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Aula 02

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SISTEMAS DE SAÚDE DO BRASIL E AUDITORIA DO SISTEMA SUS 1 
Aula 2: O Sistemas de saúde do Brasil e auditoria do sistema SUS .............................................. 2 
 ............................................................................................................................. 2 Introdução
 ................................................................................................................................ 3 Conteúdo
Considerações iniciais ...................................................................................................... 3 
Previdência social no Brasil ............................................................................................. 3 
Lei Eloy Chaves .................................................................................................................. 4 
O que as CAPs forneciam? ............................................................................................... 5 
A previdência social no Estado Novo ............................................................................ 6 
Institutos de Aposentadoria e Pensões (IAP) ................................................................ 7 
Encerramento dos anos 50 .............................................................................................. 8 
Processo de unificação dos IAPs .................................................................................... 9 
Saúde pública no período de 1930 a 1960 .................................................................. 10 
Criação do Ministério da Saúde .................................................................................... 11 
Instituto Nacional de Previdência Social (INPS)......................................................... 11 
Ministério da Previdência e Assistência Social ........................................................... 12 
Sistema de saúde previdenciário .................................................................................. 13 
Conselho Consultivo de Administração da Saúde Previdenciária (CONASP) ...... 14 
Sistema Único de Saúde – SUS ..................................................................................... 15 
Constituição brasileira .................................................................................................... 16 
Os conselhos de saúde ................................................................................................... 19 
Recebimento de recursos .............................................................................................. 20 
Pacto pela saúde .............................................................................................................. 20 
Pacto da saúde e seus cinco princípios....................................................................... 21 
Mudanças marcantes ...................................................................................................... 23 
Pacto pela vida ................................................................................................................. 23 
Pacto pela vida e seus objetivos ................................................................................... 23 
Pacto em defesa do SUS ................................................................................................. 24 
Atividade proposta .......................................................................................................... 26 
........................................................................................................................... 26 Referências
 ......................................................................................................... 28 Exercícios de fixação
Chaves de resposta ..................................................................................................................... 31 
 ..................................................................................................................................... 31 Aula 2
Exercícios de fixação ....................................................................................................... 31 
 
 SISTEMAS DE SAÚDE DO BRASIL E AUDITORIA DO SISTEMA SUS 2 
 
Introdução 
Nesta aula, abordaremos o processo histórico da constituição do sistema de 
saúde no Brasil, fornecendo subsídios ao aluno para o entendimento das 
dimensões históricas e sociais que influenciaram esse acontecimento. 
 
Objetivo: 
1. Desenvolver as capacidades necessárias para conhecer o processo histórico 
de construção do sistema de saúde no Brasil; 
2. Compreender as dimensões históricas e sociais que influenciaram a 
configuração dos processos relacionados à saúde no Brasil. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 SISTEMAS DE SAÚDE DO BRASIL E AUDITORIA DO SISTEMA SUS 3 
Conteúdo 
Considerações iniciais 
Vamos iniciar esta aula conhecendo um pouco do processo histórico de 
construção do sistema de saúde no Brasil. Preparado? 
Avance à próxima tela e bons estudos. 
 
Previdência social no Brasil 
O surgimento da previdência social no Brasil aconteceu no início do século XX. 
Neste período, a economia era essencialmente agroexportadora, assentada na 
monocultura do café. 
A acumulação capitalista advinda do comércio exterior tornou possível o início 
do processo de industrialização no país, que se deu principalmente no eixo Rio-
São Paulo. 
 
Esse processo foi acompanhado por uma urbanização crescente e pela 
utilização de imigrantes, especialmente europeus (italianos, portugueses), como 
mão de obra nas indústrias, visto que possuíam experiência nesse setor, que, 
na ocasião, era desenvolvido na Europa. 
 
Nesse período, os operários não tinham quaisquer garantias trabalhistas, como 
férias, jornada de trabalho definida, pensão ou aposentadoria. Os italianos 
traziam a história do movimento operário na Europa e os direitos trabalhistas 
que tinham sido conquistados pelos trabalhadores europeus. Dessa forma, 
procuraram mobilizar e organizar a classe operária brasileira na luta pelas 
conquistas dos seus direitos. 
 
Em função das péssimas condições de trabalho existentes e da falta de 
garantias de direitos trabalhistas, o movimento operário realizou duas greves 
gerais no país: uma no ano de 1917, e outra em 1919. Através desses 
movimentos, os operários começaram a conquistar alguns direitos sociais. 
 
 
 SISTEMAS DE SAÚDE DO BRASIL E AUDITORIA DO SISTEMA SUS 4 
Lei Eloy Chaves 
Na data de 24 de janeiro de 1923, foi aprovada pelo Congresso Nacional a Lei 
Eloy Chaves, marco inicial da previdência social no Brasil. Através dessa lei, 
foram instituídas as caixas de aposentadoria e pensão (CAPs). A finalidade da 
Lei Eloy Chaves teve as seguintes considerações: 
 
A lei deveria ser aplicada somente ao operariado urbano. Para que fosse 
aprovado no Congresso Nacional, dominado, na sua maioria, pela oligarquia 
rural, foi imposta a condição de que esse benefício não seria estendido aos 
trabalhadores rurais. Fato que, na história da previdência do Brasil, perdurou 
até a década de 1960, quando foi instituído o FUNRURAL. 
 
As CAPs deveriam ser organizadas por empresas e não por categorias 
profissionais. 
 
Você sabia? 
 
A primeira CAP instituída foi a dos ferroviários, pela importância que este setor 
desempenhava na economia do país naquele período e pela capacidade de 
mobilização que a categoria dos ferroviários possuía. Segundo Possas (1981), 
“tratando-se de um sistema por empresa, restrito ao âmbito das grandes 
empresas privadas e públicas, as CAPs possuíam administração própria para os 
seus fundos, formados por um conselho composto de representantes dos 
empregados e empregadores”. 
 
A criação de uma CAP nãoera automática, visto que dependia do poder de 
mobilização e organização dos trabalhadores de determinada empresa para 
reivindicar a sua criação. A comissão que administrava a CAP era composta por 
três representantes da empresa: um era responsável pela presidência da 
comissão, enquanto os outros dois representavam os empregados e eram 
eleitos diretamente a cada três anos. O regime de representação direta das 
partes interessadas, com a participação de representantes de empregados e 
 
 SISTEMAS DE SAÚDE DO BRASIL E AUDITORIA DO SISTEMA SUS 5 
empregadores, permaneceu até a criação do INPS (1967), quando aqueles 
foram afastados do processo administrativo. (POSSAS, 1981). 
 
O Estado não participava do custeio das CAPs, conforme artigo 3º da Lei Eloy 
Chaves, que designava o seguinte: empregados das empresas (3 % dos 
respectivos vencimentos), empresas (1 % da renda bruta) e consumidores dos 
serviços destas. (OLIVEIRA & TEIXEIRA, 1989). Para Silva e Mahar apud 
Oliveira & Teixeira (1989), a Lei Eloy Chaves não previa o que se pode chamar, 
com propriedade, de contribuição da união. Havia, sim, uma participação no 
custeio, dos usuários das estradas de ferro, provenientes de um aumento das 
tarifas, decretado para cobrir as despesas das caixas. A extensão progressiva 
desse sistema, que abrangia progressivamente maior número de usuários de 
serviços devido à criação de novas caixas e institutos, fez o ônus recair sobre o 
público em geral e, assim, constituir-se efetivamente em contribuição da União. 
O mecanismo de contribuição tríplice (em partes iguais), que se refere à 
contribuição pelos empregados, empregadores e União, foi obrigatoriamente 
instituído pela Constituição Federal de 1934 (alínea h, §1º, Artigo 21). 
 
O que as CAPs forneciam? 
Segundo Oliveira & Teixeira (1989), no sistema das caixas, estabelecido pela 
Lei Eloy Chaves, as próprias empresas deveriam recolher mensalmente o 
conjunto das contribuições das três fontes de receita e depositar diretamente 
na conta bancária da sua CAP. As CAPs forneciam as aposentadorias, pensões, 
serviços funerários e médicos, conforme as seguintes disposições do artigo 9º 
da Lei Eloy Chaves: 
 
Socorros médicos em casos de doença própria ou de familiar que habite sob o 
mesmo teto e usufrua da mesma economia. 
 
Medicamentos obtidos por preço especial determinado pelo conselho de 
administração. 
 
 
 SISTEMAS DE SAÚDE DO BRASIL E AUDITORIA DO SISTEMA SUS 6 
Aposentadoria e pensão para seus herdeiros em caso de morte. 
 
Ressalta-se também o Artigo 27 da Lei Eloy Chaves, que obrigava as CAPs a 
custear a assistência aos acidentados no trabalho. 
 
Destaca-se que, no período de 1930, o sistema CAPs abrangia 47 caixas de 
aposentadoria e possuía 142.464 segurados ativos, sendo 8.006 aposentados e 
7.013 pensionistas. 
 
Marco legal e político 
 
Nascimento da legislação trabalhista. 
Lei Eloy Chaves (1923). 
 
Previdência 
 
Empresas de natureza civil e privada, financiadas e gerenciadas por 
empregados e empregadores. 
 
Assistência à saúde 
 
Assistência médica como atribuição das CAPs através de serviços próprios. 
 
A previdência social no Estado Novo 
Em 1939, regulamenta-se a justiça do trabalho e, em 1943, é homologada a 
Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT). Veja como se deu o processo 
histórico de construção do sistema de saúde no Brasil no Estado Novo: 
 
A maior parte das inversões no setor industrial foi realizada na região centro-sul 
(São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte), reforçando o valor econômico e 
financeiro dessa área na dinâmica das transformações da infraestrutura 
 
 SISTEMAS DE SAÚDE DO BRASIL E AUDITORIA DO SISTEMA SUS 7 
nacional, ocasionando desequilíbrios regionais, especialmente no Nordeste, 
onde houve grandes êxodos rurais e a proliferação das favelas. (NICZ, 1982). 
 
A crescente massa assalariada urbana passou a se constituir no ponto de 
sustentação política do novo governo de Getúlio Vargas através de um regime 
corporativista. 
 
São promulgadas as leis trabalhistas, que estabeleceram o contrato de capital-
trabalho, garantindo direitos sociais ao trabalhador. Ao mesmo tempo, criou-se 
a estrutura sindical do Estado. Essas ações transparecem como dádivas do 
governo e do Estado, e não como conquista dos trabalhadores. 
 
O fundamento dessas ações era manter o movimento trabalhista contido dentro 
das forças do Estado. Por esse motivo, a política do Estado estendeu a 
previdência social a todas as categorias do operariado. 
 
Institutos de Aposentadoria e Pensões (IAP) 
As antigas CAPs foram substituídas pelos Institutos de Aposentadoria e Pensões 
(IAP), onde os trabalhadores eram organizados por categoria profissional 
(marítimos, comerciários, bancários), e não por empresa. No ano de 1933, foi 
instituído o primeiro Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Marítimos 
(IAPM). 
 
01 
No decreto de sua constituição, definiam-se os seguintes benefícios 
assegurados aos associados: 
 
Aposentadoria; 
Pensão em caso de morte para os membros de suas famílias ou para os 
beneficiários, conforme Artigo 55; 
Assistência médica e hospitalar, com até trinta dias de internação; 
 
 SISTEMAS DE SAÚDE DO BRASIL E AUDITORIA DO SISTEMA SUS 8 
Socorros farmacêuticos mediante indenização pelo preço do custo acrescido das 
despesas de administração. O custeio dos socorros mencionados não deverá 
exceder à importância correspondente ao total de 8 % da receita anual do 
instituto, apurada no exercício anterior, sujeita a respectiva verba à aprovação 
do Conselho Nacional do Trabalho. 
 
02 
Os IAPs foram criados de acordo com a capacidade de organização, mobilização 
e importância da categoria profissional em questão. O Instituto de 
Aposentadoria e Pensões dos Marítimos (IAPM) foi criado em 1933. Na 
sequência, em 1934, foram instituídos o Instituto de Aposentadoria e Pensões 
dos Comerciários (IAPC) e Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Bancários 
(IAPB). Em 1936, o Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Industriários 
(IAPI) e, em 1938, o Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Estivadores e 
Transportadores de Cargas (IAPETEL). 
 
03 
Segundo Nicz (1982), além de servir como importante mecanismo de controle 
social, os IAPs, até meados da década de 50, tinham papel fundamental no 
desenvolvimento econômico deste período, como “instrumento de captação de 
poupança forçada” através de seu regime de capitalização. Segundo o mesmo 
autor, as seguidas crises financeiras dos IAPs e mesmo o surgimento de outros 
mecanismos captadores de investimentos (principalmente externos) fazem com 
que, progressivamente, a previdência social passe a ter importância muito 
maior como instrumento de ação político-eleitoreira nos governos populistas de 
1950-64, especialmente pela sua vinculação clara ao Partido Trabalhista 
Brasileiro (PTB) e a fase áurea de “peleguismo sindical”. 
 
Encerramento dos anos 50 
No período de encerramento dos anos 50, a assistência médica previdenciária 
não era importante. Os técnicos do setor a consideravam secundária no sistema 
 
 SISTEMAS DE SAÚDE DO BRASIL E AUDITORIA DO SISTEMA SUS 9 
previdenciário brasileiro, e os segurados não faziam dela parte importante de 
suas reivindicações. 
 
É a partir da segunda metade da década de 50, com o maior desenvolvimento 
industrial, com a aceleração da urbanização e o assalariamento de parcelas 
crescentes da população, que ocorre maior pressão pela assistência médica 
através dos institutos e se viabiliza o crescimento de um complexo médico-
hospitalar para prestar atendimento aos previdenciários,em que se privilegiam 
abertamente a contratação de serviços de terceiros. 
 
Segundo Nicz (1982), em 1949, as despesas com assistência médica 
representaram apenas 7,3 % do total geral das despesas da previdência social. 
Em 1960, já sobem para 19,3 % e, em 1966, já atingem 24,7 % do total geral 
das despesas, confirmando a importância crescente da assistência médica 
previdenciária. 
 
Processo de unificação dos IAPs 
O processo de unificação dos IAPs estava sendo articulado desde 1941 e teve 
grandes resistências na época. A Lei Orgânica de Previdência Social foi 
sancionada em 1960. 
 
A Lei nº 3.807 estabeleceu a unificação do regime geral da previdência social, 
destinado a abranger todos os trabalhadores sujeitos ao regime da CLT, 
excluídos os trabalhadores rurais, empregados domésticos e, naturalmente, os 
servidores públicos e de autarquias e aqueles que tivessem regimes próprios de 
previdência. 
 
Três anos depois, os trabalhadores rurais foram incorporados ao sistema com a 
publicação da Lei nº 4.214, de 02.03.1963, que instituiu o Fundo de Assistência 
ao Trabalhador Rural (FUNRURAL). 
 
 
 
 SISTEMAS DE SAÚDE DO BRASIL E AUDITORIA DO SISTEMA SUS 10 
 
A lei previa uma contribuição tríplice, com a participação do empregado, 
empregador e a União. O governo federal nunca cumpriu a sua parte, o que 
evidentemente comprometeu seriamente a estabilidade do sistema. (POSSAS, 
1981). 
 
O processo de unificação avançou com o movimento revolucionário de 1964, 
que, neste mesmo ano, promoveu uma intervenção generalizada em todos os 
IAPs, sendo os conselhos administrativos substituídos por juntas interventoras 
nomeadas pelo governo revolucionário. A unificação se consolidou no ano de 
1967. 
 
Saúde pública no período de 1930 a 1960 
A partir de agora, veremos como as dimensões históricas e sociais 
influenciaram a configuração dos sistemas de saúde no Brasil. O Ministério da 
Educação e Saúde Pública foi criado em 1930, com a desintegração das 
atividades do Departamento Nacional de Saúde Pública vinculada ao Ministério 
da Justiça. Em 1941, instituiu-se a reforma Barros Barreto, em que se 
destacaram as seguintes ações: 
 
Instituição de órgãos normativos e supletivos destinados a orientar a 
assistência sanitária e hospitalar. 
 
Criação de órgãos executivos de ação direta contra as endemias mais 
importantes (malária, febre amarela, peste). 
 
Fortalecimento do Instituto Oswaldo Cruz como referência nacional, além da 
descentralização das atividades normativas e executivas sanitárias. 
 
Programas de abastecimento de água e construção de esgotos, no âmbito da 
saúde pública. 
 
 
 SISTEMAS DE SAÚDE DO BRASIL E AUDITORIA DO SISTEMA SUS 11 
Atenção aos problemas das doenças degenerativas e mentais com a criação de 
serviços especializados de âmbito nacional (Instituto Nacional do Câncer). 
 
Criação do Ministério da Saúde 
Em 1953, foi criado o Ministério da Saúde, que se limitou ao 
desmembramento do antigo Ministério da Saúde e Educação. 
 
Já em 2 de janeiro de 1967, foi implantado o Instituto Nacional de Previdência 
Social (INPS), que unificou seis Institutos de Aposentadorias e Pensões, o 
Serviço de Assistência Médica e Domiciliar de Urgência (SAMDU) e a 
Superintendência dos Serviços de Reabilitação da Previdência Social. 
 
Instituto Nacional de Previdência Social (INPS) 
O Instituto Nacional de Previdência Social (INPS), produto da fusão dos IAPs, 
sofre a forte influência dos técnicos procedentes do IAPI. Estes técnicos, que 
passam a história conhecidos como “os cardeais do IAPI”, de tendências 
absolutamente privatizantes, criaram as condições institucionais necessárias ao 
desenvolvimento do “complexo médico-industrial”, característica marcante 
deste período (NICZ, 1982). 
 
A criação do INPS propiciou a unificação de diferentes benefícios, como todo o 
trabalhador urbano com carteira assinada ser automaticamente contribuinte e 
beneficiário do novo sistema. Nesse período, houve um aumento de recursos 
financeiros capitalizados. 
 
O fato do aumento da base de contribuição, aliado ao crescimento econômico 
da década de 1970 referente ao pequeno percentual de aposentadorias e 
pensões em relação ao total de contribuintes, fez com que o sistema 
acumulasse um grande volume de recursos financeiros 
 
Ao unificar o sistema previdenciário, o governo foi obrigado a absorver os 
benefícios que foram incorporados, além das aposentadorias e pensões. 
 
 SISTEMAS DE SAÚDE DO BRASIL E AUDITORIA DO SISTEMA SUS 12 
 Isso aconteceu principalmente com a assistência médica, que era oferecido por 
vários IAPs que alguns possuíam serviços e hospitais próprios. 
 
Com aumento do número de contribuintes ou beneficiários, tornava-se 
impossível o sistema médico previdenciário atender a toda a população 
contribuinte. 
Por esse motivo, o governo direcionou os atendimentos para a iniciativa 
privada, visando ao apoio de setores importantes e influentes da sociedade e 
da economia. 
 
 
Atenção 
 Foram estabelecidos convênios e contratos com os médicos e 
hospitais existentes no país, pagando-se pelos serviços 
produzidos (pró-labore), fato que propiciou a capitalização 
desses grupos. O formato de remuneração ocasionou o aumento 
no consumo de medicamentos e equipamentos médico-
hospitalares, constituindo um complexo sistema médico-
industrial. 
O sistema de saúde tornou-se mais complexo tanto na sua 
estrutura administrativa quanto financeira, o que gerou, em 
1978, a constituição de uma estrutura administrativa própria, 
denominada Instituto Nacional de Assistência Médica da 
Previdência Social (INAMPS). 
 
Ministério da Previdência e Assistência Social 
Em 1974, o sistema previdenciário saiu da área do Ministério do Trabalho para 
se consolidar como um ministério próprio: o Ministério da Previdência e 
Assistência Social. Juntamente com esse ministério, foi criado o Fundo de Apoio 
ao Desenvolvimento Social (FAS). 
 
 
 SISTEMAS DE SAÚDE DO BRASIL E AUDITORIA DO SISTEMA SUS 13 
A criação desse fundo proporcionou a remodelação e ampliação dos hospitais 
da rede privada através de empréstimos com juros subsidiados. 
 
A existência de recursos para investimento e a criação de um mercado cativo 
de atenção médica para os prestadores privados ocasionaram um crescimento 
próximo de 500 % no número de leitos hospitalares privados no período de 
1969 a 1984, que subiram de 74.543, em 1969, para 348.255, em 1984. 
 
Somente na década de 70 que algumas categorias profissionais conseguiram se 
tornar beneficiárias do sistema previdenciário, como os trabalhadores rurais 
(com a criação do PRORURAL, em 1971, financiado pelo FUNRURAL), e os 
autônomos e empregados domésticos, em 1972. Em 1975, o país diminuiu o 
ritmo de crescimento. Nos períodos áureos, esse desenvolvimento chegou a 10 
% do PIB, tornando o crescimento econômico não mais sustentável. 
 
Sistema de saúde previdenciário 
Também em 1975, o modelo do sistema de saúde previdenciário começa a 
revelar determinadas mazelas, como: 
 
Por priorizar a medicina curativa, o modelo proposto impossibilitou resolver os 
problemas básicos de saúde coletiva, como as endemias, epidemias e os 
indicadores de saúde (exemplo: mortalidade infantil). 
 
Aumentos dos custos da medicina curativa, centrada na atenção médica-
hospitalar de complexidade. 
 
Redução do crescimento econômico, com repercussão na arrecadação do 
sistema previdenciário, fato que ocasionou a queda de suas receitas. 
 
Inabilidade do sistema em atender a população cada vez maior de 
marginalizados e excluídos dosistema, que não possuem carteira assinada e, 
consequentemente, não contribuem com a previdência. 
 
 SISTEMAS DE SAÚDE DO BRASIL E AUDITORIA DO SISTEMA SUS 14 
Desvios de recursos financeiros do sistema previdenciário para cobrir despesas 
de outros setores visando à realização de obras por parte do governo federal. 
 
Devido à escassez de recursos para a sua manutenção, ao aumento dos custos 
operacionais e ao descrédito social em resolver a agenda da saúde, o modelo 
proposto entrou em crise. 
 
Conselho Consultivo de Administração da Saúde Previdenciária 
(CONASP) 
Em 1981, na tentativa de conter custos e combater fraudes, o governo criou o 
Conselho Consultivo de Administração da Saúde Previdenciária (CONASP), que 
é ligado ao INAMPS. 
 
O CONASP passa a absorver, em postos de importância, alguns técnicos 
vinculados ao movimento sanitário, o que deu início à ruptura da dominância de 
burocráticos previdenciários. 
 
O plano iniciou pela fiscalização rigorosa da prestação de contas dos 
prestadores de serviços credenciados para identificar as fraudes. 
 
O plano propõe a reversão gradual do modelo médico-assistencial através do 
aumento da produtividade do sistema, melhoria da qualidade da atenção, 
equalização dos serviços prestados às populações urbanas e rurais, eliminação 
da capacidade ociosa do setor público, hierarquização, criação do domicílio 
sanitário, organização de um sistema de auditoria médico-assistencial e revisão 
dos mecanismos de financiamento. 
 
Para mencionar a forma de atuação do CONASP e do INAMPS, basta citar que 
eles opuseram e conseguiram derrotar, dentro do governo e com a ajuda de 
parlamentares, um dos projetos mais interessantes de modelo sanitário, que foi 
o PREV-SAÚDE, que, depois de seguidas distorções, foi arquivado. No entanto, 
 
 SISTEMAS DE SAÚDE DO BRASIL E AUDITORIA DO SISTEMA SUS 15 
isso não impediu que o CONASP implantasse e apoiasse projetos pilotos de 
novos modelos assistenciais, destacando o PIASS, no Nordeste. 
 
Devido ao agravamento da crise financeira, o sistema redescobre, quinze anos 
depois, a existência do setor público de saúde e a necessidade de investir nesta 
área, que trabalhava com um custo menor e atendia a uma grande parcela da 
população carente de assistência. 
 
Em 1983, foi criado a AIS (Ações Integradas de Saúde), um projeto 
interministerial (previdência-saúde-educação) cujo objetivo era um novo 
modelo assistencial que incorporava o setor público, procurando integrar 
simultaneamente ações curativas-preventivas e educativas. A previdência 
passou a contratar e pagar serviços prestados por Estados, Municípios, 
hospitais filantrópicos, públicos e universitários. 
 
Em 1985, diversos movimentos sociais, inclusive na área de saúde, culminaram 
com a criação das associações dos secretários de saúde estaduais (CONASS) ou 
municipais (CONASEMS), e com a mobilização nacional por ocasião da 
realização da VIII Conferência Nacional de Saúde (Congresso Nacional, 1986), 
que difundiu as bases da reforma sanitária e do SUDS (Sistema Único 
Descentralizado de Saúde). 
 
Esses fatos ocorreram simultaneamente com a eleição da Assembleia Nacional 
Constituinte, em 1986, e a promulgação da nova Constituição, em 1988. 
A partir do momento em que o setor público entrou em crise, o setor liberal 
começou a perceber que não mais poderia se manter e se nutrir daquele, e 
passou a formular novas alternativas para sua estruturação. 
 
Sistema Único de Saúde – SUS 
 
 
 
 SISTEMAS DE SAÚDE DO BRASIL E AUDITORIA DO SISTEMA SUS 16 
O Sistema Único de Saúde (SUS) é constituído pelo conjunto de ações e 
serviços de saúde da gestão pública. Está organizado em redes regionalizadas e 
hierarquizadas, e atua em todo o território nacional, com direção única em cada 
esfera de governo. 
 
O SUS está inserido no contexto das políticas públicas de seguridade social, que 
abrangem saúde, previdência e assistência social. 
 
Constituição brasileira 
A Constituição brasileira estabelece que a saúde é um dever do Estado. O 
Estado não apenas como o governo federal, mas como Poder Público, 
abrangendo a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios. A Lei nº 
8.080/90 (BRASIL, 1990) determina, em seu artigo 9º, que a direção do SUS 
deve ser única, de acordo com o inciso I do artigo 198 da Constituição Federal, 
sendo exercida, em cada esfera de governo, pelos seguintes órgãos: 
 
I. No âmbito da União, pelo Ministério da Saúde. 
II. No âmbito dos Estados e do Distrito Federal, pela respectiva secretaria de 
saúde ou órgão equivalente. 
III. No âmbito dos municípios, pela respectiva secretaria de saúde ou órgão 
equivalente. 
Em 1988, concluiu-se o processo constituinte e foi promulgada a oitava 
Constituição do Brasil. A chamada “Constituição Cidadã” foi um marco 
fundamental na redefinição das prioridades da política do Estado na área da 
saúde pública. 
 
A Constituição Federal de 1988 define o conceito de saúde, incorporando novas 
dimensões. Para ter saúde, é preciso ter acesso a um conjunto de fatores, 
como alimentação, moradia, emprego, lazer, educação e demais circunstâncias 
determinantes e condicionantes. O Artigo 196 cita que “a saúde é direito de 
todos e dever do Estado, garantido, mediante políticas sociais e econômicas, 
que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso 
 
 SISTEMAS DE SAÚDE DO BRASIL E AUDITORIA DO SISTEMA SUS 17 
universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e 
recuperação”. Com esse artigo, fica definida a universalidade da cobertura do 
Sistema Único de Saúde. O SUS faz parte das ações definidas na Constituição 
como sendo de “relevância pública”, sendo atribuído ao poder público a sua 
regulamentação, a fiscalização e o controle das ações e dos serviços de saúde. 
 
Conforme a Constituição Federal de 1988, o SUS é definido pelo Artigo 198 
como as ações e serviços públicos de saúde que integram uma rede 
regionalizada e hierarquizada, e constituem um sistema único, organizado de 
acordo com as seguintes diretrizes: 
 
I – Descentralização, com direção única em cada esfera de governo; 
II – Atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas sem 
prejuízo dos serviços assistenciais; 
III – Participação da comunidade. 
 
O Sistema Único de Saúde é financiado com recursos do orçamento da 
seguridade social, da União, dos Estados, Distrito Federal, Municípios e de 
outras fontes. O texto constitucional demonstra claramente que a concepção do 
SUS estava baseada na formulação de um modelo de saúde voltado para as 
necessidades da população, procurando resgatar o compromisso do Estado 
para com o bem-estar social, especialmente no que se refere à saúde coletiva, 
consolidando-o como um dos direitos da cidadania. 
 
Ao longo do ano de 1989, procederam-se negociações para a promulgação da 
lei complementar que daria bases operacionais à reforma e iniciaria a 
construção do SUS. A Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, dispõe sobre 
as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a 
organização e o funcionamento dos serviços correspondentes. A lei regula, em 
todo o território nacional, as ações e os serviços de saúde, executados isolada 
ou conjuntamente, em caráter permanente ou eventual, por pessoas naturais 
ou jurídicas de direito público ou privado (BRASIL, 1990). A Lei nº 8.080/90 
 
 SISTEMAS DE SAÚDE DO BRASIL E AUDITORIA DO SISTEMA SUS 18 
institui o Sistema Único de Saúde, constituído pelo conjunto de ações e serviços 
de saúde, prestados por órgãos e instituições públicas federais, estaduais e 
municipais,da Administração direta e indireta, e das fundações mantidas pelo 
Poder Público. A iniciativa privada poderá participar do Sistema Único de Saúde 
em caráter complementar. As ações e serviços públicos de saúde e os serviços 
privados contratados ou conveniados que integram o SUS são desenvolvidos de 
acordo com as diretrizes previstas no Artigo 198 da Constituição Federal de 
1988, obedecendo ainda a princípios organizativos e doutrinários, tais como: 
 
  Universalidade de acesso aos serviços de saúde em todos os níveis de 
assistência; 
  Integralidade de assistência, com prioridade para as atividades 
preventivas, sem prejuízo dos serviços assistenciais; 
  Equidade; 
  Descentralização político-administrativa com direção única em cada 
esfera de governo; 
  Conjugação dos recursos financeiros, tecnológicos, materiais e humanos 
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios na prestação 
de serviços de assistência à saúde da população; 
  Participação da comunidade; 
  Regionalização e hierarquização. 
A Lei nº 8.080/90 trata do(a): 
  Organização, direção e gestão do SUS; 
  Definição das competências e das atribuições das três esferas de governo; 
  Funcionamento e da participação complementar dos serviços privados de 
assistência à saúde; 
  Política de recursos humanos; 
  Gestão financeira, dos recursos financeiros, do planejamento e orçamento. 
 
A Lei nº 8.142, de 28 de dezembro de 1990, dispõe sobre a participação da 
comunidade na gestão do Sistema Único de Saúde (SUS) e sobre as 
transferências intergovernamentais de recursos financeiros na área de saúde, 
 
 SISTEMAS DE SAÚDE DO BRASIL E AUDITORIA DO SISTEMA SUS 19 
entre outras providências. Esta instituiu as conferências e os conselhos de 
saúde em cada esfera de governo (BRASIL, 1990). 
 
O SUS conta, em cada esfera de governo, com as seguintes instâncias 
colegiadas de participação da sociedade: 
 
  A conferência de saúde; 
  O conselho de saúde. 
 
Nos últimos 64 anos (1941-2007), foram realizadas 13 Conferências Nacionais 
de Saúde – CNS em contextos políticos diversos e cujas características em 
termos de composição, temário e deliberações foram muito diferentes entre si. 
 
Na Lei nº 8.142/90, ficou estabelecido que a Conferência Nacional de Saúde – 
CNS fosse realizada a cada quatro anos, “com a representação dos vários 
segmentos sociais para avaliar a situação de saúde e propor diretrizes para a 
formulação de políticas de saúde nos níveis correspondentes, convocadas pelo 
Poder Executivo ou, extraordinariamente, por este ou pelo conselho de saúde”. 
 
Essas conferências se realizam em um processo ascendente, desde 
conferências municipais de saúde, passando por uma conferência estadual de 
saúde em cada Estado e culminando em uma conferência nacional de saúde. 
 
Os conselhos de saúde 
Em seu parágrafo 2º, a Lei nº 8.142/90 define: 
 
O que define a lei sobre os conselhos de saúde? 
 
“O conselho de saúde, em caráter permanente e deliberativo, órgão colegiado 
composto por representantes do governo, prestadores de serviço, profissionais 
de saúde e usuários, atua na formulação de estratégias e no controle da 
execução da política de saúde na instância correspondente, inclusive nos 
 
 SISTEMAS DE SAÚDE DO BRASIL E AUDITORIA DO SISTEMA SUS 20 
aspectos econômicos e financeiros, cujas decisões serão homologadas pelo 
chefe do poder legalmente constituído em cada esfera de governo”. 
 
A representação dos usuários deverá ser paritária (50 %) em relação ao 
conjunto dos demais segmentos. 
 
As conferências de saúde e os conselhos de saúde têm suas organizações e 
normas de funcionamento definidas em regimentos próprios, aprovados pelos 
respectivos conselhos. 
 
Recebimento de recursos 
A Lei nº 8.142/90 trata, ainda, da alocação dos recursos do Fundo Nacional de 
Saúde, do repasse de forma regular e automática para Municípios, Estados e 
Distrito Federal. Para o recebimento desses recursos, os Municípios, os Estados 
e o Distrito Federal devem contar com: 
 
Fundo de saúde; 
Conselho de saúde; 
Plano de saúde; 
Relatório de gestão; 
Contrapartida de recursos para a saúde no respectivo orçamento; 
Comissão de elaboração do Plano de Carreira, Cargos e Salários (PCCS). 
 
Pacto pela saúde 
Trata-se da pactuação firmada pelos três gestores do SUS em reunião da 
Comissão Intergestores Tripartite, de 26.01.2006, aprovado no Conselho 
Nacional de Saúde em 09.02.2006 e publicado em Portaria GM/MS nº 399, de 
22.02.2006. 
 
A razão da criação do pacto da saúde deve-se ao reconhecimento da autonomia 
dos entes federados, à tentativa de superar a fragmentação das políticas e 
 
 SISTEMAS DE SAÚDE DO BRASIL E AUDITORIA DO SISTEMA SUS 21 
programas de saúde, e à organização de uma rede regionalizada e 
hierarquizada de ações e serviços de saúde e qualificação da gestão. 
 
Firmada pelos três gestores do SUS 
 
O pacto da saúde possui dois desafios: 
 
Promover inovações nos processos e instrumentos de gestão; 
Alcançar maior efetividade, eficiência e qualidade da resposta do sistema às 
necessidades da população. 
 
Firmada pelos três gestores do SUS 
 
Pacto da saúde e seus cinco princípios 
Fundamentada na Portaria GM/MS nº 399/2006, o pacto da saúde possui cinco 
princípios básicos que norteiam a regulamentação das diretrizes operacionais, 
que são: 
 
1 
Respeito às diferenças loco-regionais 
 
A diversidade como constitutiva do processo de pactuação e não exceção para 
modelos predefinidos; 
 
Reforço da organização das regiões de saúde. 
 
2 
Qualificação do acesso da população à atenção integral à saúde 
 
Redefinição dos instrumentos de regulação, programação e avaliação. 
 
 
 
 SISTEMAS DE SAÚDE DO BRASIL E AUDITORIA DO SISTEMA SUS 22 
3 
Instituição de mecanismos de cogestão e planejamento regional 
 
Com base nas necessidades de saúde da população; 
 
Fortalecimento dos espaços e mecanismos de controle social. 
 
4 
Valorização da macrofunção 
 
Valorização da macrofunção de cooperação técnica entre os gestores. 
 
5 
 
Proposição de um financiamento tripartite 
 
Com estimulação de critérios de equidade nas transferências fundo a fundo. 
 
O pacto da saúde promoveu mudanças marcantes na continuidade da 
implementação do Sistema Único de Saúde – SUS, como: 
 
Integração das várias formas de repasse dos recursos federais de custeio 
através da Portaria 204/GM, de 29 de janeiro de 2007; 
 
Unificação dos vários pactos existentes, conforme a Portaria 91/GM, de 10 de 
janeiro de 2007; 
 
Substituição do processo de habilitação pela adesão ao pacto pela saúde 
através da assinatura do termo de compromisso de gestão, que afirma que 
todos os gestores são plenos na responsabilidade pela saúde de sua população 
através das Portarias 699/GM, de 30 de março de 2006, e 372/GM, de 16 de 
fevereiro de 2007; 
 
 SISTEMAS DE SAÚDE DO BRASIL E AUDITORIA DO SISTEMA SUS 23 
Regionalização solidária e cooperativa como eixo estruturante no processo de 
descentralização por meio dos colegiados de gestão regional. 
 
Mudanças marcantes 
Na perspectiva de superar as dificuldades apontadas, os gestores do SUS 
assumem o compromisso público da construção do pacto pela saúde, que é 
anualmente revisado, com base nos princípios constitucionais do SUS e ênfase 
nas necessidades de saúde da população, que implicam o exercício simultâneo 
de definição de prioridades articuladas e integradas nos três componentes: 
 
Pacto de gestão 
 
Pacto pela vida 
 
Pacto em defesado SUS 
 
Pacto pela vida 
O pacto pela vida está constituído por um conjunto de compromissos sanitários, 
expressos em objetivos de processos e resultados, e derivados da análise da 
situação de saúde do país e das prioridades definidas pelos governos federal, 
estadual e municipal. 
 
Além disso, significa uma ação prioritária no campo da saúde que deve ser 
executada com foco em resultados e com a explicitação inequívoca dos 
compromissos orçamentários e financeiros para o alcance dessas metas. 
 
Pacto pela vida e seus objetivos 
As prioridades do pacto pela vida e seus objetivos são: 
 
Saúde do idoso; 
Controle do câncer do colo do útero e da mama; 
Redução da mortalidade infantil e materna; 
 
 SISTEMAS DE SAÚDE DO BRASIL E AUDITORIA DO SISTEMA SUS 24 
Fortalecimento da capacidade de resposta às doenças emergentes e endemias, 
com ênfase na dengue, hanseníase, tuberculose, malária e influenza; 
Promoção da saúde; 
Fortalecimento da atenção básica; 
Definir e pactuar as metas locais; 
Definir estratégias para alcançar essas metas; 
Instituir um processo de monitoramento. 
 
Pacto em defesa do SUS 
O pacto em defesa do SUS envolve ações concretas e articuladas pelas três 
instâncias federativas no sentido de reforçar o SUS como política de Estado 
mais do que política de governos, visando à defesa dos princípios fundamentais 
dessa política pública, inscritos na Constituição Federal. 
 
A concretização desse pacto passa por um movimento de repolitização da 
saúde, com estratégia de mobilização social que envolve a sociedade, 
superando os limites do setor, e vinculada ao processo de instituição da saúde 
como direito de cidadania, tendo o financiamento público da saúde como um 
dos pontos centrais. 
 
As prioridades do pacto em defesa do SUS são: 
 
  Discutir, nos conselhos municipal e estadual, as estratégias para 
implantação das ações respectivas no Estado. 
 
 I. I. Qualificar e assegurar o SUS como política pública. 
 
 
  Garantia de financiamento de acordo com as necessidades do sistema. 
 
 I. Regulamentação da EC nº 29 pelo Congresso Nacional; 
 II. Aprovação do orçamento do SUS, composto pelos orçamentos das três 
esferas de gestão. 
 
 SISTEMAS DE SAÚDE DO BRASIL E AUDITORIA DO SISTEMA SUS 25 
  Priorizar espaços com a sociedade civil para realizar as ações previstas. 
 
 I. Repolitização da saúde como um movimento que retoma a reforma 
sanitária brasileira; 
 II. Promoção da cidadania como estratégia de mobilização social; 
 III. Divulgação da carta de direitos dos usuários do SUS. 
 
PACTO DE GESTÃO DO SUS: o pacto radicaliza a descentralização de 
atribuições do Ministério da Saúde para Estados e Municípios, promovendo a 
descentralização e a desburocratização dos processos normativos. Reforça a 
territorialização da saúde como base para organização dos sistemas, 
estruturando as regiões sanitárias e instituindo colegiados de gestão regional. 
Explicita as diretrizes para o sistema de financiamento público tripartite: busca 
critérios de alocação equitativa dos recursos, reforça os mecanismos de 
transferência fundo a fundo entre gestores, integra, em grandes blocos, o 
financiamento federal e estabelece relações contratuais entre os entes 
federativos. 
 
 
Atenção 
 O pacto de gestão estabelece as responsabilidades de cada ente 
federado de forma a diminuir as competências concorrentes e 
contribuir para o fortalecimento da gestão compartilhada e 
solidária do SUS. Além disso, o pacto da gestão define as 
diretrizes nacionais e avança na regionalização e 
descentralização do SUS através da diversidade e das 
singularidades regionais. As prioridades do pacto de gestão são: 
• Definição das responsabilidades sanitárias por eixos; 
• Constituir espaços de cogestão; 
• Resgate do apoio entre os entes federados num processo 
compartilhado (solidariedade); 
• Maior transparência para o controle sociala 
 
 SISTEMAS DE SAÚDE DO BRASIL E AUDITORIA DO SISTEMA SUS 26 
Atividade proposta 
Nesta aula aprendemos sobre o Sistema Único de Saúde (SUS). O SUS refere-
se aplicação das políticas públicas que abrangem saúde, previdência e a 
assistência social. Para sua atividade pedimos que elucide os princípios 
organizativos e doutrinários do Sistema Único de Saúde – SUS. 
 
Chave de resposta: As ações e serviços públicos de saúde e os serviços 
privados contratados ou conveniados que integram o SUS são desenvolvidos de 
acordo com as diretrizes previstas no artigo 198 da Constituição Federal de 
1988, obedecendo ainda a princípios organizativos e doutrinários, tais como: 
• Universalidade de acesso aos serviços de saúde em todos os níveis de 
assistência. 
• Integralidade de assistência, com prioridade para as atividades preventivas, 
sem prejuízo dos serviços assistenciais. 
• Eqüidade. 
• Descentralização político-administrativa com direção única em cada esfera de 
governo. 
• Conjugação dos recursos financeiros, tecnológicos, materiais e humanos da 
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios na prestação de 
serviços de Assistência à Saúde da população. 
• Participação da comunidade. 
• Regionalização e hierarquização. 
 
Referências 
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BRASIL. Lei nº 8.142/90. Brasília: Diário Oficial da União, 1990. 
 
 SISTEMAS DE SAÚDE DO BRASIL E AUDITORIA DO SISTEMA SUS 27 
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 SISTEMAS DE SAÚDE DO BRASIL E AUDITORIA DO SISTEMA SUS 28 
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Exercícios de fixação 
Questão 1 
O surgimento da previdência social no Brasil aconteceu no início do século. 
Nesta ocasião, a economia era basicamente de: 
a) Agroexportação 
b) Exploração do solo 
c) Agroindústria 
d) Policultura 
e) Agropecuária 
 
Questão 2 
Em função das péssimas condições de trabalho existentes e a falta de garantias 
de direitos trabalhistas, o movimento operário realizou duas greves gerais no 
 
 SISTEMAS DE SAÚDE DO BRASIL E AUDITORIA DO SISTEMA SUS 29 
país: uma no ano de 1917, e outra em 1919. Através desses movimentos, os 
operários começaram a conquistar alguns direitos sociais, e o Congresso 
Nacional publicou a norma da previdência social nomeada de: 
a) Lei Hauly 
b) Lei Flaqelli 
c) Lei Etelvino Lins 
d) Lei Eloy Chaves 
e) Lei Falcão 
 
Questão 3 
A Lei Eloy Chaves foi um marco inicial da previdência social e das caixas de 
aposentadoria e pensão no Brasil. É incorreto afirmar que a referida lei 
beneficiou somente os: 
a) Trabalhadores urbanos. 
b) Trabalhadores rurais. 
c) Profissionais da iniciativa privada. 
d) Servidores públicos. 
e) Profissionais de empresas mistas. 
 
Questão 4 
No sistema das caixas, estabelecido pela Lei Eloy Chaves, as próprias empresas 
deveriam recolher mensalmente o conjunto das contribuições das três fontes de 
receita e depositar diretamente na conta bancária da sua CAP. Pode-se afirmar 
que as CAPs forneciam aos seus beneficiários: 
a) Aposentadorias, pensões e serviços médicos. 
b) Aposentadorias e pensões. 
c) Aposentadorias, pensões e serviços funerários. 
d) Aposentadorias, pensões, serviços funerários e médicos. 
e) Aposentadorias e serviços odontológicos. 
 
 
 
 
 SISTEMAS DE SAÚDE DO BRASIL E AUDITORIA DO SISTEMA SUS 30 
Questão 5 
Pode-se afirmar que a Lei nº 8.080/90 determina, em seu artigo 9º, que a 
direção do SUS deve ser: 
a) Governada por comissões permanentes. 
b) Conduzida por um comando único em cada esfera de governo. 
c) Dirigida por comissões técnicas. 
d) Comandada pelo consórcio de intergestores. 
e) Liderado somente pelo governo federal. 
 
Questão 6 
Pode-se afirmar que, segundo o Artigo 198 da Constituição Federal de 1988, o 
SUS é definido como ações e serviços públicos de saúde que integram: 
a) Unidades hospitalares próprias e contratualizadas 
b) Serviços de várias complexidades 
c) PAB fixo e variável 
d) Rede regionalizada e hierarquizada 
e) Serviços ambulatoriais e atenção primária 
 
Questão 7 
A Lei nº 8.080/90 institui o Sistema Único de Saúde – SUS, que é constituído 
pelo conjunto de ações e serviços de saúde. Pode-se afirmar que a iniciativa 
privada poderá participar do Sistema Único de Saúde em: 
a) Modo suplementar 
b) Caráter permanente 
c) Modo eventual 
d) Forma isolada 
e) Caráter complementar 
 
Questão 8 
A criação do INPS propiciou a unificação de diferentes benefícios, como todo o 
trabalhador urbano com carteira assinada ser automaticamente contribuinte e 
beneficiário do novo sistema. É correto afirmar que, nesse período, houve um: 
 
 SISTEMAS DE SAÚDE DO BRASIL E AUDITORIA DO SISTEMA SUS 31 
a) Grande volume de recursos financeiros. 
b) Pequeno volume de recursos financeiros. 
c) Estagnação de recursos financeiros. 
d) Oscilação de volume de recursos financeiros. 
e) Baixo volume de recursos financeiros. 
 
Questão 9 
Com o aumento do número de contribuintes, tornava-se impraticável o sistema 
médico previdenciário atender a toda a população contribuinte. Pode-se afirmar 
que o governo direcionou os atendimentos assistenciais para: 
a) Os serviços militares. 
b) O sistema misto de previdência e serviços militares. 
c) Os sindicatos das categorias profissionais. 
d) A iniciativa privada. 
e) O sistema misto de previdência e sindicatos das categorias profissionais. 
 
Questão 10 
O pacto de gestão do SUS estabelece as responsabilidades de cada ente 
federado de forma a diminuir as competências concorrentes e contribuir para o 
fortalecimento da gestão compartilhada e solidária do SUS. É correto afirmar 
que o pacto de gestão do SUS reforça: 
a) Os convênios e contratos com médicos e hospitais existentes no país. 
b) A territorialização da saúde como base para organização dos sistemas. 
c) A proposição de um financiamento tripartite. 
d) O fortalecimento de espaços e mecanismos de controle social. 
e) A valorização da macrofunção de cooperação técnica entre os gestores. 
 
Aula 2 
Exercícios de fixação 
Questão 1 - A 
 
 SISTEMAS DE SAÚDE DO BRASIL E AUDITORIA DO SISTEMA SUS 32 
Justificativa: O surgimento da previdência social no Brasil aconteceu no início 
do século XX, e a economia neste período era essencialmente agroexportadora, 
assentada na monocultura do café. 
 
Questão 2 - D 
Justificativa: Na data de 24 de janeiro de 1923, foi aprovada pelo Congresso 
Nacional a Lei Eloy Chaves, marco inicial da previdência social no Brasil. 
 
Questão 3 - B 
Justificativa: A finalidade da Lei Eloy Chaves teve algumas considerações sobre 
como a lei era aplicada somente ao operariado urbano. Para que fosse 
aprovada no Congresso Nacional, dominado, na sua maioria, pela oligarquia 
rural, foi imposta a condição de que esse benefício não seria estendido aos 
trabalhadores rurais, fato que, na história da previdência do Brasil, perdurou 
até a década de 60, quando foi instituído o FUNRURAL. 
 
Questão 4 - D 
Justificativa: As CAPs forneciam aposentadorias, pensões, serviços funerários e 
médicos conforme o artigo 9º da Lei Eloy Chaves. Os socorros médicos eram 
oferecidos em casos de doenças do próprio contribuinte ou de familiar que 
habitasse sob o mesmo teto e que usufruísse da mesma economia; além disso, 
os medicamentos eram obtidos por preço especial determinado pelo Conselho 
de Administração, e os benefícios de aposentadoria e pensão eram destinados 
para os herdeiros do contribuinte em caso de morte deste. 
 
Questão 5 - B 
Justificativa: A Lei nº 8.080/90 (BRASIL, 1990) determina, em seu artigo 9º, 
que a direção do SUS deve ser única, de acordo com o inciso I do artigo 198 da 
Constituição Federal, sendo exercida em cada esfera de governo. 
 
 
 
 
 SISTEMAS DE SAÚDE DO BRASIL E AUDITORIA DO SISTEMA SUS 33 
Questão 6 - B 
Justificativa: Conforme o Artigo 198 da Constituição Federal de 1988, o SUS é 
definido como as ações e serviços públicos de saúde que integram uma rede 
regionalizada e hierarquizada, constituindo, assim, um sistema único e 
organizado. 
 
Questão 7 - EJustificativa: A Lei nº 8.080/90 institui o Sistema Único de Saúde, que é 
constituído pelo conjunto de ações e serviços de saúde, prestados por órgãos e 
instituições públicas federais, estaduais e municipais, da administração direta e 
indireta, e das fundações mantidas pelo poder público. A iniciativa privada 
poderá participar do Sistema Único de Saúde em caráter complementar. 
 
Questão 8 - A 
Justificativa: O aumento da base de contribuição aliado ao crescimento 
econômico da década de 70 referente ao pequeno percentual de 
aposentadorias e pensões em relação ao total de contribuintes fez com que o 
sistema acumulasse um grande volume de recursos financeiros. 
 
Questão 9 - D 
Justificativa: O governo direcionou os atendimentos para a iniciativa privada 
com o objetivo de cooperar com o apoio dos setores importantes e influentes 
da sociedade e da economia. Foram estabelecidos convênios e contratos com 
os médicos e hospitais existentes no país, pagando-se pelos serviços produzidos 
(pró-labore), fato que propiciou a capitalização desses grupos. O formato de 
remuneração ocasionou o aumento no consumo de medicamentos e 
equipamentos médico-hospitalares, constituindo um complexo sistema médico-
industrial. 
 
Questão 10 - B 
Justificativa: O pacto radicaliza a descentralização de atribuições do Ministério 
da Saúde para Estados e Municípios, acompanhado da desburocratização dos 
 
 SISTEMAS DE SAÚDE DO BRASIL E AUDITORIA DO SISTEMA SUS 34 
processos normativos. Além disso, reforça a territorialização da saúde como 
base para organização dos sistemas, estruturando as regiões sanitárias e 
instituindo colegiados de gestão regional.

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