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questionário ergonomia

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1 
 
ERGONOMIA DOS PROFISSIONAIS CABELEIREIROS: orientações e 
sugestões de tratamentos 
 
 
Gabriela Souza Raiser1 
Hemerson Marcos Cantos2 
Marli Machado3 
 
Resumo: Ergonomia derivada do grego, tem significado de "Estudo entre o homem 
e o seu trabalho, equipamentos e meio ambiente". É uma ciência que estuda toda e 
qualquer atividade física com menos esforço. Observa-se o surgimento de várias 
doenças em função da má postura corporal, responsáveis pela ausência de 
trabalhadores em seus empregos. E para minimizar as dores e corrigir os desvios 
posturais, alguns tratamentos são oferecidos, como exercícios de alongamentos, 
RPG e a prática do Taiso, entre outros. O presente estudo teve como objetivo 
pesquisar junto a profissionais cabeleireiros suas condições ergonômicas de 
trabalho, queixas de dores e de doenças ocupacionais, para poder orientá-los e 
sugerir tratamentos. A pesquisa caracterizou-se como um estudo de caso, do tipo 
exploratório, com abordagem qualitativa. Foram aplicados 39 questionários, de 
forma aleatória com profissionais cabeleireiros. No decorrer da aplicação dos 
mesmos, observou-se que os cabeleireiros queixam-se de dores na coluna, pernas, 
ombros, braços e pés no fim do dia. Sendo que a maioria exerce uma carga horária 
excessiva diária de trabalho. Porém, existem vários fatores que podem prejudicar o 
posicionamento corporal, inclusive o calçado. Entretanto, poucos procuram a ajuda 
médica, ou dão o devido valor para a saúde. Cientes disso elaborou-se um folder 
contendo informações sobre doenças ocupacionais, sugestões de tratamentos e 
prevenções, o qual será enviado via e-mail para todos os participantes com a 
finalidade de orientá-los sobre o tema. 
 
Palavras-chave: Ergonomia. Profissionais cabeleireiros. Ergonomia – cabeleireiros. 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
Pode-se dizer que na idade média ocorreram grandes avanços técnicos 
importantes, como o da engenharia e o desenvolvimento de novas tecnologias e 
materiais, com grandes invenções de modo geral até a industrialização e no 
desenvolvimento dos primeiros estudos do homem no trabalho. 
 Muitas gerações se passaram desde o início da humanidade, o homem pelas 
evoluções e pela ciência que se multiplicou, especializou-se em muitas profissões 
para suprir as necessidades da sociedade a qual formou. Muitos maus costumes 
 
1 Acadêmica do Curso de Cosmetologia e Estética da Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI, 
Balneário Camboriú, Santa Catarina. E-mail: gabyraiser@msn.com 
2
 Acadêmico do Curso de Cosmetologia e Estética da Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI, 
Balneário Camboriú, Santa Catarina. E-mail:marcosterapico@hotmail.com 
3 Orientadora, Professora do Curso de Cosmetologia e Estética da Universidade do Vale do Itajaí – 
UNIVALI, Balneário Camboriú, Santa Catarina. E-mail:marlimachado@univali.br 
2 
 
foram eliminados e outros ainda hoje perduram, prejudicando a saúde e também 
causando sérios desconfortos. 
Uma grande preocupação de hoje é a ergonomia relacionada a 
biossegurança, sendo este um dos processos funcionais e operacionais de suma 
importância em serviços de saúde e beleza, no qual se define a posição corporal 
dedicada ao trabalho. 
No campo da beleza, profissionais como os cabeleireiros sofrem com o mau 
posicionamento corporal devido a falta de conhecimento da ergonomia que lhes 
proporcionaria maior conforto e/ou melhor desempenho de suas capacidades 
profissionais. A posição de trabalho que na maior parte do tempo é em pé, dificulta a 
circulação sanguínea nas pernas, gerando edemas, e problemas futuros. Causam 
dores na coluna lombar pela má postura e pelo excesso de tempo na mesma 
posição. 
Neste estudo retrata-se a importância destes conhecimentos para a área de 
beleza onde o profissional cabeleireiro trabalha em carga horária excessiva, 
concentrando desconfortos causados pelos desvios vertebrais que podem gerar 
males, principalmente a coluna. 
Diante deste contexto esta pesquisa tem como objetivo pesquisar junto a 
profissionais cabeleireiros por meio de questionário suas condições ergonômicas de 
trabalho, interligando os dados com a literatura e sugerindo a postura adequada e 
tratamentos alternativos para minimizar suas dores. 
 Para tanto é importante conhecer alguns conceitos sobre saúde e ergonomia, 
posturas corporais e qual o calçado adequado a ser utilizado, além das principais 
causas de dores e desconfortos. Como resultado do estudo, elaborou-se um folder 
contendo orientações em relação a postura correta e também com sugestões de 
exercícios e tratamentos. 
 
 2 ERGONOMIA E SAÚDE 
 
A postura corporal compreende os ossos, músculos, nervos e articulações, 
que interagem entre si. Os músculos se inserem próximos a articulação e facilitam a 
realização de movimentos rápidos e amplos. A má postura do profissional 
cabeleireiro afeta diretamente a coluna vertebral, podendo prejudicar o 
funcionamento de outros órgãos do corpo humano. 
3 
 
A coluna vertebral se constitui por 33 vértebras, que se classificam em 5 
(cinco) grupos; 7 (sete) cervicais, 12 torácicas, 5 (cinco) lombares, 5 (cinco) estão 
fundidas e formam o sacro e 4 (quatro) da extremidade que formam o cóccix. 
Apenas 24 das 33 vértebras são flexíveis. As que tem maior mobilidade são as 
cervicais e as lombares. Cada vértebra sustenta o peso de todas as partes do corpo 
situadas sobre elas. Sendo assim as vértebras inferiores, as maiores, sustentam 
maiores pesos. Entre uma vértebra e outra existe um disco cartilaginoso, composto 
de uma massa gelatinosa a qual faz com que se tornem maleáveis a movimentos 
bruscos e rotacionais (LIDA, 2002). 
Disco é um sistema hidráulico que mantém as vértebras afastadas. Ele age 
como uma almofada que impede qualquer balanceio ou pressão, permitindo que a 
unidade funcional mova-se em flexão para a frente e em extensão para trás e para 
os lados (CAILLIET, 2002). 
De acordo com Knoplich (1978) o disco sofre alterações por causa de 
traumas, posturas erradas e idade. E mesmo que isso ocorra, deve continuar a 
desempenhar as suas funções, dentre elas, suportar o peso da pessoa e colaborar 
na movimentação corporal. Mas ocorre que, a degeneração de um disco faz com 
que sua atuação fique alterada e tenha que desempenhar uma função para a qual 
não está preparado, onde a pressão que as vértebras fazem sobre o disco produz 
uma força diretamente sobre o mesmo, provocando o seu achatamento, e 
deslocando-o do lugar. 
No caso de cabeleireiro, trabalhar de pé exige um posicionamento estático de 
muito tempo nas articulações dos pés, joelhos e quadris. Sendo assim é cansativo e 
doloroso, não só pelo esforço muscular, mas também pelo aumento da pressão 
hidrostática do sangue nas veias das pernas e restrição geral da circulação linfática 
nas extremidades inferiores, causando dessa forma a incidência de dilatação das 
veias das pernas (varizes), edemas dos tecidos dos pés, pernas e ulceração da pele 
(KROEMER; GRANDJEAN, 2005) 
 Conforme afirma Ramos (2009), são considerados riscos ergonômicos: 
 Esforço físico; 
 Levantamento de peso; 
 Postura inadequada; 
 Controle rígido de produtividade ou imposição de rotina intensa; 
4 
 
 Situação de estresse; 
 Trabalhos em período noturno; 
 Jornada de trabalho prolongada; 
 Monotonia e repetitividade; 
 Problemas relacionados com a organização do trabalho; 
 Condições ambientais inadequadas (layaut, posto de trabalho, caminhos 
obstruídos, cômodos pequenos, mobiliários, equipamentos, dispositivos, 
iluminação e ventilação inadequadas). 
Como visto, são vários os riscos ergonômicos que podemafetar a vida do 
trabalhador, por isso a necessidade de informações ergonômicas para o seu dia a 
dia, tanto pessoal quanto profissional. 
Vidal (2002) ressalta que na Ergonomia existem dimensões científicas e 
práticas voltadas a resolver problemas essenciais das mais variadas disciplinas, o 
design, a sociotécnica e as tecnologias de gestão são basicamente os mesmos. 
Pode-se citar como exemplo grandes homens que desde o principio do 
desenvolvimento do trabalho já se preocupavam com a postura como: Da Vinci, 
Lavoisier, Coulomb. Chaveu, Marey, Jules Amar, Villermé, Taylor, entre outros 
(GOMES FILHO, 2003). 
A postura em pé durante toda a vida humana é maior do que o tempo de 
descanso, por isso é importante a prática da boa postura, baseada nos princípios 
ergonômicos. 
 
2.1 Postura 
 
Dos muitos problemas que envolvem a ergonomia, a postura corporal 
envolvendo o processo vertebral é a que mais afeta a humanidade. A dor Lombar 
(lombalgia, dor nas costas ou dores na coluna) é uma das grandes causadoras de 
incapacidade para o trabalho, perdendo somente para a cefaleia. Pode-se dizer 
então, que a postura é a principal causa dos problemas de coluna, em função dos 
maus costumes de principalmente manter as pernas retas e dobrar a coluna 
vertebral. Ramos (2009) recomenda que o cabeleireiro tenha uma boa cadeira de 
fácil ajuste para adaptar sua altura conforme o cliente, facilitando sua posição de 
trabalho. 
5 
 
Os médicos concordam sobre a importância da boa postura. Observam que a 
determinação do indivíduo de adquirir uma boa postura pode fazer maravilhas, 
embora haja algumas dificuldades posturais que não podem ser vencidas sem o 
auxílio de terapia profissional. A postura perfeita é tão simples que não pode haver 
discordância quanto ao que significa. Significa manter o corpo de uma pessoa em 
equilíbrio, de modo que haja o mínimo de tensão possível sobre os músculos, ossos 
e nervos quando ela fica em pé, anda, senta-se ou trabalha (FONTES, 1984). 
Ramos (2009) afirma que sempre que o trabalho puder ser executado na 
posição sentada, o posto de trabalho deve ser planejado ou adaptado para essa 
posição, seguindo o que preconiza a NR 17 do Ministério do Trabalho e Emprego. 
Com a introdução da ergonomia fica certo que não se deve aceitar antigos 
procedimentos usados no trabalho em que as pessoas eram consideradas apenas 
pares de mãos, ou seja, não se dava a preocupação com a saúde do trabalhador. 
Como visto, a postura incorreta é uma das causadoras de dores lombares em 
profissionais cabeleireiros, porém outros acessórios podem prejudicar também a 
saúde, como por exemplo, a utilização de calçados inadequados. 
 
2.2 Calçados 
 
A importância da ergonomia dos calçados deve ser ressaltada, pois os dados 
antropométricos utilizados na fabricação do mesmo, desde a definição do tamanho 
do calçado, até a utilização de peças/acessórios com funções técnicas e 
operacionais (fivelas, cadarços, fechos, etc.) são fundamentais para o conforto de 
seu uso (GOMES FILHO, 2003). 
Quando são usados sapatos de salto alto, o centro de gravidade do corpo é 
transferido para a frente, e isto é associado com um aumento na inclinação pélvica e 
consequentemente acentuação da lordose (OLIVER; MIDDLEDITCH, 1998) 
Schmidt (1995) descreve que um sapato com salto de 6 (seis) centímetros de 
altura, 25% do peso corporal é direcionado sobre o calcâneo e 75% sobre a cabeça 
dos metatarsianos. Os que são acima de 10 centímetros, praticamente 100% do 
peso concentram-se sobre os metatarsianos. Dessa forma percebe-se que calçados 
com salto alto podem prejudicar tanto o calcanhar quanto os dedos, tendo uma 
maior incidência nesses últimos. 
6 
 
Henning (apud OTACILIO et al., 2007) afirma que o calçado de salto alto pode 
provocar danos à coluna, problemas no joelho e até o encurtamento dos músculos 
ísquio tibial e gastrocnêmio. 
O sapato correto é aquele que tem contraforte, ou seja, fechado atrás 
podendo os dedos ficarem livres, com salto de base larga e leve, com altura de 4 
(quatro) centímetros no máximo (KNOPLICH, 1978). 
Os calçados, algumas vezes, podem alterar o alinhamento do pé, e trazer 
prejuízos a saúde, alguns distúrbios devem ser destacados, para conscientizar todos 
que o belo pode gerar prejuízos também. 
 
2.3 Causas comuns das doenças relacionadas ao trabalho 
 
Nas tendências atuais, as pessoas preocupam-se com a aparência estética 
ao ficarem de pé ou sentadas. Porém, o que muitos não sabem é que a posição 
ereta não é a indicada. Devem-se respeitar as curvaturas naturais da coluna, pois 
devido a essa má postura pode ocorrer alguns distúrbios (COX, 2002). 
 A fraqueza dos grupos musculares abdominais compromete a estabilidade e a 
sustentação da coluna lombar e demais segmentos dependentes dela. Alem disso 
também a obesidade aumenta a pressão sobre a coluna vertebral e em casos de 
emagrecimento forçado em curto período é comprometida a estabilidade e 
sustentação da coluna pelos distúrbios no metabolismo do organismo. Os tóxicos, 
como fumo e o álcool, também são prejudiciais para fisiologia da coluna vertebral. O 
fumo, além de seus detritos tóxicos, causa a isquemia ósteo-muscular, levando a 
osteoporose e á atrofia músculo-ligamentar e outros males causados pela falta de 
oxigenação tecidual. O álcool causa osteonecrose e outras alterações metabólicas 
ósseas repercutindo na fisiologia vertebral (QUINTANILHA, 2002). 
Pode-se conferir, então que não só a postura ou a maneira correta de 
produzir o trabalho melhora a ergonomia. Mas também o uso do calçado correto, 
pois possibilita o movimento do corpo e da coluna vertebral, gerando menos impacto 
e trabalha de maneira ergonômica a sua inclinação de acordo com cada movimento 
do profissional durante sua jornada de trabalho. 
São várias as doenças decorrentes dos problemas ergonômicos que afetam a 
saúde do cabeleireiro, dentre elas, cita-se nesse trabalho a LER/DORT, dores de 
coluna e tendinite. 
7 
 
2.3.1 LER/DORT 
 
As posturas anormais, forçadas, ou seja, desconfortáveis, são as principais 
causas de LER/DORT (Lesão por esforço repetitivo/Doença ocupacional relacionada 
ao trabalho) provocando um desequilíbrio muscular, comprimindo dessa forma os 
nervos. Sendo muitas vezes difícil de identificar o problema por haver uma relação 
entre LER e o exercício do trabalho. Em função da falta de conhecimento sobre 
desgaste ósseo e muscular ocasionado pelo trabalho repetitivo, os trabalhadores 
demoram a procurar ajuda médica podendo agravar o quadro clínico e causar até 
mesmo a invalidez (RAMOS, 2009) 
Andrade (1998 apud OLIVEIRA, 2003) informa que 60% dos afastamentos de 
trabalhadores por problemas de saúde são em decorrência de L.E.R, tornando-se 
uma preocupação dos funcionários e também das empresas. 
Para tentar resolver esta situação e minimizar as dores dos trabalhadores, 
alguns tratamentos terapêuticos podem ser realizados, inclusive dentro da própria 
empresa. 
 
2.3.2 Dores de coluna 
 
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), 80% da população 
mundial sofrerá de dores na coluna, ao menos uma vez na vida, Embora possam 
ocorrer tumores e cistos, lesões nos nervos, vértebras ou discos, as causas mais 
freqüentes são má postura, sobrecarga e falta de exercícios (MATUCK, 2011). 
 E assim conferem-se as constantes reclamações de profissionais de diversas 
áreas e até mesmo donas de casa sobre queixas de dores lombares, cervicais, 
torácica e de membros superiores e inferiores que estão ligados a coluna vertebral. 
As dores de coluna sempre fizeram parte da vida humana por simples 
acomodação e descaso havendo um interesse maiorem terminar o serviço 
executado, obedecendo a uma ordem ou a seu próprio interesse. 
 
2.3.3 Tendinite 
 
 Os tendões funcionam por um movimento intercalado de períodos de 
relaxamento e tensionamento. Se este ciclo for interrompido pelo uso errado da 
8 
 
musculatura, podem gerar lesões, microrrupturas, edemas, fraqueza, dor e mau 
funcionamento. Para isto existem duas causas conforme Almeida (2005): 
 Mecânica: esforço prolongado e repetitivo; excesso de peso corporal ou 
exercícios com sobrecarga. 
 Química: desidratação, onde os músculos ficam com insuficiência de 
drenagem, devido a má alimentação e isto resulta em ausência de 
lubrificação nos tendões. 
A tendinite manifesta-se com dores, principalmente nos movimentos diários, 
como subir escadas, erguer o braço, caminhar, dobrar o joelho. Para isto, sugere-se 
evitar a exposição a grandes períodos ininterruptos de atividades físicas ou trabalho, 
além de promover relaxamento dos tendões por alguns minutos, fazer alongamentos 
diariamente ou no mínimo 3 vezes na semana. Procurar orientação medica se a dor 
persistir (LEMOS, 2005). 
 
2.3.4 Sindrome Dolorosa Miofacial (SDM) 
 
A SDM é uma doença frequente no meio dos profissionais que trabalham em 
serviços repetitivos, causa dor e incapacidade de origem muscular e esquelética. 
Acomete principalmente, a cervical, cintura escapular e lombar. As pessoas 
geralmente se enganam tratando esta causa como se fosse bursite, tendinite, dores 
viscerais sem haver melhoras significativas, pois muitos profissionais desconhecem 
esta condição clínica (ARRUDA, 2010). 
 Causas 
Microtraumatismos repetitivos que geram fadiga ou sobrecargas devido 
execução de atividade diária. Sobrecargas de músculos descondicionados (atletas 
de fim de semana), adoção de más posturas que também sobrecarregam a 
musculatura, traumas e estresse emocional (ARRUDA, 2010) 
Para minimizar os problemas de saúde supracitados e melhorar a saúde do 
cabeleireiro sugerem-se alguns tratamentos, sendo que os exercícios de 
alongamentos poderão ser feitos pelos próprios profissionais, e os demais 
acompanhados por especialistas da área. 
 
 
9 
 
3 TRATAMENTOS E PREVENÇÕES 
 
O tratamento ou a prevenção das doenças ergonômicas acometidas pelos 
cabeleireiros, podem ser exercícios físicos, alongamentos diários, e manter a boa 
postura o maior tempo possível. Na busca desta equivalência, diversas melhorias 
são alcançadas exigindo cada vez mais, soluções ergonômicas para o trabalho. 
Devem ser considerados no ponto de vista da ergonomia como seres integrais 
e colaboradores, visto de uma forma mais humana. Em 1963 foi publicado no livro, o 
clássico holandês Vademecum Ergonomie, seu conteúdo foi bastante ampliado e 
atualizado, trazendo uma grande ajuda para a ergonomia no trabalho e uma fonte de 
referencia para a conscientização de qualquer função trabalhista. Pois mostra que 
não é um problema atual, e pode contribuir para os profissionais e administradores, 
encontrarem caminhos melhores para uma vida mais segura no trabalho (DULL; 
WEERDMEESTER, 2000). 
Lida (2002) afirma que é melhor prevenir para que estas deformações não 
aconteçam, fazendo exercícios para fortalecer a musculatura e evitando cargas 
pesadas, más posturas, principalmente com tempo prolongado. 
 
3.1 Exercícios de alongamento 
 
Oliveira (2003) cita vários motivos para se fazer alongamentos, pois os 
exercícios: 
 Reduzem as tensões musculares; 
 Proporcionam uma sensação de relaxamento ao corpo; 
 A coordenação motora é beneficiada; 
 Melhoram a amplitude do movimento; 
 As distensões musculares são prevenidas; 
 Preparam o corpo para atividades físicas; 
 Melhoram a consciência corporal; 
 Reduzem as tensões emocionais; 
 Melhoram a circulação sanguinea; 
 
10 
 
Apesar dos benefícios diversos, é importante tomar cuidado com o tipo de 
alongamento, a área que se deseja alongar e o motivo. (ANDERSON, 1983 apud 
OLIVEIRA, 2003) 
 As pessoas que trabalham em pé devem ter um apoio para colocar 
alternadamente os pés, isso corresponde a ficar andando sem sair do local. Para 
que o sangue circule dos pés para a cabeça, precisa do apoio dos músculos que, se 
contraídos, impulsionam-no para cima, através das válvulas das veias. Permanecer 
parado é uma das causas de varizes e outros distúrbios vasculares (KNOPLICH, 
1978). 
Deve-se procurar sempre um profissional capacitado, educador físico, 
fisioterapeuta, médico, especialistas em tratamentos alternativos (acupunturistas, 
quiropraxistas, massoterapeutas) para orientações e tratamentos específicos. 
 Com exceção dos exercícios de alongamento, os quais o próprio profissional 
cabeleireiro pode fazer, os demais citados neste trabalho deverão ser 
acompanhados por um profissional especializado. 
 
3.1 Reeducação Postural Global (RPG) 
 
Por motivos dos músculos estarem sempre trabalhando, com o objetivo de 
manter o individuo em pé, em todas as posições e atividades cotidianas, pode gerar 
a perda gradativa da capacidade muscular, resultando em desconforto, 
enfermidades e dores. Inconscientemente adotam-se posturas que aliviam as dores, 
porém podem fazer muito mal. Poupar uma área dolorida significa sobrecarregar 
outra área do corpo. Para isto aplica-se a RPG (reeducação postural global), 
tratamento fisioterapêutico, que analisa a enfermidade e o individuo como um todo. 
(LEMOS, 2005). 
A reeducação postural tem o propósito de oferecer ao individuo uma 
participação ativa, correção postural permanente. Realiza-se mediante a consciência 
corporal, a integração da posição correta no cotidiano (TRIBASTONE, 2001). 
 
3.2 A Prática do Taiso 
 
O Taiso exerce no corpo humano uma descarga energética de grande 
intensidade por trabalhar sobre a região abdominal e lombar, responsável pela 
11 
 
estrutura. São exercícios voltados ao trabalho de relaxamento muscular, 
concentração ou meditação, que buscam a saúde através da respiração. Muito 
usado no Japão antes de iniciar os serviços em todas as áreas de trabalho. 
Comprova-se que favorece a longevidade, coordenação psicomotora, correção 
postural, disciplina mental e auxilia no tratamento de LER/DORT e outros males 
(SHIATSU MIMA, 2011) 
Além dos tratamentos supra citados, sugerem-se outras opções para 
tratamentos auxiliares ou complementares que são realizados por profissionais 
capacitados, tais como: 
 
 Quiropraxia – A Quiroprática é oficialmente reconhecida e adotada como 
terapia de primeiro contato em 65 países, entendendo que , quando sente 
dor ou desconforto, sem motivo aparente, começa a investigação do 
problema, pesquisando se o mal estar é motivado por um desajuste na 
estrutura óssea – vértebras e juntas – e/ou um pinçamento nervoso 
(CASTRO, 1999). 
 Acupuntura – Medicina tradicional Chinesa com o uso de agulhas ou não, 
com estilo holístico de tratamento energético sobre os órgãos e vísceras 
com o Qi (energia vital) nos canais de energia em todo o organismo 
promovendo desbloqueios e gerando uma homeostase corporal (SILVA 
JÚNIOR, 2008) 
 Fisioterapia – Responsável principalmente pela prevenção e tratamento 
das disfunções do movimento humano. Tem como objetivo intervir no 
movimento corporal humano e, por meio do próprio movimento e outros 
recursos físicos minimizar as disfunções e desconfortos ocorrentes, ou 
impedir o aparecimento destes (UNITAU, 2011) 
 Shiatsu – Técnica de massagem japonesa utilizada com base na Medicina 
tradicional chinesa com padrão holístico, obtendo diagnóstico e 
tratamentos com pressões, alongamentos e descompressões vertebrais. 
(MARTINS, 2002). 
Devem se ter como preocupaçãoos sintomas de dor, no sentido de procurar 
ajuda médica para verificar a existência de algum distúrbio ou lesão. Desconfortos 
podem com o tempo evoluir para dores (BRANDIMILLER, 1999). 
12 
 
 Existem várias maneiras de minimizar, prevenir e tratar as dores no corpo 
todo. Precisa-se conscientização para conseguir conciliar o trabalho, a esses 
tratamentos. As terapias naturais são formas de tratamento que desintoxicam o 
organismo e podem também trazer um bem estar mental e emocional. Nos países 
de primeiro mundo usam constantemente estes tratamentos e ginásticas laborais 
antes de iniciar o serviço e durante no caso de emergências com dores. 
 
4 METODOLOGIA 
 
A metodologia foi desenvolvida e baseada em pesquisa de caráter qualitativo 
e exploratório, utilizando-se da técnica de estudo de caso para análise do objetivo 
proposto. 
O estudo além de conscientizar os profissionais cabeleireiros, também sugere 
tratamentos alternativos para melhorar e/ou até solucionar possíveis dores e 
desconfortos ocorridos pela falta deste conhecimento. 
A pesquisa com caráter exploratório tem como objetivo maior o de familiarizar-
se com o problema, torná-lo mais explícito e construir hipóteses. Seu planejamento é 
bastante flexível, possibilitando dessa forma a consideração dos mais variados 
aspectos relativos ao fato estudado (GIL, 2002). 
Em uma pesquisa qualitativa, o método de estudo não se baseia em conceito 
teórico e metodológico unificado, são utilizadas abordagens teóricas e seus métodos 
caracterizam as discussões e a prática da pesquisa (FLICK, 2004). 
A presente pesquisa foi aplicada por meio de questionário, com perguntas 
abertas e fechadas (APÊNDICE B) aleatoriamente com 39 cabeleireiros, com o 
intuito de conhecer a ergonomia do local onde o cabeleireiro atua, bem como sua 
saúde profissional. De acordo com Lima (2004) o questionário corresponde a uma 
técnica de coleta de dados utilizada em pesquisas de campo quantitativo. 
Formulação e aplicação de varias questões, que podem ser respondidas por escrito 
ou na ausência do pesquisador. 
Os resultados coletados foram tabulados em planilhas do Excel, discutidos 
com base na literatura disponível e apresentados por meio de gráficos e tabelas . 
Como resultado do trabalho foi elaborado um folder com informações sobre 
postura corporal, riscos e doenças ergonômicas, tratamentos e prevenções e 
sugestões de alguns exercícios que o próprio profissional poderá fazer em casa ou 
no local de trabalho. Esse folder foi enviado por e-mail aos participantes da 
13 
 
pesquisa, e também foram impressos alguns exemplares e distribuídos para a banca 
examinadora do Trabalho de Iniciação Científica. 
 
 
 5 ANÁLISE DOS DADOS 
 
 
Foram aplicados 39 questionários, de forma aleatória com profissionais 
cabeleireiros, com o objetivo de conhecer suas condições ergonômicas de trabalho, 
queixas de dores ou doenças inflamatórias. Os dados foram tabulados com o auxilio 
do software Excel, e depois apresentados em gráficos conforme descritos a seguir. 
 Os profissionais que participaram da pesquisa possuem idade conforme faixa 
etária apresentada no gráfico 1. 
 
Gráfico 1 – Idade dos entrevistados 
 
Fonte: Dados da pesquisa 
 
 Percebe-se por meio dos dados do gráfico 1, que a maioria dos entrevistados 
(14) tem idade dos 30 aos 40 anos, seguido de 12 que estão na faixa etária dos 40 
aos 50 anos, depois 10 de 20 a 30 anos e somente 03 (três) tem de 60 a 70 anos. 
Sendo que dos 39 profissionais entrevistados, 30 são mulheres e 09 homens. O que 
demostra que essa é uma profissão com predominância feminina. 
 Quando questionados sobre o tipo de calçado que utilizam durante a 
execução de suas atividades profissionais diárias, os cabeleireiros responderam em 
sua grande maioria que utilizam sapatos baixos ou tênis. Resultados estes poderão 
ser visualizados no gráfico 2. 
 
14 
 
Gráfico 2 – Calçado de uso diário 
 
Fonte: dados da pesquisa 
 
Observa-se com o resultado apresentado no gráfico, o quanto o profissional 
está consciente em relação ao uso do calçado adequado durante suas atividades, 
pois apenas um dos entrevistados relatou utilizar sapato de salto alto. 
Laville (1977) cita em seus estudos que o trabalhador deve manter uma 
postura de equilíbrio que respeite os segmentos corporais e não provoque uma 
sobrecarga circulatória. Entende-se então que um calçado alto poderia influir 
diretamente neste equilíbrio sobre as vértebras, causando uma sobrecarga 
circulatória. 
Em relação a outras funções acumuladas pelo profissional tem-se que 38 são 
profissionais cabeleireiros, 01 (um) é ajudante e 03 (três) dos 39 entrevistados 
também atuam como manicure/pedicure. 
Foi perguntado aos entrevistados quais os serviços relacionados aos cabelos 
são realizados pelos mesmos nos salões onde trabalham. A atividade de corte é a 
mais realizada (37), conforme gráfico 3, seguido pelos tratamentos químicos (35), 
depois o procedimento de escovas com 34 votos. Além destes serviços, também 
foram citados: Depilação (08), manicure e pedicure (06) e maquiagem (03). 
Há grande variedades de serviços em centros de beleza e que podem ser 
qualificados por áreas em serviços de cortes e demais serviços em cabelo, manicure 
e pedicuro, anexos cutâneos em unhas, cílios e sobrancelha, estética corporal e 
facial, de acordo com Sebrae ([200-]). 
15 
 
A mão de obra básica de um salão de beleza consiste em: cabeleireiros, 
manicures e um especialista em depilação. O empreendedor pode cuidar do 
gerenciamento do salão. É válido lembrar que o constante aperfeiçoamento e 
treinamento do pessoal é de fundamental importância (SEBRAE, [200-]). 
 
Gráfico 3 – Serviços prestados 
 
Fonte: dados da pesquisa 
 
Os pesquisadores perguntaram aos profissionais entrevistados quanto tempo 
os mesmos trabalham como cabeleireiros. O gráfico 4 mostra que a maioria está 
nesse ramo há mais de 10 anos. 
 
Gráfico 4 – Tempo de serviço 
 
 Fonte: dados da pesquisa 
 
Identifica-se então pelo gráfico, que 18 dos profissionais trabalham como 
cabeleireiros há menos de 10 anos. Os outros 21 entrevistados já estão atuando na 
área há mais de 10 anos, sendo que dois deles já são cabeleireiros há mais de 40 
anos. 
16 
 
Gráfico 5 – Carga horária 
 
Fonte: dados da pesquisa 
 
O gráfico 5 demonstra como a carga horária do profissional cabeleireiro é 
excessiva, sendo que 22 dos entrevistados trabalham mais que 10h diárias, um 
deles trabalha 15 horas. Isso pode contribuir para dores musculares, e até doenças 
ocupacionais. Além de deixar o corpo muito cansado. 
Pode ocorrer um processo de fadiga muscular se o profissional realizar uma 
longa jornada de trabalho. Por isso a importâncias de diversas pausas curtas 
distribuídas ao longo do dia (DULL; WEERDMESTER, 2000) 
A CLT (Consolidação das Leis de Trabalho) descreve no Artigo 58 que a 
duração normal do trabalho, para os empregados em qualquer atividade privada, 
não deve exceder á 8 (oito) horas diárias (BRASIL, 2009) 
 
Gráfico 6 – Tempo de descanso 
 
Fonte: dados da pesquisa 
 
17 
 
Em relação ao tempo de descanso, ou intervalo, percebe-se que todos 
descansam no mínimo 30 min. Sendo que a maioria descansa mais do que 1h, ou 
ainda quando não tem cliente. Também foi perguntado aos entrevistados se eles 
gerenciam seus horários de serviço, 21 responderamque sim e 17 não gerenciam. 
Seiwert (2007) diz que o gerenciamento total do tempo de trabalho auxilia a 
aproveitar melhor o tempo e a manter a vida em equilíbrio. 
Em relação a formação específica em um curso de cosmetologia e estética, 
25 dos entrevistados responderam que não são formados, talvez por já estarem há 
muito tempo atuando como profissional, e por dominarem a prática não achem 
necessário tal formação. Entretanto, 07 (sete) são egressos do curso e 06 (seis) 
estão cursando de acordo com gráfico 8. O que demonstra que esses profissionais 
sentiram necessidade de uma formação mais específica, para poder aliar a prática a 
teoria e para apresentarem um diferencial competitivo no mercado, uma vez que 
para acompanhar os avanços tecnológicos na área da beleza é necessário um 
constante aperfeiçoamento. 
 
Gráfico 7 – Formação em Cosmetologia e Estética 
 
Fonte: dados da pesquisa 
 
No que tange as condições ergonômicas de trabalho, foi questionado aos 
entrevistados se eles trabalhavam em pé, sentados ou alternavam as posturas. 
Trinta e um deles responderam trabalhar de pé e 7 afirmaram alternar as posturas. 
Abrantes (2004) destaca que a postura conveniente (que nem sempre é a 
melhor) é aquela que o profissional escolhe e pode ser mudada ao longo da jornada 
de trabalho. 
18 
 
Questionou-se se a cadeira utilizada era regulável, apenas um informou que 
não, os demais disseram que sim. Perguntou-se também se a altura da bancada 
auxiliar era adequada, 35 responderam que sim e 04 (quatro) informaram ser 
inadequada. 
Couto (1995) observa que as pessoas possuem estaturas diferentes, por isso 
é importante que os postos de trabalhos e cadeiras sejam reguláveis, e as bancadas 
auxiliares possuam alturas apropriadas. 
Frisoni (2001) afirma que as cadeiras determinam a configuração postural, 
assim como contribuem para o delineamento das linhas básicas de movimento do 
corpo e otimização dos lugares de trabalho. 
Em se tratando de doenças inflamatórias, 36 dos entrevistados responderam 
que não as possuem e 3 possuem tais enfermidades. Porém, ao serem 
questionados se sentem dores no corpo no final do dia, 31 responderam sentir 
algum tipo de dor, e 07 (sete) não sentem. 
Jayson (2001) observa que a dor é resultado de doenças inflamatórias, 
doenças ósseas, tumores ou problemas no abdome e na pelve. O que pode 
significar que muitos desses profissionais podem estar com doenças inflamatórias e 
desconhecem. As regiões do corpo que eles mais sentem dor estão apresentadas 
no gráfico 9. 
 
Gráfico 8 – Regiões do corpo que sentem dor 
 
 
Fonte: dados da pesquisa 
 
19 
 
As regiões mais doloridas conforme gráfico 9, são os braços, seguidos dos 
pés e da coluna, depois o ombro e as pernas, a cabeça e outras partes do corpo. Os 
braços doem em função do manuseio do secador, os pés, a coluna e as pernas é 
devido ao longo tempo em que ficam em pé. 
As mãos e os cotovelos devem permanecer abaixo do nível dos ombros, se 
esta tarefa for inevitável, deve ter duração limitada. Deve haver também, descansos 
regulares durante realização da mesma (DULL; WEERDMEESTER, 2000). 
Perguntou-se também aos entrevistados se eles tomam algum medicamento 
para amenizar as dores relatadas, 19 respondem que sim e 20 responderam não 
tomar nenhum medicamento. E quanto a prática de exercícios físicos, 28 
responderam que não o fazem, e 11 fazem exercícios regularmente. 
Quanto ao cuidado corporal Quintanilha (2002) exclama: Sendo o seu corpo a 
sua casa, em que casa perfeita você reside! Ou seja, é importante o cuidado com a 
sua casa, seu corpo e sua saúde. 
A alimentação é importante para qualquer profissional que tenha como 
objetivo alimentação saudável e qualidade de vida. Os nutricionistas normalmente 
recomendam 6 alimentações diárias. Nesse sentido, 18 dos entrevistados relataram 
que se alimentam 03 (três) vezes ao dia, 11 fazem 04 (quatro) refeições diárias, 4 
fazem seis refeições, conforme orientação nutricional, 03 fazem duas refeições, e 
um deles respondeu que faz 05 (cinco) refeições. Percebe-se pelo resultado que a 
maioria se alimenta mais do que 03 (três) vezes ao dia. 
Também foi perguntado aos profissionais se eles respeitam o limite do seu 
corpo e organismo, 24 responderam que sim e 15 não respeitam. 
As exigências nutricionais estabelecidas pelo PAT (Programa de Alimentação 
ao Trabalhador) de acordo com Rgnutri (2011) são: refeições principais (almoço, 
jantar e ceia) devem ter no mínimo 1400 calorias, admitindo-se uma redução para 
1200 calorias no caso de atividade leve, ou acréscimo para 1600 calorias, no caso 
de atividade intensa mediante justificativa técnica. As refeições menores (desjejum e 
merenda) devem ter no mínimo, 300 calorias. O percentual protéico–calórico 
(NdpCal) em todas as refeições deve ser de no mínimo seis por cento. A 
composição do cardápio é de: 50 a 60% de carboidratos; 10 a 15% de proteína e 25 
a 30% de lipídeo. 
 
 
20 
 
Gráfico 9 – Quantidade de refeições diárias 
 
Fonte: dados da pesquisa 
 
A relação entre peso e estatura proposto por Quetelet no século XIX, é 
utilizada para avaliar o risco de doenças. Para isto calcula-se o índice de massa 
corporal (IMC), onde a faixa de peso é multiplicada pela estatura elevada a segunda 
potencia por 18,5 (peso desejável mínimo) e 25 (peso desejável máximo). 
(VANNUCCHI; MARCHINI, 2007), estes cálculos podem ser realizados tendo como 
base a tabela 1. 
 
Tabela 1 – Tabela para Cálculo do IMC 
Resultado Situação 
Abaixo de 17 Muito abaixo do peso 
Entre 17 e 18,49 Abaixo do peso 
Entre 18,5 e 24,99 Peso normal 
Entre 25 e 29,99 Acima do peso 
Entre 30 e 34,99 Obesidade I 
Entre 35 e 39,99 Obesidade II (severa) 
Acima de 40 Obesidade III (mórbida) 
Fonte: Fontes (2011) 
 
 
O cálculo do IMC é feito dividindo o peso (em quilogramas) pela altura (em 
metros) ao quadrado 
O gráfico 10 apresenta o resultado do cálculo do IMC dos participantes da 
presente pesquisa. 
 
 
 
21 
 
Gráfico 10 – IMC dos participantes da pesquisa 
 
Fonte: Dados da pesquisa 
 
Percebe-se que a maioria dos entrevistados (25) está com peso normal, 12 
estão acima do peso e somente uma pessoa está abaixo. Sendo que duas optaram 
por não responder esta questão. Sintetizando não foi registrado nenhum caso de 
obesidade entre os sujeitos participantes da pesquisa. Há alguns problemas em usar 
o IMC para determinar se uma pessoa está acima do peso. Por exemplo, pessoas 
musculosas podem ter um Índice de Massa Corporal alto e não serem gordas. 
Dessa forma, recomenda-se como método mais preciso para determinar se a 
pessoa está acima do peso, a medição do percentual de gordura corporal. Tal 
medição deve ser feita por profissional qualificado utilizando um medidor de dobras 
cutâneas. (FONTES, 2009) 
 
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
 
 Com uma postura correta pode-se ter menos desgastes físicos, sendo mais 
confortável a posição durante uma carga horária avançada de serviços. Daria um 
melhor aspecto visual além de transmitir maior segurança, gerando estabilidade ao 
sistema esquelético e conseqüentemente a todo organismo, podendo haver um 
melhor aproveitamento no serviço prestado por este profissional. 
Observou-se com a realização da pesquisa que os cabeleireiros queixam-se 
de dores na coluna, pernas, ombros, braços e pés no fim do dia em função da carga 
horária excessiva diária de trabalho, manuseio de secadores e muito tempo em pé 
na mesma posição. 
22 
 
O Calçado adequado amenizaria as dores nos pés, e o profissional se sentiria 
melhor no final do dia. Porém de acordo com os dadosda pesquisa a maioria dos 
entrevistados utiliza calçados baixos, suas dores são em função do tempo excessivo 
em pé e pré disposição genética. 
Sugere-se aos profissionais cabeleireiros que façam o uso adequado de seus 
instrumentos e ferramentas de trabalho, como por exemplo, regular a cadeira para 
cada cliente, uma vez que os tamanhos dos mesmos diferem; que alternem a 
postura com frequência, não sobrecarregando dessa forma o peso sobre os 
membros inferiores, que façam usam de secadores leves e profissionais, evitando 
assim dores nos ombros, braços e punhos. 
Por meio do IMC não foi identificado nenhum caso de obesidade entre os 
participantes da pesquisa, a maioria apresentou peso normal e alguns estão um 
pouco acima do peso. Por isso a importância de realizar seis refeições diárias e 
organizar com equilíbrio sua agenda de trabalho. 
Esta pesquisa também contribuiu por meio da elaboração de um folder 
informativo com orientações e sugestões de tratamentos que podem amenizar as 
dores e auxiliar na prevenção de doenças, distúrbios, desequilíbrios energéticos, 
que diretamente ou indiretamente prejudicam a saúde do profissional. 
E por fim, sugere-se ainda que os profissionais façam exercícios de 
alongamentos antes de começarem sua jornada de trabalho, e durante a mesma 
num intervalo de 4 em 4h. 
 
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SCHMIDT, Mauri Rubem. Modelagem técnica de calçados. 2. ed. rev., atual e 
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TRIBASTONE, Francesco. Tratado de exercícios corretivos. 1 ed. Barueri SP: 
Manole, 2001. 
 
VANNUCCHI, Hélio; MARCHINI, J. Sérgio. Nutrição clínica. Rio de Janeiro: 
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25 
 
VIDAL,Mario C. Ergonomia na empresa, útil, prática e aplicada. 2 ed. Rio de 
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<http://site.unitau.br//cursos/graduacao/biociencias/fisioterapia>. Acesso em: 8 nov. 
2011. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
26 
 
APÊNDICE A - TERMO DE CONSENTIMENTO PARA PARTICIPAÇÃO DA 
PESQUISA 
 
ERGONOMIA EM BIOSEGURANÇA VOLTADA AOS PROFISSIONAIS 
CABELEIREIROS: orientações e sugestões de tratamentos 
 
Você está sendo convidado para responder a um questionário que faz parte 
do Trabalho de Iniciação Científica desenvolvido pelos acadêmicos Gabriela Souza 
Raiser e Hemerson Marcos Cantos do Curso de Cosmetologia e Estética da 
UNIVALI, campus Balneário Camboriú, orientados pela professora Marli Machado. 
 Esta pesquisa tem como objetivo abordar o assunto biossegurança e a 
ergonomia voltada aos profissionais cabeleireiros, identificar alguns problemas de 
doenças ocupacionais nos profissionais recorrentes da ergonomia, além de orientar 
e sugerir alguns tratamentos para minimizar as dores. O resultado da pesquisa será 
apresentado em banca de defesa do trabalho de iniciação científica, e também será 
elaborado um folder com orientações e sugestões de tratamentos. 
 
Eu, ______________________________, RG_____________, CPF _________ 
abaixo assinado, concordo em participar do presente estudo como sujeito. Fui 
devidamente informado e esclarecido sobre a pesquisa, os procedimentos nela 
envolvidos. 
Local e data: _________________________________________________________ 
Nome: ______________________________________________________________ 
Assinatura do Sujeito ou Responsável: ____________________________________ 
Telefone para contato:_________________________________________________ 
 
 
 
 
 
 
 
27 
 
APÊNDICE B - QUESTIONÁRIO 
 
 
 
Nome:______________________________________________________________ 
E-mail: _____________________________________________________________ 
Idade: _________ Sexo: M ( ) F ( ) 
Altura: ________ Peso: ________ 
Calçado de uso diário: ( ) Tênis ( ) Sapato baixo ( ) Sapato alto 
( ) Outro: _____________________ 
Função no salão: _________________________________________________ 
Serviços prestados: _______________________________________________ 
Há quanto tempo trabalha nesta função? ______________________________ 
Carga horária de serviço diário:______________________________________ 
Tempo de descanso:_____________________________________________ 
Nº de refeições ao dia:_____________________________________________ 
Fez graduação de Cosmetologia e Estetica ? ( ) Sim ( ) Não ( )Cursando 
 
ERGONOMIA 
 
Possui doenças inflamatórias, ósseas, tumores ou problemas no abdômem ou na 
pelve? ( ) Sim ( ) Não 
Consegue gerenciar bem o seu horário de serviço para não sobrecarregar seu 
corpo ? ( ) Sim ( ) Não 
Respeita os limites de seu corpo e organismo? ( ) Sim ( ) Não 
Como você trabalha? ( ) em pé ( ) sentado ( ) alterando as posturas 
A cadeira utilizada pelo cliente é regulável? ( ) Sim ( ) Não 
A bancada ou carro auxiliar onde se encontram os assessórios é de altura 
adequada? ( ) Sim ( ) Não 
Você sente dores no corpo no final do dia? ( ) sim ( ) não 
Se for sim, quais regiões do corpo? 
( ) cabeça ( ) pescoço ( ) ombro ( ) Coluna 
( ) braços ( ) punho ( ) mãos ( ) dedos 
( ) coxas ( ) pernas ( ) tornozelo ( ) pés 
Toma algum tipo de medicamento para minimizar as dores? Sim ( ) Não ( ) 
Pratica algum exercício diariamente? Sim ( ) Não ( ) 
 
Você conhece a doença Ler/DORT? Sim ( ) Não ( ) 
Gostaria de receber informações sobre ergonomia, e esta doença? Sim ( ) Não ( ) 
E-mail: ________________________________________________________ 
 
 
 
 
 
28 
 
 
APENDICE C - Folder Informativo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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