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a05_t10 - E a sua estratégia

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1111 
 
E a sua estratégia? 
 
Aplique os mesmos conceitos de planejamento estratégico na gestão pessoal. 
Também funciona. 
 
É interessante constatar que muitos profissionais, inclusive da área de marketing 
e vendas, aptos e com experiência em planejar estratégias para as companhias 
que representam, costumam não desenvolver – com a mesma atenção e cuidado 
– seu próprio planejamento estratégico, mirando seus objetivos pessoais e 
profissionais. Por que será que a velha máxima “em casa de ferreiro o espeto é 
de pau” mostra-se real e com tanta frequência? 
 
Divago por algumas possíveis justificativas: 1) Porque não dá tempo para pensar 
na própria vida e carreira; 2) Porque formular o plano ideal não é garantia de 
sucesso, logo o que faz a diferença é o trabalho diário; 3) Porque para planejar 
são necessários recursos, informações e equipe, logo, sozinho vira um mero 
exercício; 4) Porque as metodologias de planejamento estratégico foram criadas 
para companhias e aplicá-las para pessoas é complexo... 
 
Independentemente das respostas, hoje, qualquer profissional, assim como a 
organização em que atua, está inserido num ambiente competitivo que exige 
planos e decisões estratégicas, além do aprimoramento constante da sua 
eficiência operacional. Portanto, não é lógico, nem sensato, deixar o 
planejamento da própria atuação profissional, num espectro mais amplo, para 
relativos e incertos “momentos” de reflexão – muitas vezes provocados por 
acontecimentos, como uma demissão ou uma boa conversa com amigos. 
 
Assim, há a questão atitudinal, com certeza, envolvida. Da mesma forma que o 
plano é conceituado como um documento e o planejamento é um ato contínuo, 
frequente e metodológico, é preciso tratar o planejamento pessoal da mesma 
 
 
 
 
 
 
 
2222 
forma. Disciplinadamente, abrir espaços na agenda para a reflexão, análise, 
busca de informações, pesquisa de mercado, concepção de cenários prováveis, 
formulação de objetivos, caminhos e táticas, metas de desempenho e revisões 
contínuas. Porque o ato de planejar deve ser uma atitude frequente, afinal, não 
é algo que se faz só no final do ano, para, depois, “correr atrás” no ano 
seguinte. Planejamento deve ser um hábito. Porém, há também uma outra 
questão, e essa é mais crítica: nem todo profissional compreende o que é e 
como planejar, ou mesmo, o que seja estratégia e outros conceitos envolvidos. 
 
Cincos Ps para estratégia 
Pode parecer que o marketing adora aplicar “Ps” em suas definições, o ponto 
(ops!) é que uma das melhores definições que conheço consegue explicar, de 
forma inteligente, os conceitos principais de estratégia – que é a base do ato de 
planejar – por meio de cinco Ps: plano, padrão, posição, perspectiva e partida. 
Segundo Henry Mintzberg, renomado autor de obras sobre o tema (inclusive, 
indico como leitura Safári de Estratégia, da editora Bookman), a estratégia é 
normalmente reconhecida como um plano, “uma direção, um guia ou curso de 
ação para o futuro, um caminho para ir daqui até ali” (Mintzberg, 2000). 
 
Ou seja, estratégia vai do presente para o futuro. No entanto, estratégia 
também é um padrão, a consistência de um comportamento ao longo do tempo, 
do passado até o presente. Por isso, quando escrevi que nem todos os 
profissionais têm um plano, não significa que eles não tenham uma estratégia. 
Veja bem, se um profissional chegou até esse momento presente, significa que 
ele tem uma história, e, ao analisá-la, consegue-se identificar padrões de 
decisões que refletem o nível de conhecimento e comportamento da pessoa e 
sua evolução. Algumas variações podem ocorrer, mas um padrão médio pode ser 
visualizado. 
 
Ao tomar consciência desse padrão estratégico, logo se poderá projetá-lo para o 
futuro e concluir alguma coisa do tipo “se mantiver esse padrão de evolução, 
 
 
 
 
 
 
 
3333 
logo, meu futuro será X”. Enfim, o passado estabelece o futuro, se tudo andar 
como andou. Então, há sempre uma história, um padrão, e, decorrente disso, 
um plano e uma projeção futura. E aí cabe um questionamento: será que o 
padrão projetado atende às ambições e desejos desse profissional? 
 
Coerência entre pensamentos e atos 
A partir dessa constatação, aplica-se outros Ps: que posição, no caso, no 
mercado de trabalho, quer-se ter para a vida profissional? E em que tempo? Em 
quais condições e concessões em relação à vida pessoal e familiar? O “pê” de 
posição estimula as ambições, projeta os desejos e faz ganhar vida, às vontades 
próprias. Mas pode descambar para um futuro idealizado e genérico, com pouca 
relação com as particularidades que faz o ser humano diferente e único. 
 
Enquanto a posição influencia a formulação do futuro pretendido a partir da 
análise da pessoa, suas habilidades e vontades, a perspectiva - o “pê” que não é 
seguinte e, sim, paralelo – analisa o futuro a partir do mercado, das 
oportunidades oriundas e das mudanças futuras nesses cenários. A questão é que 
toda análise representa uma visão, uma opinião, que é alicerçada no 
conhecimento e nas experiências vividas. Diante disso, a relação posição-
perspectiva do profissional para o mercado - e vice-versa - é mutável. Por isso, o 
planejar é um ato contínuo. 
 
E se, por um lado, é preciso valorizar as características e desejos, por outro, é 
preciso observar o cenário geral, para encaixar a posição pretendida, ou, 
mesmo, mudar a posição em função das perspectivas do mercado. E essa 
combinação estará formulada no, claro, “pê” de plano e nos seus objetivos para 
o futuro, influenciado pela ambição de ser amanhã diferente do que se é hoje. 
 
E, finalmente, o último dos Ps, a partida, diz respeito justamente a “saber jogar 
o jogo”, conduzir o dia a dia em função do plano, que representa a combinação 
posição-perspectiva. Partida é mais do que buscar a eficiência operacional, é 
 
 
 
 
 
 
 
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trabalhar no presente decidindo e agindo coerentemente com o planejado. E é, 
justamente, a preocupação quanto à coerência entre pensamentos e atos, que 
estimula a constante revisão, que é necessária para melhorar a compreensão, a 
visão e a opinião. Assim, só o hábito de planejar já provoca mudanças e faz do 
futuro algo diferente do que foi o passado/presente. Então, comece agora. 
 
Marcelo Miyashita é consultor líder e palestrante da MIYASHITA CONSULTING.

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