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Suporte básico de Vida – Ingrid C. Santos Feito a partir de anotações das aulas desta disciplina, sem revisão por professores. Trauma no idoso Pelo aumento da idade ocorre um agravante no trauma: a presença de condições clinicas pré-existentes. Esse fato juntamente com déficits sensoriais, como audição e visão, senilidade e diversas alterações fisiológicas propiciam um desafio maior no APH. Por isso o profissional da saúde deve estar atento às necessidades específicas no processo de envelhecimento e como os problemas médicos pré-existentes irão influenciar no trauma. Para a melhor avaliação, no APH a vítima é considerada idosa quando: Possui 65 anos ou mais Fisicamente parecido com idoso Vítima com problemas médicos típicos dessa idade Pontos anatômicos e fisiológicos importantes: 1. Influência das doenças crônicas Doenças com efeito cumulativo gerando diminuição das qualidades vitais e menor capacidade de resistência a agressões. Assim, traumas considerados menos graves podem acabar levando a óbito. 2. Ouvidos, nariz e garganta Coroas, pontes fixas/móveis soltas e dentadura propiciam obstrução de vias aéreas e uma dificuldade maior na vedação da máscara de ventilação e da visualização da via aérea no momento da intubação. E idosos por terem tecidos da nasofaringe mais frágeis, o risco de hemorragia aumenta consideravelmente. 3. Sistema respiratório Diminuição da função ventilatória pela diminuição da expansão e contração da caixa torácica, enrijecimento da via aérea, pela diminuição da área alveolar dificultando a hematose, diminuição da saturação da hemoglobina por O2 e a curvatura da coluna vertebral dificulta movimento respiratório. 4. Sistema cardiovascular As doenças cardiovasculares constituem a principal causa de morte, pois no processo de envelhecimento ocorre a diminuição da função circulatória, pela diminuição da elasticidade dos vasos sanguíneos (diminuindo assim sua capacidade de resistência vascular periférica) e pelo decréscimo em 50% do débito cardíaco. A defesa circulatória é menor, principalmente em idosos com marca-passo que acaba deixando a freqüência cardíaca e o débito cardíaco fixos, que não acompanham o aumento de oxigênio. Betabloqueadores sem aumento de freqüência cardíaca como compensação de hipovolêmica. 5. Sistema nervoso Em idosos o peso cerebral é menor, bem como o número de neurônio, então para manter a pressão intracraniana normal ocorre um aumento de líquor, que propiciam uma maior movimentação cerebral em lesões e um acumulo maior de sangue no espaço subaracnóideo. A velocidade dos impulsos nervosos decresce gerando tremores de extremidade, marcha instável e redução das habilidades psicomotoras. A diminuição da quantidade de córtex cerebral gera comprometimento de memória e mudanças na personalidade. 6. Alterações sensoriais Perda/piora de audição e visão, gerando: menor acuidade visual, menor distinção entre cores, piora na visão noturna, menor produção lacrima e presença de catarata/presbiopia/presbiacusia. Também ocorre alteração na percepção de dor, pela maior tolerância. Suporte básico de Vida – Ingrid C. Santos Feito a partir de anotações das aulas desta disciplina, sem revisão por professores. 7. Sistema musculoesquelético Com o aumento da idade ocorre a desmineralização óssea (principalmente em mulheres no período da menopausa) tornando os ossos menos flexíveis e mais frágeis, propiciando um aumento na incidência de fraturas em idosos. 8. Pele Menor produção de melanina, menor elasticidade, diminuição no número/atividade de glândulas sebáceas e sudoríparas, diminuição da camada de tecido adiposo e na “taxa” de vascularização propiciando uma porpensão a hipotermia, por a pele ser fina e seca ocorre um maior risco de infecções em feridas abertas, todos esses fatores acabam gerando diminuição no número de células e da força tecidual gerando dificuldades na cura das feridas. Biomecânica do trauma As quedas são a principal causa de morte e invalidez em pacientes com idade maior que 75 anos e esse alto índice de mortalidade está associado às lesões secundárias como embolia pulmonar. As quedas geralmente são causadas pela perda/piora da visão, doenças do sistema nervoso ou por ambientes mal planejados. Já os traumas envolvendo veículos motores representam a principal causa de morte entre 65 e 74 anos e os idosos representam mais de 20% das vítimas pedestres fatais. Geralmente ocasionadas pela perda/piora da visão e por alterações sutis da memória As queimaduras envolvendo é o motivo de 20% das internações em centros de queimados, e pela diminuição da percepção da dor pelos idosos as queimaduras encontradas são mais graves, resultando numa mortalidade 7 vezes maior que em vítimas mais jovens Por serem altamente vulneráveis os idosos podem acabar sofrendo agressões, que acabam representando 10% das internações sendo que apenas 15% desses casos são denunciados. Na lesão cerebral traumática, ocorre uma diminuição do volume cerebral pela dura-máter ser mais aderida ao crânio, gerando assim uma maior incidência de hemorragia subdural. Um trauma encefálico concomitante a um choque hipovolêmico gera uma menor chance de sobrevida. Avaliação primária e Tratamento A - Via aérea (Airway) Examinar cavidade oral em busca de objetos estranhos obstruindo as vias aéreas. Difícil intubação orotraqueal pela menor elasticidade da parede cervical. B - Ventilação (Breathing) Medição da freqüência ventilatória e da ausculta pulmonar para a detecção de murmúrio vesicular (difícil). Evitar hipóxia. Manter saturação de oxigênio acima de 95% Suporte básico de Vida – Ingrid C. Santos Feito a partir de anotações das aulas desta disciplina, sem revisão por professores. C - Circulação (Circulation) Muitas vezes, pela utilização de medicamentos podem ocorrer desvios na leitura dos sinais vitais, sendo assim a freqüência cardíaca não é um bom indicador de trauma, bem como o aumento do tempo de enchimento capilar é considerado normal pela circulação do idoso ser menos eficaz. Reanimação volêmica com fluido em caso de suspeita de sangramento D - Incapacidade / Estado Neurológico (Disability) Perda do nível de consciência é sinal grave em qualquer caso. E - Exposição / Controle do ambiente (Expose / Enviroment) Menor capacidade de termoregulação, menor taxa metabólica e menor taxa de gordura são efeitos que propiciam hipotermia. Já AVC, antidiuréticos e antiparkinsonianos predispõem a uma hipertermia. Observar atentamente índicos de hipotermia e hipertermia Avaliação secundária Fazer questionário SAMPLA e questionários objetivos para a descrição da dor, sempre com paciência e de preferência com o acompanhamento de alguém próximo a vítima. Também devem ser avaliados a temperatura, pressão e o estado nutricional. Acompanhar avaliação da cena e aparência da vítima. Imobilização Pela menor camada de gordura o idoso, ao ser imobilizado, tem uma predisposição a desconforto, dor, ulceração e necrose, por esse motivo deve ser feito um acolchoamento adicional na cabeça, ombros e pernas. Em casos de artrite degenerativa da cervical pode ocorrer lesões vertebromedulares. Deve se ter cuidado para não comprimir as vias aéreas e as artérias carótidas. Transporte prolongado Em caso de necessidade de um transporte prolongado, deve-se tomar alguns cuidados como: Acolchoamento Reavaliação de sinais vitais Controle da hemorragia e reanimação volêmica Evitar possível sobrecarga de volume Cuidar da hipotermia Considerar transporte aeromédico Encaminhamento aos centros de trauma deve ser avaliado.
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