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Direito Penal em exercícios

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Este e-book foi preparado especialmente aos concurseiros e demais operadores 
do Direito que desejam colocar em prática seus conhecimentos no tocante ao 
Código Penal, seja parte geral, seja parte especial. 
Você terá acesso a comentários doutrinários, julgados, súmulas e macetes que 
irá auxiliar no seu estudo de Direito Penal. 
Fontes para os comentários: Cleber Masson, Rogério Greco, Rogério Sanches 
Cunha, Mário André / Dizer o Direito etc. 
Espero que goste do e-book. 
 
 
“A felicidade não é um destino, é uma viagem. A felicidade não é amanhã, é 
agora. A felicidade não é uma dependência, é uma decisão. A felicidade é o que 
você é, não o que você tem.” 
(Osho) 
 
 
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Site: www.colunacriminal.com 
 
 
 
At.te 
Michael Douglas F. Belizário – Coluna Criminal 
 
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QUESTÃO 01 
 
Quadrix - 2019 - CREA-TO - Advogado 
No âmbito do direito penal, aplica‐se, em regra, o princípio do tempus regit actum, por 
meio do qual se deve aplicar a lei penal em vigor na data da prática do ato delituoso. 
No entanto, se a nova lei, mesmo não estando em vigor na data do crime, for mais 
benéfica ao acusado, deverá retroagir para ser aplicada no caso concreto. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
A regra geral é a da prevalência da lei que se encontrava em vigor quando da prática 
do fato, vale dizer, aplica-se a lei vigente quando da prática da conduta (tempus regit 
actum). Dessa forma, resguarda-se a reserva legal, bem como a anterioridade da lei 
penal, em cumprimento às diretrizes do texto constitucional. As exceções se verificam, 
por outro lado, na hipótese de sucessão de leis penais que disciplinem, total ou 
parcialmente, a mesma matéria. Lei penal benéfica, também conhecida como lex 
mitior ou novatio legis in mellius, é a que se verifica quando, ocorrendo sucessão 
de leis penais no tempo, o fato previsto como crime ou contravenção penal tenha sido 
praticado na vigência da lei anterior, e o novel instrumento legislativo seja mais 
vantajoso ao agente, favorecendo o de qualquer modo. A lei mais favorável deve 
ser obtida no caso concreto, aplicando se a que produzir o resultado mais 
vantajoso ao agente (teoria da ponderação concreta).1 
Gabarito: CERTO. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 Direito penal esquematizado – Parte geral – vol. 1 / Cleber Masson. – 14.ª ed. rev., atual. e ampl. –Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2020. 
 
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QUESTÃO 02 
 
CESPE - 2019 - PGE-PE - Analista Judiciário de Procuradoria 
A superveniência de lei penal mais gravosa que a anterior não impede que a nova lei 
se aplique aos crimes continuados ou ao crime permanente, caso o início da vigência 
da referida lei seja anterior à cessação da continuidade ou da permanência. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
É o entendimento do Supremo Tribunal Federal, que editou a súmula 711: A lei penal 
mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime permanente, se a sua vigência 
é anterior à cessação da continuidade ou da permanência. 
Ensina Masson: No crime permanente em que a conduta tenha se iniciado durante 
a vigência de uma lei, e prossiga durante o império de outra, aplica-se a lei nova, 
ainda que mais severa. Fundamenta-se o raciocínio na reiteração de ofensa ao bem 
jurídico, já que a conduta criminosa continua a ser praticada depois da entrada em 
vigor da lei nova, mais gravosa. No crime continuado em que os fatos anteriores 
eram punidos por uma lei, operando-se o aumento da pena por lei nova, aplica-se esta 
última a toda a unidade delitiva, desde que sob a sua vigência continue a ser praticada. 
O crime continuado, em que pese ser constituído de vários delitos parcelares, é 
considerado crime único para fins de aplicação da pena (teoria da ficção jurídica)2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 2 Direito penal esquematizado – Parte geral – vol. 1 / Cleber Masson. – 14.ª ed. rev., atual. e ampl. –Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2020. 
 
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Gabarito: CERTO. 
 
QUESTÃO 03 
 
CESPE - 2018 - Polícia Federal - Agente de Polícia Federal 
Depois de adquirir um revólver calibre 38, que sabia ser produto de crime, José passou 
a portá-lo municiado, sem autorização e em desacordo com determinação legal. O 
comportamento suspeito de José levou-o a ser abordado em operação policial de 
rotina. Sem a autorização de porte de arma de fogo, José foi conduzido à delegacia, 
onde foi instaurado inquérito policial. 
Tendo como referência essa situação hipotética, julgue o item seguinte. 
Se, durante o processo judicial a que José for submetido, for editada nova lei que 
diminua a pena para o crime de receptação, ele não poderá se beneficiar desse fato, 
pois o direito penal brasileiro norteia-se pelo princípio de aplicação da lei vigente à 
época do fato. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
Expressa o Art. 2º, Parágrafo único, do CP: “A lei posterior, que de qualquer modo 
favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença 
condenatória transitada em julgado”. Assim, com a edição de lei penal que diminui a 
pena, deve-se aplicar ao agente, mesmo com sentença transitada em julgado. 
Lei penal benéfica, também conhecida como lex mitior ou novatio legis inmellius, é a 
que se verifica quando, ocorrendo sucessão de leis penais no tempo, o fato previsto 
como crime ou contravenção penal tenha sido praticado na vigência da lei anterior, e 
o novel instrumento legislativo seja mais vantajoso ao agente, favorecendo o de 
qualquer modo. A lei mais favorável deve ser obtida no caso concreto, aplicando-se 
a que produzir o resultado mais vantajoso ao agente (teoria da ponderação 
concreta). Aqui também a expressão “de qualquer modo” deve ser compreendida na 
acepção mais ampla possível. Nos termos do art. 5.º, XL, da Constituição Federal, a 
 
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abolitio criminis e a novatio legis in mellius devem retroagir, por configurar nítido 
benefícioao réu. No campo da Lei de Drogas, o Superior Tribunal de Justiça pacificou 
o entendimento de que o crime ora tipificado pelo art. 28, caput (porte de droga para 
consumo pessoal), em razão da natureza das penas a ele cominadas, é mais brando 
do que a figura antigamente prevista no art. 16 da Lei 6.368/1976. Deve, assim, 
retroagir para alcançar os fatos cometidos sob a égide da lei antiga. A retroatividade 
é automática, dispensa cláusula expressa e alcança inclusive os fatos já 
definitivamente julgados – grifamos.3 
Gabarito: ERRADO. 
 
 
QUESTÃO 04 
 
CESPE - 2018 - Polícia Federal - Delegado de Polícia Federal 
Manoel praticou conduta tipificada como crime. Com a entrada em vigor de nova lei, 
esse tipo penal foi formalmente revogado, mas a conduta de Manoel foi inserida em 
outro tipo penal. Nessa situação, Manoel responderá pelo crime praticado, pois não 
ocorreu a abolitio criminis com a edição da nova lei. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
A questão versa sobre o princípio da continuidade típico-normativa. 
Ensina Rogério Greco: Pode ocorrer que determinado tipo penal incriminadorseja 
expressamente revogado, mas seus elementos venham a migrar para outro tipo penal 
já existente, ou mesmo criado por nova lei. Nesses casos, embora aparentemente 
tenha havido a abolição da figura típica, temos aquilo que se denomina continuidade 
normativo-típica. Não ocorrerá, portanto, a abolitio criminis, mas, sim, a 
permanência da conduta anteriormente incriminada, só que constando de 
outro tipo penal. A título de exemplo, podemos citar o que ocorreu com o revogado 
 
3 Direito penal esquematizado – Parte geral – vol. 1 / Cleber Masson. – 14.ª ed. rev., atual. e ampl. –Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2020. 
 
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art. 12 da Lei nº 6.368/76, cujos elementos foram abrangidos pela atual figura típica 
constante do art. 33 da Lei nº 11.343/2006 (Lei de drogas) – grifamos.4 
Julgou o STJ: 
“Com o advento da Lei nº 12.015/2009, as figuras do estupro e do atentado violento 
ao pudor foram condensadas em um mesmo dispositivo, não havendo que se falar em 
abolitio criminis, estando -se diante do princípio da continuidade normativa. Doutrina. 
Jurisprudência (STJ, HC 215.444/BA, Rel. Min. Jorge Mussi, 5ª T., DJe 21/11/2013).” 
Julgou o TRF da quarta região: 
... PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE NORMATIVA TÍPICA. AUSÊNCIA DE ABOLITIO CRIMINIS. A 
conduta de fazer declaração falsa em processo de registo/atualização de permanência não foi 
descriminalizada com a revogação do artigo 125 da Lei nº 6.815/1980, pois continua sendo 
crime à luz do artigo 299 do Código Penal. Opera-se, em relação ao dispositivo em epígrafe, o 
princípio da continuidade normativa típica, provocado quando uma norma penal é 
revogada, mas a mesma conduta continua tipificada em outro dispositivo [...] TRF-4 - 
ACR: 50085778220144047002 PR, Relator: Revisora, Data de Julgamento: 05/05/2020, SÉTIMA TURMA 
– grifamos. 
Gabarito: CERTO. 
 
 
QUESTÃO 05 
 
CESPE - 2018 - EMAP - Analista Portuário - Área Jurídica 
No ordenamento jurídico brasileiro, é adotada a teoria da ubiquidade quando se fala 
do tempo do crime, ou seja, o crime é considerado praticado no momento da ação ou 
da omissão. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
 
4 Curso de Direito Penal: parte geral, volume I / Rogério Greco. – 19. ed. – Niterói, RJ: Impetus, 2017 
 
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É necessária a identificação do momento em que se considera praticado o crime, para 
que se opere a aplicação da lei penal ao seu responsável. Três teorias buscam explicar 
o momento em que o crime é cometido. 
Pela teoria da atividade, considera-se praticado o crime no momento da conduta 
(ação ou omissão), pouco importando o momento do resultado. 
A teoria do resultado ou do evento reputa praticado o crime no momento em que 
ocorre a consumação. É irrelevante a ocasião da conduta. 
Por fim, a teoria mista ou da ubiquidade busca conciliar as anteriores. Para ela, 
momento do crime tanto é o da conduta como também o do resultado. 
O art. 4.º do Código Penal acolheu a teoria da atividade: “Considera-se praticado 
o crime no momento da ação ou da omissão, ainda que outro seja o momento do 
resultado”.5 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Gabarito: ERRADO. 
 
 
 
 
 
5 Direito penal esquematizado – Parte geral – vol. 1 / Cleber Masson. – 14.ª ed. rev., atual. e ampl. –Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2020. 
 
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QUESTÃO 06 
 
CESPE - 2017 - TRF - 1ª REGIÃO - Técnico Judiciário - Área Administrativa 
Em sete de janeiro de 2017, João praticou conduta que, à época, configurava crime 
punível com prisão. O resultado desejado pelo autor, no entanto, foi alcançado 
somente dois meses depois, ou seja, em sete de março do mesmo ano, momento no 
qual a conduta criminosa tinha previsão de ser punida com pena menos grave, de 
restrição de direitos. 
Nessa situação hipotética, de acordo com a lei penal, considera-se praticado o crime 
somente em sete de março de 2017, momento em que se alcançou o resultado 
desejado. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
A questão tenta confundir o candidato no tocante ao momento em que o crime é 
praticado e qual pena deve ser aplicada. Observe que a questão diz “considera-se 
praticado o crime somente em...”. Diante disso, devemos saber em que momento 
o crime foi praticado, não a pena a ser aplicada. Assim, nos moldes da questão 
anterior, a teoria aplicada será da atividade, conforme expressa o Código Penal: Art. 
4º. Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que 
outro seja o momento do resultado. 
Ensina Fernando Capez: Existem três teorias que versam sobre o momento do crime, 
quais sejam, (i) teoria da atividade: o crime reputa-se praticado no momento da 
conduta comissiva ou omissiva; (ii) teoria do resultado: o crime é praticado no 
momento da produção do resultado; (iii) teoria da ubiquidade ou mista: o crime 
considera-se praticado no momento da conduta e no momento do resultado. O Código 
Penal adotou a teoria da atividade.6 
Gabarito: ERRADO. 
 
6 Curso de direito penal, volume 1, parte geral: / Fernando Capez. – 22. ed. – São Paulo: Saraiva Educação, 2018. 
 
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QUESTÃO 07 
 
FUNIVERSA - 2015 - SEAP-DF - Agente de Atividades Penitenciárias 
Segundo entendimento do STJ, do STF e da doutrina dominante acerca do direito 
penal, julgue o item subsequente. 
As leis temporárias, diversamente das leis excepcionas, têm ultra-atividade. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
O Código Penal, em seu artigo 3°, dispõe sobre as leis temporária e excepcional. In 
verbis: 
"A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração ou 
cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante 
sua vigência". 
A lei temporária (ou temporária em sentido estrito) é aquela instituída por um prazo 
determinado, ou seja, é a lei que criminaliza determinada conduta, porém 
prefixando no seu texto lapso temporal para a sua vigência. É o caso da Lei 12.663, 
que criou inúmeros crimes que buscam proteger o patrimônio material e imaterial da 
FIFA, infrações penais com tempo certo de vigência (até 31 de dezembro de 2014). A 
lei excepcional (ou temporária em sentido amplo) é editada em função de algum 
evento transitório, como estado de guerra, calamidade ou qualquer outra 
necessidade estatal. Perdura enquanto persistir o estado de emergência. As leis 
temporária e excepcional têm duas características essenciais: 
1. Autorrevogabilidade 
As leis temporária e excepcional são autorrevogáveis, daí porque chamadas também 
de leis intermitentes. Esta característica significa dizer que as leis temporária e 
excepcional se consideram revogadas assim que encerrado o prazo fixado (lei 
temporária) ou cessada a situação de anormalidade (lei excepcional). 
2. Ultratividade 
 
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Por serem ultra-ativas, alcançam os fatos praticados durante a sua vigência, ainda que 
as circunstâncias de prazo (lei temporária) e de emergência (lei excepcional) tenham 
se esvaído, uma vez que essas condições são elementos temporais do próprio fato 
típico. Observe-se que, por serem (em regra) de curta duração, se não tivessem a 
característica da ultra-atividade, perderiam sua força intimidativa. Em outras palavras, 
podemos afirmar que as leis temporárias e excepcionais não se sujeitam aos efeitos 
da abolitio criminis (salvo se houver lei expressacom esse fim).7 
Para concluir, ambas as leis tem ultratividade, contrariando a assertiva. 
Gabarito: ERRADO. 
 
 
QUESTÃO 08 
 
CESPE - 2019 - DPE-DF - Defensor Público 
Em razão da teoria da ubiquidade, considera-se praticado o crime no lugar em que 
ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou 
deveria ter sido produzido o resultado. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
O A aplicação do princípio da territorialidade da lei penal no espaço depende da 
identificação do lugar do crime. Nesse diapasão, várias teorias buscam estabelecer o 
lugar do crime. O código penal adotou a Teoria mista ou da ubiquidade: Lugar 
do crime é tanto aquele em que foi praticada a conduta (ação ou omissão) quanto 
aquele em que se produziu ou deveria produzir-se o resultado. Expressa o art. 6.º: 
“Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo 
ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado”. A 
discussão acerca do local do crime tem pertinência somente em relação aos crimes a 
distância, também conhecidos como crimes de espaço máximo, isto é, aqueles em que 
a conduta é praticada em um país e o resultado vem a ser produzido em outro. 
 
7 Manual de Direito Penal / Rogério Sanches Cunha. – 3. ed. 2015. 
 
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Não se trata, assim, de comarcas distintas. Exige-se a pluralidade de países. Como 
exemplo, imagine que o agente efetue disparos de arma de fogo contra a vítima em 
solo brasileiro, com a intenção de matá-la, mas esta consegue fugir e morre depois de 
atravessar a fronteira com o Paraguai. A adoção da teoria da ubiquidade permite a 
conclusão de que o lugar do crime tanto pode ser o Brasil como o Paraguai.8 
Resumindo: Lugar do crime, definido pela teoria da ubiquidade ou mista, só se aplica 
em crimes que envolva mais de um país. A questão de número 5 traz um mnemônico 
para decorar, conforme já vimos. 
Gabarito: CERTO. 
 
 
QUESTÃO 09 
 
CESPE - 2018 - EMAP - Analista Portuário - Área Jurídica 
A respeito da aplicação da lei penal, julgue o item a seguir. 
Aplica-se a lei penal brasileira a crimes cometidos dentro de navio que esteja a serviço 
do governo brasileiro, ainda que a embarcação esteja ancorada em território 
estrangeiro. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
Trata-se do que chamamos de território brasileiro por extensão, expresso no 
artigo 5º, inciso I, do Código Penal: “Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de 
convenções, tratados e regras de direito internacional, ao crime cometido no território 
nacional. § 1º - Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território 
nacional as embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço 
do governo brasileiro onde quer que se encontrem, bem como as aeronaves e 
as embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem, 
respectivamente, no espaço aéreo correspondente ou em alto-mar” – grifamos. 
 
8 Direito penal esquematizado – Parte geral – vol. 1 / Cleber Masson. – 14.ª ed. rev., atual. e ampl. –Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2020. 
 
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Gabarito: CERTO. 
 
 
QUESTÃO 10 
 
CESPE - 2015 - TCE-RN - Assessor Técnico Jurídico - Cargo 2 
Acerca da aplicação da lei penal, dos princípios de direito penal e do arrependimento 
posterior, julgue o item a seguir. 
O crime contra a fé pública de autarquia estadual brasileira cometido no território da 
República Argentina fica sujeito à lei do Brasil, ainda que o agente seja absolvido 
naquele país. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
Tratando-se do Princípio da defesa, real ou da proteção, permite submeter à lei 
penal brasileira os crimes praticados no estrangeiro que ofendam bens jurídicos 
pertencentes ao Brasil, qualquer que seja a nacionalidade do agente e o local do delito. 
Adotado pelo Código Penal, em seu art. 7.º, I, alíneas “a”, “b” e “c”, compreendendo 
os crimes contra: 
a) a vida ou a liberdade do Presidente da República; 
b) o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado, de Território, 
de Município, de empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia ou 
fundação instituída pelo Poder Público; e 
c) a administração pública, por quem está a seu serviço.9 
No mesmo artigo, expressa o § 1º: Nos casos do inciso I, o agente é punido segundo 
a lei brasileira, ainda que absolvido ou condenado no estrangeiro. 
Gabarito: CERTO. 
 
 
 
9 Direito penal esquematizado – Parte geral – vol. 1 / Cleber Masson. – 14.ª ed. rev., atual. e ampl. –Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2020. 
 
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QUESTÃO 11 
 
CESPE - 2015 - TCE-RN - Auditor 
Julgue o item a seguir, referentes à lei penal no tempo e no espaço e aos princípios 
aplicáveis ao direito penal. 
Situação hipotética: João, brasileiro, residente em Portugal, cometeu crime de 
corrupção e de lavagem de dinheiro no território português, condutas essas tipificadas 
tanto no Brasil quanto em Portugal. Antes do fim das investigações, João fugiu e 
retornou ao território brasileiro. Assertiva: Nessa situação, a lei brasileira pode ser 
aplicada ao crime praticado por João em Portugal. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
É o que a denomina Extraterritorialidade condicionada. Vejamos o artigo 7º, inciso 
II, alínea B, do Código Penal: 
Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: 
II - os crimes: 
b) praticados por brasileiro. 
Para sua aplicação, o parágrafo segundo traz algumas condições: 
Nos casos do inciso II, a aplicação da lei brasileira depende do concurso das seguintes 
condições: 
a) entrar o agente no território nacional; 
b) ser o fato punível também no país em que foi praticado; 
c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradição; 
d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido a pena. 
Gabarito: CERTO. 
 
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QUESTÃO 12 
 
FUNIVERSA - 2015 - SEAP-DF - Agente de Atividades Penitenciárias 
No que se refere ao direito penal, segundo entendimento do STJ, do STF e da doutrina 
dominante, julgue o próximo item. 
Em atenção ao princípio ne bis in idem, a pena cumprida no estrangeiro deve atenuar 
a pena imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando diversas, ou nela ser computada, 
quando idênticas. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
É o que expressa o artigo 8º do CP: A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena 
imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando diversas, ou nela é computada, quando 
idênticas. 
Se o agente praticou um crime contra a vida do Presidente da República do Brasil em 
solo argentino, e lá foi condenado à pena de dez anos de reclusão, dos quais já cumpriu 
oito anos, e, posteriormente, fugiu para o Brasil, vindo aqui a ser condenado a doze 
anos de reclusão, não precisará cumprir toda a pena imposta em nosso país. Faltará 
o cumprimento de outros quatro anos, em consonância com a regra prevista no art. 
8.º do Código Penal.10 
 
 
 
 
 
 
 
 
10 Direito penal esquematizado – Parte geral – vol. 1 / Cleber Masson. – 14.ª ed. rev., atual. e ampl. –Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2020 
 
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Gabarito: CERTO. 
 
QUESTÃO13 
 
FUNIVERSA - 2015 - SEAP-DF - Agente de Atividades Penitenciárias 
No que se refere ao direito penal, segundo entendimento do STJ, do STF e da doutrina 
dominante, julgue o próximo item. 
Consoante o princípio da nacionalidade ou da personalidade, os crimes contra a vida 
ou a liberdade do presidente da República, ainda que cometidos no estrangeiro, 
sujeitam-se à lei brasileira. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
Tratando-se do Princípio da defesa, real ou da proteção, permite submeter à lei 
penal brasileira os crimes praticados no estrangeiro que ofendam bens jurídicos 
pertencentes ao Brasil, qualquer que seja a nacionalidade do agente e o local do delito. 
Adotado pelo Código Penal, em seu art. 7.º, I, alíneas “a”, “b” e “c”, compreendendo, 
entre eles, os crimes contra a vida ou a liberdade do Presidente da República. 
Princípio da personalidade ou da nacionalidade: Esse princípio autoriza a 
submissão à lei brasileira dos crimes praticados no estrangeiro por autor brasileiro 
(ativa) ou contra vítima brasileira (passiva). De acordo com a personalidade ativa, o 
agente é punido de acordo com a lei brasileira, independentemente da nacionalidade 
do sujeito passivo e do bem jurídico ofendido. É previsto no art. 7.º, I, alínea “d” 
(“quando o agente for brasileiro”), e também pelo inciso II, alínea “b”, do Código 
Penal. Por sua vez, aplica-se o princípio da personalidade passiva nos casos em que a 
vítima é brasileira. O autor do delito que se encontrar em território brasileiro, embora 
seja estrangeiro, deverá ser julgado de acordo com a nossa lei penal. É adotado pelo 
art. 7.º, § 3.º, do Código Penal.11 
 
11 Direito penal esquematizado – Parte geral – vol. 1 / Cleber Masson. – 14.ª ed. rev., atual. e ampl. –Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2020. 
 
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Gabarito: ERRADO. 
 
QUESTÃO 14 
 
FUNIVERSA - 2015 - SEAP-DF - Agente de Atividades Penitenciárias 
No que se refere ao direito penal, segundo entendimento do STJ, do STF e da doutrina 
dominante, julgue o próximo item. 
De acordo com o princípio da territorialidade da lei penal, se um crime for cometido 
dentro de um navio público brasileiro, ainda que em alto-mar, o delito deverá ser 
julgado pela justiça brasileira. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
Conforme explicamos na questão de número 5, trata-se do que chamamos de 
território brasileiro por extensão, expresso no artigo 5º, inciso I, do Código Penal: 
“Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito 
internacional, ao crime cometido no território nacional. § 1º - Para os efeitos penais, 
consideram-se como extensão do território nacional as embarcações e aeronaves 
brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo brasileiro onde quer que 
se encontrem, bem como as aeronaves e as embarcações brasileiras, mercantes ou 
de propriedade privada, que se achem, respectivamente, no espaço aéreo 
correspondente ou em alto-mar.” - grifamos. 
Como é território por extensão, aplica-se o princípio da territorialidade. 
Gabarito: CERTO. 
 
 
 
 
 
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QUESTÃO 15 
 
CESPE - 2013 - MPU - Analista – Direito 
A homologação de sentença estrangeira para obrigar condenado à reparação de dano 
requer a existência de tratado de extradição com o país de cuja autoridade judiciária 
emanou a sentença. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
O art. 9º do Código Penal cuida do tema relativo à eficácia da sentença estrangeira, 
dizendo que esta, quando a aplicação da lei brasileira produz na espécie as mesmas 
consequências, pode ser homologada no Brasil para: I – obrigar o condenado à 
reparação do dano, a restituições e a outros efeitos civis; II – sujeitá-lo à medida 
de segurança. O parágrafo único do citado art. 9º do Código Penal diz que a 
homologação depende: a) para os efeitos previstos no inciso I, de pedido da 
parte interessada; b) para os outros efeitos, da existência de tratado de extradição 
com o país de cuja autoridade judiciária emanou a sentença, ou, na falta de tratado, 
de requisição do Ministro da Justiça – grifamos.12 
Como a questão fala somente de reparação de dano, não é exigido acordo de 
extradição entre os Estados. 
Gabarito: ERRADO. 
 
QUESTÃO 16 
 
CESPE - 2012 - TCE-ES - Auditor de Controle Externo - Direito 
A eficácia da sentença penal condenatória proferida no estrangeiro depende de 
homologação tanto para obrigar o condenado à reparação do dano, a restituições e a 
outros efeitos civis quanto para o reconhecimento da reincidência. 
 
12 Curso de Direito Penal: parte geral, volume I / Rogério Greco. – 19. ed. – Niterói, RJ: Impetus, 2017 
 
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( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
A reincidência depende, obrigatoriamente, de ao menos dois crimes: um anterior, em 
cuja ação penal já foi proferida sentença condenatória, com seu respectivo trânsito 
em julgado, e outro posterior ao trânsito em julgado. Com a prática desse novo crime 
será tratado como reincidente, com todas as consequências rigorosas daí decorrentes. 
Portanto, somente existe reincidência quando o novo crime tiver sido praticado depois 
do trânsito em julgado da condenação anterior. Logo, se for cometido na data do 
trânsito em julgado, não estará caracterizada a recidiva. E, ainda, não haverá 
reincidência se o agente praticar os dois crimes na mesma ocasião e forem julgados 
pela mesma sentença. Além disso, não há falar em reincidência quando a denúncia 
(ou queixa-crime) pelo novo crime não contém a data exata do fato, apta a demonstrar 
sua prática após o trânsito em julgado da condenação anterior. Na linha de raciocínio 
do Superior Tribunal de Justiça: 
A agravante da reincidência não deve ser aplicada se não há na denúncia exatidão da 
data dos fatos apta a demonstrar que o delito ocorreu após o trânsito em julgado de 
condenação anterior. Em observância ao princípio do in dubio pro reo, deve ser dada 
a interpretação mais favorável ao acusado, não se podendo presumir que o trânsito 
em julgado referente ao crime anterior ocorreu antes do cometimento do segundo 
delito (HC 200.900/RJ, rel. Min. Sebastião Reis Júnior, 6.ª Turma, j. 27.09.2012). 
Pouco importa tenha sido o crime que resultou na condenação definitiva praticado no 
Brasil ou no estrangeiro. E, a propósito, para a caracterização da reincidência, a 
sentença estrangeira não precisa ser homologada pelo Superior Tribunal de 
Justiça, como se extrai do art. 9.º do Código Penal. Basta a prova de que foi proferida 
judicialmente e transitou em julgado. 13 
Art. 63 - Verifica-se a reincidência quando o agente comete novo crime, depois de transitar em 
julgado a sentença que, no País ou no estrangeiro, o tenha condenado por crime anterior. 
Gabarito: ERRADO. 
 
 
13 Direito penal esquematizado – Parte geral – vol. 1 / Cleber Masson. – 14.ª ed. rev., atual. e ampl. –Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2020. 
 
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QUESTÃO 17 
 
CESPE - 2012 - PC-AL - Delegado de Polícia 
Com base no que dispões a Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (LINDB) 
e Direito Civil, julgue os itens subsecutivos. 
A teoria da territorialidade temperada foi adotada pelo direito brasileiro. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
Como regra básica, de acordo com o art. 5 °, caput, do CP, aplica-se a lei brasileira, 
sem prejuízo de convenções,tratados e regras de direito internacional, ao crime 
cometido no território nacional. Nosso ordenamento jurídico adotou, portanto, a 
territorialidade, que, no entanto, não é absoluta, comportando exceções previstas 
em convenções, tratado se regras de direito internacional (territorialidade 
temperada).14 
Portanto, Código Penal adotou o princípio da territorialidade temperada ou 
mitigada. 
Gabarito: CERTO. 
 
 
QUESTÃO 18 
 
CESPE - 2020 - MPE-CE - Técnico Ministerial 
Mário, após ingerir bebida alcoólica em uma festa, agrediu um casal de namorados, o 
que resultou na morte do rapaz, devido à gravidade das lesões. A moça sofreu lesões 
leves. 
A partir dessa situação hipotética, julgue o item a seguir. 
 
14 Manual de Direito Penal / Rogério Sanches Cunha. – 3. ed. 2015. 
 
 
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Porque estava embriagado, Mário deve ser considerado inimputável. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
Expressa o art. 28 do CP. Não excluem a imputabilidade penal: II - a embriaguez, 
voluntária ou culposa, pelo álcool ou substância de efeitos análogos. 
Pode-se extrair da questão que Mário ingeriu bebida alcoólica de forma voluntária, fato 
este que não exclui a responsabilidade pelos seus atos. Explica Masson: 
Fundamenta-se no princípio segundo o qual “a causa da causa também é a causado 
que foi causado”, isto é, para aferir-se a imputabilidade penal no caso da 
embriaguez, despreza-se o tempo em que o crime foi praticado. De fato, nesse 
momento o sujeito estava privado da capacidade de entendimento e de 
autodeterminação, por vontade própria, pois bebeu e embriagou-se livre de qualquer 
coação. Por esse motivo, considera-se como marco da imputabilidade penal o 
período anterior à embriaguez, em que o agente espontaneamente decidiu 
consumir bebida alcoólica ou de efeitos análogos.15 
Gabarito: ERRADO. 
 
 
QUESTÃO 19 
 
CESPE - 2019 - TJ-AM - Analista Judiciário - Oficial de Justiça Avaliador 
Pedro, com vinte e dois anos de idade, e Paulo, com vinte anos de idade, foram 
denunciados pela prática de furto contra Ana. A defesa de Pedro alegou 
inimputabilidade. Paulo confessou o crime, tendo afirmado que escolhera a vítima 
porque, além de idosa, ela era sua tia. 
 
15 Direito penal esquematizado – Parte geral – vol. 1 / Cleber Masson. – 14.ª ed. rev., atual. e ampl. –Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2020. 
 
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Com relação a essa situação hipotética, julgue o item subsecutivo, a respeito de 
imputabilidade penal, crimes contra o patrimônio, punibilidade e causas de extinção e 
aplicação de pena. 
Pedro será condenado se comprovado que, no momento do furto, por caso fortuito, 
estava completamente embriagado. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
A questão traz caso fortuito como causa da embriaguez de Pedro. Fato, este, que 
isenta de pena. Traz o artigo art. 28 do CP. Não excluem a imputabilidade penal: II 
- a embriaguez, voluntária ou culposa, pelo álcool ou substância de efeitos análogos. 
§ 1º - É isento de pena o agente que, por embriaguez completa, proveniente de 
caso fortuito ou força maior, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente 
incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse 
entendimento. 
Caso fortuito e força maior: são os acontecimentos imprevisíveis e inevitáveis, que 
fogem do domínio da vontade do ser humano. E, se não há vontade, não há dolo 
nem culpa. Consequentemente, como dolo e culpa integram a conduta, não se 
configura esse elemento do fato típico. 
No caso fortuito, o indivíduo não percebe ser atingido pelo álcool ou substância de 
efeitos análogos, ou desconhece uma condição fisiológica que o torna submisso às 
consequências da ingestão do álcool – grifamos.16 
Gabarito: ERRADO. 
 
 
 
 
 
 
 
16 Direito penal esquematizado – Parte geral – vol. 1 / Cleber Masson. – 14.ª ed. rev., atual. e ampl. –Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2020 
 
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QUESTÃO 20 
 
CESPE - 2019 - TJ-AM - Analista Judiciário - Oficial de Justiça Avaliador 
Pedro, com vinte e dois anos de idade, e Paulo, com vinte anos de idade, foram 
denunciados pela prática de furto contra Ana. A defesa de Pedro alegou 
inimputabilidade. Paulo confessou o crime, tendo afirmado que escolhera a vítima 
porque, além de idosa, ela era sua tia. 
Com relação a essa situação hipotética, julgue o item subsecutivo, a respeito de 
imputabilidade penal, crimes contra o patrimônio, punibilidade e causas de extinção e 
aplicação de pena. 
Se, em virtude de perturbação de saúde mental, Pedro não for inteiramente capaz de 
entender o caráter ilícito do seu ato ou de determinar-se de acordo com esse 
entendimento, a pena imposta a ele poderá ser reduzida. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
Cuidado para não confundir "não era inteiramente capaz" com "era inteiramente 
incapaz". No primeiro, o agente é considerado semi-imputável, podendo ter pena 
diminuída de 1/3 a 2/3. No segundo caso, ele é considerado inimputável, ficando isento 
de pena. 
Art. 28 do CP. Não excluem a imputabilidade penal: II - a embriaguez, voluntária ou culposa, 
pelo álcool ou substância de efeitos análogos. 
§ 1º - É isento de pena o agente que, por embriaguez completa, proveniente de caso fortuito 
ou força maior, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o 
caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. 
§ 2º - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, por embriaguez, 
proveniente de caso fortuito ou força maior, não possuía, ao tempo da ação ou da omissão, 
a plena capacidade de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com 
esse entendimento. 
 
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Gabarito: CERTO. 
 
 
QUESTÃO 21 
 
MPE-SC - 2019 - MPE-SC - Promotor de Justiça - Matutina 
Os crimes omissivos próprios são os cujo tipo descreve a conduta omissiva de forma 
direta, e por isso não é necessária a incidência do art. 13, § 2º, do CP. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
Nos crimes omissivos próprios, a norma contida nos tipos penais que preveem 
essa modalidade de omissão será sempre mandamental. O tipo penal narrará um 
comportamento que, se for deixado de lado, importará na responsabilidade penal 
daquele que estava obrigado, pelo tipo penal, a fazer alguma coisa, a exemplo do que 
ocorre com o art. 135 do Código Penal, que diz: Deixar de prestar assistência, quando 
possível fazê-lo, sem risco pessoal, à criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa 
inválida ou ferida, ao desamparo ou em grave e iminente perigo; ou não pedir, nesses 
casos, o socorro da autoridade pública. Dessa forma, aquele que podendo prestar o 
socorro, sem risco pessoal, se omite, responderá pelo delito de omissão de socorro. 
Não fez, portanto, aquilo que a norma impunha que fizesse. Por outro lado, temos os 
crimes omissivos impróprios, também chamados de comissivos por omissão ou 
omissivos qualificados. Neles, a norma constante do tipo penal é de natureza 
proibitiva, ou seja, contém uma proibição, prevê um comportamento comissivo. 
Entretanto, em virtude de o agente gozar do status de garantidor, aplica-se a norma 
de extensão prevista no § 2ºdo art. 13 do Código Penal, respondendo o agente 
pela sua inação, como se tivesse feito alguma coisa. Por essa razão, o crime é também 
reconhecido como comissivo poromissão – grifamos.17 
Gabarito: CERTO. 
 
 
17 Curso de Direito Penal: parte geral, volume I / Rogério Greco. – 19. ed. – Niterói, RJ: Impetus, 2017 
 
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QUESTÃO 22 
 
MPE-SC - 2019 - MPE-SC - Promotor de Justiça - Matutina 
O arrependimento eficaz somente se configura (é necessário) em relação à tentativa 
perfeita. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
No arrependimento eficaz, ou resipiscência, depois de já praticados todos os atos 
executórios suficientes à consumação do crime, o agente adota providências aptas a 
impedir a produção do resultado. Exemplo: depois de ministrar veneno à vítima, que 
o ingeriu ao beber o café “preparado” pelo agente, este lhe oferece o antídoto, 
impedindo a eficácia causal de sua conduta inicial. 
 Fica claro, pois, que o arrependimento eficaz é compatível com a tentativa 
perfeita ou acabada, na qual o agente esgota os meios de execução que se 
encontravam à sua disposição. Como já decidido pelo Supremo Tribunal Federal: 
Crime tentado: arrependimento eficaz (CP, art. 15): consequências jurídico penais. 
Diversamente do que pode suceder na “desistência voluntária” – quando seja ela 
mesma o fator impeditivo do delito projetado ou consentido–, o “arrependimento 
eficaz” é fato posterior ao aperfeiçoamento do crime tentado, ao qual, no entanto, se, 
em concreto, impediu se produzisse o resultado típico, a lei dá o efeito de elidir a 
punibilidade da tentativa e limitá-laaos atos já praticados (HC 84.653/SP, rel. Min. Sepúlveda 
Pertence, 1.ª Turma, j. 02.08.2005). 
O art. 15 do Código Penal revela ser o arrependimento eficaz possível somente 
noto cante aos crimes materiais, pela análise da expressão “impede que o 
resultado se produza”. Esse resultado, naturalístico, é exigido somente para a 
consumação dos crimes materiais consumados. Além disso, nos crimes formais a 
realização da conduta implica na automática consumação do delito, aperfeiçoando-se 
a tipicidade do fato, muito embora, no caso concreto, seja possível, porém dispensável 
para a consumação, a produção do resultado naturalístico. Nos crimes de mera 
 
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conduta, por sua vez, jamais ocorrerá o resultado naturalístico, motivo pelo qual não 
se admite a sua interrupção. Além disso, com a simples atividade o delito já estará 
consumado, com a tipicidade concluída e imutável.18 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Gabarito: CERTO. 
 
 
QUESTÃO 23 
 
MPE-SC - 2019 - MPE-SC - Promotor de Justiça - Matutina 
No crime de falsa identidade (art. 307 do CP), cujo tipo prevê uma hipótese de “dolo 
específico”, é possível a desistência voluntária (art. 15 do CP) quando, apesar da 
realização da conduta, não se implementou a especial finalidade à qual estava 
orientada a conduta. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
18 Direito penal esquematizado – Parte geral – vol. 1 / Cleber Masson. – 14.ª ed. rev., atual. e ampl. –Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2020 
 
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 COMENTÁRIO 
No dolo da falsa identidade, acrescido de um especial fim de agir (elemento subjetivo 
específico), representado pela expressão “para obter vantagem, em proveito próprio 
ou alheio, ou para causar dano a outrem”. A vantagem legalmente exigida pode ser 
econômica ou de qualquer natureza (moral, política etc.). Se não é buscada nenhuma 
vantagem, o fato é atípico. [...] A falsa identidade, ao contrário do que se dá no 
estelionato, não reclama para a consumação a efetiva vantagem econômica em 
prejuízo alheio, sendo suficiente a intenção de alcançá-la. A falsa identidade é 
crime formal, de consumação antecipada ou de resultado cortado: consuma-se com 
a conduta de atribuir-se ou atribuir a terceiro falsa identidade, 
independentemente da obtenção de vantagem, em proveito próprio ou alheio, ou da 
causação de dano a outrem. O crime definido no art. 307 do Código Penal consiste na 
simples atribuição de falsa identidade, sem a utilização de documento falso. Com 
efeito, se houver o emprego de documento falsificado ou alterado, estará configurado 
o crime tipificado no art. 304 do Código Penal, afastando-se o delito de falsa 
identidade, em razão da sua subsidiariedade expressa. Como já decidido pelo Superior 
Tribunal de Justiça: “Não se confunde o uso de documento falso com o crime de falsa 
identidade, posto que neste não há apresentação de qualquer documento, mas tão só 
a alegação falsa quanto à identidade” 19 
Na desistência voluntária, o agente, por manifestação exclusiva do seu querer, desiste 
de prosseguir na execução da conduta criminosa. Trata-se da situação em que os atos 
executórios ainda não se esgotaram, incompatível com a atribuição de falsa identidade 
apresentada na questão, que versou: “Apesar da realização da conduta...”. Com 
a realização da conduta, ficou configurado o crime, não sendo possível aplicar 
o instituto da desistência voluntária. 
Vale colecionar outro trecho do livro do Professor Masson: A desistência voluntária não 
é admitida nos crimes unissubsistentes, pois, se a conduta não pode ser fracionada, 
exteriorizando-se por um único ato, é impossível desistir da sua execução, que já se 
aperfeiçoou com a atuação do agente.20 
 
19 Direito penal esquematizado / Cleber Masson. – 4. ed. rev. e atual. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO,2014. 
20 Direito penal esquematizado – Parte geral – vol. 1 / Cleber Masson. – 14.ª ed. rev., atual. e ampl. –Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2020 
 
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A tentativa no crime de falsa identidade é possível, nas hipóteses em que a falsa 
identidade se apresentar como crime plurissubsistente, comportando o fracionamento 
do iter criminis. Exemplo: “A” encaminha carta à organização de uma peça de teatro, 
passando-se por outra pessoa, responsável por eventos artísticos no exterior, com o 
propósito de entrar gratuitamente no espetáculo, mas a missiva vem a ser extraviada 
nos Correios. Contudo, não será cabível o conatus nos casos em que a conduta se 
compõe de um único ato (crime unissubsistente), impossibilitando a divisão do iter 
criminis. Em situações deste jaez, ou o agente atribui a si próprio ou a terceiro a falsa 
identidade para obter vantagem, em proveito próprio ou alheio, ou para causar dano 
a outrem, e o delito estará consumado, ou deixa de fazê-lo, e não haverá crime algum, 
a exemplo do que se dá nos comportamentos cometidos verbalmente.21 
Com a realização da conduta de atribuir, ficou configurado o crime, tornando a questão 
incorreta. 
Gabarito: ERRADO. 
 
 
QUESTÃO 24 
 
CESPE - 2019 - DPE-DF - Defensor Público 
Considerando o Código Penal brasileiro, julgue o item a seguir, com relação à aplicação 
da lei penal, à teoria de delito e ao tratamento conferido ao erro. 
Para a teoria limitada da culpabilidade, o erro de agente que recaia sobre pressupostos 
fáticos de uma causa de justificação configura erro de tipo permissivo. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
Muito se tem discutido sobre a natureza jurídica do erro que recai sobre as causas de 
justificação. Alguns entendem que se trata de erro de tipo; outros afirmam ser erro 
de proibição. Com a finalidade de resolver essa questão, surgiram duas importantes 
 
 
21 Direito penal esquematizado / Cleber Masson. – 4. ed. rev. e atual. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO,2014. 
 
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teorias a respeitodo erro incidente sobre as causas de justificação: a teoria extremada 
ou estrita da culpabilidade e a teoria limitada da culpabilidade. Segundo Assis Toledo, 
para a “teoria extremada da culpabilidade todo e qualquer erro que recaia sobre uma 
causa de justificação é erro de proibição”, não importando, aqui, distinguir se o erro 
em que incorreu o agente incide sobre uma situação de fato, sobre a existência ou 
mesmo sobre os limites de uma causa de justificação. A teoria limitada da 
culpabilidade difere da teoria anterior em um ponto muito importante: para a teoria 
limitada, se o erro do agente vier a recair sobre uma situação fática, 
estaremos diante de um erro de tipo, que passa a ser denominado erro de 
tipo permissivo; caso o erro do agente não recaia sobre uma situação de fato, mas 
sim sobre os limites ou a própria existência de uma causa de justificação, o erro passa 
a ser, agora, o de proibição – grifamos.22 
Gabarito: CERTO. 
 
 
QUESTÃO 25 
 
CESPE - 2019 - DPE-DF - Defensor Público 
Considerando o Código Penal brasileiro, julgue o item a seguir, com relação à aplicação 
da lei penal, à teoria de delito e ao tratamento conferido ao erro. 
A superveniência de causa relativamente independente da conduta do agente excluirá 
a imputação do resultado nos casos em que, por si só, ela tiver produzido o resultado. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
Em face da regra prevista no art. 13, § 1.º, do Código Penal, as causas supervenientes 
relativamente independentes podem ser divididas em dois grupos: 
(1) as que produzem por si sós o resultado; e 
 
22 Curso de Direito Penal: parte geral, volume I / Rogério Greco. – 19. ed. – Niterói, RJ: Impetus, 2017 
 
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(2) as que não produzem por si sós o resultado. 
Causas supervenientes relativamente independentes que produzem por si sós 
o resultado: É a situação tratada pelo § 1.º do art. 13 do Código Penal: “A 
superveniência de causa relativamente independente exclui a imputação quando, 
por si só, produziu o resultado – grifamos.23 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Gabarito: CERTO. 
 
 
QUESTÃO 26 
 
CESPE - 2019 - PRF - Policial Rodoviário Federal 
Em decorrência de um homicídio doloso praticado com o uso de arma de fogo, policiais 
rodoviários federais foram comunicados de que o autor do delito se evadira por rodovia 
federal em um veículo cuja placa e características foram informadas. O veículo foi 
abordado por policiais rodoviários federais em um ponto de bloqueio montado cerca 
de 200 km do local do delito e que os policiais acreditavam estar na rota de fuga do 
 
23 Direito penal esquematizado – Parte geral – vol. 1 / Cleber Masson. – 14.ª ed. rev., atual. e ampl. –Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2020 
 
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homicida. Dada voz de prisão ao condutor do veículo, foi apreendida arma de fogo que 
estava em sua posse e que, supostamente, tinha sido utilizada no crime. 
Considerando essa situação hipotética, julgue o seguinte item. 
Quanto ao sujeito ativo da prisão, o flagrante narrado é classificado como obrigatório, 
hipótese em que a ação de prender e as eventuais consequências físicas dela advindas 
em razão do uso da força se encontram abrigadas pela excludente de ilicitude 
denominada exercício regular de direito. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
Flagrante compulsório ou obrigatório: chama-se compulsório porque o agente é 
obrigado a efetuar a prisão em flagrante, não tendo discricionariedade sobre a 
conveniência ou não de efetivá-la. Ocorre em qualquer das hipóteses previstas no art. 
302 (flagrante próprio, impróprio e presumido), e diz respeito à autoridade policial e 
seus agentes, que têm o dever de efetuar a prisão em flagrante.24 
O agente público, no desempenho de suas atividades, não raras vezes é obrigado, por 
lei (em sentido amplo), a violar um bem jurídico. Essa intervenção lesiva, dentro 
delimites aceitáveis, estará justificada pelo estrito cumprimento do dever legal, 
não se consubstanciando, portanto, em crime (art. 23, III, 1ª parte, do CP). Portanto, 
não se trata de exercício, mas sim de estrito cumprimento do dever legal – grifamos.25 
Gabarito: ERRADO. 
 
 
QUESTÃO 27 
 
CESPE - 2018 - MPU - Analista do MPU - Direito 
Joaquim, penalmente imputável, praticou, sob absoluta e irresistível coação física, 
crime de extrema gravidade e hediondez. Nessa situação, Joaquim não é passível de 
 
24 Curso de processo penal / Fernando Capez. – 23. ed. – São Paulo: Saraiva, 2016. 
25 Manual de Direito Penal / Rogério Sanches Cunha. – 3. ed. 2015. 
 
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punição, porquanto a coação física, desde que absoluta, é causa excludente da 
culpabilidade. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
Coagir é obrigar alguém, com emprego de violência ou grave ameaça, de forma 
irresistível ou não, a cometer um crime. Na coação física irresistível elimina-se por 
completo a vontade do coagido. Seu aspecto volitivo não é meramente viciado, mas 
suprimido, e ele passa a atuar como instrumento do crime a serviço do coator. Exclui-
se a conduta, e, consequentemente, o próprio fato típico praticado pelo coagido. 
Na coação moral, o coator, para alcançar o resultado ilícito desejado, ameaça o 
coagido, e este, por medo, realiza a conduta criminosa. Essa intimidação recai sobre 
sua vontade, viciando-a, de modo a retirar a exigência legal de agir de maneira 
diferente. Exclui-se a culpabilidade, em face da inexigibilidade de conduta diversa 
– grifamos.26 
Gabarito: ERRADO. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
26 Direito penal esquematizado – Parte geral – vol. 1 / Cleber Masson. – 14.ª ed. rev., atual. e ampl. –Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2020 
 
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QUESTÃO 28 
 
CESPE - 2018 - MPE-PI - Analista Ministerial - Área Processual 
Rita, depois de convencer suas colegas Luna e Vera, todas vendedoras em uma 
joalheria, a desviar peças de alto valor que ficavam sob a posse delas três, planejou 
detalhadamente o crime e entrou em contato com Ciro, colecionador de joias, para 
que ele adquirisse a mercadoria. Luna desistiu de participar do fato e não foi trabalhar 
no dia da execução do crime. Rita e Vera conseguiram se apossar das peças conforme 
o planejado; entretanto, como não foi possível repassá-las a Ciro no mesmo dia, Vera 
levou-as para a casa de sua mãe, comunicou a ela o crime que praticara e persuadiu-
a a guardar os produtos ali mesmo, na residência materna, até a semana seguinte. 
Considerando que o crime apresentado nessa situação hipotética venha a ser 
descoberto, julgue o item que se segue, com fundamento na legislação pertinente. 
Luna não responderá criminalmente, porque sua desistência caracteriza 
arrependimento posterior. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
A questão exige do candidato o conhecimento sobre as fases do iter criminis. A 
Luana ficou na prima fase, qual seja, na cogitação, impunível no Direito Penal 
Brasileiro. Para o arrependimento posterior, conforme estudado e tabela apresentada 
na questão de número 22, exige que o criminoso tenha concluído com a ação 
criminosa, conforme os requisitos da tabela. 
A cogitação repousa na mente do agente, nela se formando a ideia de enveredar pela 
empreitada criminosa. Seu propósito ilícito encontra-se preso em um claustro psíquico. 
É sempre interna, não se revelando em atos externos. Por se tratar de mera ideia, 
semqualquer possibilidade de ofensa ao bem jurídico, não pode ser alcançada pelo 
Direito Penal. Não é punível: inexiste crime, ainda que na forma tentada. De fato, 
 
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conduta penalmente relevante é somente aquela praticada por seres humanos e 
projetada no mundo exterior.27 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Gabarito: ERRADO. 
 
 
QUESTÃO 29 
 
CESPE - 2018 - Polícia Federal - Papiloscopista Policial Federal 
Na tentativa de entrar em território brasileiro com drogas ilícitas a bordo de um 
veículo, um traficante disparou um tiro contra agente policial federal que estava em 
missão em unidade fronteiriça. Após troca de tiros, outros agentes prenderam o 
traficante em flagrante, conduziram-no à autoridade policial local e levaram o colega 
ferido ao hospital da região. 
Nessa situação hipotética, se o policial ferido não falecer em decorrência do tiro 
disparado pelo traficante, estar-se-á diante de homicídio tentado, que, no caso, terá 
como elementos caracterizadores: a conduta dolosa do traficante; o ingresso do 
traficante nos atos preparatórios; e a impossibilidade de se chegar à consumação do 
crime por circunstâncias alheias à vontade do traficante. 
 
 
27 Direito penal esquematizado – Parte geral – vol. 1 / Cleber Masson. – 14.ª ed. rev., atual. e ampl. –Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2020 
 
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( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
Pela tabela apresentada na questão anterior, já percebemos que o examinador trocou 
em qual fase do iter criminis estava a conduta do agente. A questão diz que o traficante 
ingressou nos atos preparatórios, quando na verdade foi nos atos executórios. 
fase da execução, ou dos atos executórios, é aquela em que se inicia a agressão 
ao bem jurídico, por meio da realização do núcleo do tipo penal. O agente começa a 
realizar o verbo (núcleo do tipo) constante da definição legal, tornando o fato punível. 
É o caso da conduta de efetuar disparos de arma de fogo contra uma pessoa. 
Há incidência do Direito Penal, configurando no mínimo um crime tentado. Come feito, 
o art. 14, II, do Código Penal vinculou a tentativa ao início da execução do crime, ou 
seja, à prática de atos executórios. O ato de execução deve ser idôneo e inequívoco. 
Ato idôneo é o que se reveste de capacidade suficiente para lesar o bem jurídico 
penalmente tutelado. Essa idoneidade deve ser constatada no caso concreto, e não 
em abstrato. Exemplo: um tiro de revólver é idôneo para praticar um homicídio, ao 
contrário de um tiro de festim. Por sua vez, ato inequívoco é o que se direciona ao 
ataque do bem jurídico, almejando a consumação da infração penal e fornecendo 
certeza acerca da vontade e ilícita. Exemplo: um disparo de arma de fogo efetuado na 
direção da vítima é unívoco para a prática de um homicídio, diferente de um disparo 
efetuado para o alto. Conclui-se, pois, que um ato de execução deve, 
obrigatoriamente, possuir essas características, simultaneamente. Não basta apenas 
uma delas. Também não é suficiente, em face da rejeição da teoria subjetiva – 
notadamente pela insegurança por ela proporcionada –, a vontade firme e consciente 
de cometer uma infração penal, quando não exteriorizado um ato idôneo e 
inequívoco.28 
Art. 14 - Diz-se o crime: II - tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma 
por circunstâncias alheias à vontade do agente. 
Gabarito: ERRADO. 
 
 
 
28 Direito penal esquematizado – Parte geral – vol. 1 / Cleber Masson. – 14.ª ed. rev., atual. e ampl. –Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2020 
 
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QUESTÃO 30 
 
CESPE - 2018 - Polícia Federal - Delegado de Polícia Federal 
Arnaldo, gerente de banco, estava dentro de seu veículo juntamente com familiares 
quando foi abordado por dois indivíduos fortemente armados, que ameaçaram os 
ocupantes do veículo e exigiram de Arnaldo o fornecimento de determinada senha 
para a realização de uma operação bancária, o que foi por ele prontamente atendido. 
Nessa situação, o uso da senha pelos indivíduos para eventual prática criminosa 
excluirá a culpabilidade de Arnaldo. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
Trata-se da coação moral irresistível, age sobre a inexigibilidade de conduta diversa, 
elemento da culpabilidade, conforme traz a questão. 
Estabelece o art. 22 do Código Penal: “Se o fato é cometido sob coação irresistível 
(...), só é punível o autor da coação”. Esse dispositivo legal, nada obstante mencione 
somente “coação irresistível”, refere-se exclusivamente à coação moral irresistível. 
Com efeito, estabelece em sua parte final ser punível só o autor da coação. Em 
outras palavras, diz que o coagido está isento de pena, expressão que se coaduna com 
as dirimentes, ou seja, causas de exclusão da culpabilidade. Na coação moral, o 
coator, para alcançar o resultado ilícito desejado, ameaça o coagido, e este, por medo, 
realiza a conduta criminosa. Essa intimidação recai sobre sua vontade, viciando-a, de 
modo a retirar a exigência legal de agir de maneira diferente. Exclui-se a culpabilidade, 
em face da inexigibilidade de conduta diversa.29 
 
 
 
 
 
 
29 Direito penal esquematizado – Parte geral – vol. 1 / Cleber Masson. – 14.ª ed. rev., atual. e ampl. –Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2020 
 
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Gabarito: CERTO. 
 
 
QUESTÃO 31 
 
CESPE - 2018 - Polícia Federal - Delegado de Polícia Federal 
Cristiano, maior e capaz, roubou, mediante emprego de arma de fogo, a bicicleta de 
um adolescente, tendo-o ameaçado gravemente. Perseguido, Cristiano foi preso, 
confessou o crime e voluntariamente restituiu a coisa roubada. Nessa situação, a 
restituição do bem não assegura a Cristiano a redução de um a dois terços da pena, 
pois o crime foi cometido com grave ameaça à pessoa. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
Para ter direito ao benefício da redução de pena do arrependimento posterior, o crime 
deve ser cometido sem violência ou grave ameaça à pessoa, o que não ocorreu em 
questão, pois o crime de roubo tem como característica o emprego de violência ou 
grave ameaça. 
Arrependimento posterior é a causa pessoal e obrigatória de diminuição da pena que 
ocorre quando o responsável pelo crime praticado sem violência à pessoa ou grave 
ameaça, voluntariamente e até o recebimento da denúncia ou queixa, restitui a coisa 
ou repara o dano provocado por sua conduta. Se a reparação do dano for concretizada 
após o recebimento da denúncia ou da queixa, mas antes do julgamento, aplica-se a 
atenuante genérica prevista no art. 65, III, “b”, parte final, do Código Penal.30 
 
Gabarito: CERTO. 
 
 
 
 
30 Direito penal esquematizado – Parte geral – vol. 1 / Cleber Masson. – 14.ª ed. rev., atual. e ampl. –Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2020 
 
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QUESTÃO 32 
 
CESPE - 2018 - EBSERH - Advogado 
Situação hipotética: Um agente, com a livre intenção de matar desafeto seu, 
disparou na direção deste, mas atingiu fatalmente pessoa diversa, que se encontrava 
próxima ao seu alvo. 
Assertiva: Nessa situação, configurou-se o erro sobre a pessoa e o agente responderá 
criminalmente como se tivesse atingido a pessoa visada. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
A questão retrata o que a doutrina denomina aberratio ictus ou erro na execução. 
Erro na execução éa aberração no ataque, em relação à pessoa a ser atingida pela 
conduta criminosa. O agente não se engana quanto à pessoa que desejava atacar, 
mas age de modo desastrado, errando o seu alvo e acertando pessoa diversa. Queria 
praticar um crime determinado, e o fez. 
O erro na execução pode ser de duas espécies: com unidade simples ou 
comunidade complexa. 
1) Com unidade simples ou com resultado único: é a situação descrita pelo art. 
73, 1.ª parte, do Código Penal, na qual o agente atinge unicamente a pessoa diversa 
da desejada. A vítima virtual não suporta qualquer tipo de lesão. No exemplo do ponto 
de ônibus, o sujeito deveria responder por tentativa de homicídio contra “B”, em 
concurso formal com homicídio culposo contra “C”. Mas, em consonância com a regra 
legal, responde de forma idêntica ao que se dá no erro sobre a pessoa. A lei “faz de 
conta” que a vítima real era a vítima virtual. Logo, trata-se de erro de tipo acidental e 
irrelevante. 
2) Com unidade complexa ou com resultado duplo: é a situação descrita pelo 
art.73, in fine, do Código Penal, na qual o sujeito, além de atingir a pessoa inicialmente 
desejada, ofende também pessoa ou pessoas diversas. Sua conduta enseja dois 
 
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resultados: o originariamente pretendido e o involuntário. É como se no exemplo 
acima indicado “A” matasse “B” dolosamente, e também “C”, a título de culpa, como 
na hipótese em que o projétil perfura o corpo de uma vítima para alojar-se no corpo 
da outra vítima. Nessa hipótese, determina o Código Penal a aplicação da regra do 
concurso formal próprio ou perfeito (CP, art. 70, caput, 1.ª parte): o magistrado utiliza 
a pena do crime mais grave, aumentando-a de um 1/6 (um sexto) até a 1/2 (metade). 
O percentual de aumento varia de acordo com o número de crimes produzidos a título 
de culpa. 
Mas cuidado: admite-se o erro na execução com unidade complexa apenas quando 
as demais pessoas forem atingidas culposamente. Nesse caso, aplica-se o sistema do 
concurso formal próprio ou perfeito (sistema da exasperação) com a imposição da 
pena de um dos crimes aumentada de 1/6 (um sexto) até 1/2 (metade). Se houver 
dolo eventual no tocante às demais pessoas ofendidas, não há falar propriamente em 
erro na execução, e incide a regra do concurso formal impróprio ou imperfeito (sistema 
do cúmulo material). Somam-se as penas, pois a pluralidade de resultados deriva de 
desígnios autônomos, ou seja, dolos diversos para a produção dos resultados 
naturalísticos.31 
Gabarito: ERRADO. 
 
 
QUESTÃO 33 
 
CESPE - 2018 - STJ - Técnico Judiciário - Administrativa 
Considerando que crime é fato típico, ilícito e culpável, julgue o item a seguir. 
O crime é dito impossível quando não há, em razão da ineficácia do meio empregado, 
violação, tampouco perigo de violação, do bem jurídico tutelado pelo tipo penal. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
 
31 Direito penal esquematizado – Parte geral – vol. 1 / Cleber Masson. – 14.ª ed. rev., atual. e ampl. –Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2020 
 
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O art. 17 do Código Penal define o crime impossível, dizendo: Art. 17. Não se pune a 
tentativa quando, por ineficácia absoluta do meio ou por absoluta impropriedade do 
objeto, é impossível consumar-se o crime. Assim, por mais que o agente quisesse 
praticar a infração penal, esta jamais aconteceria em virtude da absoluta 
ineficácia do meio por ele utilizado na execução do crime, ou também em razão da 
absoluta impropriedade do objeto contra o qual recaía sua conduta. – grifamos.32 
O crime impossível guarda afinidade com o instituto da tentativa. Em ambos, 
o agente inicia, em seu plano interno, a execução da conduta criminosa que não 
alcança a consumação. As diferenças, entretanto, são nítidas. Na tentativa é possível 
atingir a consumação, pois os meios empregados pelo agente são idôneos, e o objeto 
material contra o qual se dirige a conduta é um bem jurídico suscetível de sofrer lesão 
ou perigo de lesão. Há, portanto, exposição do bem a dano ou perigo. No crime 
impossível, por sua vez, o emprego de meios ineficazes ou o ataque a objetos 
impróprios inviabilizam a produção do resultado, inexistindo situação de perigo ao bem 
jurídico penalmente tutelado. Em suma, na tentativa é, em tese, possível a 
consumação, a qual somente não ocorre por circunstâncias alheias à vontade do 
agente, enquanto no crime impossível a consumação nunca pode ocorrer, seja em 
razão da ineficácia absoluta do meio, seja por força da impropriedade absoluta do 
objeto. 
Nada obstante, a redação do art. 17 do Código Penal causa confusão acerca da 
natureza jurídica do crime impossível. Com efeito, consta do dispositivo que “não se 
pune a tentativa...”, transmitindo a impressão equivocada de tratar-se de causa de 
isenção de pena no crime tentado. Na verdade, o crime impossível é causa de 
exclusão da tipicidade, eis que o fato praticado pelo agente não se enquadra em 
nenhum tipo penal. Entretanto, em razão da aparente similaridade entre os institutos, 
a doutrina convencionou também chamá-lo de tentativa inadequada, tentativa 
inidônea1 ou tentativa impossível. No regime da Parte Geral do Código Penal de 1940, 
antes da reforma pela Lei7.209/1984, falava-se em quase crime, pois os arts. 76, 
parágrafo único, e 94, III, impunham ao autor do crime impossível a medida de 
segurança de liberdade vigiada. No atual sistema, convém não mais usar essa 
 
32 Curso de Direito Penal: parte geral, volume I / Rogério Greco. – 19. ed. – Niterói, RJ: Impetus, 2017 
 
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expressão como sinônima de crime impossível, embora parcela doutrinária ainda o 
faça.33 
Gabarito: CERTO. 
 
 
QUESTÃO 34 
 
CESPE - 2018 - STJ - Técnico Judiciário - Administrativa 
Considerando que crime é fato típico, ilícito e culpável, julgue o item a seguir. 
Crime doloso é aquele em que o sujeito passivo age com imprudência, negligência ou 
imperícia. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
O crime será doloso sempre que o agente quiser o resultado (dolo direto) ou assumir 
o risco de produzi-lo (dolo eventual). Será culposo, por sua vez, o crime cujo 
resultado não for querido ou aceito pelo agente, mas que, previsível, seja proveniente 
de inobservância dos deveres de cuidado (imprudência, negligência ou imperícia) 
– grifamos.34 Vale ressaltar que vale a conduta do sujeito ativo, não o sujeito passivo, 
como traz a assertiva. 
Existem três teorias acerca do dolo: 
a) Teoria da representação: Para essa teoria, a configuração do dolo exige apenas 
a previsão do resultado. Privilegia o lado intelectual, não se preocupando com o 
aspecto volitivo, pois pouco importa se o agente quis o resultado ou assumiu o risco 
de produzi-lo. Basta que o resultado tenha sido antevisto pelo sujeito. Em nosso 
sistema penal tal teoria deve ser afastada, por confundir o dolo com a culpa consciente. 
 
33 Direito penal esquematizado – Parte geral – vol. 1 / Cleber Masson. – 14.ª ed. rev., atual. e ampl. –Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2020 
34 Manual de Direito Penal / Rogério Sanches Cunha. – 3. ed. 2015. 
 
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b) Teoria da vontade: Essa teoria se vale da teoria da representação, ao exigir a 
previsão do resultado. Contudo, vai mais longe. Além da representação, reclama ainda 
a vontade de produzir o resultado. 
c) Teoria do assentimento: Também chamada de teoria do consentimento ou da 
anuência, complementa a teoria da vontade, recepcionando sua premissa.Para essa 
teoria, há dolo não somente quando o agente quer o resultado, mas também quando 
realiza a conduta assumindo o risco de produzi-lo. 
Dispõe o art. 18, inciso I, do Código Penal: Art. 18. Diz-se o crime: I – doloso, quando o 
agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo. O dispositivo legal revela que 
foram duas as teorias adotadas pelo Código Penal: a da vontade, ao dizer “quis o 
resultado”, e a do assentimento, no tocante à expressão “assumiu o risco de produzi-
lo”. Dolo é, sobretudo, vontade de produzir o resultado. Mas não é só. Também 
há dolo na conduta de quem, após prever e estar ciente de que pode provocar o 
resultado, assume o risco de produzi-lo.35 
Gabarito: ERRADO. 
 
 
QUESTÃO 35 
 
CESPE - 2018 - STJ - Técnico Judiciário - Administrativa 
Considerando que crime é fato típico, ilícito e culpável, julgue o item a seguir. 
São causas excludentes de culpabilidade o estado de necessidade, a legítima defesa e 
o estrito cumprimento do dever legal. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
São elementos da culpabilidade: imputabilidade; potencial consciência da ilicitude; e 
exigibilidade de conduta diversa. 
 
35 Direito penal esquematizado – Parte geral – vol. 1 / Cleber Masson. – 14.ª ed. rev., atual. e ampl. –Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2020 
 
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Imputabilidade é capacidade de imputação, ou seja, possibilidade de se atribuir a 
alguém a responsabilidade pela prática de uma infração penal. A potencial 
consciência da ilicitude é o segundo elemento da culpabilidade, representando a 
possibilidade que tem o agente imputável de compreender a reprovabilidade da sua 
conduta. Exigibilidade de conduta: Para a reprovação social, não basta que o autor 
do fato lesivo seja imputável e tenha possibilidade de lhe conhecer o caráter ilícito. 
Exige-se, ainda, que nas circunstâncias tivesse a possibilidade de atuar de acordo com 
o ordenamento jurídico.36 
Os elementos da questão referem-se as excludentes de ilicitude, não 
culpabilidade. 
Gabarito: ERRADO. 
 
 
QUESTÃO 36 
 
CESPE - 2018 - STJ - Técnico Judiciário - Administrativa 
Julgue o item que se segue, relativo à imputabilidade penal. 
Pessoas doentes mentais, que tenham dezoito ou mais anos de idade, mesmo que 
sejam inteiramente incapazes de entender o caráter ilícito da conduta criminosa ou de 
determinar-se de acordo com esse entendimento, são penalmente imputáveis. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
Ao completar 18 anos de idade todo ser humano presume-se imputável. Essa 
presunção, todavia, é relativa (iuris tantum), pois admite prova em contrário. E para 
a aferição da inimputabilidade existem três sistemas ou critérios: 
1) Biológico: basta, para a inimputabilidade, a presença de um problema mental, 
representado por uma doença mental, ou então por desenvolvimento mental 
incompleto ou retardado. É irrelevante tenha o sujeito, no caso concreto, se mostrado 
 
36 Manual de Direito Penal / Rogério Sanches Cunha. – 3. ed. 2015. 
 
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lúcido ao tempo da prática da infração penal para entender o caráter ilícito do fato e 
determinar se de acordo com esse entendimento. O decisivo é o fator biológico, a 
formação e o desenvolvimento mental do ser humano. Esse sistema atribui demasiado 
valor ao laudo pericial, pois se o auxiliar da Justiça apontasse um problema mental, o 
magistrado nada poderia fazer. Seria presumida a inimputabilidade, de forma 
absoluta (iuris et deiure). 
2) Psicológico: para esse sistema pouco importa se o indivíduo apresenta ou não 
alguma deficiência mental. Será inimputável ao se mostrar incapacitado de entender 
o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. Seu 
inconveniente é abrir espaço para o desmedido arbítrio do julgador, pois competiria 
exclusivamente ao magistrado decidir sobre a imputabilidade do réu. 
3) Biopsicológico: resulta da fusão dos dois anteriores: é inimputável quem, ao 
tempo da conduta, apresenta um problema mental, e, em razão disso, não possui 
capacidade para entender o caráter ilícito do fato ou determinar-se de acordo com 
esse entendimento. Esse sistema conjuga as atuações do magistrado e do perito. Este 
(perito) trata da questão biológica, aquele (juiz) da psicológica. A presunção de 
imputabilidade é relativa (iuris tantum): após os 18 anos, todos são imputáveis, salvo 
prova pericial em sentido contrário revelando a presença de causa mental deficiente, 
bem como o reconhecimento de que, por tal motivo, o agente não tinha ao tempo da 
conduta capacidade para entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de 
acordo com esse entendimento. 
O Código Penal, em seu art. 26, caput, acolheu como regra o sistema 
biopsicológico, ao estabelecer que: Art. 26. É isento de pena o agente que, por 
doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, ao tempo 
da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou 
de determinar-se de acordo com esse entendimento. 
Excepcionalmente, entretanto, foi adotado o sistema biológico no tocante aos 
menores de 18 anos (CF, art. 228, e CP, art. 27), bem como o sistema psicológico, 
em relação à embriaguez completa proveniente de caso fortuito ou força maior (CP, 
art.28, § 1.º).37 
Gabarito: ERRADO. 
 
37 Direito penal esquematizado – Parte geral – vol. 1 / Cleber Masson. – 14.ª ed. rev., atual. e ampl. –Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2020 
 
 
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QUESTÃO 37 
 
CESPE - 2018 - STJ - Analista Judiciário - Oficial de Justiça Avaliador Federal 
Acerca do crime doloso e do arrependimento posterior, julgue o item seguinte. 
O arrependimento posterior incide apenas nos crimes patrimoniais e sua 
caracterização depende da existência de voluntariedade e espontaneidade do agente. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
O arrependimento posterior alcança qualquer crime que com ele seja compatível, 
e não apenas os delitos contra o patrimônio. Raciocínio diverso levaria à conclusão 
deque essa figura penal deveria estar prevista no título dos crimes contra o patrimônio, 
e não na Parte Geral do Código Penal. Basta, em termos genéricos, que exista um 
“dano” causado em razão da conduta penalmente ilícita. É o caso, por exemplo, do 
crime de peculato doloso, em suas diversas modalidades (CP, art. 312). Cuida-se de 
crime contra a Administração Pública que admite o arrependimento posterior. Embora 
com alguma controvérsia, prevalece o entendimento de que a reparação do dano 
moral enseja a aplicação do arrependimento posterior. Nos crimes contra a honra, a 
título ilustrativo, a indenização pelos prejuízos causados autorizaria a diminuição da 
pena. – grifo do autor.38 
Gabarito: ERRADO. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
38 Direito penal esquematizado – Parte geral – vol. 1 / Cleber Masson. – 14.ª ed. rev., atual. e ampl. –Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2020 
 
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QUESTÃO 38 
 
CESPE - 2018 - STJ - Analista Judiciário - Oficial de Justiça Avaliador Federal 
Em relação ao crime doloso, o Código Penal adota a teoria da vontade para o dolo 
direto e a teoria do assentimento para o dolo eventual. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 COMENTÁRIO 
O dolo, no conceito finalista de conduta, integra a conduta. Pode, assim, ser 
conceituado como o elemento subjetivo do tipo. É implícito e inerente a todo crime 
doloso. O dispositivo

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