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apostila de educacao inclusiva 2

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POLÍTICAS E O PROCESSO 
ENSINO/APRENDIZAGEM NA 
EDUCAÇÃO INCLUSIVA
Professora Esp. Waléria Henrique dos Santos Leonel
GRADUAÇÃO
PEDAGOGIA
MARINGÁ-PR
2012
Reitor: Wilson de Matos Silva
Vice-Reitor: Wilson de Matos Silva Filho
Pró-Reitor de Administração: Wilson de Matos Silva Filho
Presidente da Mantenedora: Cláudio Ferdinandi
NEAD - Núcleo de Educação a Distância
Diretoria do NEAD: Willian Victor Kendrick de Matos Silva
Coordenação Pedagógica: Gislene Miotto Catolino Raymundo
Coordenação de Marketing: Bruno Jorge
Coordenação Comercial: Helder Machado
Coordenação de Tecnologia: Fabrício Ricardo Lazilha
Coordenação de Curso: Márcia Maria Previato de Souza
Supervisora do Núcleo de Produção de Materiais: Nalva Aparecida da Rosa Moura
Capa e Editoração: Daniel Fuverki Hey, Fernando Henrique Mendes, Luiz Fernando Rokubuiti, Renata Sguissardi e Thayla 
Daiany Guimarães Cripaldi
Supervisão de Materiais: Nádila de Almeida Toledo 
Revisão Textual e Normas: Cristiane de Oliveira Alves, Gabriela Fonseca Tofanelo, Janaína Bicudo Kikuchi, Jaquelina 
Kutsunugi e Maria Fernanda Canova Vasconcelos.
 
 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação
 a distância:
C397 Políticas e o processo ensino/aprendizagem na educação 
 inclusiva/ Waléria Henrique dos Santos Leonel - Maringá - PR, 
 2012.
 190 p.
 “Graduação em Pedagogia - EaD”.
 
 
 1. Pedadogia 2. Aprendizagem. 3. Eduçação inclusiva. 4.EaD. 
 I.Título.
 CDD - 22 ed. 370
 CIP - NBR 12899 - AACR/2
Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Central - CESUMAR
“As imagens utilizadas neste livro foram obtidas a partir dos sites PHOTOS.COM e SHUTTERSTOCK.COM”.
Av. Guedner, 1610 - Jd. Aclimação - (44) 3027-6360 - CEP 87050-390 - Maringá - Paraná - www.cesumar.br
NEAD - Núcleo de Educação a Distância - bl. 4 sl. 1 e 2 - (44) 3027-6363 - ead@cesumar.br - www.ead.cesumar.br
POLÍTICAS E O PROCESSO 
ENSINO/APRENDIZAGEM NA 
EDUCAÇÃO INCLUSIVA
Professora Esp. Waléria Henrique dos Santos Leonel
POLÍTICAS E O PROCESSO ENSINO/APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO INCLUSIVA | Educação a Distância 5
APRESENTAÇÃO DO REITOR
Viver e trabalhar em uma sociedade global é um grande desafio para todos os cidadãos. 
A busca por tecnologia, informação, conhecimento de qualidade, novas habilidades para 
liderança e solução de problemas com eficiência tornou-se uma questão de sobrevivência no 
mundo do trabalho.
Cada um de nós tem uma grande responsabilidade: as escolhas que fizermos por nós e pelos 
nossos fará grande diferença no futuro.
Com essa visão, o Cesumar – Centro Universitário de Maringá – assume o compromisso 
de democratizar o conhecimento por meio de alta tecnologia e contribuir para o futuro dos 
brasileiros.
No cumprimento de sua missão – “promover a educação de qualidade nas diferentes áreas 
do conhecimento, formando profissionais cidadãos que contribuam para o desenvolvimento 
de uma sociedade justa e solidária” –, o Cesumar busca a integração do ensino-pesquisa-
extensão com as demandas institucionais e sociais; a realização de uma prática acadêmica que 
contribua para o desenvolvimento da consciência social e política e, por fim, a democratização 
do conhecimento acadêmico com a articulação e a integração com a sociedade.
Diante disso, o Cesumar almeja ser reconhecido como uma instituição universitária de 
referência regional e nacional pela qualidade e compromisso do corpo docente; aquisição 
de competências institucionais para o desenvolvimento de linhas de pesquisa; consolidação 
da extensão universitária; qualidade da oferta dos ensinos presencial e a distância; bem-
estar e satisfação da comunidade interna; qualidade da gestão acadêmica e administrativa; 
compromisso social de inclusão; processos de cooperação e parceria com o mundo do 
trabalho, como também pelo compromisso e relacionamento permanente com os egressos, 
incentivando a educação continuada.
Professor Wilson de Matos Silva
Reitor
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Caro aluno, “ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua 
produção ou a sua construção” (FREIRE, 1996, p. 25). Tenho a certeza de que no Núcleo de 
Educação a Distância do Cesumar, você terá à sua disposição todas as condições para se 
fazer um competente profissional e, assim, colaborar efetivamente para o desenvolvimento da 
realidade social em que está inserido.
Todas as atividades de estudo presentes neste material foram desenvolvidas para atender o 
seu processo de formação e contemplam as diretrizes curriculares dos cursos de graduação, 
determinadas pelo Ministério da Educação (MEC). Desta forma, buscando atender essas 
necessidades, dispomos de uma equipe de profissionais multidisciplinares para que, 
independente da distância geográfica que você esteja, possamos interagir e, assim, fazer-se 
presentes no seu processo de ensino-aprendizagem-conhecimento.
Neste sentido, por meio de um modelo pedagógico interativo, possibilitamos que, efetivamente, 
você construa e amplie a sua rede de conhecimentos. Essa interatividade será vivenciada 
especialmente no ambiente virtual de aprendizagem – AVA – no qual disponibilizamos, além do 
material produzido em linguagem dialógica, aulas sobre os conteúdos abordados, atividades de 
estudo, enfim, um mundo de linguagens diferenciadas e ricas de possibilidades efetivas para 
a sua aprendizagem. Assim sendo, todas as atividades de ensino, disponibilizadas para o seu 
processo de formação, têm por intuito possibilitar o desenvolvimento de novas competências 
necessárias para que você se aproprie do conhecimento de forma colaborativa.
Portanto, recomendo que durante a realização de seu curso, você procure interagir com os 
textos, fazer anotações, responder às atividades de autoestudo, participar ativamente dos 
fóruns, ver as indicações de leitura e realizar novas pesquisas sobre os assuntos tratados, 
pois tais atividades lhe possibilitarão organizar o seu processo educativo e, assim, superar os 
desafios na construção de conhecimentos. Para finalizar essa mensagem de boas-vindas, lhe 
estendo o convite para que caminhe conosco na Comunidade do Conhecimento e vivencie 
a oportunidade de constituir-se sujeito do seu processo de aprendizagem e membro de uma 
comunidade mais universal e igualitária.
Um grande abraço e ótimos momentos de construção de aprendizagem!
Professora Gislene Miotto Catolino Raymundo
Coordenadora Pedagógica do NEAD- CESUMAR
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APRESENTAÇÃO
Livro: Processo Inclusivo na Educação Básica
Professora Esp. Waléria Henrique dos Santos Leonel 
Olá, caro acadêmico! Neste momento você inicia mais um material de estudo, que tem como 
objetivo enriquecer seu aprendizado. Seja bem-vindo ao estudo sobre Políticas e o processo ensino/
aprendizagem na educação inclusiva. Eu sou a professora Waléria Henrique dos Santos Leonel e fui a 
organizadora deste material que foi especialmente preparado para você.
Nossa disciplina é muito importante para sua formação, diante de todas as mudanças que vem 
ocorrendo na educação, assim vou explicar a melhor maneira de estudar este material.
Este estudo contém cinco unidades, além de uma breve introdução que foi escrita por mim no início de 
cada unidade com o objetivo de direcioná-lo para o tema central que irá estudar em nossa disciplina.
Na unidade I chamada: Fundamentos Históricos e Políticas de Inclusão Escolar na Atualidade, eu faço 
um breve resgate histórico a fim de levá-lo a compreender a concepção de deficiência que acompanhou 
a sociedade e a influência desta concepção no processo de inclusão.
Este material que vamos estudar, compreende apenas as pessoas que apresentam necessidades 
educativas especiais por ser o foco denossa disciplina, mas é importante deixar claro que o termo 
inclusão abrange outros grupos sociais que não vamos abordar neste material.
Eu posso afirmar que nossa disciplina é muito complexa, pois o tema educação inclusiva ainda está 
sendo construído, e necessita do apoio de todos para sua real efetivação. Você também como futuro 
pedagogo pode contribuir para esse movimento.
Nesta primeira unidade, trouxe para você um pouco de história da deficiência, também a evolução da 
educação especial e da educação inclusiva no Brasil, busco situar você sobre a compreensão do termo 
inclusão e inclusão escolar e não podendo faltar, nesta unidade escrevo sobre as leis que amparam e 
norteiam o movimento de inclusão escolar. Vou situá-lo sobre algumas leis como, a Lei de Diretrizes e 
Base da Educação Nacional, a Constituição Federal de 1988, Estatuto da Criança e do Adolescente, 
a Declaração da Salamanca entre outros documentos que foram tão importantes e que respaldam o 
movimento para educação inclusiva.
POLÍTICAS E O PROCESSO ENSINO/APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO INCLUSIVA | Educação a Distância8
Conheça outras leis importantes, e para saber mais acesse o site: <http://portal.mec.gov.br/sesu/ar-
quivos/pdf/Decreto>.
LEI N.º 7.853 de 24 de outubro de 1989 - Dispõe sobre o apoio às pessoas portadoras de defi ciência, 
sua integração social.
LEI N.º 10.098 de 23 de março de 1994 – Sobre a acessibilidade das
pessoas portadoras de defi ciência ou com mobilidade reduzida.
LEI N.º 10.436 de 24 de abril de 2002 - Dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais – Libras.
LEI Nº 10.845, de 5 de março de 2004 - Institui o Programa de Complementação ao Atendimento 
Educacional Especializado às Pessoas Portadoras de Defi ciência.
Você compreendendo estes pontos, significa que entendeu a proposta central e estará pronto para 
nossa próxima unidade. Proponho que inicie a leitura desta unidade. Mãos à obra!
Na unidade II, denominada: Educação Inclusiva e o Atendimento Educacional Especializado 
- Implicações no papel do professor, eu mostro os aspectos legais em relação ao novo modelo de 
educação proposto pelo MEC, o qual prega que este tipo de atendimento existe para os alunos 
aprenderem o que é diferente do currículo do ensino comum e o que é necessário para que possam 
ultrapassar as barreiras impostas pela deficiência.
Ainda nesta unidade, frente ao movimento de inclusão e a importância do papel do professor, busco 
trazer o tema sobre a formação profissional, pois a prática será um dos fatores que contribuirão para o 
processo da educação inclusiva. 
Neste momento, cito Baumel e Castro (apid GORGATTI, 2009), os quais afirmam que é preciso 
favorecer para os professores um processo de desenvolvimento profissional, possibilitar condições de 
inovar a prática pedagógica com novas possibilidades de recursos e materiais para o ensino de todos 
os alunos. Além disso, ressaltam a importância da contínua busca pelo aperfeiçoamento pessoal e 
profissional do professor.
POLÍTICAS E O PROCESSO ENSINO/APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO INCLUSIVA | Educação a Distância 9
Você pode conhecer um pouco mais sobre a percepção do professor em relação à inclusão acesse o 
link: <seer.ufrgs.br/Movimento/article/download/2971/5138> .
A ideia central desta unidade é mostrar que as mudanças educacionais são respaldadas por leis, 
e também mostrar a importância de uma formação adequada e trazer algumas mudanças na ação 
pedagógica que vão auxiliar a sua prática. Logo eu mostro um pouco mais sobre o papel do professor, 
continue lendo!
Pude perceber diante da minha experiência profissional que se discutem pouco em relação à inclusão 
no ensino superior assim, inclui para você nesta unidade este tema. Após concluir sua leitura proponho 
um desafio, tente responder esta questão. O que é necessário para que ocorra uma educação inclusiva? 
Leia com atenção e não desanime, irá encontrar a resposta na conclusão. 
Neste momento, proponho que inicie a leitura desta unidade e que comece a desenvolver as reflexões 
da importância da sua formação e da contribuição que você, pedagogo, pode oferecer para este 
movimento.
Mas não se preocupe! Ainda temos outros conteúdos ao longo de nossa disciplina que vão te embasar 
teoricamente. Agora chamo para continuar na busca pelo conhecimento!
Vamos agora para a unidade III denominada: Uma visão da família frente à diversidade. É importante 
que você conheça o papel da família e seu comportamento frente à deficiência, muitas vezes só 
conseguimos compreender o outro, nos colocando em seu lugar. Imagine-se como um pai de uma 
criança deficiente, isto pode acontecer com qualquer pessoa independente da sua experiência 
educacional, status familiar ou situação financeira, você verá que entendendo mais os sentimentos 
que essas famílias sentem, o stress sofrido e o grau de coragem e envolvimento desses pais com seus 
filhos ajudará a compreensão da necessidade do apoio externo e o leva a perceber o indivíduo como 
um ser único com suas peculiaridades favorecendo seu trabalho pedagógico.
Agora, caro aluno, trago um estudo de caso e proponho que leia com atenção. 
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ESTUDO DE CASO:
Criança com 9 anos de idade, sexo masculino, terceiro fi lho do casal com faixa etária: mãe 43 anos 
e pai 46 anos, nível socioeconômico baixo, grau de instrução dos pais: ensino médio, gravidez não 
planejada, mãe com relato de estado emocional ansioso, crise de nervoso durante a gestação, família 
buscava cuidar e proteger a gestante, devido sua idade, não sendo aceito pela mesma, gerando na 
mãe sentimentos de incapacidade, raiva e angústia, e difi culdades de aceitação da gravidez. Não 
houve confl itos familiares graves neste período. A gestante não fez uso de antidepressivos durante a 
gravidez, fez pré-natal e gravidez aparentemente normal.
Criança nasceu sem nenhuma situação grave no momento do parto. Fez acompanhamento com pe-
diatra nos primeiros meses de vida do bebê. A mãe percebeu a partir dos seis meses de vida da crian-
ça que esta apresentava atraso motor, buscou auxílio médico. Após investigação clínica o diagnóstico 
da criança foi de atraso no desenvolvimento neuropsicomotor. Atualmente, o diagnóstico da criança é 
defi ciência mental leve com atraso no desenvolvimento motor e linguagem. A mãe dedica-se exclusi-
vamente para esse fi lho, sente-se culpada pela defi ciência do mesmo mantendo um vínculo excessivo 
com a criança. Este apresenta difi culdades na comunicação oral e nos contatos sociais, não apresenta 
interesse pelas atividades escolares, não dá funcionalidade para brinquedos, não se alimenta sozinho 
e ainda não adquiriu o controle de esfíncteres, não há diagnóstico de comprometimento motor de 
membros inferiores e superiores.
Essa criança está sendo inclusa no ensino regular e você acaba de receber o relatório de encami-
nhamento com o perfi l do seu aluno. Diante do caso e após realizar a leitura do material de estudo 
qual será a sua postura e seu papel enquanto professor? Busque propor as possíveis intervenções e 
encaminhamentos. O trabalho será árduo, mas você é capaz, não desanime! O caso será revisto na 
conclusão.
Retomando nosso assunto, como vou tratar sobre inclusão escolar em relação à pessoa com 
necessidades especiais, não podia deixar de escrever para você sobre a prevenção da deficiência, 
pois para orientar de forma adequada é necessário conhecer. Vamos aprender as formas de prevenção 
visto que muitas deficiências podem ser evitadas com medidas simples.
POLÍTICAS E O PROCESSO ENSINO/APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO INCLUSIVA | Educação a Distância 11
VOCÊ SABIA?
Segundo a ONU (Organização das Nações Unidas) estima-se que em países em desenvolvimento, a 
incidência de algum tipo de defi ciênciaseja em torno de 10% da população. (Saiba mais em: <www.
apraespi.org.br/Prev_def.htm>).
Em relação ao tema prevenção a ideia central que quero que compreenda é em quais momentos as 
práticas devem ser aplicadas e quais as medidas preventivas mais importantes em cada momento 
para evitar algumas deficiências. Você sabia que o ÍNDICE DE APGAR é um sistema de avaliação da 
vitalidade do bebê no momento do parto e foi desenvolvido pela Dra Virginia Apgar, em 1949 e esse 
sistema ainda é utilizado até os dias atuais? Você verá sobre isto quando estudar a prevenção perinatal. 
Em nossa próxima unidade eu escrevo sobre as necessidades especiais, por isso é importante você já 
ter aprendido sobre as prevenções.
A unidade IV é muito interessante, espero que você goste. O objetivo é que você conheça quem são 
as pessoas que segundo as mudanças na educação inclusiva, irão fazer parte do contexto de sala de 
aula no ensino regular.
Mostro algumas definições e também características que são importantes para você. O conhecimento 
quebra barreiras e favorece o trabalho em toda sua plenitude. Foi pensando no trabalho que irá 
desenvolver com seu futuro aluno que escrevi esta unidade, por acreditar na importância do seu papel 
como pedagogo para uma educação inclusiva de qualidade.
Além das deficiências, escrevi sobre Altas Habilidades/Superdotação, Distúrbios de Aprendizagem, 
Transtornos Específicos do Desenvolvimento e Transtornos Invasivos do Desenvolvimento, assim você 
terá oportunidades de iniciar ou conhecer mais sobre esses assuntos. Ainda neste mesmo momento de 
aprendizado, estudará sobre Epilepsia da criança, apesar de não ser configurada como um Transtorno, 
é importante seu estudo diante da gravidade de suas características neurológicas.
No decorrer de sua leitura você vai encontrar em nosso material de estudo alguns termos que podem 
não ser comum no seu cotidiano. Pensando nisso fiz um glossário para auxiliá-lo. Sempre que precisar 
recorra a ele.
POLÍTICAS E O PROCESSO ENSINO/APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO INCLUSIVA | Educação a Distância12
Glossário
Paraplegia - É a paralisia completa dos membros inferiores ou superiores, resultante de uma lesão 
medular, traduz-se na perda de controle e sensibilidade dos membros inferiores, impossibilitando o 
andar e dificultando permanecer sentado.
Paraparesia - Paralisia incompleta de nervo ou músculo dos membros inferiores que não perderam 
inteiramente a sensibilidade e o movimento.
Hemiplegia - A hemiplegia é uma paralisia que atinge um dos lados do corpo, causada por lesões 
no encéfalo, como, por exemplo, hemorragia, congestão ou embolia, podendo surgir também como 
sintoma da aterosclerose.
Monoparesia - Paralisia de um só membro ou de uma só parte.
Tetraplegia - Também chamada de quadriplegia é quando uma paralisia afeta todas as quatro 
extremidades, superiores e inferiores, juntamente à musculatura do tronco. 
Congênito - É uma característica adquirida pelo bebê no período gestacional. Normalmente, designa 
defeitos no desenvolvimento do embrião, chamados então de defeitos congênitos.
Hipertonia - Consiste num aumento anormal do tônus muscular e da redução da sua capacidade de 
estiramento (aumento da rigidez). 
Hipotonia - É uma condição na qual o tônus muscular (a quantidade de tensão ou resistência ao 
movimento em um músculo) está anormalmente baixo, geralmente envolvendo redução da força 
muscular.
Paralisia cerebral - Também chamada de encefalopatia crônica não progressiva é uma lesão de uma 
ou mais partes do cérebro, provocada muitas vezes pela falta de oxigenação das células cerebrais.
Saúde mental - É um termo usado para descrever um nível de qualidade de vida cognitiva ou emocional 
ou a ausência de uma doença mental.
Etiologia - É o estudo das causas.
Neurotransmissores - São substâncias químicas produzidas pelos neurônios, as células nervosas.
Estereotipias - Também chamados de comportamentos de autoestimulação referem-se a movimentos 
repetitivos do corpo ou de objetos.
Psicótico - É um quadro psicopatológico clássico, é um estado psíquico no qual se verifica certa perda 
POLÍTICAS E O PROCESSO ENSINO/APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO INCLUSIVA | Educação a Distância 13
de contato com a realidade. É frequentemente acompanhado por uma falta de crítica que se traduz 
numa incapacidade de reconhecer o caráter estranho ou bizarro do comportamento. 
Transtorno hipercinético - É caracterizado por início precoce (habitualmente durante os cinco 
primeiros anos de vida), falta de perseverança nas atividades que exigem um envolvimento cognitivo, 
e uma tendência a passar de uma atividade a outra sem acabar nenhuma, associadas a uma atividade 
global desorganizada, incoordenada e excessiva.
Diagnóstico - É o processo de análise que o especialista utiliza ao exame de uma doença ou de um 
quadro clínico, para chegar a uma conclusão. 
Prognóstico - É o conhecimento prévio feito pelo médico baseado no diagnóstico e nas possibilidades 
de tratamento.
Invasivo - Algo que invade, agride.
Ataxia - É a perda de coordenação dos movimentos musculares voluntários, coordenados.
Lipofucinose ceroide-Doença neuronal degenerativa hereditária. Caracterizada por deterioração 
cognitiva, epilepsia mioclônica e perda visual progressiva. 
Não desanime frente a estes termos, durante a leitura da unidade você vai perceber que o glossário irá 
auxiliá-lo no seu aprendizado.
Você deve estar pensando: eu serei pedagogo(a), e não profissional da saúde, porque preciso 
estudar isso? Justamente por ser pedagogo e estar em contato diário com o aluno você precisa estar 
familiarizado com os termos. Será importante o trabalho multiprofissional, o seu conhecimento vai 
respaldá-lo para as percepções, possíveis intervenções e encaminhamentos necessários.
Estamos chegando ao final, esta é nossa última unidade e como escrevi acima mostro para você o 
papel do professor. Neste momento, a palavra que chama a atenção é vínculo. Sei o quanto o tema 
ainda gera incertezas, por isso o vínculo adequado que deve ser estabelecido com seu aluno vai 
contribuir para que alcance seus objetivos pedagógicos. Você verá isso no decorrer de sua leitura.
Percebeu o quanto é fundamental para sua formação a unidade anterior, tudo o que é novo e 
desconhecido gera angústias e os mitos por traz da deficiência ainda é muito forte e o conhecimento 
leva a quebra de preconceitos e paradigmas. Você vem de uma longa caminhada, então para esta 
unidade quero que reflita e tente responder algumas perguntas que faço a você. 
A inclusão vem contribuir para o avanço educacional das pessoas que apresentam necessidades 
educacionais especiais?
POLÍTICAS E O PROCESSO ENSINO/APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO INCLUSIVA | Educação a Distância14
As escolas atuais estão preparadas em todos os seus aspectos para receber este público?
A inclusão educacional vem mudando a visão social do deficiente?
Na conclusão vamos retomar as questões, ok?!
Ainda nessa unidade, você viu que não podemos ver a educação inclusiva apenas no nível básico 
,então trouxe o tema educação para o trabalho. A educação para a pessoa deficiente, principalmente 
para alguns tipos de deficiência, vem sendo construído no decorrer de toda sua vida, respeitando suas 
limitações e acreditando em suas potencialidades, e quando chega o momento da profissionalização 
esta pessoa se depara com grandes barreiras.
Um dos objetivos é mostrar a importância de uma educação (do básico ao profissional) de qualidade 
que dê condições de competir no mercado de trabalho. Falando em relação ao mercado de trabalho, 
será discutida sobre algumas barreiras é empregabilidade desse cidadão.
Proponho que leia e responda esta questão. Pensando na inclusão no mercado de trabalho: quais 
as barreirasmais significativas que a pessoa com deficiência enfrenta quando busca uma vaga 
profissional?
Se você respondeu baixa escolaridade, você acertou! Mas também existem outros fatores que 
influenciam de forma negativa para o avanço profissional. Fique atento e você verá no decorrer de sua 
leitura. 
Dizendo isso, vemos o quanto ainda precisamos avançar enquanto profissionais, e que o movimento 
para educação inclusiva vai contribuir para repensar em nossa postura e ver o quanto é possível 
contribuir para esse momento da educação no cenário brasileiro.
Em nosso material de estudo mostro que a educação vai influenciar todos os aspectos da vida da 
pessoa quando abordo questões de aspectos emocionais ao tratar temas referente à afetividade, 
sexualidade e sobre o envelhecimento do deficiente.
Sobre a afetividade e a sexualidade mostro a importância da educação e orientação sexual, e o papel 
do orientador para o deficiente e para sua família. A educação sexual no ambiente familiar será muitas 
vezes promovida por você, que deve estar preparado para favorecer o desenvolvimento saudável da 
sexualidade dos seus alunos, você verá como. Continue lendo!
Sobre o envelhecimento ainda existe poucos investimentos em pesquisa e informações, o estigma em 
relação ao idoso é grande e quando este é deficiente a exclusão evidencia-se, aumentando ainda mais 
a necessidade de mudanças significativas que venham contribuir para sua vida.
POLÍTICAS E O PROCESSO ENSINO/APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO INCLUSIVA | Educação a Distância 15
No decorrer de sua leitura vai perceber que as palavras conhecimento, preconceito, educação, inclusão, 
vínculo, compreensão, respeito, diversidade, respaldam todo o estudo e todas são muito complexas, 
pois elas têm significados diferentes, de acordo com a subjetividade de cada pessoa. 
O nosso material traz conteúdos que são muito complexos, em alguns momentos é importante receber 
as informações por outros canais de aprendizagem, existem inúmeros filmes que abordam a deficiência. 
Trouxe algumas sugestões de belas obras que espero que apreciem. Vou iniciar com meu favorito!
Indicações:
Sugiro que assista aos fi lmes “Uma Lição de Amor” “Adorável professor” e “Filhos do silêncio” que 
vão mostrar alguns conteúdos estudados ao longo desta disciplina. Você pode saber mais sobre os 
fi lmes acessando o site: <http://www.webcine.com.br/fi lmessi/iamsam.htm> e <http://www.adorocine-
ma.com/fi lmes/mr-holland/>. 
Uma Lição de Amor
Título original: I Am Sam
Idioma original: Inglês
Lançamento: 2001 (EUA)
Direção: Jessie Nelson
Gênero: Drama
Sinopse - O fi lme acompanha a trajetória de Sam Dawson (Sean Penn), um adulto com idade mental 
e a inocência de uma criança de sete anos. Um homem que o destino quis que se tornasse pai solteiro 
de Lucy (Dakota Fanning). Embora tivesse difi culdades, com a ajuda de amigos muito especiais, Sam 
conseguiu fazer dos primeiros anos de vida de Lucy, uma infância repleta de amor e alegria. Quando 
Lucy completa sete anos e começa a ultrapassar intelectualmente seu pai, entretanto, o Serviço Social 
intervém, separando-a de Sam para que seja adotada e criada por outra família. Mesmo com pouca 
chance de vencer, Sam decide enfrentar o sistema. Ele procura Rita Harrison (Michelee Pfeiffer), 
poderosa advogada, que só aceita o caso por ter sido desafi ada pelos colegas a defender uma causa 
POLÍTICAS E O PROCESSO ENSINO/APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO INCLUSIVA | Educação a Distância16
de graça. Embora procure passar a imagem de pessoa dura e centrada, Rita é uma mulher frágil e o 
contato com Sam mudará sua forma de encarar a vida. Juntos, Sam e Rita tentam provar que o amor 
incondicional é o mais valioso presente que um pai pode dar. 
Fonte: <http://www.adorocinema.com>. Acesso em: 21/02/2011.
Adorável professor
 
Título original: Mr. Holland
Idioma original: Inglês
Lançamento: 1995 (EUA)
Direção: Stephen Herek
Gênero: Drama
Sinopse - Em 1964 um músico (Richard Dreyfuss) decide começar a lecionar, para ter mais dinheiro 
e assim se dedicar a compor uma sinfonia. Inicialmente ,ele sente grande dificuldade em fazer com 
que seus alunos se interessem pela música e as coisas se complicam ainda mais quando sua mulher 
(Glenne Headly) dá luz a um filho, que o casal vem a descobrir mais tarde que é surdo. Para poder 
financiar os estudos especiais e o tratamento do filho, ele se envolve cada vez mais com a escola e 
seus alunos, deixando de lado seu sonho de tornar-se um grande compositor. Passados trinta anos 
lecionando no mesmo colégio, após todo este tempo uma grande decepção o aguarda.
Fonte: <http://www.adorocinema.com>. Acesso em: 21/02/2011.
POLÍTICAS E O PROCESSO ENSINO/APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO INCLUSIVA | Educação a Distância 17
Os Filhos do silêncio 
Título original: Children of a Lesser God
Idioma original: Inglês
Lançamento: 1986 (EUA)
Diretor: Randa Haines
Gênero: Romance
Sinopse - Baseado num sucesso da Broadway, o fi lme conta a história de amor de John Leeds 
(William Hurt), um idealista professor de defi cientes e uma decidida moça surda, chamada Sarah (Ma-
tlin). No início, Leeds vê Sarah como um desafi o à sua didática. Mas logo o relacionamento dos dois 
transforma-se num romance tão passional que rompe a barreira do silêncio que os separa.
Fonte: <http://www.cineplayers.com/>. Acesso em 21/02/2011.
Então, vamos lá! Bom estudo e espero que o material que preparei para você contribua de forma eficaz 
para sua formação. 
SUMÁRIO
UNIDADE I
FUNDAMENTOS HISTÓRICOS E POLÍTICAS DE INCLUSÃO ESCOLAR NA ATUALIDADE
CONCEPÇÃO DE DEFICIÊNCIA AO LONGO DA HISTÓRIA 23
EDUCAÇÃO ESPECIAL E A EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO CENÁRIO BRASILEIRO: 
CONTEXTUALIZAÇÃO DO PROBLEMA 29
UNIDADE II
EDUCAÇÃO INCLUSIVA E O ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO: 
IMPLICAÇÕES NO PAPEL DO PROFESSOR 
A FORMAÇÃO DO PROFESSOR NA EDUCAÇÃO INCLUSIVA 45
EDUCAÇÃO INCLUSIVA: A AÇÃO PEDAGÓGICA DIANTE DA DIVERSIDADE: FORMAÇÃO 
COMPETENTE NO PROCESSO DE EDUCAR 50
INCLUSÃO DO ALUNO COM NECESSIDADES ESPECIAIS NO ENSINO SUPERIOR 54
UNIDADE III
UMA VISÃO DA FAMÍLIA FRENTE À DIVERSIDADE
CONCEPÇÃO DA FAMÍLIA AO LONGO DA HISTÓRIA E SEU FUNCIONAMENTO 65
O FILHO DEFICIENTE: COMPREENSÃO, ADAPTAÇÃO E ACEITAÇÃO 73
A PREVENÇÃO DA DEFICIÊNCIA 76
UNIDADE IV
SITUANDO AS NECESSIDADES ESPECIAIS
ALTAS HABILIDADES/SUPERDOTAÇÃO 104
DISTÚRBIO DE APRENDIZAGEM 108
TRANSTORNOS INVASIVOS DO DESENVOLVIMENTO 125
AUTISMO INFANTIL 126
NECESSIDADES ESPECIAIS NA SALA DE AULA – CONDIÇÕES PARA 141
INCLUSÃO 141
UNIDADE V
DESAFIOS NA EDUCAÇÃO INCLUSIVA: QUESTÕES EDUCACIONAIS E DE CIDADANIA
O PROFESSOR FRENTE À DIVERSIDADE: CONSTRUINDO LAÇOS NO AMBIENTE 
ESCOLAR 151
EDUCAÇÃO PARA O TRABALHO: ALTERNATIVAS EDUCACIONAIS DE CARÁTER 
PROFISSIONALIZANTE E EDUCACIONAL 155
DIFERENTE, MAS NÃO DESIGUAL: VIVENCIANDO A AFETIVIDADE A SEXUALIDADE E O 
ENVELHECIMENTO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA 161
CONCLUSÃO 173
REFERÊNCIAS 183
UNIDADE I
FUNDAMENTOS HISTÓRICOS E POLÍTICAS DE INCLUSÃO ESCOLAR NA 
ATUALIDADE
Professora Esp. Waléria Henrique dos Santos Leonel
Objetivos de Aprendizagem
• Conhecer a evolução do conceito de deficiência e analisar os antecedentes histó-
ricos das posturas segregacionistas que são observadas quanto à educação da 
pessoa com deficiência.
• Conhecer as leis que norteiam e amparam o processo de inclusão escolar dos alu-
nos com necessidades educativas especiais.
• Analisar como se encontra na atualidade o processo de Educação inclusiva frente 
às Políticas Públicas de Inclusão Nacional. 
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
•	 Concepção	de	Deficiência	ao	longo	da	história
•	 Educação	Especial	e	a	Educação	Inclusiva	no	Cenário	Brasileiro:	Contextua-
lização do Problema•	 Política	Nacional	de	Educação	Especial	na	Educação	Inclusiva
POLÍTICAS E O PROCESSO ENSINO/APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO INCLUSIVA | Educação a Distância22
POLÍTICAS E O PROCESSO ENSINO/APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO INCLUSIVA | Educação a Distância 23
INTRODUÇÃO
Caros alunos, nesta unidade faremos um estudo visando entender como a sociedade enxergava 
a deficiência ao longo da história e como vem ocorrendo o processo de inclusão até os dias 
atuais. É muito importante fazermos a leitura com um olhar crítico e não nos deixar levar 
por uma visão simplista, de senso comum. O assunto requer muitas reflexões, pois antes de 
pensarmos na inclusão, devemos analisar que essa só necessita ocorrer devido ao processo 
de exclusão a qual as pessoas que fazem parte da nossa sociedade são responsáveis direta 
e indiretamente. O nosso estudo dará ênfase às pessoas com necessidades educativas 
especiais, no entanto, muitos grupos vivem a realidades da exclusão. As raízes do preconceito 
são antigas e nos levam muitas vezes a não sermos capazes de respeitar o direito do outro 
que faz parte da sociedade a qual está inserido e contribuindo com ela.
São muitas as leis que amparam e apoiam o movimento chamado de inclusão, e muito já se tem 
discutido sobre o assunto, mas nem sempre se efetivam e alcançam os resultados desejados. 
Pensar em educação inclusiva ainda é um desafio que envolve toda uma sociedade para que 
sua prática seja bem-sucedida. 
CONCEPÇÃO DE DEFICIÊNCIA AO LONGO DA HISTÓRIA
Muitos foram os eventos que influenciaram a história da deficiência no Brasil, o conceito de 
deficiência desenvolveu-se com a história, influenciado por diversas culturas, que deram 
significados diferentes em sua trajetória.
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24 POLÍTICAS E O PROCESSO ENSINO/APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO INCLUSIVA | Educação a Distância
Atualmente, o movimento da escola inclusiva vem ganhando força após a Declaração 
de Salamanca de 1994, que preconiza a escola para todos, em ambiente integrado sem 
discriminação. Este assunto abordaremos em outro momento. Resgatando um pouco de 
história, esta mostra que o deficiente sofreu ações bem diferentes do que ocorre atualmente. 
Estas pessoas viveram situações desde o extremo de serem consideradas divinas e superiores 
até situações de ameaça e consumação de morte.
Patton, Payne e Beirne-Smith (1985), citados por Carvalho (2000), classifica os períodos que 
marcaram a concepção deficiência ao longo da história. Na antiguidade, até os anos de 1700, 
a sociedade apresentava comportamentos e percepções variadas em relação ao deficiente 
principalmente ao mental, vemos que a percepção da sociedade por concepções sociopolíticas 
aplica-se também às demais deficiências, pois eram vistos todos como iguais.
Os deficientes eram vistos como demônios ou detentoras de dons, poderes ou revelações 
divina. As pessoas tinham medo, rejeição, respeito ou admiração. Neste período, não haviam 
serviços de atendimentos, quando havia eram monastérios que ofereciam cuidado e amparo.
No período de 1700 a 1860 foi marcado pelo humanismo renascentista, que preconizava 
o valor das pessoas como seres humanos e seu direito a oportunidade de desenvolver o 
máximo suas potencialidades. Esse pensamento influenciou a mudança de atitude em relação 
à pessoa com necessidade especial. Era defendido a igualdade de direitos e os deficientes 
não estavam excluídos passando a gerar ações no sentido de dar assistência.
O pensamento de Rousseau (1712-1778) marcou o período, pois defendia o princípio de ensinar 
o que os alunos são capazes de aprender, o que é de utilidade e de interesse.
O período de 1860 a 1890 caracterizou-se por uma mudança de atitude quanto à possibilidade 
de integração das pessoas com deficiência na comunidade. Haviam tido resultados positivos 
com pessoas severamente comprometidas, mas não chegavam às suas expectativas, os 
esforços não levavam a mudanças significativas, que capacitasse as pessoas com deficiência 
POLÍTICAS E O PROCESSO ENSINO/APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO INCLUSIVA | Educação a Distância 25
para a integração e participação, conforme era esperado. 
Nesta época, passaram a ser consideradas até mesmo perigosas para a sociedade. O 
movimento eugênico marcou o período no qual traços individuais eram herdados e que a 
evolução humana era baseada, principalmente, na transmissão genética. A segregação e 
também a esterilização passou a ser visto como algo que iria proteger a sociedade, esse 
comportamento gerou um retrocesso nas conquistas ocorridas no período anterior.
Entre 1890 a 1925 o movimento eugênico ainda era presente. Francis Galton defende o 
controle genético e as descobertas de Mendel, acerca das leis da hereditariedade, reforçam 
o pensamento de Galton acerca das implicações genéticas das deficiências mentais. Nesta 
época, os testes de inteligência também contribuíram de forma negativa, pois foram utilizados 
para classificar pessoas com deficiência mental, seu mau uso justificaram a exclusão escolar 
e social de muitas pessoas (CARVALHO, 2000).
SAIBA	MAIS	SOBRE	O	MOVIMENTO	EUGÊNICO	POR	Andréa	Trevas	Maciel	Guerra, médica ge-
neticista, é professora titular do Departamento de Genética Médica da Faculdade de Ciências Médicas 
da Unicamp.
 Acessando o link:
<http://cienciaecultura.bvs.br/scielo.php?pid=s0009-67252006000100002&script=sci_arttext>.
“O MOVIMENTO EUGÊNICO. Quando em The origin of species, de 1859, Darwin propôs que a se-
leção natural fosse o processo de sobrevivência a governar a maioria dos seres vivos, importantes 
pensadores passaram a destilar suas idéias num conceito novo – o darwinismo social. 
Esse conceito, de que na luta pela sobrevivência muitos seres humanos eram não só menos valio-
sos, mas destinados a desaparecer, culminou em uma nova ideologia de melhoria da raça humana 
por meio da ciência. Por trás dessa ideologia estava sir Francis J. Galton, cujo nome é associado ao 
surgimento da genética humana e da eugenia.
Convencido de que era a natureza, não o ambiente, quem determinava as habilidades humanas, 
Galton dedicou sua carreira científi ca à melhoria da humanidade por meio de casamentos seletivos. 
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No livro Inquiries into human faculty and its development, de 1883, criou um termo para designar essa 
nova ciência: eugenia (bem nascer). 
No início do século XX, quando as teorias de Darwin eram amplamente aceitas na Inglaterra, havia 
grande preocupação quanto à “degeneração biológica” do país, pois o declínio na taxa de nascimen-
tos era muito maior nas classes alta e média do que na classe baixa. Para muitos, parecia lógico que a 
qualidade da população pudesse ser aprimorada por proibição de uniões indesejáveis e promoção da 
união de parceiros bem-nascidos. Foi necessário, apenas, que homens como Galton popularizassem 
a eugenia e justificassem suas conclusões com argumentos científicos aparentemente sólidos. 
As propostas de Galton ficaram conhecidas como “eugenia positiva”. Nos EUA, porém, elas foram 
modificadas, na direção da chamada “eugenia negativa”, de eliminação das futuras gerações de “ge-
neticamente incapazes” – enfermos, racialmente indesejados e economicamente empobrecidos –, 
por meio de proibição marital, esterilização compulsória, eutanásia passiva e, em última análise, ex-
termínio. 
Como salienta Edwin Black no livro A guerra contra os fracos, “os EUA estavam prontos para a eugenia 
antes que a eugenia estivesse pronta para os EUA”. O aumento no número de imigrantes no final do 
século XIX levou o grupo dominante no país, os protestantes cujos ancestrais eram oriundos do norte 
da Europa, a buscar motivos para exclusão. Encontraram terreno fértil na pseudociência da eugenia.
ANTECEDENTES GENÉTICOS. O próximo passo de Davenport foi identificar os que deveriam ser 
impedidosde se reproduzir. Em 1909 criou o Eugenics Record Office para registrar os antecedentes 
genéticos dos norte-americanos e pressionar por legislação que permitisse a prevenção obrigatória 
de linhagens indesejáveis. Para isso, o grupo concluiu que o melhor método seria a esterilização, e 
o estado de Indiana foi a primeira jurisdição do mundo a introduzir lei de esterilização coercitiva, logo 
seguido por vários outros estados. Desde o início, porém, o uso de câmaras de gás estava entre as 
estratégias discutidas para eliminação daqueles considerados indignos de viver. 
Com o tempo, a eugenia passou a ser vista como ciência prestigiosa e conceito médico legítimo, 
disseminada por meio de livros didáticos e instituições de instrução eugenista. No primeiro Congresso 
Internacional de Eugenia, em 1912, líderes de delegações dos EUA e países europeus formaram 
o Comitê Internacional de Eugenia, que, posteriormente, deu origem à Federação Internacional de 
Organizações Eugenistas, cuja agenda política e científica era dominada pelos EUA, para onde euge-
nistas estrangeiros viajavam para períodos de treinamento em Cold Spring Harbor.
Na Alemanha, a eugenia norte-americana inspirou nacionalistas defensores da supremacia racial, 
entre os quais Hitler, que nunca se afastou das doutrinas eugenistas de identificação, segregação, 
esterilização, eutanásia e extermínio em massa dos indesejáveis, e legitimou seu ódio fanático pelos 
judeus envolvendo-o numa fachada médica e pseudocientífica. 
Não houve apenas extermínio em massa de judeus e outros grupos étnicos. Em julho de 1933, foi 
POLÍTICAS E O PROCESSO ENSINO/APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO INCLUSIVA | Educação a Distância 27
decretada lei de esterilização compulsória de diversas categorias de “defeituosos” e, com o início da 
Segunda Guerra Mundial, os alemães considerados mentalmente defi cientes passaram a ser mortos 
em câmaras de gás. Médicos nazistas realizavam experimentos em prisioneiros nos campos de con-
centração, e, em Auschwitz, Mengele dedicou-se ao estudo de gêmeos para investigar a contribuição 
genética ao desenvolvimento de características normais e patológicas – de 1.500 pares de gêmeos 
submetidos a suas experiências, menos de 200 sobreviveram” (GUERRA, 2011). 
 
No período de 1925 a 1950, com o final da I Guerra Mundial, houve a necessidade de atender 
os soldados que retornavam com graves deficiências, surgindo os serviços de reabilitação, 
a partir de então, despertava a necessidade de atender outras pessoas deficientes. Devido 
a essa visão criou-se serviços para atender crianças deficientes e passou a ter um início de 
perspectiva de educação especial em várias partes do mundo.
As influências ambientais ganharam força na concepção da deficiência mental mostrando 
que outros fatores etiológicos não hereditários também podiam causar a deficiência mental 
como as infecções, traumatismos e problemas endócrinos. A concepção genética como única 
etiologia da deficiência mental perdeu força e começaram a surgir na década de 30 alguns 
movimentos de direitos humanos apoiando as pessoas com deficiência.
Algumas descobertas da ciência nesta época, trouxe a compreensão de que a deficiência 
deveria ser objeto de interesse científico e estudo, e não de rejeição.
Entre 1950 a 1960 houve uma maior aceitação das pessoas com deficiência, com mais 
atendimentos em alguns países desenvolvidos, as famílias passaram a exercer uma maior 
pressão e os profissionais da época passaram a despertar maior interesse pelos deficientes, 
no entanto, ainda eram institucionalizadas e muitas já esterilizadas. Os sentimentos que antes 
era de medo e rejeição deu lugar a tolerância e compaixão, os serviços educacionais não eram 
para todos, principalmente para as deficiências múltiplas ou com graves limitações. 
De 1960 a 1970 foi marcado pelo movimento dos direitos humanos nos países desenvolvidos 
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e nos que sofriam sua influência, surgiram muitas pesquisas multidisciplinares trazendo 
contribuições no âmbito do entendimento de várias deficiências. Programas de intervenção 
precoce realizada nos Estados Unidos obtiveram bons resultados em relação à prevenção 
de efeitos adversos das deficiências e das desvantagens sociais e culturais, aumentado o 
otimismo de todos envolvidos.
A partir da década de 70 a 80 as conquistas se consolidaram e o movimento dos direitos 
humanos ganhou força. Nos EUA as leis garantiam o atendimento educacional, irrestritamente, 
para as pessoas com deficiências, sobretudo os mais comprometidos. 
No Brasil, a sociedade da época tornava-se mais receptiva e os estados mais desenvolvidos 
contavam com sua própria legislação que recomendavam o atendimento educacional 
especializado. Porém, os alunos com deficiências múltiplas e severas não recebiam o 
atendimento especializado, esse ocorria em instituições filantrópicas e consistia em cuidados 
pessoais e assistenciais do que em atendimento educacional.
A visão das famílias na época baseava-se em ter um local seguro para deixar o filho enquanto 
trabalhavam e os professores não tinham expectativas e seu investimento era pouco frente às 
limitações dos alunos.
A partir da década de 80 o período vem sendo marcado por grandes mudanças e avanços na 
educação, as leis vêm apoiando e dando subsídios para os serviços de atendimento para as 
pessoas com deficiências. Na década de 90, percebe-se a tentativa de democratizar o ensino 
no país com a perspectiva escola para todos, com a inclusão dos alunos com necessidades 
especiais, não havendo mais a aceitação de exclusão dos alunos com deficiências múltiplas 
e severas.
Atualmente, Fávero (2007) nos mostra que os movimentos sociais, os pais de crianças com 
deficiências, membros do Ministério Público e do Poder Judiciário vêm percebendo o quanto 
as escolas brasileiras são discriminatórias, sendo preciso encontrar alternativas para melhoria 
POLÍTICAS E O PROCESSO ENSINO/APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO INCLUSIVA | Educação a Distância 29
da qualidade do ensino para todos sem exclusão.
EDUCAÇÃO ESPECIAL E A EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO CENÁRIO 
BRASILEIRO:	CONTEXTUALIZAÇÃO	DO	PROBLEMA
Stainback e Stainback (1999) afirmam que no final do século XIX até a década de 1950, as 
instituições para pessoas deficientes aumentavam ao mesmo tempo em que eram criadas e 
desenvolvidas as escolas comuns públicas. Entre 1842 e 1918, todos os estados legislaram 
o ensino obrigatório, no entanto, vários grupos de crianças foram excluídos, entre eles os 
afro-americanos e nativos americanos, como também os alunos com deficiência visível foram 
segregados (STAINBACK ; STAINBACK ).
Nas décadas de 50 e 60 o uso das escolas especiais era o sistema preferido de prestação de 
serviços educacionais para a maior parte dos alunos deficientes, no entanto, foi nesse período 
que as atitudes do público com relação ao espaço físico das pessoas com deficiências nas 
escolas, começaram a mudar (STAINBACK ; STAINBACK 1999).
De acordo com Chaves (apud STAINBACK ; STAINBACK, 1999), as classes especiais “não 
surgiram por razões humanitárias, mas porque essas crianças eram indesejadas nas salas de 
aula da escola pública regular” (p.38).
A educação inclusiva teve seu início nos Estados Unidos em 1975, com a Lei Pública 94.142, 
que estabelece a modificação dos currículos. Por educação inclusiva se entende o processo 
de inclusão dos portadores de necessidades especiais ou dos distúrbios de aprendizagem na 
rede comum de ensino em todos os seus níveis, da pré-escola ao quarto grau (MRECH, 1998).
“O termo ‘necessidades educacionais especiais’ refere-se a todas aquelas crianças e jovens 
cujas necessidades educacionais especiais se originam em função de deficiências ou 
dificuldades de aprendizagem” (BUENO, 1993, p.37).
Stainback ; Stainback (1999), afirmam que “apesarde uma firme tendência rumo à inclusão, 
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houve também tentativas de retardar, parar e até mesmo reverter o ensino inclusivo”(p.41). 
Muitos foram beneficiados com o ensino inclusivo, como os que tinham em seus currículos o 
fracasso escolar provindos da pobreza.
O que é inclusão afinal? Segundo Mazini (1999), inclusão, do verbo incluir (do latim includere), 
no seu sentido etimológico, significa conter em, compreender, fazer parte de, ou participar de. 
Assim, falar de inclusão escolar é falar do educando que está contido na escola, ao participar 
daquilo que o sistema educacional oferece, contribuindo com seu potencial para os projetos e 
programações da instituição.
Mendes (apud PALHARES ; MARINS, 2002) reforça o pensamento dizendo que a educação 
Inclusiva é uma proposta de aplicação prática no campo da educação de um movimento 
mundial chamado de Inclusão Social, em que ocorre um processo bilateral ao qual as pessoas 
excluídas e a sociedade buscam efetivar a oportunidades para todos. 
Nesta mesma perspectiva encontra-se Aranha (2001) expondo que o movimento pela inclusão 
social está ligado à construção de uma sociedade democrática a qual todos conquistam sua 
cidadania e a diversidade é respeitada havendo aceitação e reconhecimento político das 
diferenças.
Esse movimento chamado de inclusão escolar, segundo Motta (1999), não é a simples 
colocação em sala de aula, significa a criação de uma escola em que as pessoas com e sem 
deficiências possam conviver e estudar em ambientes onde os indivíduos aprendam a lidar 
com a diversidade e com a diferença, também reconheça e valorize a heterogeneidade dos 
alunos procurando desenvolver as suas diferentes potencialidades, por meio de uma prática de 
ensino flexível e diferenciada que busca o que há de melhor em cada um.
O movimento pela inclusão é uma ação política, cultural, social e pedagógica, desencadeada 
em defesa do direito de todos os alunos, visando promover uma educação de qualidade, com 
menos desigualdade, em busca da construção de uma sociedade democrática (MOTTA, 1999).
POLÍTICAS E O PROCESSO ENSINO/APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO INCLUSIVA | Educação a Distância 31
Sendo assim, a educação especial se organizou tradicionalmente como atendimento educacional 
especializado substitutivo ao ensino comum, evidenciando diferentes compreensões, 
terminologias e modalidades que levaram a criação de instituições especializadas, escolas 
especiais e classes especiais (DUTRA,2008).
A educação especial na maioria dos países, segue de uma forma geral um padrão semelhante 
em sua evolução. Primeiramente, caracteriza-se pela segregação e exclusão, num segundo 
momento, modifica-se o olhar e os deficientes passam a possuir capacidades, mesmo que 
limitadas de aprendizagem, mas ainda predomina o olhar de tutela. Após esse período surge o 
terceiro momento, o qual é marcado pelo reconhecimento do valor humano e de seus direitos 
,e a partir de década de 60 esse movimento vem ganhando força (SANTOS, 1995).
Pode-se dizer que a evolução na Educação Especial brasileira aconteceu em dois períodos: 
de 1854 a 1956, em que se destacam as iniciativas oficiais e particulares isoladas, e de 1957 
a 1993, em que se encontram as iniciativas oficiais de âmbito nacional. 
No período de 1854 a 1956, destaca-se a fundação do Imperial Instituto dos Meninos Cegos, 
no Rio de Janeiro, primeira medida em relação ao atendimento escolar especial às pessoas 
com necessidades especiais, concretizada por D. Pedro II em 1854. Em 1890, já no governo 
republicano, passou a chamar-se Instituto Nacional dos Cegos e em 1891, a escola denominou-
se Instituto Benjamin Constant (IBC). Foi também D. Pedro II que três anos após a criação 
do Instituto Benjamin Constant, fundou em 1857, no Rio de Janeiro o Imperial Instituto dos 
Surdos-Mudos, o qual em 1957 passou a chamar-se Instituto Nacional de Educação de Surdos 
– INES (MAZZOTA, 2005).
No início do século XX é fundado o Instituto Pestalozzi -1926, instituição especializada no 
atendimento às pessoas com deficiência mental; em 1954 é fundada a primeira Associação 
de Pais e Amigos dos Excepcionais – APAE e; em 1945 é criado o primeiro atendimento 
educacional especializado às pessoas com superdotação na Sociedade Pestalozzi, por 
Helena Antipoff.
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No período de 1957 a 1993, o governo federal voltou-se para o atendimento educacional das 
pessoas com necessidades especiais. A primeira delas foi a Campanha para a Educação do 
Surdo Brasileiro, seguida da Campanha Nacional de Educação e Reabilitação de Deficientes 
da Visão e finalmente a Campanha Nacional de Educação e Reabilitação de Deficientes 
Mentais. Com essas ações, a Educação Especial adquire maior atenção por parte do governo 
federal, com a criação de órgãos como: o Grupo-Tarefa de Educação Especial (1972), o Centro 
Nacional de Educação Especial - CENESP e a Secretaria de Educação Especial - SESPE 
(MAZZOTA, 2005).
Como já citado, o movimento para inclusão iniciou-se em 1975, nos Estados Unidos, seguindo-
se então, uma série de encontros mundiais, como a Conferência Mundial de Jomtiem sobre 
Educação Para Todos (1990). Ela apresenta como objetivos oferecer educação para todos até 
o ano 2000. Nesta conferência destacou-se a necessidade de oferecer maiores oportunidades 
de uma educação duradoura. 
Os últimos documentos e mais importantes foram, entre outros, a reunião da Assembleia Geral 
da ONU, em 1996, que elaborou as Normas sobre a Equiparação de Oportunidades para 
pessoas com Deficiências; o Forúm Mundial de Educação, ocorrido em 2000, em Dacar; o 
Seminário e Oficina Regional das Américas, em 2003 em que se elaborou a Declaração de 
Quito. Entretanto, é a Declaração de Salamanca elaborada em 1994, pela Unesco que até o 
momento é tomada como referência ao se tratar de inclusão (DENARI ; BRAZ, 2005).
A Declaração de Salamanca retomou a discussão sobre educação especial na tentativa de 
diminuir as fontes de injustiças sociais a partir do pressuposto de “Educação para Todos”, 
constituindo assim, um marco importante na história da inclusão, pois oficializou o termo 
inclusão no campo da educação (TESSARO, 2005).
Machado (2005) mostra que na Declaração de Salamanca o princípio fundamental da escola 
inclusiva:
POLÍTICAS E O PROCESSO ENSINO/APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO INCLUSIVA | Educação a Distância 33
É o de que todas as crianças devem aprender juntas, sempre que possível, 
independentemente de quaisquer dificuldades ou diferenças que elas possam ter. 
Escolas inclusivas devem reconhecer e responder às necessidades diversas de seus 
alunos, acomodando ambos os estilos e ritmos de aprendizagem e assegurando 
uma educação de qualidade a todos através de um currículo apropriado, arranjos 
organizacionais, estratégias de ensino, uso de recurso e parceria com as comunidades. 
Na verdade, deveria existir uma continuidade de serviços e apoio proporcional ao 
contínuo de necessidades especiais encontradas dentro da escola (p.133). 
 Assim, a Declaração de Salamanca recomenda também que:
As escolas se ajustem às necessidades dos alunos, quaisquer que sejam suas 
condições físicas, sociais e lingüísticas, incluindo aquelas que vivem nas ruas, as que 
trabalham, as nômades, as de minorias étnicas, culturais e sociais, além das que se 
desenvolveram a margem da sociedade (WERNECK, 1997, p. 50, apud TESSARO, 
2005).
A Declaração afirma ainda que: 
"Deverão ser tomadas as medidas necessárias para conseguir a mesma política integradora de jovens 
e adultos com necessidades especiais, no ensino secundário e superior, assim como nos programas 
de formação profissional (MACHADO, p.147, 2005)."
Mesmo com o suporte de leis e declarações que dão força ao processode inclusão, percebe-se 
que as escolas não conseguem oferecer um sistema de ensino de qualidade a todos os alunos 
respeitando suas diferenças, portanto percebe-se que a luta pela inclusão vem ocorrendo, no 
entanto, de forma lenta sendo necessário ainda muito investimento por parte de todos.
Tessaro (2005) coloca que:
Quando se acredita na inclusão apenas sob o ponto de vista da legalidade, 
desconsiderando-se o concreto, o real, restringe-se a uma prática desarticulada, 
descomprometida com a realidade objetiva das escolas brasileiras, gerando a 
segregação, o abandono e o comprometimento da auto-estima das pessoas envolvidas 
nesse processo (p.45).
Souza (2002, apud DENARI ; BRAZ, 2005) comenta que a inclusão escolar só tem sentido se 
pensarmos no ser social, no papel do homem participante e integrado na sociedade. 
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Para Tessaro (2005), “Inclusão não implica desconsiderar a diversidade/diferença, ao contrário, 
significa aceitar e reconhecer diversidade na vida e na sociedade, isto é, identificar que cada 
indivíduo é único, com suas necessidades, desejos e peculiaridades próprias” (p.46).
Mittler (2003) afirma que mesmo crianças cujas dificuldades nascem como consequências 
de impedimentos significativos de órgãos sensoriais ou de sistema nervoso central, mesmo 
que graves, de forma alguma explicam todas as suas dificuldades, e há muitas possibilidades 
para intervenções nos contextos em vários níveis: ensino, criação familiar, apoio dos colegas 
e amizades, atitudes positivas, relação com os vizinhos e remoção de barreiras de todos os 
tipos. 
Denari e Braz (2005) complementam afirmando que a inclusão é um processo complexo que 
envolve profissionais, familiares, a população em geral e o próprio sujeito da inclusão, pois se 
expor também é lutar contra a marginalização.
Segundo Stainback ; Stainback (1999),
O fim gradual das práticas educacionais excludentes do passado proporciona a todos os 
alunos uma oportunidade igual para terem suas necessidades educacionais satisfeitas 
dentro da educação regular. O distanciamento da segregação facilita a unificação da 
educação regular e especial em um sistema único. Apesar dos obstáculos, a expansão 
do movimento da inclusão, em direção a uma reforma educacional mais ampla, é um 
sinal visível de que as escolas e a sociedade vão continuar caminhando rumo a práticas 
cada vez mais inclusivas (p.44).
Torna-se, então, importante ter a noção de que não é possível ver a inclusão como um processo 
simples, sem pensar nas consequências que envolvem inserir um aluno deficiente no ensino 
regular de uma escola, é necessário pensar que a responsabilidade de promover a inclusão de 
alunos com necessidades especiais é de toda a estrutura da escola e da sociedade.
POLÍTICAS E O PROCESSO ENSINO/APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO INCLUSIVA | Educação a Distância 35
Política nacional de educação especial na educação inclusiva
Segundo Sawaia (2006), exclusão é o tema da atualidade, usado hegemonicamente nas 
diferentes áreas do conhecimento, é um conceito que permite usos retóricos de diferentes 
qualidades como a concepção de desigualdade como resultante de deficiência ou inadaptação 
individual, falta de qualquer coisa, de injustiça e exploração social.
Para o autor, a exclusão é processo complexo e multifacetado, uma configuração de dimensões 
materiais, políticas, relacionais e subjetivas. É um processo sutil e dialético, pois só existe em 
relação à inclusão como parte constitutiva dela, é um processo que envolve o homem por 
inteiro e suas relações com os outros (SAWAIA, 2006).
O autor mostra que em relação à educação vemos que a partir do processo de democratização 
se evidencia o paradoxo inclusão/exclusão, quando o sistema de ensino universaliza o acesso, 
mas excluem as pessoas fora dos padrões homogeneizadores da escola (SAWAIA, 2006).
De acordo com a Revista da Educação Especial, elaborada pelo Mec em Junho de 2008:
A educação especial se organizou tradicionalmente como atendimento educacional 
especializado substitutivo ao ensino comum, evidenciando diferentes compreensões, 
terminologias e modalidades que levaram a criação de instituições especializadas, 
escolas especiais e classes especiais. Essa organização, fundamentada no conceito 
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36 POLÍTICAS E O PROCESSO ENSINO/APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO INCLUSIVA | Educação a Distância
de normalidade/anormalidade, determina formas de atendimento clínico terapêuticos 
fortemente ancorados nos testes psicométricos que definem, por meio de diagnósticos, 
as práticas escolares para os alunos com deficiência (Fonte: <http://portal.mec.gov.br/
seesp/arquivos/txt/revinclusao5.txt>. Junho de 2008. Acesso em: 19/fev/2011). 
Já realizado um resgate dos principais marcos históricos da deficiência no Brasil, não iremos 
abordar novamente o tema, contudo, é de fundamental importância o conhecimento do mesmo. 
Em 1961, as Leis de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei n°4.024/61 fundamenta 
o atendimento educacional às pessoas com deficiência, aponta o direito dos excepcionais à 
educação, preferencialmente dentro do sistema geral de ensino. 
A Lei n° 5.692/71 altera a LDBEN de 1961, ao definir “tratamento especial” para os alunos com 
“deficiência físicas, mentais, os que encontrem em atraso considerável quanto à idade regular 
de matrícula e os superdotados, mas não promove a organização de um sistema de ensino 
capaz de atender as necessidades educacionais especiais”.
 Segundo Osório (2007), em 1973 é criado no MEC, o Centro Nacional de Educação Especial – 
CENESP, que impulsionou ações educacionais voltadas às pessoas com superdotação; ainda 
configuradas por campanhas assistenciais e ações isoladas do Estado. Ainda não se efetiva 
uma política pública de acesso universal à educação de alunos com deficiência, permanecendo 
a concepção de “políticas especiais”, não é organizado um atendimento especializado que 
considere as singularidades de aprendizagem desses alunos.
A Constituição Federal de 1988 traz como um dos seus objetivos fundamentais “promover o 
bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas 
de discriminação” em seu art. 3° inciso IV. 
O Estatuto da Criança e do Adolescente – Lei n°. 8.069/90, artigo 55, reforça os dispositivos 
legais ao determinar que “os pais ou responsáveis têm a obrigação de matricular seus filhos 
ou pupilos na rede regular de ensino”, outros documentos como a Declaração Mundial de 
Educação para Todos (1990) e a Declaração de Salamanca (1994), passam a influenciar a 
POLÍTICAS E O PROCESSO ENSINO/APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO INCLUSIVA | Educação a Distância 37
formulação das políticas públicas da educação inclusiva. 
A atual Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – Lei n° 9.394/96 preconiza “(...) 
oportunidades educacionais apropriadas, consideradas as características do alunado, seus 
interesses, condições de vida e de trabalho, mediante cursos e exames” (art. 37).
As Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica, resolução CNE/CEB 
n° 2/2001, no artigo 2°, determina que:
Os sistemas de ensino devem matricular todos os alunos, cabendo às escolas organizar-
se para o atendimento aos educando com necessidades educacionais especiais, 
assegurando as condições necessárias para uma educação de qualidade para todos 
(MEC/SEESP, 2001). 
A convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, aprovada pela ONU em 
2006, da qual o Brasil é signatário, estabelece que os Estados Parte devam assegurar um 
sistema de educação inclusiva em todos os níveis de ensino, em ambientes que maximizem 
o desenvolvimento acadêmico e social compatível com a meta de inclusão plena (OSÓRIO, 
2007).
 O Decreto n 6.094/2007 estabelece dentre asdiretrizes do Compromisso Todos pela Educação, 
a garantia do acesso e permanência no ensino regular e o atendimento às necessidades 
educacionais especiais dos alunos, fortalecendo a inclusão educacional nas escolas públicas.
Assim, podemos concluir, diante das leis citadas que vem para apoiar a educação inclusiva 
que a Política Nacional de Educação Especial tem como objetivo assegurar a inclusão escolar 
de alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/
superdotação, orientando os sistemas de ensino para garantir aos alunos:
Acesso ao ensino regular, com participação, aprendizagem e continuidade nos níveis 
mais elevados do ensino; transversalidade da modalidade de educação especial 
desde a educação infantil até a educação superior; oferta do atendimento educacional 
especializado; formação de professores para o atendimento educacional especializado 
e demais profissionais da educação para a inclusão; participação da família e da 
comunidade; acessibilidade arquitetônica, nos transportes, nos mobiliários, nas 
POLÍTICAS E O PROCESSO ENSINO/APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO INCLUSIVA | Educação a Distância38
comunicações e informação; e articulação intersetorial na implementação da políticas 
públicas (OSÓRIO, 2007). 
Na perspectiva da Educação inclusiva, a educação especial passa a constituir a proposta 
pedagógica da escola, definindo como seu público-alvo alunos com deficiência, transtornos 
invasivos do desenvolvimento, altas habilidades/superdotação, transtornos específicos do 
desenvolvimento, Distúrbios de aprendizagem.
É importante ressaltar que as pessoas se modificam continuamente transformando o contexto 
na qual se inserem. Esse dinamismo exige uma atuação pedagógica voltada para alterar a 
situação de exclusão, enfatizando a importância de ambientes heterogêneos que promovam a 
aprendizagem de todos os alunos.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste estudo, realizamos um resgate histórico da concepção da deficiência mostrando que o 
deficiente viveu diferentes situações da segregação e exclusão, como também a condição de 
divino (por falta de conhecimento), com o decorrer dos anos a sociedade sofreu mudanças 
que influenciaram o seu comportamento frente aos deficientes. O estudo mostra o cenário da 
educação inclusiva no país e a força do movimento de inclusão. As leis marcaram momentos 
importantes na história da deficiência e vem contribuindo de forma ativa no apoio à inclusão. 
Atualmente ocorrem mudanças que segundo os autores do texto, vêm para contribuir com 
o desenvolvimento das pessoas com necessidades educativas especiais. Os Atendimentos 
Educacionais Especializados devem ocorrer em todos os níveis de ensino escolar, oferecendo 
educação de qualidade, dando condição de permanência e conclusão dos estudos. Assim, 
podemos concluir que a educação inclusiva é um processo em movimento e de grande 
compromisso e responsabilidade social, para que ocorra a efetivação prática. Só assim os 
deficientes poderão exercer a função plena de seus direitos e mostrar o quanto representam 
para a sociedade como um todo. 
POLÍTICAS E O PROCESSO ENSINO/APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO INCLUSIVA | Educação a Distância 39
O texto abaixo foi elaborado a partir da visão de Denari e Braz (2005), sobre a visão da educação 
inclusiva na perspectiva da inclusão social. Vamos refl etir:
“Ao falar na inclusão escolar devemos primeiramente pensar no homem enquanto ser social, que é 
participante e integrado à sociedade. Para que ocorra a inclusão participativa, responsável e com-
prometida é preciso ponderação, conscientização, competência e o desejo social de um mundo mais 
respeitoso as desigualdades. Oliveira (2002), afi rma que a partir da escola inclusiva haverá uma maior 
aceitação das crianças com necessidades especiais pela sociedade, uma universalização da cidada-
nia, que por sua vez, traria uma nova ética e assim uma escola de educação e cidadania para todos.
Segundo Souza (2002), a inclusão é consequência de uma escola de qualidade, capaz de perceber 
cada aluno como único, e o processo de inclusão não pode ser uma atitude isolada de apenas edu-
cadores especializados, mas sim que todos os educadores assumam o compromisso com o aluno 
com necessidades especiais para que este obtenha os resultados pretendidos e não apenas esteja no 
convívio de outros sem estarem se apropriando da educação, pois assim se evidenciam os estigmas 
e denigrem a autoestima do aluno.
A nova escola necessita exercer a função social e educativa que favoreça o desenvolvimento dos 
alunos, de acordo com suas características, onde todos têm oportunidades de ser e estar, de forma 
inteira e participativa. Percebe-se que o grande desafi o é encontrar formas de responder efetivamente 
às necessidades educativas de uma população escolar cada vez mais heterogênea, de construir uma 
escola efetivamente inclusiva”. 
Para saber mais sobre a Declaração de Salamanca acesse os links: <http//:portal.mec.gov.br>.
<http://redeinclusao.web.ua.pt/fi les/fl _9.pdf>.
Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – Lei nº 9394/96
Acesse os links: <http//www.planalto.gov.br>.
<http://portal.mec.gov.br/setec/arquivos/pdf1/proejalei9394.pdf>.
Conheça a Declaração de Jontiem acessando os links: <http://www.pitangui.uepg.br/nep/documentos/
Declaracao%20-%20jomtien%20-%20tailandia.pdf>.
Conheça a Constituição Federal de 1988 acessando o link:
<http://www.alep.pr.gov.br/system/fi les/corpo/Con1988br.pdf>.
POLÍTICAS E O PROCESSO ENSINO/APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO INCLUSIVA | Educação a Distância40
ATIVIDADE DE AUTOESTUDO
1- Diante do estudo desta unidade, explique qual é o entendimento sobre educação inclusiva 
justificando sua resposta.
2- A forma como os deficientes eram tratados outrora, difere da atualidade. Porém, muitos 
enfrentam dificuldades nos diversos lugares que frequentam. Aponte quais são essas difi-
culdades e descreva o que poderia ser feito para amenizá-las.
 
UNIDADE II
EDUCAÇÃO INCLUSIVA E O ATENDIMENTO EDUCACIONAL 
ESPECIALIZADO: IMPLICAÇÕES NO PAPEL DO PROFESSOR 
Professora Esp. Waléria Henrique dos Santos Leonel
Objetivos de Aprendizagem
• Compreender as mudanças na Educação Especial frente aos aspectos legais.
• Verificar como está a formação docente voltada para a inclusão.
• Conhecer e analisar sobre as propostas de ação pedagógica no novo modelo de 
educação.
• Conhecer e refletir sobre a importância da inclusão em todos os âmbitos da 
educação.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
•	 Atendimento	Educacional	Especializado:	Aspectos	Legais
•	 A	formação	do	professor	na	educação	inclusiva
•	 Educação	Inclusiva:	a	ação	pedagógica	diante		da	diversidade:
 formação competente no processo de educar 
•	 Inclusão	do	Aluno	com	Necessidades	Especiais	no	Ensino	Superior
42 POLÍTICAS E O PROCESSO ENSINO/APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO INCLUSIVA | Educação a Distância
INTRODUÇÃO
Nesta unidade, abordaremos os aspectos legais que envolvem as mudanças para a educação 
inclusiva de acordo com o Ministério da Educação, também estudaremos a formação 
do professor e a inclusão escolare sua postura frente à diversidade. Discutiremos a ação 
pedagógica no processo de inclusão e as orientações pedagógicas frente ao novo modelo 
de educação do MEC, a inclusão na visão do educador será relatada a fim de demonstrar a 
necessidade de investir em novos estudos para subsidiar a formação dos mesmos e também 
faremos um breve estudo sobre a inclusão das pessoas com necessidades especiais no ensino 
superior, pois percebemos não ser possível pensar no ser humano de forma fragmentada. 
A educação inclusiva de qualidade não deve ser pensada apenas no nível básico, mas dar 
condições para que o aluno consiga alcançar todos os níveis de conhecimento dentro de sua 
capacidade, do básico ao superior. Sendo assim,convido você para darmos sequência aos 
nossos estudos. 
Atendimento Educacional Especializado: Aspectos Legais
Fávero (2007) afirma que a Constituição Federal garante a todos o direito à educação e ao 
acesso à escola assim, toda escola deve atender aos princípios constitucionais, não podendo 
excluir nenhuma pessoa em razão de sua origem, raça, sexo, cor, idade, deficiência ou 
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ausência dela. 
Os movimentos que defendem a inclusão escolar, pregam que a Educação Especial não deve 
ser em ambientes separados, e sim que os alunos apresentando alguma deficiência, frequentem 
o mesmo ambiente dos que não apresentam. O Atendimento Educacional Especializado seria 
como apoio e complemento, destinado a oferecer aquilo que há de específico na formação de 
um aluno com deficiência, sem impedi-lo de frequentar ambientes comuns e oficiais de ensino. 
Segundo Fávero (2007), a Constituição Brasileira e as convenções internacionais mostram 
que o Atendimento Educacional Especializado é uma forma válida de tratamento diferenciado 
desde que:
Seja adotado quando realmente exista uma necessidade educacional especial, ou seja, 
algo do qual os alunos sem deficiência não precisam; seja oferecido preferencialmente 
no mesmo ambiente (escola comum) freqüentado pelos demais alunos; se houver 
necessidade de ser oferecido à parte, que isso ocorra sem dificultar ou impedir que 
crianças e adolescentes com deficiência tenham acesso às salas de aula do ensino 
comum no mesmo horário que os demais alunos freqüentam; não seja adotado de 
forma obrigatória, ou como condição para o acesso do aluno com deficiência ao ensino 
comum (p.20). 
Assim, segundo a autora, a Educação Especial será uma forma de tratamento diferenciado 
que leva à inclusão de direitos e não à exclusão.
Segundo a, Constituição Federal, todas as crianças têm direito à educação, no artigo 208, 
inciso III, consta o termo “preferencialmente” esse, segundo Fávero, trata-se do atendimento 
que é necessariamente diferente do ensino regular e que é indicado para melhor suprir as 
necessidades e atender às especificidades dos alunos com deficiência como, por exemplo, 
eliminar as barreiras e oferecer instrumentos para que os alunos possam se beneficiar da 
educação.
O Atendimento Educacional Especializado deve estar disponível em todos os níveis de 
ensino escolar, devendo funcionar de forma similar a outros cursos que complementam os 
conhecimentos adquiridos no nível básico e superior, como exemplo, o ensino da Língua 
44 POLÍTICAS E O PROCESSO ENSINO/APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO INCLUSIVA | Educação a Distância
Brasileira de Sinais (LIBRAS).
A autora mostra que a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional –LDBEN não é bem 
interpretada em seus artigos 58 e 59, pois tem levado a pensar que é possível a substituição do 
ensino regular pelo especial, segundo ela, não é possível aceitar, pois toda legislação ordinária 
tem que estar em conformidade com a Constituição federal, não podendo haver contradições 
dentro da própria lei, em que o artigo 4° inciso I 22 da LDBEN e o artigo 208 da Constituição 
Federal determina a obrigatoriedade do acesso ao Ensino Fundamental, os artigos 205 e 206 
define o que é educação e prevê quais são os requisitos básicos para a escola. 
Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada 
com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o 
exercício da cidadania e sua qualifi cação para o trabalho.
Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios: 
I – igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
Art. 208. O dever do Estado com a Educação será efetivado mediante a garantia de:
III - atendimento educacional especializado aos portadores de defi ciência, preferencialmente na rede 
regular de ensino (1988).
Para Fávero (2007), a Educação Especial sempre foi entendida como capaz de substituir o 
ensino regular, mas o acesso, permanência e continuidade dos estudos desses alunos devem 
ser garantidos nas escolas comuns segundo as leis vigentes para que os alunos se beneficiem 
desse ambiente escolar e aprendam conforme suas possibilidades assim, devemos chamar 
de Atendimento Educacional Especializado como consta na Constituição. Esse atendimento 
é uma forma de garantir ao aluno que sejam reconhecidas e atendidas suas particularidades.
As matérias consideradas do Atendimento Educacional Especializado, segundo Fávero (2007):
POLÍTICAS E O PROCESSO ENSINO/APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO INCLUSIVA | Educação a Distância 45
Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS); ensino de língua portuguesa para surdos; código 
Braille; orientação e mobilidade; utilização do soroban; as ajudas técnicas, incluindo 
informática adaptada; mobilidade e comunicação alternativo-aumentativa; tecnologias 
assistivas; informática educativa; educação física adaptada; enriquecimento e 
aprofundamento do repertório de conhecimentos; atividades da vida autônoma e social, 
entre outras (p.29). 
A Convenção de Guatemala (Convenção Interamericana para a Eliminação de Todas as Formas 
de Discriminação contra a Pessoa portadora de Deficiência) foi aprovada pelo congresso 
Nacional por meio do Decreto Legislativo n° 198, de 13 de junho de 2001, e promulgada pelo 
Decreto n° 3.956, de 8 de outubro de 2001, da Presidência da República.
Esse documento, conforme cita Fávero (2007), deixa claro que:
A impossibilidade de tratamento desigual com base na deficiência, definindo a 
discriminação como toda diferenciação, exclusão ou restrição baseada em deficiência, 
antecedente de deficiência, consequência de deficiência anterior ou percepção de 
deficiência presente ou passada, que tenha o efeito ou propósito de impedir ou anular o 
reconhecimento, gozo ou exercício por parte das pessoas portadoras de deficiência de 
seus direitos humanos e suas liberdades fundamentais (art.1º, nº 2, “a” ). 
Diante disso, Fávero afirma que a Educação Especial tem sido um modo de tratamento desigual 
aos alunos, desrespeitando a Convenção de Guatemala. Assim, o que está posto na LDBEN 
como Educação Especial deve ser entendido como Atendimento Educacional Especializado, 
nos termos da Constituição Federal, para não haver incompatibilidade (FÁVERO, 2007). 
A FORMAÇÃO DO PROFESSOR NA EDUCAÇÃO INCLUSIVA
Diante do movimento inclusão, se faz necessário falarmos sobre a formação do professor 
visto este ser um agente ativo no processo da educação, e reconhecendo as dificuldades que 
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46 POLÍTICAS E O PROCESSO ENSINO/APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO INCLUSIVA | Educação a Distância
enfrentam ao se tratar de educação inclusiva quer seja no nível básico ou na universidade.
Espera-se que o professor, de modo geral, tenha conhecimentos adequados sobre o que 
pretende ensinar; que disponha das habilidades necessárias à organização e à transmissão 
do saber escolar aos seus alunos; que reconheça as metas educacionais; as relações 
estabelecidas no âmbito da escola e dessa com a sociedade, de modo a favorecer o exercício 
de seu papel.
O professor tem um papel fundamental ao se tratar da inclusão, é muito importante ressaltar 
que não devemos atribuir total responsabilidade ao professor, pois como já discutimos é um 
compromisso de todos, no entanto, o professor tem uma participação direta na vida escolar 
das crianças e as suas atitudes irão determinar a qualidade da interação nas situações de 
ensino, definir as perspectivas de aprendizado do aluno com deficiência, como também poderá 
influenciar o modo que os demais alunos irão interagir com aquele colega (FUMES, 2002). 
Mittler (2003) diz que nesse momento é preciso superar o mito da necessidade da capacitação

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