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Questões de Direito Penal I Responsável: Bernardo Machado Rabelo Email: berabelo93@gmail.com 1. (OAB/MG 2008) Tendo em vista o Direito Penal brasileiro, assinale a alternativa INCORRETA: a) A interpretação literal é a primeira fase da exegese. b) Interpretação teleológica é a que busca interpretar a disposição dentro do sistema normativo em que ela se insere. c) Interpretação autêntica é a realizada mediante disposição legislativa contextual ou posterior à lei interpretada. d) A interpretação lógica pode considerar, em sua análise, elementos históricos. 2. (Promotor - MPE/MS 2013) Assinale a alternativa CORRETA. a) A lei penal começa a produzir efeitos após a sua publicação na imprensa oficial; b) A lei penal começa a produzir efeitos depois de ser sancionada; c) A lei penal começa a produzir efeitos após a sua entrada em vigor, passando a regular todas as situações futuras e passadas; d) A lei penal começa a produzir efeitos após sua promulgação. 3. (Analista – MPE/AL 2012) NÃO se aplica, em regra, a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de a) barco mercante estrangeiro de propriedade privada em águas territoriais brasileiras. b) navio de cruzeiro de propriedade de empresa estrangeira em águas territoriais brasileiras. c) aeronave brasileira a serviço do governo brasileiro em espaço aéreo estrangeiro. d) barco pesqueiro brasileiro de propriedade particular em águas territoriais estrangeiras. e) aeronave comercial estrangeira em voo no espaço aéreo brasileiro. 4. (Analista – MPE/AL 2012) A doutrina penal é unânime de que na expressão “não há crime sem lei anterior que o defina” firma-se um dos fundamentos mais importantes do direito penal: o princípio constitucional da legalidade penal no que diz respeito aos delitos. Pergunta-se: quais são os corolários extraídos desta locução? a) Subsidiariedade, anterioridade e personalidade. b) Reserva legal, anterioridade e instranscendência. c) Reserva legal, anterioridade e taxatividade. d) Subsidiariedade, anterioridade e individualização da pena. e) Reserva legal, personalidade e taxatividade. 5. (Analista – CGU 2012) Marque a opção correta. a) Quanto ao Lugar do crime, o Direito brasileiro adotou a Teoria da Atividade segundo a qual o Lugar do delito é aquele em que se verificou o ato executivo. b) O princípio da irretroatividade da lei penal é corolário do princípio da anterioridade da lei penal e limita-se às normas penais de caráter material. c) O Código Penal Brasileiro adotou, em relação ao dolo, a Teoria da Representação, segundo a qual para a existência do dolo é suficiente a representação subjetiva ou a previsão do resultado como certo ou provável. d) Os crimes comissivos por omissão são objetivamente descritos com uma conduta negativa, não se exigindo um resultado naturalístico. e) O conceito analítico de crime, segundo a Teoria Tripartite, crime é fato típico, antijurídico, culpável e punível. 6. (Auditor - MTE 2010) Camargo, terrorista, tenta explodir agência do Banco do Brasil, na França. Considerando o princípio da extraterritorialidade incondicionada, previsto no Código Penal brasileiro, é correto afirmar que: a) Camargo só pode ser processado criminalmente na França. b) O Estado brasileiro não tem interesse em delitos ocorridos fora do Brasil. c) Caso Camargo tenha sido condenado e encarcerado na França, não poderá ser preso no Brasil. d) O fato deve ser julgado no local onde ocorreu o crime: na França. e) Mesmo Camargo tendo sido julgado na França, poderá ser julgado no Brasil. 7. (Defensor – DPE RO 2010) Assinale a alternativa correta. a) A ação para teoria causal é sempre uma atividade final, graças ao saber final do homem. b) A ação para a teoria final é sempre uma atividade natural, baseada na causalidade. c) A ação para a teoria final é sempre uma atividade dirigida a determinada finalidade graças ao saber causal do homem. d) Pode-se dizer que a finalidade é cega, e a causalidade é vidente. e) Para a teoria finalista, o dolo e a culpa integram a culpabilidade. 8. (Juiz - TRF 4ª Região 2004) Assinalar a alternativa correta. Alberto, cidadão estrangeiro, remete do exterior um artefato explosivo potente para o Brasil, com a intenção de destruir patrimônio de sociedade de economia mista. O explosivo é neutralizado já em território brasileiro. a) O crime (tentativa) foi praticado no exterior, mas se aplica a lei brasileira em razão do princípio da nacionalidade ou personalidade passiva. b) O crime (tentativa) foi praticado no exterior, mas se aplica a lei brasileira em razão do princípio da extraterritorialidade. c) O crime (tentativa) foi praticado tanto no exterior quanto no Brasil, porque o Código Penal Brasileiro adotou a teoria mista ou da unidade ou da ubiqüidade, aplicando-se o princípio da territorialidade. d) O crime (tentativa) foi praticado no exterior, mas se aplica o princípio da Justiça Penal Universal, sendo que Alberto responderá à ação penal tanto em seu país de origem quanto no Brasil, levando-se em conta a pena de uma ação penal na outra ação penal para evitar o bis in idem. 9. (Analista – MPE/SP 2010) Considere que um indivíduo, de nacionalidade chilena, em território argentino, contamine a água potável que será utilizada para distribuição no Brasil e Paraguai. Considere, ainda, que neste último país, em razão da contaminação, ocorre a morte de um cidadão paraguaio, sendo que no Brasil é vitimado, apenas, um equatoriano. De acordo com a regra do art. 6.º, do nosso Código Penal ("lugar do crime"), considera-se o crime praticado a) na Argentina, apenas. b) no Brasil e no Paraguai, apenas. c) no Chile e na Argentina, apenas. d) na Argentina, no Brasil e no Paraguai, apenas. e) no Chile, na Argentina, no Paraguai, no Brasil e no Equador. 10. (Procurador – PGE SP 2002) Os conceitos de antefato e pós-fato impuníveis advêm da ampliação do seguinte princípio da teoria da lei penal: a) especialidade. b) anterioridade. c) subsidiariedade. d) consunção. e) territorialidade. 11. (Advogado – VALEC Engenharia 2012) Assinale a opção correta no que diz respeito à lei penal no tempo, à lei penal no espaço e ao conflito aparente de normas. a) Pelo princípio da bandeira, ficam sujeitos à lei penal brasileira os crimes praticados a bordo de embarcações e aeronaves brasileiras de natureza pública ou privada, quando em território estrangeiro e aí não sejam julgados. b) A irretroatividade da lei penal mais grave é decorrência direta do princípio constitucional da humanidade. c) Entre o roubo e o furto é possível estabelecer uma relação de especialidade, em que a violência contra a pessoa ou a grave ameaça funcionam como elementos especiais ou especializantes. d) Para o princípio da consunção não é importante a relação entre meio e fim, mas o grau de violação do mesmo bem jurídico. e) A requisição do ministro da Justiça é condição indispensável para aplicação da lei penal brasileira aos crimes cometidos contra brasileiro fora do Brasil. 12. (Analista MPE/SP 2012) O peculato, consoante descrito no tipo objetivo do caput do artigo 312 do Código Penal brasileiro, trata-se de a) crime de ação múltipla, formal e de perigo. b) crime próprio, material e de dano. c) crime unissubsistente, próprio e de perigo. d) crime próprio, formal e de perigo. e) crime comum, formal e de perigo. 13. (OAB/MG 2008) Tendo em vista o Direito Penal brasileiro, pode-se afirmar que os crimes de perigo comumsão aqueles que: a) expõem a perigo bens ou interesses, relacionados com os costumes, de um número indeterminado de pessoas. b) expõem a perigo bens ou interesses, relacionados com a liberdade individual, de um número indeterminado de pessoas. c) expõem a perigo bens ou interesses, relacionados com a paz pública, de um número indeterminado de pessoas. d) expõem a perigo bens ou interesses, relacionados com a incolumidade pública, de um número indeterminado de pessoas. 14. (Outorga de Delegações de Notas e de Registro - SP 2012) Dispõe o artigo 301, § 1º do Código Penal: “Falsificar, no todo ou em parte, atestado ou certidão, ou alterar o teor de certidão ou atestado verdadeiro, para prova de fato ou circunstância que habilite alguém a obter cargo público, isenção de ônus ou de serviço de caráter público, ou qualquer outra vantagem. Pena – detenção de 3 (três) meses a 2 (dois) anos”. São características do delito tipificado no referido artigo de lei, EXCETO tratar-se de crime a) unissubsistente. b) monossubjetivo. c) de menor potencial ofensivo. 15. (Promotor – MPE/MG 2006) Assinale a alternativa FALSA. a) Na concepção finalista de culpabilidade, o dolo e a culpa são objetos de valoração, enquanto a culpabilidade importa a valoração desses objetos. b) A formulação teórica do chamado “Direito Penal do Inimigo” parte da idéia de que a este não se pode imputar a condição de pessoa, mas tão-somente a de indivíduo, vez que não satisfaz às mínimas expectativas normativas a respeito de seu comportamento dentro do corpo social. c) A teoria funcionalista lança mão da categoria filosófica do livre arbítrio como argumento importante para a legitimação da punição. d) As teorias sociológicas do risco constituem-se em uma das bases para a construção da perspectiva da imputação objetiva. e) No conceito psicológico de culpabilidade, verifica-se uma separação do aspecto externo (injusto) com relação ao aspecto interno (culpabilidade) do delito. 16. (Analista - TJSP 2012) A respeito dos elementos do crime, é correto afirmar que a) o crime cujo tipo descreve conduta comissiva não pode ser praticado por omissão. b) o nexo de causalidade é a ligação entre a vontade do agente e a conduta delituosa. c) o resultado pode se restringir ao perigo de lesão de um interesse protegido pela norma penal. d) tipicidade é a relação entre a ação delituosa e o resultado almejado pelo agente. e) não exclui a imputação a superveniência de causa relativamente independente que por si só produziu o resultado. 17. (Analista- TCE/AP 2012) Denomina-se tipicidade a) a desconformidade do fato com a ordem jurídica considerada como um todo. b) a adequação do fato concreto com a descrição do fato delituoso contida na lei penal. c) o nexo material entre a conduta do agente e o resultado lesivo. d) o nexo subjetivo entre a intenção do agente e o resultado lesivo. e) a correspondência entre o resultado e a possibilidade de previsão de sua ocorrência por parte do agente. 18. (Promotor – MPE/MS 2003) Assinale a alternativa CORRETA. a) Crime exaurido é aquele no qual o agente praticou todos os atos de execução; b) Crime exaurido é aquele no qual o agente, após atingir o resultado consumativo, continua a agredir o bem jurídico, procura dar-lhe uma nova destinação ou tenta tirar novo proveito, fazendo com que sua conduta continue a produzir efeitos no mundo concreto, mesmo após a realização integral do tipo; c) Crime exaurido é aquele no qual o agente praticou todos os elementos do fato típico; d) Crime exaurido é aquele no qual o agente consegue realizar todos os elementos constantes da definição legal do delito. 19. (Analista – TJ/SP 2012) Na culpa consciente, o agente a) prevê o resultado, mas não se importa que o mesmo venha a ocorrer. b) não prevê o resultado, mas lhe dá causa por imprudência. c) prevê o resultado, mas espera, sinceramente, que não ocorrerá. d) não prevê o resultado, mas lhe dá causa por negligência. e) não prevê o resultado, mas lhe dá causa por imperícia. 20. (OAB/MG 2008) Com relação aos crimes culposos, assinale a alternativa INCORRETA: a) Em se tratando de crimes culposos, muitas vezes o dever objetivo de cuidado está estipulado em normas legais ou administrativas, relacionadas com a regulamentação de determinadas profissões ou atividades geradoras de riscos. b) A previsibilidade subjetiva é um conceito relacionado com a previsibilidade do “homo medius”. c) Nos crimes culposos o tipo é aberto. d) Na análise da tipicidade da conduta culposa, é preciso considerar, além de outros elementos, a conexão entre o desvalor da ação e o desvalor do resultado, ou seja, analisar se o resultado produzido está dentro do âmbito de proteção da norma de cuidado violada. 21. (Oficial de Justiça – TJ/SP 2012) A respeito do dolo e da culpa, considere: I. Presume-se a culpa do agente quando infringir disposição regulamentar. II. Para a existência de ilícito contravencional não se exige dolo, nem culpa, mas apenas ação ou omissão voluntária. III. Se a vítima e o agente tiverem culposamente dado causa ao evento, este somente será penalmente responsável se a sua culpa for mais grave que a daquela. Está correto o que se afirma APENAS em a) I. b) II. c) I e II. d) I e III. e) II e III. 22. (Promotor - MP DFT 2005) Em face das seguintes assertivas, assinale a alternativa incorreta: a) O dolo direto de segundo grau versa sobre as conseqüências secundárias, decorrentes dos meios elegidos pelo autor para a prática da conduta, desde que por ele representadas como certas ou necessárias, ainda que não desejadas. b) O comportamento típico culposo apresenta os seguintes elementos: conduta voluntária; inobservância do dever de cuidado objetivo; produção de resultado naturalístico, não desejado nem consentido; nexo de causalidade; previsão ou previsibilidade objetiva; subsunção a norma penal expressa. c) O preenchimento do tipo penal doloso pode exigir, ao lado do dolo, a verificação de outros elementos de natureza subjetiva, sem os quais a conduta será desclassificada para outro tipo penal ou simplesmente considerada atípica. d) A combinação entre o dolo (no precedente) e a culpa (no conseqüente ) é essencial para a caracterização dos crimes qualificados pelo resultado. e) O Código Penal brasileiro acolheu, no caput de seu artigo 13, a teoria da equivalência dos antecedentes causais, admitindo, todavia, o rompimento do nexo causal por causa superveniente relativamente independente (artigo 13, § 1º), o que representa limite à amplitude da teoria elegida pelo legislador para regular a causalidade natural no Direito Penal. 23. (Procurador – Prefeitura SP 2008) A pena para o crime tentado a) varia de crime para crime e está prevista na parte especial do Código Penal. b) não é aplicável no caso de crime doloso. c) é aplicável somente no caso de crime culposo. d) salvo disposição em contrário, corresponde à pena do crime consumado, diminuída de um a dois terços. e) corresponde à pena do crime consumado, aumentada de um a dois terços. 24. (Analista- TCE/AP 2012) A respeito da tentativa, considere: I. o meio empregado é absolutamente ineficaz para a obtenção do resultado. II. o agente suspende espontaneamente a execução do delito após tê-la iniciado. III. o meio empregado é relativamente inidôneo para a obtenção do resultado. IV. o agente suspende a execução do delito em razão da resistência oposta pela vítima. V. o agente, após ter esgotado os meios de que dispunha paraa prática do crime, impede que o resultado se produza. Há crime tentado nas situações indicadas APENAS em a) III e IV. b) I e IV. c) I, II e IV. d) II e III. e) II, III, IV e V. 25 (Analista – MPE/SP 2012) O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução do crime somente responde pelos atos já praticados. A assertiva acima disciplina qual benefício legal previsto no Código Penal? a) Tentativa branca. b) Arrependimento posterior. c) Desistência voluntária. d) Tentativa imperfeita. e) Tentativa inidônea. 26. (Juiz - TJ DFT 2002) Assinale a alternativa correta: “A" e "B" se dirigiram a Escola "X" na Asa Sul onde estudava a vítima "C", procurando-a insistentemente, sem que lograssem êxito. Pretendiam, nessa oportunidade, arrebatar violentamente das mãos da mãe a criança, deixando com aquela um bilhete manuscrito em letra de forma, provindo do punho de "A", exigindo resgate, sob pena de matarem o sequestrado infante. O arrebatamento seria feito por "B", que, inclusive até os cabelos pintou em disfarce, enquanto que "A" aguardava no volante do veículo Palio, emprestado, esse desfecho, para fugirem do local com a criança arrebatada. Como não conseguiram encontrar a vítima "C", encaminharam-se a uma farmácia na Asa Norte, para tratar de assunto particular, quando foram presos em flagrante delito, portando cada um simulacro de revólver e o bilhete, tornando evidentes e insofismáveis suas intenções delituosas. Indaga-se: a) configuram-se na hipótese atos de execução ou de tentativa de extorsão mediante seqüestro contra menor de 18 anos. b) configuram-se meramente preparatórios os atos praticados, sendo, em consequência, impuníveis. c) caracteriza-se desistência voluntária. d) caracteriza-se o crime impossível por ineficácia absoluta do meio. 27. (Defensor– DPE RO 2010) Pedro, depois de agredir a vítima e prestes a deferir o golpe fatal, cede à sua súplica, quando esta implora e clama por piedade, deixando, por vontade própria, de causar-lhe a morte, abandonando a empreitada criminosa. No caso descrito, é correto afirmar que a) não se configura a desistência voluntária, porque houve a súplica da vítima. b) o agir de Pedro, embora não tenha sido espontâneo, configura a desistência voluntária. c) Pedro deve responder neste caso pela tentativa de homicídio. d) o agir de Pedro, embora não tenha sido espontâneo, configurou o arrependimento eficaz. e) não se configura o arrependimento eficaz, porque não houve a voluntariedade de Pedro. 28. (Promotor - MP DFT 2005) Julgue as assertivas sobre as etapas de realização do delito e questões correlatas, marcando a alternativa correta: a) O iter criminis compreende os seguintes momentos: cogitação, preparação, execução, consumação formal e exaurimento. b) Nos termos do Código Penal brasileiro, a pena da tentativa será a pena prevista para o crime consumado, sempre diminuída, nos limites legais, de acordo com a maior ou menor realização do iter criminis pelo autor. c) É possível identificar, quanto ao aspecto objetivo, desistência voluntária e tentativa imperfeita, de um lado, e arrependimento eficaz e tentativa perfeita, de outro: no primeiro caso, o iter criminis é interrompido na fase de execução; no segundo, os atos de execução se esgotam sem a produção do resultado. d) O crime impossível, quando absolutamente impróprio o objeto, é também denominado de crime falho. e) O autor de crime de furto faz jus à diminuição de pena, por reconhecimento do arrependimento posterior, se a res furtiva é integralmente apreendida em seu poder e restituída intacta à vítima, antes do recebimento da acusação. 29. (Juiz - TRT/MT 2008) Assinale a alternativa CORRETA: a) nos crimes omissivos impróprios a simples omissão já constitui o crime; b) o arrependimento posterior é causa de exclusão da ilicitude; c) não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta do meio ou por absoluta impropriedade do objeto, é impossível consumar-se o delito; d) o estado de necessidade e a legítima defesa excluem a tipicidade; e) não pode ser considerado doloso o crime em que o agente não quis o resultado, embora tenha assumido o risco de produzi-lo. 30. (Promotor – MPE/MS 2012) Juliano mora embaixo de uma ponte no centro da cidade, espaço que divide com outro morador de rua, Floriano. Juliano, no escopo de passar a ocupar sozinho o local referido, intenta tirar a vida de Floriano. Para tanto, Juliano espera a chegada da noite, aguardando o momento em que a vítima venha a adormecer, a fim de facilitar seu desiderato. Numa noite fria, em torno das 23h30min, Juliano percebe que sua pretensa vítima teria adormecido, e, aproveitando-se de tal situação desfere cinco golpes de punhal, sem encontrar qualquer resistência por parte da vítima. Porém o laudo do médico perito dá conta de que a morte não foi causada pelos ferimentos decorrentes dos golpes de punhal, e sim por hipotermia agravada por complicações cardíacas preexistentes na vítima. Afirma o laudo que no momento da agressão a vítima já se encontrava morta. Em relação ao ocorrido, é correto afirmar que se trata de a) crime impossível por relativa impropriedade do objeto. b) homicídio consumado na forma simples. c) homicídio consumado na forma qualificada. d) crime impossível por ineficácia do meio. e) crime impossível por absoluta impropriedade do objeto. 31. (Promotor - MPE/MG 2006) Tício e Mévio eram antigos desafetos. Tício resolve, então, ceifar a vida de Mévio e contrata Semprônio, matador de aluguel, acertando duas parcelas de R$5.000,00, uma antes e outra após a realização do “serviço”. Ficou combinado que este seria realizado em cinco dias do encontro, mediante um único disparo de arma de fogo. Ao chegar em casa, Tício arrepende-se e liga para Semprônio, cancelando a empreitada. Este se recusa a deixar de realizar o serviço, argumentando ser um profissional e que, após a contratação, o negócio não poderia ser desfeito. Tício pondera a Semprônio que este poderia, então, quedar-se com o “sinal” e não realizar a empreitada criminosa, o que é rechaçado por Semprônio que diz que faria um “abatimento do preço” e deixaria todo “contrato” pelos R$5.000,00 já pagos, não havendo a necessidade de outro pagamento após a efetivação. Tício retoma sua vida normal e, após cinco dias, Semprônio efetivamente mata Mévio com emprego de veneno. Como Promotor de Justiça da comarca, analise a questão e informe a solução jurídica para o caso: a) Tício não responde pelo evento, em virtude de não ter aumentado o risco da ocorrência do resultado, enquanto Semprônio responde por homicídio qualificado pela paga e pelo emprego de veneno. b) Tício não responde pelo evento, em virtude de ter cessado seu dolo de homicídio antes do início da execução (iter criminis preparatório), enquanto Semprônio responde por homicídio qualificado apenas pelo emprego de veneno. c) Tício responde apenas por tentativa de homicídio, em virtude de ser sua omissão relevante, enquanto Semprônio responde por homicídio qualificado pela paga e pelo emprego de veneno. d) Tício responde apenas por homicídio qualificado pela paga, em virtude de ser sua omissão relevante, enquanto Semprônio responde por homicídio qualificado pela paga e pelo emprego de veneno. e) Tício e Semprônio respondem em concurso de agentes por homicídio qualificado pela paga e pelo emprego de veneno. 32. (Juiz– TRF 4ª Região 2000) Após ingerir comida, envenenada por seu irmão "A", "B", ainda sem estar sentindo os efeitos do veneno, ao atravessar uma rua, é atropelado por "C", motorista imprudenteque dirigia com excesso de velocidade, vindo a morrer de fratura craniana. Indique a alínea correspondente à afirmativa inteiramente correta: a) O evento fatal que vitimou "B" é imputável a ambos os agentes, "A" e "C, por ter o primeiro querido esse resultado, e o segundo por ter concorrido culposamente para a morte da vítima. b) O evento morte de "B" é imputável exclusivamente ao agente "C", por ter praticado a única conduta, absolutamente independente de qualquer outra, sem a qual o resultado não teria acontecido. c) O evento morte de "B" é imputável exclusivamente ao agente "C", por ter praticado conduta relativamente independente da realizada por "A", mas que, por si só, causou o resultado. d) O evento fatal é imputável a ambos os agentes, "A" e "C", por terem concorrido de qualquer modo para o resultado morte de "B". 33. Considerando as disposições contidas na Parte Geral da Lei das Contravenções Penais, assinale a alternativa incorreta. a) A lei brasileira só é aplicável à contravenção praticada no território nacional. b) Não é punível a tentativa de contravenção. c) Nas contravenções, as penas principais são prisão simples e multa. d) Verifica-se a reincidência quando o agente pratica uma contravenção depois de passar em julgado a sentença que o tenha condenado, no Brasil ou no estrangeiro, por qualquer crime, ou, no Brasil, por motivo de contravenção. e) Nas contravenções, em caso de ignorância ou de errada compreensão da lei, quando inescusáveis, a pena pode deixar de ser aplicada. 34. (Analista – MPE/SP 2012) Cerqueira, velho inimigo de Jovêncio, supondo que este iria matá-lo, por conta de inúmeras ameaças de morte, ao vê-lo levar a mão no bolso do paletó, onde costumava manter uma pistola, desferiu contra ele um único disparo de arma de fogo. Jovêncio, no entanto, carregava neste bolso um presente para Cerqueira, com quem pretendia celebrar as pazes. Ao ser alvejado com o disparo, sacou de sua arma, que estava em um coldre na perna, revidando com um único disparo. Ambos ficaram lesionados. Diante do problema, é correto afirmar: a) nem Jovêncio, nem Cerqueira praticaram qualquer tipo de crime. b) Jovêncio não praticou qualquer delito; porém, Cerqueira deve responder por tentativa de homicídio. c) Cerqueira não praticou qualquer delito; porém, Jovêncio deve responder por tentativa de homicídio. d) ambos devem responder por lesões corporais. 35. (OAB/BR 2012) José conversava com Antônio em frente a um prédio. Durante a conversa, José percebe que João, do alto do edifício, jogara um vaso mirando a cabeça de seu interlocutor. Assustado, e com o fim de evitar a possível morte de Antônio, José o empurra com força. Antônio cai e, na queda, fratura o braço. Do alto do prédio, João vê a cena e fica irritado ao perceber que, pela atuação rápida de José, não conseguira acertar o vaso na cabeça de Antônio. Com base no caso apresentado, segundo os estudos acerca da teoria da imputação objetiva, assinale a afirmativa correta. a) José praticou lesão corporal culposa. b) José praticou lesão corporal dolosa. c) O resultado não pode ser imputado a José, ainda que entre a lesão e sua conduta exista nexo de causalidade. d) O resultado pode ser imputado a José, que agiu com excesso e sem a observância de devido cuidado. 36. (Promotor – MPE MS 2009) Observe as seguintes afirmativas: I - O consentimento do ofendido pode ser aplicado como causa excludente de tipicidade. II - O consentimento do ofendido pode ser aplicado como causa excludente de ilicitude. III - O consentimento do ofendido pode ser aplicado como causa excludente de culpabilidade. No direito penal brasileiro, sob certas circunstâncias, é correto afirmar que está(ão) correta(s) a(s) seguinte(s) afirmativa(s): a) I, II e III. b) II e III. c) I e III. d) I e II. e) II. 37. (Analista – MPE/AL 2012) Josué, Jacó e Francisco estavam em uma embarcação no rio São Francisco que os levavam a cidade de Piranhas-AL. Sem qualquer motivo aparente, Josué agrediu Jacó e ambos iniciaram uma luta corporal comprometendo a estabilidade do barco que ameaçava virar. Francisco que não sabia nadar, com a finalidade de evitar um naufrágio, empurrou Josué, que continuava desferindo socos em Jacó, para fora da nave, havendo este sofrido lesões por conta da queda. No caso, a) operou-se o estado de necessidade. b) tipificou-se o delito de tentativa de homicídio. c) operou-se o exercício regular de um direito d) tipificou-se o delito de lesões corporais graves. e) a legítima defesa de terceiro. 38. (Analista – MPE/MS 2013) No Direito Penal brasileiro, prevalece no âmbito doutrinário e jurisprudencial a adoção da teoria tripartida do fato criminoso, ou seja, crime é a conduta típica, ilícita e culpável. Nem toda conduta típica será ilícita, tendo em vista que existem causas de exclusão da ilicitude. As alternativas a seguir apresentam causas que excluem a ilicitude, de acordo com o Código Penal, à exceção de uma. Assinale‐a. a) Legítima Defesa. b) Obediência hierárquica. c) Estrito cumprimento de dever legal. d) Exercício regular de direito. e) Estado de necessidade. 39.( Oficial – TJ 2012 Considere a prática de fato criminoso por: I. desconhecimento da lei. II. erro inevitável sobre a ilicitude do fato. III. erro evitável sobre a ilicitude do fato. IV. erro plenamente justificado pelas circunstâncias, que leva à suposição de situação de fato que, se existissem, tornaria a ação legítima. O agente é isento de pena nas situações indicadas APENAS em a) I, II e IV. b) I e III. c) I e IV. d) II e IV. e) III e IV. 40. (Analista – MPE/AL 2012) O chamado “erro de proibição”, no direito penal, refere- se à: a) tipicidade. b) antijuridicidade c) capacidade. d) culpabilidade. 41. (OAB/PR 2006) O artigo 21 do Código Penal estabelece que "o desconhecimento da lei é inescusável". Sobre o erro inevitável acerca da ilicitude do fato, assinale a alternativa CORRETA: a) o erro inevitável acerca da ilicitude do fato isenta o sujeito ativo de pena. b) o erro inevitável acerca da ilicitude do fato exclui a ilicitude do fato. c) o erro inevitável acerca da ilicitude do fato exclui a tipicidade do fato. d) o erro inevitável acerca da ilicitude do fato determina a aplicação de medida de segurança. 42. (Procurador – TCE/SP 2011) No tocante ao crime culposo, é possível assegurar que a) a inobservância de disposição regulamentar não faz presumir a culpa. b) a culpa concorrente da vítima exclui a do acusado. c) é desnecessária previsão de punição a título de culpa na respectiva figura penal. d) é admissível a tentativa. e) é dispensável a previsibilidade do resultado. 43. (Procurador – TCE/SP 2011) No estado de necessidade, a) há necessariamente reação contra agressão. b) o agente responderá apenas pelo excesso culposo. c) deve haver proporcionalidade entre a gravidade do perigo que ameaça o bem jurídico e a gravidade da lesão causada. d) a ameaça deve ser apenas a direito próprio. e) inadmissível a modalidade putativa. 44. (Procurador – TCE/SP 2011) Nos crimes plurissubsistentes, havendo iter criminis com sucessivas condutas durante a sua execução, é a) inadmissível a tentativa. b) admissível apenas a tentativa perfeita. c) cabível a tentativa tão-somente nas formas culposas. d) admissível tanto a tentativa perfeita, como a imperfeita. e) cabível apenas a tentativaimperfeita. 45. (Procurador – TCE/SP 2011) Os crimes que resultam do não fazer o que a lei manda, sem dependência de qualquer resultado naturalístico, são chamados de a) comissivos por omissão. b) formais. c) omissivos próprios. d) comissivos. e) omissivos impróprios. 46. (Analista – TRE RN 2011) João subtraiu, mediante destreza, a carteira do bolso de Paulo, contendo R$ 1.000,00 em dinheiro. Nesse caso, o sujeito passivo do crime é a) o Estado. b) Paulo. c) o patrimônio. d) a paz pública. e) a coletividade. 47. (Juiz Substituto TJ DFT 2006) Pela teoria actio libera in causa: a) Considera-se o momento da ingestão da substância causadora da embriaguez e não o da prática delituosa, não se excluindo a imputabilidade do agente, completa ou incompleta a sua embriaguez; b) Considera-se o momento da prática delituosa e não o da ingestão da substância causadora da embriaguez, excluindo-se a imputabilidade do agente, se completa a sua embriaguez; c) Considera-se o momento da prática delituosa e não o da ingestão da substância causadora da embriaguez, reduzindo-se a pena do agente, se incompleta a sua embriaguez; d) As opções "b" e "c" acima estão corretas. 48. (Promotor – MPE RO 2010) Assinale a opção correta com relação às teorias do direito penal. a) De acordo com a tipicidade conglobante, devem-se analisar outros elementos além daqueles previstos no tipo penal para que o fato seja considerado típico. Essa abordagem tem por fundamento o modelo clássico do finalismo, que, se afastando da teoria indiciária, adota o modelo da teoria dos elementos negativos do tipo. b) De acordo com a teoria constitucionalista do delito, crime é fato típico, antijurídico e punível. A culpabilidade, fundamento para a aplicação da pena, não é requisito do crime. c) De acordo com a teoria do funcionalismo moderado, o crime é composto por três requisitos: tipicidade, antijuridicidade e punibilidade, e este último requisito compreende culpabilidade e necessidade concreta da pena. d) Segundo a teoria finalista, a culpabilidade é puro juízo de reprovação do crime, ou seja, nem puramente psicológica, como na teoria neokantista, nem psicológica e normativa, como na teoria causalista. e) Segundo a teoria do funcionalismo moderado, caso um lutador de boxe mate o adversário no ringue, o fato deverá ser considerado atípico, uma vez que o agente somente comete fato materialmente típico se criar riscos proibidos pelo direito; tal posicionamento contraria a doutrina tradicional, que caracteriza o fato como exercício regular de direito. 49. (Analista – TER AL 2009) Considere as assertivas abaixo. I. Há dolo eventual quando o agente, embora prevendo o resultado, não quer que ele ocorra nem assume o risco de produzi-lo. II. Há culpa inconsciente quando, embora previsível o resultado, o agente não o prevê por descuido, desatenção ou desinteresse. III. No crime preterdoloso, a conduta inicial é dolosa, mas o resultado dela advindo é culposo. IV. Em todos os crimes contra o patrimônio, reparado o dano ou restituída a coisa, até o recebimento da denúncia ou da queixa, por ato voluntário do agente, a pena será reduzida de um a dois terços. Está correto o que se afirma APENAS em a) I, II e III. b) I, III e IV. c) I e IV. d) II e III. e) II e IV. 50. (Analista – TRE GO 2009) Pablo atingiu Luiz com cinco disparos de arma de fogo, um na cabeça, dois no tórax e dois nas pernas. Luiz foi socorrido e levado ao hospital público mais próximo, apurando-se que necessitava de urgente intervenção cirúrgica. No entanto, como, minutos antes de sua chegada ao hospital havia ocorrido grave acidente envolvendo dois ônibus e as vítimas estavam sendo socorridas, não foi possível que os médicos ministrassem a Luiz, de forma imediata, o tratamento necessário. Convocou-se, então, um médico que estava de folga e que, tendo chegado ao hospital 30 minutos após a internação de Luiz, passou a cuidar do paciente. Ainda que Luiz tenha recebido atendimento médico, constatou-se que seu estado de saúde já se havia agravado e, embora ele tenha sido submetido a cirurgia para retirada dos projéteis, não resistiu e veio a falecer. Considerando essa situação hipotética, assinale a opção correta. a) Houve a superveniência de causa absolutamente independente, consistente na demora no atendimento médico a Luiz, o que implica que Pablo somente responderá pelas lesões corporais causadas. b) O resultado morte somente foi produzido em razão da ausência de tratamento médico imediato da vítima, havendo uma ruptura do nexo causal. c) Ocorreu uma causa superveniente relativamente independente, que impede a responsabilização de Pablo pelo resultado morte. d) O resultado morte decorreu do desdobramento normal da conduta praticada por Pablo, que responderá pelo resultado produzido. Gabarito 1. B 2. A 3. D 4. C 5. B 6. E 7. C 8. C 9. D 10. D 11. C 12. B 13. D 14. A 15. C 16. C 17. B 18. B 19. C 20. B 21. B 22. D 23. D 24. A 25. C 26. B 27. B 28. C 29. C 30. E 31. D 32. B 33. E 34. A 35. C 36. D 37. A 38. B 39. D 40. D 41. A 42. A 43. C 44. D 45. C 46. B 47. A 48. E 49. D 50. D
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