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POLÍTICAS EDUCACIONAIS E ORGANIZAÇÃO DO ENSINO E DA GESTÃO NO BRASIL - U4

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Objetivos
•	 Descrever	as	formas	de	gestão	escolar	nas	dimensões	administrativa	e	peda-
gógica	a	partir	da	legislação	vigente.
•	 Compreender	e	refletir	sobre	o	papel	da	educação	escolar	numa	perspectiva	
de	transformação	da	realidade	social.
Conteúdos
•	 A	gestão	escolar	e	a	legislação	vigente.
•	 A	escola	e	a	sociedade	do	conhecimento	–	perspectiva	transformadora.
Orientações para o estudo da unidade
Antes	de	iniciar	o	estudo	desta	unidade,	leia	as	orientações	a	seguir:
1)	 Busque	identificar	os	principais	conceitos	apresentados;	siga	a	linha	gradati-
va	dos	assuntos	até	poder	observar	o	contexto	geral	do	estudo	das	políticas	
educacionais	no	contexto	brasileiro.	
2)	 Não	deixe	de	recorrer	aos	materiais	complementar	descritos	no	Conteúdo 
Digital Integrador.
Legislação da Organização 
Escolar – Aspectos 
Administrativos e Pedagógicos
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Claretiano - Centro Universitário
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Claretiano - Centro Universitário
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1. INTRODUÇÃO
Vamos	iniciar	a	nossa	quarta	unidade	de	estudo.	Você	deve	
ter	compreendido	os	conceitos	estudados	até	aqui,	está	prepara-
do?	
Nesta	unidade,	 estudaremos	 a	 gestão	escolar	 sob	dois	 as-
pectos:	 a	 legislação	 vigente	e	o	 seu	papel	 transformador	na	 so-
ciedade	 da	 informação	 e	 do	 conhecimento.	 Promover	 a	 gestão	
escolar,	desenvolver	atividades	que	possam	conduzir	os	 sujeitos	
escolares	para	alcançar	níveis	mais	elevados	de	saberes	e	construir	
novos	conhecimentos.
A	escola	vive,	hoje,	sob	constante	pressão	do	meio	no	qual	
está	inserida,	as	exigências	e	as	demandas	por	uma	formação	que	
possibilite	 um	bem-estar	 social,	 que	minimize	 as	 desigualdades,	
levam	a	uma	situação	de	mudança	no	seu	interior	e	nas	formas	de	
conduzir	o	processo	de	ensino-aprendizagem.
A	formação	de	gestores	tem	sido	voltada	para	a	qualificação	
de	profissionais	mais	criativos	e	inovadores,	estudiosos	e	investi-
gadores	na	busca	de	novos	processos	de	gestão	educacional.	Os	
sujeitos	 profissionais	 da	 educação	 devem	 buscar	 aprimorar	 sua	
formação	inicial	promovendo	uma	interação	dentro	da	escola,	ge-
rando	um	ambiente	de	aprendizagem	numa	perspectiva	colabora-
tiva,	compartilhando	saberes.	Os	sujeitos	estudantes,	por	sua	vez,	
devem	 ter	 ambiente	 propício	 no	 qual	 possam	 demonstrar	 suas	
potencialidades	e	 também	trocar	experiências	 tanto	com	outros	
sujeitos	da	faixa	etária	como	também	docentes,	gestores,	agentes	
mais	experientes.
A	educação	escolar	tem	sido	organizada	por	meio	de	textos	
legais	que	delimitam	desde	a	forma	do	ambiente	até	o	currículo	
que	deve	ser	desenvolvido	para	complementar	a	educação	primá-
ria	das	crianças	e	jovens.	Entramos	aqui	num	contexto	próprio	da	
escola	–	a	transformação	cognitiva	de	todos	que	a	frequentam.	
© Políticas Educacionais e Organização do Ensino e da Gestão no Brasil102
Consideramos	que	é	exigido	da	escola,	nos	dias	atuais,	con-
forme	Santos	(2002,	p.	2),	uma	postura	inovadora	a	cada	momen-
to	durante	o	processo	de	ensino-aprendizagem.
A	nova	escola	requer	gestores	mais	dinâmicos,	criativos	e	capazes	
de	 interpretar	 as	 exigências	 de	 cada	 momento	 e	 de	 instaurar	
condições	mais	 adequadas	 de	 trabalho.	 A	 autonomia	 da	 escola,	
tão	decantada	e	mesmo	prevista	na	legislação	do	ensino,	depende,	
em	 grande	 parte,	 da	 competência	 de	 seus	 diretores	 para	 que	 a	
escola	possa	não	só	acompanhar	as	grandes	transformações	que	
se	operam	na	sociedade	como	também	intervir	nelas.
Nesta	unidade	desenvolveremos	uma	reflexão,	em	que	po-
deremos	discutir,	expor	exemplos,	considerando	o	contexto	atual	
no	 qual	 as	 tecnologias,	 as	 demandas	 econômicas	 da	 população	
denotam	 total	 integração	 entre	 as	 políticas	 sociais	 e	 o	 contexto	
educativo	escolar.
2. CONTEÚDO BÁSICO DE REFERÊNCIA
O	Conteúdo Básico de Referência	apresenta	de	forma	sucin-
ta	os	temas	abordados	nesta	unidade.	Para	sua	compreensão	in-
tegral,	é	necessário	o	aprofundamento	pelo	estudo	do	Conteúdo 
Digital Integrador.	
2.1. A GESTÃO ESCOLAR E A LEGISLAÇÃO VIGENTE
O	bom	funcionamento	de	um	sistema	educacional	depende	
da	política	 implementada,	se	esta	permitir	ou	não,	que	a	gestão	
escolar	tenha	liberdade	de	criar,	inovar,	estabelecer	formas	de	tra-
balho	a	partir	 de	uma	perspectiva	democrático-participativa.	Os	
sujeitos	escolares	–	gestores,	professores,	agentes	escolares	e	alu-
nos	–	devem	atuar	na	criação	de	um	ambiente	propício	à	aprendi-
zagem.
Sobre	 essa	 questão	 é	 possível	 acrescentar	 que	 a	 ideia	 de	
uma	gestão	democrática	participativa	vem	sendo	acentuada	num	
processo	histórico,	em	que	se	percebeu	a	necessidade	de	ampliar	
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a	atuação	dos	sujeitos	escolares,	passando	de	meros	espectadores	
para	uma	participação	efetiva	na	tomada	de	decisão.
Luck	(2011,	p.	17)	aponta	que:	
A	 gestão	 participativa	 é	 normalmente	 entendida	 como	 uma	
forma	 regular	 e	 significante	 de	 envolvimento	 dos	 funcionários	
de	uma	organização	no	seu	processo	decisório.	Em	organizações	
democraticamente	 administradas	 –	 inclusive	 escolas	 –	 os	
funcionários	 são	envolvidos	no	estabelecimento	de	objetivos,	na	
solução	de	problemas,	na	tomada	de	decisões,	no	estabelecimento	
e	na	manutenção	de	padrões	de	desempenho	e	na	manutenção	
dos	padrões	de	desempenho	e	na	necessidade	das	pessoas	a	quem	
os	serviços	da	organização	se	destinam.	
Nesse	sentido,	voltamo-nos	para	a	organização	legal	da	edu-
cação	brasileira	que	denota	tendência	para	a	 implementação	de	
formas	democráticas	de	participação	direta	dos	sujeitos	escolares,	
a	começar	pelas	esferas	de	manutenção	dos	sistemas.
A	LDB	nº	9.394/96,	no	seu	Título	IV Da Organização da Edu-
cação Nacional,	prescreve	a	partir	do	Art. 8º até no Art. 20	todas	
as	normas	e	incumbências,	bem	como	as	responsabilidades	sobre	
toda	a	política	educacional.	
Consta	no	Art.	8	que:
A	união,	os	Estados,	o	Distrito	Federal	e	os	Municípios	organizarão,	
em	regime	de	colaboração,	os	respectivos	sistemas	de	ensino.
§	 1º	 -	 Caberá	 à	 União	 a	 coordenação	 da	 política	 nacional	 de	
educação,	articulando	os	diferentes	níveis	e	sistemas	e	exercendo	
função	normativa,	redistributiva	e	supletiva	em	relação	às	demais	
instâncias	educacionais.
§	2º	 -	Os	sistemas	de	ensino	terão	 liberdade	de	organização	nos	
termos	desta	lei	(BRASIL,	1996).
Notamos,	 nesse	 artigo,	 que	há	uma	 intencionalidade	 legal	
para	que	seja	criada	uma	gestão	escolar	livre	e	com	possibilidade	
de	criar,	inovar,	gerar	situações	que	permitam	o	desenvolvimento	
do	sujeito	escolar	para	a	conquista	de	uma	possível	autonomia.
O	que	se	expressa	como	"função	redistributiva"	se	refere	ao	
FUNDEB	–	 Fundo	de	Manutenção	e	Desenvolvimento	do	Ensino	
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Básico,	no	que	lhe	compete	para	a	redistribuição	de	recursos	para	
a	 Educação	 entre	 as	 esferas	 administrativas:	 federal,	 estadual	 e	
municipal.	
Os	Arts.	de	9	a	11	definem	as	responsabilidades,	as	incum-
bências	de	cada	uma	das	esferas,	as	quais	você	pode	conferir	no	
texto	original.
Reservamos	comentário	especial	para	o	Art.	12,	que	estabe-
lece	as	incumbências	de	cada	estabelecimento	escolar:
Os	estabelecimentos	de	ensino,	respeitadas	as	normas	comuns	e	as	
do	seu	sistema	de	ensino,	terão	a	incumbência	de:
I	-	elaborar	e	executar	sua	proposta	pedagógica;
II	-	administrar	seu	pessoal	e	seus	recursos	materiais	e	financeiros;
III	 -	 assegurar	 o	 cumprimento	 dos	 dias	 letivos	 e	 horas-aula	
estabelecidas;
IV	-	velar	pelo	cumprimento	do	plano	de	trabalho	de	cada	docente;
V	 -	 prover	 meios	 para	 a	 recuperação	 dos	 alunos	 de	 menor	
rendimento;
VI	-	articular-se	com	as	famílias	e	acomunidade,	criando	processos	
de	integração	da	sociedade	com	a	escola;
VII	 -	 informar	 pai	 e	 mãe,	 conviventes	 ou	 não	 com	 seus	 filhos,	
e,	 se	 for	 o	 caso,	 os	 responsáveis	 legais,	 sobre	 a	 frequência	 e	 o	
rendimento	dos	alunos,	bem	como	sobre	a	execução	da	proposta	
pedagógica	da	escola;
VIII	-	notificar	ao	Conselho	Tutelar	do	Município,	ao	juiz	competente	
da	Comarca	e	ao	respectivo	representante	do	Ministério	Público	a	
relação	dos	alunos	que	apresentem	quantidade	de	faltas	acima	de	
cinquenta	por	cento	do	percentual	permitido	em	lei	(BRASIL,	1996).
Nesse	 sentido,	 conforme	 Brandão	 (2010,	 p.	 51),	 a	 lei	 dá	
maiores	privilégios	às	redes	privadas,	vejamos:	
O	inciso	I,	do	art.	12	da	LDB,	concede	às	escolas,	tanto	pública	como	
privada,	o	dever de	“elaborar e executar sua proposta pedagógica". 
Nesse	caso,	as	escolas	públicas	acabam	tendo	menor	autonomia	de	
elaboração	de	suas	propostas	pedagógicas,	porém	isso	não	significa	
que	 não	 haja	 espaço	 para	 propostas	 diferenciadas,	 mantidas	 as	
linhas	 gerais	 da	 política	 educacional	 de	 seu	 sistema	 de	 ensino	
(federal,	estadual	ou	municipal).
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Nos	 outros	 incisos,	 veremos	 que	 se	 repete	 essa	 situação.	
Entretanto,	 em	cada	estado	ou	município,	 pode-se	 verificar	que	
há	uma	abertura	nesse	sentido	–	verifique	as	legislações	regionais	
que	são	disponibilizadas	nos	sites	das	Secretarias	de	Educação.
A	Lei	nº	9.394/96,	por	ser	um	conjunto	de	normas	que	dire-
cionam	a	política	educacional	nacional,	traz,	em	seu	bojo,	um	cará-
ter	ideológico,	ou	seja,	publica	o	contexto	em	que	a	sociedade	vive	
no	momento	e	que	se	faz	destacar	na	forma	da	sua	letra,	do	seu	
texto,	as	demandas	 sociais	e	econômicas	vivenciadas	na	década	
em	que	a	discussão	acontece.	Ainda,	conforme	cita	Demo	(2002,	
p.	15),	a	LDB	"deveria	ser	uma	lei	curta,	sem	muitas	palavras	para	
não	atrapalhar	as	formas	particularizadas	de	atuar	no	processo	de	
ensino	e	aprendizagem".
Achamos	oportuno	apresentar	o	Art.	13,	que	estabelece	as	
incumbências	docentes,	de	 forma	geral,	 lembrando	que	se	deve	
consultar	 a	 legislação	 regional	 ou	 específica	 de	 cada	 Estado	 ou	
Município.
Os	docentes	incumbir-se-ão	de:
I	 -	 participar	 da	 elaboração	 da	 proposta	 pedagógica	 do	
estabelecimento	de	ensino;
II	 -	 elaborar	 e	 cumprir	 plano	 de	 trabalho,	 segundo	 a	 proposta	
pedagógica	do	estabelecimento	de	ensino;
III	-	zelar	pela	aprendizagem	dos	alunos;
IV	 -	 estabelecer	 estratégias	 de	 recuperação	 para	 os	 alunos	 de	
menor	rendimento;
V	 -	ministrar	 os	 dias	 letivos	 e	 horas-aula	 estabelecidos,	 além	de	
participar	integralmente	dos	períodos	dedicados	ao	planejamento,	
à	avaliação	e	ao	desenvolvimento	profissional;
VI	 -	colaborar	com	as	atividades	de	articulação	da	escola	com	as	
famílias	e	a	comunidade	(BRASIL,	1996).
Cabe	uma	 reflexão	quanto	às	 responsabilidades	 atribuídas	
aos	docentes	uma	vez	que,	se	essa	atuação	não	for	efetiva,	as	pro-
babilidades	 de	 êxito	 de	 qualquer	 proposta	 pedagógica	 estarão,	
no	mínimo,	comprometidas.	Nesse	sentido,	podemos	dizer	que	a	
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maioria	dos	incisos	da	lei	pode	ser	considerada	coisa	óbvia	no	sen-
tido	de	que	fazem	parte	do	universo	de	trabalho	docente	e	que,	no	
mínimo,	devem	fazer	cumprir	sua	funcionalidade,	ou	seja,	estimu-
lar	a	aprendizagem	por	meio	de	pedagogias	e	recursos	didáticos	
eficientes	e	eficazes.	 Isso	é	o	que	o	 texto	 legal	determina	e	que	
deve	ser	cumprido	nas	escolas.
Continuando	a	demonstrar	os	artigos	e	suas	normatizações,	
vejamos,	a	seguir,	no	Quadro	1,	os	artigos	e	suas	determinações.
fica:
Quadro 1	Definições	de	Artigos.
ARTIGO DEFINIÇÕES
8º
Os	entes	federados	organizam	seus	sistemas	de	ensino	em	regime	de	
colaboração
9º Incumbências	da	União
10º Incumbências	dos	Estados
11 Incumbências	dos	Municípios
12 Incumbências	dos	estabelecimentos	de	ensino
13 Incumbências	dos	docentes
14
A	gestão	escolar	deverá	ser	democrática,	estimulando	a	participação	
dos	sujeitos	escolares	e	da	comunidade
15 Assegura	progressividade	para	autonomia	das	escolas
16 Formação	do	sistema	federal	–	mantido	pela	União
17 Formação	do	sistema	dos	Estados	e	Distrito	Federal
18 Formação	do	sistema	dos	Municípios
19
Classificação	 das	 instituições	 de	 ensino	 em	 todos	 os	 níveis	 e	
modalidades
20 Enquadramento	das	instituições	da	rede	privada
Cabe-nos	 apresentar	 a	 gestão	 escolar,	 que	 é	 definida	 pela	
Lei	nº	9.394/96	no	seu	aspecto	participativo.	O	Art.	14,	que	trata	
desse	princípio,	estabelece	que	a	gestão	terá	caráter	democrático;	
entretanto,	serão	respeitadas	as	peculiaridades.	
Conforme	Brandão	(2010,	p.	56),	o	que	os	legisladores	que-
riam	 dizer	 com	 essa	 afirmativa	 é	 que	 essa	 frase	 dá	 margem	 a	
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inúmeras	possibilidades	de	não	se	colocar	em	prática	a	 ideia	de	
"gestão	democrática	do	ensino	público",	sob	o	argumento	de	que	
algumas	peculiaridades	próprias	dessa	ou	daquela	escola,	ou	até	
mesmo	desse	ou	daquele	sistema	de	ensino	(federal,	estadual	ou	
municipal)	não	permitem	a	gestão	democrática.	
A	respeito	da	gestão	escolar	e	de	sua	relação	com	a	legisla-
ção	vigente,	é	preciso	 ressaltar	ainda	que	 temos	a	dimensão	da	
avaliação	 cujo	 tratamento	 legal	 consta	 do	Art.	 9º	 em	 seu	 Inciso	
V:	"coletar,	analisar	e	disseminar	informações	sobre	a	educação",	
como	competência	da	União.	
Segundo	Demo	(2002,	p.	31-32),	este	texto	legal	define	a	im-
portância	de	buscar	o	incremento	às	políticas	educacionais:
a)	 [...]	admitindo	a	necessidade	de	qualidade	técnica	dos	dados	
disponíveis,	 sua	 função	 política	 de	 análise	 crítica,	 o	 incremento	
desse	 tipo	 de	 atividade	 e	 certamente	 sua	 relevância	 como	
instrumento	essencial	de	diagnóstico	e	prognóstico	[...];
b)	 no	Inciso	VI,	aparece	o	compromisso	com	o	"processo	nacional	
de	 avaliação	 do	 rendimento	 escolar	 no	 ensino	 fundamental,	
médio	 e	 superior,	 em	 colaboração	 com	 os	 sistemas	 de	 ensino,	
objetivando	a	definição	de	prioridades	de	melhoria	da	qualidade	
de	ensino";	 aqui	o	 foco	está	no	 rendimento	escolar	de	 todos	os	
níveis	educacionais,	o	que	permitiria	ao	país	alinhar-se	aos	outros	
que	já	possuem	sistemas	de	avaliação	em	andamento	[...];
c)	 no	Inciso	VIII	volta-se	especificamente	para	o	"processo	nacional	
de	avaliação	das	instituições	de	educação	superior",	consagrando	
uma	iniciativa	crucial	nesse	campo,	já	de	há	muito	minado	por	toda	
sorte	de	desmandos,	sobretudo	nas	entidades	privadas	[...].
Outra	dimensão	que	comentamos	com	igual	 importância	é	
a	questão	da	organização	pedagógica	e	curricular	–	dois	assuntos	
que,	na	gestão	escolar,	constituem	a	base	do	trabalho	escolar.	Per-
cebemos	até	aqui	que	os	sistemas	de	ensino	são	interligados	e	isso	
denota	a	necessidade	de	estabelecer	uma	padronização	normati-
va	que	conduz	o	sistema	geral.
A	dimensão	pedagógica	envolve	a	definição	de	níveis	e	mo-
dalidades	 de	 ensino,	 bem	 como	 um	 currículo	 que	 compreende	
uma	base	nacional	e	dá	abertura	para	a	inserção	de	outros	compo-
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nentes	que	atendem	às	políticas	regionais,	tanto	estaduais	como	
municipais.
Recorremos	a	Libâneo,	Oliveira	e	Toschi	(2010,	p.	355),	que	
sugerem	uma	divisão	das	áreas	de	atuação	da	organização	e	da	
gestão	 da	 escola	 que	 possibilite	 uma	melhor	 aprendizagem	dos	
alunos,	gerando	e	criando	um	ambiente	propício	em	cumprimento	
às	normas	legais	que	estabelecem	como	prioridade	o	pleno	desen-
volvimento	dos	sujeitos	escolares:
a)	 o	planejamentoe	o	projeto-pedagógico-curricular;
b)	 a	organização	e	o	desenvolvimento	do	currículo;
c)	 a	organização	e	o	desenvolvimento	do	ensino;
d)	 as	 práticas	 de	 gestão	 técnico-administrativas	 e	 pedagógico-
curriculares;
e)	 o	desenvolvimento	profissional;
f)	 a	avaliação	institucional	e	da	aprendizagem.
Sugerimos	que	você	consulte	outras	fontes	apresentadas	no	
Conteúdo Digital Integrador	 para	 ampliar	 o	 nível	 de	 informação	
sobre	o	assunto,	que	não	se	esgota	aqui.
Com	as	leituras	propostas	no	Tópico 3. 1.,	você	irá	apro-
fundar	os	seus	estudos	sobre	a	gestão	escolar	e	a	legislação	vi-
gente.	 Portanto,	 antes	 de	 prosseguir	 para	 o	 próximo	 assunto,	
realize	as	leituras	indicadas.
2.2. A ESCOLA E A SOCIEDADE DO CONHECIMENTO – UMA 
PERSPECTIVA TRANSFORMADORA
A	escola	não	é	uma	ilha,	não	vive	isolada	dos	contextos	no	
qual	 está	 inserida,	 no	 seu	 entorno	 existe	 uma	 comunidade	 que	
influencia	na	sua	organização	e	no	desenvolvimento	do	processo	
de	ensino-aprendizagem.	Por	meio	da	organização	de	um	planeja-
mento	estratégico,	podemos	inserir,	no	processo	de	gestão,	uma	
autoavaliação	que	nos	mostra	os	meios	e	entremeios	peculiares	
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da	relação	que	a	escola	tem	com	os	sujeitos	que	demandam	seus	
recursos	educativos.
Nesse	sentido,	Santos	(2002,	p.	14)	afirma	que:	
Mudança,	 inovação,	 alteração,	 transformação,	 conversão,	
modificação	 e	 outras	 palavras	 significam	 que	 alguma	 coisa,	 um	
fato,	uma	pessoa,	uma	 instituição,	etc.,	deixa	de	ser	o	que	era	e	
assume,	 qualitativa	 e/ou	 quantitativamente,	 outro	 caráter,	 outra	
identidade	e,	até	mesmo,	outra	forma	ou	conteúdo.
Santos	 (2002,	n.	p.)	 afirma	que	a	 sociedade	mudou	e	 tem	
outro	caráter,	 "passamos	de	uma	sociedade	 industrial	para	uma	
sociedade	de	serviços,	o	que	exige	nova	parceria	entre	a	educação	
e	os	negócios".
Nesse	sentido	acrescentamos	que	a	escola	mudará	mais	ain-
da,	a	gestão	escolar	deve	ficar	alerta	para	o	fato	de	não	poder	fi-
car	limitada	apenas	ao	trabalho	escolar	de	forma	pura	e	simples;	
entretanto,	deve	expandir	e	buscar	parcerias,	reunir	suas	poten-
cialidades	para	conseguir	ampliar	seus	recursos	didáticos	e	peda-
gógicos.
Recorremos	a	Freire	(1985,	p.	105),	que	nos	orienta	sobre	a	
questão	da	libertação	por	meio	da	educação	e	afirma	que	"a	cons-
ciência	crítica	é	a	representação	das	coisas	e	dos	fatos	como	se	dão	
na	existência	empírica.	Nas	suas	correlações	causais	e	circunstan-
ciais".
Nesse	sentido,	implica-nos	pensar	que	as	teorias	pedagógi-
cas	tradicionais	não	dão	conta	de	fundamentar	a	organização	de	
uma	escola	atual	por	estarem	 ligadas	à	 teoria	escolanovista,	 se-
gundo	Saviani	(2003,	p.	66),	ao	afirmar	que	"a	crítica	escolanovista	
atingiu	não	 tanto	o	método	tradicional,	mas	a	 forma	como	esse	
método	se	cristalizou	na	prática	pedagógica,	tornando-se	mecâni-
co,	repetitivo,	desvinculado	das	razões	e	finalidades	que	o	justifi-
cavam".
Na	 continuidade	 da	 nossa	 reflexão,	 tomemos	 por	 critério	
as	mudanças	 ocorridas	 no	 século	 20	 e	 que	 ajudaram	 a	 compor	
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essa	sociedade	da	informação	que	temos	hoje.	As	transformações	
ocorrem	em	todas	as	dimensões	e	lugares;	hoje,	o	conhecimento	
é	o	grande	recurso,	bem	como	a	característica	dominante	nessa	
sociedade,	ou	seja,	uma	sociedade	de	organizações.
Segundo	Santos	(2002,	p.	16):
As	mudanças	levam	a	uma	nova	dicotomia	de	valores,	não	literária	
e	 científica,	 mas	 entre	 "intelectuais"	 e	 "gerentes".	 Enquanto	
os	 primeiros	 se	 preocupam	 com	 palavras	 e	 ideias,	 os	 segundos	
importam-se	com	pessoas	e	trabalho.	O	grande	desafio	filosófico	e	
educacional	é	transcender	essa	dicotomia.
Considerando	 esse	 contexto,	 a	 escola	 busca	 se	 aprimorar	
com	modelos	 de	 gestão	 que	 correspondam	às	 novas	 demandas	
dos	 sujeitos	que	a	procuram	para	 satisfazer	 sua	necessidade	de	
atualização	nesse	mundo	em	que	 já	não	há	mais	 fronteiras	eco-
nômicas,	os	 saberes	navegam	na	 internet,	 as	 informações	estão	
acumuladas	e	sua	divulgação	está	ao	alcance	de	um	clique.
Na	sala	de	aula,	professores	e	alunos	disputam	espaço	entre	
o	antigo	e	o	novo,	o	uso	de	aparelhos	cada	vez	mais	sofisticados	
gera	conflitos	entre	a	geração	de	“nativos	digitais"	e	a	de	“migran-
tes	digitais",	com	toda	a	 limitação	desta	última	e	resistência	em	
mudar	métodos	de	ensino	tradicionais.
Recorremos	a	Dowbor	(2013,	p.	16),	que	nos	aponta	o	cená-
rio	que	se	descortina	e	exige	da	gestão	escolar	uma	nova	postura,	
inovadora	e	criativa.
Não	é	preciso	ser	nenhum	deslumbrado	da	eletrônica	para	constatar	
que	 o	movimento	 transformador	 que	 atinge	 hoje	 a	 informação,	
a	 comunicação	 e	 a	 própria	 educação	 constitui	 uma	 profunda	
revolução	 tecnológica.	 Este	 potencial	 pode	 ser	 visto	 como	 fator	
de	desequilíbrios,	 reforçando	as	 ilhas	de	excelência	destinadas	a	
grupos	 privilegiados,	 ou	 pode	 constituir	 uma	 poderosa	 alavanca	
de	 promoção	 e	 resgate	 da	 cidadania	 de	 uma	 grande	 massa	 de	
marginalizados,	criando	no	país	uma	base	ampla	de	conhecimento,	
uma	autêntica	revolução	científica	e	cultural.
Nesta	rearticulação	da	sociedade,	hoje	urbanizada	e	coexistindo	em	
"vizinhanças",	e	frente	ao	novo	papel	do	conhecimento	no	nosso	
cotidiano,	as	estruturas	de	ensino	poderiam	evoluir,	por	exemplo,	
para	 um	 papel	 muito	 mais	 organizador	 de	 espaços	 culturais	 e	
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Claretiano - Centro Universitário
© U4 - Legislação da Organização Escolar – Aspectos Administrativos e Pedagógicos
científicos	 do	 que	 propriamente	 de	 "lecionador"	 no	 sentido	
tradicional.	 De	 toda	 forma	 o	 espaço	 urbano	 abre	 possibilidades	
para	 a	 organização	 de	 redes culturais interativas	 que	 colocam	
novos	desafios	ao	próprio	conceito	de	educação.	
Conforme	 vimos,	 tudo	 indica	 que	 não	 estamos	 enfrentando	
apenas	 uma	 revolução	 tecnológica.	 Na	 realidade,	 o	 conjunto	
de	 transformações	 parece	 estar	 levando	 a	 uma	 sinergia	 da	
comunicação,	informação	e	formação,	criando	uma	realidade	nova,	
que	 está	 sendo	 designada	 como	 “sociedade do conhecimento".	
De	certo	modo,	o	processo	 reflete	os	primeiros	passos	do	homo 
culturalis,	em	contraposição	ao	homo economicus	dos	séculos	XIX	
e	XX.
Podemos	visualizar	várias	situações	–	mudanças	e	resistên-
cias	–	os	sujeitos	continuam	os	mesmos	e	vão	se	vendo	em	contex-
tos	cada	vez	mais	diferentes.	Toda	mudança	é	um	grande	desafio	
que	 deve	 ser	 enfrentado	 por	 pessoas	 diferentes,	 em	 diferentes	
posições,	que	liderem	de	maneiras	diferentes,	e	não	como	heróis.
Finalmente,	a	gestão	escolar	é	mais	globalizante	e	dinâmica	
e	envolve	a	dimensão	política	e	social,	a	ação	para	transformações,	
globalizações,	 participação,	 práxis,	 cidadania	 etc.	 A	 expressão	
“gestão	educacional"	é	comumente	utilizada	para	designar	a	ação	
dos	dirigentes	que	simplesmente	administram	e	não	alteram	seu	
padrão	de	atuação,	que	hoje	deve	mudar	para	que	a	escola	seja	de	
fato	 transformadora	e	não	 reprodutora,	numa	sociedade	que	se	
modifica	cultural,	social,	tecnologicamente	a	todo	o	momento	em	
rápidos	movimentos.
Frente	a	esse	mundo	 tão	diferente	do	 início	do	 século	20,	
corroboramos	com	Dowbor	(2013,	p.	17),	que	nos	posiciona	em	
um	contexto	em	que	os	indicadores	demonstram	que	outras	ins-
tituições	têm	causado	mais	transformações	que	as	nossas	escolas	
possam	influenciar.
A	 desigualdade	 continua	 a	 marcar	 estruturalmente	 o	 nosso	
universo	da	educação.	Mas	nos	últimos	20	anos,	tivemos	avanços	
extremamente	 expressivos.	 De	 certa	maneira,	 a	 educação	 ainda	
é	 o	 nosso	 setor	mais	 atrasado,	 e	 ao	mesmo	 tempo	 o	 que	mais	
avançou.	 O	 Atlas de Desenvolvimento Humano Municipal Brasil 
2013,	elaboradoconjuntamente	pelas	Nações	Unidas,	pelo	IPEA	e	
© Políticas Educacionais e Organização do Ensino e da Gestão no Brasil112
pela	Fundação	 João	Pinheiro,	mostra	que	as	pessoas	de	18	anos	
ou	mais	que	concluíram	o	fundamental	representavam	30,1%	em	
1991,	39,8%	em	2000	e	54,9%	em	2010,	cifras	que	mostram	tanto	
o	impressionante	atraso	herdado	do	chamado	“milagre	da	era	da	
ditadura",	 como	 a	 força	 das	 transformações	 recentes	 e	 o	 longo	
caminho	pela	frente.	A	população	de	11	a	13	anos,	frequentando	
os	anos	finais	do	Ensino	Fundamental	passou,	nos	mesmos	anos,	
de	um	desastroso	36,8%	para	59,1%	e	84,9%,	o	que	aponta	para	
um	futuro	mais	decente,	ainda	que	não	satisfatório.	A	população	
de	15	a	17	anos	com	fundamental	completo	passou	nos	mesmos	
períodos	de	20,0%,	para	39,7%	e	57,2%.	E	a	população	de	18	a	20	
anos	 com	curso	médio	 completo	passou	de	13,0%	para	24,8%	e	
41,0%.
Concluímos	o	estudo	desta	unidade	com	uma	reflexão	a	res-
peito	da	capacidade	da	educação	transformadora,	que	convive	no	
bojo	dessa	sociedade	do	conhecimento	e	tem	buscado	mudar	seu	
interior,	substituindo	velhas	práticas	pedagógicas	pelo	uso	de	re-
cursos	tecnológicos.	Entretanto,	ainda	resta	lutar	contra	seus	mi-
tos	e	tabus,	explicitando-os	a	partir	de	uma	autoavaliação	que	de-
monstre	de	forma	clara	os	indicadores	das	dimensões	que	devem	
sofrer	intervenção,	seja	de	ordem	física	ou	filosófica.
Além	da	 temática	apontada	no	parágrafo	anterior,	é	 impor-
tante	levantarmos	uma	discussão	sobre	gestão	e	avaliação	de	forma	
sucinta,	uma	vez	que	são	temas	já	discutidos	em	outras	unidades.	
As	políticas	sociais,	atualmente,	têm	se	pautado	em	incluir	
em	 seus	planejamentos	 a	necessidade	de	 realizar	processo	 ava-
liatório	em	larga	escala	no	intuito	de	produzir	indicadores	para	in-
vestigar	os	 resultados	alcançados.	Na	educação	não	é	diferente,	
conforme	aponta	Libâneo	(2010,	p.	476-477):	
A	 avaliação	 é	 função	 primordial	 do	 sistema	 de	 organização	 e	
gestão.	Ela	supõe	acompanhamento	e	controle	das	ações	decididas	
coletivamente,	sendo	este	último	a	observação	e	a	comprovação	
dos	 objetivos	 e	 tarefas,	 a	 fim	 de	 verificar	 o	 estado	 real	 do	
trabalho	 desenvolvido.	 A	 avaliação	 permite	 pôr	 em	evidência	 as	
dificuldades	 surgidas	 na	 prática	 diária,	mediante	 a	 confrontação	
entre	o	planejamento	e	o	funcionamento	real	do	trabalho.	Visa	ao	
melhoramento	do	trabalho	escolar,	pois,	conhecendo	a	tempo	as	
dificuldades,	 pode-se	 analisar	 suas	 causas	 e	 encontrar	meios	 de	
superá-las.	
113
Claretiano - Centro Universitário
© U4 - Legislação da Organização Escolar – Aspectos Administrativos e Pedagógicos
Outro	aspecto	que	se	denota	nessa	discussão	é	a	questão	da	
centralização	 e	 da	 descentralização,	 fenômenos	 políticos	 que	 se	
manifestam	no	bojo	da	dinâmica	da	organização	da	educação	bra-
sileira.	Os	registros	do	processo	histórico	da	organização	da	edu-
cação	brasileira	apontam	um	movimento	que	tem	início	nos	anos	
de	1930	em	diante	e	que	denotam	que	o	início	de	tudo	se	identi-
fica	como	períodos	centralizadores	da	organização	da	educação.	A	
partir	dessa	data,	com	a	Reforma	Francisco	Campos,	o	Estado	or-
ganizou	a	educação	escolar	no	plano	nacional,	especialmente	nos	
níveis	secundário	e	universitário	e	na	modalidade	comercial.	
Segundo	Libâneo	(2010,	p.	161-162),	"retomada	da	discus-
são	sobre	a	municipalização	do	ensino	com	o	apoio	dos	privatistas,	
aliada	à	busca	da	escola	privada	por	pais	(em	boa	parte,	para	evitar	
as	greves	nas	escolas	públicas),	reforçou	a	tese	da	privatização	do	
ensino".	
Ainda,	conforme	Libâneo	(2010),	a	educação	brasileira	nor-
matizada	pelas	 leis	 que	 centralizam	as	decisões	de	 conduta	dos	
processos	 educativos	 escolares	 ainda	 continua	 não	 oferecendo	
privilégios	para	a	conquista	de	autonomia	gestora.	
A	 Constituição	 ou	 uma	 lei,	 porém,	 não	 conseguem	 sozinhas	 e	
rapidamente	descentralizar	o	ensino	e	fortalecer	o	município.	
[...]	 Descentralização	 faz-se	 com	 espírito	 de	 colaboração,	 e	 a	
tradição	política	brasileira	é	de	competição,	de	medição	de	forças.	
As	 categorias	 centralização/descentralização	 estão	 vinculadas	 à	
questão	do	exercício	do	poder	político,	mesmo	porque,	desde	o	
final	do	século	XX,	a	descentralização	vem	atrelada	aos	interesses	
neoliberais	de	diminuir	o	gasto	social	do	Estado.
[...]	A	lei	nº	9394/96	centraliza	no	âmbito	federal	as	decisões	sobre	
o	currículo	e	avaliação	e	atribui	à	sociedade	responsabilidades	que	
deveriam	 ser	 do	 Estado,	 tal	 como	 ocorreu,	 por	 exemplo,	 com	 o	
trabalho	voluntário	na	escola.	
[...]	 Os	 projetos	 Família	 na	 Escola	 e	 Amigos	 da	 Escola	 e	 a	
descentralização	de	responsabilidades	do	ensino	fundamental	em	
direção	 aos	 municípios	 são	 outros	 exemplos	 concretos	 de	 uma	
política	que	centraliza	o	poder	e	descentraliza	as	responsabilidades.	
© Políticas Educacionais e Organização do Ensino e da Gestão no Brasil114
Com	as	leituras	propostas	no	Tópico 3. 2.,	você	irá	apro-
fundar	os	seus	estudos	sobre	a	escola	e	a	sociedade	do	conhe-
cimento	–	uma	perspectiva	transformadora.	Portanto,	antes	de	
prosseguir	para	o	próximo	assunto,	realize	as	leituras	indicadas.
Vídeo complementar –––––––––––––––––––––––––––––––––
Neste momento, é fundamental que você assista ao vídeo complementar. 
Para assistir ao vídeo pela Sala de Aula Virtual, clique no ícone Videoaula, lo-
calizado na barra superior. Em seguida, selecione o nível de seu curso (Pós-
-graduação), a categoria (Disciplinar) e o tipo de vídeo (Complementar). Por fim, 
clique no Políticas Educacionais e Organização do Ensino e da Gestão no Brasil 
para abrir a lista de vídeos.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
3. CONTEÚDO DIGITAL INTEGRADOR
O	Conteúdo Digital Integrador	apresenta	uma	condição	ne-
cessária	e	indispensável	para	você	compreender	integralmente	os	
conteúdos	apresentados	nesta	unidade.
3.1. A GESTÃO ESCOLAR E A LEGISLAÇÃO VIGENTE
A	legislação	educacional	brasileira,	embora	traduza	norma-
tivamente	determinada	concepção,	não	expressa	o	significado	de	
sistema	de	ensino.	Na	Lei	nº	4.024/61,	o	termo	"sistema"	é	orien-
tado	pelo	critério	administrativo,	na	Lei	nº	5.692/71	ocorre	o	mes-
mo	e	na	Lei	nº	9.394/96,	atual	LDB,	este	termo	refere-se	à	Admi-
nistração	em	diversas	esferas.	Leia	mais	em:
•	 LIBÂNEO,	J.	C.	Diretrizes	curriculares	da	pedagogia:	impre-
cisões	teóricas	e	concepção	estreita	da	formação	profis-
sional	de	educadores.	Educ. Soc.,	v.	27,	n.	96,	p.	843-876,	
out.	2006.	Disponível	em:	<http://www.scielo.br/pdf/es/
v27n96/a11v2796.pdf>.	Acesso	em:	24	abr.	2014.
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3.2. A ESCOLA E A SOCIEDADE DO CONHECIMENTO – UMA 
PERSPECTIVA TRANSFORMADORA
Como	enfrentar	as	novas	dinâmicas,	como	ultrapassar	as	re-
sistências	das	chamadas	elites	aos	processos	de	democratização	
econômica	e	social,	como	rearticular	os	diversos	universos	sociais	
tão	distantes?	O	nosso	desafio,	portanto,	não	é	só	o	de	 introdu-
zir	novas	tecnologias,	com	o	conjunto	de	transformações	que	isto	
implica,	mas	também	de	assegurar	que	as	transformações	sejam	
fonte	de	oportunidades	mais	amplas.	Leia	mais	em:
•	 DOWBOR,	 L.	 Tecnologias do conhecimento:	 desafios	 da	
educação.	 Disponível	 em:	 <http://dowbor.org/2013/09/
tecnologias-do-conhecimento-os-desafios-da-educacao.
html/>.	Acesso	em:	24	abr.	2014.
Os	líderes,	hoje,	devem	ser	agentes	de	mudança,	pois	não	se	
trata	de	adquirir	novos	conceitos,	habilidades	ou	atitudes,	mas	de	
"desaprender"	o	que	não	é	mais	útil	à	organização.	Leia	mais	em:
•	 SILVA,	R.	C.	Gestão da educação para novos tempos.	Dis-
ponível	 em:	<http://www.anpae.org.br/congressos_anti-
gos/simposio2007/379.pdf>.	Acesso	em:	24	abr.	2014.
4. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS
A	autoavaliaçãopode	ser	uma	ferramenta	importante	para	
você	testar	o	seu	desempenho.	Se	encontrar	dificuldades	em	res-
ponder	às	questões	a	seguir,	você	deverá	revisar	os	conteúdos	es-
tudados	para	sanar	as	suas	dúvidas.
1)	 Segundo	o	Art.	12	da	LDB	nº	9.394/96,	trata	das	incumbências	dos	estabe-
lecimentos	escolares.
I.	Elaborar	e	executar	sua	proposta	pedagógica.
II.	Administrar	seu	pessoal	e	seus	recursos	materiais	e	financeiros.
III.	Assegurar	o	cumprimento	dos	dias	letivos	e	horas-aula	estabelecidas.
© Políticas Educacionais e Organização do Ensino e da Gestão no Brasil116
Assinale	a	alternativa	correta.
a)	 Está	correta	apenas	a	II.
b)	 Está	incorreta	apenas	a	I.
c)	 Está	correta	apenas	a	III.
d)	 Todas	estão	corretas.
2)	 A	gestão	escolar	é	mais	globalizante	e	dinâmica,	envolve	a	dimensão	políti-
ca	e	social,	a	ação	para	transformações,	globalizações,	participação,	práxis,	
cidadania	etc.
Infere-se	do	texto	acima	que:
a)	 a	escola	deve	buscar	atingir	mais	seus	alunos	deficientes.
b)	 o	trabalho	escolar	deve	ter	seu	currículo	ampliado.
c)	 a	escola	não	é	a	única	agência	formadora	na	sociedade.
d)	 a	gestão	escolar	é	uma	função	única	e	unilateral.
3)	 O	bom	funcionamento	de	um	sistema	educacional_____________,	se	esta	
permitir,	ou	não,	que	a	gestão	escolar	tenha	liberdade	de	criar,	inovar,	esta-
belecer	formas	de	trabalho	a	partir	de	uma	perspectiva	democrático-parti-
cipativa.
Assinale	a	alternativa	que	completa	corretamente	o	texto	acima.
a)	 depende	da	política	implementada.	
b)	 é	relevante	para	a	hegemonia	do	poder	político.
c)	 depende	da	gestão	ser	mais	rígida	ou	flexível.
d)	 depende	da	gestão	coletiva.
Gabarito
Confira,	 a	 seguir,	 as	 respostas	 corretas	 para	 as	 questões	
autoavaliativas	propostas:
1)	 d.
2)	 c.
3)	 a.
5. CONSIDERAÇÕES
Chegamos	ao	final	da	quarta	unidade,	na	qual	você	teve	a	
oportunidade	de	compreender	dois	pontos	fundamentais:	a	legis-
lação	educacional	e	 sua	 influência	na	 formação	do	sistema	e	na	
condução	da	gestão	escolar	e	a	importância	de	a	escola	ser	orga-
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Claretiano - Centro Universitário
© U4 - Legislação da Organização Escolar – Aspectos Administrativos e Pedagógicos
nizada	de	forma	que	possa	transformar	a	sociedade	em	que	está	
inserida.
Nesta	 unidade,	 pela	 temática	 desenvolvida,	 compreende-
mos	que	as	formas	de	gestão	da	educação	escolar	são	originadas	
de	um	processo	histórico	e	 influenciadas	pelos	contextos	sociais	
e	 políticos	 e,	 circunstancialmente,	 em	 cada	 particularidade	 dos	
estabelecimentos	escolares,	pelas	comunidades	que	apresentam	
aspectos	culturais	diversos.
O	padrão	que	a	legislação	impõe,	como	vimos,	se	restringe	
à	constituição	de	sistemas	educacionais	com	características	espe-
cíficas,	entretanto,	há	uma	liberdade	legal	para	a	composição	de	
regulamentações	 curriculares,	 didáticas,	 pedagógicas,	 de	manu-
tenção	de	cada	sistema,	bem	como	da	adoção	de	formas	de	gestão	
diferenciadas.
Com	preceitos	de	caráter	democrático-participativo,	as	nor-
mas	legais	não	se	limitaram	a	instruir	a	estrutura	de	manutenção,	
mas	também	as	incumbências	de	cada	esfera.
Na	segunda	parte,	procuramos	estudar	um	pouco	da	função	
social	da	gestão	escolar	–	proporcionar	ambiente	a	todos	os	sujei-
tos	escolares	para	que	se	cumpra	a	competência	transformadora	
que	se	exige	da	escola	nos	dias	de	hoje.
Encerramos	esta	unidade	com	a	sugestão	e	orientação	para	
que	você	possa	buscar	outras	fontes	de	consulta,	participe	dos	Fó-
runs	no	qual	podemos	trocar	saberes,	experiências	e	tornar	nosso	
estudo	mais	profícuo.
6. E-REFERÊNCIAS
BRASIL.	Lei nº 9.394/96, de 20 de dezembro de 1996.	Estabelece	as	diretrizes	e	bases	
da	educação	nacional. Disponível	em:	<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/
l9394.htm>.	Acesso	em:	24	abr.	2014.
DOWBOR,	 L.	 Tecnologias do conhecimento:	 desafios	 da	 educação.	 Disponível	 em:	
<http://dowbor.org/2013/09/tecnologias-do-conhecimento-os-desafios-da-
educacao.html/>.	Acesso	em:	24	abr.	2014.
© Políticas Educacionais e Organização do Ensino e da Gestão no Brasil118
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRANDÃO,	C.	F.	LDB passo a passo.	4.	ed.	(ver.	e	ampl.).	São	Paulo:	Avercamp,	2010.
DEMO,	P.	A nova LDB:	ranços	e	avanços.	13.	ed.	Campinas:	Papirus,	2002.
FREIRE,	P.	Educação como prática da liberdade.	16.	ed.	Rio	de	Janeiro	:	Paz	e	Terra,	1985.
LIBÂNEO,	 J.	 C.;	 OLIVEIRA,	 J.	 F.;	 TOSCHI,	M.	 S.	Educação escolar:	 políticas,	 estrutura	 e	
organização.	9.	ed.	São	Paulo:	Cortez,	2010.
LUCK,	H.;	FREITAS,	K.	S.;	GIRLING,	E.;	KEITH	S.	A escolar participative:	o	trabalho	do	gestor	
escolar. 9.	ed.	Petropólis,	RJ:	Editora	Vozes,	2011.
SANTOS,	C.	R.	O gestor educacional de uma escola em mudança.	 São	Paulo:	Pioneira	
Thomson	Learning,	2002.
SAVIANI,	 D.	Escola e democracia:	 teorias	 da	 educação,	 curvatura	 da	 vara,	 onze	 teses	
sobre	a	educação	política.	36.	ed.	Revista.	Campinas:	Autores	Associados,	2003.

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