elemento 
deixa de integrar o patrimônio da organização e passa a modificar o Patrimônio 
Líquido (recursos próprios da empresa). 
 
 
 
Leitura obrigatória 
Para saber mais sobre o princípio da Competência na Contabilidade, leia 
“Princípios Fundamentais e Normas Brasileiras de Contabilidade”: 
http://portalcfc.org.br/wordpress/wp-content/uploads/2013/01/Livro_Principios-
e-NBCs.pdf 
 
Leitura complementar 
Existem dois regimes de escrituração conhecidos: Regime de Competência e 
Regime de Caixa. Se você quiser saber sobre a diferença entre eles, acesse a 
seguir: 
http://www.treasy.com.br/blog/diferenca-entre-regime-de-caixa-e-regime-de-
competencia 
 
Saiba Mais 
Regime de caixa 
Nesse tipo de escrituração, os lançamentos de pagamento ou recebimentos 
somente são reconhecidos (lançados) quando se efetua a entrada/saída dos 
valores em caixa (dinheiro ou equivalente). Esse método é predominantemente 
utilizado nas demonstrações financeiras de entidades públicas, porém, em 
algumas exceções, a legislação permite a utilização do regime de caixa para finstributários. Mas, lembre-se: o regime de competência é compulsório, não 
podendo ser substituído pelo regime de caixa numa entidade empresarial, uma 
vez que viola um princípio contábil. Desse modo, ambos os regimes deveriam 
ser mantidos para fins de escrituração. 
 
 
 
Entenda, na prática, um pouco mais sobre o regime de competência e sua 
diferenciação entre o regime de caixa: 
https://www.youtube.com/watch?v=1_vC8ujRiv0 
 
Entenda sobre os regimes contábeis em: 
https://www.youtube.com/watch?v=cOJrJSSsT5M 
 
Acesse a versão online da aula e assista ao vídeo da professora Neusa sobre 
este tema que estamos estudando. 
 
 
TROCANDO IDEIAS 
Conforme discutimos nessa aula, a escrituração de fatos nos livros (contábeis, 
fiscais) exige que o responsável (sócios/contador) tenha a ciência de que é 
necessária documentação que suporte o registro. Em casos de auditoria dos 
órgãos competentes, a falta desses elementos é passível de multa, com 
ocorrência processual. 
Veja um caso real que ocorreu devido à falta de documentos que controlam a 
exportação – nesse caso uma grande falha da Secretaria da Fazenda (SEFAZ): 
http://www.sefaz.go.gov.br/cat/pautajulgamento/pautas/votos/Voto%20processo
%203029473824188%20(40028).doc 
 
 
NA PRÁTICA 
No dia a dia das empresas, ocorrem diversas situações. O dono da empresa, 
muitas vezes, por desconhecer os princípios da Contabilidade, toma decisões 
que vão contra as normas que a regem. Você, enquanto contador, deve justificar 
se é permitido ou não o registro de algumas ações na contabilidade. Assim, leia 
as afirmativas que refletem as ações propostas ao dono da empresa: 
I. O dono da empresa sempre teve boa condição financeira, comprou 
carros, adquiriu empréstimos para reformar sua casa e sua chácara, fez 
algumas viagens. Não tendo sabido administrar seus negócios, está 
endividado e sem condições para pagar. Todavia, a empresa tem obtido 
bons rendimentos nos últimos períodos, e ele decide usar alguns recursos 
dela para quitar as contas atrasadas. 
II. Ao iniciar suas atividades, a empresa adquire um empréstimo no valor de 
R$ 500.000,00. Ela irá aplicar esses recursos em maquinários e 
infraestrutura (instalações, reformas). Devido a benefícios 
governamentais, o banco concedeu o início do pagamento das parcelas 
para somente um ano após a data de assinatura do contrato. Dessa 
forma, como não houve o pagamento, o registro desse empréstimo será 
contabilizado somente no período seguinte. 
III. Com o passar de algum tempo, o empresário percebe que está sem 
espaço na sede da empresa. Os setores estão abarrotados de notas 
fiscais, recibos e Livros (contábeis e fiscais), tornando-se inviável que 
mais algum documento seja ali guardado. Em um “momento iluminado”, 
ele resolve que irá jogar todos esses documentos fora, afinal eles já foram 
contabilizados. 
 
Comentário 
Note que, em alguns casos, o proprietário não conhece as normas que regem 
os princípios contábeis. Nesse caso, a situação-problema proposta instiga-o a 
 
 
argumentar o porquê tal atitude pode ser ilegal. É importante ter bem definido 
em mente os postulados que regem a contabilidade, saber alguns critérios 
básicos para o registro dos livros fiscais e conhecer a forma de contabilizar os 
fatos contábeis pelo regime de competência. 
Tendo lido ações propostas e os comentários norteadores, reflita sobre cada 
uma das afirmativas e anote suas impressões. Depois, compare-as com as da 
professora, a seguir: 
I. Ao retirar recursos, ou ainda, contabilizar contas pessoais como valores a 
serem registrados na contabilidade da organização, fere-se o postulado 
da Entidade, onde confunde-se o patrimônio de pessoa física e jurídica. 
II. Conforme os preceitos do regime de competência, a organização deve 
escriturar os fatos contábeis a partir da data de sua ocorrência. Desse 
modo, seria ilegal assumir o contrato de empréstimo junto à instituição 
financeira sem contabilizá-lo. A escrituração deve ocorrer mediante (na 
data) a assinatura do contrato, independentemente dos desembolsos. 
Além disso, para o registro da aplicação dos recursos em infraestrutura e 
maquinários, segundo o método das partidas dobradas, deve existir uma 
conta respectiva para o lançamento a crédito – nesse caso “empréstimos 
e financiamentos”. 
III. Ao propor qualquer julgamento nessa ação, é importante colocar em 
pauta: “faz quanto tempo da ocorrência desses registros?”. A legislação 
adverte que os livros contábeis e seus documentos comprobatórios 
devem ser mantidos em boa guarda, por período de cinco anos. A ação 
impulsiva de destruir/eliminar esses documentos pode resolver 
temporariamente o problema, porém deve-se considerar que, caso os 
órgãos competente realizem algum tipo de verificação que exija 
elementos que constatem o registro (seja apropriações de benefícios ou 
cálculo para recolhimentos) dos eventos, não tê-los em mãos acarreta em 
processos fiscais. 
 
 
SÍNTESE 
Ao final dessa aula, percebemos que os Postulados e Pressupostos da 
Informação Contábil envolvem a discussão de conceitos incontestáveis que 
determinam o entendimento da Teoria Contábil, a disposição normativa que 
condiciona a forma de apresentação dos registros realizados e os critérios de 
reconhecimento que devem ser aplicados para tal procedimento. Além disso, 
ressaltou-se algumas maneiras em que a Contabilidade (e suas demonstrações) 
pode assumir papel relevante, atuando como suporte ao processo decisório. 
Você deve lembrar de alguns tópicos importantes que foram abordados: 
Entidade e Continuidade 
Tratam-se dos dois postulados que regem a Teoria da Contabilidade. O 
Postulado da Entidade institui a diferenciação entre pessoa física de pessoa 
jurídica. Nesse sentido, a atividade econômica da empresa deve ser considerada 
independente das operações dos seus sócios, acionistas, etc. De modo 
complementar, o Postulado da Continuidade determina que a entidade deve 
operar sem prazo estipulado para duração. Dessa forma, os registros devem 
tratar a “vida” da empresa como de prazo indefinido para encerrar suas 
atividades. 
Livros Contábeis Obrigatórios 
São aqueles de cunho compulsório de apresentação, sendo eles divididos em 
Livro Diário e Livro Razão. O Livro Diário registra os fatos contábeis que ocorrem 
dia após dia na empresa, e que modificam de alguma forma sua situação 
patrimonial. O Livro Razão, por sua vez, é uma reprodução dos eventos lançados 
no Livro Diário, visando organizar individualmente os saldos das contas 
contábeis. Quando escriturado manualmente, este livro faz uso do conhecido 
razonete. 
 
 
 
Contabilidade para decisão 
A interpretação dos dados que as demonstrações contábeis disponibilizam 
produzem significativas informações aos tomadores de decisão. A realização de 
projeções, visões prospectivas, planejamentos (e afins) são extremamente úteis 
aos gestores, todavia, nem sempre a estrutura organizacional (de funcionários, 
segmento, etc.) disponibiliza condições para elaboração de relatórios flexíveis 
(gerenciais). Em alternativa, como as Demonstrações Contábeis relatam de 
forma sintética os principais fatos registrados, a análise realizada a partir da 
estrutura do Balanço Patrimonial, da Demonstração do Resultado do Exercício 
e da Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL) (etc.) pode 
suprir carências diante de um problema organizacional. 
As informações acerca da posição patrimonial da entidade são verificadas por 
meio indicadores obtidos em técnicas como de análise vertical e horizontal, 
análise de índices, prazos médios das atividades/operações, e alavancagemfinanceira. 
Livros Fiscais Obrigatórios 
São aqueles de cunho compulsório de apresentação para prestação de contas 
ao fisco (âmbito municipal, estadual ou federal). Os mais comuns nas empresas 
são: 
 Registro de entradas de mercadorias 
 Registro de saídas de mercadorias 
 Registro dos serviços prestados e Registro de serviços tomados 
 Registro de controle de produção e estoque 
 Registro de Inventário 
 Registro de Apuração de impostos 
 Livro de Apuração do Lucro Real (LALUR) 
 
 
 
Lançamentos Contábeis pelo Regime de Competência 
Trata-se do regime obrigatório para escrituração nas empresas, que reconhece 
que o lançamento dos fatos contábeis deve ser realizado nos livros exatamente 
no período em que ocorrerem, independentemente de recebimento ou 
pagamento. Além disso, este conceito evidencia a amplitude que envolve as 
demonstrações contábeis, uma vez que sua estrutura comporta não somente 
informações sobre transações passadas como também valores a serem 
advindos em um período futuro. 
Essas condições estimulam também a valorização e exploração de forma eficaz 
dos dados que a compõem, uma vez que implicitamente eles podem conter 
informações valiosas. 
 
Acesse a versão online da aula e assista à fala final da professora Neusa. 
 
 
 
 
Referências 
BRASIL. Código Comercial Brasileiro. Lei n. 556 de 25 de junho de 1.850. 
BRASIL. Lei 6.404, de 15 de dezembro de 1976. Dispõe sobre as Sociedades 
por Ações. Diário Oficial da União, Brasília. (compilada). Disponível em: 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6404compilada.htm>. Acesso em: 20 
fev. 2016. 
BRASIL. Decreto-Lei n. 1.598, de 26 de dezembro de 1977. Altera a 
legislação do imposto sobre a renda. Diário Oficial da União, 27 de dezembro 
de 1977. 
BRASIL. Lei n. 8.218, de 29 de agosto de 1991. Dispõe sobre Impostos e 
Contribuições Federais, Disciplina a Utilização de Cruzados Novos, e dá outras 
Providências. Diário Oficial da União, 30 de agosto de 1991. Brasília. 
BRASIL. Lei n. 8.383, de 30 de dezembro de 1991. Institui a Unidade Fiscal 
de Referência, altera a legislação do imposto de renda e dá outras 
providências. Diário Oficial da União, 31 de dezembro de 1991. Brasília. 
BRASIL. Lei Complementar n. 123, de 14 de dezembro de 2006. Institui o 
Estatuto Nacional da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte; altera 
dispositivos das Leis no 8.212 e 8.213, ambas de 24 de julho de 1991, da 
Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, aprovada pelo Decreto-Lei no 5.452, 
de 1º de maio de 1943, da Lei no 10.189, de 14 de fevereiro de 2001, da Lei 
Complementar no 63, de 11 de janeiro de 1990; e revoga as Leis no 9.317, de 
5 de dezembro de 1996, e 9.841, de 5 de outubro de 1999.Diário Oficial da 
União, Brasília. 
BRASIL. Ajuste Sinief n. 17 de 21 de outubro de 2014. Altera o Ajuste 
SINIEF 02/09, que dispõe sobre a Escrituração Fiscal Digital - EFD. Diário 
Oficial da União, 23 de outubro de 2014. 
CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. Princípios Fundamentais e 
Normas Brasileiras de Contabilidade. 3. ed. Brasília: CFC, 2008. Disponível 
em: http://portalcfc.org.br/wordpress/wp-
content/uploads/2013/01/Livro_Principios-e-NBCs.pdf. Acesso em: 20 fev. 
2016. 
LAUDON, Kenneth C.; LAUDON, Jane P. Sistemas de informações 
gerenciais. 4. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2004.

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