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Direito Internacional Privado - Geral

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Direito Internacional Privado.
Prof. Marcos Vinícius da Silva
O ser humano vive em sociedade/ coletividade, e por este motivo constrói estruturas para normatizar a vida em conjunto. Tal instrumento foi denominado de Estado. 
O direito internacional privado tem a função de estabelecer a correlação entre as normas de direito interno e a sua aplicabilidade em uma esfera internacional, ao ponto que países distintos possam comungar de diretrizes semelhantes sobre temas primordiais.
Noção de Direito Internacional Privado
O Direito Internacional surge inicialmente dentro da esfera peculiar da inter-relação entre indivíduos de nacionalidades diferentes ou na relação que existe entre os Estados com os indivíduos e seus direitos inerentes de outras localidades.
Assim, busca-se como fim utópico do direito internacional na padronização em esfera global de uma gama inimaginável de direitos, os quais passariam a permear não somente princípios institucionais, mas sim leis e regulamentos específicos.
Neste sentido, podemos citar que o desejo internacional seria o da democracia nos países Árabes, evidenciando assim o desejo por uma legislação mínima de direitos humanos.
Entretanto, muitas vezes busca-se não apenas uma ampliação de direitos, mas também a aplicação de modelo ocidental, alicerçado em fundamento próprio e com concepções instituídas a partir de vivencia histórica e cultural inerente a sua evolução política.
Sendo assim, em uma visão mais moderna deste ramo do direito, o que se almeja não é uma paridade idêntica de legislações, mas sim um exercício internacional para assemelhação de institutos universais ligados a um mínimo existencial.
Os livres ideias do homem não podem ser delimitados por fronteiras artificiais, que criam barreiras físicas aos direitos já postulados.
O Direito não é como fogo que arde do mesmo modo na Rússia e na China.
O Início das Relações Internacionais.
O direito internacional surge das anormalidades e não das normalidades.
É preciso a existência de conflitos mínimos para que o direito de modo geral exerça sua função regulamentadora.
Desta forma um brasileiro que nasceu no Brasil, constitui matrimônio no território nacional e veio a falecer aqui, não é motivo de estudo do direito internacional privado, ou ainda do publico, sua função é puramente privada dentro da regulamentação interna.
É somente quando alguns dos elementos acima transcritos tornam-se internacionais, é que se torna imperativo a intervenção do direito supranacional para a solução de eventuais conflitos ou duvidas teóricas.
De maneira extremamente ampla, e antes de qualquer discussão mais aprofundada sobre a matéria, a divisão do direito internacional quanto aos seus conflitos ocorre nos moldes a seguir apresentados.
Leis no espaço
Leis no tempo
Relativização por leis de valores e forças diferenciadas.
Direito Internacional Privado
Histórico do direito internacional privado
A necessidade do ser humano viver em coletividade não forma apenas a sociedade, mas forma igualmente o anseio social pela criação de lideranças que regulamentem a vida em grupo.
Parafraseando Hobbes, o homem sem a autoridade do Estado, representada por quem quer que seja, finaliza-se pela ojeriza. O medo coletivo reina na ideia de que a falta de liderança traga uma luta constante pelos anseios individuais, sem que se almeje o bem da coletividade.
Antiguidade
O direito internacional privado, diferentemente do público, não tem suas origens enraizadas em tempos tão antigos. Isto se da principalmente pelo fato das inter-relações pessoais tornarem-se reguladas apenas quando o individuo ganha força em papel internacional.
Para o gregos ou egípcios, apenas seus povos detinham o conhecimento ou capacidade monetária para serem dignos de qualquer proteção por parte de seus Estados. Assim, poderia existir uma relação entre Atenas e Esparta, porém os cidadãos gregos de cada uma destas cidades apenas estariam protegidos nos territórios originários.
Tais conceitos persistiram durante praticamente toda a antiguidade, por dois principais motivos. 1º O individuo não era importante para o Estado. 2º O individuo estrangeiro não significada nada além de forasteiro.
Idade Média
O período das trevas, como passou a ser conhecida à idade média, caracterizou-se como o início do fim da retomada das relações internacionais privadas.
Ao mesmo tempo em que os indivíduos começam a ganhar alguma relevância, o enclausuramento em feudos faz com que qualquer ideia de direito torne-se uma ilusão restrita.
As regras internacionais, se é que assim podem ser chamadas, uma vez que não existe espaço estatal, eram dominadas pelos ditames dos senhores feudais, que criavam suas próprias regras, o que tornava ainda mais difícil estabelecer qualquer relação entre dois ou mais lugares.
Com o retomada da navegação, principalmente ligada a expansão do mundo europeu na retomada da terra santa, ressurge, timidamente, as ligações internacionais de direito privado, movidas, principalmente, pelas fortes ventos das relações comercias marítimas.
Escola Estatutária
Na retomada da ideia de Estado, o que somente veio acontecer no século XVI, é que as regulamentações passam a ter uma força territorial própria mais bem delimitada e relevante. A França, Holanda, Inglaterra, etc... passam a elaborar suas próprias regras normativas, as quais são denominadas estatutos.
A necessidade de aplicação de um Estado em outro lugar que não aquele que ele foi celebrado começa a fomentar a necessidade de uma discussão internacional sobre os direito dos homens, os quais começam, de maneira ainda muito reduzida, a ganhar algum espaço no mundo global.
Surge durante esta época alguns princípios que acompanham a sociedade contemporânea, podendo citar como exemplo a ideia de matrimonio extraterritorial e ainda o conceito latino do propter rem.
Informa-se ainda que nos anos de 1600 uma guerra assolou boa parte da Europa, deixando como fruto normas de direito internacionais, que permearam tanto a ideia do ente público como privado. 
Dentro os principais apontamentos fica o tratado de Vestefália, o qual determinou a igualdade entre os Estados.
Modernidade.
A modernidade ficou marcada pela existência de inúmeros direitos inerentes ao mundo internacional, dos quais se ressalta as primeiras Organizações internacionais ou convenções sobre o mundo extranacional. 
Surge neste período os primeiros princípios sobre a necessidade de pensamento internacional para a solução de problemas globais. 
Nações unidas se fortificam
Contemporaneidade
Os direitos internacionais privados aflorados durante a modernidade tem no início do século XX o seu maior susto.
Tal ponte se reflete pela existência das duas grandes guerras mundiais, as quais não apenas calejaram a ideia de vida em sociedade, mas também a racionalidade do próprio homem dentro da lógica da vida.
Todavia, como consequência positiva de todas as atrocidades por nós cometidas, foram instituídas inúmeras regras de direitos internacional, as quais passaram a permear não apenas o direito material básico, mas também outras gamas de direitos.
Atualmente o direito internacional privada, no que tange a busca por um furto da humanidade, se concentra em 4 grandes blocos:
Manutenção do capitalismo
Iniciativas em prol da globalização
Meio ambiente
Expansão dos sistemas de informação;
Definição do Direito Internacional
O porquê da definição.
Teoria da Comunicação Social de Habermas
1º Pressão 
2º Conhecimento 
3º Diálogo 
4º Raciocínio.
Conceito
É um conjunto de regras aplicáveis à solução de conflitos que podem surgir entre duas soberanias, a propósito de suas leis privadas ou dos interesses derivados de seus nacionais.
Direito internacional privado é um complexo de normas e princípios de regulamentação que, atua nos diversos ordenamento legais ou convencionais, estabelece qual o direito aplicável para resolver conflitos de leis ou sistemas, envolvendo relações judiciais
de natureza privada ou pública, com referências internacionais ou interlocais. 
A atuação normativa ou sistemática do direito internacional privado envolve relações jurídicas de natureza privada e pública.
Objetivos do direito internacional privado.
Antes da apresentação de qualquer conceito dos objetivos, ressalto que o direito internacional, assim como muitos outros, não possui tão bem definida seus fins fundamentais, cabendo à doutrina, por mais imparcial que seja, conceituar e trazer a luz do direito os ditames principais deste ramo jurídico. 
Uniformização da lei
Nacionalidade
Condições jurídica do estrangeiro
Conflito das leis
Reconhecimento internacional de direito adquiridos
Direito Uniforme e Direito Internacional Privado
Assim como fora abordado no fim utópico do direito internacional, um de seus objetivos é normatização idênticas entre todas as estruturas internacionais. Existindo inclusive organizações voltadas a este objetivo. UNIDROIT – Instituto Internacional Pela Unificação Do Direito Privado.
Todavia, tal uniformidade é pouco provável, se não impossível.
“Direito Internacional Privado e Direito Uniforme são coisas inconfundíveis, enquanto um busca lincar normas de origens diferentes, e até certo ponto antagônicas, o outro almeja a criação de uma norma padrão.”
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Apesar dos pesares, podemos averiguar algumas normas internacionais com caráter uniformizador, a fim de que se busque uma consciência jurídica semelhante, contudo a criação de direito uniforme e idêntico ainda é muito distantes aos olhos da humanidade.
Nacionalidade
A nacionalidade é ponto regular no direito internacional.
Isto ocorre porque as relações internacionais são derivadas das relações na nacionalidade dos indivíduos com seus países, neste sentido somente pode ocorrer uma relação internacional quando existe conflito de nacionalidade.
A vinculação do individuo pode se manifestar sobre três aspectos: político, jurídico de fato. 
O aspecto político se caracteriza nacionalidade, a qual pode ser derivado do sangue, do território de nascimento ou ainda de um terceiro fato, o do registro da pessoa.
Art. 12. São brasileiros:
I - natos:
a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço de seu país;
b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer deles esteja a serviço da República Federativa do Brasil;
c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam registrados em repartição brasileira competente ou venham a residir na República Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira; 
O segundo vinculo, é denominado de jurídico, o qual se exterioriza pelo domicílio do indivíduo, tal condição determina vários aspectos secundários, os quis se refletem na capacidade civil, nos direitos de propriedade, entre outros itens.
O vínculo de fato se chama residência. 
É preciso, portanto fazer uma distinção entre residência e domicílio, o primeiro esta caracterizado com o local de fato da habitação, enquanto o segundo regulamentação por um fato de direito.
O embaixador reside em sua casa, a qual figura como sua residência, contudo, o local da embaixada recebe proteção diplomática, sendo considerado o domicílio do embaixador. 
Conflitos internacionais – Brasil x Arábia Saudita.
A nacionalidade é a porta de entrada do direito internacional. Assim pode-se dividir tal direito entre os nacionais e os não nacionais. 
Condições jurídicas do estrangeiro.
As condições jurídicas do estrangeiro são focadas na atividade do estrangeiro em outra nacionalidade.
Enquanto o direito de nacionalidade está ligado à vida do nacional dentro de seu território, e seus direitos, o direito do estrangeiro é focado na ideia do estrangeiro no Brasil.
Para o brasileiro testar (fazer testamento) não são necessários quaisquer elementos constitutivos, contudo, no território estrangeiro, o Francês precisa ter no mínimo 20 anos para poder testar. 
Assim, o Francês não pode testar no Brasil sobre seu patrimônio francês, isto não ocorre porque ele é estrangeiro, mas sim porque a legislação aplicada é a do local dos bens.
O direito do estrangeiro está caracterizado no direito que determinada pessoa tem em determinada localidade, diferente daquela delimitada em seu nascimento ou vinculo consanguíneo.
Tal ponto é facilmente posto em nossa constituição em seu artigo 12.
II - naturalizados:
a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos originários de países de língua portuguesa apenas residência por um ano ininterrupto e idoneidade moral;
b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na República Federativa do Brasil há mais de quinze anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que requeiram a nacionalidade brasileira.
§ 1º   Aos portugueses com residência permanente no País, se houver reciprocidade em favor de brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos previstos nesta Constituição. 
§ 2º - A lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros natos e naturalizados, salvo nos casos previstos nesta Constituição.
§ 3º - São privativos de brasileiro nato os cargos:
I - de Presidente e Vice-Presidente da República;
II - de Presidente da Câmara dos Deputados;
III - de Presidente do Senado Federal;
IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal;
V - da carreira diplomática;
VI - de oficial das Forças Armadas.
VII - de Ministro de Estado da Defesa
§ 4º - Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que:
I - tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude de atividade nociva ao interesse nacional;
II - adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos:  
a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira;  
b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro residente em estado estrangeiro, como condição para permanência em seu território ou para o exercício de direitos civis;  
Conflito de Leis
Os conflitos das leis também são uma preocupação do direito internacional. Isto ocorre porque a uniformidade legal, apesar de idealizada, é um conceito utópico, ocorrendo apenas na esfera do direito teórico.
Contudo, conflitos legais são frequentes, assim é preciso uma resolução dos confrontos, almejando uma harmonia legislativa e uma paridade de Estados.
Neste sentido, o foco do direito internacional no conflito legal ocorre em sua maioria dentro do direito civil, isto ocorre porque na esfera penal, não poderia ocorrer uma apreciação internacional que fosse diferente do direito material posto.
Nilu Poena Sine Lege
Direitos Adquiridos.
Apesar da necessidade de relativização da norma internacional, com relação ao direito adquirido, alguns fundamentos devem ser priorizados.
Assim, se um estrangeiro se casa em seu território, e lá existia a legalidade no ato, assim como no Brasil, tal ato é valido no território nacional, sem a necessidade de uma averiguação da legalidade. 
COMPETÊNCIA E JURISDIÇÃO.
Competência
Art. 88. É competente a autoridade judiciária brasileira quando:
I - o réu, qualquer que seja a sua nacionalidade, estiver domiciliado no Brasil;
II - no Brasil tiver de ser cumprida a obrigação;
III - a ação se originar de fato ocorrido ou de ato praticado no Brasil.
Art. 89. Compete à autoridade judiciária brasileira, com exclusão de qualquer outra:
I - conhecer de ações relativas a imóveis situados no Brasil;
II - proceder a inventário e partilha de bens, situados no Brasil, ainda que o autor da herança seja estrangeiro e tenha residido fora do território nacional.
Jurisdição
Sempre será brasileira, uma vez que a sentença internacional provinda de outro país precisa de homologação no Brasil.
Isto ocorrerá através do STJ – CRFB/88.

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