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Assuntos da Rodada DIREITO EMPRESARIAL: Empresário Individual. Microempresa e empresa de pequeno porte (Lei Complementar n. 123, de 2006). Prepostos. Teoria da empresa. Atividades econômicas civis: cooperativas e profissional intelectual. Atos do registro de empresa. Empresário irregular. Estabelecimento empresarial. Nome empresarial. Teoria Geral do Direito Societário: conceito de sociedade empresária. Personalização da sociedade empresária. Classificação das sociedades empresárias. Desconsideração da pessoa jurídica. Constituição das sociedades contratuais: natureza do ato constitutivo da sociedade contratual; requisitos de validade do contrato social; cláusulas contratuais; forma do contrato social; alteração do contrato social. Sociedade limitada: responsabilidade dos sócios, deliberação dos sócios; administração; conselho fiscal. Dissolução da sociedade contratual: espécies e causas de dissolução total e parcial; dissolução de fato. Sociedades por ações: características gerais da sociedade anônima; classificação, constituição; valores mobiliários; ações; capital social; órgãos sociais; administração da sociedade; poder de controle; lucros, reservas e dividendos; dissolução e liquidação; transformação, incorporação e fusão; sociedade de economia mista; sociedade em comandita por ações. Teoria Geral do Direito Cambiário. Nota promissória. Cheque. Duplicata. Cédula de crédito bancário. Recuperação judicial e extrajudicial. Falência. Rodada #5 Direito Empresarial Professor Carlos Antônio Bandeira DIREITO EMPRESARIAL 2 Recados importantes! Ø ATENÇÃO: NÃO AUTORIZAMOS a venda de nosso material em qualquer outro site. Não apoiamos, nem temos contrato com qualquer prática ou site de rateio. Ø A reprodução indevida, não autorizada, deste material ou de qualquer parte dele sujeitará o infrator a multa de até 3 mil vezes o valor do curso, à responsabilidade reparatória civil e à persecução criminal, nos termos dos arts. 102 e seguintes da Lei n. 9.610, de 1998. Ø Tente cumprir as metas na ordem que determinamos. É fundamental para o perfeito aproveitamento do treinamento. Ø Lembre-se que você poderá fazer mais questões desta disciplina no teste semanal online. Ø Qualquer problema com a meta, envie uma mensagem para o WhatsApp oficial da Turma de Elite (35) 9106 5456. Abraços e excelentes estudos! Carlos Antônio Bandeira DIREITO EMPRESARIAL 3 a. Teoria Sociedade Anônima 1. Sociedade Anônima (S/A) – A sociedade anônima (S/A) se de uma das sociedade por ações. A outra é a sociedade em comandita por ações (C/A). As sociedades por ações são chamadas de sociedades de capital, pois admitem, livremente, o ingresso de novas pessoas no quadro social, mediante a aquisição de ações. 1.1. Características gerais da Sociedade Anônima (S/A): a) Sinônimo de Companhia: se algum enunciado mencionar “companhia”, você já sabe, que se trata mesmo de uma S/A; b) Tipo Societário: a S/A é um tipo de sociedade (art. 983, caput, do Código Civil), normalmente usado para grandes empreendimentos. Apenas para relembrar, existem: i. cinco tipos de sociedade: sociedade em nome coletivo (N/C), sociedade em comandita simples (C/S), sociedade limitada (Ltda.), sociedade anônima (S/A) e sociedade em comandita por ações (C/A); e, ii. quanto à natureza, existem duas possibilidades de sociedades em geral: empresarial e simples. c) Sociedade Empresária: a S/A é sempre uma sociedade empresária, independentemente do objeto social (art. 982, parágrafo único, do Código Civil); por isso, sujeita-se ao registro empresarial, realizável na Junta Comercial. DIREITO EMPRESARIAL 4 d) Lei das Sociedades por Ações (Lei n. 6.404, de 15 de dezembro de 19761): a S/A é regida por essa Lei; nos casos omissos, aplicam-se as disposições do Código Civil (art. 1.089, do Código Civil). e) Governança Corporativa (“corporate governance”): além das regras da LSA, as companhias vêm sendo estimuladas para aderir as regras do Novo Mercado da Bolsa de Valores de São Paulo (BOVESPA), principalmente para demonstrar maior confiança ao mercado, com: i. opção pela arbitragem para a resolução de conflitos de interesses entre acionistas; ii. existência de conselho de administração com, no mínimo, 5 membros; iii. prestação de contas por conceitos uniformes (“accountability”); iv. instituição de código de ética, dentre outras. f) Sociedade Estatutária (ou institucional): a S/A é constituída por meio de estatuto social; por outro lado, a N/C, a C/S e a Ltda. são formadas por contrato social, por isso são chamadas por sociedades contratuais. g) Capital Social: dividido em ações, que terão partes iguais (podem circular livremente e ser penhoradas). h) Acionistas: são os sócios da S/A. 1 http://www.planalto.gov.br/Código Civilivil_03/leis/L6404compilada.htm. DIREITO EMPRESARIAL 5 i) Responsabilidade Limitada dos Acionistas: a responsabilidade é limitada ao preço de emissão das ações subscritas e das já integralizadas (adquiridas, quitadas, que são a mesma coisa!). j) É uma Sociedade de Capital (“intuito pecuniae”, “em razão do capital”): é mais relevante o capital que ingressa do que as qualificações pessoais do investidor. Por isso, é livre o ingresso de terceiros estranhos ao capital social; ou seja, é exatamente ao contrário da sociedade de pessoas (“intuito personae”, “em razão das pessoas”), as quais podem impedir a entrada de novos sócios na sociedade. Muito bem! Pode até parecer um pouco estranho, mas temos que mencionar algumas expressões latinas para vocês, porque não é impossível de serem cobradas em prova! E sempre é melhor prevenir; k) Denominação Social: a S/A pode usar apenas denominação social no nome empresarial (art. 1.160, do Código Civil, e art. 3o, da LSA): i. com o uso de expressão linguística ligada ao objeto social, pelo principio da veracidade (ex.: Melodia, para sociedade que explore atividade economia ligada à música; nesse caso, seria errado utilizar a expressão Flores do Cerrado!); ii. pode ser utilizado o nome do fundador, sócio ou pessoa que tenha contribuído para o bom êxito da sociedade; iii. descrição obrigatória do objeto social (“Instrumentos Musicais”, por exemplo); ATENÇÃO: a atribuição de nome de pessoa estranha ao quadro de sócios, em denominação de S/A, constitui exceção ao DIREITO EMPRESARIAL 6 princípio da veracidade, previsto na Lei do Registro Empresarial (art. 34, da Lei n. 8.934, de 18 de novembro de 1994). Lei do Registro Empresarial: “Art. 34. O nome empresarial obedecerá aos princípios da veracidade e da novidade.” Lei n. 6.404, de 1976: “Art. 3o A sociedade será designada por denominação acompanhada das expressões "companhia" ou "sociedade anônima", expressas por extenso ou abreviadamente mas vedada a utilização da primeira ao final. § 1o O nome do fundador, acionista, ou pessoa que por qualquer outro modo tenha concorrido para o êxito da empresa, poderá figurar na denominação.” iv. é também obrigatória a aplicação de uma das seguintes expressões: “Sociedade Anônima”, “S/A”, “Companhia” ou “Cia.”; as duas últimas só podem ser no início ou no meio do nome empresarial, nunca no final (art. 3o, § 1o, da LSA); v. Exs.: Melodia Instrumentos Musicais Sociedade Anônima; Companhia Melodia Instrumentos Musicais; Luís Pereira InstrumentosMusicais S/A; Cia. Luís Pereira Instrumentos Musicais. l) Podem ser Abertas ou Fechadas: i. Fechadas: não negociam as suas ações no mercado de capitais; ii. Abertas: podem negociar suas ações no mercado de capitais, composto pela Bolsa de Valores e Mercado de Balcão, autorizadas pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que é uma autarquia federal; DIREITO EMPRESARIAL 7 ATENÇÃO: mercado de capitais! ⇒ Mercado de Balcão: composto pelas sociedades corretoras e instituições autorizadas financeiras pela CVM: • atua no mercado primário: operações de subscrição e emissão de ações e outros valores mobiliários; • atua no mercado secundário: operações de compra e venda desses valores “fora” da Bolsa de Valores. ⇒ Bolsas de Valores: são associações civis (privadas), formadas por sociedades corretoras. Só atuam no mercado secundário (só vendem, não emitem novas ações!). m) Toda Sociedade de Economia Mista deve adotar o tipo de S/A (sociedades constituídas de capital público e privado): art. 235, da LSA (ex.: Banco do Brasil S/A); n) Empresas Públicas (capital 100% pertencente ao Poder Público): podem assumir qualquer tipo de sociedade, inclusive o de S/A [exs.: Caixa Econômica Federal (CAIXA), Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES)]. o) Subsidiária Integral: uma sociedade brasileira pode ser a única sócia de uma S/A. Lei n. 6.404, de 1976: “Art. 251. A companhia pode ser constituída, mediante escritura pública, tendo como único acionista sociedade brasileira.” DIREITO EMPRESARIAL 8 2. Requisitos para Constituição de S/A - O que vimos até agora, nesta aula, foram as características gerais de uma S/A. Se forem questionados sobre os requisitos para elas serem criadas, devem saber que uma S/A, tanto a fechada, quanto a aberta, de acordo com o art. 80, e seguintes, da LSA, precisa ser constituída pela: a) Subscrição Irretratável de Ações: por pelo menos duas pessoas de todas as ações em que se divide o capital social descrito no estatuto social; b) Integralização (entrada): de pelo menos 10% em dinheiro, do preço da emissão das ações subscritas; ou de 50% se for uma instituição financeira; c) Depósito do Capital Social Realizado em Dinheiro: em instituição financeira autorizada pela CVM; d) A Constituição pode ser de duas Modalidades: i. realização de assembleia dos subscritores, por instrumento particular (art. 88, da LSA); ou ii. por lavratura de escritura pública em cartório (art. 95, da LSA). e) Arquivamento e Publicação: após arquivados na Junta Comercial da sede da S/A, os documentos relativos à constituição da companhia, devem ser publicados, em 30 dias, juntamente com a certidão de arquivamento, em órgão oficial do local de sua sede (art. 98, caput, da LSA); Lei n. 6.404, de 1976: “Art. 94. Nenhuma companhia poderá funcionar sem que sejam arquivados e publicados seus atos constitutivos.” f) A companhia não responde pelos atos ou operações praticados pelos primeiros administradores antes de cumpridas as formalidades de DIREITO EMPRESARIAL 9 constituição, salvo deliberação da Assembleia Geral em contrário (art. 99, parágrafo único, da LSA). 3. Capital Social - Sobre o CAPITAL SOCIAL, que é a contribuição dos sócios para a formação do patrimônio da S/A, queremos frisar o seguinte: a) Pode ser Integralizado: em dinheiro ou qualquer espécie de bens suscetíveis de avaliação em dinheiro (art. 8o, da LSA). b) Acionista Remisso (art. 107, da LSA; é o acionista que não integralizou as ações que subscreveu): pode ser cobrado judicialmente para pagar pelo valor das ações; ou, ainda, a S/A pode vender as ações subscritas em Bolsa de Valores, por conta e risco do acionista. c) Pode ser Aumentado o Capital Social (art. 166, da LSA): i. por deliberação da assembleia geral ordinária para correção da expressão monetária do seu valor; ii. pela emissão de ações autorizadas no estatuto; iii. por conversão de debêntures e partes beneficiárias em ações; iv. pelo exercício de direitos convertidos por bônus de subscrição ou opção de compra de ações; v. por deliberação da assembleia geral extraordinária ou por capitalização dos lucros ou reservas (que alteram o valor nominal das ações); ou vi. pela distribuição de ações novas. DIREITO EMPRESARIAL 10 d) Pode ser Reduzido: por deliberação da assembleia, se: houver perda, for excessivo em relação ao objeto social (art. 173, da LSA). 4. Ações - Como se trata de sociedade de capital, uma S/A aberta ou fechada pode emitir determinados títulos de investimento, também chamados de valores mobiliários. Esses valores são circuláveis, negociáveis. O principal deles é a ação, que constitui representação de parcela do capital social. 4.1. Conceito: ações são frações do capital social que conferem a seu titular a qualidade de acionista; são consideradas bens móveis; e são indivisíveis em relação à S/A. 4.2. Classificações: 4.2.1. Quanto aos Direitos e Obrigações a) Ações Ordinárias: conferem direitos comuns ao acionista, ou seja, não possuem nenhum direito especial em relação aos demais acionistas. Podem ser de três classes (art. 106, da LSA): i. conversíveis em ações preferenciais; ii. exigência de nacionalidade brasileira do acionista; ou iii. com direito de voto em separado para o preenchimento de determinados cargos de órgãos administrativos. ATENÇÃO: o voto não é um direito essencial dos acionistas! Por isso, ele pode ser restringido para qualquer tipo de acionista. DIREITO EMPRESARIAL 11 Lei n. 6.404, de 1976: “Art. 109. Nem o estatuto social nem a assembleia geral poderão privar o acionista dos direitos de: I - participar dos lucros sociais; II - participar do acervo da companhia, em caso de liquidação; III - fiscalizar, na forma prevista nesta Lei, a gestão dos negócios sociais; IV - preferência para a subscrição de ações, partes beneficiárias conversíveis em ações, debêntures conversíveis em ações e bônus de subscrição, observado o disposto nos artigos 171 e 172; V - retirar-se da sociedade nos casos previstos nesta Lei.” b) Ações Preferenciais, podem conceder (art. 107, da LSA): i. prioridade na distribuição de dividendos, fixos ou mínimos; ii. prioridade no reembolso do capital, com prêmio ou sem ele, ou ambos; iii. pode acumular as duas formas de vantagens descritas; iv. obs.: não podem passar de 50% do total das ações emitidas; ATENÇÃO: “golden share” é uma ação preferencial especial do ente público desestatizante, que está vendendo o controle de sua S/A, mas permanece com poderes de voto: • Ao alienar o controle de companhias, o Estado conserva ações preferenciais especiais (“golden share”), que lhe conferem direito de veto para determinadas deliberações (art. 17, § 7o, da LSA). DIREITO EMPRESARIAL 12 • Pode ser conferida em companhias privadas também (art. 17, § 2o). Lei n. 6.404, de 1976: “Art. 17. .............................................................................................................. § 2o Deverão constar do estatuto, com precisão e minúcia, outras preferências ou vantagens que sejam atribuídas aos acionistas sem direito a voto, ou com voto restrito, além das previstas neste artigo. ............................... § 7o Nas companhias objeto de desestatização poderá ser criada ação preferencial de classe especial, de propriedade exclusiva do ente desestatizante,à qual o estatuto social poderá conferir os poderes que especificar, inclusive o poder de veto às deliberações da assembleia- geral nas matérias que especificar.” c) Ações de Fruição ou de Gozo: distribuíveis aos acionistas titulares de ações ordinárias ou preferenciais que optaram pela amortização (art. 44, da LSA): ATENÇÃO: a amortização consiste na distribuição aos acionistas, a título de antecipação e sem redução do capital social, de quantias que lhes poderiam tocar em caso de liquidação da companhia (p.ex.: alguém que esteja precisando de dinheiro, pode antecipar o dinheiro com a companhia, e, assim, passará a ser titular de ação de fruição. 4.3. Quanto à Forma de Transferência a) Nominativas: i. os nomes de seus titulares estão expressamente no Livro de registro de Ações Nominativas; ii. são emitidos certificados; DIREITO EMPRESARIAL 13 iii. exige ato solene de transferência de ação, mediante registro no Livro de Transferência de Ações Nominativas, datado e assinado pelo cedente e pelo cessionário (quem está recebendo a ação) ou representante; iv. todas as ações devem ser nominativas, pois a Lei no 8.021, de 12 de abril 1990, proibiu a emissão de títulos ao portador, motivo por que deve ser considerada como tacitamente revogada a parte da LSA que prevê a figura das ações ao portador. b) Escriturais: i. são mantidas pelas chamadas conta de depósito; ii. sua transferência não se dá pelo registro Livro de Transferências de Ações Nominativas; iii. na prática, são ações nominais, não são emitidos certificados e a propriedade é comprovada pela mera exibição do certificado de conta de depósito. 5. Divisão em Classes 5.1. Companhias Abertas: • Ações ordinárias: não podem ser divididas em classes (segundo os direitos que possuem); • Ações preferenciais: podem ser divididas em classes; 5.2. Companhias Fechadas: • Ações ordinárias e preferenciais podem ser divididas em classes (segundo os direitos que possuem). DIREITO EMPRESARIAL 14 6. Valores das Ações a) Valor Nominal: calculado em moeda corrente; b) Ágio: diferença entre o preço de emissão e o valor nominal; c) Valor Patrimonial: leva-se em conta o patrimônio líquido da S/A (patrimônio líquido se calcula subtraindo as dívidas do valor do ativo da sociedade); d) Valor de Negociação: valor de compra e venda; e) Valor Econômico: resultante de estudos de avaliação. 7. Acionista Controlador: a) é aquele que possui a maior quantidade de ações com direito a voto, de modo permanente, com o poder de eleger a maioria dos administradores da companhia (elemento objetivo); e b) usa efetivamente seu poder para dirigir as atividades sociais e orientar o funcionamento dos órgãos da companhia (elemento subjetivo); 8. “Tag control” - É ferramenta que protege os acionistas minoritários em casos de venda do controle acionário (art. 254-A, da LSA): “A alienação, direta ou indireta, do controle de companhia aberta somente poderá ser contratada sob a condição, suspensiva ou resolutiva, de que o adquirente se obrigue a fazer oferta pública de aquisição das ações com direito a voto de propriedade dos demais acionistas da companhia, de modo a lhes assegurar o preço no mínimo igual a DIREITO EMPRESARIAL 15 80% (oitenta por cento) do valor pago por ação com direito a voto, integrante do bloco de controle.” 9. Acordo de Acionistas (art. 118, da LSA): a) Vincula a sociedade quando arquivados na sua sede; b) Pode gerar execução específica, em caso de descumprimento; c) Pode versar sobre os seguintes assuntos: compra e venda de suas ações; preferência para adquiri-las, exercício do direito a voto; ou do poder de controle. Lei n. 6.404, de 1976: Art. 118. Os acordos de acionistas, sobre a compra e venda de suas ações, preferência para adquiri-las, exercício do direito a voto, ou do poder de controle deverão ser observados pela companhia quando arquivados na sua sede. § 1º As obrigações ou ônus decorrentes desses acordos somente serão oponíveis a terceiros, depois de averbados nos livros de registro e nos certificados das ações, se emitidos. § 2° Esses acordos não poderão ser invocados para eximir o acionista de responsabilidade no exercício do direito de voto (artigo 115) ou do poder de controle (artigos 116 e 117). § 3º Nas condições previstas no acordo, os acionistas podem promover a execução específica das obrigações assumidas. § 4º As ações averbadas nos termos deste artigo não poderão ser negociadas em bolsa ou no mercado de balcão. § 5º No relatório anual, os órgãos da administração da companhia aberta informarão à assembléia-geral as disposições sobre política de reinvestimento de lucros e distribuição de dividendos, constantes de acordos de acionistas arquivados na companhia. DIREITO EMPRESARIAL 16 § 6o O acordo de acionistas cujo prazo for fixado em função de termo ou condição resolutiva somente pode ser denunciado segundo suas estipulações. § 7o O mandato outorgado nos termos de acordo de acionistas para proferir, em assembléia-geral ou especial, voto contra ou a favor de determinada deliberação, poderá prever prazo superior ao constante do § 1o do art. 126 desta Lei. § 8o O presidente da assembléia ou do órgão colegiado de deliberação da companhia não computará o voto proferido com infração de acordo de acionistas devidamente arquivado. § 9o O não comparecimento à assembléia ou às reuniões dos órgãos de administração da companhia, bem como as abstenções de voto de qualquer parte de acordo de acionistas ou de membros do conselho de administração eleitos nos termos de acordo de acionistas, assegura à parte prejudicada o direito de votar com as ações pertencentes ao acionista ausente ou omisso e, no caso de membro do conselho de administração, pelo conselheiro eleito com os votos da parte prejudicada. § 10. Os acionistas vinculados a acordo de acionistas deverão indicar, no ato de arquivamento, representante para comunicar-se com a companhia, para prestar ou receber informações, quando solicitadas. § 11. A companhia poderá solicitar aos membros do acordo esclarecimento sobre suas cláusulas.” ATENÇÃO: a emissão de ações é importante para a captação de recursos para a companhia. Mas há outras hipóteses de captação de recursos para as companhias, quais sejam: • Partes Beneficiárias; • Debêntures; • Bônus de Subscrição; e • “Commercial Paper”. DIREITO EMPRESARIAL 17 10. Partes Beneficiárias - Continuando com os valores que podem ser emitidos pelas companhias, para angariar recursos temos as partes beneficiárias, que títulos negociáveis, sem valor nominal e estranhos ao capital social. IMPORTANTE: as partes beneficiarias só podem ser emitidas em companhias fechadas! Não possui valor nominal, pois confere uma expectativa do direito de receber lucro anual. 10.1. Características: a) Conferem os seguintes direitos: • direito de crédito eventual, consistente na participação dos lucros anuais, até o limite de 10% da S/A; • direito de fiscalizar os atos dos administradores; b) Quanto à forma, podem ser nominais ou escriturais; c) Não se dividem em classes ou séries; d) São conversíveis em ações, se for permitido pelo estatuto social: essa conversão é realizável por meio de capitalização de reserva criada para esse fim. 11. Debêntures - Outra espécie de emissão, visando à captação de recursos, é o caso das debêntures, que são títulos negociáveis, estranhos aocapital social, que servem para captar dinheiro para a companhia. 11.1. Características: DIREITO EMPRESARIAL 18 a) Conferem direitos de crédito contra a companhia, nas condições constantes da escritura de emissão, e, se houver, de certificado; b) Correspondem a um empréstimo tomado pela S/A, a médio e longo prazo, junto a investidores; c) A resgate dos valores deverá ocorrer no prazo e termos fixados na escritura de emissão; d) Podem ser: • com garantia real; • com garantia flutuante; • quirografárias; • subordinadas; ou • subquirografárias. 12. Bônus de Subscrição - São valores mobiliários, nominativos ou escriturais, que conferem direito de subscrição de ações por ocasião do aumento do capital social. Eles são alienados pela companhia ou atribuídos, como vantagem adicional, aos subscritores de emissões de suas ações ou debêntures. 13. “Commercial paper” - São espécies de notas promissórias (títulos de crédito) que servem para a captação de recursos no mercado de capitais, sendo restituídos DIREITO EMPRESARIAL 19 aos investidores de curto prazo, sob a forma regida pela Instrução Normativa CVM n. 134, de 1o de novembro de 19902. 13.1. Nesse caso, a CVM não criou uma nova espécie de título, apenas regulamentou o uso das notas promissórias por companhias: a) para companhias fechadas: 30 dias (mínimo), 180 dias (máximo); b) para companhias abertas: 30 dias (mínimo), 360 dias (máximo); IN CVM no 134, de 1990: “Art. 1o As companhias poderão emitir, para colocação pública, notas promissórias que conferirão a seus titulares direito de crédito contra a emitente. ............................................. Art. 7o O prazo de vencimento das notas promissórias, contado a partir da data da emissão, será de: (NR)* I - trinta dias, no mínimo, e cento e oitenta dias, no máximo, quando emitidas por companhia fechada; II - trinta dias, no mínimo, e trezentos e sessenta dias, no máximo, na hipótese de emissão por companhia aberta. §1o Na data de vencimento, a nota promissória deve ser liquidada. §2o A emissora pode, havendo anuência expressa do titular, resgatar antecipadamente as notas promissórias. §3o O resgate da nota promissória implica a extinção do título, vedada sua manutenção em tesouraria. §4o O resgate parcial deve ser efetivado mediante sorteio ou leilão, observado o prazo mínimo deste artigo. Art. 8o Para todos os fins e efeitos, a data de emissão das notas promissórias deverá ser a data de sua efetiva integralização, a qual será́ feita em moeda corrente, à vista, quando da subscrição.” 2 http://www.cvm.gov.br/asp/cvmwww/atos/exiato.asp?file=\inst\inst134consolid.htm. DIREITO EMPRESARIAL 20 ATENÇÃO: Muito bem! Agora que concluímos sobre as emissões de papéis circuláveis das companhias, devemos conhecer melhor o funcionamento de uma S/A, que é gerida, basicamente, por intermédio da atuação de seus órgãos societários: assembleia geral (que é o mais importante de todos); conselho de administração; diretoria; e conselho fiscal. CUIDADO: todos os demais órgãos previstos na LSA são obrigatórios para as companhias. Apenas a existência do conselho de administração é facultativa, salvo nos seguintes casos, em que será obrigatória: • companhia aberta; • sociedades de capital autorizado; e • sociedades de economia mista. Órgãos de Funcionamento da S/A 14. Assembleia Geral – Constitui reunião de todos os acionistas, com ou sem direito a voto, com poder para resolver todas as questões concernentes ao objeto da empresa (art. 121 e seguintes, da LSA): a) possuem regras próprias da lei ou do estatuto social para convocação e quórum para instalação, votação e aprovações; b) Competências: i. reformar o estatuto social; DIREITO EMPRESARIAL 21 ii. eleger ou destituir, a qualquer tempo, os administradores e fiscais da companhia, ressalvado o disposto no inciso II do art. 142; iii. tomar, anualmente, as contas dos administradores e deliberar sobre as demonstrações financeiras por eles apresentadas; iv. autorizar a emissão de debêntures, ressalvado o disposto nos §§ 1o, 2o e 4o do art. 59; v. suspender o exercício dos direitos do acionista (art. 120); vi. deliberar sobre a avaliação de bens com que o acionista concorrer para a formação do capital social; vii. autorizar a emissão de partes beneficiárias; viii. deliberar sobre transformação, fusão, incorporação e cisão da companhia, sua dissolução e liquidação, eleger e destituir liquidantes e julgar-lhes as contas; e ix. autorizar os administradores a confessar falência e pedir concordata. c) Suas atas devem ser registradas na Junta Comercial; d) Convocações de S/A fechada: 8 dias (1a convocação) e 5 dias de antecedência (2a convocação); e) Convocações de S/A aberta: 15 dias (1a convocação) e 8 dias de antecedência (2a convocação); f) Quóruns de instalação: 1/4 do capital votante ou 2/3 do capital votante se houver proposta de reforma dos estatutos (1a chamada) e qualquer número de acionistas (2a chamada); DIREITO EMPRESARIAL 22 g) Quóruns de deliberação: maioria dos presentes, salvo quórum estatutário nas companhias fechadas (matérias do art. 129, da LSA) e quórum qualificado, ou seja, acionistas que representem metade, no mínimo, das ações com direito a voto, salvo no quórum instituído pelas companhias fechadas (matérias do art. 136, da LSA); h) Assembleia geral ordinária: ocorre anualmente, nos quatro meses seguintes ao término do exercício social para: tomada de contas dos administradores, deliberação acerca do destino do lucro e distribuição dos dividendos; eleição dos administradores e membros do conselho fiscal; aprovação de correção da expressão monetária do capital social; i) Assembleia geral extraordinária: pode ser convocada a qualquer tempo, para deliberação de qualquer matéria não privativa da assembleia ordinária. 15. Conselho de Administração: órgão de deliberação colegiada a quem compete fixar orientação geral dos negócios da companhia e fiscalizar a gestão dos diretores, composto por, no mínimo, três acionistas, com mandato de, no máximo, 3 anos, permitida a reeleição (art. 138 e seguintes, da LSA). a) É facultativo, salvo: nos casos de companhia aberta e sociedades de capital autorizado (art. 138, § 2o, da LSA) e para as sociedades de economia mista (art. 239); b) Competências (art. 140, da LSA): i. fixar a orientação geral dos negócios da companhia; DIREITO EMPRESARIAL 23 ii. eleger e destituir os diretores da companhia e fixar-lhes as atribuições, observado o que a respeito dispuser o estatuto; iii. fiscalizar a gestão dos diretores, examinar, a qualquer tempo, os livros e papéis da companhia, solicitar informações sobre contratos celebrados ou em via de celebração, e quaisquer outros atos; iv. convocar a assembleia geral quando julgar conveniente, ou no caso do art. 132, da LSA; v. manifestar-se sobre o relatório da administração e as contas da diretoria; manifestar-se previamente sobre atos ou contratos, quando o estatuto assim o exigir; vi. deliberar, quando autorizado pelo estatuto, sobre a emissão de ações ou de bônus de subscrição; vii. autorizar, se o estatuto não dispuser em contrário, a alienação de bens do ativo não circulante, a constituição de ônus reais e a prestação de garantias a obrigaçõesde terceiros; viii. escolher e destituir os auditores independentes, se houver. 16. Diretoria - Órgão responsável pela representação da companhia e pratica dos atos necessários a seu funcionamento regular, composta por dois ou mais membros, acionistas ou não, com mandato de, no máximo, 3 anos, permitida a reeleição (art. 143 e seguintes, da LSA). a) Competências (art. 140, da LSA): i. previsão em estatuto (art. 143, inciso IV, da LSA); DIREITO EMPRESARIAL 24 ii. no silêncio do estatuto e inexistindo deliberação do conselho de administração (artigo 142, n. II e parágrafo único), competirão a qualquer diretor a representação da companhia e a prática dos atos necessários ao seu funcionamento regular (art. 144, da LSA); iii. nos limites de suas atribuições e poderes, é lícito aos diretores constituir mandatários da companhia, devendo ser especificados no instrumento os atos ou operações que poderão praticar e a duração do mandato, que, no caso de mandato judicial, poderá ser por prazo indeterminado (art. 144, parágrafo único). 17. Conselho Fiscal: pela fiscalização dos atos dos administradores e verificação do cumprimento de seus deveres legais e estatutários (art. 161 e seguintes, da LSA). a) Competências (art. 140, da LSA): i. fiscalizar, por qualquer de seus membros, os atos dos administradores e verificar o cumprimento dos seus deveres legais e estatutários; ii. opinar sobre o relatório anual da administração, fazendo constar do seu parecer as informações complementares que julgar necessárias ou úteis à deliberação da assembleia geral; iii. opinar sobre as propostas dos órgãos da administração, a serem submetidas à assembleia geral, relativas a modificação do capital social, emissão de debêntures ou bônus de subscrição, planos de investimento ou orçamentos de capital, distribuição de dividendos, transformação, incorporação, fusão ou cisão; DIREITO EMPRESARIAL 25 iv. denunciar, por qualquer de seus membros, aos órgãos de administração e, se estes não tomarem as providências necessárias para a proteção dos interesses da companhia, à assembleia geral, os erros, fraudes ou crimes que descobrirem, e sugerir providências úteis à companhia; v. convocar a assembleia geral ordinária, se os órgãos da administração retardarem por mais de 1 (um) mês essa convocação, e a extraordinária, sempre que ocorrerem motivos graves ou urgentes, incluindo na agenda das assembleias as matérias que considerarem necessárias; vi. analisar, ao menos trimestralmente, o balancete e demais demonstrações financeiras elaboradas periodicamente pela companhia; vii. examinar as demonstrações financeiras do exercício social e sobre elas opinar; viii. exercer essas atribuições, durante a liquidação, tendo em vista as disposições especiais que a regulam. 18. Demonstrações Financeiras - As companhias estão sujeitas ao dever de escrituração contábil de todo empresário (art. 1.179, do Código Civil, e art. 176 e seguintes, da LSA): • balanço patrimonial; • demonstrativo dos lucros ou prejuízos acumulados; • demonstrativo dos resultado; DIREITO EMPRESARIAL 26 • demonstração dos fluxos de caixa; e • demonstração do valor adicionado (se for aberta). 18.1. Conceitos: para compreender melhor as distinções entre lucros, reservas e dividendos das companhias, e principais características, devemos examinar os seguintes conceitos: a) Lucros: total auferido pela sociedade, abatidas as participações estatutárias dos empregados, administradores e partes beneficiarias, prejuízos acumulados e pagamento de impostos (arts. 189/192, da LSA). Sujeitam-se às seguintes regras: i. necessidade de dedução de prejuízos e imposto sobre a renda, antes da distribuição; ii. participações estatutárias de empregados, administradores e partes beneficiárias serão determinadas, sucessivamente e nessa ordem, com base nos lucros que remanescerem depois de deduzida a participação anteriormente calculada; iii. lucro líquido: resultado do exercício que remanescer depois de deduzidas as participações (letra “b”); iv. destinação: apresentada pelos órgãos da administração da companhia à assembleia geral ordinária, juntamente com as demonstrações financeiras do exercício. b) Reservas: usadas para assegurar a integralidade do capital social e só podem ser usadas para compensar prejuízos ou aumentar o capital (arts. 193, da LSA); DIREITO EMPRESARIAL 27 c) Dividendos: parcela dos lucros estabelecida no estatuto a ser distribuída entre os acionistas (arts. 201/205, da LSA). Sociedade em Comandita por Ações (C/A) 19. Sociedade em Comandita por Ações (C/A) – Trata-se de outro tipo possível de sociedade por ações. É sempre sociedade empresária, sujeita a registro empresarial. É também estatutária, pois é instituída por estatuto social. 19.1. Agora, vamos falar apenas das diferenças em relação à S/A (arts. 1.090/1.092, do Código Civil, e arts. 280/284, da LSA), para o caso de cair em prova e você estar capaz de identificá-las facilmente! 19.1.1. Dois tipos de sócios: a) Sócios Comanditados: i. são os que podem ocupar os cargos de administração da sociedade; ii. cargos de diretor também são chamados de gerente; iii. esses sócios respondem de forma subsidiária, ilimitada e solidariamente (entre si) pelas obrigações sociais (é uma responsabilidade que não traz segurança para seu patrimônio particular desses sócios!); b) Sócio Comanditário: i. são os sócios que não ocupam cargo de administração na sociedade; DIREITO EMPRESARIAL 28 ii. respondem limitadamente pelas obrigações sociais (art. 1.091, do Código Civil). CUIDADO: se algum sócio inserir seu nome civil ao nome empresarial de C/A, com ela responderá ilimitada e solidariamente. Lei n. 6.404, de 1976: “Art. 281. A sociedade poderá comerciar sob firma ou razão social, da qual só farão parte os nomes dos sócios-diretores ou gerentes. Ficam ilimitada e solidariamente responsáveis, nos termos desta Lei, pelas obrigações sociais, os que, por seus nomes, figurarem na firma ou razão social. Parágrafo único. A denominação ou a firma deve ser seguida das palavras "Comandita por Ações", por extenso ou abreviadamente. Art. 282. Apenas o sócio ou acionista tem qualidade para administrar ou gerir a sociedade, e, como diretor ou gerente, responde, subsidiária mas ilimitada e solidariamente, pelas obrigações da sociedade. § 1º Os diretores ou gerentes serão nomeados, sem limitação de tempo, no estatuto da sociedade, e somente poderão ser destituídos por deliberação de acionistas que representem 2/3 (dois terços), no mínimo, do capital social. § 2º O diretor ou gerente que for destituído ou se exonerar continuará responsável pelas obrigações sociais contraídas sob sua administração.” 19.2. Nome empresarial: a) pode adotar firma (também chamada de razão social), com o nome dos sócios comanditados; ou b) utilizar denominação social: aditar a expressão “Comandita por Ações” ou “C/A”. DIREITO EMPRESARIAL 29 19.3. Distinções de regência: a Lei n. 6.404, de 1976, excluiu de sua aplicação à C/A, as regras sobre: • conselho de administração; • autorização estatutária de aumento de capital; e • emissão de bônus de subscrição. Lei n. 6.404, de 1976: “Art. 284. Não se aplica à sociedade em comandita por ações o disposto nesta Lei sobre conselho de administração,autorização estatutária de aumento de capital e emissão de bônus de subscrição.” Código Civil: “Art. 1.090. A sociedade em comandita por ações tem o capital dividido em ações, regendo-se pelas normas relativas à sociedade anônima, sem prejuízo das modificações constantes deste Capítulo, e opera sob firma ou denominação. Art. 1.091. Somente o acionista tem qualidade para administrar a sociedade e, como diretor, responde subsidiária e ilimitadamente pelas obrigações da sociedade. § 1o Se houver mais de um diretor, serão solidariamente responsáveis, depois de esgotados os bens sociais. § 2o Os diretores serão nomeados no ato constitutivo da sociedade, sem limitação de tempo, e somente poderão ser destituídos por deliberação de acionistas que representem no mínimo dois terços do capital social. § 3o O diretor destituído ou exonerado continua, durante dois anos, responsável pelas obrigações sociais contraídas sob sua administração. Art. 1.092. A assembléia geral não pode, sem o consentimento dos diretores, mudar o objeto essencial da sociedade, prorrogar-lhe o prazo de duração, aumentar ou diminuir o capital social, criar debêntures, ou partes beneficiárias.” DIREITO EMPRESARIAL 30 b. Mapas mentais DIREITO EMPRESARIAL 31 DIREITO EMPRESARIAL 32 DIREITO EMPRESARIAL 33 c. Revisão 1 QUESTÃO 1 - FGV - AUDITOR DO TESOURO MUNICIPAL - PREFEITURA DE RECIFE-PE - 2014 Relacione as reservas previstas na Lei n. 6.404/76 às respectivas finalidades. 1. Reserva legal 2. Reserva estatutária 3. Reserva para contingências 4. Reserva de capital ( ) É criada pelo estatuto com indicação precisa e completa de sua finalidade; os critérios para determinar a parcela anual dos lucros líquidos destinados à sua constituição; e o limite máximo da reserva. ( ) Pode ser utilizada, dentre outras hipóteses, para resgate, reembolso ou compra de ações; resgate de partes beneficiárias; incorporação ao capital social; pagamento de dividendo a ações preferenciais, quando essa vantagem lhes for assegurada. ( ) É formada por destinação de parte do lucro líquido, mediante deliberação da assembleia-geral, por proposta dos órgãos da administração. Tem por finalidade compensar, em exercício futuro, a diminuição do lucro decorrente de perda julgada provável, cujo valor possa ser estimado. ( ) Tem por fim assegurar a integridade do capital social e somente poderá ser utilizada para compensar prejuízos ou aumentar o capital. É constituída pela aplicação DIREITO EMPRESARIAL 34 de 5% (cinco por cento) do lucro líquido do exercício, antes de qualquer outra destinação, não excedendo 20% (vinte por cento) do capital social. Assinale a alternativa que indica a relação correta, de cima para baixo. a) 1 – 3 – 2 – 4. b) 1 – 4 – 2 – 3. c) 4 – 2 – 3 – 1. d) 2 – 4 – 3 – 1. e) 4 – 3 – 2 – 1. QUESTÃO 2 - FGV - AUDITOR-FISCAL TRIBUTÁRIO DA RECEITA MUNICIPAL - SEFAZ- MT - 2014 De acordo com a Lei n. 6.404/76, nas companhias ou sociedades anônimas, o prejuízo do exercício será obrigatoriamente absorvido, nessa ordem, a) pelos lucros acumulados, pelas reservas de lucros e pela reserva de capital. b) pelas reservas de lucros, pela reserva legal e pelos lucros acumulados. c) pela reserva de capital, pelos lucros acumulados e pela reserva legal. d) pelos lucros acumulados, pelas reservas de lucros e pela reserva legal. e) pela reserva legal, pelos lucros acumulados e pelas reservas de lucros. QUESTÃO 3 - FGV - PGM-NITERÓI - PROCURADOR DO MUNICÍPIO - 2014) DIREITO EMPRESARIAL 35 Sobre o Conselho Fiscal na sociedade anônima de economia mista, assinale V para a afirmativa verdadeira e F para a Errado. ( ) O estatuto deverá prever a existência do Conselho Fiscal na companhia de economia mista, que será um órgão permanente. ( ) O mandato dos conselheiros fiscais é de 3 (três) anos, permitida reeleição sucessiva, para coincidir com o mandato dos conselheiros de administração. ( ) Os acionistas titulares de ações ordinárias minoritários poderão eleger um conselheiro e seu suplente; outro conselheiro e suplente poderá ser eleito pelos titulares de ações preferenciais, se houver. ( ) A competência para a eleição do Conselho Fiscal é da Assembleia Geral, exceto se o estatuto a outorgar ao Conselho de Administração. ( ) O número mínimo de conselheiros é de 4 (quatro), sendo pelo menos três conselheiros eleitos com os votos do acionista controlador. As afirmativas são, respectivamente, a) V, F, V, F e F. b) F, V, F, F e V. c) V, F, F, V e V. d) F, F, V, V e V. e) V, F, F, F e V. QUESTÃO 4 - FGV - PROCURADOR DO MUNICÍPIO - PGM-NITERÓI - 2014 DIREITO EMPRESARIAL 36 Os diretores da companhia aberta “X” deixaram de comunicar um fato relevante ocorrido em seus negócios por entenderem que sua divulgação poderia colocar em risco o legítimo interesse da companhia além de frustrar a realização da operação, que deveria ser mantida no mais absoluto sigilo por cláusula de confidencialidade durante as tratativas. Com base nas disposições da Lei de Sociedades por Ações, assinale a afirmativa correta. a) Os diretores descumpriram o dever de informar porque deveriam ter divulgado pela imprensa o fato relevante e comunicado às autoridades do mercado de valores mobiliários e à Bolsa de Valores. b) Os diretores não descumpriram o dever de informar por se tratar de assunto interno da companhia e que não deve ser divulgado ao mercado nem comunicado às autoridades do mercado de valores mobiliários c) Os diretores descumpriram o dever de informar porque não poderiam ter omitido o fato relevante da Comissão de Valores Mobiliários, a quem cabe, exclusivamente, a discricionariedade de avaliar se a informação colocará ou não em risco o interesse da companhia. d) Os diretores descumpriram o dever de informar porque caberia à Assembleia Geral avaliar a conveniência e oportunidade da divulgação do negócio ao mercado e às autoridades regulatórias e) Os diretores não descumpriram o dever de informar, porém a Comissão de Valores Mobiliários, a pedido de qualquer acionista, ou por iniciativa própria, poderá decidir sobre a prestação de informação e responsabilizar os administradores, se for o caso, pela omissão. DIREITO EMPRESARIAL 37 QUESTÃO 5 - FGV - OAB - 2014 A Comissão de Valores Mobiliários poderá impor aos infratores de suas Resoluções, das normas da Lei n. 6.404/76 (Lei das Sociedades por Ações) e da Lei n. 6.385/76 (Lei do Mercado de Valores Mobiliários), dentre outras, a penalidade de inabilitação temporária, até o máximo de 20 (vinte) anos, para o exercício do cargo de administrador nas entidades relacionadas a seguir, à exceção de uma Assinale-a. a) Companhia Aberta. b) Distribuidora de Valores Mobiliários. c) Sociedade em Comum. d) Bolsa de Valores. QUESTÃO 6 - FGV - OAB - 2013 Com relação às sociedades anônimas, assinale a opção correta. a) As ações preferenciais são sempre ações sem direito de voto e com prioridade no recebimento de dividendos fixos e cumulativos. b) A vantagem das ações preferenciais de companhia fechada pode consistir exclusivamente em prioridade no reembolso do capital. c) A primeira convocação de assembleia geral de companhiafechada deverá ser feita no prazo de 15 (quinze) dias antes de sua realização. d) O conselho de administração é órgão obrigatório em todas as sociedades anônimas fechadas, com capital autorizado e de economia mista. DIREITO EMPRESARIAL 38 QUESTÃO 7 - FGV - OAB - 2012 Sobre os direitos dos acionistas, é correto afirmar que a) o direito de voto é garantido a todo acionista, independente da espécie ou classe de ações de que seja titular. b) os acionistas deverão receber dividendos obrigatórios em todos os exercícios sociais. c) o acionista terá direito de se retirar da companhia caso cláusula compromissória venha a ser introduzida no estatuto social. d) o acionista tem o direito de fiscalizar as atividades sociais e sendo titular de mais de 5% do capital poderá requerer judicialmente a exibição dos livros da companhia, caso haja suspeita de irregularidades dos administradores. QUESTÃO 8 - FGV - CONSULTOR JURÍDICO - SENADO FEDERAL - 2012 Quais prerrogativas previstas expressamente na Lei Federal no 6.404/76 associados à detenção de uma golden share podem ser titularizadas pelo poder público? a) Participação acionária majoritária e poder de veto. b) Participação acionária majoritária e direito de eleger administradores. c) Direito de eleger administradores e poder de dissolução unilateral da sociedade. d) Poder de dissolução unilateral da sociedade e poder de veto. e) Poder de veto e direito de eleger administradores. QUESTÃO 9 - FGV - AUDITOR-FISCAL DA RECEITA ESTADUAL - SEFAZ-RJ - 2011 DIREITO EMPRESARIAL 39 A Companhia CBA Tintas, sociedade anônima cujo capital social fixado no projeto do estatuto, no valor de R$ 100.000,00 (cem mil reais), foi dividido em oitenta ações ordinárias no valor total de R$ 80.000,00 (oitenta mil reais) a serem subscritas pelos sócios João e José, em partes iguais, e vinte ações preferenciais no valor total de R$ 20.000,00 (vinte mil reais) a serem subscritas pelo sócio Joaquim, é considerada regularmente constituída somente a partir a) do arquivamento dos documentos relativos à constituição no Registro Público de Empresas Mercantis e a sua subsequente publicação, em até trinta dias, em órgão oficial do local de sua sede. b) da assembleia geral de constituição, desde que aprovada a proposta por votos de acionistas que representem, ao menos, metade do capital social. c) do depósito realizado em estabelecimento bancário autorizado pela Comissão de Valores Mobiliários, da parte do capital realizado em dinheiro. d) do arquivamento da ata da assembleia de constituição da companhia perante o Registro Público de Empresas Mercantis. e) da realização, como entrada, de dez por cento, no mínimo, do preço de emissão das ações subscritas em dinheiro. QUESTÃO 10 - FGV - OAB - 2010 As Sociedades Anônimas têm uma pesada estrutura, necessitando, assim, de vários órgãos para atingir seu desiderato, cada um com sua função específica. Um desses órgãos é a Diretoria, sendo seus diretores efetivamente os administradores da companhia. Esses diretores possuem alguns deveres para com a sociedade empresarial e para com o mercado. DIREITO EMPRESARIAL 40 Entre esses deveres encontra-se o desclosure, que é o dever a) que os diretores possuem de convocar os acionistas para deliberar sobre determinado assunto ou vários assuntos que devem constar de uma pauta previamente escolhida. b) de fiscalizar os gastos da sociedade e se ela está cumprindo o que está disposto no estatuto social. c) que os administradores têm para com o mercado de informar todas as operações em que a companhia estiver envolvida e que possam influir na cotação das suas ações, das debêntures e dos valores mobiliários. d) que os administradores possuem de agir de forma diligente, respeitando o estatuto social, de forma a não causar prejuízos aos acionistas, podendo responder de forma pessoal com seu patrimônio caso violem esse dever. QUESTÃO 11 - FCC - PROCURADOR - BACEN - 2006 A sociedade anônima de capital aberto denominada "Companhia de Tecidos Sigma" tem seu capital integralmente dividido em ações preferenciais das classes "A", "B" e "C", conforme a seguinte tabela: Classe % do capital Direito de voto? Preferências outorgadas A 50 Sim Prioridade no reembolso de capital B 25 Não Dividendo mínimo de R$ 0,05 por ação C 25 Não Dividendo máximo de R$ 0,01 por ação e direito de serem incluídas em oferta de DIREITO EMPRESARIAL 41 alienação de controle nas mesmas condições das ações classe “A” Dada esta situação, a) a distribuição do capital é inconsistente com o que prevê a legislação societária aplicável. b) a sociedade não poderia negociar suas ações em mercado de valores mobiliários. c) podem ser admitidas à negociação no mercado de valores mobiliários apenas as ações classe "A". d) podem ser admitidas à negociação. o no mercado de valores mobiliários apenas as ações classes "A" e "B". e) podem ser admitidas à negociação no mercado de valores mobiliários apenas as ações classes "A" e "C". QUESTÃO 12 - CESPE - ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO - TCE-TO - 2009 Considera-se empresária a sociedade por ações, como a sociedade anônima. QUESTÃO 13 - CESPE - JUIZ DO TRABALHO - TRT 1A REGIÃO - 2010 A sociedade anônima que tem por objeto social atividades eminentemente rurais deve ser constituída na forma societária simples. QUESTÃO 14 - CESPE - OAB - 2009 DIREITO EMPRESARIAL 42 A sociedade anônima pode adotar a forma simples, desde que o seu objeto social compreenda atividades tipicamente civis. QUESTÃO 15 - CESPE - TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTROS - TJ-RR - 2013 A constituição da companhia por subscrição particular do capital pode ser feita por deliberação dos subscritores em assembleia-geral ou por escritura pública, considerando-se fundadores todos os subscritores. Essa representação na escritura pública por procurador com poderes especiais é chamada pela doutrina de serviços de underwriting. DIREITO EMPRESARIAL 43 d. Revisão 2 QUESTÃO 16 - CESPE - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA - STJ - 2012 Os responsáveis por empresa criada por decisão de assembleia geral ou mediante escritura pública devem arquivar no registro do comércio um exemplar do estatuto social assinado por todos os subscritores e a relação completa dos subscritores autenticada pelos fundadores, entre outros documentos. QUESTÃO 17 - CESPE - JUIZ - TJ-PI - 2012 Para a constituição da sociedade anônima, são necessárias a subscrição, por pelo menos três pessoas, de todas as ações em que se divide o capital social e a realização, como entrada, de 30%, no mínimo, do preço de emissão das ações subscritas em dinheiro. QUESTÃO 18 - CESPE - TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTROS - TJ-RR - 2013 A exigência de integralização do capital social não se aplica à participação de incapaz em sociedades anônimas e em sociedades com sócios de responsabilidade ilimitada nas quais a integralização do capital social não influa na proteção do incapaz. QUESTÃO 19 - CESPE - JUIZ - TJ-PI - 2012 O capital social das sociedades anônimas pode ser formado por dinheiro ou bens imóveis, e estes últimos serão avaliados por dois peritos nomeados em assembleia DIREITO EMPRESARIAL 44 geral dos subscritores, convocada por meioda imprensa e presidida por um dos fundadores, instalando-se em primeira convocação com a presença de subscritores que representem dois terços do capital social. QUESTÃO 20 - CESPE - PROCURADOR - TC-DF - 2013 O estatuto social da companhia não pode excluir ou restringir o direito dos acionistas preferenciais de participar dos aumentos de capital decorrentes da capitalização de reservas ou lucros, salvo no caso de acionistas portadores de ações com dividendo fixo. QUESTÃO 21 - CESPE - PROCURADOR - TC-DF - 2013 O reembolso é a operação pela qual, nos casos previstos em lei, a companhia paga aos acionistas dissidentes de deliberação da assembleia geral o valor de suas ações, ao passo que o resgate consiste no pagamento do valor das ações para retirá-las definitivamente de circulação. QUESTÃO 22 - CESPE - PROCURADOR - TC-DF - 2013 As ações preferenciais são reconhecidas como valores mobiliários que outorgam ao seu titular vantagens e outras preferências, tais como a prioridade na distribuição de dividendo fixo ou mínimo, de reembolso de capital e de direito a voto. QUESTÃO 23 - CESPE - TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTROS - TJ-RR - 2013 DIREITO EMPRESARIAL 45 Quanto aos direitos e obrigações, as ações classificam-se como ordinárias, preferenciais ou de fruição, sendo as ações ordinárias da companhia fechada e as ações preferenciais da companhia aberta e fechada apenas de uma classe. QUESTÃO 24 - CESPE - TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTROS - TJ-RR - 2013 Na sistemática da legislação acionária, admite-se a emissão de ações sem valor nominal, cujo preço será fixado, na constituição da companhia, pelos fundadores e, no aumento de capital, pela assembleia-geral ou pelo conselho de administração, vedando-se, contudo, a emissão de novas ações emitidas pela companhia com valor superior ao valor nominal. QUESTÃO 25 - CESPE - DEFENSOR PÚBLICO - DPE-RO - 2012 Valor de negociação ou de mercado é o resultado de estudo específico no qual peritos verificam o valor que as ações possivelmente alcançariam se fossem negociadas no mercado. QUESTÃO 26 - CESPE - JUIZ - TJ-PI - 2012 Nos certificados das ações devem constar a denominação da companhia, sua sede e prazo de duração, e a omissão dessas declarações confere ao acionista direito a indenização por perdas e danos contra a companhia e contra os diretores na gestão dos quais os certificados hajam sido emitidos. DIREITO EMPRESARIAL 46 QUESTÃO 27 - CESPE - JUIZ - TRF 2a REGIÃO - 2011 No que se refere à forma de transferência ou circulação, as ações podem ser classificadas em nominativas escriturais e nominativas registradas: as nominativas escriturais são mantidas em conta de depósito em nome de seus titulares, em instituição financeira designada pela companhia e autorizada pela Comissão de Valores Mobiliários; as nominativas registradas são aquelas cujo título de propriedade se comprova mediante contrato de compra e venda, recibo ou declaração. QUESTÃO 28 - CESPE - JUIZ DO TRABALHO - TRT 1A REGIÃO - 2010 Por ser titular de direitos de sócio que lhe asseguram, de modo permanente, a maioria dos votos nas deliberações da assembleia-geral e o poder de eleger a maioria dos administradores da companhia, o acionista controlador não pode ser responsabilizado por danos que causar à companhia por abuso de poder, uma vez que seus interesses e os da companhia são necessariamente convergentes. QUESTÃO 29 - CESPE - OAB - 2010 De acordo com o que dispõe a Lei das Sociedades por Ações, as ações, conforme a natureza dos direitos ou vantagens que confiram a seus titulares, podem ser ordinárias, preferenciais ou de fruição. As ações de fruição a) constituem títulos que podem ser atribuídos aos acionistas após suas ações serem integralmente amortizadas. b) conferem aos titulares apenas os direitos comuns de acionista sem quaisquer privilégios ou vantagens. DIREITO EMPRESARIAL 47 c) conferem ao titular algum privilégio ou vantagem de ordem patrimonial, sem que, entretanto, o acionista tenha direito de participação nos lucros reais. d) são tipicamente usadas por acionistas especuladores, ou por aqueles que não têm interesse na gestão da sociedade. QUESTÃO 30 - CESPE - JUIZ - TJ-PI - 2012 Compete à sociedade anônima emitir partes beneficiárias que confiram aos titulares direito de crédito determinado contra ela, nas condições constantes da escritura de emissão e, se houver, do certificado. DIREITO EMPRESARIAL 48 e. Revisão 3 QUESTÃO 31 - CESPE - ANALISTA LEGISLATIVO - CÂMARA DOS DEPUTADOS - 2014 Julgue o próximo item, relativo ao direito societário. Os juros sobre o capital próprio pagos pela companhia aos debenturistas têm, segundo a jurisprudência dominante, a natureza jurídica de dividendos. QUESTÃO 32 - CESPE - TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTROS - TJ-RR - 2013 O vencimento da debênture deve constar da escritura de emissão e do certificado, podendo a companhia estipular amortizações parciais de cada série, criar fundos de amortização e reservar-se o direito de resgate antecipado, parcial ou total, dos títulos da mesma série; contudo, não poderá a debênture assegurar ao seu titular participação no lucro da companhia. QUESTÃO 33 - CESPE - JUIZ - TJ-PI - 2012 A garantia flutuante conferida à debênture assegura privilégio geral sobre o ativo da companhia e impede a negociação dos bens que compõem esse ativo, diversamente do que ocorre com a garantia real. QUESTÃO 34 - CESPE - JUIZ - TJ-PB - 2011 DIREITO EMPRESARIAL 49 Mediante a emissão de debêntures, meio utilizado para a captação de recursos no mercado, os prestadores de capital tornam-se sócios da companhia. QUESTÃO 35 - CESPE - JUIZ DO TRABALHO - TRT 1a REGIÃO - 2010 Por ser titular de direitos de sócio que lhe asseguram, de modo permanente, a maioria dos votos nas deliberações da assembleia-geral e o poder de eleger a maioria dos administradores da companhia, o acionista controlador não pode ser responsabilizado por danos que causar à companhia por abuso de poder, uma vez que seus interesses e os da companhia são necessariamente convergentes. QUESTÃO 36 - CESPE - JUIZ DO TRABALHO - TRT 1a REGIÃO - 2010 Bônus de subscrição são valores mobiliários que conferem ao seu titular, nas condições constantes do certificado, direito de subscrever, em momento futuro, ações do capital social da companhia emissora. QUESTÃO 37 – PROF. CARLOS ANTÔNIO BANDEIRA – PONTO DOS CONCURSOS – TURMA DE ELITE A Comissão de Valores Mobiliários (CVM autorizou as companhias a emissão dos chamados “commercial papers”, que são espécies de notas promissórias que servem para a captação de recursos no mercado de capitais, sendo restituídos aos investidores de curto prazo. QUESTÃO 38 - CESPE - PROCURADOR - AGU - 2010 DIREITO EMPRESARIAL 50 Em assembleia realizada pelo órgão administrativo da pessoa jurídica Zeta S.A., foi deliberado a respeito da alienação de imóvel pertencente à empresa, ficando consignado que o imóvel seria transferido para Epta S.A., outra empresa do grupo a que pertence Zeta. Augusto, administrador participante da assembleia, não consentiu com a referida deliberação e solicitou que fosse oposta na ata a sua divergência. Nessa situação, sabendo-se que, de acordo com o estatuto social, a deliberação que tenha por objeto a alienaçãode imóvel dependerá da anuência de, pelo menos, 50% dos acionistas, serão pessoalmente responsáveis pelos eventuais prejuízos que advierem dessa deliberação, com exceção de Augusto, todos os administradores partícipes da assembleia. QUESTÃO 39 - CESPE - JUIZ DO TRABALHO - TRT 1a REGIÃO - 2010 Nas companhias abertas, as atribuições do conselho de administração, que é órgão social de constituição facultativa, podem ser conferidas ao conselho fiscal. QUESTÃO 40 - CESPE - PROCURADOR - TC-DF - 2013 O conselho fiscal é órgão da companhia responsável pela missão precípua de fiscalização, sendo, portanto, órgão de existência facultativa. QUESTÃO 41 - CESPE - JUIZ FEDERAL - TRF 3a REGIÃO - 2011 Uma das características do mundo globalizado é a adoção de normas internacionais em diversos setores da sociedade. Na área da contabilidade, por exemplo, houve, nos últimos anos, alterações significativas introduzidas pela Lei das Sociedades por Ações. DIREITO EMPRESARIAL 51 No que se refere à classificação dos componentes patrimoniais, assinale a opção correta com base nas normas legais atualmente aplicáveis. a) Os direitos realizáveis após o término do exercício seguinte devem ser classificados no grupo “realizável a longo prazo”. b) O que antes era contabilizado no grupo “investimentos” passou a sê-lo no grupo “imobilizado”. c) O grupo “ativo imobilizado” manteve-se como parte do grupo “investimentos”. d) As despesas pré-operacionais devem ser registradas como parte do grupo “diferido”. e) Todos os ativos que não devam ser contabilizados no “ativo circulante” devem sê-lo no “ativo não circulante”. QUESTÃO 42 - CESPE - TRF 2a REGIÃO - JUIZ - 2011 O modelo da sociedade anônima foi concebido originalmente para viabilizar grandes empreendimentos, constituindo instrumento próprio para a captação de recursos perante número expressivo de investidores. A companhia fechada de pequeno porte, mesmo que faça parte de um grupo de sociedades, como controladora ou filiada, está isenta de diversas obrigações comuns às demais sociedades. Contudo, não está dispensada de publicar os documentos da administração, tais como o relatório sobre os negócios sociais e os principais fatos administrativos do exercício, as demonstrações financeiras e o parecer dos auditores independentes, ainda que tais documentos sejam arquivados no registro do comércio. DIREITO EMPRESARIAL 52 QUESTÃO 43 - CESPE - JUIZ - TJ-CE - 2012 A sociedade em comandita por ações, ao contrário das sociedades anônimas, não conta com conselho de administração, não pode ter capital autorizado, por meio de autorização estatutária, para aumento do capital social, e não pode emitir bônus de subscrição. QUESTÃO 44 - CESPE - JUIZ - TJ-PB - 2011 Nas sociedades em comandita por ações, todos os sócios, incluindo-se o que exerça a função de diretor, respondem somente pelo valor das respectivas ações. QUESTÃO 45 - CESPE - JUIZ - TJ-PB - 2011 No que tange à responsabilidade dos acionistas, o tratamento dispensado pelo direito às sociedades anônimas e às em comandita por ações é exatamente o mesmo. DIREITO EMPRESARIAL 53 f. Normas comentadas Código Civil: “Art. 974. .............................................................................................................................. .................... § 3o O Registro Público de Empresas Mercantis a cargo das Juntas Comerciais deverá registrar contratos ou alterações contratuais de sociedade que envolva sócio incapaz, desde que atendidos, de forma conjunta, os seguintes pressupostos: I – o sócio incapaz não pode exercer a administração da sociedade; II – o capital social deve ser totalmente integralizado; III – o sócio relativamente incapaz deve ser assistido e o absolutamente incapaz deve ser representado por seus representantes legais. ü MUITO CUIDADO: Enunciado n. 466, do CJF: “Art. 974, § 3o. A exigência de integralização do capital social prevista no art. 974, § 3o, não se aplica à participação de incapazes em sociedades anônimas e em sociedades com sócios de responsabilidade ilimitada nas quais a integralização do capital social não influa na proteção do incapaz.” Art. 982. ................................................................................................................................ Parágrafo único. Independentemente de seu objeto, considera-se empresária a sociedade por ações; e, simples, a cooperativa. DIREITO EMPRESARIAL 54 Art. 1.090. A sociedade em comandita por ações tem o capital dividido em ações, regendo-se pelas normas relativas à sociedade anônima, sem prejuízo das modificações constantes deste Capítulo, e opera sob firma ou denominação. Art. 1.091. Somente o acionista tem qualidade para administrar a sociedade e, como diretor, responde subsidiária e ilimitadamente pelas obrigações da sociedade. § 1o Se houver mais de um diretor, serão solidariamente responsáveis, depois de esgotados os bens sociais. ü ATENÇÃO: na C/A, as responsabilidades dos sócios são da seguinte forma estabelecidas pelo legislador: • Sócio comanditado: responsável subsidiária e ilimitadamente, e solidariamente com outros administradores; • Sócio comanditário: responsável limitadamente. § 2o Os diretores serão nomeados no ato constitutivo da sociedade, sem limitação de tempo, e somente poderão ser destituídos por deliberação de acionistas que representem no mínimo dois terços do capital social. § 3o O diretor destituído ou exonerado continua, durante dois anos, responsável pelas obrigações sociais contraídas sob sua administração. Art. 1.092. A assembléia geral não pode, sem o consentimento dos diretores, mudar o objeto essencial da sociedade, prorrogar-lhe o prazo de duração, aumentar ou diminuir o capital social, criar debêntures, ou partes beneficiárias.” Lei das SAs (Lei n. 6.404, de 1976): DIREITO EMPRESARIAL 55 “Art. 3o A sociedade será designada por denominação acompanhada das expressões "companhia" ou "sociedade anônima", expressas por extenso ou abreviadamente mas vedada a utilização da primeira ao final. § 1o O nome do fundador, acionista, ou pessoa que por qualquer outro modo tenha concorrido para o êxito da empresa, poderá figurar na denominação.” ü ATENÇÃO: a atribuição de nome de pessoa estranha ao quadro de sócios, em denominação de S/A, constitui exceção ao princípio da veracidade, previsto na Lei do Registro Empresarial (art. 34, da Lei n. 8.934, de 18 de novembro de 1994). ................. Art. 17. As preferências ou vantagens das ações preferenciais podem consistir: I - em prioridade na distribuição de dividendo, fixo ou mínimo; II - em prioridade no reembolso do capital, com prêmio ou sem ele; ou III - na acumulação das preferências e vantagens de que tratam os incisos I e II. § 1o Independentemente do direito de receber ou não o valor de reembolso do capital com prêmio ou sem ele, as ações preferenciais sem direito de voto ou com restrição ao exercício deste direito, somente serão admitidas à negociação no mercado de valores mobiliários se a elas for atribuída pelo menos uma das seguintes preferências ou vantagens: I - direito de participar do dividendo a ser distribuído, correspondente a, pelo menos, 25% (vinte e cinco por cento) do lucro líquido do exercício, calculado na forma do art. 202, de acordo com o seguinte critério: DIREITO EMPRESARIAL56 a) prioridade no recebimento dos dividendos mencionados neste inciso correspondente a, no mínimo, 3% (três por cento) do valor do patrimônio líquido da ação; e b) direito de participar dos lucros distribuídos em igualdade de condições com as ordinárias, depois de a estas assegurado dividendo igual ao mínimo prioritário estabelecido em conformidade com a alínea a; ou II - direito ao recebimento de dividendo, por ação preferencial, pelo menos 10% (dez por cento) maior do que o atribuído a cada ação ordinária; ou III - direito de serem incluídas na oferta pública de alienação de controle, nas condições previstas no art. 254-A, assegurado o dividendo pelo menos igual ao das ações ordinárias. § 2o Deverão constar do estatuto, com precisão e minúcia, outras preferências ou vantagens que sejam atribuídas aos acionistas sem direito a voto, ou com voto restrito, além das previstas neste artigo. ............................... § 7o Nas companhias objeto de desestatização poderá ser criada ação preferencial de classe especial, de propriedade exclusiva do ente desestatizante, à qual o estatuto social poderá conferir os poderes que especificar, inclusive o poder de veto às deliberações da assembleia-geral nas matérias que especificar. ....................... Art. 109. Nem o estatuto social nem a assembleia geral poderão privar o acionista dos direitos de: I - participar dos lucros sociais; II - participar do acervo da companhia, em caso de liquidação; DIREITO EMPRESARIAL 57 III - fiscalizar, na forma prevista nesta Lei, a gestão dos negócios sociais; IV - preferência para a subscrição de ações, partes beneficiárias conversíveis em ações, debêntures conversíveis em ações e bônus de subscrição, observado o disposto nos artigos 171 e 172; V - retirar-se da sociedade nos casos previstos nesta Lei. ................. Art. 118. Os acordos de acionistas, sobre a compra e venda de suas ações, preferência para adquiri-las, exercício do direito a voto, ou do poder de controle deverão ser observados pela companhia quando arquivados na sua sede. § 1º As obrigações ou ônus decorrentes desses acordos somente serão oponíveis a terceiros, depois de averbados nos livros de registro e nos certificados das ações, se emitidos. § 2° Esses acordos não poderão ser invocados para eximir o acionista de responsabilidade no exercício do direito de voto (artigo 115) ou do poder de controle (artigos 116 e 117). § 3º Nas condições previstas no acordo, os acionistas podem promover a execução específica das obrigações assumidas. § 4º As ações averbadas nos termos deste artigo não poderão ser negociadas em bolsa ou no mercado de balcão. § 5º No relatório anual, os órgãos da administração da companhia aberta informarão à assembléia-geral as disposições sobre política de reinvestimento de lucros e distribuição de dividendos, constantes de acordos de acionistas arquivados na companhia. DIREITO EMPRESARIAL 58 § 6o O acordo de acionistas cujo prazo for fixado em função de termo ou condição resolutiva somente pode ser denunciado segundo suas estipulações. § 7o O mandato outorgado nos termos de acordo de acionistas para proferir, em assembléia-geral ou especial, voto contra ou a favor de determinada deliberação, poderá prever prazo superior ao constante do § 1o do art. 126 desta Lei. § 8o O presidente da assembléia ou do órgão colegiado de deliberação da companhia não computará o voto proferido com infração de acordo de acionistas devidamente arquivado. § 9o O não comparecimento à assembléia ou às reuniões dos órgãos de administração da companhia, bem como as abstenções de voto de qualquer parte de acordo de acionistas ou de membros do conselho de administração eleitos nos termos de acordo de acionistas, assegura à parte prejudicada o direito de votar com as ações pertencentes ao acionista ausente ou omisso e, no caso de membro do conselho de administração, pelo conselheiro eleito com os votos da parte prejudicada. § 10. Os acionistas vinculados a acordo de acionistas deverão indicar, no ato de arquivamento, representante para comunicar-se com a companhia, para prestar ou receber informações, quando solicitadas. § 11. A companhia poderá solicitar aos membros do acordo esclarecimento sobre suas cláusulas. ............. Art. 240. O funcionamento do conselho fiscal será permanente nas companhias de economia mista; um dos seus membros, e respectivo suplente, será eleito pelas ações ordinárias minoritárias e outro pelas ações preferenciais, se houver. ...................... DIREITO EMPRESARIAL 59 Art. 282. Apenas o sócio ou acionista tem qualidade para administrar ou gerir a sociedade, e, como diretor ou gerente, responde, subsidiária mas ilimitada e solidariamente, pelas obrigações da sociedade. § 1o Os diretores ou gerentes serão nomeados, sem limitação de tempo, no estatuto da sociedade, e somente poderão ser destituídos por deliberação de acionistas que representem 2/3 (dois terços), no mínimo, do capital social. § 2o O diretor ou gerente que for destituído ou se exonerar continuará responsável pelas obrigações sociais contraídas sob sua administração. ............... Art. 284. Não se aplica à sociedade em comandita por ações o disposto nesta Lei sobre conselho de administração, autorização estatutária de aumento de capital e emissão de bônus de subscrição. DIREITO EMPRESARIAL 60 g. Gabarito 1 2 3 4 5 D D A E C 6 7 8 9 10 D D E A C 11 12 13 14 15 E C E E E 16 17 18 19 20 E E C E C 21 22 23 24 25 C E E E E 26 27 28 29 30 C E E C E 31 32 33 34 35 E E E E E 36 37 38 39 40 C C C E E 41 42 43 44 45 E E C E E DIREITO EMPRESARIAL 61 h. Breves comentários às questões QUESTÃO 1 - FGV - AUDITOR DO TESOURO MUNICIPAL - PREFEITURA DE RECIFE-PE - 2014 Relacione as reservas previstas na Lei n. 6.404/76 às respectivas finalidades. 1. Reserva legal 2. Reserva estatutária 3. Reserva para contingências 4. Reserva de capital ( ) É criada pelo estatuto com indicação precisa e completa de sua finalidade; os critérios para determinar a parcela anual dos lucros líquidos destinados à sua constituição; e o limite máximo da reserva. ( ) Pode ser utilizada, dentre outras hipóteses, para resgate, reembolso ou compra de ações; resgate de partes beneficiárias; incorporação ao capital social; pagamento de dividendo a ações preferenciais, quando essa vantagem lhes for assegurada. ( ) É formada por destinação de parte do lucro líquido, mediante deliberação da assembleia-geral, por proposta dos órgãos da administração. Tem por finalidade compensar, em exercício futuro, a diminuição do lucro decorrente de perda julgada provável, cujo valor possa ser estimado. ( ) Tem por fim assegurar a integridade do capital social e somente poderá ser utilizada para compensar prejuízos ou aumentar o capital. É constituída pela aplicação DIREITO EMPRESARIAL 62 de 5% (cinco por cento) do lucro líquido do exercício, antes de qualquer outra destinação, não excedendo 20% (vinte por cento) do capital social. Assinale a alternativa que indica a relação correta, de cima para baixo. a) 1 – 3 – 2 – 4. b) 1 – 4 – 2 – 3. c) 4 – 2 – 3 – 1. d) 2 – 4 – 3 – 1. e) 4 – 3 – 2 – 1. Primeira Afirmação”: reserva estatutária. Segunda Afirmação: reserva de
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