Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Aula 10 - Prof. Claudenir Responsab. de P.J. pela prática de Atos Ilícitos p/ AFC/CGU - Prevenção da Corrupção e Ouvidoria Professores: Aline Santiago, Claudenir Brito, Equipe Gabriel Borges, Gabriel Borges, Renan Araujo, Ricardo Schettini !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋(#&)∗&∃∀+(&∃,−./0(&∋∀&(.1#&/+20/.1#&∃3456& 7∀1,/(&∀&∀8∀,020/1#&019∀:.(∋1#& ),1;%&4+(<∋∀:/,&=,/.1&>&?<+(&≅Α& Prof. Claudenir Brito www.estrategiaconcursos.com.br 1 de 39 AULA 10: Responsabilidade penal, administrativa e civil da pessoa jurídica: modelos de determinação de responsabilidade, sanções, dificuldades na responsabilização penal de pessoas jurídicas. Mecanismos e afirmação de valores éticos nas empresas privadas: códigos de conduta, políticas de difusão de valores, controle interno e auditoria. Noções gerais de legislações estrangeiras que tratam do tema: Foreign Corrupt Practices Act e United Kingdom Bribery Act. Responsabilidade dos administradores de sociedades empresariais. SUMÁRIO PÁGINA 1. Apresentação 2 2. Responsabilidade penal, administrativa e civil da Pessoa Jurídica 3 3. Valores éticos nas empresas privadas 9 4. Foreign Corrupt Practices Act 18 5. United Kingdom Bribery Act 20 6. Lei 12.846/13 – Lei anti-corrupção 21 Exercícios comentados 23 Questões sem comentários 33 Referências 39 Observação importante: este curso é protegido por direitos autorais (copyright), nos termos da Lei 9.610/98, que altera, atualiza e consolida a legislação sobre direitos autorais e dá outras providências. Grupos de rateio e pirataria são clandestinos, violam a lei e prejudicam os professores que elaboram os cursos. Valorize o trabalho de nossa equipe adquirindo os cursos honestamente através do site Estratégia Concursos ;-) 40531388093 !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋(#&)∗&∃∀+(&∃,−./0(&∋∀&(.1#&/+20/.1#&∃3456& 7∀1,/(&∀&∀8∀,020/1#&019∀:.(∋1#& ),1;%&4+(<∋∀:/,&=,/.1&>&?<+(&≅Α& Prof. Claudenir Brito www.estrategiaconcursos.com.br 2 de 39 1. Apresentação Olá, pessoal. Meu nome é Claudenir Brito. Em 2011, fui convidado a participar, como professor de Auditoria, desse projeto ousado que se mostrou vencedor, ajudando milhares de candidatos a obterem sua tão desejada aprovação no concurso dos seus sonhos. Entretanto, em 2014, fui obrigado a me afastar para conduzir um projeto pessoal, a candidatura a um cargo político eletivo. E como lugar de professor é “em sala”, estou de volta às aulas desde maio de 2015. Atualmente, sou Analista de Finanças e Controle da Controladoria- Geral da União – CGU, aprovado em 15º lugar no concurso de 2008, promovido pela ESAF. Sou Oficial da reserva do Exército Brasileiro, tendo sido militar por quase 17 anos, saindo em 2008, no posto de Capitão. Sou professor de Auditoria Privada e Governamental, além de Controle Externo, em cursos preparatórios para concursos em Brasília, no Rio de Janeiro e em Salvador, e é claro, professor do site Estratégia Concursos. Também sou membro efetivo do Instituto dos Auditores Internos do Brasil – IIA, e fui Auditor-Chefe da Auditoria Interna do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes - DNIT - e membro da Comissão de Coordenação de Controle Interno do Poder Executivo Federal - CCCI. E finalmente, autor da obra Auditoria Privada e Governamental - teoria de forma objetiva e mais de 400 questões comentadas (Ed. Impetus, 2ª edição), em co-autoria com o Prof. Rodrigo Fontenelle. Minha tarefa nesta aula é tratar dos itens 1 e 13 da disciplina “Responsabilidade das Pessoas Jurídicas pela prática de atos ilícitos“, para o cargo de ANALISTA DE FINANÇAS E CONTROLE – Área: Prevenção da Corrupção e Ouvidoria, a seguir: “1. Responsabilidade penal, administrativa e civil da pessoa jurídica: modelos de determinação de responsabilidade, sanções, dificuldades na responsabilização penal de pessoas jurídicas. 13. Mecanismos e afirmação de valores éticos nas empresas privadas: códigos de conduta, políticas de difusão de valores, controle 40531388093 !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋(#&)∗&∃∀+(&∃,−./0(&∋∀&(.1#&/+20/.1#&∃3456& 7∀1,/(&∀&∀8∀,020/1#&019∀:.(∋1#& ),1;%&4+(<∋∀:/,&=,/.1&>&?<+(&≅Α& Prof. Claudenir Brito www.estrategiaconcursos.com.br 3 de 39 interno e auditoria. Noções gerais de legislações estrangeiras que tratam do tema: Foreign Corrupt Practices Act e United Kingdom Bribery Act. Responsabilidade dos administradores de sociedades empresariais.” Ao final, incluímos o estudo da Lei 12.846/13 – Lei anticorrupção, tendo em vista que é uma norma recente, que ainda não estava em vigor no último concurso para a CGU, mas que certamente será cobrada no próximo certame. Vamos tratar dos temas da forma mais objetiva possível, livrando nossos alunos das intermináveis noites de leitura de “materiais diversos”, sem um direcionamento mais eficiente. Qualquer dúvida, escrevam no fórum de dúvidas ou mandem um email para claudenirbrito@gmail.com. Feitas as apresentações, vamos aos temas. 2. Responsabilidade penal, administrativa e civil da Pessoa Jurídica 2.1 modelos de determinação de responsabilidade Nesse ponto, a doutrina apresenta diversos modelos possíveis, e vamos nos concentrar no estudo de Machado (2009), segundo o qual “o modelo brasileiro atual, previsto na lei ambiental, seria uma conjugação do modelo de responsabilidade pelo fato de outrem com um modelo de culpabilidade individual, se levada em conta a tendência de interpretação que apuramos em levantamento jurisprudencial.” (grifei) 2.1.1 Modelo da responsabilidade pelo fato de outrem (responsabilidade vicária) A responsabilidade pelo fato de outrem (ou de terceiro) está disposta no Art. 932 do Código Civil brasileiro, da seguinte forma: “Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil: I - os pais, pelos filhos menores que estiverem sob sua autoridade e em sua companhia; II - o tutor e o curador, pelos pupilos e curatelados, que se acharem nas mesmas condições; III - o empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e prepostos, no exercício do trabalho que lhes competir, ou em razão dele; 40531388093 !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋(#&)∗&∃∀+(&∃,−./0(&∋∀&(.1#&/+20/.1#&∃3456& 7∀1,/(&∀&∀8∀,020/1#&019∀:.(∋1#& ),1;%&4+(<∋∀:/,&=,/.1&>&?<+(&≅Α& Prof. Claudenir Brito www.estrategiaconcursos.com.br 4 de 39 IV - os donos de hotéis, hospedarias, casas ou estabelecimentos onde se albergue por dinheiro, mesmo para fins de educação, pelos seus hóspedes, moradores e educandos; V - os que gratuitamente houverem participado nos produtos do crime, até a concorrente quantia. O Código Civil em vigor deixa clara a possibilidade a possibilidade de responsabilização da pessoa jurídica por danos causados por seus representantes. Transportada para o âmbito do Direito Penal, a teoria da responsabilidade vicária parte da ideia de que o dono do negócio é sempre responsável pelos crimes que seus subordinados cometerem no exercício de sua atividade, na medida em que o ato ilícito não teria ocorrido se houvesse a devida cautela quando da escolha e fiscalização das atividades dos mesmos (subordinados). Com isso, esse modelo representa uma forma de responsabilização por fato de outrem, bem como se constitui em uma responsabilidade objetiva, já que não investiga a existência de uma real parcela de culpa do ente coletivo relativamente ao delito cometido. Ou seja, independe de culpa do ente a ser responsável. Seconsiderarmos esta forma, a responsabilidade penal da Pessoa Jurídica dependeria da responsabilização penal da pessoa física que cometeu o ato, de modo que ele vem a responder penalmente mesmo que o subordinado não tenha permissão para agir ou ainda tenha contrariado uma proibição expressa nesse sentido Trata-se de modelo que leva em consideração, tanto para a atribuição da conduta à pessoa jurídica, quanto para apuração de culpabilidade, apenas o indivíduo, ou seja, a soma da ação individual com a culpabilidade individual. 2.1.2 Modelo de imputação penal baseado na teoria orgânica (ou da identificação) A teoria da identificação (ou alter-ego doctrine) entende que os órgãos diretivos da empresa constituiriam uma espécie de “alter-ego” da mesma, representando nessa medida o seu “cérebro”. Com isso, a ação e a culpa da empresa seriam identificados com o agir e a culpabilidade do indivíduo que possui um poder de direção em seu âmbito, não incluindo a responsabilidade dos demais integrantes da empresa. 40531388093 !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋(#&)∗&∃∀+(&∃,−./0(&∋∀&(.1#&/+20/.1#&∃3456& 7∀1,/(&∀&∀8∀,020/1#&019∀:.(∋1#& ),1;%&4+(<∋∀:/,&=,/.1&>&?<+(&≅Α& Prof. Claudenir Brito www.estrategiaconcursos.com.br 5 de 39 2.1.3 Modelo de atuação própria da coletividade A responsabilização não se dá por conta do fato individual, cometido pela pessoa natural, mas sim por conta da falta de cuidado do ente coletivo, que em um momento anterior poderia ter evitado a ocorrência do delito. 2.2 Responsabilização de pessoa jurídica Sobre responsabilização civil, a Lei nº 10.406, de 10/01/02, instituiu o Código Civil Brasileiro, em substituição ao Código Civil de 1916, e previu especificamente que: “Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito. Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes. Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.” (grifei) Ou seja, trouxe a obrigatoriedade da reparação dos danos causados por quem, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito ou causar dano a outrem. Essa reparação no âmbito civil pode ser atribuída tanto à a pessoa física como à jurídica. Em relação à responsabilidade administrativa, a Lei nº 12.846/2013 dispõe que: “Art. 2º As pessoas jurídicas serão responsabilizadas objetivamente, nos âmbitos administrativo e civil, pelos atos lesivos previstos nesta Lei praticados em seu interesse ou benefício, exclusivo ou não.” Essa Lei, também conhecida como Lei Anticorrupção ou Lei da Empresa Limpa, entrou em vigor após o edital do último concurso, e tratou da responsabilização administrativa e civil de pessoas jurídicas pela prática de atos contra a administração pública nacional ou estrangeira. Estudaremos a Lei Anticorrupção no tópico 6 da presente aula. Quanto a responsabilização penal de empresas no Brasil, sempre houve controvérsia, e até hoje é um dos temas mais polêmicos do Direito Penal. 40531388093 !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋(#&)∗&∃∀+(&∃,−./0(&∋∀&(.1#&/+20/.1#&∃3456& 7∀1,/(&∀&∀8∀,020/1#&019∀:.(∋1#& ),1;%&4+(<∋∀:/,&=,/.1&>&?<+(&≅Α& Prof. Claudenir Brito www.estrategiaconcursos.com.br 6 de 39 A responsabilidade da pessoa jurídica foi prevista constitucionalmente, de modo bastante amplo, no Art. 173, §5º da CF/88, a seguir: “A lei, sem prejuízo da responsabilidade individual dos dirigentes da pessoa jurídica, estabelecerá a responsabilidade desta, sujeitando-a as punições compatíveis com sua natureza, nos atos praticados contra a ordem econômica e financeira e contra a economia popular.” De forma mais específica, a CF/88 dispõe outra vertente de responsabilização penal e administrativa das pessoas jurídicas que praticassem atos lesivos ao meio ambiente: “Art. 225... § 3º As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados.” A Lei no 9.605/1998 – Lei dos Crimes contra o meio ambiente dispõe que: “Art. 3o As pessoas jurídicas serão responsabilizadas administrativa, civil e penalmente conforme o disposto nesta Lei, nos casos em que a infração seja cometida por decisão de seu representante legal ou contratual, ou de seu órgão colegiado, no interesse ou benefício da sua entidade. Parágrafo único. A responsabilidade das pessoas jurídicas não exclui a das pessoas físicas, autoras, coautoras ou partícipes do mesmo fato.” A responsabilidade penal das pessoas jurídicas é um assunto extremamente polêmico. A Lei no 9.605/1998 realmente inovou ao responsabilizá-las penalmente, sem prejuízo da responsabilidade das pessoas naturais que tomaram as decisões que resultaram na lesão ao meio ambiente. É possível, ainda, a aplicação do instituto da “desconsiderac∀ão da personalidade jurídica”, quando for utilizada para dificultar o ressarcimento dos prejuízos causados. Nesse caso, o magistrado pode, de forma pontual, afastar a personalidade de uma sociedade para atingir o patrimo#nio dos sócios. Isso ocorre nos casos de abuso da personalidade jurídica, por 40531388093 !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋(#&)∗&∃∀+(&∃,−./0(&∋∀&(.1#&/+20/.1#&∃3456& 7∀1,/(&∀&∀8∀,020/1#&019∀:.(∋1#& ),1;%&4+(<∋∀:/,&=,/.1&>&?<+(&≅Α& Prof. Claudenir Brito www.estrategiaconcursos.com.br 7 de 39 exemplo, quando a pessoa jurídica foi criada apenas para proteger o patrimônio dos sócios. Ainda de acordo com a Lei 9.605/1998: “Art. 21. As penas aplicáveis isolada, cumulativa ou alternativamente às pessoas jurídicas, de acordo com o disposto no art. 3o, são: I - multa; II - restritivas de direitos; III - prestação de serviços à comunidade.” Entretanto, tendo em vista que o debate sobre essa possibilidade ainda é notório, vamos apresentar, a partir de agora, argumentos a favor e contra essa possibilidade. 2.3 Argumentos pelo não cabimento da responsabilização penal De acordo com Sakae, “Mesmo atualmente, o não reconhecimento da responsabilização penal da pessoa jurídica é defendido com fundamento na falta de capacidade de ação e de culpabilidade, considerando-as como características próprias dos seres humanos e não de um ente abstrato”. Segundo a autora, temos, ainda, como princípios para a não responsabilização penal: – o “princípio da personalidade das penas”, pelo qual só se pune o autor material do ato criminoso; – o “princípio da individualidade da responsabilidade criminal”, que só atribui a responsabilidade criminal única e individualmente aos autores das infrações ou; – o “princípio da intransmissibilidade da pena e da culpa”, que impede que as penas se extrapolem, atingindo pessoas que não os praticantes da conduta criminosa. Segundo Pinto (2013), “o uso indiscriminado do Direito Penal, sem uma real concretude em relação suas normas, a apoiar-se em seu efeito simbólico, se mostra prejudicial, tanto em relação sua aplicação ao indivíduo pessoa física, quanto em relação à pessoa jurídica. De modo a resultar efeitos negativos, em especial, a longo prazo, pois gera o descrédito na utilização de tal via, além não de gerar efeitos pedagógicos na conscientização ambiental”.A Lei nº 9.605, de 12/02/98, dispôs sobre a responsabilidade administrativa, civil e penal da pessoa jurídica, em infrações 40531388093 !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋(#&)∗&∃∀+(&∃,−./0(&∋∀&(.1#&/+20/.1#&∃3456& 7∀1,/(&∀&∀8∀,020/1#&019∀:.(∋1#& ),1;%&4+(<∋∀:/,&=,/.1&>&?<+(&≅Α& Prof. Claudenir Brito www.estrategiaconcursos.com.br 8 de 39 contra o meio ambiente cometidas por decisão de representantes legais ou contratuais, ou de órgãos colegiados, tomadas no interesse ou benefício da entidade. Segundo os defensores do não-cabimento da responsabilização penal, a criminalização da pessoa jurídica, como forma de responsabilidade penal impessoal, seria inconstitucional, já que as normas constitucionais dos artigos citados acima - 173, §5º e 225, §3º - não instituiriam, nem autorizariam o legislador ordinário a instituir, a responsabilidade penal da pessoa jurídica. 2.4 Argumentos pelo cabimento da responsabilização penal Segundo Sakae, “Mister se faz, então, a reestruturação do Direito Penal, com a criação de novos modelos, que possibilitem a solução dos conflitos que se afloram, e que nem ao menos poderiam ser antes imaginados. Essa mudança não se restringe ao Direito Penal, mas deve ser concebida em todo o Direito, dado aos novos conceitos e desafios sociais”. Nessa nova concepção, seria possível se atribuir a capacidade penal às pessoas jurídicas, principalmente ao se reconhecer o seu papel no ato lesivo e na ocultação dos recursos desviados, por meio da lavagem de dinheiro. Em termos ambientais, como vimos, a Lei nº 9.605/98 dispôs que as pessoas jurídicas serão responsabilizadas administrativa, civil e penalmente, nos casos em que a infração seja cometida por decisão de seu representante legal ou contratual, ou de seu órgão colegiado, no interesse ou benefício de sua entidade. Da análise do dispositivo, observa-se a necessidade de dois requisitos: a) que a decisão sobre a prática do ato delituoso seja do seu representante legal, contratual, ou de seu órgão colegiado, ou seja, considerando a ação institucional, obedecendo ao estatuído na norma para a organização. b) que a infração seja cometida no interesse ou beneficio da pessoa jurídica, o que confirma o interesse econômico, como base das ações empresariais. Assim, podemos concluir que o tema ainda traz acirrada discussão, motivo pelo qual entendemos que a abordagem da banca examinadora do nosso concurso, no caso a ESAF, deva se concentrar nos dispositivos da Lei nº 12.846/2013. 40531388093 !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋(#&)∗&∃∀+(&∃,−./0(&∋∀&(.1#&/+20/.1#&∃3456& 7∀1,/(&∀&∀8∀,020/1#&019∀:.(∋1#& ),1;%&4+(<∋∀:/,&=,/.1&>&?<+(&≅Α& Prof. Claudenir Brito www.estrategiaconcursos.com.br 9 de 39 ! Requisitos para a responsabilização administrativa, civil e pena da PJ, segundo a Lei nº 9.605/98: - decisão sobre a prática do ato deve vir de representante da empresa ou de órgão colegiado; e - ato deve ter sido realizado em benefício da empresa. 3. Valores éticos nas empresas privadas O tema descrito no edital do último concurso foi o seguinte: “Mecanismos e afirmação de valores éticos nas empresas privadas: códigos de conduta, políticas de difusão de valores, controle interno e auditoria”. O culto e a preservação de valores éticos nas empresas estão diretamente relacionados aos conceitos de Governança, já que a ética é considerada como o pilar da estrutura de Governança nas empresas, auxiliando a alta administração a cumprir seus objetivos. Assim, vamos estudar os conceitos de Governança Corporativa. 3. 1 Conceitos de Governança Corporativa Antes de apresentarmos o conceito de Governança, vamos inserir uma rápida ambientação sobre como chegamos a ela, começando pelo surgimento do capitalismo. Tudo muito simples, pois não é nosso objetivo discutir a fundo aquilo que não deve ser cobrado diretamente na prova. Andrade e Rossetti (2011) entendem por capitalismo “o emprego dominante do fator capital no processo produtivo, associado à economia de trocas e à busca incessante de benefícios privados daí decorrentes”. Em linhas gerais, a formação, o desenvolvimento e a evolução do sistema capitalista sempre estiveram muito ligados à formação, ao desenvolvimento e à evolução do mundo corporativo (das empresas). 40531388093 !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋(#&)∗&∃∀+(&∃,−./0(&∋∀&(.1#&/+20/.1#&∃3456& 7∀1,/(&∀&∀8∀,020/1#&019∀:.(∋1#& ),1;%&4+(<∋∀:/,&=,/.1&>&?<+(&≅Α& Prof. Claudenir Brito www.estrategiaconcursos.com.br 10 de 39 Assim, conforme o capitalismo foi se desenvolvendo, foram surgindo corporações cada vez maiores, mais poderosas, e, consequentemente, foi ocorrendo o processo de diluição do controle do capital. Pois bem. Em determinado momento, em vista da impossibilidade de atuação direta dos acionistas na administração do patrimônio, ocorreu a separação entre a propriedade e a gestão, e por que não dizer entre a propriedade e o controle, acarretando algumas mudanças nas Companhia, tais como: - os fundadores foram substituídos pelos executivos contatados; - surgiram conflitos de interesses dentro da Companhia. E o que seriam esses conflitos de interesses? O conflito de interesses ocorre quando o interesse do administrador contratado não é o mesmo do proprietário. Também chamado conflito de agência – ou conflito agente-principal. Essa é, entretanto, apenas uma das categorias de conflito de agência, que também pode ser definido como conflito entre acionistas minoritários e majoritários. O conflito de agência existe quando os interesses do agente são diferentes dos interesses do principal, de tal forma que aquele obtenha maiores vantagens através de atos que não atendam da melhor forma possível aos interesses do principal. Vamos imaginar o seguinte: você é proprietário de uma empresa e contrata um profissional para sua administração. Como sabemos que você é uma pessoa muito ética, você vai querer que as demonstrações contábeis de sua Companhia sejam corretamente esclarecidas, a fim de não prejudicar os demais interessados na empresa, que tomam decisões baseadas nos balanços – acionistas minoritários, por exemplo. Vamos supor que o administrador, por sua vez, não esteja tão interessado nessa transparência, pois quer mostrar a todos – inclusive a você – que está fazendo um excelente trabalho a frente do negócio, e, para isso, é capaz até de modificar algumas diretrizes suas. Pronto: está instituído um conflito de agência. 40531388093 !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋(#&)∗&∃∀+(&∃,−./0(&∋∀&(.1#&/+20/.1#&∃3456& 7∀1,/(&∀&∀8∀,020/1#&019∀:.(∋1#& ),1;%&4+(<∋∀:/,&=,/.1&>&?<+(&≅Α& Prof. Claudenir Brito www.estrategiaconcursos.com.br 11 de 39 De acordo com Andrade e Rossetti (2011), as várias hipóteses de conflitos potenciais entre acionistas e gestores ou entre acionistas majoritários e minoritários tem sua origem na dispersão do capital das corporações e na consequente separação entre a propriedade e a gestão. Você já deve ter percebido, nesse ponto, que uma empresa que é administrada dessa forma é um péssimo negócio para o acionista (aquele que compra ações da empresa). A não ser que não dê importância para o dinheiro dele, não vale a pena investir em uma empresa a qual não se pode confiar no que é apresentado em suas demonstrações, ou mesmo no que é divulgado durante o ano. Tendo em vista que o conflito de agência nas corporações dificilmente será evitado, pelos motivosdeterminados nos axiomas de Klein (não existe contrato completo) e de Jensen-Meckling (inexistência do agente perfeito), faz-se necessário o desenvolvimento de mecanismos para mantê-lo a níveis aceitáveis, de forma que não chegue a comprometer a integridade da corporação e a confiança dos interessados. De todas as definições de Governança Corporativa que se encontram na literatura, o que entendemos como mais importante para a prova da CGU é a descrita pelo Instituto Brasileiro de Governança Corporativa – IBGC: “Governança Corporativa é o sistema pelo qual as sociedades são dirigidas e monitoradas, envolvendo os relacionamentos entre acionistas/cotistas, Conselho de Administração, Diretoria, Auditoria Independente e Conselho Fiscal”. (grifei) Segundo Slomski et al (2008), “a governança corporativa é um sistema de decisões e práticas de gestão voltadas para a determinação e o controle do desempenho e direção estratégica das corporações”. Seu objetivo principal é a maximização do valor da empresa e o retorno justo em prol dos seus investidores e demais partes relacionadas. 40531388093 !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋(#&)∗&∃∀+(&∃,−./0(&∋∀&(.1#&/+20/.1#&∃3456& 7∀1,/(&∀&∀8∀,020/1#&019∀:.(∋1#& ),1;%&4+(<∋∀:/,&=,/.1&>&?<+(&≅Α& Prof. Claudenir Brito www.estrategiaconcursos.com.br 12 de 39 ! Governança Corporativa é um sistema de auxílio à gestão da empresa, envolvendo os relacionamentos entre os interessados. Seu objetivo principal é a maximização do valor da empresa e o retorno justo em prol dos seus investidores e demais partes relacionadas. 3. 2 Princípios de Governança Corporativa Praticar governança não se resume a acatar regulamentos. Boa parte dos artifícios que os gestores se utilizam quando querem “mascarar”! uma deficiência da empresa se revestem de toda a legalidade, e são criados por meio do estudo de brechas na legislação. Dessa forma, a Governança Corporativa deve se apoiar em princípios estabelecidos pelos acionistas (proprietários) que vão orientar os gestores na condução da Companhia. Borgerth (2007) cita os quatro princípios fundamentais da Governança Corporativa, como sendo a transparência, a equidade, a prestação de contas (accountability) e a conformidade (compliance). A transparência (disclosure)! é! expressa pelo desejo de prover informação relevante e não-confidencial de forma clara, tempestiva e precisa, incluindo as de caráter não-financeiro. A equidade (fairness) assegura a proteção dos direitos de todos os usuários da informação contábil, incluindo os acionistas minoritários e estrangeiros. Se a informação for relevante, influenciando uma tomada de decisão sobre investimentos, deverá! ser divulgada, ao mesmo tempo, a todos os interessados, imediatamente. A prestação de contas (accountability) estabelece que os agentes de Governança Corporativa devem prestar contas de seus atos administrativos, a fim de justificarem sua escolha, remuneração e desempenho. A conformidade (compliance) garante que as informações preparadas pelas empresas obedeçam às leis e aos regulamentos corporativos. 40531388093 !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋(#&)∗&∃∀+(&∃,−./0(&∋∀&(.1#&/+20/.1#&∃3456& 7∀1,/(&∀&∀8∀,020/1#&019∀:.(∋1#& ),1;%&4+(<∋∀:/,&=,/.1&>&?<+(&≅Α& Prof. Claudenir Brito www.estrategiaconcursos.com.br 13 de 39 Além desses princípios, podemos citar mais dois complementares, que são a ÉTICA (ethics), abordado pela literatura, e a responsabilidade corporativa, incluído no Código das Melhores Práticas de Governança Corporativa, do IBGC (2004). A ética deve permear todas as relações internas e externas. É!uma postura essencial. Como já!vimos, nem sempre a atitude do gestor é! ilegal, mas pode ser pouco ética, o que vai prejudicar a imagem da Companhia frente ao Mercado. Já! a responsabilidade corporativa abrange um amplo leque de interesses. De acordo com Slomski et al (2008), sua base está!no fato de que os conselheiros e executivos devem zelar pela perenidade das organizações (visão de longo prazo, sustentabilidade). É!uma visão mais ampla da estratégia empresarial, contemplando todos os relacionamentos com a comunidade em que a sociedade atue. 3.3 O papel da Auditoria na estrutura de Governança Para entendermos papel desempenhado pela Auditoria na estrutura de Governança, é! necessário, primeiro, que tenhamos o entendimento de quais órgãos na Companhia (ou no Setor Público) desempenham funções nesse contexto. Aprofundar qualquer tema de Governança sem nos remetermos à! obra de Andrade e Rossetti (2011) deixaria nossas afirmações bastante frágeis, motivo pelo qual baseamos esse tópico nos autores. Não se trata de livro voltado para concursos públicos, nem sugerimos que vocês o adquiram com esse fim, já!que o que afirmarmos aqui se encontra na linha do que há!de mais moderno em relação ao tema (mas esperamos, é!claro, que os examinadores da ESAF pensem da mesma forma). Na organização de uma corporação privada ou governamental (órgãos e entidades), diversos setores coexistem com funções próprias, embora, em certos casos, pareçam se sobrepor. É!o caso, por exemplo, dos órgãos internos e externos do ambiente de governança, a seguir: - Conselho fiscal; - Comitê!de Auditoria; - Auditoria Independente; e - Auditoria Interna. O Conselho Fiscal! é! eleito pela Assembleia Geral de acionistas, e garante o direito dos proprietários de fiscalizar a gestão de negócios 40531388093 !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋(#&)∗&∃∀+(&∃,−./0(&∋∀&(.1#&/+20/.1#&∃3456& 7∀1,/(&∀&∀8∀,020/1#&019∀:.(∋1#& ),1;%&4+(<∋∀:/,&=,/.1&>&?<+(&≅Α& Prof. Claudenir Brito www.estrategiaconcursos.com.br 14 de 39 –! já! falamos desse direito na presente aula. Enquanto os atos do Conselho de Administração estão voltados para a gestão, as funções do Conselho Fiscal estão voltadas para a verificação das contas e dos atos da administração. Exemplo de nossa vida cotidiana é!a existência dos Conselhos Fiscais nos condomínios. Trata-se de órgão de governança que opina e denuncia, não exercendo administração na Companhia. O Comitê! de Auditoria!é!vinculado ao Conselho de Administração, instituído como obrigatório para as Companhias abertas nos Estados Unidos pela Lei Sarbanes-Oxley, que acabamos de estudar na aula. A Auditoria Independente tem como responsabilidade essencial a análise das demonstrações contábeis das empresas, com a consequente emissão de opinião, materializada em um documento denominado Relatório do Auditor Independente. A Auditoria Interna, segundo Andrade e Rossetti (2011), não é! habitualmente destacada como órgão de governança, mas como um dos serviços corporativos de apoio da Direção Executiva, citando que seu papel básico se refere à! organização do ambiente interno de controle, formalmente focado em compliance. Na prática, entretanto, o que temos visto é! uma atuação bastante ativa dos órgãos de Auditoria Interna, constituído pela necessidade de verificação da adequação e da efetividade do gerenciamento de riscos operacionais, em relação às exigências internas e externas. Agora, de tudo isso, respondendo à!nossa pergunta: Qual é o papel da Auditoria na estrutura de Governança? A Auditoria – tanto a Interna quanto a Externa – é vista como instrumento de verificação da governança. Como podemos traduzir da definição de Auditoria interna, pelo Instituto de Auditores Internos – IIA –, definida em seu estatuto: “A Auditoria Interna é!uma atividade independente e objetiva de avaliação (assurance) e de consultoria,desenhada para adicionar valor e melhorar as operações de uma organização. Ela auxilia uma organização a realizar seus objetivos a partir da aplicação de uma abordagem sistemática e disciplinada para avaliar e melhorar a eficácia dos 40531388093 !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋(#&)∗&∃∀+(&∃,−./0(&∋∀&(.1#&/+20/.1#&∃3456& 7∀1,/(&∀&∀8∀,020/1#&019∀:.(∋1#& ),1;%&4+(<∋∀:/,&=,/.1&>&?<+(&≅Α& Prof. Claudenir Brito www.estrategiaconcursos.com.br 15 de 39 processos de gerenciamento de riscos, controle e governança.”!(grifei) Ou seja, para marcar o X na questão do nosso concurso, podemos dizer que o papel da Auditoria na estrutura de Governança!é!o de auxiliar a organização a realizar seus objetivos a partir da aplicação de uma abordagem sistemática e disciplinada para avaliar e melhorar a eficácia do processo de governança corporativa. 3.4 COSO – Estrutura de Controles Internos Para início de conversa, vamos à pergunta padrão: professor, o que é COSO? COSO significa Committee of Sponsoring Organizations da National Comission on Fraudulent Financial Reporting. - Ah, entendi. - Sério? Bom, como isso ainda não quer dizer nada, vamos traduzir e explicar. COSO é!o Comitê!das Organizações Patrocinadas, da Comissão Nacional sobre Fraudes em Relatórios Financeiros. Criada em 1985, é!uma entidade do setor privado!–!ou seja, foi uma iniciativa do setor privado, independente!–, sem fins lucrativos, voltada para o aperfeiçoamento da qualidade de relatórios financeiros, principalmente para estudar as causas da ocorrência de fraudes em relatórios financeiros. As organizações que patrocinam o Comitê!são: - Instituto Americano de Contadores Públicos Certificados; - Associação Americana de Contadores; - Executivos Financeiros Internacionais; - Instituto dos Auditores Internos; e - Instituto dos Contadores Gerenciais. 40531388093 !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋(#&)∗&∃∀+(&∃,−./0(&∋∀&(.1#&/+20/.1#&∃3456& 7∀1,/(&∀&∀8∀,020/1#&019∀:.(∋1#& ),1;%&4+(<∋∀:/,&=,/.1&>&?<+(&≅Α& Prof. Claudenir Brito www.estrategiaconcursos.com.br 16 de 39 Categorias de objetivos, segundo o COSO I: 1 – eficácia e eficiência das operações; 2 – confiabilidade dos relatórios financeiros; e 3 – conformidade com a legislação e regulamentos aplicáveis.” As recomendações do COSO são referência para os controles internos. De acordo com o Comitê, no modelo COSO I, “Controle Interno!é!o processo conduzido pela Diretoria, Conselhos ou outros empregados de uma companhia, no intuito de fornecer uma garantia razoável de que os objetivos da entidade estão sendo alcançados, com relação às seguintes categorias: 1 –!eficácia e eficiência das operações; 2 –!confiabilidade dos relatórios financeiros; e 3 –!conformidade com a legislação e regulamentos aplicáveis.” Em 1992, o COSO publicou um trabalho denominado “Controle Interno: um modelo integrado”. Esse documento passou a ser referência sobre o assunto “Controle Interno”, e apresentou cinco componentes: 1 –!Ambiente de Controle; 2 –!Avaliação de Riscos; 3 –!Atividades de Controle; 4 –!Informações e Comunicações; e 5 –!Monitoramento. Ou seja, para o COSO, o Controle Interno era formado por esses cinco componentes, relacionados às três categorias de objetivos anteriormente citados. A seguir, apresentamos suas definições. AMBIENTE DE CONTROLE O ambiente de controle deve demonstrar o grau e comprometimento em todos os níveis da administração, com a qualidade do controle interno em seu conjunto. É! o principal componente, e os fatores relacionados ao ambiente de controle incluem: - integridade e valores éticos; - competência das pessoas da entidade; 40531388093 !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋(#&)∗&∃∀+(&∃,−./0(&∋∀&(.1#&/+20/.1#&∃3456& 7∀1,/(&∀&∀8∀,020/1#&019∀:.(∋1#& ),1;%&4+(<∋∀:/,&=,/.1&>&?<+(&≅Α& Prof. Claudenir Brito www.estrategiaconcursos.com.br 17 de 39 - estilo operacional da organização; - aspectos relacionados com a gestão; e - forma de atribuição da autoridade e responsabilidade. AVALIAÇÃO DE RISCO Identificação dos eventos ou das condições que podem afetar a qualidade da informação contábil e avaliação dos riscos identificados, incluindo sua probabilidade de ocorrência, a forma como são gerenciados e as ações a serem implementadas. Podemos definir risco como evento futuro e incerto (ou seja, ainda não ocorreu, e nem há!certeza de que irá!ocorrer) que, caso ocorra, pode impactar negativamente o alcance dos objetivos da organização. ATIVIDADES DE CONTROLE Medidas e ações integrantes de um sistema de controle que, se estabelecidas de forma tempestiva e adequada, podem vir a prevenir ou administrar os riscos inerentes ou em potencial da entidade. Não são exclusividade de determinada área da organização, sendo realizadas em todos os níveis. INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO Identificar, armazenar e comunicar toda informação relevante, a fim de permitir a realização dos procedimentos estabelecidos. Para tanto, deverá ser oportuna e adequada, além de abordar aspectos financeiros, econômicos, operacionais e estratégicos, e fazer parte da política de difusão de valores da empresa. Deve ser entendida como um canal que movimenta as informações em todas as direções – dos superiores aos subordinados, e vice- versa – pois determinados assuntos são mais bem visualizados pelos integrantes dos níveis mais subordinados. MONITORAMENTO Compreende o acompanhamento da qualidade do controle interno, visando assegurar a sua adequação aos objetivos, ao ambiente, aos recursos e aos riscos. Pressupõe uma atividade desenvolvida ao longo do tempo. 40531388093 !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋(#&)∗&∃∀+(&∃,−./0(&∋∀&(.1#&/+20/.1#&∃3456& 7∀1,/(&∀&∀8∀,020/1#&019∀:.(∋1#& ),1;%&4+(<∋∀:/,&=,/.1&>&?<+(&≅Α& Prof. Claudenir Brito www.estrategiaconcursos.com.br 18 de 39 Matriz tridimensional do COSO I: 1ª! dimensão: categorias de objetivos (operações, relatórios financeiros e conformidade). 2ª!categoria: níveis de avaliação. 3ª! categoria: componentes de controle (ambiente de controle, avaliação de risco, atividades de controle, informação e comunicação, e monitoramento). A partir de agora, vamos tratar de algumas noções gerais de legislações estrangeiras que tratam do tema, a Foreign Corrupt Practices Act, dos EUA e a United Kingdom Bribery Act, do Reino Unido. 4. Foreign Corrupt Practices Act – noções gerais Os Estados Unidos assumiram a vanguarda na luta contra a corrupção, ao estudar a ligação entre empresas transnacionais e o fenômeno da corrupção, sob a influência do escândalo de Watergate, no início da década de 70. Na época, diversas empresas norte- americanas admitiram ter pagado altas quantias em subornos a funcionários públicos estrangeiros. Em 1977, a FCPA (Foreign Corrupt Practices Act - Lei sobre Práticas e Corrupção no Exterior) foi sancionada pelo então presidente norte- americano Jimmy Carter, proibindo o suborno de funcionários públicos estrangeiros, com a finalidade de obter, reter ou direcionar qualquer negócio. 40531388093 !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋(#&)∗&∃∀+(&∃,−./0(&∋∀&(.1#&/+20/.1#&∃3456& 7∀1,/(&∀&∀8∀,020/1#&019∀:.(∋1#& ),1;%&4+(<∋∀:/,&=,/.1&>&?<+(&≅Α& Prof. Claudenir Brito www.estrategiaconcursos.com.br 19 de 39 Essa proibição inclui, além de dinheiro, qualquer coisa de valor, como presentesem geral, pagamento de refeições, entretenimento, viagens, vagas de emprego ou outras vantagens que possam beneficiar pessoalmente o funcionário público ou membros de sua família. A FCPA tem aplicação extraterritorial, visando prevenir e punir a utilização de suborno no exterior por empresas transnacionais, e não se aplica apenas a empresas norte-americanas, mas também às suas subsidiárias que operam no exterior, incluindo joint ventures (união de duas ou mais empresas já existentes com o objetivo de iniciar ou realizar uma atividade econômica comum) e empresas estrangeiras com registro nos EUA, além de empresas que negociem ações na bolsa de valores. A Lei possui dois enfoques principais: o enfoque legal, com disposições criminais e cíveis coibir subornos a funcionários públicos fora dos Estados Unidos; e o enfoque nos controles internos e contábeis, que trata dos requerimentos para manutenção de arquivos e controles internos. Em relação ao enfoque legal, podemos dizer que a lei busca penalizar quem pagar, oferecer, prometer ou autorizar o pagamento de dinheiro ou qualquer outra vantagem econômica, funcionário público, partido político, autoridade ou candidatos estrangeiros, diretamente, ou por intermédio de outra pessoa, para conseguir, manter ou encaminhar negócios ou ainda para a obtenção de vantagem ilícita. Já quanto ao enfoque contábil e dos controles internos, a FCPA exige que as empresas mantenham registros que reflitam de maneira precisa e justa suas transações e estabeleçam controles contábeis para oferecer garantia razoável de que as transações são registradas de forma precisa. A lei prevê medidas preventivas e repressivas. As penalidades para quem viola a FCPA podem ser de natureza: - civil (multa e proibição de contratar com a administração pública); - - criminal (prisão de executivos e funcionários). Em relação à fiscalização do cumprimento da FCPA, estão envolvidos seguintes órgãos: - Departamento de Justiça, e - Securities and Exchange Commission – SEC (a “CVM” norte- americana). 40531388093 !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋(#&)∗&∃∀+(&∃,−./0(&∋∀&(.1#&/+20/.1#&∃3456& 7∀1,/(&∀&∀8∀,020/1#&019∀:.(∋1#& ),1;%&4+(<∋∀:/,&=,/.1&>&?<+(&≅Α& Prof. Claudenir Brito www.estrategiaconcursos.com.br 20 de 39 A FCPA se tornou modelo para as leis anticorrupção de diversos países, inclusive o Brasil, sendo considerada a mais importante e eficaz norma anticorrupção já editada. 5. United Kingdom Bribery Act – noções gerais Em linhas gerais, busca punir quem oferecer, prometer, pagar, requerer, concordar em receber ou aceitar vantagem, ou subornar funcionário público estrangeiro com dinheiro ou qualquer vantagem, financeira ou não, direta ou indiretamente, com a finalidade de manter ou obter vantagem na condução do negócio. Tem aplicabilidade no Reino Unido e no exterior, sujeitando empresas do Reino Unido que fazem negócio local e no exterior, empresas estrangeiras com operações no Reino Unido, funcionários públicos locais e estrangeiros, abrangendo tanto o setor público quanto o privado. Os casos de violação são apurados pelo SFO (Serious Fraud Office). Dentre as penalidades possíveis, podemos destacar, no âmbito cível e no criminal, tanto para pessoa física quanto para jurídica, as que se seguem: - multas ilimitadas a empresas; - multa ilimitada e/ou até 10 anos de prisão para indivíduos; - destituição do cargo e proibição de atuar como diretor por até 15 anos, para Diretores; - possível exclusão de contratos públicos, para os contratantes; Tanto a FCPA (Foreign Corrupt Practices Act) quanto a United Kingdom Bribery Act tratam de atos de suborno e corrupção internacional, prevendo a possibilidade de responsabilização, no país de origem, de empresas e administradores de sociedades empresariais que possuam subsidiárias no exterior. 40531388093 !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋(#&)∗&∃∀+(&∃,−./0(&∋∀&(.1#&/+20/.1#&∃3456& 7∀1,/(&∀&∀8∀,020/1#&019∀:.(∋1#& ),1;%&4+(<∋∀:/,&=,/.1&>&?<+(&≅Α& Prof. Claudenir Brito www.estrategiaconcursos.com.br 21 de 39 6. Lei 12.846/13 – Lei anti-corrupção – noções gerais A Lei nº 12.846/2013, também conhecida como Lei Anticorrupção, dispõe sobre a responsabilização administrativa e civil de pessoas jurídicas pela prática de atos contra a administração pública nacional ou estrangeira e representa importante avanço no combate à corrupção no país, ao prever a responsabilização objetiva, no âmbito civil e administrativo, de empresas que pratiquem atos lesivos contra a administração pública. Essa lei foi inspirada em normativos estrangeiros como os estudados acima - FCPA e o Bribery Act. Além de atender a compromissos internacionais assumidos pelo Brasil, a nova lei fecha uma lacuna no ordenamento jurídico do país, ao tratar diretamente da conduta dos corruptores e inova, ao responsabilizar a pessoa jurídica, que será alvo de processo administrativo e civil para reparar danos relacionados à corrupção. Os pontos principais abordados pela Lei são a responsabilidade objetiva da Pessoa Jurídica e a responsabilidade individual dos dirigentes que participaram do ato ilícito (penalidades previstas em legislação específica e esparsa). No caso das pessoas jurídicas, como se trata de responsabilidade objetiva, não é necessário a comprovação de culpa ou dolo, bastando que se evidencie que a empresa praticou o ato lesivo ou que teve qualquer tipo de benefício em decorrência dele. Em relação às sanções possíveis, podemos citar as seguintes: 1) Sanções administrativas - Multa 0,1% - 20% do faturamento bruto do exercício anterior ao início do processo administrativo ou multa de R$ 6.000 a R$ 60 milhões, caso não seja possível utilizar o critério do faturamento bruto; - Publicação da decisão em jornal de grande circulação; - Possibilidade da desconsideração da personalidade jurídica; - Comunicação ao Ministério Público para apuração de delitos. 2) Sanções judiciais - Restituição de valores perdidos/obtidos na vantagem obtida. - Suspensão ou interdição das atividades da empresa. - Dissolução da empresa. - Proibição de receber incentivos, subsídios, subvenções, doações ou empréstimos de entidades públicas pelo período de 01 a 05 anos. 40531388093 !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋(#&)∗&∃∀+(&∃,−./0(&∋∀&(.1#&/+20/.1#&∃3456& 7∀1,/(&∀&∀8∀,020/1#&019∀:.(∋1#& ),1;%&4+(<∋∀:/,&=,/.1&>&?<+(&≅Α& Prof. Claudenir Brito www.estrategiaconcursos.com.br 22 de 39 Tema bastante polêmico quer traz a nova Lei diz respeito à possibilidade de celebração de “acordos de leniência”, previstos em seu Art. 16: “Art. 16. A autoridade máxima de cada órgão ou entidade pública poderá celebrar acordo de leniência com as pessoas jurídicas responsáveis pela prática dos atos previstos nesta Lei que colaborem efetivamente com as investigações e o processo administrativo, sendo que dessa colaboração resulte: I - a identificação dos demais envolvidos na infração, quando couber; e II - a obtenção célere de informações e documentos que comprovem o ilícito sob apuração. § 1o O acordo de que trata o caput somente poderá ser celebrado se preenchidos, cumulativamente, os seguintes requisitos: I - a pessoa jurídica seja a primeira a se manifestar sobre seu interesse em cooperar para a apuração do ato ilícito; II - a pessoa jurídica cesse completamente seu envolvimento na infração investigada a partir da data de propositura do acordo; III - a pessoa jurídica admita sua participação no ilícito e coopere plena e permanentementecom as investigações e o processo administrativo, comparecendo, sob suas expensas, sempre que solicitada, a todos os atos processuais, até seu encerramento.“ (grifei) Outras características da celebração do acordo de leniência: - isentará a pessoa jurídica das sanções previstas no inciso II do art. 6º (publicação extraordinária da decisão condenatória) e no inciso IV do art. 19 (proibição de receber incentivos, subsídios, subvenções, doações ou empréstimos de órgãos ou entidades públicas e de instituições financeiras públicas ou controladas pelo poder público, entre 1 e 5 anos) e reduzirá em até 2/3 (dois terços) o valor da multa aplicável. - não exime a pessoa jurídica da obrigação de reparar integralmente o dano causado. - estipulará as condições necessárias para assegurar a efetividade da colaboração e o resultado útil do processo. - seus efeitos serão estendidos às pessoas jurídicas que integram o mesmo grupo econômico, de fato e de direito, desde que firmem o acordo em conjunto, respeitadas as condições nele estabelecidas. - a proposta de acordo somente se tornará pública após a efetivação do respectivo acordo, salvo no interesse das investigações e do processo administrativo. 40531388093 !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋(#&)∗&∃∀+(&∃,−./0(&∋∀&(.1#&/+20/.1#&∃3456& 7∀1,/(&∀&∀8∀,020/1#&019∀:.(∋1#& ),1;%&4+(<∋∀:/,&=,/.1&>&?<+(&≅Α& Prof. Claudenir Brito www.estrategiaconcursos.com.br 23 de 39 - interrompe o prazo prescricional dos atos ilícitos previstos na Lei. Atenção: a proposta de acordo de leniência rejeitada não importará em reconhecimento da prática do ato ilícito investigado. Além disso, em caso de descumprimento do acordo de leniência, a pessoa jurídica ficará impedida de celebrar novo acordo pelo prazo de 3 (três) anos contados do conhecimento pela administração pública do referido descumprimento. A Controladoria-Geral da União - CGU é o órgão competente para celebrar os acordos de leniência no âmbito do Poder Executivo federal, bem como no caso de atos lesivos praticados contra a administração pública estrangeira. ! Os pontos principais abordados pela Lei são a responsabilidade objetiva da Pessoa Jurídica e a responsabilidade individual dos dirigentes que participaram do ato ilícito. EXERCÍCIOS COMENTADOS 1 (ESAF/CGU/2012) No final do ano de 2009, o Ministro de Estado do Controle e da Transparência, o Ministro da Justiça e o Advogado-Geral da União apresentaram, em exposição de motivos conjunta, anteprojeto de Lei dispondo sobre a responsabilização administrativa e civil de pessoas jurídicas pela prática de atos contra a administração pública, nacional ou estrangeira. Atualmente, após avaliação da Presidência da República, a proposta encontra-se em análise na Câmara dos Deputados, sob a forma do Projeto de Lei n. 6.826/2010, contendo disposições inovadoras no que tange à responsabilização de pessoas jurídicas pela prática de atos ilícitos contra a Administração Pública. Considerando questões atinentes à responsabilidade penal, administrativa e civil da pessoa jurídica, é correto afirmar que: a) não existem divergências doutrinárias relevantes quanto à possibilidade de responsabilização penal, administrativa e civil da pessoa jurídica no Brasil. 40531388093 !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋(#&)∗&∃∀+(&∃,−./0(&∋∀&(.1#&/+20/.1#&∃3456& 7∀1,/(&∀&∀8∀,020/1#&019∀:.(∋1#& ),1;%&4+(<∋∀:/,&=,/.1&>&?<+(&≅Α& Prof. Claudenir Brito www.estrategiaconcursos.com.br 24 de 39 b) em face das garantias constitucionais, inexiste no Brasil possibilidade legal de desconsideração da personalidade jurídica, exceto quando houver falência, estado de insolvência, encerramento ou inatividade da pessoa jurídica provocados por má administração. c) o governo pretende criar um Cadastro Nacional de Empresas Inidôneas e Suspensas com o objetivo de consolidar a relação das empresas que sofreram sanções pelos órgãos e entidades da Administração Pública das diversas esferas federativas. d) a responsabilização de pessoas jurídicas na esfera administrativa se constitui novidade em nosso sistema jurídico cuja inserção normativa originária se deu na última década, em face da necessidade brasileira de se adequar às Convenções Internacionais. e) atualmente não há previsão normativa expressa que permita estender a declaração de inidoneidade da empresa às pessoas naturais envolvidas na prática dos ilícitos. Comentários: Na época da prova, não havia essa previsão, mas atualmente, está em vigor a Lei nº 12.846/2013, também conhecida como Lei Anticorrupção, que dispõe sobre a responsabilização administrativa e civil de pessoas jurídicas pela prática de atos contra a administração pública nacional ou estrangeira, que dispõe o que se segue: “Art. 14. A personalidade jurídica poderá ser desconsiderada sempre que utilizada com abuso do direito para facilitar, encobrir ou dissimular a prática dos atos ilícitos previstos nesta Lei ou para provocar confusão patrimonial, sendo estendidos todos os efeitos das sanções aplicadas à pessoa jurídica aos seus administradores e sócios com poderes de administração, observados o contraditório e a ampla defesa.” Gabarito: E 2 (ESAF/CGU/2012) Atos de corrupção não são exclusivos de países pobres, ou em desenvolvimento, assolam, em maior ou menor grau de percepção todos os cantos do planeta. Em esforço conjunto os governos têm buscado parcerias e soluções conjugadas que possam reduzir, coibir e minimizar a ação dos corruptores e corruptos. Nesse sentido, as nações têm se preparado com instrumentos normativos para responsabilizar não apenas as pessoas físicas em suas ações nacionais como as empresas e os administradores de sociedades empresariais em ações de corrupção cometidas fora de seus países. Considerando noções gerais de legislações estrangeiras que tratam do tema Foreign Corrupt Pratices Act (FCPA) e a United Kingdom Bribery Act (UK Bribery Act), assinale a opção incorreta. 40531388093 !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋(#&)∗&∃∀+(&∃,−./0(&∋∀&(.1#&/+20/.1#&∃3456& 7∀1,/(&∀&∀8∀,020/1#&019∀:.(∋1#& ),1;%&4+(<∋∀:/,&=,/.1&>&?<+(&≅Α& Prof. Claudenir Brito www.estrategiaconcursos.com.br 25 de 39 a) Percebe-se uma tendência internacional em se buscar a responsabilização penal das pessoas jurídicas em casos de corrupção. b) Os esforços retratados na Foreign Corrupt Pratices Act referem-se aos Estados Unidos da América e a United Kingdom Bribery Act ao Reino Unido. c) Ambos tratam de atos de suborno e corrupção internacional, prevendo a possibilidade de responsabilização, no país de origem, de empresas e administradores de sociedades empresariais que possuam subsidiárias no Brasil. d) A FCPA restringe-se às empresas norte-americanas em ações ocorridas no território norte-americano razão que extinguiu o processo a que se sujeitou a empresa brasileira EMBRAER por possível descumprimento da FCPA. e) A UK Bribery Act prevê, inclusive, sanções para a falha da organização comercial na prevenção da corrupção. Comentários: Como estudamos “em sala”, tanto a FCPA (Foreign Corrupt Practices Act) quanto a United Kingdom Bribery Act tratam de atos de suborno e corrupção internacional, prevendo a possibilidade de responsabilização, no país de origem, de empresas e administradores de sociedades empresariais que possuam subsidiárias no exterior. Gabarito: D 3 (FCC/Juiz TJ-AP/2014) O empregador responde civilmente pelos atos praticados por seus empregados no exercício dos trabalhos que lhes competir, a) Mesmo que o empregado tenha sido absolvidoem processo criminal, no qual tenha ficado provado não ser ele o autor do ato ilícito. b) Apenas se tiver sido negligente na escolha do empregado ou sobre ele não exerceu vigilância. c) Ainda que não tenha agido com culpa, na escolha ou na vigilância do empregado. d) Em qualquer circunstância, porque a responsabilidade civil do patrão é sempre objetiva. e) Somente se o empregado for condenado em processo criminal. Comentários: O empregador responde civilmente pelos atos praticados por seus empregados no exercício dos trabalhos que lhes competir, ainda que não tenha agido com culpa, na escolha ou na vigilância do empregado. Gabarito: C. 4 (FCC/TRT-6/2012) Sendo o patrão responsável pela reparac ∀ão civil dos danos causados culposamente por seus 40531388093 !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋(#&)∗&∃∀+(&∃,−./0(&∋∀&(.1#&/+20/.1#&∃3456& 7∀1,/(&∀&∀8∀,020/1#&019∀:.(∋1#& ),1;%&4+(<∋∀:/,&=,/.1&>&?<+(&≅Α& Prof. Claudenir Brito www.estrategiaconcursos.com.br 26 de 39 empregados no exercício do trabalho que lhes competir, ou em razão dele, a) É obrigado a indenizar ainda que o patrão não tenha culpa. b) Só será obrigado a indenizar se o patrão também tiver culpa. c) Não será obrigado a indenizar, se o empregado for absolvido pelo mesmo ato, em processo criminal, por insuficie#ncia de prova. d) Só será obrigado a indenizar se o ato também constituir crime e se o empregado for condenado no processo criminal. e) A obrigac∀ão de indenizar é subsidiária à do empregado que causou o dano. Comentários: Segundo o disposto no Código Civil em vigor: “Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil: ........ III - o empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e prepostos, no exercício do trabalho que lhes competir, ou em razão dele; Art. 933. As pessoas indicadas nos incisos I a V do artigo antecedente, ainda que não haja culpa de sua parte, responderão pelos atos praticados pelos terceiros ali referidos. Gabarito: A. 5 (Vunesp/Juiz TJ-PA/2014) A Lei de Crimes Ambientais, em seu art. 3.o, estabelece a responsabilidade penal da pessoa jurídica. Com relac∀ão a este tema, a doutrina. a) é unânime com relação à constitucionalidade da previsão legal. b) majoritariamente entende que nos crimes ambientais há dupla imputação, ou seja, a culpa individual e a culpa coletiva se condicionam reciprocamente. c) é unânime no entendimento de que penas não podem ser aplicadas a pessoas jurídicas. d) é una#nime com relação ao fato de que a correta exege-se do princípio da pessoalidade da pena impede que a responsabilidade penal recaia sobre a pessoa jurídica. e) posiciona-se de forma eclética existindo aqueles que defendem que a pessoa jurídica não pode cometer crimes. Comentários: Vimos no estudo da teoria que há defensores na doutrina acerca da impossibilidade de responsabilização penal da pessoa jurídica. O tema não é pacífico na doutrina. Gabarito: E 6 (UFPR/Juiz TJ-PR/2012) A regra da responsabilidade penal de pessoa jurídica no Brasil segue o princípio societas delinquere non potest, salvo a seguinte excec ∀ão: 40531388093 !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋(#&)∗&∃∀+(&∃,−./0(&∋∀&(.1#&/+20/.1#&∃3456& 7∀1,/(&∀&∀8∀,020/1#&019∀:.(∋1#& ),1;%&4+(<∋∀:/,&=,/.1&>&?<+(&≅Α& Prof. Claudenir Brito www.estrategiaconcursos.com.br 27 de 39 a) no caso de crimes contra o meio ambiente, nos casos em que a infrac∀ão seja cometida por decisão dos representantes da pessoa jurídica, legais ou contratuais, ou de seu órgão colegiado, no interesse ou benefício de sua entidade. b) no caso de organizac∀ão criminosa, quando se verifica a formac∀ão formal e contratual da pessoa jurídica cuja finalidade será cometer crimes contra o sistema financeiro nacional e lavagem de dinheiro. c) no caso de crime contra o meio ambiente, sendo que a responsabilidade penal da pessoa jurídica exclui o das pessoas físicas que dela fac∀am parte ou sejam funcionários. d) no caso de organizac∀ão criminosa, quando a pessoa jurídica é formada para a prática dos crimes de tráfico de pessoas, armas ou drogas, sendo que as pessoas físicas que a formam respondem por autoria, coautoria ou participac∀ão no mesmo feito. Comentários: Já vimos a possibilidade de responsabilizac∀ão penal das pessoas jurídicas nos crimes ambientais, preenchidos os dois requisitos: quando a infrac∀ão for cometida por decisão dos seus representantes, ou de seu órgão colegiado e ato cometido em benefício (ou no interesse) da entidade. Gabarito: A 7 (Estratégia/2015) A teoria de responsabilização de pessoa jurídica que parte da ideia de que “o dono do negócio é sempre responsável pelos crimes que seus subordinados cometerem no exercício de sua atividade”, na medida em que o ato ilícito não teria ocorrido se houvesse a devida cautela quando da escolha e fiscalização das atividades dos subordinados é denominada: a) modelo de responsabilização de Kelsen b) modelo de atuação própria da coletividade c) teoria da responsabilidade vicária d) teoria orgânica e) teoria da identificação Comentários: A teoria da responsabilidade vicária parte da ideia de que o dono do negócio é sempre responsável pelos crimes que seus subordinados cometerem no exercício de sua atividade, na medida em que o ato ilícito não teria ocorrido se houvesse a devida cautela quando da escolha e fiscalização das atividades dos mesmos (subordinados). Assim, a alternativa correta é a de letra C, gabarito da questão. A alternativa A não diz respeito a um dos modelos de responsabilização de pessoa jurídica. A alternativa B define que a responsabilização não se dá por conta do fato individual, cometido pela pessoa natural, mas sim por 40531388093 !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋(#&)∗&∃∀+(&∃,−./0(&∋∀&(.1#&/+20/.1#&∃3456& 7∀1,/(&∀&∀8∀,020/1#&019∀:.(∋1#& ),1;%&4+(<∋∀:/,&=,/.1&>&?<+(&≅Α& Prof. Claudenir Brito www.estrategiaconcursos.com.br 28 de 39 conta da falta de cuidado do ente coletivo, que em um momento anterior poderia ter evitado a ocorrência do delito. As alternativas D e E tratam da mesma teoria, segundo a qual a ação e a culpa da empresa seriam identificados com o agir e a culpabilidade do indivíduo que possui um poder de direção em seu âmbito, não incluindo a responsabilidade dos demais integrantes da empresa. Gabarito: C. 8 (Estratégia/2015) De acordo com a Lei 9.605/1998, que dispôs sobre a responsabilidade administrativa, civil e penal da pessoa jurídica, em infrações contra o meio ambiente, para essa responsabilização são necessário o cumprimento de dois requisitos: a) demonstração de dolo e apuração com o devido processo legal. b) a decisão sobre a prática do ato deve vir de representante da empresa ou de órgão colegiado e o ato deve ter sido realizado em benefício da empresa. c) ocorrência de dano ao erário e a decisão sobre a prática do ato deve vir de representante da empresa ou de órgão colegiado d) devido processo legal e obediência ao princípio do custo x benefício e) culpa ou dolo do agente e princípio da economia processual. Comentários: De acordo com a Lei 9.605/1998, que dispôs sobre a responsabilidade administrativa, civil e penal da pessoa jurídica, em infrações contra o meio ambiente, para essa responsabilização são necessário o cumprimento de dois requisitos: a decisão sobre a prática do ato deve vir de representante da empresa ou de órgão colegiado e o ato deve ter sido realizado em benefício (ou no interesse) da empresa. Gabarito: B. 9 (Estratégia/2015) De acordo com a Lei 9.605/1998,que dispôs sobre a responsabilidade administrativa, civil e penal da pessoa jurídica, em infrações contra o meio ambiente, as penas aplicáveis isolada, cumulativa ou alternativamente às pessoas jurídicas podem ser: a) multa e declaração de inidoneidade, alternativamente; b) proibição de contratar com a administração pública e prestação de serviços à comunidade, cumulativamente; c) penas restritivas de direito e multa, cumulativamente; d) prestação de serviços à comunidade e declaração de inidoneidade, isoladamente; e) penas restritivas de direito e multa, somente alternativamente. Comentários: 40531388093 !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋(#&)∗&∃∀+(&∃,−./0(&∋∀&(.1#&/+20/.1#&∃3456& 7∀1,/(&∀&∀8∀,020/1#&019∀:.(∋1#& ),1;%&4+(<∋∀:/,&=,/.1&>&?<+(&≅Α& Prof. Claudenir Brito www.estrategiaconcursos.com.br 29 de 39 Conforme o disposto no Art. 21 da Lei 9.605/1998, as penas aplicáveis isolada, cumulativa ou alternativamente às pessoas jurídicas são: multa; penas restritivas de direitos; e prestação de servico̧s à comunidade.” Assim, a alternativa correta é a de letra C. Gabarito: C. 10 (CESPE/CGE-PB/2008) - Considerando que o objetivo principal de uma informação é! influenciar decisões e que informação é!um tratamento especial que se dá!a um dado ou a um conjunto de dados à! disposição do respectivo usuário, assinale a opção correta. a) A capacidade de a informação reduzir incertezas está associada com a oportunidade de sua distribuição e, portanto, com uma relação benefício/custo maior do que um. b) Em razão da multiplicidade e diversidade de usuários das informações de uma entidade, cada interessado deverá! buscar a apreensão do conteúdo e da forma da mensagem. c) Os dados coletados de fontes internas são sempre mais confiáveis que os obtidos de fontes externas. d) Os dados disponíveis não devem passar por processos de filtragem, para permitir ao usuário da informação que faça as suas próprias escolhas. e) As informações geradas no âmbito da entidade devem ser disponibilizadas indistintamente a todos os níveis e setores, de acordo com o princípio de que é ao usuário que cabe a seleção das informações que lhe possam interessar. Comentários: Relação benefício/custo maior do que um pressupõe que o benefício seja maior do que o custo, o que é coerente com um dos princípios do controle interno, fazendo com que a alternativa A esteja correta, e seja o gabarito da questão. Sobre a alternativa B, vale lembrar que a informação deve ser a mais clara possível, justamente para evitar que cada um tome suas conclusões sobre ela. Alternativa errada. A alternativa C faz uma afirmação que não é verdadeira. Se fôssemos definir qual das fontes é a mais confiável, sem maiores dados, eu optaria pela externa. Mas como não sabemos de que tipo de informação estamos falando, prefiro não fazer esse tipo de afirmação. De qualquer forma, a informação interna não é mais confiável que a externa. As alternativas D e E se apresentam contra a filtragem de informações e a favor de uma informação indistinta, a todos os usuários. Agora imaginem os operários da linha de montagem recebendo informações sem qualquer tipo de esclarecimento adicional, da mesma forma que os gerentes e diretores. Não seria 40531388093 !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋(#&)∗&∃∀+(&∃,−./0(&∋∀&(.1#&/+20/.1#&∃3456& 7∀1,/(&∀&∀8∀,020/1#&019∀:.(∋1#& ),1;%&4+(<∋∀:/,&=,/.1&>&?<+(&≅Α& Prof. Claudenir Brito www.estrategiaconcursos.com.br 30 de 39 muito coerente pedir que cada um fizesse sua própria análise, concordam? Gabarito: A 11 (CESPE/CGE-PB/2008) - A comunicação, por ser a troca de informações entre os indivíduos, é uma atividade administrativa que visa tornar comum uma mensagem ou informação. Com relação à comunicação em uma entidade, é correto afirmar que: A) o fluxo ascendente — dos subordinados aos dirigentes — é menos confiável que o descendente — dos dirigentes aos subordinados. B) o entendimento sobre a forma de realização das tarefas deve ser necessariamente diferente entre chefias e servidores. C) as informações que visam à compreensão das tarefas a realizar são independentes e incompatíveis com o grau de motivação que se possa transmitir aos responsáveis pela execução dessas tarefas. D) as tarefas serão executadas com mais eficiência sempre que os padrões de desempenho forem estabelecidos segundo um entendimento comum entre chefias e subordinados. E) os subordinados só devem receber informações dos superiores por iniciativa própria, à medida que as julgarem necessárias. Comentários: Mais uma questão prática, agora sobre o assunto comunicação. De todas as alternativas, a única que faz sentido é a letra D, ao promover o entendimento entre chefias e subordinados quanto às tarefas a serem executadas. Ao participar do processo decisório, o subordinado se sente parte da solução, vai se empenhar muito mais no cumprimento das tarefas e terá menos dúvidas sobre o que fazer. As demais alternativas estão incorretas, e para confirmar, imaginem, na prática, as situações descritas, como, por exemplo, um chefe imaginar a tarefa de uma forma e o servidor de outra; o subordinado só ser informado quando solicitar a informação; ou o fluxo ascendente ser necessariamente mais confiável que o descendente. Gabarito: D 12 (CESPE/SEBRAE/2008) - Duas organizações podem gerenciar seus riscos corporativos de forma idêntica, mesmo que possuam culturas administrativas diferentes. Julgue CERTO ou ERRADO. Comentários: Afirmar que duas organizações distintas podem vir a gerenciar seus riscos de forma idêntica seria desconsiderar o ambiente interno, que é!a base para o processo de gerenciamento de riscos. Gabarito: ERRADO 40531388093 !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋(#&)∗&∃∀+(&∃,−./0(&∋∀&(.1#&/+20/.1#&∃3456& 7∀1,/(&∀&∀8∀,020/1#&019∀:.(∋1#& ),1;%&4+(<∋∀:/,&=,/.1&>&?<+(&≅Α& Prof. Claudenir Brito www.estrategiaconcursos.com.br 31 de 39 13 (CESPE/SEBRAE/2008) - As políticas e práticas de recursos humanos, bem como a competência do pessoal, não constituem elementos do ambiente de controle. Julgue CERTO ou ERRADO. Comentários: Questão simples, afirmação errada. Não há! ressalvas para o gabarito, pois os assuntos referentes a recursos humanos estão diretamente vinculados ao componente ambiente de controle. Gabarito: ERRADO 14 (CESPE/UNIPAMPA/2009) - O ambiente de controle, cuja avaliação é! necessária para determinar o risco da auditoria, compreende, entre outros aspectos, os critérios para a escolha dos responsáveis pelos setores que preparam as informações contábeis e suas relações com a auditoria interna. Julgue CERTO ou ERRADO. Comentários: Afirmação correta sobre o ambiente de controle, que se refere à! maneira como a organização se conduz em relação aos controles internos. A relação da auditoria interna com o pessoal que elabora as informações contábeis é!extremamente relevante no componente em questão, visto que a auditoria interna, como vimos, apesar de fazer parte da organização, deve ser independente em relação aos setores auditados. Gabarito: CERTO 15 (FGV/PETROBRÁS/2008) - A metodologia estabelecida pelo COSO (Committee of Sponsoring Organizations of the Treadway Commission) foi concebida com a finalidade de auxiliar na gestão empresarial, estabelecendo um padrão de melhores práticas de controles internos. Os cinco componentes básicos definidos pelo COSO (1a Edição) devem estar alinhados para atender os objetivos ligados a A) produtividade operacional, transparência e confiabilidade dos relatóriosgerenciais e melhoria no ambiente de controle. B) eficiência no processo de gestão de riscos, capacitação operacional e transparência da alta administração. C) conformidade legal (compliance), eficiência na avaliação de riscos e transparência na comunicação interna. D) eficácia e eficiência das operações, confiabilidade nas demonstra∃%es financeiras e cumprimento de leis e normas (compliance). E) confiabilidade no ambiente de controle interno, capacitação e treinamento de pessoal e agilidade nos fluxos e processos internos. Comentários: 40531388093 !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋(#&)∗&∃∀+(&∃,−./0(&∋∀&(.1#&/+20/.1#&∃3456& 7∀1,/(&∀&∀8∀,020/1#&019∀:.(∋1#& ),1;%&4+(<∋∀:/,&=,/.1&>&?<+(&≅Α& Prof. Claudenir Brito www.estrategiaconcursos.com.br 32 de 39 Questão bastante simples para quem estudou a matéria, principalmente para quem está fazendo o nosso curso, espero. O conhecimento necessário para resolvê-la foi sobre quais as categorias de objetivos constantes da primeira edição do COSO, que, conforme já vimos, são os seguintes: 1 – eficácia e eficiência das operações; 2 –!confiabilidade dos relatórios financeiros; e 3 –!conformidade com a legislação e regulamentos aplicáveis. Gabarito: D ! 16 (CESPE/SEBRAE/2008) - Constitui atividade de monitoramento a realização de seminários de treinamento, de sessões de planejamento e de outras reuniões que forneçam à! administração retorno que lhe permita determinar se o gerenciamento de riscos corporativos permanece eficaz. Julgue CERTO ou ERRADO. Comentários: Treinamento e planejamento são atividades que devem ser contínuas, e permitem a verificação da eficácia do gerenciamento de riscos. Gabarito: CERTO 17 (CESPE/SEBRAE/2008) - A segregação de funções é um tipo do componente denominado atividades de controle e pode ser observada quando se constata que o gerente que autoriza vendas a crédito não é o responsável por manter o registro de contas a pagar nem pela distribuição de recibos de pagamentos. Julgue CERTO ou ERRADO. Comentários: A segregação de funções é um dos princípios do controle interno, e tem por finalidade evitar que atividades incompatíveis, do ponto de vista do controle, sejam desempenhadas pela mesma pessoa, como exemplificado na questão. Gabarito: CERTO 18 (CESPE/SEBRAE/2008) - O monitoramento é a base para todos os outros componentes do gerenciamento de riscos corporativos, o que propicia disciplina e estrutura. Julgue CERTO ou ERRADO. Comentários: Como vimos, a base para os demais componentes do gerenciamento de riscos corporativos é o ambiente interno. Gabarito: ERRADO 40531388093 !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋(#&)∗&∃∀+(&∃,−./0(&∋∀&(.1#&/+20/.1#&∃3456& 7∀1,/(&∀&∀8∀,020/1#&019∀:.(∋1#& ),1;%&4+(<∋∀:/,&=,/.1&>&?<+(&≅Α& Prof. Claudenir Brito www.estrategiaconcursos.com.br 33 de 39 Pessoal, chegamos ao final de nossa aula 10. Esperamos que tenham aproveitado bastante o curso, e que possam atingir seus objetivos no próximo concurso para a CGU. Bons estudos, grande abraço e até a próxima. EXERCÍCIOS SEM OS COMENTÁRIOS 1 (ESAF/CGU/2012) No final do ano de 2009, o Ministro de Estado do Controle e da Transparência, o Ministro da Justiça e o Advogado-Geral da União apresentaram, em exposição de motivos conjunta, anteprojeto de Lei dispondo sobre a responsabilização administrativa e civil de pessoas jurídicas pela prática de atos contra a administração pública, nacional ou estrangeira. Atualmente, após avaliação da Presidência da República, a proposta encontra-se em análise na Câmara dos Deputados, sob a forma do Projeto de Lei n. 6.826/2010, contendo disposições inovadoras no que tange à responsabilização de pessoas jurídicas pela prática de atos ilícitos contra a Administração Pública. Considerando questões atinentes à responsabilidade penal, administrativa e civil da pessoa jurídica, é correto afirmar que: a) não existem divergências doutrinárias relevantes quanto à possibilidade de responsabilização penal, administrativa e civil da pessoa jurídica no Brasil. b) em face das garantias constitucionais, inexiste no Brasil possibilidade legal de desconsideração da personalidade jurídica, exceto quando houver falência, estado de insolvência, encerramento ou inatividade da pessoa jurídica provocados por má administração. c) o governo pretende criar um Cadastro Nacional de Empresas Inidôneas e Suspensas com o objetivo de consolidar a relação das empresas que sofreram sanções pelos órgãos e entidades da Administração Pública das diversas esferas federativas. d) a responsabilização de pessoas jurídicas na esfera administrativa se constitui novidade em nosso sistema jurídico cuja inserção normativa originária se deu na última década, em face da necessidade brasileira de se adequar às Convenções Internacionais. e) atualmente não há previsão normativa expressa que permita estender a declaração de inidoneidade da empresa às pessoas naturais envolvidas na prática dos ilícitos. 2 (ESAF/CGU/2012) Atos de corrupção não são exclusivos de países pobres, ou em desenvolvimento, assolam, em maior ou menor grau de percepção todos os cantos do planeta. Em esforço conjunto os governos têm buscado parcerias e 40531388093 !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋(#&)∗&∃∀+(&∃,−./0(&∋∀&(.1#&/+20/.1#&∃3456& 7∀1,/(&∀&∀8∀,020/1#&019∀:.(∋1#& ),1;%&4+(<∋∀:/,&=,/.1&>&?<+(&≅Α& Prof. Claudenir Brito www.estrategiaconcursos.com.br 34 de 39 soluções conjugadas que possam reduzir, coibir e minimizar a ação dos corruptores e corruptos. Nesse sentido, as nações têm se preparado com instrumentos normativos para responsabilizar não apenas as pessoas físicas em suas ações nacionais como as empresas e os administradores de sociedades empresariais em ações de corrupção cometidas fora de seus países. Considerando noções gerais de legislações estrangeiras que tratam do tema Foreign Corrupt Pratices Act (FCPA) e a United Kingdom Bribery Act (UK Bribery Act), assinale a opção incorreta. a) Percebe-se uma tendência internacional em se buscar a responsabilização penal das pessoas jurídicas em casos de corrupção. b) Os esforços retratados na Foreign Corrupt Pratices Act referem-se aos Estados Unidos da América e a United Kingdom Bribery Act ao Reino Unido. c) Ambos tratam de atos de suborno e corrupção internacional, prevendo a possibilidade de responsabilização, no país de origem, de empresas e administradores de sociedades empresariais que possuam subsidiárias no Brasil. d) A FCPA restringe-se às empresas norte-americanas em ações ocorridas no território norte-americano razão que extinguiu o processo a que se sujeitou a empresa brasileira EMBRAER por possível descumprimento da FCPA. e) A UK Bribery Act prevê, inclusive, sanções para a falha da organização comercial na prevenção da corrupção. 3 (FCC/Juiz TJ-AP/2014) O empregador responde civilmente pelos atos praticados por seus empregados no exercício dos trabalhos que lhes competir, a) Mesmo que o empregado tenha sido absolvido em processo criminal, no qual tenha ficado provado não ser ele o autor do ato ilícito. b) Apenas se tiver sido negligente na escolha do empregado ou sobre ele não exerceu vigilância. c) Ainda que não tenha agido com culpa, na escolha ou na vigilância do empregado. d) Em qualquer circunstância, porque a responsabilidade civil do patrão é sempre objetiva. e) Somente se o empregado for condenado em processo criminal. 4 (FCC/TRT-6/2012) Sendo o patrão responsável pela reparac ∀ão civil dos danos causados culposamente por seus
Compartilhar