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Modulo 1 MBA em Marketing e Branding - Descomplica

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MODULO 1 
 
GESTÃO DO TEMPO 
 
• FUNDAMENTOS 
Vivemos numa sociedade cada vez mais imediatista, na qual estresse e ansiedade tornaram-se 
comuns a todos. 
O sistema capitalista cobra resultados cada vez maiores e nem sempre as organizações investem no 
bem-estar de seu colaborador. Em casa nossos filhos são mais questionadores e cobram nossa 
atenção de forma muitas vezes mais cruel que nossos “chefes”. 
Diante desse cenário, ter uma boa Gestão do Tempo torna-se uma obrigação. 
Esse treinamento foi desenvolvido com o objetivo de tornar mais eficaz a sua relação com tarefas, 
compromissos, anotações e contatos. 
Você gostaria de ter mais tempo em sua vida? Para quê? 
Algumas reflexões sobre Gestão do Tempo... 
“Tempo é dinheiro.” 
Existem ditados que considero bastante infelizes, principalmente se não soubermos interpretá-los. O 
que mais me incomoda na frase acima é o quanto ela nos passa uma ideia de trabalho constante. Se 
o dia tivesse 6 horas a mais, trabalharia todas elas para gerar mais dinheiro. Em outro cenário, se 
conseguir reduzir a realização de minhas tarefas em 2 horas, terei novamente mais tempo para gerar 
mais dinheiro. Discordo disso. Boa parte do tempo que podemos gerar através de produtividade deve 
ser destinado a geração de equilíbrio trabalho-lazer, não de dinheiro. 
“Isso é coisa para quem é organizado demais.” 
Não há dúvidas que quanto mais habilidade de organização você tiver mais fácil será gerenciar seu 
tempo. Pessoas com alto nível de racionalidade terão uma maior aptidão a absorver os conceitos 
apresentados aqui. Porém, definir-se como incapaz de desenvolver técnicas que melhorem sua 
relação com o tempo já é demais. Não se vitimize, nem caia no erro do “eu sou assim e pronto”. 
“Torna a minha vida muito programada.” 
Outro erro comum de quem olha de fora um processo de organização do tempo é acreditar que o 
mesmo torna a sua agenda muito engessada. A questão é simples: se fosse capaz de fazer sobrar 1 
hora no seu dia, teria mais liberdade ou se sentiria mais preso? Se vivesse menos em regime de 
urgência, qual domínio teria sobre suas ações? 
Acredite! Quanto melhor for o planejamento de seus compromissos e tarefas mais liberdade de ação 
você terá no seu dia-a-dia. 
“Minha vida pessoal e profissional são muito bem separadas.” 
Você é único. Não existe o lado profissional separado do pessoal. De fato é muito comum pessoas 
terem comportamentos distintos no trabalho e em casa. Em geral, o ambiente corporativo demanda 
um nível de organização maior e o risco de uma demissão torna as pessoas mais receptivas a 
métodos e padronizações. 
Agora reflita sobre quantas vezes você levou trabalho para casa e prejudicou o convívio com a sua 
família. Ou ainda quantas vezes um problema pessoal atrapalhou seu desempenho no trabalho. Um 
sistema de gerenciamento de tempo deve levar em conta todos os papéis do indivíduo, sem 
separação. 
Proatividade 
O conceito de proatividade é lugar comum no universo corporativo. A todo momento somos cobrados 
a tomar iniciativa e assumir a responsabilidade por nossas ações. 
Proatividade vai muito além de iniciativa. É assumir a responsabilidade pelas suas escolhas, 
independente de ter ou não culpa nos resultados. 
O meio externo influencia? Sim. É o responsável pelas suas escolhas? Não. Ter uma postura positiva 
em suas ações e perder tempo apenas com o aquilo que você é capaz de influenciar, compõe o 
comportamento proativo. 
 
 
• A MATRIZ DO TEMPO 
 
Metas 
É impossível gerenciar seu tempo sem saber onde pretende chegar. A definição de metas de curto, 
médio e longo prazos é fundamental para um correto planejamento semanal, afinal suas ações 
precisam estar alinhadas aos seus objetivos. 
“Deixo a vida me levar, vida leva eu...” é bem popular e positivo na canção do Zeca Pagodinho. Mas 
será que essa é a melhor atitude a tomar em sua vida? E se a vida lhe levar para onde não quer? 
Uma vida sem definição de metas é uma vida sem norte. 
Urgência x Importância 
A grande mudança de paradigma na Gestão do Tempo é separar suas atividades recorrentes e 
imprevistas em Urgência e Importância. Tudo que é urgente é necessariamente importante? A 
Importância está diretamente relacionada às suas metas. E urgência está intimamente ligada ao 
tempo que você dispõe para realizar a atividade sugerida. 
Várias atividades podem ser urgentes e importantes. Uma crise com um cliente, um familiar doente 
precisando de apoio. Porém, muitas atividades são meramente urgentes, mas não estão alinhadas 
às suas metas e, por várias vezes, apenas desperdiçam seu tempo. 
Todas as atividades (compromissos ou tarefas) que vivemos diariamente podem ser divididas em 
quadrantes. A formação desse modelo mental é baseada em dois conceitos fundamentais: 
importância e urgência. 
Importante: atividades que estão alinhadas com seus interesses, valores e prioridades. 
Urgente: atividades que possuem um prazo imediato. 
Dessa forma divide-se o tempo em quatro quadrantes: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
• TRABALHANDO OS QUADRANTES 
Uma vez compreendida a distribuição de seu tempo nos 4 quadrantes da Matriz do Tempo, faz-se 
necessário realizar um trabalho de redução nos quadrantes IV, III e I. O objetivo é ter cada vez mais 
tempo para dedicar ao quadrante II. 
Como ELIMINAR o quadrante IV? 
- Reflexão constante; 
- Cuidado com os ladrões do tempo: televisão e internet; 
- Gestão do estresse; 
- Propósito familiar / pessoal; 
Como EVITAR o quadrante III? 
- Alinhamento (profissional); 
- Discutir a relação (pessoal); 
- Esclarecer expectativas; 
- Aprender a dizer não e a negociar novos prazos; 
- Delegando poder (aumentando o nível de autonomia); 
- Desde que seja possível, não atenda todas as suas ligações. Faça um filtro na origem das ligações 
e no momento em atendê-las. Interromper uma atividade importante pode levar à perda de foco; 
Aprendendo a dizer não 
Está aí uma tarefa bem complicada. Dizer não torna-se especialmente difícil quando, por mais que a 
atividade proposta seja de nenhuma importância em sua vida, a pessoa que está pedindo é. Leia 
abaixo os problemas relacionados e algumas dicas que vão facilitar o seu próximo NÃO. 
Problemas: 
- É algo contrário à nossa cultura; 
- Muitas vezes passa antipatia, grosseria ou falta de atenção; 
- Dicotomia entre a não importância da tarefa e a importância da pessoa; 
Dicas: 
- Tenha um planejamento semanal como escudo; 
- Pense na tarefa você não realizará para atender o pedido; 
- Faça perguntas: isso é necessário agora? Precisa realmente de mim? Precisa realmente ser feito? 
- Não use o TALVEZ; 
- Ao superior: transfira a ele a decisão sobre as suas prioridades; 
- Fuja à popularidade e tenha coragem! 
Como REDUZIR o quadrante I? 
- Realizando um Planejamento semanal; 
- Cuidando dos relacionamentos; 
- Delegando; 
- Meta: 25% em urgências. 
 
 
• PREPARANDO A CASA 
Todo sistema de Gestão de Tempo deve ter como base os seguintes pontos: contatos, 
compromissos, anotações e tarefas. O primeiro passo na organização desses pontos é a escolha da 
ferramenta que irá auxiliar o processo. 
FERRAMENTAS 
CONTATOS: celular, provedores de e-mail, computador, agenda etc. 
COMPROMISSOS: ferramentas de calendário, google agenda, agenda tradicional etc. 
ANOTAÇÕES: aplicativos de celular, outlook, bloco de notas, folha de anotações etc. 
TAREFAS: aplicativos de celular, google tarefas, outlook, bloco de notas etc. 
DEFINA SEU ESTILO 
A escolha das ferramentas define o seu estilo de gestão. 
TOTALMENTE ONLINE: smartphone, laptop e ferramentas online. 
TOTALMENTE OFFLINE: agenda tradicional, papéis para anotações. 
MISTO: um pouco de cada. 
Em qual estilo você se enquadra? 
O PLANEJAMENTO 
TIPOS DE PLANEJAMENTO: 
Longo Prazo: mais de um ano para realizar. 
Ex.: filhos, casamento, compra de apartamento, carro, etc. 
Médio Prazo: menos de um ano para realizar. 
Ex.: eventos, viagens,cursos, treinamentos etc. 
Curto Prazo: uma semana. 
Ex.: tarefas e compromissos. 
Curtíssimo Prazo: follow up diário. 
Ex.: verificação das atividades adiadas, do dia e que podem ser antecipadas. 
 
OS PILARES DA GESTÃO DO TEMPO 
CONTATOS 
- Registro de telefone, email, empresa, cargo etc no seu telefone e provedor de email. 
- Estabeleça o maior network possível. 
- Cultive o vínculo fraco. 
- Crie grupos no provedor de email. 
- Seja criterioso com os contatos do Facebook e use o Linkedin. 
COMPROMISSOS 
- Anote todos em uma plataforma com lembretes. 
- Compartilhe com as pessoas envolvidas. 
- Anote as informações fundamentais do compromisso (pauta, local, horário, convidados). 
- Use a ferramenta “Repetir” para eventos recorrentes (aniversários). 
- Use os lembretes de forma criteriosa. 
- Não registre uma Tarefa como Compromisso. 
ANOTAÇÕES 
- Fundamental na organização do conhecimento. 
- Use para projetos futuros, pautas, dados etc. 
- Mantenha uma Tarefa associada a Anotação quando necessário (evite que caia no esquecimento). 
- Crie pastas em seu computador para organizar artigos, apresentações etc. 
TAREFAS 
- Registre todas as suas tarefas importantes. 
- Use a ferramenta “Repetir” para eventos recorrentes. 
- Defina SEMPRE um prazo, mesmo que tenha que adiar constantemente. 
- Transforme emails em tarefas (copiando os dados relevantes). 
- Seja criterioso no uso de lembretes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
• PLANEJAMENTO SEMANAL 
- É o planejamento de rotina. 
- Foco na execução. 
- Melhor unidade de tempo para planejamento. 
- Deve ser feito entre sexta a tarde (ideal) e segunda de manhã (menos indicado). 
- Duração de 20 a 30 min. 
PASSO A PASSO DO PLANEJAMENTO SEMANAL 
1. Reveja o planejamento da semana anterior. 
- Registrando novas tarefas que ainda não foram anotadas; 
- Eliminando as tarefas executadas; 
- Fazendo o acompanhamento de tarefas delegadas; 
- Criando novos prazos para as tarefas não cumpridas; 
- Reagendando compromissos não realizados. 
2. Analise os Compromissos da semana 
- Dimensione encontros e reuniões com as tarefas propostas para a semana; 
- Reagende o que for necessário; 
- Fique atento às demandas de cada compromisso (análise de dados, envio de relatórios); 
- Confirme os compromissos. 
3. Defina as Tarefas da semana 
- Dimensione a quantidade de tarefas com o tempo disponível; 
- Adie para a próxima semana o que for necessário; 
- Não planeje 100% de seu tempo (ou conviva tranquilamente com adiamentos); 
- Estabeleça quais tarefas são prioritárias; 
- Distribua as tarefas nos dias da semana. 
Verificações diárias: 
- O que não foi feito de dias anteriores? 
- O que deve ser feito hoje? 
- O que será realmente adiado (tarefas e compromissos)? 
 
 
 
 
 
 
• DICAS PRÁTICAS 
 
GESTÃO DE E-MAILS: 
Algumas dicas valiosas para aumentar a sua produtividade: 
- Caixa de entrada é de ENTRADA! 
Não deixe as mensagens na caixa de entrada eternamente. Uma vez resolvido o assunto encaminhe 
o e-mail para outra pasta. 
- Gerencie SPAMs. 
Utilize um e-mail auxiliar para cadastros e fichas. Marque os indesejados como SPAM e cancele o 
cadastro nos mailings indesejados. 
- Reduza as respostas desnecessárias (ok, ciente etc). 
Faça a sua parte e cobre das pessoas que façam a delas. Reduzir em 20% o número de e-mails 
abertos por dia tomando essa medida. 
- Só copie quem for necessário. 
- Use cópia oculta. 
- Não apague e-mails. 
- Crie apenas pastas necessárias. 
- Crie uma pasta padrão para e-mails resolvidos. 
- Crie grupos de destinatários. 
- Defina horários para “zerar” a caixa de entrada. 
- Não ligue nenhum notificador de e-mails. 
- Não verifique a caixa o tempo todo! 
ESCREVENDO EMAILS 
- O assunto deve ser totalmente compreensível; 
- Não escreva textos longos (3 ou 4 parágrafos no máximo); 
- Dê espaço entre parágrafos; 
- Use tópicos numerados e marcadores; 
- Leia o texto antes de enviá-lo; 
- Evite “broncas” por e-mail. 
GESTÃO DE REUNIÕES 
Algumas dicas para tornar suas reuniões mais objetivas e produtivas. 
- Defina Pauta; 
- Selecione os presentes; 
- Defina horário de início e principalmente de término; 
- Envie os arquivos necessários previamente; 
- Comece SEMPRE no horário; 
- Eleja um mediador; 
- Seja o mais sinérgico possível. 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
SINTA O RESULTADO 
O início é árduo e precisa de grande dedicação. É um processo de mudança de hábito. Assuma o 
compromisso de fazer por 4 semanas seguidas. Ao final de cada uma delas, veja o quanto você 
progrediu! 
ESTUDE 
Nunca foi tão fácil ter acesso ao conhecimento. Pratique sistematicamente atividades de estudo como 
leituras, treinamentos, cursos formais e outros. 
REVEJA CONSTANTEMENTE O MÉTODO 
O melhor método de Gestão do seu tempo é o que você desenvolverá. Utilize as dicas discutidas 
nesse curso para criar seu próprio modelo. Algo que sugeri não surtiu efeito? Ignore! Você pensou em 
adaptar alguma dica para outro formato? Faça! 
ENSINE 
A melhor forma de fixar um método é compartilhá-lo com outras pessoas. Comece dividindo o modelo 
com alguém próximo e depois expanda seus horizontes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PROJETO DE VIDA 
 
• VIDA - SENTIDO DA VIDA 
 Pensar para viver bem 
É sabido que viver pressupõe experienciar diversos momentos e sensações diferentes ao longo da 
passagem por este mundo. Não é à toa que caiu no uso popular a expressão “valer a pena”. Pode-se 
pensar, inclusive, que a expressão poderia ser (se é que já não foi) “valer as penas”, visto que muitas 
são as dores, tristezas e dificuldades pelas quais passamos ao longo dos anos. 
No entanto, foi justamente esta reflexão que trouxe a alguns teóricos uma visão relativamente positiva 
sobre a trajetória humana na terra. Sócrates, por exemplo, defendia a ideia de que a vida que vale a 
pena é a vida que compensa todas essas misérias e tristezas humanas. Mas você deve estar se 
perguntando: como se daria isso? O que fazer para que as coisas boas se sobressaiam às ruins? 
Portanto, o ponto central da discussão nesta aula está em refletir sobre aquilo que, na vida, se 
pusermos na balança equilibra as penas, as dificuldades, as dores, as tristezas. 
Sócrates é considerado o pai da maneira ocidental de pensar, por isso influencia até hoje a estrutura 
de pensamento de todos nós. Ele dizia que a existência humana seria uma experiência mais 
agradável tanto quanto mais se pense as ações no dia a dia. Ou seja, quanto mais na hora de viver 
você pensar (sobre o que está acontecendo, sobre o que está fazendo…) tanto mais a vida que está 
vivendo será melhor. 
No cenário atual do início do século XXI, esta é uma reflexão ainda mais oportuna, uma vez que temos 
sido marcados pela pressa, muito provavelmente em decorrência de sermos, talvez, a sociedade mais 
atarefada que já existiu. A agilidade se torna necessária para a sobrevivência, embora cada vez mais 
não prestemos atenção àquilo que estamos fazendo. Passamos pelas atividades rotineiras, por 
relacionamentos, estudos, hobbies e tantas outras experiências sem qualidade, sem satisfação. 
Sócrates diria que nunca antes a humanidade passou tão desatenta pela vida, sem aproveitá-la da 
forma como deveria. 
 
“O ritmo frenético em que estamos vivendo tem nos impedido de fazer algo essencial: pensar na vida. 
Pensar na vida é muito mais do que pensar nos problemas e nas dificuldades que a vida nos traz, é 
mais do que pensar no sustento da casa, no cuidado dos filhos, é mais do que se preocupar com o 
trabalho ou o status social. O “pensar na vida” que proponho, ou melhor, que Sócrates propõe, tem 
relação com o que dá sentido a todas essas coisas; o “pensar na vida” a que me refiro é pensarmos 
no propósito que nos leva a fazer todas essas coisas, refletirmos sobre os “porquês” de fazermos o 
que fazemos. 
O filósofo grego Sócrates, ao chegar ao final de sua defesa contra as acusações de corrompera 
juventude ateniense, disse que não se arrependia de ter vivido a vida examinando as coisas e as 
pessoas ao seu redor e, principalmente, examinando a si mesmo, afirmando que o maior bem do 
homem é se aplicar em conhecer essas coisas e buscar conhecer e discorrer sobre a virtude. Sócrates 
acrescenta que: “Uma vida sem esse exame não é digna de um ser humano” ou: “A vida sem 
investigação não é digna de ser vivida”. Sócrates tinha total consciência da importância de pensarmos 
e examinarmos a nós mesmos e enfatiza que a vida sem essa reflexão não vale a pena.”¹ 
 
 Plenitude da alma 
As ideias socráticas se associam diretamente com a teorização feita por um outro grande filósofo, o 
aclamado Aristóteles. Ele falava em plenitude da alma, conceito muito similar ao que hoje 
conhecemos como mindfulness (plenitude da mente). Este termo ganhou o gosto popular, 
principalmente no ambiente empresarial, trazendo através do estrangeirismo, um nome moderno, 
que, no final, possui significado muito próximo ao conceito aristotélico. 
Em resumo, estamos falando que, independentemente das circunstâncias da vida, que ora podem 
ser melhores ora piores, nós podemos e devemos vivê-la inteiramente. Se fazendo presente de corpo 
e mente (alma), porque, de fato, a vida é o que acontece agora. Toda divisão significa fragilidade, 
portanto, se existe uma certa força em você, se existe alguma chance de você performar com muita 
qualidade, certamente será onde você está, com todos os seus recursos disponíveis neste momento. 
Assim, entendemos que mindfulness é estar com a mente completamente preenchida pela atividade 
realizada pelo corpo, ter a mente focada naquilo que se está fazendo no presente, consciente do que 
acontece em si e ao redor no agora. 
“Mindfulness ou atenção plena é um estado de consciência que ocorre quando intencionalmente 
colocamos nossa atenção no momento presente, sem julgamentos. Essa é uma das definições da 
palavra mindfulness, que muitas vezes é traduzida para o português como atenção plena, mas cuja 
tradução é complexa, já que o termo em inglês é bastante abrangente e é usado tanto para o conceito 
geral quanto para a técnica de meditação mindfulness.”² 
 
 Depende de nós 
Em Epicteto ganhamos reforço na discussão sobre a vida plena. Ele foi um filósofo grego, estoico e 
escravizado, que refletiu sobre como viver uma vida plena, uma vida feliz, e também sobre como ser 
uma pessoa com boas qualidades morais. Ele se dedicou a tentar responder a estas duas perguntas 
fundamentais, exercendo enorme influência sobre as ideias dos principais pensadores da arte de 
viver. 
Para Epiteto, uma vida feliz e uma vida virtuosa são sinônimos. Felicidade e realização pessoal são 
consequências naturais de atitudes corretas. Pensamento que é a base do estoicismo, doutrina que 
prega a resistência persistente às dificuldades como forma de se adquirir virtudes. Ou seja, as ações 
humanas devem ser focadas incansavelmente em administrar aquilo que se pode controlar. É o que 
modernamente chamamos de resiliência. 
Em resumo, dedique sua atenção e seus esforços àquilo que depende de você até alcançar 
resultados, sucesso. Segundo os estoicos, cabe a nós “ignorar” a parte da vida sob a qual não temos 
ingerência (catástrofes, incidentes, etc) e nos dedicarmos ao que nos é permitido alterar, e assim, 
fazer acontecer o que se deseja. 
 
 
• FASES DA VIDA 
Pra que passar de ano? 
Iniciamos esta etapa dos estudos com uma frase que nos guiará nesta aula: a vida tem fases. 
Nessa época da vida ouvimos a seguinte frase: “Crianças, vocês tem que se comportar, para poder 
passar para o segundo ano”. Essa sentença tem o poder de criar a expectativa de que no próximo 
ano tudo irá mudar, com novos livros, outra professora, outra sala de aula. Como todos os colegas 
que estudaram com você, isso era entendido como algo normal. 
Hoje, após esses anos, eu gostaria de perguntar para a professora: “A razão de fazer direito é para 
passar para o próximo e apenas no próximo será legal?”. Nesse momento podemos refletir: será que 
não podemos pensar diferente? Esse é o único ano, o outro é diferente. Este deve ter valor, deve ser 
maravilhoso e prazeroso. Ele não é melhor do que os outros, ele é o meu presente, esse ano é 
maravilhoso, com os livros e pessoas que me cercam agora. 
Conforme dito por Costa (2010), “estar presente” é muito mais do que “estar perto”, isto é, é necessário 
ser presença. É preciso projetar a vida, mas é preciso entender que a vida é agora! Quando este 
acabar, será triste, pois deixará saudades. E o próximo será maravilhoso também, pois estarei vivendo 
aquele presente. Não devemos viver este ano apenas para passar para o próximo. Podemos repetir 
nesse momento: a vida tem fases. Cada uma delas serão construídas por você e serão importantes 
para que você possa esgotar na vida vivida tudo o que ela pode te trazer de bom. 
Pense agora na faculdade. Você não pode viver os quatro anos para que possa viver o final com o 
diploma na mão. Viva plenamente os quatro anos, de forma inteligente. É vivendo plenamente o 
momento vivido que o futuro pode ser promissor. 
É necessário ter propósito na vida, retomando um conceito de Karl Marx, do século XIX, de recusa da 
alienação. Segundo Cortella (2016, p. 16) “alienado é aquele que não pertence a si mesmo”. 
Quer mais um exemplo? Viver o ensino médio apenas para poder passar no vestibular. Isso não é 
uma verdade! Existem coisas maravilhosas e devemos viver aqueles instantes, pois eles nos ensinam 
pontos maravilhosos. 
Aprenda a apreciar e encantar o momento que você está vivendo, o seu presente. Quanto mais 
intensamente o presente for vivido, mais provavelmente o futuro será rico. Não jogue no lixo o 
presente, esperando o futuro. A vida vale as suas dificuldades e devemos vivê-la no momento exato 
em que ela ocorre. 
 
Alegria de ser CEO 
Quanta coisa muda com o tempo, não é mesmo? Se pudéssemos voltar no tempo e aproveitar melhor 
determinados momentos, pois foram tão bons, que poderiam ser eternos. 
Novamente podemos refletir que vivemos fases e ciclos se encerram para que outros tenham início. 
Vamos cumprindo etapas. Mas, quando a vida é boa, nós não queremos mudar de fase. Podemos 
chamar de desejo de eternidade daquele momento. 
Tudo o que pensamos que poderia durar um pouco mais, significa que aquilo nos cativou e desejamos 
nos manter por ali. Mas sabemos que a realidade é que os ciclos vão se encerrar e outros irão ter 
início. 
Ao refletirmos sobre as fases da vida em um determinado momento chegamos na vida adulta. Você 
vai, por exemplo, sair da faculdade para ir para uma pós-graduação. Ao chegar na vida adulta, você 
vai começar a busca de um emprego, afinal de contas desde que você entrou no primário você está 
sendo preparado para isso. Aqui nos vem a ideia de que a vida só começa nesse ponto, o que não é 
uma verdade, afinal, ela começou lá em sua infância. 
Segundo Cortella (2016, p. 84) “claro, todo mundo gosta de fazer o que gosta. Mas é preciso ter 
consciência de que no desenrolar da vida profissional, para fazer o que se gosta, é necessário passar 
por etapas não necessariamente agradáveis no dia a dia. O caminho não é marcado apenas por 
coisas prazerosas”. 
Nesse momento, chega a entrevista de emprego e você vai ser apresentado ao organograma da 
empresa. E claro, a área de Recursos Humanos é a responsável por te apresentar esses tópicos e 
tambem por te instigar a responder o que você deseja neste local de trabalho. 
Ao refletir sobre a pergunta, você chega a conclusão de que você quer crescer dentro daquela 
empresa. Mas como fazer isso? Você precisa ter a consciência de que para crescer na empresa é 
necessário trazer dinheiro para aquela organização (de preferência, muito lucro). E, em seguida, você 
será promovido. 
Observe nesse ponto que você volta ao mesmo discurso de quando você era criança e estava no 
primário. Vocêpassa a viver a posição que está agora apenas para chegar no próximo nível. E você 
começa a viver sempre pensando no futuro, mais uma vez, sem pensar no agora. 
É importante destacar que esse processo se afunila, ou seja, nem todo mundo chega no nível mais 
alto, no cargo de CEO. Nesse momento, uma reflexão passa na sua cabeça, pois era importante o 
trajeto e não o topo. 
 
Viver só até amanhã 
Desde o momento em que nascemos somos orientados que a vida é subdividida da seguinte forma: 
Primeiro você é criança (a infância). Posteriormente, vem a fase de transição, chamada de 
adolescência. Em seguida, vem a vida adulta, a maior delas. E em seguida, a melhor idade (terceira 
idade, caso queira). 
Podemos nos perguntar: o que caracteriza cada uma dessas fases? É o tempo de vida e experiência 
acumulada? Até que ano vai a infância? Pronto! Nesse momento já ficamos desorientados e a 
resposta não é tão simples. No passado, no século XII a criança era de um jeito e hoje é outro jeito. 
Ou seja, com o passar dos anos, esse entendimento se modificou completamente. 
Na literatura, o autor Costa (2000) defende que cada fase da vida tem o seu propósito e o seu 
protagonismo, a chamada escada de participação, conforme visto a seguir. 
 
 
Escada de participação do jovem 
Na fase 1 temos a participação manipulada, onde os adultos determinam e controlam o que os jovens 
deverão fazer. Na fase 2 existe a participação decorativa, onde os jovens apenas marcam presença 
em uma ação, sem influir no seu curso. Já na fase 3 existe a participação simbólica, onde a presença 
dos jovens em uma atividade serve apenas para mostrar e lembrar os adultos que eles existem e são 
importantes. Na fase 4 há a participação operacional e os jovens participam apenas da execução de 
uma ação. 
Chegamos à fase 5 onde há uma participação planejada e operacional e aqui, os jovens participam 
do planejamento e da execução de uma atividade. Na fase 6 há a participação decisória, planejadora 
e operacional e os jovens participam da decisão de se fazer algo ou não. Já na fase 7 ocorre a 
participação decisória, planejadora, operacional e avaliadora, onde além das anteriores, os jovens 
também avaliam uma ação. Durante a fase 8 os jovens têm participação colaborativa plena, 
participando da decisão do planejamento, da execução, da avaliação e da apropriação dos resultados. 
Chegamos à fase 9, onde existe a participação plenamente autônoma e os jovens realizam todas as 
etapas. Por fim, há a fase 10 e sua participação condutora, onde os jovens realizam todas as etapas 
e ainda orientam a participação dos adultos (COSTA, 2000, p. 89). 
Podemos pensar que podem ser características do corpo, que são imprecisas, assim com o tempo 
acumulado. Precisamos entender que cada pessoa é de um jeito, cada evolução e cada corpo tem o 
seu tempo. E a velhice? É caraterizada pelo fato de surgirem algum tipo de queda na mobilidade? 
Não podemos afirmar, afinal, existem inúmeros exemplos de pessoas que nos mostram o contrário. 
Os critérios são imprecisos e variados, criando uma brecha para que você possa tomar as rédeas da 
sua vida, da forma que você bem entender. Buscando características de cada uma das fases da vida, 
conforme você precisa e deseja. As fases da vida devem ser vividas com autenticidade e de acordo 
com o que é relevante para si, visto que elas são imprecisas. 
É necessário lembrar de um ponto: divida a vida conforme o seu entendimento e o seu desejo, pois a 
vida pode acabar a qualquer momento. E como dizia o jornalista gaúcho Aparício Torelli, o Barão de 
Itararé, “a única coisa que se leva da vida é a vida que se leva” (CORTELLA, 2016, p. 16). 
No ano de 2020 iniciamos uma vida diferente com uma pandemia. O que nos mostrou que a vida 
pode acabar a qualquer instante. A estatística nem sempre vai se aplicar à sua vida e por isso é 
importante que você entenda o valor do agora. O agora é o momento que você tem para colocar todas 
as suas forças e alegria. 
 
 
• AUTOCONHECIMENTO 
Essa é a minha praia 
"Conhece-te a ti mesmo e conhecerás os deuses e o universo" é um aforismo grego que revela a 
importância do autoconhecimento. E apesar de não se ter certeza sobre quem foi o autor desta 
máxima, vários autores atribuem a autoria da frase ao sábio grego Tales de Mileto, já outros, 
defendem teorias que afirmam que a frase foi dita por Sócrates, Heráclito ou Pitágoras. 
Mas, independentemente da autoria, a frase ficou famosa mesmo na sua versão encurtada: 
"Conhece-te a ti mesmo”. E traz como reflexão central, a ideia de que para alcançarmos o verdadeiro 
conhecimento sobre a vida e o mundo, precisamos antes conhecer a nós mesmos. Se queremos 
conhecer o mundo à nossa volta, devemos em primeiro lugar conhecer quem nós somos. 
O processo de autoconhecimento é contínuo e nos permite interagir melhor com o mundo e com as 
outras pessoas, amplia o horizonte para um mundo de novas possibilidades. Além disso, ao olhar 
para si mesmo, o indivíduo desenvolve sua identidade, e ganhando consciência de quem se é, 
consegue se mover de maneira mais produtiva na sociedade. 
Entre os grandes pensadores nesta seara do autoconhecimento estão Sócrates e Sêneca. O primeiro, 
dedicou muito tempo tentando entender a sua própria natureza, afirmando, inclusive, que nenhum 
indivíduo era capaz de praticar o mal consciente e propositadamente, mas que o mal era um resultado 
da ignorância e falta de autoconhecimento. Já o segundo, desenvolveu a teoria do “daimon interior”. 
 
“A palavra “daímôn” é de difícil entendimento devido às sobreposições de significados que ela recebeu 
ao longo do tempo na tradição da antiga Grécia. Na mitologia, pela narrativa do poeta Hesíodo (750 
e 650 a.C.) os daímones foram homens nobres pertencentes a uma “geração de ouro” que, por 
determinação de Zeus, foram transformados em seres imortais e prudentes guardiões, com a 
incumbência de vigiar as decisões e ações dos homens mortais.”¹ 
 
Mas apesar dos diversos significados aplicados à palavra “daímôn”, ela traz sempre o sentido de algo 
externo que influencia a conduta humana, porém não necessariamente a determina. Pode-se dizer 
que seria uma disposição interior, uma espécie de intuição a respeito da própria natureza do ser. Uma 
espécie de bússola para escolhas e sucesso pessoais. Como dito em aula, conhecer a si mesmo não 
basta, há de se ter coragem de apostar na própria natureza. 
 
Somos o que escolhemos para nós 
Na Grécia, na cidade de Delfos, em um templo originalmente dedicado a Apolo (deus da luz, da razão 
e do conhecimento verdadeiro) é que foi inscrita, na porta de entrada do Templo de Delfos, a célebre 
frase sobre conhecer a si mesmo. E para além das disputas sobre sua autoria, a tradição nos conta 
uma história interessante sobre a inspiração ser atribuída a Sócrates. 
Conta-se que ele, assim como muitos na Grécia Antiga, tinha o costume de consultar o oráculo para 
se ter acesso à verdade. Sócrates então, conhecido por sua vasta sabedoria e considerado o pai da 
Filosofia, dirigiu-se ao Templo a fim de saber o que era um sábio e se ele próprio poderia ser 
considerado um. 
O oráculo, por sua vez, ao receber as suas dúvidas, teria questionado: "O que você sabe?". Sócrates 
teria respondido "Só sei que nada sei". O oráculo, ao ouvir a resposta do filósofo, rebateu: "Sócrates 
é o mais sábio de todos os homens, pois é o único que sabe que não sabe." Este diálogo tornou-se 
bastante significativo no estudo da Filosofia, pois demonstrou a humildade do sábio diante da vida. 
E a experiência de Sócrates nos permite entender que a postura assumida por uma pessoa diante da 
vida diz muito sobre ela mesma. A maneira como encaramos a existência dita nossas escolhas, e 
estas por si só dizem muito a respeito de nós. Quando nos apresentamos, falamos das nossas 
escolhas, ou seja, daquilo que é importante para nós. 
 
O mundo é um espelho 
Uma discussão filosófica quereflete e resume o tema aqui estudado, já foi objeto de análise de vários 
autores, como Espinosa, Mitchell e Freud, que seria o conceito chamado de espelho da vida. Trata-
se da teoria que aponta para o entendimento de que ao observarmos o mundo, vemos a nós mesmos 
no mundo. 
A forma como o mundo se apresenta nos permite descobrir coisas sobre nós mesmos, como 
afinidades (vejo alguém cantando e percebo que gosto de música), apetites (experimento uma maçã 
e percebo gostar desta fruta), e desejos (vejo pintura e desejo ser pintor), por exemplo. 
É o que podemos chamar de imediatidade da vida percebida, ou seja, sem o mundo como é não 
perceberíamos vários aspectos do nosso próprio eu. 
“A vida é a soma das suas escolhas.” Albert Camus 
 “A vida é apenas um espelho” – o conceito crítico de vida de Schopenhauer. 
 
 
• TAÇOS PESSOAIS 
 
O jogo da vida e as suas cestas 
Como é bonito poder refletir sobre a vida, não é mesmo? É uma pena que, muitas vezes, não nos 
dedicamos muito a essa atividade, como se fosse um piloto automático. A vida é como se fosse um 
grande jogo e existem particularidades que cada um de nós precisa se preocupar e entender. 
Imagine a situação de uma pessoa que jogue basquete, que são pessoas normalmente mais altas. 
Pense que um outro jogador, por circunstância do jogo, esbarra em você e você cai. Nesse ponto, 
você resolve sair do jogo, pois não concorda com o que ocorreu. Nesse momento, você precisa saber 
que isso é algo natural desse esporte e que se você se dispõe a jogá-lo, precisa saber que esse risco 
é inerente. 
Esse exemplo é uma bela metáfora para a vida. Estamos vivendo e de repente, podem acontecer 
intercorrências, tal como um problema de saúde ou até mesmo problemas de relacionamento com 
outras pessoas. Em muitos casos, muitas pessoas passam a pensar que esssas situações não são 
justas de acontecerem com elas. 
Imagine se você “sai do jogo” em situações da vida? Não é possível fazer isso! Se você se dispôs a 
jogar o jogo da vida, que é muito complexo, você deve saber que essas intercorrências fazem parte. 
Sim, você deve lutar para melhorar e tentar vencer os obstáculos, mas não podemos nos queixar de 
justiça ou injustiça. Você, a rigor, até pode sair do jogo da vida, já que você tem livre arbítrio e liberdade 
para tomar decisões. 
Segundo Cortella (2016, p. 16) “Somos seres que têm de construir da própria realidade. E a noção de 
trabalho é tão forte entre nós que perpassa outras esferas da nossa vida. Até a noção que temos de 
saúde está ligada à ideia do trabalho. Você só se considera saudável quando pode voltar a trabalhar 
e não quando é capaz de passear, transar, cantar, dançar”. 
Devemos diariamente nos decidir por jogar essse jogo, que é complicado. Todos tem as suas forças 
e fraquezas, possuindo traços que são incomparáveis e são só nossos, sendo as nossas armas contra 
a agressividade no campo do mundo. Devemos aprender a lutar com o que temos nas mãos, sem se 
comparar com o outro e com o que ele tem. 
A realidade é que você possui os seus atributos e é com eles que você deve insistir em continuar 
jogando. O estudo auxilia e muito nesse ponto, pois você estará desenvolvendo as suas armas para 
poder enfrentar os desafios futuros. 
 
Arroz sem ovo 
A vida possui muitos valores e um dos traços que mais encantam as pessoas no jogo da vida são os 
prazeres. Os prazeres muitas vezes são vistos como algo ruim de ser compartilhado. Apesar de ser 
muito bom, as pessoas não querem saber sobre detalhes e dos prazeres que você gosta. 
Epicuro, sábio grego, nos dizia que o grande valor da vida é o prazer. Naquela época, a doutrina de 
Epicuro surgiu em um momento de grande insatisfação com as condições das Cidades-Estados da 
Grécia. Durante esses anos, o poder se concentrava nas mãos de poucos, a chamada arisocracia, 
público que entendia que os prazeres advinham apenas da riqueza (CABRAL, 2021). 
Epicuro criou então a sua teoria de que devemos ter uma reflexão interior para buscar a verdadeira 
felicidade e não associá-la a supertições e bens materiais (CABRAL, 2021). Em português, a palavra 
para esse valor da vida é o hedonismo. Dessa forma temos uma dicotomia: Teve prazer, valeu viver; 
Não teve prazer, não valeu viver. 
Destaca-se aqui que a ideia de Epicuro não é incentivar você a fazer o que bem entender. Mas sim, 
obter o prazer de forma constante, para que você se sinta bem e com tranquilidade. “A felicidade é 
alcançada por meio do controle dos medos e dos desejos, de maneira que seja possível chegar à 
ataraxia, a qual representa um estado de prazer estável e equilíbrio e, consequentemente, a um 
estado de tranquilidade e a ausência de perturbações, pois, conforme Epicuro há prazeres maus e 
violentos, decorrentes do vício e que são passageiros, provocando somente insatisfação e dor” 
(CABRAL, 2021, s.p.). 
Não podemos nos deixar nos atormentar pelas mazelas do mundo e conforme Epicuro, devemos ter 
tranquilidade da alma. Dessa forma, você não se abala por tudo que é muito, seja muito ruim, seja 
muito bom. Conforme os ensinamentos de Epicuro, para alcançar a felicidade existem 4 remédios 
(CABRAL, 2021): 
1. Não se deve temer os deuses; 
2. Não se deve temer a morte; 
3. O bem não é difícil de se alcançar; 
4. Os males não são difíceis de suportar. 
 
O prazer não pode destruir a capacidade de ter prazer amanhã, pois eu preciso cuidar para que ela 
tenha frequência. Devemos ter prazer com o que é simples, com o que é fácil de encontrar, fazendo 
parte da vida. 
O sábio é aquele que tem prazer com o que é simples e que está ao seu alcance. Todos temos traços 
pessoais e cada um de nós temos prazeres com coisas e situações distintas, sendo próprio, ou seja, 
de cada ser humano. Nesse ponto é importante destacar que o seu prazer não pode (ou deveria 
poder) ser imposto ao outro. 
A virtude subordinada ao prazer pode ser alcançada por meio dos seguintes itens (CABRAL, 2021, 
s.p): 
• Inteligência: a prudência, o ponderamento que busca o verdadeiro prazer e evita a dor; 
• Raciocínio: reflete sobre os ponderamentos levantados para conhecer qual prazer é mais 
vantajoso, qual deve ser suportado, qual pode atribuir um prazer maior, entre outros. 
• Autodomínio: evita o que é supérfluo, como bens materiais, cultura sofisticada e participação 
política; 
• Justiça: deve ser buscada pelos frutos que produz, pois foi estipulada para que não haja 
prejuízo entre os homens. 
 
A oitava pamonha 
Cada um de nós temos a própria vida, de forma que não irá acontecer da mesma forma novamente. 
Você é o que é agora, assim como o mundo que o cerca e isso não se repetirá. Mesmo quando 
estamos frente a frente com outra pessoa, cada uma tem a sua perspectiva e cada uma vê o mundo 
da sua forma. A vida é inédita! 
Por mais que pareça que todos nós passamos pelas mesmas coisas e temos acesso as mesmas 
situações, cada um de nós tem as suas peculiaridades. Nós somos resultado das nossas 
experiências. 
Nós vamos nos transformando a cada experiência que passamos e não somos mais os mesmos ao 
fim de cada uma delas. Estamos sempre em transformação! 
Ninguém vive no mundo como nós, somos únicos e estamos sempre em fluxo. Conforme Costa 
(2010), devemos ter protagonismo em nossa vida, pois é essa atitude que nos gera automomia, 
autoconfiança e autodeterminação, auxiliando na construção do nosso projeto de vida. 
A sabedoria de ontem, nem sempre se encaixa para a vida de hoje. E é isso que torna a vida sagrada 
e maravilhosa. Não existem fórmulas para a felicidade e cada resultado é inédito, sendo assim, 
sempre haverá uma nova sabedoria para uma vida renovada. 
 
 
• VALORES 
 Geraldo e o tre-le-lê 
Em Sócrates e Aristóteles vemos a ideia de que a vida que vale a pena é a vida que compensa todas 
essas misérias e tristezas humanas, através do pensamento e de escolhas chamadas virtuosas. É 
aquela em que, o positivo compensa o negativo, por meioda conduta sábia do indivíduo, encontrando 
assim valor nas coisas, nas pessoas e na própria existência. 
Mas o que seria este valor? 
 Segundo o dicionário da Língua portuguesa, em termos filosóficos, podemos significar a palavra 
como “propriedade ou carácter do que é, não só desejado, mas também desejável”, ou ainda, 
como “as próprias coisas desejáveis, sendo os principais valores o verdadeiro, o belo, o bem”. O 
vernáculo traz também uma definição que é estimativa “valor que se calcula pelo apreço ou estima 
que se tem um objeto”. ¹ 
 
A Enciclopédia Luso-Brasileira de Cultura define: 
 “Um valor é sempre uma relação entre um objeto e um padrão utilizado pela consciência que avalia 
uma ação realizada ou a realizar. No aspecto filosófico, e pela análise de nossas atitudes práticas 
(não-teoréticas) e pela reflexão sobre as mesmas que conseguimos atingir a consciência do valor na 
sua essência. A questão sobre a natureza da moralidade, da arte e da religião conduz, por esta 
perspectiva, à essência dos valores éticos, estéticos e religiosos.” ² 
 Logo, percebemos que para esta aula, dentre todas as definições possíveis para a palavra valor, nos 
interessa refletir sobre aquela que expressa um juízo subjetivo feito pelo ser humano. Cabe 
pensarmos aqui sobre a relação que estabelecemos com o mundo. Sobre como o valor das coisas 
tem a ver conosco, sobre como atribuímos valor a tudo, independentemente de haver um valor 
intrínseco em cada coisa ou acontecimento. 
A árvore vale para um viajante porque faz sombra; o anel barato vale para a neta, porque lembra a 
avó que o deu; e assim vamos atribuindo valor a cheiros, memórias, objetos e relações, de acordo 
com o que nos importa. 
 
 Machado "goela baixo” 
Outro ponto de reflexão que se estabelece, está no fato de que, apesar de atribuirmos valor de acordo 
com o que é importante para nós, não é sempre que conseguimos sustentar essa escolha perante o 
mundo. Temos a necessidade de nos enquadrarmos na sociedade em que vivemos, nos grupos a 
que pertencemos e, por vezes, o desejo individual é colocado de lado por isso. E então, já não se 
declara preferência, renuncia-se ao desejo, submete-se ao valor dos outros, do grupo. 
A História mostra que através do valor estabelecido socialmente é que se estrutura a dominação. O 
filósofo francês, Michel Foucault, ensina que o poder é uma prática social constituída historicamente. 
 
“As relações de poder, seja pelas instituições, escolas, prisões, foram marcadas pela disciplina e por 
ela que as relações de poder se tornam mais facilmente observáveis, pois é por meio da disciplina 
que estabelecem as relações: opressor-oprimido, mandante-mandatário, subordinador-subordinado 
etc. Trata-se de uma relação assimétrica que institui a autoridade e a obediência, e não como um 
objeto preexistente em um subordinador. Trata-se de uma concepção do poder que se irradia da 
periferia para o centro, de baixo para cima, que se exerce permanentemente, dando sustentação à 
autoridade.” ³ 
 
Descomplicando o complexo 
A subjetividade da atribuição de valor muitas vezes conflita com a realidade e o funcionamento da 
vida. Como dito em aula, em diversas situações, a nossa perspectiva de valoração não condiz com 
as regras e determinações sociais, como diz o professor Clóvis de Barros: o gabarito não bate! E como 
exemplo, podemos citar as pessoas consideradas excelentes em seus afazeres que, a despeito de 
seus esforços e perícia, não alcançam seus intentos, ou seja, o incrível técnico de futebol que perde 
o campeonato, a bailarina espetacular que perde o concurso de dança ou exímio aluno que não 
recebe boa nota na prova. 
Da mesma forma que é correto dizer que valoramos as coisas do mundo a partir da nossa própria 
perspectiva, também se pode afirmar que o valor extrínseco (convencionado socialmente) delas oscila 
de acordo com quem as valora. E nada mais coerente com uma sociedade competitiva do que o 
poder da determinação final a respeito daquilo que tem ou não valor. 
São muitas as perspectivas e variáveis sobre o assunto e, por isso, cabe destacar sua complexidade 
com a ajuda do pensador Edgar Morin: 
 
“Segundo Edgar Morin (Introdução ao Pensamento Complexo, 1991:17/19): "...a complexidade é 
efetivamente o tecido de acontecimentos, ações, interações, retroações, determinações, acasos, que 
constituem o nosso mundo fenomenal. Mas então a complexidade apresenta-se com os traços 
inquietantes da confusão, do inextricável, da desordem no caos,da ambigüidade, da incerteza... Daí 
a necessidade, para o conhecimento, de pôr ordem nos fenômenos ao rejeitar a desordem, de afastar 
o incerto, isto é, de selecionar os elementos de ordem e de certeza, de retirar a ambigüidade, de 
clarificar, de distinguir, de hierarquizar... Mas tais operações, necessárias à inteligibilidade, correm o 
risco de a tornar cega se eliminarem os outros caracteres do complexus; e efetivamente, como o 
indiquei, elas tornam-nos cegos.” 
 
 
• ASPIRAÇÕES 
Rebanho Sanfran 
Continuamos as nossas reflexões sobre a vida e nesse momento, falaremos sobre aspirações, sobre 
propósito. A palavra propósito vem do latim e tem o significado de “aquilo que eu coloco ali”, isto é, 
aquilo que eu procuro. “Uma vida com propósito é aquela em que eu entendo as razões pelas quais 
faço e pelas quais claramente deixo de fazer o que não faço” (CORTELLA, 2016, p.16). 
Para iniciar nossa discussão, deixo aqui uma pergunta: Onde você gostaria de chegar? Para 
responder a essa pergunta é necessário que você pense no amanhã, repense os seus desejos e 
também as coisas que podem te impedir de alcançar esse objetivo. 
Após dedicar um tempo para responder à pergunta, é necessário destacar que se você não sabe qual 
o destino a ser seguido, fica muito mais difícil encontrar o caminho. Inclusive, nesse ponto dos nossos 
estudos podemos trazer à tona um diálogo célebre de Lewis Caroll (2002), autor de “Alice no País das 
Maravilhas”, que acontece quando Alice está perdida e encontra o Gato em cima de uma árvore: 
 
– O senhor pode me ajudar? Diz Alice. 
– Claro. Responde o Gato. 
– Para onde vai essa estrada? 
– Para aonde você quer ir? 
– Eu não sei. Estou perdida. 
– Para quem não sabe para aonde vai, qualquer caminho serve. 
 
Assim como acontece no diálogo, você deve saber o caminho a ser seguido e deve conseguir 
determinar o destino antes de se mover. Parece óbvio, não é mesmo? No entanto, muitas vezes não 
percebemos que essa atitude de estabelecer o caminho é de suma importância. 
Cada um de nós tem várias possibilidades durante o dia, durante o mês e durante uma vida. Nós é 
que decidimos onde queremos ou precisamos estar a cada momento. Assim como eu escolhi estar 
aqui escrevendo neste momento, por exemplo. Nós precisamos traçar estratégias para os caminhos 
da nossa vida. Você sabe o significado de estratégia? Segundo os autores Certo e Peter (2005, p.11) 
“a estratégia é definida como um curso de ação para garantir o alcance dos objetivos”. 
Saber onde se quer chegar não é fácil e muitas vezes enxergar essa trilha e traçar as estratégias 
corretas é ainda mais difícil. Podemos comparar a vida a uma escada: cada degrau alcançado é 
comemorado pela vida. Mas, podemos refletir: até quando essa escada vai? Você foi colocado nessa 
escada, sem saber o seu fim. 
Durante a nossa vida surgem diversos desfios e caminhos que vão sendo mostrados aos poucos e 
em alguns momentos, as nossas aspirações são construídas muito além daquilo que planejamos ou 
queremos, como se fosse a vida te mostrando o caminho. E você apenas sabe que está indo para 
aquele caminho. Você não precisa se limitar ao que a maior parte das pessoas faz, sendo necessário 
trilhar aquilo que você deseja. 
 
Em algum lugar do futuro 
Ao longo da nossa vida, somos guiados pelos desejos. Mas o que é desejo? De acordo com Sócrates, 
“desejo é sempre desejo de alguma coisa que não setem, ou que se tem, mas se teme perder no 
futuro. O desejo nasce necessariamente da falta” (ROCHA, 2000, p.95). 
Corroborado por Platão, que entende que o desejo está relacionado à falta, ou seja, o desejo é pelo 
que falta, sendo assim, o objeto de desejo é aquilo que falta. Mas, nem tudo que falta, faz falta. 
O desejo então pode ser definido como aquilo falta e que faz falta a quem deseja. Podemos dizer que 
o desejo consiste em uma energia mobilizada em direção àquilo que faz falta. 
Nesse momento, você pode se perguntar: De onde vem isso que faz falta? Essa falta vem da sua 
mente, aquilo que ela acusa como faltante. O desejo pode ser por alguém, por um objeto ou por uma 
situação. 
É necessário refletir que os desejos vão surgindo com o passar do tempo e você não vai sentir falta 
de algo que não existe. Como por exemplo, podemos citar o celular, que hoje em dia você irá sentir 
falta. Mas há anos atrás, quando ele não existia, ninguém sentia falta dele. 
Podemos constatar então que nós vivemos a nossa vida, nos cercando de valores e experiências, 
que serão utilizados para pensar nos seus objetivos. A partir daí, surgirão os seus desejos. Em toda 
aspiração, teremos uma falta para que algo seja desejado por nós e isso foi presença para alguém 
próximo a você. A partir desse momento, você passa a ter desejos e aspirações em determinados 
pontos da vida que você gostaria que fossem presença no futuro, apesar de atualmente, serem falta. 
 
No talo da perfeição 
Quando falamos em aspirações, pensamos em “correr atrás”, pretender e até mesmo ambição. É 
comum pensarmos que a maior parte das pessoas possui essas ambições para ganhar mais dinheiro, 
conforto e até mesmo glória, reconhecimento. 
Nesse momento, vamos pensar em aspiração com outra conotação, que é buscar o máximo de 
perfeição que a natureza permite alcançar. Sendo assim, estaríamos tirando mais de nós na hora de 
viver. “Esta questão sobre os propósitos tem vindo à superfície gradualmente. Até há algum tempo, a 
vida era muito menos complexa e a intenção principal era sobreviver. Isto é, obter recursos para criar 
uma família e ter um patrimônio que se pudesse deixar em herança” (CORTELLA, 2016, p.17). 
Sabemos que atualmente esse sentido foi ampliado, ultrapassando as barreias do trabalho. Mas o 
que preciso fazer para conseguir conquistar aquilo que aspiro? Explore os seus talentos, suas 
habilidades e atue no local que você se identifica. É importante ir atrás daquilo que você busca, 
treinando, repetindo, começando de novo, quantas vezes forem necessárias. Quando uma pessoa 
tem talento somado ao treinamento, as possibilidades de conseguir uma performance muito boa, são 
maiores. Isso é o que Aristóteles chama de excelência: “Viver em aretê”. 
“Em sentido amplo, por aretê, os gregos designavam qualquer boa qualidade conformada tanto com 
dotes e valores inerentes e/ou agregados aos seres e aos objetos ou coisas, quanto com o bem ou a 
excelência almejada e presente, por anuência ou concessão, em qualquer prática, ação ou conduta” 
(SPINELLI, 2014, p.166). 
Isso significa que você estará habitualmente (e não excepcionalmente), muito próximo do máximo de 
excelência que a natureza permite conseguir. Viver em aretê é jogar quase sempre em altíssimo nível 
e não somente às vezes. Dessa forma, você estará habituado a fazer o melhor. 
Nesse ponto dos seus estudos é necessário destacar que a excelência é distinta para cada um de 
nós. A excelência é o máximo nos limites e nas condições vividas naquele instante e proporcionadas 
pela natureza daquela pessoa que está vivendo. Os limites da natureza são muito variáveis e cada 
pessoa precisa levar isso em consideração. 
Cada de um de nós sabe exatamente do que é capaz e se conhece como ninguém, sendo assim, 
somos responsáveis pelo estabelecimento de até onde podemos ir. Toda vez que você, mesmo sem 
ninguém ver, conseguir conquistar algo que ainda não tinha conseguido, estará aspirando a 
excelência, conseguindo dar o melhor de si para aquela situação. 
 
 
• OBJETIVOS/METAS 
Cósmica como toda natureza 
A antiguidade clássica é o período da história entre o século VIII a.C. e o século V d.C. centrado no 
mar Mediterrâneo, abrangendo as civilizações da Grécia e da Roma antigas, sendo conhecido como 
mundo greco-romano. Nesse período as sociedades grega e romana floresceram e exerceram 
grande influência em toda a Europa, norte de África e Ásia ocidental. 
De um modo geral, surgiram duas formas de conceber o cosmos: a cosmologia antiga (gregos) e a 
cosmologia cristã (até certo ponto, latina). Novas teorias foram desenvolvidas a respeito do homem, 
do conhecimento e da natureza, baseadas nessas duas cosmologias ou visões de mundo. 
A cosmologia grega, mais especificamente, muito sustentada em Aristóteles e Platão, compreendia o 
mundo (o cosmos) como um todo finito e ordenado. Todos os seres, inclusive o homem, fazem parte 
do todo e estão sujeitos a uma lei natural imutável. Também são transitórios, tendo começo, meio e 
fim. Já o cosmos (o todo), era considerado imortal e eterno. A natureza com suas leis e limites impõe-
se às coisas e aos seres humanos, sendo estas leis um conjunto de princípios ou ideias superiores, 
imutáveis, estáveis, permanentes. A autoridade, então, provém da natureza e não da vontade do 
homem. 
Para os gregos, tudo tinha uma razão de ser e todas as coisas e seres cumprem o seu papel, inclusive 
o homem. Por isso, seria tão importante se conhecer, porque este seria o caminho para descobrir seu 
papel no mundo e a forma como poderia contribuir com o todo, considerado mais importante do que 
suas partes. 
 
Feios, tortos e encantadores 
A Eudaimonia é o termo que retrata o grande objetivo/meta dos gregos de cumprir o seu papel no 
cosmos, entrando em harmonia com o todo. Este era considerado o ideal da vida, pois, uma vez em 
harmonia com o todo, as pessoas seriam felizes e cada um seria o que nasceu para ser. 
 
“Do grego eudaimonia, felicidade. Doutrina moral segundo a qual o fim das ações humanas 
(individuais e coletivas) consiste na busca da felicidade através do exercício da virtude, a única a nos 
conduzir ao soberano bem, por conseguinte, à felicidade. É essa identificação do soberano bem com 
a felicidade que faz da moral de Aristóteles um eudemonismo; também a moral provisória de 
Descartes pode ser entendida como um eudemonismo (que não se deve confundir com 
hedonismo).”¹ 
 
“Qualquer doutrina que assuma a felicidade como princípio e fundamento da vida moral. São 
eudemonistas, nesse sentido, a ética de Aristóteles, a ética dos estoicos e dos neoplatônicos, a ética 
do empirismo inglês e do iluminismo. Kant acredita que o eudemonismo seja o ponto de vista do 
egoísmo moral, ou seja, da doutrina "de quem restringe todos os fins a si mesmo e nada vê de útil fora 
do que lhe interessa" (Antr., I, § 2). Mas esse conceito de eudemonismo é demasiado restrito, pois o 
mundo moderno, a partir de Hume, a noção de felicidade tem significado social, não coincidindo 
portanto com egoísmo ou egocentrismo.” ² 
 
“Literalmente, 'eudemonismo' significa "posse de um bom demônio", ou seja, gozo ou fruição de um 
modo de ser mediante o qual se alcançará a prosperidade e a felicidade. Filosoficamente, entende-se 
por 'eudemonismo' toda tendência ética segundo a qual a felicidade é o sumo bem. 
 
Característica do eudemonismo é considerar que não pode haver incompatibilidade entre a felicidade 
e o bem. Os que se opõem ao eudemonismo, em contrapartida, admitem que a felicidade e o bem 
podem coincidir, mas não coincidem necessariamente. Para o eudemonismo, a felicidade é o prêmio 
da virtude e, em geral, da ação moral. Para o antieudemonismo, por outro lado, a virtude vale por si 
mesma, independentemente da felicidade que pode produzir.” ³ 
 
Em seguida, os seguidores de Jesus, mais especificamente representados por Agostinho e Tomás 
de Aquino, deram continuidadeà reflexão a respeito do propósito da vida humana e de como alcançar 
a felicidade. Aspectos importantes foram trazidos, diametralmente opostos aos pensamentos gregos 
aristotélicos. Para os cristãos, Deus planejou nossas metas e objetivos para alcançarmos a santidade, 
todavia, não nos obriga a cumprir seus desígnios. 
Nesta nova produção filosófica, Deus nos autoriza a sermos livres, senhores das próprias vidas, 
conforme textos bíblicos, nos teria sido dado o livre arbítrio. Nosso valor e felicidade não seriam 
determinados pelo o que recebemos de antemão, mas sim pela maneira como investimos nossa 
natureza no auto-aperfeiçoamento e na dedicação às causas nobres. 
 Agora é nóis, mano! 
Por fim, estudamos o Humanismo, teoria renascentista e europeia (a partir do século XIV na Itália, final 
do século XV e século XVI na França) que redescobriu as obras e os textos da Antiguidade. O 
movimento defende que é o próprio ser humano quem deve definir como sua vida deve ser vivida. O 
humano está acima de tudo, ele é gestor da sua própria trajetória. 
Cabe a cada um pensar a respeito do que quer para si e para o mundo. A definição do que a 
humanidade deve ser pertence ao próprio homem, portanto, seus objetivos e metas devem estar 
ligados a melhor humanidade possível, não só ao eu, egoísta, mas a tudo o que torna melhor os seres 
e a sociedade. 
 “Do latim humanistas. Atitude filosófica que faz do homem o valor supremo e que vê nele a medida 
de todas as coisas. 
 Movimento intelectual que surgiu no renascimento. Lutando contra a esclerose da filosofia escolástica 
e aproveitando-se de um melhor conhecimento da civilização grego-romana, os humanistas (Erasmo, 
Tomás Morus etc.) se esforçaram por mostrar a dignidade do espírito humano e inauguraram um 
movimento de confiança na razão e no espírito crítico. Por uma espécie de deslocamento, o termo 
"humanismo" tomou dois sentidos particulares: a) na filosofia, designa toda a doutrina que situa o 
homem no centro de sua reflexão e se propõe por objetivo procurar os meios de sua realização; b) na 
linguagem universitária, designa a ideia segundo a qual toda formação sólida repousa na cultura 
clássica (chamada de humanidades).” 4 
 “Abordagem filosófica baseada na suposição de que a humanidade é a coisa mais importante que 
existe e que não pode haver conhecimento de um mundo sobrenatural - caso ele exista.” 5 
 “Conceder importância superior ao que é humano e não a questões divinas ou sobrenaturais.” 6 
 Vale destacar que na filosofia as teses se complementam, logo, não se invalida uma teoria após 
surgirem outras. Todas possuem importância histórica e filosófica. 
 
 
• PLANEJAMENTO 
A areia e o caminhãozinho 
O mundo vem passando por diversas modificações nos últimos anos e muitas vezes, não temos 
consciência de como tudo está acontecendo de forma rápida. Diante dessa velocidade, é importante 
relembrar que os valores são o fazem valer a vida que levamos. Nós conversamos até aqui sobre 
metas e objetivos, mas você precisa pensar em como alcançá-los. A partir do momento que esse 
objetivo é alcançado, ele é destruído. Restando portanto, a definição de novas metas e novos 
objetivos. Sendo assim, podemos entender que ao conseguir conquistar a meta traçada, ela passa a 
deixar de existir, estando cumprida. 
O planejamento da vida é muito importante para todos nós, traçando sempre objetivos e metas. Os 
objetivos devem ser alvos específicos e capazes de serem mensuráveis. São de longo prazo e 
possuem uma finalidade. Um objetivo é composto por metas para onde você deve direcionar os seus 
esforços. Sendo assim, a meta corresponde aos pontos estipulados que se relacionam com o 
caminho, sendo de curto prazo (CERTO; PETER, 2005). 
As metas e objetivos devem ser alcançáveis, ou seja, estarem dentro do seu alcance, porque se não, 
você ficará sempre frustrado. Não podem ainda estar muito próximos ou fáceis, pois devem estimular 
o seu crescimento, busca pelo mérito e desenvolvimento de competências. A ideia é que as metas e 
objetivos não sejam nem tão fáceis e nem tão difíceis, sendo razoáveis. 
As metas e objetivos devem ser estabelecidos levando-se em conta o meio termo: você pode ser 
vitorioso, se e somente se houver crescimento e aperfeiçoamento de si. 
Raramente as metas e objetivos dependem apenas de você. As grandes metas e objetivos 
normalmente são construídas em equipe, de forma coletiva, como por exemplo, dentro das 
organizações. Os objetivos coletivos são entendidos como maiores do que aqueles estritamente 
individuais. 
Para planejar de forma eficaz, você deve conseguir estabelecer metas e objetivos de forma coletiva, 
levando-se em conta as tarefas e as expertises individuais. Afinal, uma meta e um objetivo serão mais 
legítimos se conquistarem o sucesso de todos. 
 
Amarrar para conhecer 
“Para onde vou agora? O que faço da minha vida? O que é essencial? Sabendo que a morte é tão 
próxima a todos, como alcançar o essencial? Você está realizando todo o seu potencial, a cada 
instante? Tempo rapidamente se esvai e oportunidade se perde” (GUIMARÃES, 2020, p. 20). 
Com essas perguntas e reflexões iniciamos esse estudo, sabendo que precisamos ter objetivos 
inteligentes e que possam ser alcançados. Os caminhos a serem escolhidos são inúmeros e o 
planejamento implica em escolhas. Essas escolhas requerem atribuição de valores e nem sempre o 
que é mais rápido, é mais econômico. 
Para que seja possível escolher o melhor caminho, você precisa definir as variáveis que podem 
interferir no percurso. A essas variáveis chamaremos de estudos. A eficiência a ser conquistada no 
caminho dependerá da qualidade do seu estudo e do conhecimento das variáveis que incidem sob o 
seu projeto de vida. O mapeamento das variáveis e o estudo adequado são condição do sucesso de 
um bom planejamento. 
 
A raposa e o caminhar 
Um homem vinha caminhando pela floresta quando viu uma raposa que perdera as pernas, e 
perguntou-se a si mesmo como ela faria para sobreviver. 
Viu então um tigre se aproximando com um animal abatido na boca. O tigre saciou a sua fome e 
deixou o resto da presa para a raposa. 
No dia seguinte, Deus alimentou a raposa usando o mesmo tigre. 
O homem maravilhou-se da grandiosidade de Deus e disse a sí mesmo: 
- Também eu irei me recolher num canto, com plena confiança em Deus, e ele há de prover tudo o 
que eu precisar! 
Assim fez. Mas durante muitos dias nada aconteceu. Estava já quase às portas da morte quando 
ouviu uma voz: 
- Ó, tú que estás no caminho do erro, abre os olhos para a verdade! Siga o exemplo do tigre valoroso 
e pare de imitar a raposa aleijada!” 
Fonte: Revide, 2013. 
 
O instinto é uma resposta rápida e mecânica a um estímulo. Os animais são instintivos, já o homem 
não, pois não temos resposta rápida ao estímulo. Então, como é possível observar no texto anterior, 
não é possível que você fique esperando tudo “cair do céu”. 
Você é um ser humano e é convidado todos os dias a pensar para viver. Essa atitude é um 
planejamento, pois o nosso pensamento é para melhor agir em nossa vida. 
Os meios e os fins estão no planejamento e o ato de planejar nada mais é do que a articulação 
inteligente para interligar meios e fins. As estratégias são os meios e os propósitos são os fins. O 
planejamento é capaz de alinhar os meios e os fins. 
Podemos destacar nesse ponto dos seus estudos que não há uma única maneira de atingir objetivos 
ou de entender o mundo e resolver problemas. Há uma quantidade infinita delas. Como seres 
humanos que somos, saberemos mapear as possibilidades. 
O instinto oferece um caminho, mas a humanidade não tem um caminho pronto e estabelecido. Para 
o homem, o caminho se faz caminhando. O planejamento é feito planejando. A execução é feita 
executando. E a vitória se conquista ganhando. Cada passo que escolhemos dar, nos cria infinitas 
possibilidades, não havendo apenas um caminho a ser seguido. Dianteda infinidade de 
possibilidades, como visto até aqui, o homem deve definir a sua, tomando decisões. O caminho é 
então feito no ato de caminhar. 
 
COACHING E PLANEJAMENTO DE CARREIRA 
 
• TEMPO DE GRANDES MUDANÇAS 
Ao longo da história ocorrem transformações agudas que rearranjam toda a sociedade. Em pouco 
tempo tudo muda, e as pessoas não conseguem nem mesmo imaginar como viviam seus 
antepassados. Gente que antes mal conhecia o rádio assiste hoje, ao vivo, os eventos mundiais, e 
fala com o mundo todo pelo celular, comunica-se por e-mail, invade e é invadido em sua privacidade 
pelas redes sociais, pesquisa via internet, recebe milhões de notícias e informações. 
Vivemos em um tempo de grandes mudanças, só que desta vez não é apenas na sociedade, mas 
principalmente nas organizações. A tecnologia, a informática, a eletrônica e as comunicações são os 
gatilhos dessa transformação, criam descontinuidades e provocam avanços sem volta, definindo 
novos paradigmas. A tecnologia da informação e da comunicação integra a maior parte da sociedade 
economicamente relevante, revolucionando a forma de fazer negócios e liderar pessoas. Tal como 
previsto por Marshall McLuham, em 1971, o mundo se transformou em uma aldeia global. 
Todas estas situações estão ligadas pela grande necessidade de mudanças, reorganizações e de 
ganhos de produtividade, o que acaba gerando novas formas de trabalho, novos negócios, novas 
competências, um novo modelo de trabalhador e, finalmente, uma nova forma de fazer carreira. Em 
resumo, mudanças contínuas. Em um ambiente assim, o gargalo da transformação está nos 
indivíduos – e não nas organizações – e na capacidade de investir ou contratar. Pessoas flexíveis, 
adaptáveis e otimistas vão superar outras, mais rígidas, pessimistas, difíceis de mudar. A 
transformação mais significativa está na gestão de pessoas, provocada pelo surgimento deste novo 
capitalismo sem capital. Aos fatores clássicos de produção foi acrescentado um novo e fundamental: 
o conhecimento. Foi ele que criou as novas empresas e a nova sociedade que Peter Drucker chamou 
de “sociedade do conhecimento”, onde a inovação, a informação e o conhecimento passam a ser tão 
ou mais importantes que o capital financeiro. Novas e gigantes corporações, as famosas ex-empresas 
de “porta de garagem” do Vale do Silício, como Microsoft, HP, Cisco, Google, Facebook, Youtube, 
foram constituídas com muito pouco ou quase nada de dinheiro. Nesta nova sociedade o “trabalhador 
do conhecimento” é, finalmente, dono dos meios de produção e do produto do seu trabalho. Ele faz 
seus horários e controla sua produção, cuida do autodesenvolvimento, estabelece prioridades e não 
precisa estar subordinado a alguém que fiscalize sua jornada, seu dia de trabalho. 
Os avanços tecnológicos permitem a criação de “novas alternativas”, que viram novos produtos de 
mercado, e mudam o mundo, tanto econômica quanto socialmente. Sempre há uma evolução social 
em consequência de um desenvolvimento econômico, resultado de aplicações práticas do progresso 
científico. Por exemplo, a pílula anticoncepcional, nos anos 1960, permitiu que as mulheres pudessem 
planejar e controlar suas vidas e criou condições para que entrassem fortemente no mercado de 
trabalho. Rapidamente passaram dos menos de 30% de participação na PEA (população 
economicamente ativa) para os atuais 50%. Essa rápida entrada das mulheres no mercado de 
trabalho determinou importantes consequências como, por exemplo, a necessidade de novos 
produtos e serviços que atendessem à recém-criada nova estrutura familiar, na qual marido e mulher 
permaneciam fora do lar, o dia inteiro, trabalhando. A partir dessa mudança, com a não existência da 
infraestrutura doméstica, novos problemas surgiram, exigindo novas soluções e novos produtos, entre 
os quais as lanchonetes fast food, os restaurantes “por quilo”, as comidas congeladas e o forno de 
micro-ondas. Um produto é, na realidade, a solução de um problema, o atendimento de uma 
necessidade. 
Isso tudo é radicalmente novo e muda completamente a maneira de organizar, liderar pessoas e fazer 
carreira. Esses novos tempos pedem uma nova organização empresarial, e, portanto, novos 
profissionais e líderes. O desafio dos novos profissionais é ajudar a criar o novo e mobilizar as pessoas 
para que implantem as mudanças. 
Para ter sucesso, um profissional precisa, primeiro, conhecer-se muito bem, ou seja, saber como age 
e reage, o que sabe, do que gosta, o que quer, por que quer, etc. Em seguida, ele precisa aprender a 
conhecer muito bem os outros –como agem e reagem, o que sabem, do que gostam, o que querem, 
por que querem, etc. Algumas pessoas podem ter isso como uma característica pessoal inata, mas 
outras, sem esse dom natural, serão obrigadas a desenvolver essas habilidades e competências. 
Para esse processo de autoconhecimento existem várias ferramentas que serão aplicadas ao longo 
do curso. Vamos iniciar com duas; a ferramenta-exercício 1- áreas da vida e a ferramenta-exercício 2 
– prioridades no trabalho. 
 
Ferramenta-exercício 1: Áreas de sua vida: 
Monte um gráfico tipo pizza com o tempo que você gasta com cada uma dessas atividades hoje e 
quantas gostaria de gastar num futuro próximo. 
 
Hoje No futuro 
 
Ferramenta-exercício 2: Prioridades no trabalho 
Classifique segundo suas prioridades (de 1 à 8) os temas abaixo (de A à H). 
Diga o porquê desta escolha e por que estes interesses são mais ou menos fortes 
 A- Conteúdo do trabalho 
B- Qualidade das relações 
C- Salário 
D- Nível de responsabilidade 
E- Promoção, Formação 
F- Grau de autonomia 
G- Ambiente 
H- Mobilidade profissional 
I- Outros 
 
 
• A CARREIRA ONTEM E HOJE 
 
1. As etapas do processo de coaching de carreira 
O processo de coaching de carreira possui uma sequência lógica de acompanhamento que visa 
apoiar o profissional em seu desenvolvimento. Todo o processo deve ser constituído por um método 
sustentado por ferramentas objetivando a busca por resultados. 
Para estruturar as etapas, deve-se considerar três pontos importantes. 
O primeiro é o entendimento de que o coaching de carreira não é um processo isolado e deve ser 
estruturado dentro de uma visão mais ampla, que leve em conta o plano de vida do profissional. 
Carreira, do ponto de vista conceitual, é tudo aquilo que envolve o percurso de uma vida profissional, 
e que congrega experiências relacionadas ao trabalho e a aprendizagem pessoal. Carreiras são 
dinâmicas, complexas e afetadas por inúmeras variáveis. Portanto, deve fazer parte do processo de 
coaching de carreira considerar o momento de carreira que o profissional está e como o processo vai 
interferir nos próximos passos. 
O segundo ponto é que todo o processo deve ser estruturado em cima de um método. Esta 
metodologia pressupõe a utilização de ferramentas. A escolha e a utilização dessas ferramentas 
configura o terceiro ponto importante. 
O terceiro é que o método pressupõe a utilização de ferramentas e exercícios. As ferramentas devem 
permitir que o profissional possa fazer reflexões sobre seu potencial, forças, gaps, objetivos, 
possibilidade, etc. Dentre as ferramentas, pode-se destacar testes, exercícios, formulários, balanços, 
etc, que sustentarão o processo. 
 
O processo de coaching de carreira divide-se em três etapas; uma etapa inicial de investigação e 
descoberta pessoal, que possibilita a reflexão sobre o desenvolvimento pessoal e profissional; uma 
etapa intermediária que, estrutura as estratégias para definição dos objetivos, considerando os 
ambientes e cenários da organização, e a etapa de criação de um sistema de acompanhamento onde 
se estruturam indicadores e mensuram resultados. 
 
A investigação: balanços e análises 
Estaetapa envolve a análise e reflexão sobre a história pessoal e profissional. É um exercício árduo 
e exigente. Há uma prática metodológica para condução do processo de investigação muito utilizada 
no mundo que é o chamado Balanço de Competências. 
O balanço de competências é um dispositivo que consiste em analisar as competências, aptidões e 
motivações, tanto profissionais como pessoais, de modo a definir um projeto profissional e, um plano 
de desenvolvimento. O Balanço de Competências permite: 
• Definir um projeto profissional 
• Encontrar uma orientação 
• Determinar a viabilidade de um projeto 
• Posicionar-se no ambiente profissional e no mercado de trabalho 
O balanço não é uma simples avaliação. De acordo com Clavier (2002), o balanço ajuda o profissional 
a: apropriar-se de sua história profissional, reconhecer seus valores e realizações; antecipar possíveis 
riscos e problemas; avaliar suas ações para que alcance os objetivos e permita-se o desenvolvimento. 
Para a investigação e balanços, propõe-se a seguinte sequência: 
• O enquadre inicial 
• Balanço Pessoal: pontos fortes e a desenvolver 
• Balanço dos interesses e motivações 
• Balanço Profissional: Realizações e Competências 
O enquadre inicial 
O objetivo desta fase é propor reflexões e um quadro objetivo e estruturado que permitirá ao 
profissional descobrir suas potencialidades, suas competências seus interesses e motivações. 
O Balanço Pessoal: pontos fortes e a desenvolver 
O balanço pessoal tem como objetivo gerar um processo reflexivo que permitirá ao profissional 
identificar, através de exercícios e ferramentas seus pontos fortes e os pontos a desenvolver, suas 
formas de ser e agir, aumentando a percepção que tem de si e a percepção dos outros em relação a 
ele. 
O Balanço dos interesses e motivações. 
É importante que em um processo que visa o desenvolvimento haja a preocupação em ajudar o 
profissional a refletir sobre o que ele gosta de fazer? Como prefere agir? O que o motiva? Quais são 
os seus interesses? 
Ajudar o profissional a descobrir seus interesses e motivações pode interferir em seu dinamismo e 
engajamento. 
O Balanço Profissional: Realizações e Competências 
O balanço profissional permite que o profissional analise suas principais realizações e descubra suas 
potencialidades e competências. Todas estas informações são necessárias para validação das metas 
e construção de um plano de ação condizente com suas características e realidade. 
Os balanços aumentam a consciência de si, a capacidade de se responsabilizar pelo próprio 
desenvolvimento, e estruturar o foco com objetivos claros para a realização das metas e projetos. 
Estratégia: definições dos objetivos e planejamento 
A estruturação de objetivos específicos, análise do ambiente, e um passo a passo, condizente com 
um plano de ação para o atingimento das metas. É importante que haja um equilíbrio entre os objetivos 
do profissional e as necessidades da empresa. A avaliação do cenário organizacional é importante 
para a montagem e validação da estratégia. Após esta análise, estabelece-se prazos e cronogramas. 
Monta-se juntamente com o profissional uma sequência de tarefas e atividades, que ele deverá 
empreender. 
 Sistema de acompanhamento 
Faz parte do processo de coaching orientar o profissional a ter uma visão do futuro e apropriar-se dele 
para que consiga ter e tomar o seu próprio caminho. O mais importante no processo de coaching de 
carreira é que ele pressupõe um grau elevado de amadurecimento do coach porque o método não é 
apenas a aplicação da técnica e métodos. O coach precisa ir além da utilização das técnicas, da 
motivação e indução psicológica. 
2. Mudanças no Mundo Corporativo 
As mudanças econômicas e sociais provocaram mudanças significativas no mundo corporativo. 
Fazer carreira nos dias de hoje, na era do conhecimento, é diferente do que foi fazer carreira na era 
industrial. Esses novos tempos pedem novas organizações, novos profissionais e novos líderes mais 
inovadores e criativos. 
Em resumo, as grandes mudanças no mundo corporativo podem ser vistas na tabela abaixo. 
 
 
Mudanças no Mundo Corporativo 
 
3. Ferramenta – Exercício 3: Curva de satisfação 
Para avaliar o grau de satisfação na vida profissional e pessoal preencher o gráfico abaixo dando nota 
de zero a dez avaliando cada ano tanto sob a ótica de vida profissional como na vida pessoal. 
Após dar as notas escreva de forma sucinta a razão da nota alta ou baixa para cada ano de vida 
analisado. 
 
Curva de Satisfação (dar uma nota avaliativa para vida profissional e outra para vida pessoal) 
 
 
 
• O SIGNIFICADO E BENEFÍCIOS DO TRABALHO 
1. A Carreira Ontem e Hoje 
Antes, com Mercados Crescentes, ter sucesso era não errar. Fazia carreira quem não errava, e não 
errava quem não arriscava. Hoje, com mercados estáveis, ter sucesso é realizar. Faz carreira quem 
inova, quem resolve. Esse novo conceito de fazer carreira exige e pressupõe: 
• Autoconhecimento, 
• Conhecer os estilos de aprendizagem, 
• Desenvolvimento contínuo 
• Balanço constante de suas competências 
• Projeto de vida e de carreira alinhados e coerentes 
 
Nesse novo cenário alterou-se o papel das empresas e dos gestores. Antes as empresas procuravam 
estabelecer um plano de carreira para seus funcionários. Havia uma sequência ascendente de cargos 
e salários pré-estabelecidos pela empresa. Isto já não é mais tão usual. Hoje as empresas procuram 
estimular o desenvolvimento individual de cada um de seus colaboradores, e oferecer suporte e 
condições para que eles busquem seu próprio desenvolvimento. Além disso, buscam oferecer 
diferentes estruturas de carreira como as carreiras em “y”, tanto para gestão como para uma atuação 
mais técnica. Em paralelo disponibilizam instrumentos de gestão que oferecem suporte a: 
• Decisões individuais sobre a carreira (ferramentas de avaliação) 
• Gerenciamento de carreira pela empresa (Avaliação de Competências) 
• Comunicação entre pessoas e a empresa 
• Meios e ferramentas de Desenvolvimento 
 As escolas também estão modificando sua forma de atuação e passaram a oferecer novos cursos e 
novas formas de aula, como a educação a distância para preparar o profissional para esses novos 
tempos. 
A nova “escola” tem que formar os novos profissionais e portanto tem que ensinar a: 
• Pensar e Analisar 
• Inovar e Modificar 
• Liderar e Influenciar 
 Nestes novos tempos o papel dos profissionais também mudou. Os profissionais agora precisam 
cuidar da gestão de seu desenvolvimento, de sua competitividade profissional e de sua evolução na 
carreira. O ponto de partida é o autoconhecimento, a consciência de si e das oportunidades para 
desenvolver. É fundamental ter um projeto pessoal e profissional. Para ter sucesso o profissional 
precisa planejar sua vida, definir onde quer estar no futuro, fazendo o que?, com quem? etc. 
 Ferramenta – Exercício 5 – Parte 1: Qual o seu Objetivo de vida? 
Responda às seguintes perguntas para lhe ajudar a definir seu objetivo: 
1. Daqui a 10 anos, o que você gostaria de ser? 
2. Daqui a 10 anos, o que você não gostaria de ser? 
3. Que formação você desejaria? 
4. Do que você se arrepende de não ter feito? 
5. O que você não tem mais vontade de fazer? 
6. O que você quer continuar a fazer? 
7. Quais são as atividades extraprofissionais que você gostaria de praticar? 
8. Qual o cargo ideal que você gostaria de encontrar? 
 Ferramenta – Exercício 5 – Parte 2: Onde quer estar no futuro? 
Escreva uma Carta para “o você” de daqui a 10 anos. 
Tente definir como você será daqui a 10 anos; trabalhando aonde? fazendo o que? Morando aonde? 
Casado(a) ou não? Filhos?...etc. 
 
 
• Carreira, Organização e Elaboração de um Plano de Carreira 
Uma carreira profissional de sucesso é construída a partir de um projeto estruturado sobre três 
diretrizes básicas: atendimento das necessidades do mercado (o que

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