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www.colunacriminal.com instagram.com/colunacriminal www.colunacriminal.com instagram.com/colunacriminal Este e-book foi preparado especialmente aos concurseiros e demais operadores do Direito que desejam colocar em prática seus conhecimentos no tocante ao Código Penal, seja parte geral, seja parte especial. Você terá acesso a comentários doutrinários, julgados, súmulas e macetes que irá auxiliar no seu estudo de Direito Penal. Fontes para os comentários: Cleber Masson, Rogério Greco, Rogério Sanches Cunha, Mário André / Dizer o Direito etc. Espero que goste do e-book. “A felicidade não é um destino, é uma viagem. A felicidade não é amanhã, é agora. A felicidade não é uma dependência, é uma decisão. A felicidade é o que você é, não o que você tem.” (Osho) Instagram: www.instagram.com/colunacriminal Site: www.colunacriminal.com At.te Michael Douglas F. Belizário – Coluna Criminal http://www.instagram.com/colunacriminal http://www.colunacriminal.com/ www.colunacriminal.com instagram.com/colunacriminal QUESTÃO 01 Quadrix - 2019 - CREA-TO - Advogado No âmbito do direito penal, aplica‐se, em regra, o princípio do tempus regit actum, por meio do qual se deve aplicar a lei penal em vigor na data da prática do ato delituoso. No entanto, se a nova lei, mesmo não estando em vigor na data do crime, for mais benéfica ao acusado, deverá retroagir para ser aplicada no caso concreto. ( ) Certo ( ) Errado COMENTÁRIO A regra geral é a da prevalência da lei que se encontrava em vigor quando da prática do fato, vale dizer, aplica-se a lei vigente quando da prática da conduta (tempus regit actum). Dessa forma, resguarda-se a reserva legal, bem como a anterioridade da lei penal, em cumprimento às diretrizes do texto constitucional. As exceções se verificam, por outro lado, na hipótese de sucessão de leis penais que disciplinem, total ou parcialmente, a mesma matéria. Lei penal benéfica, também conhecida como lex mitior ou novatio legis in mellius, é a que se verifica quando, ocorrendo sucessão de leis penais no tempo, o fato previsto como crime ou contravenção penal tenha sido praticado na vigência da lei anterior, e o novel instrumento legislativo seja mais vantajoso ao agente, favorecendo o de qualquer modo. A lei mais favorável deve ser obtida no caso concreto, aplicando se a que produzir o resultado mais vantajoso ao agente (teoria da ponderação concreta).1 Gabarito: CERTO. 1 Direito penal esquematizado – Parte geral – vol. 1 / Cleber Masson. – 14.ª ed. rev., atual. e ampl. –Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2020. www.colunacriminal.com instagram.com/colunacriminal QUESTÃO 02 CESPE - 2019 - PGE-PE - Analista Judiciário de Procuradoria A superveniência de lei penal mais gravosa que a anterior não impede que a nova lei se aplique aos crimes continuados ou ao crime permanente, caso o início da vigência da referida lei seja anterior à cessação da continuidade ou da permanência. ( ) Certo ( ) Errado COMENTÁRIO É o entendimento do Supremo Tribunal Federal, que editou a súmula 711: A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime permanente, se a sua vigência é anterior à cessação da continuidade ou da permanência. Ensina Masson: No crime permanente em que a conduta tenha se iniciado durante a vigência de uma lei, e prossiga durante o império de outra, aplica-se a lei nova, ainda que mais severa. Fundamenta-se o raciocínio na reiteração de ofensa ao bem jurídico, já que a conduta criminosa continua a ser praticada depois da entrada em vigor da lei nova, mais gravosa. No crime continuado em que os fatos anteriores eram punidos por uma lei, operando-se o aumento da pena por lei nova, aplica-se esta última a toda a unidade delitiva, desde que sob a sua vigência continue a ser praticada. O crime continuado, em que pese ser constituído de vários delitos parcelares, é considerado crime único para fins de aplicação da pena (teoria da ficção jurídica)2 2 2 Direito penal esquematizado – Parte geral – vol. 1 / Cleber Masson. – 14.ª ed. rev., atual. e ampl. –Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2020. www.colunacriminal.com instagram.com/colunacriminal Gabarito: CERTO. QUESTÃO 03 CESPE - 2018 - Polícia Federal - Agente de Polícia Federal Depois de adquirir um revólver calibre 38, que sabia ser produto de crime, José passou a portá-lo municiado, sem autorização e em desacordo com determinação legal. O comportamento suspeito de José levou-o a ser abordado em operação policial de rotina. Sem a autorização de porte de arma de fogo, José foi conduzido à delegacia, onde foi instaurado inquérito policial. Tendo como referência essa situação hipotética, julgue o item seguinte. Se, durante o processo judicial a que José for submetido, for editada nova lei que diminua a pena para o crime de receptação, ele não poderá se beneficiar desse fato, pois o direito penal brasileiro norteia-se pelo princípio de aplicação da lei vigente à época do fato. ( ) Certo ( ) Errado COMENTÁRIO Expressa o Art. 2º, Parágrafo único, do CP: “A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado”. Assim, com a edição de lei penal que diminui a pena, deve-se aplicar ao agente, mesmo com sentença transitada em julgado. Lei penal benéfica, também conhecida como lex mitior ou novatio legis inmellius, é a que se verifica quando, ocorrendo sucessão de leis penais no tempo, o fato previsto como crime ou contravenção penal tenha sido praticado na vigência da lei anterior, e o novel instrumento legislativo seja mais vantajoso ao agente, favorecendo o de qualquer modo. A lei mais favorável deve ser obtida no caso concreto, aplicando-se a que produzir o resultado mais vantajoso ao agente (teoria da ponderação concreta). Aqui também a expressão “de qualquer modo” deve ser compreendida na acepção mais ampla possível. Nos termos do art. 5.º, XL, da Constituição Federal, a www.colunacriminal.com instagram.com/colunacriminal abolitio criminis e a novatio legis in mellius devem retroagir, por configurar nítido benefícioao réu. No campo da Lei de Drogas, o Superior Tribunal de Justiça pacificou o entendimento de que o crime ora tipificado pelo art. 28, caput (porte de droga para consumo pessoal), em razão da natureza das penas a ele cominadas, é mais brando do que a figura antigamente prevista no art. 16 da Lei 6.368/1976. Deve, assim, retroagir para alcançar os fatos cometidos sob a égide da lei antiga. A retroatividade é automática, dispensa cláusula expressa e alcança inclusive os fatos já definitivamente julgados – grifamos.3 Gabarito: ERRADO. QUESTÃO 04 CESPE - 2018 - Polícia Federal - Delegado de Polícia Federal Manoel praticou conduta tipificada como crime. Com a entrada em vigor de nova lei, esse tipo penal foi formalmente revogado, mas a conduta de Manoel foi inserida em outro tipo penal. Nessa situação, Manoel responderá pelo crime praticado, pois não ocorreu a abolitio criminis com a edição da nova lei. ( ) Certo ( ) Errado COMENTÁRIO A questão versa sobre o princípio da continuidade típico-normativa. Ensina Rogério Greco: Pode ocorrer que determinado tipo penal incriminadorseja expressamente revogado, mas seus elementos venham a migrar para outro tipo penal já existente, ou mesmo criado por nova lei. Nesses casos, embora aparentemente tenha havido a abolição da figura típica, temos aquilo que se denomina continuidade normativo-típica. Não ocorrerá, portanto, a abolitio criminis, mas, sim, a permanência da conduta anteriormente incriminada, só que constando de outro tipo penal. A título de exemplo, podemos citar o que ocorreu com o revogado 3 Direito penal esquematizado – Parte geral – vol. 1 / Cleber Masson. – 14.ª ed. rev., atual. e ampl. –Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2020. www.colunacriminal.com instagram.com/colunacriminal art. 12 da Lei nº 6.368/76, cujos elementos foram abrangidos pela atual figura típica constante do art. 33 da Lei nº 11.343/2006 (Lei de drogas) – grifamos.4 Julgou o STJ: “Com o advento da Lei nº 12.015/2009, as figuras do estupro e do atentado violento ao pudor foram condensadas em um mesmo dispositivo, não havendo que se falar em abolitio criminis, estando -se diante do princípio da continuidade normativa. Doutrina. Jurisprudência (STJ, HC 215.444/BA, Rel. Min. Jorge Mussi, 5ª T., DJe 21/11/2013).” Julgou o TRF da quarta região: ... PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE NORMATIVA TÍPICA. AUSÊNCIA DE ABOLITIO CRIMINIS. A conduta de fazer declaração falsa em processo de registo/atualização de permanência não foi descriminalizada com a revogação do artigo 125 da Lei nº 6.815/1980, pois continua sendo crime à luz do artigo 299 do Código Penal. Opera-se, em relação ao dispositivo em epígrafe, o princípio da continuidade normativa típica, provocado quando uma norma penal é revogada, mas a mesma conduta continua tipificada em outro dispositivo [...] TRF-4 - ACR: 50085778220144047002 PR, Relator: Revisora, Data de Julgamento: 05/05/2020, SÉTIMA TURMA – grifamos. Gabarito: CERTO. QUESTÃO 05 CESPE - 2018 - EMAP - Analista Portuário - Área Jurídica No ordenamento jurídico brasileiro, é adotada a teoria da ubiquidade quando se fala do tempo do crime, ou seja, o crime é considerado praticado no momento da ação ou da omissão. ( ) Certo ( ) Errado COMENTÁRIO 4 Curso de Direito Penal: parte geral, volume I / Rogério Greco. – 19. ed. – Niterói, RJ: Impetus, 2017 www.colunacriminal.com instagram.com/colunacriminal É necessária a identificação do momento em que se considera praticado o crime, para que se opere a aplicação da lei penal ao seu responsável. Três teorias buscam explicar o momento em que o crime é cometido. Pela teoria da atividade, considera-se praticado o crime no momento da conduta (ação ou omissão), pouco importando o momento do resultado. A teoria do resultado ou do evento reputa praticado o crime no momento em que ocorre a consumação. É irrelevante a ocasião da conduta. Por fim, a teoria mista ou da ubiquidade busca conciliar as anteriores. Para ela, momento do crime tanto é o da conduta como também o do resultado. O art. 4.º do Código Penal acolheu a teoria da atividade: “Considera-se praticado o crime no momento da ação ou da omissão, ainda que outro seja o momento do resultado”.5 Gabarito: ERRADO. 5 Direito penal esquematizado – Parte geral – vol. 1 / Cleber Masson. – 14.ª ed. rev., atual. e ampl. –Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2020. www.colunacriminal.com instagram.com/colunacriminal QUESTÃO 06 CESPE - 2017 - TRF - 1ª REGIÃO - Técnico Judiciário - Área Administrativa Em sete de janeiro de 2017, João praticou conduta que, à época, configurava crime punível com prisão. O resultado desejado pelo autor, no entanto, foi alcançado somente dois meses depois, ou seja, em sete de março do mesmo ano, momento no qual a conduta criminosa tinha previsão de ser punida com pena menos grave, de restrição de direitos. Nessa situação hipotética, de acordo com a lei penal, considera-se praticado o crime somente em sete de março de 2017, momento em que se alcançou o resultado desejado. ( ) Certo ( ) Errado COMENTÁRIO A questão tenta confundir o candidato no tocante ao momento em que o crime é praticado e qual pena deve ser aplicada. Observe que a questão diz “considera-se praticado o crime somente em...”. Diante disso, devemos saber em que momento o crime foi praticado, não a pena a ser aplicada. Assim, nos moldes da questão anterior, a teoria aplicada será da atividade, conforme expressa o Código Penal: Art. 4º. Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do resultado. Ensina Fernando Capez: Existem três teorias que versam sobre o momento do crime, quais sejam, (i) teoria da atividade: o crime reputa-se praticado no momento da conduta comissiva ou omissiva; (ii) teoria do resultado: o crime é praticado no momento da produção do resultado; (iii) teoria da ubiquidade ou mista: o crime considera-se praticado no momento da conduta e no momento do resultado. O Código Penal adotou a teoria da atividade.6 Gabarito: ERRADO. 6 Curso de direito penal, volume 1, parte geral: / Fernando Capez. – 22. ed. – São Paulo: Saraiva Educação, 2018. www.colunacriminal.com instagram.com/colunacriminal QUESTÃO 07 FUNIVERSA - 2015 - SEAP-DF - Agente de Atividades Penitenciárias Segundo entendimento do STJ, do STF e da doutrina dominante acerca do direito penal, julgue o item subsequente. As leis temporárias, diversamente das leis excepcionas, têm ultra-atividade. ( ) Certo ( ) Errado COMENTÁRIO O Código Penal, em seu artigo 3°, dispõe sobre as leis temporária e excepcional. In verbis: "A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua vigência". A lei temporária (ou temporária em sentido estrito) é aquela instituída por um prazo determinado, ou seja, é a lei que criminaliza determinada conduta, porém prefixando no seu texto lapso temporal para a sua vigência. É o caso da Lei 12.663, que criou inúmeros crimes que buscam proteger o patrimônio material e imaterial da FIFA, infrações penais com tempo certo de vigência (até 31 de dezembro de 2014). A lei excepcional (ou temporária em sentido amplo) é editada em função de algum evento transitório, como estado de guerra, calamidade ou qualquer outra necessidade estatal. Perdura enquanto persistir o estado de emergência. As leis temporária e excepcional têm duas características essenciais: 1. Autorrevogabilidade As leis temporária e excepcional são autorrevogáveis, daí porque chamadas também de leis intermitentes. Esta característica significa dizer que as leis temporária e excepcional se consideram revogadas assim que encerrado o prazo fixado (lei temporária) ou cessada a situação de anormalidade (lei excepcional). 2. Ultratividade www.colunacriminal.com instagram.com/colunacriminal Por serem ultra-ativas, alcançam os fatos praticados durante a sua vigência, ainda que as circunstâncias de prazo (lei temporária) e de emergência (lei excepcional) tenham se esvaído, uma vez que essas condições são elementos temporais do próprio fato típico. Observe-se que, por serem (em regra) de curta duração, se não tivessem a característica da ultra-atividade, perderiam sua força intimidativa. Em outras palavras, podemos afirmar que as leis temporárias e excepcionais não se sujeitam aos efeitos da abolitio criminis (salvo se houver lei expressacom esse fim).7 Para concluir, ambas as leis tem ultratividade, contrariando a assertiva. Gabarito: ERRADO. QUESTÃO 08 CESPE - 2019 - DPE-DF - Defensor Público Em razão da teoria da ubiquidade, considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria ter sido produzido o resultado. ( ) Certo ( ) Errado COMENTÁRIO O A aplicação do princípio da territorialidade da lei penal no espaço depende da identificação do lugar do crime. Nesse diapasão, várias teorias buscam estabelecer o lugar do crime. O código penal adotou a Teoria mista ou da ubiquidade: Lugar do crime é tanto aquele em que foi praticada a conduta (ação ou omissão) quanto aquele em que se produziu ou deveria produzir-se o resultado. Expressa o art. 6.º: “Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado”. A discussão acerca do local do crime tem pertinência somente em relação aos crimes a distância, também conhecidos como crimes de espaço máximo, isto é, aqueles em que a conduta é praticada em um país e o resultado vem a ser produzido em outro. 7 Manual de Direito Penal / Rogério Sanches Cunha. – 3. ed. 2015. www.colunacriminal.com instagram.com/colunacriminal Não se trata, assim, de comarcas distintas. Exige-se a pluralidade de países. Como exemplo, imagine que o agente efetue disparos de arma de fogo contra a vítima em solo brasileiro, com a intenção de matá-la, mas esta consegue fugir e morre depois de atravessar a fronteira com o Paraguai. A adoção da teoria da ubiquidade permite a conclusão de que o lugar do crime tanto pode ser o Brasil como o Paraguai.8 Resumindo: Lugar do crime, definido pela teoria da ubiquidade ou mista, só se aplica em crimes que envolva mais de um país. A questão de número 5 traz um mnemônico para decorar, conforme já vimos. Gabarito: CERTO. QUESTÃO 09 CESPE - 2018 - EMAP - Analista Portuário - Área Jurídica A respeito da aplicação da lei penal, julgue o item a seguir. Aplica-se a lei penal brasileira a crimes cometidos dentro de navio que esteja a serviço do governo brasileiro, ainda que a embarcação esteja ancorada em território estrangeiro. ( ) Certo ( ) Errado COMENTÁRIO Trata-se do que chamamos de território brasileiro por extensão, expresso no artigo 5º, inciso I, do Código Penal: “Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional, ao crime cometido no território nacional. § 1º - Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território nacional as embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo brasileiro onde quer que se encontrem, bem como as aeronaves e as embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem, respectivamente, no espaço aéreo correspondente ou em alto-mar” – grifamos. 8 Direito penal esquematizado – Parte geral – vol. 1 / Cleber Masson. – 14.ª ed. rev., atual. e ampl. –Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2020. www.colunacriminal.com instagram.com/colunacriminal Gabarito: CERTO. QUESTÃO 10 CESPE - 2015 - TCE-RN - Assessor Técnico Jurídico - Cargo 2 Acerca da aplicação da lei penal, dos princípios de direito penal e do arrependimento posterior, julgue o item a seguir. O crime contra a fé pública de autarquia estadual brasileira cometido no território da República Argentina fica sujeito à lei do Brasil, ainda que o agente seja absolvido naquele país. ( ) Certo ( ) Errado COMENTÁRIO Tratando-se do Princípio da defesa, real ou da proteção, permite submeter à lei penal brasileira os crimes praticados no estrangeiro que ofendam bens jurídicos pertencentes ao Brasil, qualquer que seja a nacionalidade do agente e o local do delito. Adotado pelo Código Penal, em seu art. 7.º, I, alíneas “a”, “b” e “c”, compreendendo os crimes contra: a) a vida ou a liberdade do Presidente da República; b) o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado, de Território, de Município, de empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público; e c) a administração pública, por quem está a seu serviço.9 No mesmo artigo, expressa o § 1º: Nos casos do inciso I, o agente é punido segundo a lei brasileira, ainda que absolvido ou condenado no estrangeiro. Gabarito: CERTO. 9 Direito penal esquematizado – Parte geral – vol. 1 / Cleber Masson. – 14.ª ed. rev., atual. e ampl. –Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2020. www.colunacriminal.com instagram.com/colunacriminal QUESTÃO 11 CESPE - 2015 - TCE-RN - Auditor Julgue o item a seguir, referentes à lei penal no tempo e no espaço e aos princípios aplicáveis ao direito penal. Situação hipotética: João, brasileiro, residente em Portugal, cometeu crime de corrupção e de lavagem de dinheiro no território português, condutas essas tipificadas tanto no Brasil quanto em Portugal. Antes do fim das investigações, João fugiu e retornou ao território brasileiro. Assertiva: Nessa situação, a lei brasileira pode ser aplicada ao crime praticado por João em Portugal. ( ) Certo ( ) Errado COMENTÁRIO É o que a denomina Extraterritorialidade condicionada. Vejamos o artigo 7º, inciso II, alínea B, do Código Penal: Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: II - os crimes: b) praticados por brasileiro. Para sua aplicação, o parágrafo segundo traz algumas condições: Nos casos do inciso II, a aplicação da lei brasileira depende do concurso das seguintes condições: a) entrar o agente no território nacional; b) ser o fato punível também no país em que foi praticado; c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradição; d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido a pena. Gabarito: CERTO. www.colunacriminal.com instagram.com/colunacriminal QUESTÃO 12 FUNIVERSA - 2015 - SEAP-DF - Agente de Atividades Penitenciárias No que se refere ao direito penal, segundo entendimento do STJ, do STF e da doutrina dominante, julgue o próximo item. Em atenção ao princípio ne bis in idem, a pena cumprida no estrangeiro deve atenuar a pena imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando diversas, ou nela ser computada, quando idênticas. ( ) Certo ( ) Errado COMENTÁRIO É o que expressa o artigo 8º do CP: A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando diversas, ou nela é computada, quando idênticas. Se o agente praticou um crime contra a vida do Presidente da República do Brasil em solo argentino, e lá foi condenado à pena de dez anos de reclusão, dos quais já cumpriu oito anos, e, posteriormente, fugiu para o Brasil, vindo aqui a ser condenado a doze anos de reclusão, não precisará cumprir toda a pena imposta em nosso país. Faltará o cumprimento de outros quatro anos, em consonância com a regra prevista no art. 8.º do Código Penal.10 10 Direito penal esquematizado – Parte geral – vol. 1 / Cleber Masson. – 14.ª ed. rev., atual. e ampl. –Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2020 www.colunacriminal.com instagram.com/colunacriminal Gabarito: CERTO. QUESTÃO13 FUNIVERSA - 2015 - SEAP-DF - Agente de Atividades Penitenciárias No que se refere ao direito penal, segundo entendimento do STJ, do STF e da doutrina dominante, julgue o próximo item. Consoante o princípio da nacionalidade ou da personalidade, os crimes contra a vida ou a liberdade do presidente da República, ainda que cometidos no estrangeiro, sujeitam-se à lei brasileira. ( ) Certo ( ) Errado COMENTÁRIO Tratando-se do Princípio da defesa, real ou da proteção, permite submeter à lei penal brasileira os crimes praticados no estrangeiro que ofendam bens jurídicos pertencentes ao Brasil, qualquer que seja a nacionalidade do agente e o local do delito. Adotado pelo Código Penal, em seu art. 7.º, I, alíneas “a”, “b” e “c”, compreendendo, entre eles, os crimes contra a vida ou a liberdade do Presidente da República. Princípio da personalidade ou da nacionalidade: Esse princípio autoriza a submissão à lei brasileira dos crimes praticados no estrangeiro por autor brasileiro (ativa) ou contra vítima brasileira (passiva). De acordo com a personalidade ativa, o agente é punido de acordo com a lei brasileira, independentemente da nacionalidade do sujeito passivo e do bem jurídico ofendido. É previsto no art. 7.º, I, alínea “d” (“quando o agente for brasileiro”), e também pelo inciso II, alínea “b”, do Código Penal. Por sua vez, aplica-se o princípio da personalidade passiva nos casos em que a vítima é brasileira. O autor do delito que se encontrar em território brasileiro, embora seja estrangeiro, deverá ser julgado de acordo com a nossa lei penal. É adotado pelo art. 7.º, § 3.º, do Código Penal.11 11 Direito penal esquematizado – Parte geral – vol. 1 / Cleber Masson. – 14.ª ed. rev., atual. e ampl. –Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2020. www.colunacriminal.com instagram.com/colunacriminal Gabarito: ERRADO. QUESTÃO 14 FUNIVERSA - 2015 - SEAP-DF - Agente de Atividades Penitenciárias No que se refere ao direito penal, segundo entendimento do STJ, do STF e da doutrina dominante, julgue o próximo item. De acordo com o princípio da territorialidade da lei penal, se um crime for cometido dentro de um navio público brasileiro, ainda que em alto-mar, o delito deverá ser julgado pela justiça brasileira. ( ) Certo ( ) Errado COMENTÁRIO Conforme explicamos na questão de número 5, trata-se do que chamamos de território brasileiro por extensão, expresso no artigo 5º, inciso I, do Código Penal: “Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional, ao crime cometido no território nacional. § 1º - Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território nacional as embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo brasileiro onde quer que se encontrem, bem como as aeronaves e as embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem, respectivamente, no espaço aéreo correspondente ou em alto-mar.” - grifamos. Como é território por extensão, aplica-se o princípio da territorialidade. Gabarito: CERTO. www.colunacriminal.com instagram.com/colunacriminal QUESTÃO 15 CESPE - 2013 - MPU - Analista – Direito A homologação de sentença estrangeira para obrigar condenado à reparação de dano requer a existência de tratado de extradição com o país de cuja autoridade judiciária emanou a sentença. ( ) Certo ( ) Errado COMENTÁRIO O art. 9º do Código Penal cuida do tema relativo à eficácia da sentença estrangeira, dizendo que esta, quando a aplicação da lei brasileira produz na espécie as mesmas consequências, pode ser homologada no Brasil para: I – obrigar o condenado à reparação do dano, a restituições e a outros efeitos civis; II – sujeitá-lo à medida de segurança. O parágrafo único do citado art. 9º do Código Penal diz que a homologação depende: a) para os efeitos previstos no inciso I, de pedido da parte interessada; b) para os outros efeitos, da existência de tratado de extradição com o país de cuja autoridade judiciária emanou a sentença, ou, na falta de tratado, de requisição do Ministro da Justiça – grifamos.12 Como a questão fala somente de reparação de dano, não é exigido acordo de extradição entre os Estados. Gabarito: ERRADO. QUESTÃO 16 CESPE - 2012 - TCE-ES - Auditor de Controle Externo - Direito A eficácia da sentença penal condenatória proferida no estrangeiro depende de homologação tanto para obrigar o condenado à reparação do dano, a restituições e a outros efeitos civis quanto para o reconhecimento da reincidência. 12 Curso de Direito Penal: parte geral, volume I / Rogério Greco. – 19. ed. – Niterói, RJ: Impetus, 2017 www.colunacriminal.com instagram.com/colunacriminal ( ) Certo ( ) Errado COMENTÁRIO A reincidência depende, obrigatoriamente, de ao menos dois crimes: um anterior, em cuja ação penal já foi proferida sentença condenatória, com seu respectivo trânsito em julgado, e outro posterior ao trânsito em julgado. Com a prática desse novo crime será tratado como reincidente, com todas as consequências rigorosas daí decorrentes. Portanto, somente existe reincidência quando o novo crime tiver sido praticado depois do trânsito em julgado da condenação anterior. Logo, se for cometido na data do trânsito em julgado, não estará caracterizada a recidiva. E, ainda, não haverá reincidência se o agente praticar os dois crimes na mesma ocasião e forem julgados pela mesma sentença. Além disso, não há falar em reincidência quando a denúncia (ou queixa-crime) pelo novo crime não contém a data exata do fato, apta a demonstrar sua prática após o trânsito em julgado da condenação anterior. Na linha de raciocínio do Superior Tribunal de Justiça: A agravante da reincidência não deve ser aplicada se não há na denúncia exatidão da data dos fatos apta a demonstrar que o delito ocorreu após o trânsito em julgado de condenação anterior. Em observância ao princípio do in dubio pro reo, deve ser dada a interpretação mais favorável ao acusado, não se podendo presumir que o trânsito em julgado referente ao crime anterior ocorreu antes do cometimento do segundo delito (HC 200.900/RJ, rel. Min. Sebastião Reis Júnior, 6.ª Turma, j. 27.09.2012). Pouco importa tenha sido o crime que resultou na condenação definitiva praticado no Brasil ou no estrangeiro. E, a propósito, para a caracterização da reincidência, a sentença estrangeira não precisa ser homologada pelo Superior Tribunal de Justiça, como se extrai do art. 9.º do Código Penal. Basta a prova de que foi proferida judicialmente e transitou em julgado. 13 Art. 63 - Verifica-se a reincidência quando o agente comete novo crime, depois de transitar em julgado a sentença que, no País ou no estrangeiro, o tenha condenado por crime anterior. Gabarito: ERRADO. 13 Direito penal esquematizado – Parte geral – vol. 1 / Cleber Masson. – 14.ª ed. rev., atual. e ampl. –Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2020. www.colunacriminal.com instagram.com/colunacriminal QUESTÃO 17 CESPE - 2012 - PC-AL - Delegado de Polícia Com base no que dispões a Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (LINDB) e Direito Civil, julgue os itens subsecutivos. A teoria da territorialidade temperada foi adotada pelo direito brasileiro. ( ) Certo ( ) Errado COMENTÁRIO Como regra básica, de acordo com o art. 5 °, caput, do CP, aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções,tratados e regras de direito internacional, ao crime cometido no território nacional. Nosso ordenamento jurídico adotou, portanto, a territorialidade, que, no entanto, não é absoluta, comportando exceções previstas em convenções, tratado se regras de direito internacional (territorialidade temperada).14 Portanto, Código Penal adotou o princípio da territorialidade temperada ou mitigada. Gabarito: CERTO. QUESTÃO 18 CESPE - 2020 - MPE-CE - Técnico Ministerial Mário, após ingerir bebida alcoólica em uma festa, agrediu um casal de namorados, o que resultou na morte do rapaz, devido à gravidade das lesões. A moça sofreu lesões leves. A partir dessa situação hipotética, julgue o item a seguir. 14 Manual de Direito Penal / Rogério Sanches Cunha. – 3. ed. 2015. www.colunacriminal.com instagram.com/colunacriminal Porque estava embriagado, Mário deve ser considerado inimputável. ( ) Certo ( ) Errado COMENTÁRIO Expressa o art. 28 do CP. Não excluem a imputabilidade penal: II - a embriaguez, voluntária ou culposa, pelo álcool ou substância de efeitos análogos. Pode-se extrair da questão que Mário ingeriu bebida alcoólica de forma voluntária, fato este que não exclui a responsabilidade pelos seus atos. Explica Masson: Fundamenta-se no princípio segundo o qual “a causa da causa também é a causado que foi causado”, isto é, para aferir-se a imputabilidade penal no caso da embriaguez, despreza-se o tempo em que o crime foi praticado. De fato, nesse momento o sujeito estava privado da capacidade de entendimento e de autodeterminação, por vontade própria, pois bebeu e embriagou-se livre de qualquer coação. Por esse motivo, considera-se como marco da imputabilidade penal o período anterior à embriaguez, em que o agente espontaneamente decidiu consumir bebida alcoólica ou de efeitos análogos.15 Gabarito: ERRADO. QUESTÃO 19 CESPE - 2019 - TJ-AM - Analista Judiciário - Oficial de Justiça Avaliador Pedro, com vinte e dois anos de idade, e Paulo, com vinte anos de idade, foram denunciados pela prática de furto contra Ana. A defesa de Pedro alegou inimputabilidade. Paulo confessou o crime, tendo afirmado que escolhera a vítima porque, além de idosa, ela era sua tia. 15 Direito penal esquematizado – Parte geral – vol. 1 / Cleber Masson. – 14.ª ed. rev., atual. e ampl. –Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2020. www.colunacriminal.com instagram.com/colunacriminal Com relação a essa situação hipotética, julgue o item subsecutivo, a respeito de imputabilidade penal, crimes contra o patrimônio, punibilidade e causas de extinção e aplicação de pena. Pedro será condenado se comprovado que, no momento do furto, por caso fortuito, estava completamente embriagado. ( ) Certo ( ) Errado COMENTÁRIO A questão traz caso fortuito como causa da embriaguez de Pedro. Fato, este, que isenta de pena. Traz o artigo art. 28 do CP. Não excluem a imputabilidade penal: II - a embriaguez, voluntária ou culposa, pelo álcool ou substância de efeitos análogos. § 1º - É isento de pena o agente que, por embriaguez completa, proveniente de caso fortuito ou força maior, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. Caso fortuito e força maior: são os acontecimentos imprevisíveis e inevitáveis, que fogem do domínio da vontade do ser humano. E, se não há vontade, não há dolo nem culpa. Consequentemente, como dolo e culpa integram a conduta, não se configura esse elemento do fato típico. No caso fortuito, o indivíduo não percebe ser atingido pelo álcool ou substância de efeitos análogos, ou desconhece uma condição fisiológica que o torna submisso às consequências da ingestão do álcool – grifamos.16 Gabarito: ERRADO. 16 Direito penal esquematizado – Parte geral – vol. 1 / Cleber Masson. – 14.ª ed. rev., atual. e ampl. –Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2020 www.colunacriminal.com instagram.com/colunacriminal QUESTÃO 20 CESPE - 2019 - TJ-AM - Analista Judiciário - Oficial de Justiça Avaliador Pedro, com vinte e dois anos de idade, e Paulo, com vinte anos de idade, foram denunciados pela prática de furto contra Ana. A defesa de Pedro alegou inimputabilidade. Paulo confessou o crime, tendo afirmado que escolhera a vítima porque, além de idosa, ela era sua tia. Com relação a essa situação hipotética, julgue o item subsecutivo, a respeito de imputabilidade penal, crimes contra o patrimônio, punibilidade e causas de extinção e aplicação de pena. Se, em virtude de perturbação de saúde mental, Pedro não for inteiramente capaz de entender o caráter ilícito do seu ato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento, a pena imposta a ele poderá ser reduzida. ( ) Certo ( ) Errado COMENTÁRIO Cuidado para não confundir "não era inteiramente capaz" com "era inteiramente incapaz". No primeiro, o agente é considerado semi-imputável, podendo ter pena diminuída de 1/3 a 2/3. No segundo caso, ele é considerado inimputável, ficando isento de pena. Art. 28 do CP. Não excluem a imputabilidade penal: II - a embriaguez, voluntária ou culposa, pelo álcool ou substância de efeitos análogos. § 1º - É isento de pena o agente que, por embriaguez completa, proveniente de caso fortuito ou força maior, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. § 2º - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, por embriaguez, proveniente de caso fortuito ou força maior, não possuía, ao tempo da ação ou da omissão, a plena capacidade de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. www.colunacriminal.com instagram.com/colunacriminal Gabarito: CERTO. QUESTÃO 21 MPE-SC - 2019 - MPE-SC - Promotor de Justiça - Matutina Os crimes omissivos próprios são os cujo tipo descreve a conduta omissiva de forma direta, e por isso não é necessária a incidência do art. 13, § 2º, do CP. ( ) Certo ( ) Errado COMENTÁRIO Nos crimes omissivos próprios, a norma contida nos tipos penais que preveem essa modalidade de omissão será sempre mandamental. O tipo penal narrará um comportamento que, se for deixado de lado, importará na responsabilidade penal daquele que estava obrigado, pelo tipo penal, a fazer alguma coisa, a exemplo do que ocorre com o art. 135 do Código Penal, que diz: Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo, sem risco pessoal, à criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ao desamparo ou em grave e iminente perigo; ou não pedir, nesses casos, o socorro da autoridade pública. Dessa forma, aquele que podendo prestar o socorro, sem risco pessoal, se omite, responderá pelo delito de omissão de socorro. Não fez, portanto, aquilo que a norma impunha que fizesse. Por outro lado, temos os crimes omissivos impróprios, também chamados de comissivos por omissão ou omissivos qualificados. Neles, a norma constante do tipo penal é de natureza proibitiva, ou seja, contém uma proibição, prevê um comportamento comissivo. Entretanto, em virtude de o agente gozar do status de garantidor, aplica-se a norma de extensão prevista no § 2ºdo art. 13 do Código Penal, respondendo o agente pela sua inação, como se tivesse feito alguma coisa. Por essa razão, o crime é também reconhecido como comissivo poromissão – grifamos.17 Gabarito: CERTO. 17 Curso de Direito Penal: parte geral, volume I / Rogério Greco. – 19. ed. – Niterói, RJ: Impetus, 2017 www.colunacriminal.com instagram.com/colunacriminal QUESTÃO 22 MPE-SC - 2019 - MPE-SC - Promotor de Justiça - Matutina O arrependimento eficaz somente se configura (é necessário) em relação à tentativa perfeita. ( ) Certo ( ) Errado COMENTÁRIO No arrependimento eficaz, ou resipiscência, depois de já praticados todos os atos executórios suficientes à consumação do crime, o agente adota providências aptas a impedir a produção do resultado. Exemplo: depois de ministrar veneno à vítima, que o ingeriu ao beber o café “preparado” pelo agente, este lhe oferece o antídoto, impedindo a eficácia causal de sua conduta inicial. Fica claro, pois, que o arrependimento eficaz é compatível com a tentativa perfeita ou acabada, na qual o agente esgota os meios de execução que se encontravam à sua disposição. Como já decidido pelo Supremo Tribunal Federal: Crime tentado: arrependimento eficaz (CP, art. 15): consequências jurídico penais. Diversamente do que pode suceder na “desistência voluntária” – quando seja ela mesma o fator impeditivo do delito projetado ou consentido–, o “arrependimento eficaz” é fato posterior ao aperfeiçoamento do crime tentado, ao qual, no entanto, se, em concreto, impediu se produzisse o resultado típico, a lei dá o efeito de elidir a punibilidade da tentativa e limitá-laaos atos já praticados (HC 84.653/SP, rel. Min. Sepúlveda Pertence, 1.ª Turma, j. 02.08.2005). O art. 15 do Código Penal revela ser o arrependimento eficaz possível somente noto cante aos crimes materiais, pela análise da expressão “impede que o resultado se produza”. Esse resultado, naturalístico, é exigido somente para a consumação dos crimes materiais consumados. Além disso, nos crimes formais a realização da conduta implica na automática consumação do delito, aperfeiçoando-se a tipicidade do fato, muito embora, no caso concreto, seja possível, porém dispensável para a consumação, a produção do resultado naturalístico. Nos crimes de mera www.colunacriminal.com instagram.com/colunacriminal conduta, por sua vez, jamais ocorrerá o resultado naturalístico, motivo pelo qual não se admite a sua interrupção. Além disso, com a simples atividade o delito já estará consumado, com a tipicidade concluída e imutável.18 Gabarito: CERTO. QUESTÃO 23 MPE-SC - 2019 - MPE-SC - Promotor de Justiça - Matutina No crime de falsa identidade (art. 307 do CP), cujo tipo prevê uma hipótese de “dolo específico”, é possível a desistência voluntária (art. 15 do CP) quando, apesar da realização da conduta, não se implementou a especial finalidade à qual estava orientada a conduta. ( ) Certo ( ) Errado 18 Direito penal esquematizado – Parte geral – vol. 1 / Cleber Masson. – 14.ª ed. rev., atual. e ampl. –Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2020 www.colunacriminal.com instagram.com/colunacriminal COMENTÁRIO No dolo da falsa identidade, acrescido de um especial fim de agir (elemento subjetivo específico), representado pela expressão “para obter vantagem, em proveito próprio ou alheio, ou para causar dano a outrem”. A vantagem legalmente exigida pode ser econômica ou de qualquer natureza (moral, política etc.). Se não é buscada nenhuma vantagem, o fato é atípico. [...] A falsa identidade, ao contrário do que se dá no estelionato, não reclama para a consumação a efetiva vantagem econômica em prejuízo alheio, sendo suficiente a intenção de alcançá-la. A falsa identidade é crime formal, de consumação antecipada ou de resultado cortado: consuma-se com a conduta de atribuir-se ou atribuir a terceiro falsa identidade, independentemente da obtenção de vantagem, em proveito próprio ou alheio, ou da causação de dano a outrem. O crime definido no art. 307 do Código Penal consiste na simples atribuição de falsa identidade, sem a utilização de documento falso. Com efeito, se houver o emprego de documento falsificado ou alterado, estará configurado o crime tipificado no art. 304 do Código Penal, afastando-se o delito de falsa identidade, em razão da sua subsidiariedade expressa. Como já decidido pelo Superior Tribunal de Justiça: “Não se confunde o uso de documento falso com o crime de falsa identidade, posto que neste não há apresentação de qualquer documento, mas tão só a alegação falsa quanto à identidade” 19 Na desistência voluntária, o agente, por manifestação exclusiva do seu querer, desiste de prosseguir na execução da conduta criminosa. Trata-se da situação em que os atos executórios ainda não se esgotaram, incompatível com a atribuição de falsa identidade apresentada na questão, que versou: “Apesar da realização da conduta...”. Com a realização da conduta, ficou configurado o crime, não sendo possível aplicar o instituto da desistência voluntária. Vale colecionar outro trecho do livro do Professor Masson: A desistência voluntária não é admitida nos crimes unissubsistentes, pois, se a conduta não pode ser fracionada, exteriorizando-se por um único ato, é impossível desistir da sua execução, que já se aperfeiçoou com a atuação do agente.20 19 Direito penal esquematizado / Cleber Masson. – 4. ed. rev. e atual. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO,2014. 20 Direito penal esquematizado – Parte geral – vol. 1 / Cleber Masson. – 14.ª ed. rev., atual. e ampl. –Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2020 www.colunacriminal.com instagram.com/colunacriminal A tentativa no crime de falsa identidade é possível, nas hipóteses em que a falsa identidade se apresentar como crime plurissubsistente, comportando o fracionamento do iter criminis. Exemplo: “A” encaminha carta à organização de uma peça de teatro, passando-se por outra pessoa, responsável por eventos artísticos no exterior, com o propósito de entrar gratuitamente no espetáculo, mas a missiva vem a ser extraviada nos Correios. Contudo, não será cabível o conatus nos casos em que a conduta se compõe de um único ato (crime unissubsistente), impossibilitando a divisão do iter criminis. Em situações deste jaez, ou o agente atribui a si próprio ou a terceiro a falsa identidade para obter vantagem, em proveito próprio ou alheio, ou para causar dano a outrem, e o delito estará consumado, ou deixa de fazê-lo, e não haverá crime algum, a exemplo do que se dá nos comportamentos cometidos verbalmente.21 Com a realização da conduta de atribuir, ficou configurado o crime, tornando a questão incorreta. Gabarito: ERRADO. QUESTÃO 24 CESPE - 2019 - DPE-DF - Defensor Público Considerando o Código Penal brasileiro, julgue o item a seguir, com relação à aplicação da lei penal, à teoria de delito e ao tratamento conferido ao erro. Para a teoria limitada da culpabilidade, o erro de agente que recaia sobre pressupostos fáticos de uma causa de justificação configura erro de tipo permissivo. ( ) Certo ( ) Errado COMENTÁRIO Muito se tem discutido sobre a natureza jurídica do erro que recai sobre as causas de justificação. Alguns entendem que se trata de erro de tipo; outros afirmam ser erro de proibição. Com a finalidade de resolver essa questão, surgiram duas importantes 21 Direito penal esquematizado / Cleber Masson. – 4. ed. rev. e atual. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO,2014. www.colunacriminal.com instagram.com/colunacriminal teorias a respeitodo erro incidente sobre as causas de justificação: a teoria extremada ou estrita da culpabilidade e a teoria limitada da culpabilidade. Segundo Assis Toledo, para a “teoria extremada da culpabilidade todo e qualquer erro que recaia sobre uma causa de justificação é erro de proibição”, não importando, aqui, distinguir se o erro em que incorreu o agente incide sobre uma situação de fato, sobre a existência ou mesmo sobre os limites de uma causa de justificação. A teoria limitada da culpabilidade difere da teoria anterior em um ponto muito importante: para a teoria limitada, se o erro do agente vier a recair sobre uma situação fática, estaremos diante de um erro de tipo, que passa a ser denominado erro de tipo permissivo; caso o erro do agente não recaia sobre uma situação de fato, mas sim sobre os limites ou a própria existência de uma causa de justificação, o erro passa a ser, agora, o de proibição – grifamos.22 Gabarito: CERTO. QUESTÃO 25 CESPE - 2019 - DPE-DF - Defensor Público Considerando o Código Penal brasileiro, julgue o item a seguir, com relação à aplicação da lei penal, à teoria de delito e ao tratamento conferido ao erro. A superveniência de causa relativamente independente da conduta do agente excluirá a imputação do resultado nos casos em que, por si só, ela tiver produzido o resultado. ( ) Certo ( ) Errado COMENTÁRIO Em face da regra prevista no art. 13, § 1.º, do Código Penal, as causas supervenientes relativamente independentes podem ser divididas em dois grupos: (1) as que produzem por si sós o resultado; e 22 Curso de Direito Penal: parte geral, volume I / Rogério Greco. – 19. ed. – Niterói, RJ: Impetus, 2017 www.colunacriminal.com instagram.com/colunacriminal (2) as que não produzem por si sós o resultado. Causas supervenientes relativamente independentes que produzem por si sós o resultado: É a situação tratada pelo § 1.º do art. 13 do Código Penal: “A superveniência de causa relativamente independente exclui a imputação quando, por si só, produziu o resultado – grifamos.23 Gabarito: CERTO. QUESTÃO 26 CESPE - 2019 - PRF - Policial Rodoviário Federal Em decorrência de um homicídio doloso praticado com o uso de arma de fogo, policiais rodoviários federais foram comunicados de que o autor do delito se evadira por rodovia federal em um veículo cuja placa e características foram informadas. O veículo foi abordado por policiais rodoviários federais em um ponto de bloqueio montado cerca de 200 km do local do delito e que os policiais acreditavam estar na rota de fuga do 23 Direito penal esquematizado – Parte geral – vol. 1 / Cleber Masson. – 14.ª ed. rev., atual. e ampl. –Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2020 www.colunacriminal.com instagram.com/colunacriminal homicida. Dada voz de prisão ao condutor do veículo, foi apreendida arma de fogo que estava em sua posse e que, supostamente, tinha sido utilizada no crime. Considerando essa situação hipotética, julgue o seguinte item. Quanto ao sujeito ativo da prisão, o flagrante narrado é classificado como obrigatório, hipótese em que a ação de prender e as eventuais consequências físicas dela advindas em razão do uso da força se encontram abrigadas pela excludente de ilicitude denominada exercício regular de direito. ( ) Certo ( ) Errado COMENTÁRIO Flagrante compulsório ou obrigatório: chama-se compulsório porque o agente é obrigado a efetuar a prisão em flagrante, não tendo discricionariedade sobre a conveniência ou não de efetivá-la. Ocorre em qualquer das hipóteses previstas no art. 302 (flagrante próprio, impróprio e presumido), e diz respeito à autoridade policial e seus agentes, que têm o dever de efetuar a prisão em flagrante.24 O agente público, no desempenho de suas atividades, não raras vezes é obrigado, por lei (em sentido amplo), a violar um bem jurídico. Essa intervenção lesiva, dentro delimites aceitáveis, estará justificada pelo estrito cumprimento do dever legal, não se consubstanciando, portanto, em crime (art. 23, III, 1ª parte, do CP). Portanto, não se trata de exercício, mas sim de estrito cumprimento do dever legal – grifamos.25 Gabarito: ERRADO. QUESTÃO 27 CESPE - 2018 - MPU - Analista do MPU - Direito Joaquim, penalmente imputável, praticou, sob absoluta e irresistível coação física, crime de extrema gravidade e hediondez. Nessa situação, Joaquim não é passível de 24 Curso de processo penal / Fernando Capez. – 23. ed. – São Paulo: Saraiva, 2016. 25 Manual de Direito Penal / Rogério Sanches Cunha. – 3. ed. 2015. www.colunacriminal.com instagram.com/colunacriminal punição, porquanto a coação física, desde que absoluta, é causa excludente da culpabilidade. ( ) Certo ( ) Errado COMENTÁRIO Coagir é obrigar alguém, com emprego de violência ou grave ameaça, de forma irresistível ou não, a cometer um crime. Na coação física irresistível elimina-se por completo a vontade do coagido. Seu aspecto volitivo não é meramente viciado, mas suprimido, e ele passa a atuar como instrumento do crime a serviço do coator. Exclui- se a conduta, e, consequentemente, o próprio fato típico praticado pelo coagido. Na coação moral, o coator, para alcançar o resultado ilícito desejado, ameaça o coagido, e este, por medo, realiza a conduta criminosa. Essa intimidação recai sobre sua vontade, viciando-a, de modo a retirar a exigência legal de agir de maneira diferente. Exclui-se a culpabilidade, em face da inexigibilidade de conduta diversa – grifamos.26 Gabarito: ERRADO. 26 Direito penal esquematizado – Parte geral – vol. 1 / Cleber Masson. – 14.ª ed. rev., atual. e ampl. –Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2020 www.colunacriminal.com instagram.com/colunacriminal QUESTÃO 28 CESPE - 2018 - MPE-PI - Analista Ministerial - Área Processual Rita, depois de convencer suas colegas Luna e Vera, todas vendedoras em uma joalheria, a desviar peças de alto valor que ficavam sob a posse delas três, planejou detalhadamente o crime e entrou em contato com Ciro, colecionador de joias, para que ele adquirisse a mercadoria. Luna desistiu de participar do fato e não foi trabalhar no dia da execução do crime. Rita e Vera conseguiram se apossar das peças conforme o planejado; entretanto, como não foi possível repassá-las a Ciro no mesmo dia, Vera levou-as para a casa de sua mãe, comunicou a ela o crime que praticara e persuadiu- a a guardar os produtos ali mesmo, na residência materna, até a semana seguinte. Considerando que o crime apresentado nessa situação hipotética venha a ser descoberto, julgue o item que se segue, com fundamento na legislação pertinente. Luna não responderá criminalmente, porque sua desistência caracteriza arrependimento posterior. ( ) Certo ( ) Errado COMENTÁRIO A questão exige do candidato o conhecimento sobre as fases do iter criminis. A Luana ficou na prima fase, qual seja, na cogitação, impunível no Direito Penal Brasileiro. Para o arrependimento posterior, conforme estudado e tabela apresentada na questão de número 22, exige que o criminoso tenha concluído com a ação criminosa, conforme os requisitos da tabela. A cogitação repousa na mente do agente, nela se formando a ideia de enveredar pela empreitada criminosa. Seu propósito ilícito encontra-se preso em um claustro psíquico. É sempre interna, não se revelando em atos externos. Por se tratar de mera ideia, semqualquer possibilidade de ofensa ao bem jurídico, não pode ser alcançada pelo Direito Penal. Não é punível: inexiste crime, ainda que na forma tentada. De fato, www.colunacriminal.com instagram.com/colunacriminal conduta penalmente relevante é somente aquela praticada por seres humanos e projetada no mundo exterior.27 Gabarito: ERRADO. QUESTÃO 29 CESPE - 2018 - Polícia Federal - Papiloscopista Policial Federal Na tentativa de entrar em território brasileiro com drogas ilícitas a bordo de um veículo, um traficante disparou um tiro contra agente policial federal que estava em missão em unidade fronteiriça. Após troca de tiros, outros agentes prenderam o traficante em flagrante, conduziram-no à autoridade policial local e levaram o colega ferido ao hospital da região. Nessa situação hipotética, se o policial ferido não falecer em decorrência do tiro disparado pelo traficante, estar-se-á diante de homicídio tentado, que, no caso, terá como elementos caracterizadores: a conduta dolosa do traficante; o ingresso do traficante nos atos preparatórios; e a impossibilidade de se chegar à consumação do crime por circunstâncias alheias à vontade do traficante. 27 Direito penal esquematizado – Parte geral – vol. 1 / Cleber Masson. – 14.ª ed. rev., atual. e ampl. –Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2020 www.colunacriminal.com instagram.com/colunacriminal ( ) Certo ( ) Errado COMENTÁRIO Pela tabela apresentada na questão anterior, já percebemos que o examinador trocou em qual fase do iter criminis estava a conduta do agente. A questão diz que o traficante ingressou nos atos preparatórios, quando na verdade foi nos atos executórios. fase da execução, ou dos atos executórios, é aquela em que se inicia a agressão ao bem jurídico, por meio da realização do núcleo do tipo penal. O agente começa a realizar o verbo (núcleo do tipo) constante da definição legal, tornando o fato punível. É o caso da conduta de efetuar disparos de arma de fogo contra uma pessoa. Há incidência do Direito Penal, configurando no mínimo um crime tentado. Come feito, o art. 14, II, do Código Penal vinculou a tentativa ao início da execução do crime, ou seja, à prática de atos executórios. O ato de execução deve ser idôneo e inequívoco. Ato idôneo é o que se reveste de capacidade suficiente para lesar o bem jurídico penalmente tutelado. Essa idoneidade deve ser constatada no caso concreto, e não em abstrato. Exemplo: um tiro de revólver é idôneo para praticar um homicídio, ao contrário de um tiro de festim. Por sua vez, ato inequívoco é o que se direciona ao ataque do bem jurídico, almejando a consumação da infração penal e fornecendo certeza acerca da vontade e ilícita. Exemplo: um disparo de arma de fogo efetuado na direção da vítima é unívoco para a prática de um homicídio, diferente de um disparo efetuado para o alto. Conclui-se, pois, que um ato de execução deve, obrigatoriamente, possuir essas características, simultaneamente. Não basta apenas uma delas. Também não é suficiente, em face da rejeição da teoria subjetiva – notadamente pela insegurança por ela proporcionada –, a vontade firme e consciente de cometer uma infração penal, quando não exteriorizado um ato idôneo e inequívoco.28 Art. 14 - Diz-se o crime: II - tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente. Gabarito: ERRADO. 28 Direito penal esquematizado – Parte geral – vol. 1 / Cleber Masson. – 14.ª ed. rev., atual. e ampl. –Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2020 www.colunacriminal.com instagram.com/colunacriminal QUESTÃO 30 CESPE - 2018 - Polícia Federal - Delegado de Polícia Federal Arnaldo, gerente de banco, estava dentro de seu veículo juntamente com familiares quando foi abordado por dois indivíduos fortemente armados, que ameaçaram os ocupantes do veículo e exigiram de Arnaldo o fornecimento de determinada senha para a realização de uma operação bancária, o que foi por ele prontamente atendido. Nessa situação, o uso da senha pelos indivíduos para eventual prática criminosa excluirá a culpabilidade de Arnaldo. ( ) Certo ( ) Errado COMENTÁRIO Trata-se da coação moral irresistível, age sobre a inexigibilidade de conduta diversa, elemento da culpabilidade, conforme traz a questão. Estabelece o art. 22 do Código Penal: “Se o fato é cometido sob coação irresistível (...), só é punível o autor da coação”. Esse dispositivo legal, nada obstante mencione somente “coação irresistível”, refere-se exclusivamente à coação moral irresistível. Com efeito, estabelece em sua parte final ser punível só o autor da coação. Em outras palavras, diz que o coagido está isento de pena, expressão que se coaduna com as dirimentes, ou seja, causas de exclusão da culpabilidade. Na coação moral, o coator, para alcançar o resultado ilícito desejado, ameaça o coagido, e este, por medo, realiza a conduta criminosa. Essa intimidação recai sobre sua vontade, viciando-a, de modo a retirar a exigência legal de agir de maneira diferente. Exclui-se a culpabilidade, em face da inexigibilidade de conduta diversa.29 29 Direito penal esquematizado – Parte geral – vol. 1 / Cleber Masson. – 14.ª ed. rev., atual. e ampl. –Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2020 www.colunacriminal.com instagram.com/colunacriminal Gabarito: CERTO. QUESTÃO 31 CESPE - 2018 - Polícia Federal - Delegado de Polícia Federal Cristiano, maior e capaz, roubou, mediante emprego de arma de fogo, a bicicleta de um adolescente, tendo-o ameaçado gravemente. Perseguido, Cristiano foi preso, confessou o crime e voluntariamente restituiu a coisa roubada. Nessa situação, a restituição do bem não assegura a Cristiano a redução de um a dois terços da pena, pois o crime foi cometido com grave ameaça à pessoa. ( ) Certo ( ) Errado COMENTÁRIO Para ter direito ao benefício da redução de pena do arrependimento posterior, o crime deve ser cometido sem violência ou grave ameaça à pessoa, o que não ocorreu em questão, pois o crime de roubo tem como característica o emprego de violência ou grave ameaça. Arrependimento posterior é a causa pessoal e obrigatória de diminuição da pena que ocorre quando o responsável pelo crime praticado sem violência à pessoa ou grave ameaça, voluntariamente e até o recebimento da denúncia ou queixa, restitui a coisa ou repara o dano provocado por sua conduta. Se a reparação do dano for concretizada após o recebimento da denúncia ou da queixa, mas antes do julgamento, aplica-se a atenuante genérica prevista no art. 65, III, “b”, parte final, do Código Penal.30 Gabarito: CERTO. 30 Direito penal esquematizado – Parte geral – vol. 1 / Cleber Masson. – 14.ª ed. rev., atual. e ampl. –Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2020 www.colunacriminal.com instagram.com/colunacriminal QUESTÃO 32 CESPE - 2018 - EBSERH - Advogado Situação hipotética: Um agente, com a livre intenção de matar desafeto seu, disparou na direção deste, mas atingiu fatalmente pessoa diversa, que se encontrava próxima ao seu alvo. Assertiva: Nessa situação, configurou-se o erro sobre a pessoa e o agente responderá criminalmente como se tivesse atingido a pessoa visada. ( ) Certo ( ) Errado COMENTÁRIO A questão retrata o que a doutrina denomina aberratio ictus ou erro na execução. Erro na execução éa aberração no ataque, em relação à pessoa a ser atingida pela conduta criminosa. O agente não se engana quanto à pessoa que desejava atacar, mas age de modo desastrado, errando o seu alvo e acertando pessoa diversa. Queria praticar um crime determinado, e o fez. O erro na execução pode ser de duas espécies: com unidade simples ou comunidade complexa. 1) Com unidade simples ou com resultado único: é a situação descrita pelo art. 73, 1.ª parte, do Código Penal, na qual o agente atinge unicamente a pessoa diversa da desejada. A vítima virtual não suporta qualquer tipo de lesão. No exemplo do ponto de ônibus, o sujeito deveria responder por tentativa de homicídio contra “B”, em concurso formal com homicídio culposo contra “C”. Mas, em consonância com a regra legal, responde de forma idêntica ao que se dá no erro sobre a pessoa. A lei “faz de conta” que a vítima real era a vítima virtual. Logo, trata-se de erro de tipo acidental e irrelevante. 2) Com unidade complexa ou com resultado duplo: é a situação descrita pelo art.73, in fine, do Código Penal, na qual o sujeito, além de atingir a pessoa inicialmente desejada, ofende também pessoa ou pessoas diversas. Sua conduta enseja dois www.colunacriminal.com instagram.com/colunacriminal resultados: o originariamente pretendido e o involuntário. É como se no exemplo acima indicado “A” matasse “B” dolosamente, e também “C”, a título de culpa, como na hipótese em que o projétil perfura o corpo de uma vítima para alojar-se no corpo da outra vítima. Nessa hipótese, determina o Código Penal a aplicação da regra do concurso formal próprio ou perfeito (CP, art. 70, caput, 1.ª parte): o magistrado utiliza a pena do crime mais grave, aumentando-a de um 1/6 (um sexto) até a 1/2 (metade). O percentual de aumento varia de acordo com o número de crimes produzidos a título de culpa. Mas cuidado: admite-se o erro na execução com unidade complexa apenas quando as demais pessoas forem atingidas culposamente. Nesse caso, aplica-se o sistema do concurso formal próprio ou perfeito (sistema da exasperação) com a imposição da pena de um dos crimes aumentada de 1/6 (um sexto) até 1/2 (metade). Se houver dolo eventual no tocante às demais pessoas ofendidas, não há falar propriamente em erro na execução, e incide a regra do concurso formal impróprio ou imperfeito (sistema do cúmulo material). Somam-se as penas, pois a pluralidade de resultados deriva de desígnios autônomos, ou seja, dolos diversos para a produção dos resultados naturalísticos.31 Gabarito: ERRADO. QUESTÃO 33 CESPE - 2018 - STJ - Técnico Judiciário - Administrativa Considerando que crime é fato típico, ilícito e culpável, julgue o item a seguir. O crime é dito impossível quando não há, em razão da ineficácia do meio empregado, violação, tampouco perigo de violação, do bem jurídico tutelado pelo tipo penal. ( ) Certo ( ) Errado COMENTÁRIO 31 Direito penal esquematizado – Parte geral – vol. 1 / Cleber Masson. – 14.ª ed. rev., atual. e ampl. –Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2020 www.colunacriminal.com instagram.com/colunacriminal O art. 17 do Código Penal define o crime impossível, dizendo: Art. 17. Não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta do meio ou por absoluta impropriedade do objeto, é impossível consumar-se o crime. Assim, por mais que o agente quisesse praticar a infração penal, esta jamais aconteceria em virtude da absoluta ineficácia do meio por ele utilizado na execução do crime, ou também em razão da absoluta impropriedade do objeto contra o qual recaía sua conduta. – grifamos.32 O crime impossível guarda afinidade com o instituto da tentativa. Em ambos, o agente inicia, em seu plano interno, a execução da conduta criminosa que não alcança a consumação. As diferenças, entretanto, são nítidas. Na tentativa é possível atingir a consumação, pois os meios empregados pelo agente são idôneos, e o objeto material contra o qual se dirige a conduta é um bem jurídico suscetível de sofrer lesão ou perigo de lesão. Há, portanto, exposição do bem a dano ou perigo. No crime impossível, por sua vez, o emprego de meios ineficazes ou o ataque a objetos impróprios inviabilizam a produção do resultado, inexistindo situação de perigo ao bem jurídico penalmente tutelado. Em suma, na tentativa é, em tese, possível a consumação, a qual somente não ocorre por circunstâncias alheias à vontade do agente, enquanto no crime impossível a consumação nunca pode ocorrer, seja em razão da ineficácia absoluta do meio, seja por força da impropriedade absoluta do objeto. Nada obstante, a redação do art. 17 do Código Penal causa confusão acerca da natureza jurídica do crime impossível. Com efeito, consta do dispositivo que “não se pune a tentativa...”, transmitindo a impressão equivocada de tratar-se de causa de isenção de pena no crime tentado. Na verdade, o crime impossível é causa de exclusão da tipicidade, eis que o fato praticado pelo agente não se enquadra em nenhum tipo penal. Entretanto, em razão da aparente similaridade entre os institutos, a doutrina convencionou também chamá-lo de tentativa inadequada, tentativa inidônea1 ou tentativa impossível. No regime da Parte Geral do Código Penal de 1940, antes da reforma pela Lei7.209/1984, falava-se em quase crime, pois os arts. 76, parágrafo único, e 94, III, impunham ao autor do crime impossível a medida de segurança de liberdade vigiada. No atual sistema, convém não mais usar essa 32 Curso de Direito Penal: parte geral, volume I / Rogério Greco. – 19. ed. – Niterói, RJ: Impetus, 2017 www.colunacriminal.com instagram.com/colunacriminal expressão como sinônima de crime impossível, embora parcela doutrinária ainda o faça.33 Gabarito: CERTO. QUESTÃO 34 CESPE - 2018 - STJ - Técnico Judiciário - Administrativa Considerando que crime é fato típico, ilícito e culpável, julgue o item a seguir. Crime doloso é aquele em que o sujeito passivo age com imprudência, negligência ou imperícia. ( ) Certo ( ) Errado COMENTÁRIO O crime será doloso sempre que o agente quiser o resultado (dolo direto) ou assumir o risco de produzi-lo (dolo eventual). Será culposo, por sua vez, o crime cujo resultado não for querido ou aceito pelo agente, mas que, previsível, seja proveniente de inobservância dos deveres de cuidado (imprudência, negligência ou imperícia) – grifamos.34 Vale ressaltar que vale a conduta do sujeito ativo, não o sujeito passivo, como traz a assertiva. Existem três teorias acerca do dolo: a) Teoria da representação: Para essa teoria, a configuração do dolo exige apenas a previsão do resultado. Privilegia o lado intelectual, não se preocupando com o aspecto volitivo, pois pouco importa se o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo. Basta que o resultado tenha sido antevisto pelo sujeito. Em nosso sistema penal tal teoria deve ser afastada, por confundir o dolo com a culpa consciente. 33 Direito penal esquematizado – Parte geral – vol. 1 / Cleber Masson. – 14.ª ed. rev., atual. e ampl. –Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2020 34 Manual de Direito Penal / Rogério Sanches Cunha. – 3. ed. 2015. www.colunacriminal.com instagram.com/colunacriminal b) Teoria da vontade: Essa teoria se vale da teoria da representação, ao exigir a previsão do resultado. Contudo, vai mais longe. Além da representação, reclama ainda a vontade de produzir o resultado. c) Teoria do assentimento: Também chamada de teoria do consentimento ou da anuência, complementa a teoria da vontade, recepcionando sua premissa.Para essa teoria, há dolo não somente quando o agente quer o resultado, mas também quando realiza a conduta assumindo o risco de produzi-lo. Dispõe o art. 18, inciso I, do Código Penal: Art. 18. Diz-se o crime: I – doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo. O dispositivo legal revela que foram duas as teorias adotadas pelo Código Penal: a da vontade, ao dizer “quis o resultado”, e a do assentimento, no tocante à expressão “assumiu o risco de produzi- lo”. Dolo é, sobretudo, vontade de produzir o resultado. Mas não é só. Também há dolo na conduta de quem, após prever e estar ciente de que pode provocar o resultado, assume o risco de produzi-lo.35 Gabarito: ERRADO. QUESTÃO 35 CESPE - 2018 - STJ - Técnico Judiciário - Administrativa Considerando que crime é fato típico, ilícito e culpável, julgue o item a seguir. São causas excludentes de culpabilidade o estado de necessidade, a legítima defesa e o estrito cumprimento do dever legal. ( ) Certo ( ) Errado COMENTÁRIO São elementos da culpabilidade: imputabilidade; potencial consciência da ilicitude; e exigibilidade de conduta diversa. 35 Direito penal esquematizado – Parte geral – vol. 1 / Cleber Masson. – 14.ª ed. rev., atual. e ampl. –Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2020 www.colunacriminal.com instagram.com/colunacriminal Imputabilidade é capacidade de imputação, ou seja, possibilidade de se atribuir a alguém a responsabilidade pela prática de uma infração penal. A potencial consciência da ilicitude é o segundo elemento da culpabilidade, representando a possibilidade que tem o agente imputável de compreender a reprovabilidade da sua conduta. Exigibilidade de conduta: Para a reprovação social, não basta que o autor do fato lesivo seja imputável e tenha possibilidade de lhe conhecer o caráter ilícito. Exige-se, ainda, que nas circunstâncias tivesse a possibilidade de atuar de acordo com o ordenamento jurídico.36 Os elementos da questão referem-se as excludentes de ilicitude, não culpabilidade. Gabarito: ERRADO. QUESTÃO 36 CESPE - 2018 - STJ - Técnico Judiciário - Administrativa Julgue o item que se segue, relativo à imputabilidade penal. Pessoas doentes mentais, que tenham dezoito ou mais anos de idade, mesmo que sejam inteiramente incapazes de entender o caráter ilícito da conduta criminosa ou de determinar-se de acordo com esse entendimento, são penalmente imputáveis. ( ) Certo ( ) Errado COMENTÁRIO Ao completar 18 anos de idade todo ser humano presume-se imputável. Essa presunção, todavia, é relativa (iuris tantum), pois admite prova em contrário. E para a aferição da inimputabilidade existem três sistemas ou critérios: 1) Biológico: basta, para a inimputabilidade, a presença de um problema mental, representado por uma doença mental, ou então por desenvolvimento mental incompleto ou retardado. É irrelevante tenha o sujeito, no caso concreto, se mostrado 36 Manual de Direito Penal / Rogério Sanches Cunha. – 3. ed. 2015. www.colunacriminal.com instagram.com/colunacriminal lúcido ao tempo da prática da infração penal para entender o caráter ilícito do fato e determinar se de acordo com esse entendimento. O decisivo é o fator biológico, a formação e o desenvolvimento mental do ser humano. Esse sistema atribui demasiado valor ao laudo pericial, pois se o auxiliar da Justiça apontasse um problema mental, o magistrado nada poderia fazer. Seria presumida a inimputabilidade, de forma absoluta (iuris et deiure). 2) Psicológico: para esse sistema pouco importa se o indivíduo apresenta ou não alguma deficiência mental. Será inimputável ao se mostrar incapacitado de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. Seu inconveniente é abrir espaço para o desmedido arbítrio do julgador, pois competiria exclusivamente ao magistrado decidir sobre a imputabilidade do réu. 3) Biopsicológico: resulta da fusão dos dois anteriores: é inimputável quem, ao tempo da conduta, apresenta um problema mental, e, em razão disso, não possui capacidade para entender o caráter ilícito do fato ou determinar-se de acordo com esse entendimento. Esse sistema conjuga as atuações do magistrado e do perito. Este (perito) trata da questão biológica, aquele (juiz) da psicológica. A presunção de imputabilidade é relativa (iuris tantum): após os 18 anos, todos são imputáveis, salvo prova pericial em sentido contrário revelando a presença de causa mental deficiente, bem como o reconhecimento de que, por tal motivo, o agente não tinha ao tempo da conduta capacidade para entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. O Código Penal, em seu art. 26, caput, acolheu como regra o sistema biopsicológico, ao estabelecer que: Art. 26. É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. Excepcionalmente, entretanto, foi adotado o sistema biológico no tocante aos menores de 18 anos (CF, art. 228, e CP, art. 27), bem como o sistema psicológico, em relação à embriaguez completa proveniente de caso fortuito ou força maior (CP, art.28, § 1.º).37 Gabarito: ERRADO. 37 Direito penal esquematizado – Parte geral – vol. 1 / Cleber Masson. – 14.ª ed. rev., atual. e ampl. –Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2020 www.colunacriminal.com instagram.com/colunacriminal QUESTÃO 37 CESPE - 2018 - STJ - Analista Judiciário - Oficial de Justiça Avaliador Federal Acerca do crime doloso e do arrependimento posterior, julgue o item seguinte. O arrependimento posterior incide apenas nos crimes patrimoniais e sua caracterização depende da existência de voluntariedade e espontaneidade do agente. ( ) Certo ( ) Errado COMENTÁRIO O arrependimento posterior alcança qualquer crime que com ele seja compatível, e não apenas os delitos contra o patrimônio. Raciocínio diverso levaria à conclusão deque essa figura penal deveria estar prevista no título dos crimes contra o patrimônio, e não na Parte Geral do Código Penal. Basta, em termos genéricos, que exista um “dano” causado em razão da conduta penalmente ilícita. É o caso, por exemplo, do crime de peculato doloso, em suas diversas modalidades (CP, art. 312). Cuida-se de crime contra a Administração Pública que admite o arrependimento posterior. Embora com alguma controvérsia, prevalece o entendimento de que a reparação do dano moral enseja a aplicação do arrependimento posterior. Nos crimes contra a honra, a título ilustrativo, a indenização pelos prejuízos causados autorizaria a diminuição da pena. – grifo do autor.38 Gabarito: ERRADO. 38 Direito penal esquematizado – Parte geral – vol. 1 / Cleber Masson. – 14.ª ed. rev., atual. e ampl. –Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2020 www.colunacriminal.com instagram.com/colunacriminal QUESTÃO 38 CESPE - 2018 - STJ - Analista Judiciário - Oficial de Justiça Avaliador Federal Em relação ao crime doloso, o Código Penal adota a teoria da vontade para o dolo direto e a teoria do assentimento para o dolo eventual. ( ) Certo ( ) Errado COMENTÁRIO O dolo, no conceito finalista de conduta, integra a conduta. Pode, assim, ser conceituado como o elemento subjetivo do tipo. É implícito e inerente a todo crime doloso. O dispositivo
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